Unknown

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Video Transcript:
Meu irmão, quando você ouve a palavra casa, o que que vem no teu coração assim? O que que você imagina? Qual o sentimento que você tem?
Quando fala, aí vou para casa, conforto, mais o quê? Quando você pensa em casa, que que vem no teu coração? Quando você pensa em lar, refúgio, [Música] descanso, criança, lá em casa, quando pensa em casa, assim lá, né, com a gente, quando pensa em casa, vem três assim e é uma maravilha.
E nem sempre é fácil. Hoje mesmo pela manhã nós está vindo para o culto, a Gabizinha passou mal. Passou mal aqui, ó.
Ó, já batizou a Ibabe. Não vou explicar como. Casa família.
Casa tem a ver com cuidado. Casa tem a ver com pertencimento. Casa tem a ver com segurança.
Casa tem a ver com verdade, né? Porque nós podemos ser tantas coisas fora, mas quando chegamos em casa, é ali que as pessoas nos conhecem. Quer me conhecer de verdade?
Sente um tempinho com a Marilé e pergunte: "Como eu sou em casa? Você vai descobrir coisas que você nem imagina. Casa tem a ver com bagunça também ou não?
Eu fui seminarista, morei, eu fui, sou da época eh em que as em que os meninos moravam no seminário. Eu morei no seminário. Então o seminário foi minha casa durante 3 anos, assim, pelo menos.
E nós tínhamos um fogão comunitário. O seminário do Sul tem mais de 110 anos, se eu não estou enganado. Aquele fogão, provavelmente uns 90.
Eu nem sei se trocaram. Havia uma crosta assim, sabe, de quase 10 cm quando íamos, porque que na a gente tinha que cozinhar, né? pegava uma vassourinha assim, limpava o bocal e colocava a panela com muita fé, porque você poderia comer e ser e ser sua última alimentação.
Se alguém tivesse coragem de colocar ali uma chave de fenda e arrancar aquele aquela crosta, é possível que saísse dali um monstro qualquer assim, nem um jejum e oração dava conta daquilo ali. Casa, irmão, era nossa casa. E a Bíblia, ela ela tem um olhar muito especial pro conceito de casa.
Há um termo no Novo Testamento que é o Oicos. Quando a Bíblia vai falar do mundo, chama o mundo de uma grande casa. E os povos como oicumen, uma grande casa habitada.
É daí que vem a palavra oicologia, né? Que que é ecologia? Oicologia é a relação, a compreensão, a análise de todo mundo criado.
A grande casa Deus, aliás, o grande projeto de Deus não é criar uma instituição. O grande projeto de Deus em Cristo Jesus é a construção de uma grande casa, uma oicumen, uma grande casa habitada. E o termo oicos no Novo Testamento, ele é muito fundamental porque carrega alguns valores, alguns princípios.
Ele aponta para uma realidade, para um jeito de existir no mundo. Aí tem o termo lá o costuteu, casa de Deus. E quando lemos essa expressão no Novo Testamento, casa de Deus, ela se refere não simplesmente a um espaço.
Agora deixa eu explicar uma coisa. pro Novo Testamento. Casa de Deus, casa de Deus é cada um que está aqui.
No entanto, essa casa de Deus micro, onde o espírito habita, é isso que o apóstolo Paulo diz, forma uma grande oicos, uma grande casa, onde este mesmo espírito também habita. Então, a lógica da casa do Novo Testamento não é simplesmente uma experiência subjetiva, individualista, centrada em mim, é uma OICOS que eu como casa de Deus, casa do espírito, formo com tantas outras casas de pessoas de vários lugares, numa grande nuvem de testemunha, uma casa maior. Então, em Babi era ela é uma grande casa de pequenas casas habitadas pelo Espírito Santo, nos fazendo uma família só.
e 88 anos e por amor à nossa casa, aponta para essa grande casa, para essa grande oicumene em processo de resgate, porque somos todas pessoas, somos todos casinhas em construção, entende? pequenos, pequenas casas em um processo de acabamento. Às vezes os uns estão mais acabados do que os outros, mas nesse ponto, mas é o é o conceito de um processo.
Então, a casa, a ideia da casa, ela é fundamental. A oicos, oicos de Deus, casa de Deus. E o que você respondeu no teu coração quando eu perguntei sobre o que você sente ao ouvir falar da palavra casa, saiba que de alguma maneira se aplica também à experiência da casa, da casa de Deus, da comunidade cristã.
E tem um texto na Bíblia, um livro na Bíblia inteiro, na verdade uma epístola inteira na Bíblia, que trata exatamente desse lugar da casa, num contexto muito, mas muito complicado, em que a casa de Deus ou a comunidade de fé se torna um espaço de segurança, de cuidado, de pertencimento. Eu estou falando da primeira epístola de Pedro. Primeira epístola de Pedro.
A primeira epístola de Pedro, ela é interessantíssima por conta dos seus destinatários. Quando você abre a essa epístola no primeiro capítulo, ele já apresenta um termo interessante que olha, Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros, não sei como tá na tua tradução aí, forasteiros, peregrinos, mais o que tem aí? residentes, tranzeúntes.
Esse termo, esse termo ele aparece várias vezes nessa epístola. Ó, o capítulo 2, verso 11. Amados, peço a vocês, como peregrinos e forasteiros que são, que se abstenham das paixões carnais e etc.
Agora tem peregrinos e forasteiros, dois termos. E esses dois termos são termos técnicos que essa epístola usa. Vem comigo para você entender a beleza desta desta fonte cristã, às vezes esquecida por nós.
Existiam dois grupos naquele mundo, os conhecidos como paroicoi e os paraepidemoi. Aí, dois nomes para que você coloque no teu filho aí, possivelmente Paroikoi e Parapidemoi. Os paroikoi eram como transeútes, forasteiros, mas com residência.
Nós vivemos uma crise no mundo que é a crise da migração. Essa categoria se aplicava a alguém que estava fora, longe da sua terra. Domingo, quinta-feira, eu tive uma experiência muito bacana aqui que representa, eu acho que o etos da Ibabe.
Nós estávamos aqui conversando, aí tinha um grupo, ah, pastor, continue falando piadas aí eh do do futebol carioca, porque eu sou carioca, os paulistas não entendem, mas eu entendo. Aí já juntou também, ficou, chegou perto um casal, ah, eu sou do Nordeste, falá, eu sou de Natal. e juntou um grupo aqui que parecia aqui, nós tínhamos um microcosmo da do Brasil.
Aí do meio eu sou paulista, então você não chega para lá. esses forasteiros ou estes transeúntes, um grupo longe das suas terras tinha uma certa presença e direitos lá na região da Ásia Menor. Os paroici.
Os pareepidemoi eram uma outra classe de gente sem casa, só que num nível muito mais muito mais problemático, difícil, porque não tinham nem lugar onde ficar mesmo. Eram dois grupos formados por gente que não tinha reconhecimento social, não tinha lugar para habitar. estavam longe de suas casas e que arrumavam um jeito de sobreviver.
Os paroici, que eram um pouquinho que tinha uma condição um pouquinho melhor, eles se organizavam, tinham um trabalho, se articulavam no que nós conhecemos como colegia, que eram, sabe, sindicatos assim, na época tinha umas uns sindicatos que se ajudavam. Já os paraepidemoi, diferentemente dos paroici, eles nem isso tinham. viviam realmente num contexto dificílimo e a epístola é escrita para eles.
Só que uma coisa acontece na história deles. Estes peregrinos, forasteiros, escravos, artesãos, gente de tudo quanto é área que sobreviviam a às custas de duras penas, encontraram uma casa, encontraram um ar. Sabe que casa é essa?
Sabe que lar é esse? A epístola nos diz agora vocês são gente eleita, vocês são casa de Deus. Vocês agora encontraram uma casa e o termo é o costuteu.
Olha que coisa linda que essa epístola testemunha sobre a experiência cristã no mundo antigo e que diz tudo sobre isso que nós estamos falando hoje. Gente sem casa, gente identidade, gente que viver as viveria as duras penas de uma sociedade cheia de contradições como a nossa. Alguns com um pouquinho mais de benefícios e outras sem qualquer auxílio encontravam na comunidade cristã a casa que buscavam.
Aí, gente casa encontrava casa, gente rumo encontrava um lar, gente perspectiva encontrava horizonte, gente sem caminho encontrava segurança. Ente sem perspectiva encontrava uma família, a casa de Deus, a experiência da Oicostuteu, a casa do nosso Senhor que acolhe a todas as pessoas, não importa de onde venham, quem sejam. E aqui, meu irmão, olha que coisa bonita.
Pedro diz: "Vocês não tinham casa, vocês eram forasteiros, mas no reino de Deus, nessa casa bonita, há expectativa, a esperança, a alegria, a família. " E aí, se você observa essa epístola, ela começa a dizer o seguinte: "Tenham coragem. Vocês agora têm uma casa, vocês têm um lugar, vocês têm identidade, vocês têm uma família, resistam.
E aí a epístola diz assim: "As pessoas vão estão caluniando vocês porque era pressão de todos os lados. Eles já viviam a pressão de não serem daquela região. Nós sabemos como é isso, né?
Quem é do Nordeste aqui? Levante a mão bem alto. Quem é do norte?
Quem não é de São Paulo? Diga aí. É fácil estar longe de casa?
É fácil estar longe da família? Desde sempre eu vivi andando por aí. Cada filho meu nosso, né?
da Marileia também, obviamente, mais dela. Cada um nasceu num canto. O Roger nasceu em Petrópolis.
A Bia nasceu em Aracruz, é a original, e a Gabi nasceu em Vila Velha, cada um num canto. E era interessante porque quando você está na sua casa, quando você está no seu lugar, você tem uma rede de cuidados. né?
Imagina três filhos aí tem a sogra que também ajuda bastante, tem a mãe, tem os irmãos. Você não está nesse lugar, você se sente deslocado, não tem, é como se não tivesse segurança, entende? Imaginem, é exatamente isso.
É para a gente como a gente, que agora para todos, porque todos nos tornamos peregrinos de alguma forma, é para esse povo que a epístola é escrita. E diz assim: "Tenham coragem porque a pressão é gigantesca, mas retribuam o mal com o bem. Ele vai escrever pros escravos.
Naquele contexto tinha escravo. Diz: "Se o teu, se o teu senhor não for alguém bom, por inteligência, retribua o mal dele com o bem". É óbvio que eu não posso pegar esse texto agora, não é?
E legitimar a escravidão, porque você tem que atualizar, né? [Risadas] É lógico que eu não tenho que pegar esse texto agora e dizer: "Tenho escravos". Como alguns cristãos fizeram, não é isso?
É mais o seguinte, vocês estão fora de casa. Vocês fora de casa vivem pressões. Então o seguinte, tenho inteligência social, sofram como Cristo sofreu.
Cristo sofreu sendo justo. Então, alguns vão caluniar vocês porque eles recebiam a calúnia dos que não entendiam por serem de longe. E agora começavam a receber calúnias porque eram cristãos.
Um movimento esquisito dentro do judaísmo que pouca gente entendia. Então, a pressão era de era por serem de fora e a pressão era por serem de dentro. Pressão por não serem daquela região e pressão porque estavam agora numa religião, num movimento religioso diferente, esquisito pros romanos.
Isso significa que eles deveriam resistir de alguma forma. Mas como seria essa resistência? O apóstolo Paulo em vários outros lugares disse que a resistência mais potente é o amor.
Pedro segue a mesma lógica e diz: "Façam o seguinte, respondam o mal com o bem e estes que estão caluniando vocês vão sentir vergonha do que dizem. Agora a pergunta é: como? Onde eu posso ter sustento para suportar tais coisas?
É aí que nós encontramos primeira primeiro epístola de Pedro, capítulo 4, verso 7 em diante diz assim: "Vocês entenderam o contexto? Sim ou não? Agora vamos ler esse texto à luz desse contexto todo.
Para oicói, para epidemoi forasteiros. Olha se faz sentido para vocês agora o significado de uma casa. Ó, o fim de todas as coisas está próximo.
Portanto, sejam criteriosos e sóbrios para poderem orar acima de tudo. Porém, tenham muito amor uns para com os outros. Entenderam aqui?
Para quem não tem casa, para quem não tem lugar, que significa uma fala como essa? Porque o amor cobre a multidão de pecados. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem murmuração.
Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus. Se alguém serve, faça-o na força que Deus lhe dá, para que em todas as coisas Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio para todo sempre.
Amém. Vocês estão entendendo a força desse texto dentro deste deste quadro que eu pintei aqui? O que significa essa casa de Deus?
O que significa ser casa de Deus? O que é ser comunidade? Primeira coisa que significa.
E dentro desse contexto que eu aqui propus, é um é um lugar seguro quando o mundo é hostil, entende? É um lugar seguro. Olha o texto.
Eles eram caluniados, como eu disse, insultados. desacreditados, humilhados e sobreviviam. Quando o texto diz: "Tenho muito amor uns pelos outros, porque o amor cobra uma multidão de pecados, é como se o texto dissesse assim: "Não importa quem eles sejam fora desse lugar".
Presta atenção nisso aqui, irmãos e irmãs. Há uma insegurança, um medo por quem são, por sua história, por conta das suas experiências. Fora daqui eles vivem uma vida de pressão e medo.
Sabe essa frase? O amor cobre uma multidão ou um montouro de pecados. Sabe o que significa isso?
É o seguinte. Aqui antes do julgamento e dedo em riste, nós amamos. Então, onde há amor, não há julgamento irresponsável, exclusão, destruição do outro, hostilidade.
A casa é um lugar da família de Deus. Estes e estas viviam uma realidade de pressão, desqualificação, medo, hostilidade. na casa de Deus, na experiência de Deus, na rede criada por Deus, ali é outra coisa, porque ali a palavra de ordem não é a proteção do sistema.
A palavra de ordem é o cuidado múlto, é o amor. É como se a epístola dissesse na oicostuú a gente não tem medo, porque na casa de Deus há o amor e o amor cobre uma multidão de pecados. E onde há amor, há inclusive a exortação para nos tornarmos pessoas melhores.
Não há uma há conivência com o mal, mas a partilha do cuidado. E na partilha do cuidado não precisa de dedo em riste, não precisa de violência, não precisa de exclusão. Basta um ambiente saudável, sem hostilidade, que o medo se esvai, a graça se estabelece torna uma casa segura.
A oração, o desejo, a paixão que acende o nosso coração tem que ser de construirmos dia após dia, na contramão de todas as outras coisas, uma comunidade de fé em que as pessoas não sintam medo, uma comunidade de fé em que as pessoas não se sintam prejudicadas, humilhadas, decepcionadas, que não sejam atingidas em sua saúde mental, porque é um ambiente sem sensibilidade. Não, a ideia é que a Oicostuteu, a casa de Deus, a Ibabo, seja um lugar seguro de vida, de liberdade, de ressurreição, de perdão, de misericórdia, de acolhimento, de inclusão para a glória deste Deus que é bom, perfeito e nos chama para sermos família. Outro dia, conversando com uma pessoa, ela confessou que não colocaria mais o pé no ambiente, segundo ela, de Deus, porque esse ambiente de Deus arrebentou com a saúde mental dela.
Neste mesmo contexto, recebi em meu gabinete uma família inteira que se sentiu explorada durante anos em um espaço que chamamos de casa de Deus. Há um livro inclusive, feridos em nome de Deus. Porque sim, quando a casa que chamamos de Deus perde o seu conceito do que é Deus e do que é casa, esse lugar se torna um lugar arriscado, perigoso, hostil, político, com invenciones criadas por nossas próprias paixões e desejos que pode explorar que pode demonizar o outro porque não se encaixa, não se enquadra, não se adequa.
Mas como nós temos essa abertura para o espiritual, para o divino, é possível que por anos sejamos submetidos a um tratamento desumanizador, porque de alguma forma eu tô na casa de Deus. E se tá dizendo o que diz, está fazendo o que faz, é porque é Deus. Porque é sacerdote, porque é profeta, porque tem poder, porque tem chapéu, sei lá, porque tem fazenda, porque das mãos saem coisas, tá?
Não é tá e cai. Por quê? Porque tem algo especial.
Mas no fundo, lá na forma de operação, eu sou explorado, eu sou desqualificado, eu sou humilhado, eu sou demonizado, eu me torno objeto. Sabe por quê? É porque eu estou num espaço em que essa casa diz ser casa de Deus, mas o amor não é o ponto principal da sua identidade, sim o sistema, os interesses.
É como se Pedro dissesse: "Vocês não foram chamados para construírem uma casa em que as pessoas sejam excluídas, expulsas, desqualificadas. violentadas, hostilizadas por conta de onde vieram ou por qualquer outra coisa. A epístola tá dizendo, a casa de Deus é um lugar em que não há hostilidade.
A casa de Deus é um lugar onde a violência é sepultada. A casa de Deus é um lugar onde há segurança. E onde há segurança, onde há acolhimento, onde há inclusão, onde há respeito pelas diferenças, ali habita o espírito da casa de Deus.
Isso é muito sério. Isso é muito sério, porque é possível que você esteja aqui ferido por espaços que não eram a casa de Deus. Louvado seja o Senhor, porque a gente tá aqui falando disso e acreditamos que a Ibab seja um lugar em que no coração de cada um esteja um único interesse tornar dia após dia esse espaço, mais do que uma construção, estrutura, mas uma casa onde Deus habita entre nós.
E se Deus habita entre nós, o amor é o nosso mote, o nosso refrão, a nossa música e é a partir dele que pensamos ser igreja. Louvado seja o Senhor por isso. Amém.
Amém. Então, um lugar seguro, um lugar seguro para as questões um lugar seguro para homens e mulheres. Aqui não importa a sua origem, você tem que chegar aqui e sentir família.
Não importa de onde você venha, não importa que tipo de gente você é. Aliás, aqui inclusive você vai ser melhorado. Às vezes você pode ser piorado, mas a ideia é que seja melhorado na relação com o outro, porque quem ama avalia, conversa, exorta, você aprende.
A casa de Deus é esse lugar em que você tem segurança de ser quem você é da melhor maneira possível. E se você continua lendo o texto, você percebe uma espécie de inteligência, sabe? Uma inteligência social.
Olha que coisa bonita. Sejam mutuamente hospitaleiros, sem murmuração. Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus.
É mais ou menos o seguinte, o que eu tenho não é meu. Sabe o que que é hospitalidade? Não sei se alguém aqui é dessa época, eu ouvindo o meu sogro, ele me conta que ele vendia livros, roupas, panelas.
Como que era o nome desse profissional? Quem lembra? Eu não lembro que saia pela Mascate, saía.
É interessante. Ele ia de casa em casa o dia inteiro. Na última casa ele pedia pouso.
Já ouviu falar nisso? Tem pouso aí? Era tem.
Aí ele dormia lá. Imagina isso hoje, hein? Tem pouso aí?
Pode levar. Tempos diferentes. Tem pouso.
Ele sentava, jantava, dormia, tomava o café e deixava alguma coisa para aquela família. Como uma Não era uma um sistema pensado pelo Estado, entende? Era um jeito de funcionar, uma inteligência social.
Aí você pensa, ué, mas qual a importância disso? Total, porque em alguns bairros, algumas cidades, não chegaria a mercadoria se não fosse assim. Então, as condições exigiam isso, que a hospitalidade fosse um tipo de centro de cuidado.
No mundo antigo, a hospitalidade era ainda mais profunda, porque não existiam, nem todo mundo podia ficar no hotel, não tinha muito hotel, era casa. Então, quando você recebia alguém na sua casa, você estava dando uma dinâmica de cuidado no mundo. Não sei se vocês se lembra daquela história de LW.
Lembra da história de LW recebe estrangeiros em sua casa? Ele chega a dizer o seguinte: "Os caras querem querem violentar os seus hóspedes. " Ele oferece quem?
As filhas. Por que que ele oferece as filhas? Que coisa louca, né?
Porque ele vai oferecer as filhas porque naquele mundo a hospitalidade era tão séria, tão séria, que dava sentido à organização social. Sem hospitalidade o mundo não funcionaria. E seria uma baita de uma humilhação.
E uma coisa, tá? Aqueles homens não são gays, viu? Só para entender, só para que vocês entendam, o problema ali não é sexual, o problema da hospitalidade.
Eles iam violar. Tanto que o pai oferece as filhas. Violem as minhas filhas, mas não violem os meus hóspedes.
Imagina isso, o lugar da hospitalidade. Tempos depois, no profeta, no profeta Ezequiel, ele vai dizer que Sodoma e Gomorra pereceram porque não amaram, não foram justos, não foram hospitaleiros. Este, estes grupos aqui agora, vejam, sem casa, sem lugar.
Aí Pedro diz: "Sejam hospitaleiros. O que você tem, sirva, dê, participe, permita que as pessoas fiquem na sua casa". É uma inteligência social.
Olha que coisa bonita. É a igreja como um grande sistema de cuidado, de preenchimento dos espaços e aí de ausências. Ausência de casa, a igreja tem casa.
Ausência de serviço, a igreja tem serviço. É por isso que pertencer a essa casa é pertencer a um projeto em que você faz parte. E hoje tem várias categorias de gente que faz parte.
Sabia disso? Tem os consumidores. Mas vamos ver em qual você se enquadra.
Tem os consum. Que que é o consumidor? Eu venho, participo dessa comunidade porque tem um produto que eu gosto.
Eu venho consumo e vaso. Não quero saber de nada, a não ser satisfazer o meu desejo de consumir. Amém.
É um lugar. Tem além do consumista, tem o espectador. Eu venho só para ver.
Vamos ver se esse pessoal vai falar alguma besteira aí hoje. Vamos ver se tem algum corte para fazer para jogar na internet aí. É espectador, tem um religioso.
Eu preciso pertencer a uma comunidade de fé porque senão eu vou pro inferno. A minha filha, os meus filhos precisam estar numa igreja. Já viu essa história?
Eu preciso entrar e sair. Eu tenho até, tem gente inclusive que tem até crise de abstinência quando vai num culto no domingo. Ficar nos mand semana não vai ser boa.
Eu não participei de nada da igreja, não fui nenhum encontro lá de ministérios, não fui no culto, não tomei a ceia. perguntou minha seia, eu preciso tomar duas ses agora para poder esse espaço, essa coisa é o grupo que é citado aqui por Pedro, que torna essa rede um lugar de cuidado de si, do outro, torna essa rede um cuidado daquilo para além de nós mesmos. Participa desses dessa dessa multiforme graça de Deus.
O que é seu não é só seu, é para o outro também. Aí a lágrima do outro me toca, o filho do outro se torna meu filho também de alguma forma. As minhas relações vão se tornando relações mais profundas, porque não tem como você ficar 30, 20 anos no mesmo lugar e isso não construir identidade, entende?
E que tipo de identidade eu construo dependendo do ambiente? É uma identidade egocêntrica, triunfalista, legalista, insuportável. Agora, se é uma comunidade saudável, se é uma casa saudável, se é uma casa em que a vida está acima de todas as coisas e que o respeito, a sensibilidade se tornam o mote, o refrão da nossa vida, se torna uma casa feliz, em que as pessoas se auxiliam, em que as pessoas olham para as outras, não como concorrentes.
Imagina, o mundo olha para o outro. No mundo, as pessoas olham uns para os outros como concorrentes. Na casa de Deus eu se chama de irmão, né?
A gente não faz isso mais, mas antigamente fazia, né? A paz do Senhor Jesus, meu irmão. Contar uma história para vocês aqui, um causo.
Eu me converti numa igreja que falar paz do Senhor era quase que palavra mágica. Você encontrava alguém, a paz do Senhor Jesus. Eu encontrei um pastor, eu novo convertido, e esse pastor não era da mesma denominação, era de uma denominação, era um presbiteriano.
Isso não faz mal nenhum, não faz mal ninguém. É um preseriano. Tem esse presbiteriano aqui, levanta mão até com vergonha assim.
Tem presbiteriano aqui. Aí, ó, eleitos do Senhor. Eu encontrei o pastor e dei paz do Senhor para ele.
Aí ele falou assim, ó, bom dia. Perdi a fé quase. Veja, numa comunidade, numa sociedade em que as pessoas se tornam se tornam concorrentes.
Eu estou num projeto em que eu chamo outro de irmão. Paz do Senhor, irmão. Em que oramos, ficamos aqui pegando os pegando os papéis e orando.
Gente, a comunidade é uma a comunidade de fé é uma inteligência social profunda. o Julian Spire, nosso amigo que escreveu sobre o povo de Deus, ele era um, ele é um antropólogo que foi pesquisar outra coisa lá na na no interior da Bahia e descobriu um negócio, descobriu que naquelas pequenas igrejas, naquelas primeiras pequenas comunidades, os filhos eram cuidados uns dos outros. A violência diminuía, havia uma rede de partilha.
É porque a casa de Deus é ir pertencer à comunidade, fazer parte. Não tem a ver de, não tem a ver com ocupar um lugar que eu sento ou como um grande espectador. É, é uma convocação para que a minha vida agora não se esgote mais em mim mesmo.
E é por isso que eu contribuo, é por isso que eu me integro, é porque a minha vida não é mais só minha, a minha vida é nossa. E o que eu tenho, eu sou mordomo. Olha que coisa bonita da tradição bíblica.
Mordomo como alguém que tem nas mãos, mas não lhe pertence. Só. Então, o filho não é só meu.
O que eu tenho, a profissão não é só minha. Eu sou médico, eu sou professor, eu sou engenheiro, eu sou qualquer coisa. Aí eu entro numa comunidade e este bem que eu construí se torna parte de uma rede de cuidados.
Aí nós vamos construindo famílias, nos casamos, né? Criamos amizades profundas, nos tornamos irmãos. A casa de Deus vai se construindo como um grande sistema, bonito, silencioso, bem estruturado, de uma outra lógica, não mais a lógica capitalista do mercado e do consumo, mesmo que muitas igrejas estejam entrando nesse negócio, mas é outra lógica.
Não é a lógica da compra e da venda, é a lógica do dar. Não é a lógica da competição, é a lógica do servir. Não é a lógica do ter, é a lógica do ser.
É a lógica da partilha, é a lógica da vida. Aí, como diz Atos dos Apóstolos, a igreja entrando na graça do povo e essa graça representa a presença de um outro mundo possível. Louvado seja o Senhor pelo projeto Igreja e Reino, porque constrói novas relações e nos faz gente diferente.
Amém, irmão. A paz do Senhor. E no fim, eu termino aqui, é um lugar de liberdade.
Olha o texto. Se alguém fala, fala de acordo com os oráculos de Deus. Se alguém serve, façam na força de Deus que Deus lhe dá para que em todas as coisas Deus seja glorificado.
Mas você tem, irmão, é natural. Se você faz, faz em nome de Deus. É um lugar em que você não precisa se mergulhar em obrigatoriedades opressoras, sabe?
Pô, tem igreja que é chato demais, tem comunidade que é chato demais. Você se sente quase que um quase que um, né, um funcionário aí funcionário de Deus, mas às vezes esse Deus tem dono, né? gente que não consegue, não consegue ter uma vida social em paz, porque a igreja, o sistema é começo, meio e fim.
Mas vamos dizer assim, ó, é liberdade. E não é uma liberdade para mentir, uma liberdade pro mal, é uma liberdade pro bem, pro serviço. A a casa de Deus, o reino de Deus é o reino da liberdade.
É um reino que te convida a fazer família, a construir espaços, porque você entendeu o que é o melhor. E liberdade tem a ver com responsável. Não há espaço para legalismo, entende?
Faça porque Deus faz. Se não fizer, Deus não faz. Isso é quem gosta de dominar.
Isso é bom para quem gosta de dominar, sabia? Arrancar liberdade, você domina se você não fizer Deus pés à mão. E para nós pastores, isso é uma, isso é bom, sabia?
Você dominar pessoas é muito poder. Na Oicosteu não há dominados e dominadores. Na Oicosteu tem gente livre em Cristo Jesus.
E a fé se torna a experiência da liberdade, de uma vida madura e saudável, em um sistema profundamente estruturado na irmandade, na partilha, na solidariedade. Nós estamos completando 88 anos de existência, essa OIOSTU, esse caminho não pode ser um caminho de obrigatoriedades infantis. Esse caminho tem que ser um caminho da liberdade, da graça.
Porque a Porque onde há a graça, onde há o espírito, há a liberdade. E se há liberdade, o espírito de Deus que é livre nos convida para uma existência mais saudável, madura e santa. Viva Ibab!
Louvado seja o Senhor. Somos casa de Deus. Casa cheia do espírito, cheio da alegria, cheio da paz, misericórdia, numa rede social inteligentíssima que tem Deus como Senhor, que nos chamou a sermos irmãos e irmãs para a glória dele.
Amém. Amém. Amém.
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