e começa agora elétrica pamonha por instantes felizes virginais e repetíveis [Música] e o Olá meus queridos esse é o nosso inédita pamonha de toda quinta-feira podcast de reflexão sobre a vida patrocinado por esquema técnico do Brasil bnp paribas asset Management e pro fiz aqui em São José a empresa era grande e ali antes de mim falava um vendedor vendedor premiado vendedor aplaudido vendedor que sempre ficava com os melhores prémios as viagens dos carros e os grandes salários o vendedor passou a executivo e ali ele antes de mim se apresentava para os novatos aqueles que agora
estavam sob seu comando e ela então pedia para que todos contemplassem a qualidade da sua roupa O seu padrão de vida o quanto tinha progredido o quanto tinha começado lá embaixo na última fila bom graças a sua competência determinação arrojo e astúcia ou Vera conseguido tantos louros tantos aplausos e tanto reconhecimento o seu gestos sobre o palco chamavam em especial atenção tudo parecia pré ensaiado as mãos precisas de mais os passos pelo Palco simétricos hora para a direita ora para a esquerda era um exagero de precisão era um executivo absolutamente encarnado em um executivo assim
acreditando piamente ser o que é este indivíduo age como tal teatraliza como tal se apresenta como tal e por isso graças a chancela de todos os demais tem absoluta certeza de ser o que pensa ser esse indivíduo olhado por mim ali da plateia é completamente and algo lado em gaiolado na sua crença na Sua percepção de si mesmo vítima de uma personagem que não conseguirá jamais transcender aquele indivíduo efetivamente parece escravizado hora será mesmo Talvez ele continue livre Talvez ele continue podendo ir para outros lados abandonar aquilo tudo as garras sua roupa viver simplesmente montar
uma pousada tornar-se sacerdote quem sabe garoto de programa ou até jogador de futebol a liberdade ele continua tendo o que dá a impressão é que acreditando ser o que é e acreditando que a vida só pode estar alinhada ao que pensa ser aquele executivo se sente mais confortável sim porque diante de infinitas possibilidades haverá angústia angústia de ter que escolher um caminho a cada passo a cada segundo tem nada Porto e sem pedágio apagar a Pura Liberdade autonomia a soberania absoluta de cada passo viver livremente não não ele prefere ele prefere primeiro ser ele prefere
primeiro ser para depois viver abre mão de viver livremente para depois descobrir quem é a aquele indivíduo tão corajoso Na aparência tão covarde de fundamento faz questão de agir roboticamente acreditando estarem gaiolado numa identidade premiada numa jaula de ouro que ele faz jus só assim não precisará cogitar em outras vidas e assumir a responsabilidade da Autonomia que é a sua pelo seu próprio viver E aí talvez eu seja assim também Afinal sou professor professor absolutamente convencido do ser que me acompanha talvez eu continue livre para mandar tudo isso às favas palestras aulas podcast is leituras
livro talvez eu continue livre para ser agricultor jardineiro quem sabe pescador talvez até a mesma pousada em Búzios ou porque não um marinheiro Olha quem sabe até dono de uma casa de tolerância masculina porque não mas eu talvez tanto quanto aquele executivo faço questão de me aprisionar de mim Dai olar faço questão de acreditar ser um professor para aqui na hora de dar os passos decisivos as possibilidades de vida que reduzam se restrinjam e angústia assim diminua pelo menos um pouco afinal o professor e tendo que viver como o professor minhas dúvidas são Será que
voltarei a dar aula para alunos em sala de aula ou continuarei aqui diante do meu computador é uma dúvida a segunda é cumpro o livro pelo Kindle ou compro na Amazon no físico ou então quem sabe até quando autorizado possa ir até alguma livraria que tenha sobrado no meu país não não são poucas as dúvidas são poucas as dúvidas Definitivamente não passa pela minha cabeça para casa de tolerância nem bugios nem a vida de marinheiro tão pouco de agricultura o jardineiro eu sou mesmo é professor e aí restringir muito as opções e restringindo as opções
eu fico menos angustiado na hora de dar o passo seguinte eu sou mais ou menos como aquele executivo alguma diferença talvez haja porque eu pelo menos consigo me dar conta disso ele eu não sei não posso saber nunca conversei com ele acredita Eu acredito que ele não tenha consciência de que está aprisionado mas que continua livre continua livre fundamentalmente livre mas faz questão de se enjaular porque na jaula se sente mais seguro na jaula e sente talvez até mais feliz do que um seria se tivesse que assumir a dramática responsabilidade de justificar-se perante cada passo
dado tudo isso claro me faz lembrar de sar e o famoso o exemplo do garçom o garçom de café o garçom de café exagerava nos ter jeito de atualizar a vida convencido de que largar são agia como o garçom exageradamente garçom talvez até grotescamente garçom sim observaremos bem a sua garçonne se o garçom executivo o professor coloca um ser antes da vida e com isso passa o tempo até atualizando eu com a caneta BIC no bolso da camisa poluída o garçom a caneta BIC na orelha não menos poluída e já o executivo e se tem
uma momblan presente da empresa no bolso interno do paletó nada poluído Mas o problema continua claro sempre o mesmo a liberdade que é a nossa maculada por nós mesmos diante do que diante da Necessidade desesperada de ser alguma coisa para então poder viver [Música] E aí [Música] e isso me fez pensar em figura que conhecer é o contrário do executivo o contrário do professor contrário de todo aquele que se põe numa jaula alguém preocupado em viver alguém que fazia questão de afirmar nada ser porque só isso lhe daria asas para voar ele me contava que
um Colono português quem é morrendo aos poucos e havia deixado uma herança quando eu morrer menino levante o colchão tem um presente para você o menino que me conta a história chamava Antônio debaixo do colchão havia um punhal era a herança Antônio escondeu o punhal no oco de uma árvore ele próprio contou o caso ao Neto quando já tinha 80 anos momento que também o conheci Antônio um homem fascinante como se fosse um livro de histórias passadas na Ásia tinha já a cabeça branca os olhos redondos como de um pássaro de uma coruja o Magro
as mãos todas pintadas de mancha a boca Parecia ter uma vida própria dentre as largas e dava gargalhadas alvas e soltas balançava se é um andar como um navio no momento da aguagem arrancava dos bolsos lenços enormes como lençóis torcia Com estrepitoso Prazer espirrava sem medo pigarreava como um gigante contava casos e mais casos sem omitir as palavras próprias por mais feias que fossem era muito Limpo de testar o frio rícino mundo ria-se de si mesmo e vestia-se de preto da cabeça aos pés pareciam um homem do mar Antônio talvez tivesse nascido para a virilidade
de um marinheiro nos dias ásperos da Rainha Vitória mas deverá mesmo toda a sua longa vida ali nas Montanhas da Mantiqueira e ri quieto não parava em lugar nenhum desobediente sem método e sem a juventude mesmo na velhice não era marinheiro Antônio Antônio era Padre o padre que rezava depressa suas missas de madrugada um padre pai de 10 filhos e kizomba das beatas que o amor lá vão com escrúpulos bobos se era Padre numa motivo para risos de malícia da sua parte meu querido ouvinte porque António Moutinho de Souza Lima nunca infringiram os mandamentos da
castidade ordenou-se padre e depois de viu depois dos dez filhos abandonando assim sua vida de rabula não quis se isolar romanticamente num convento era um verdadeiro Padre do século do mundo Andarilho um padre da Rua do Sol da chuva da roça e da cidade sempre encontrado dentro dos vagões de estrada de ferro ou no lombo de um burro invariavelmente ia e vinha nunca se demorava sofria a tentação eu diria vertiginosa do despojamento Olá tudo que tinha todos os seus objetos imediatamente depois de comprados dava todos os presentes que recebi a dava dinheiro sapatos bengalas galinhas
oitões Livres brinquedos crucifixos breviários fumo de rolo porta níqueis de metal trançado Santos e santas tudo que podia ver e pegar a dia em suas mãos ultima vão os outros a receber suas ofertas 20 Mava mesmo em você fique com isso dava com a energia EA autoridade de quem toma da voragem de seus bolsos insondáveis via um menino saltado seu descaso a propriedade uma vez eu me lembro Antônio voltava no Alfaiate debate na nova encontrando-se com um colega de batina esfarrapada obrigou este Santo Vigário de Cristo a trocar com ele de vestimenta ante a relutância
impulse fisicamente tire aí rapaz essa batina e fique com a minha é uma ordem brigam nos seus e as vestes jamais conseguirão conter dos acessos indignação ela tava na beliche com e reprimido alegria as suas turmas físicas auxiliados com o uso da bengala porrete guarda-chuva o Gaúcha nunca matou ninguém mas viveu 83 anos para narrar dando risadas as suas valentinas a um genro que ele observou que ele nunca apanhava mais sempre batia apesar de não ser um homem robusto respondeu que seu sangue esquentava primeiro isso compensava as desvantagens aquelas outras de outras ordens das ordens
da musculatura e do preparo físico já octogenário atirou insultos de baixo calão um homem que um chamada de urubu depois de um encontro desajeitado ou descer do ônibus foi seu último round o rapaz seu neto tava no colégio interno Quando receber o telegrama da sua morte a caminho do refeitório com aquela fome extraordinária da pubescência que afinal não passada com a notícia triste entretanto se negou a comer o assistente perguntou se estava sentindo alguma coisa respondeu-lhe com orgulho e água nos olhos que não meu avô morreu Antônio Antônio é homem que conheci além das montanhas
da Mantiqueira Antônio Antônio não era professor não era executivo não era padre não era Valente António vivia vivia livre de asas abertas Antônio preferia antes a vida do que a definição morreu sem saber quem foi mas terá vivido vida Augusta vida Soberana degustando a cada passo a liberdade que sempre foi a sua A liberdade que é a de todos nós Um e esse foi o seu inedita pamonha um oferecimento de estima Chemical do Brasil bnp paribas R7 Minas jumento e profs achei beijo grande se gostou quinta-feira eu estou de volta valeu e se você ouviu
o inédito da Pamonha por Clóvis de Barros Filho trazido até você pela revista em inspire-se acesse [Música] www.revistaartesanato.com.br e nos siga nas redes sociais neste podcast Foi editado por radiofobia podcast e multimídia