DEUS É O ASILO DA IGNORÂNCIA / ESPINOSA

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Doxa e Episteme
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[Música] sejam muito bem-vindos ao doxa e episteme hoje temos mais um episódio do bloco mundo das ideias com o tema antropomorfismo como redução à ignorância Baru de Espinosa hoje Vamos explorar um conceito fascinante e fundamental na filosofia de baruc de Espinoza o antropomorfismo como redução à ignorância Espinoza um dos grandes pensadores do racionalismo argumenta que muitos preconceitos humanos nascem da tendência natural de atribuir características humanas à natureza e a Deus Espinoza critica a visão comum de que tudo na natureza inclusive Deus age com um propósito específico para beneficiar a humanidade ele expõe como essa crença
leva a um ciclo de ignorância onde explicações sobre o mundo e os eventos São distorcidas para se encaixarem em preconceitos humanos vamos analisar como essa visão antropomórfica reduz a nossa compreensão do mundo vamos refletir sobre como as ideias preconceituosas sobre a natureza e a divindade moldam nossas percepções e decisões todos os prejuízos que me cumprem indicar dependem de um só a saber os homens supõem comumente que todas as coisas da natureza agem como eles mesmos em consideração de um fim e até chegam a ter por certo que o próprio Deus dirige todas as coisas para
determinado fim pois dizem que Deus fez todas as coisas em consideração do homem e que criou o homem para que este lhe prestasse culto é isto que antes de mais passarei a examinar indagando em primeiro lugar a causa porque quase toda a gente da aqui a tal preconceito e é propensa naturalmente a abraçá-lo a seguir mostrarei a falsidade dele e finalmente direi como daí nasceram prejuízos acerca do bem e do mal do mérito e do pecado do louvor e do vitupério da ordem e da confusão da beleza e da fealdade e outros do mesmo gênero
não é este de certo o lugar adequado para deduzir tudo isto da natureza da mente humana Bastando agora que eu tome por fundamento o que por ninguém é posto em dúvida a saber que toda a gente nasce ignorante das causas das coisas e que todos desejam alcançar o que lhes é útil e de que são côcos com efeito disso resulta em primeiro lugar que os seres humanos têm a opinião de que são livres Por estarem côcos das suas volições e das suas petências e nem por sonhos lhes passa pela cabeça a ideia das causas que
os dispõe a apetecer e a querer visto que as ignoram resulta em segundo lugar que os homens procedem em todos os seus atos com vista a um fim a saber a utilidade de que tem a petência daqui o motivo porque sempre se empenham em saber somente as causas finais dos acontecimentos já passados e ficam ilos quando as ouvem dizer certamente por não terem uma causa que os leve a propor dúvidas para além disto se não puderem porém vir a sabê-los por outrem nada mais tem a fazer do que voltem-se para si mesmos e refletirem sobre
os fins porque habitualmente se determinam em Atos semelhantes e desta maneira julgam necessariamente a compleição alheia pela sua própria Além disso como em encontram em si e fora deles bastantes coisas que são meios que contribuem não pouco para alcançarem o que lhes é útil como por exemplo olhos para ver dentes para mastigar vegetais e animais para alimentação sol para iluminar mar para o sustento de peixes são levados a considerar todas as coisas da natureza como meios para a sua utilidade pessoal e porque sabem que tais meios foram por eles e não dispostos daqui tiraram motivo
para acreditar na existência de outrem que os dispôs para que os utilizassem com efeito depois de haverem considerado as coisas como meios não podiam acreditar que elas se criassem a si mesmas e dos meios que costumam dispor para seu uso próprio foram levados a tirar a conclusão de que houve alguém ou alguns regentes da natureza dotados como os homens de liberdade e que cuidaram em tudo que lhes dissesse respeito e para sua utilidade fizeram todas as coisas quanto a compleição destes seres como nunca ouviram nada a tal respeito também foram levados a julgá-la pela que
em si notavam daqui haverem estabelecido que os deuses ordenaram tudo o que existe para uso humano a fim de os homens lhes ficarem cativos e de serem tidos em suma honra dde o fato de haverem excogitar conforme a própria compão diversas maneiras de se render culto a Deus para que Deus os estime acima dos outros e dirija a natureza inteira em proveito da Cega apetição em insaciável avareza assim este prejuízo tornou-se em superstição e lançou Profundas raízes nas mentes dando origem a que cada um aplicasse o máximo esforço no sentido de compreender as causas finais
de todas as coisas e de as explicar mas com quanto se esforçassem por mostrar que na natureza nada se produz em vão Isto é que não seja para proveito humano parece que não deram a ver mais do que isto a natureza e os deuses deliram tal qual os homens repare-se se me permitem a que ponto se chegou no meio de tantas coisas profícuas da natureza não podiam ter deixado de deparar com bastantes que são tais como as tempestades os terremotos as doenças etc e estabeleceram que tudo isso acontecia porque os deuses se irritavam com ofensas
que os homens lhes tivessem feito ou com pecados cometidos no culto Divino embora a experiência de cada dia protestasse e patente asse com exemplos sem conta que os eventos benéficos e maléficos atingiam indistintamente indivíduos dos Devotos e ímpios nem por isso abandonaram o inveterado prejuízo foi-lhes mais fácil colocar isto no número das coisas cuja utilidade desconheciam E assim se conservarem no estado presente e nativo da ignorância do que destruir toda esta construtura e pensar numa nova daqui assentarem por certo que os juízos dos Deuses ultrapassavam muitíssimo a capacidade humana vem a propósito não deixar sem
reparo que os sequazes desta concepção que ao consignar em fins às coisas quiseram dar mostra do seu Engenho lançaram mão de um novo teor de argumentação a saber o da redução à ignorância que não a redução ao absurdo o que mostra que esta concepção não tinha nenhum outro recurso probatório com efeito se por exemplo uma pedra cair de um telhado sobre a cabeça de alguém e o matar demonstrarão da seguinte maneira que a pedra caiu para matar esse indivíduo se não caísse com tal fim por vontade de Deus Como É Que tantas circunstâncias Pois na
verdade é frequente concorrerem muitas simultaneamente poderiam dar-se encontro naquela queda responder se a talvez que o acontecido ocorreu porque o vento soprou forte na ocasião e o indivíduo de fazer caminho por esse sítio insistirão porém por soprou o vento na ocasião e por que é que o indivíduo tinha de passar por esse sítio nessa ocasião se se retorquir que o vento se levantou na ocasião porque no dia precedente com o tempo até então calmo o mar começara a agitar-se e o indivíduo havia sido convidado por um amigo replicar de novo dado não haver fim ao
perguntar por é que o mar se agitou e o indivíduo fora convidado para tal ocasião não cessando de perguntar as causas das causas até que o interlocutor se refugie na vontade de Deus Isto é no asilo da ignorância pois bem por hoje é só caso tenha gostado dê aquele like Maroto assine o canal E compartilhe com os amigos um forte abraço e Vitória sempre no canal do pensamento debatendo a existência a busca do conhecimento é a nossa resistência [Aplausos] resistência a nossa resistência sim
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