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Video Transcript:
[Música] [Música] Olá boa noite sejam bem-vindos e bem-vindas ao primeiro seminário lei Sul oralidade e narrativas infantis esse evento ele está inserido no âmbito do compromisso Nacional criança alfabetizada que se refere a formação do projeto leitura escrita na educação infantil da região sul lei Sul projeto é coordenado regionalmente pelas professoras Simone Santos de Albuquerque e Daniele Marques Vieira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul já no âmbito Estadual em Santa Catarina a coordenação do projeto é feito pelas professoras jeis pits a col forado de Abreu e aina Helena Mafra da Universidade do Estado de
Santa Catarina já no Paraná pelas professoras Catarina moro geoconda g e Franciele ST da Universidade Federal do Paraná já no Rio Grande do Sul a coordenação Estadual é feita pelas professoras Gabriela Medeiros Nogueira e Caroline Braga Michel Esse seminário ele foi cuidadosamente planejado para que ao longo dos Dias 9 10 e 11 de julho sejam abordadas questões relativas à oralidade às narrativas e culturas infantis fundamentais para garantirmos uma educação infantil de qualidade que respeite os direitos mentais das Crianças desde bebês esse evento destinado ao público envolvido no Lee e demais interessados ou interessadas pela temática
será composto por três lives proferidas por renomados e renomadas professores e professoras pesquisadores e pesquisadoras da Educação Infantil bem buscando garantir que todos tenham acesso a essa ção formativa as lives serão gravadas e ficarão disponíveis no canal do lei su aqui no YouTube também contaremos na Live de hoje com a colaboração de dois intérpretes de libras salientamos algo muito importante que não haverá lista de presença durante os três dias do seminário mas ações formativas relacionadas com os conteúdos abordados ao longo desses três dias para formadores municipais e docentes da educação infantil do Estado do Rio
Grande do Sul ações relacionadas a essa formação serão encaminhadas conforme e cronograma a ser divulgado a Live ocorrerá da seguinte forma hoje a professora D Maria Laura Spengler terá em torno de 1 hora para fazer sua exposição enquanto isso vocês podem e devem então fazer perguntas relativas ao conteúdo tratado na Live utilizando o chat como recurso na sequência então vou fazer essa mediação do chat dando eh também a professora Maria Laura a oportunidade de responder as questões apresentadas assim o nosso teto Vai Girar em torno das 8:30 da noite eu Solicito que perguntas sobre questões
administrativas ou até pedagógicas relacionadas ao lei sejam feitas em outro momento para as formadoras estaduais articuladoras ou então para coordenação Estadual vamos utilizar nesse momento o chat para fins formativos e em diálogo com a professora Maria Laura especialmente sobre o conteúdo tratado por ela bem Gostaria então de apresentar os intérpretes de libras nós teremos hoje conosco O Jonas Godói que é intérprete do centro de ciências eh humanas e da educação da UDESC e Joab Barbosa intérprete do setor de tradução e interpretação também da UDESC e por fim mas não menos importante então apresenta a nossa
querida palestrante a professora Maria Laura posol Spengler que ela é mediadora e gestora de projetos literários na entre aspas Educação e Cultura Doutor em educação pela Universidade Federal de Santa Catarina o isk pedagoga pela Fundação Universidade Regional de Blumenau Furb com experiência docente na Educação Infantil nos anos iniciais e também no ensino superior ela é especialista em gestão escolar e interdisciplinariedade pela faculdade de Joinville e especialista em psicopatologia da Infância e adolescência pela Sociesc mestre eh pelo programa de pós--graduação em ciências da linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina e a vice-líder do grupo
de Pesquisas literalize grupo de pesquisas em Literatura Infantil e juvenil e práticas de mediação literária da UFSC e é também integrante do grupo de pesquisa coletivo Ciranda na UDESC tem experiência e formação de professores na área de alfabetização e letramento pequena infância e educação literária leitora volante da Fundação Nacional do livro infantil e juvenil então um belo vasto muito bom currículo aí para os abrilhantar na noite de hoje eu desejo então a todos e a todas um ótimo evento e passo ato contínuo então a palavra professora Maria Laura Olá boa noite Boa noite a todos
e todas que estão nos ouvindo numa noite chuvosa e fria Catarinense eh de terça-feira né Eh primeiramente Agradecer o convite das meninas do le Sul eh que organizaram esse evento tão interessante né Eu acho que importante paraa Nossa formação como professores das crianças pequenas que somos né então Eh espero termos uma noite agradável eu preparei uma fala tentando articular alguns conceitos que eu acho fundamentais pra gente pensar um pouquinho eh a aproximação da escrita e da leitura das crianças pequenas né pensando essa relação especialmente com a Literatura e com a importância do contato da cultura
escrita desde muito pequenos né Eh então eu vou colocar minha apresentação na tela peço paraa Gisele colocar e obrigada aos intérpretes de libras que estão ali eu prometo tentar falar não tão rápido Tá Jonas para não te acelerar então a proposta da fala desse dessa noite né ela ela articula essa construção do papel da Leitura mesmo e da concepção de leitura na educação infantil né porque eh vimos durante os últimos anos especialmente né uma eh uma um encontro de teorias a respeito da leitura e do que é o ato de ler desde a pequena infância
Então hoje A princípio eu pensei em focar nessa leitura na educação infantil Enquanto essa possibilidade eh Da ampliação de repertório de mundo né repertório de mundo repertório de vida e repertório de linguagem eh ampliação da oralidade dos aspectos linguísticos de da da fala e da escrita né e convido vocês então pra gente iniciar eh olhando um vídeo aqui que eu acho bastante interessante para pensar numa criança que não é alfabetizada né que não está em vias de alfabetização mas que se propõe a conhecer e a explorar a língua e as suas nuances a a a
qual é a palavra amor a amor a amor então essa pequena se chama Maria Gabriela né e eu tenho autorização do vídeo porque é minha sobrinha né e a Maria Gabriela não na escola mas em casa uma criança com acesso a material escrito né em volume quantidade qualidade que é o mais importante então como uma leitora desde bebê Aia gabria explora as possibilidades da linguagem escrita a partir da curiosidade mesmo né porque ela percebe que existe uma condição social para a compreensão da língua e portanto ela também se sente convidada a explorar isso né ah
e convido aqui a gente pensar um pouquinho né sobre esse contato da criança com a linguagem escrita na educação infantil Quando a Mônica Batista que é uma pesquisadora importantíssima da área né da leitura escrita na educação infantil e também da literatura que ela nos nos provoca a pensar que a linguagem escrita na educação infantil né esse trabalho com a linguagem escrita e aqui jamais a gente tá falando de uma sistematização de alfabetização a gente já vai voltar nesse assunto daqui a pouco né ela se justifica porque a gente considera que a criança desde muito pequena
É sim uma produtora de Cultura né E essa produção de Cultura se dá eh na interação que ela vai estabelecendo com o mundo com as outras pessoas com a linguagem com as palavras com o material cultural ao qual ela é exposta né a escr a escrita é portanto esse elemento importante da Cultura né Eh da cultura do mundo como um todo e se a criança está interagindo com ela ela certamente vai ter curiosidade na sua compreensão e também vai poder se apropriar disso que para ela é tão importante né Eh e pensando um pouquinho aqui
nessa brincadeira e eu já vou voltar para vocês a uns conceitos bastante elementares sobre as questões da escrita e da Leitura na educação infantil eh eu pensei nesse livro da Patrícia aerb que é um livro que já tem uns três ou 4 anos a Patrícia aerb é uma autora conhecida né ela tem bastante publicações pela Brink book inclusive de livros da Imagem e a Patrícia escreveu esse livro que eu acho que ele pode nos nos dar um um um repertório para entender alguns conceitos que daqui a pouquinho a gente vai est né então eu escolhi
alguns trechos do livro que se chama já sei ler e ele começa assim hoje é um dia importante eu descobri o segredo se a ficha pedir eu completo já posso escrever as minhas cartas se não entenderem eu ponho legenda e lá no desenho dessa criança que está aprendendo a ler ele escreve dragão que cospe calda de morango se esquecer a lição eu resolvo Então se a gente observar essa ilustração aqui né no lado esquerdo da ilustração a gente tem uma lista ali de nomes e números que são Possivelmente telefones se o recado importar eu aviso
então lá do lado esquerdo também da ilustração né um recado que diz ael ligou se a noite chegar eu viajo se o carro seguir um sorriso por que que eu trago esse livro para vocês pra gente pensar um pouquinho né sobre a importância fundamental que é observar as questões da relação da criança com a escrita especialmente com as coisas do seu cotidiano né então nós temos uma criança que tá aprendendo a escrever e a ler aqui num primeiro momento a partir do seu nome que o nome a meu ver é o texto mais completo para
que a criança conheça e se relacione com a língua né Depois nós temos uma ficha para ser preenchida uma carta para o Papai Noel a legenda do desenho uma lista de nomes e telefon um bilhete deixado numa mesa um livro antes de dormir né então são todas essas possibilidades do contato social com a escrita e isso é fundamental para que a criança compreenda a relação da palavra com aquilo que é dito e com aquilo que ela pode escrever no futuro né e aqui eu trago mais um vídeo para vocês também vídeos familiares para termos autorização
né que é o Luca fazendo a leitura de um livro que quando ele era pequeno ele tinha muita muita afinidade Ô pode ver que vem na tua falta rinho de vontade a tua V Tá limpa como de possível eu faço cocô no pinico no pinico no pinico e vai ele vai COC cocô então quando o Luca era pequeno né E estava no seu processo de desfraude Esse foi um livro bastante importante né para sua construção de repertório sobre o momento que ele estava vivendo e sobre a literatura em si Então esse livro que é conhecido
né Eh mostrando que os animais têm dentro da sua fralda eh o Luca de tanto ouvir lógico Já repete essa narrativa né Eh conforme aquilo que ele acha importante para ele naquele momento mas muito mais que isso ele constrói um repertório de mundo e um repertório a respeito de si mesmo né e o que que esses dois livros dizem a respeito essas vivências literárias né Eh Nós temos dois conceitos que nós precisamos compreender aqui pra gente pensar nas escolhas literárias para as crianças pequenas e nós temos duas concepções de infância que se articulam e que
por vezes se repetem e elas às vezes têm Aparecido com uma certa frequência Então essas duas imagens que eu escolho aqui para vocês né Nós temos eh na imagem da esquerda aquele quadro conhecido que se chama princesa Margarita né na direita nós temos uma criança brincando com suas galochas coloridas numa poça d'água para representar um pouquinho de pensar Qual é o nosso olhar para essa concepção de infância que a gente tá olhando né porque esse olhar que a gente olha para essa concepção de Infância diz muito a respeito do modo como a gente constitui a
produção da cultura com as crianças e com as infâncias as quais nós temos contato né de um lado esquerdo quando a gente olha essa imagem dessa criança vislumbrada a partir de uma ideia de uma miniatura de um adulto né a gente eh parte de uma concepção de que a criança a tudo precisa ser ensinada e quando a tudo ela precisa ser ensinada eu estou olhando para ela a partir de um olhar adul cêntrico mesmo dizer olha eu sou essa pessoa que sabe tudo e você criança inocente uma folha em branco precisa ser ensinada de todas
as coisas do mundo essa noção de uma criança é uma concepção bastante esvaziada né uma concepção romantizada do que é uma infância ela ainda circula em alguns lugares que a gente convive e um desses lugares é a concepção da ideia do livro para criança né a criança que é Concebida como esse ser que precisa ser ensinado pois ele está em falta todo tempo eh pressupõe uma concepção de uma literatura bastante conservadora no sentido de pensar a literatura serve para ensinar as coisas às crianças podemos dar vários exemplos disso como por exemplo livros que ensinam a
comer direito livros que ensinam as Crianças A escovar os dentes livros que ensinam à crianças bons comportamentos né hoje nós temos vários livros que ensinam sobre as emoções ele é uma ideia eh bastante antiquada de pensar a criança como esse ser humano que precisa ser amparado por um adulto que tudo sabe então uma criança que não tem repertório de mundo suficiente para compreender as temáticas que o mundo lhe apresenta por outro lado nós temos uma concepção bastante contemporânea do que é infância e aqui é uma infância com s no plural que são infâncias pois a
gente pressup põe que as crianças vivem infâncias diferentes mesmo crianças que moram na mesma casa e foram criadas por mesmos pais vivenciam infâncias diferentes são crianças que são compreendidas como sujeitos de cultura e sujeitos de direitos né E por ser sujeitos de direitos Elas têm direitos de conhecer o mundo a partir de seu repertório né então quando a gente pensa nessas infâncias em plur e infâncias nas suas pluralidades todas né Eu compreendo que a criança é sim uma produtora de cultura e por ser produtora de Cultura ela faz parte da Constituição do mundo contemporâneo né
E quando eu penso assim eu também mudo a minha perspectiva de pensar que livros Eu ofereço às crianças para que elas possam ampliar seu repertório a partir da vida né E isso nós podemos trazer muitos livros diferentes hoje em dia né são livos livros que tratam de temáticas que às vezes a nós adultos podem ser bastante assustadoras né então como por exemplo alguns livros que falam sobre a temática da morte ou da dor né ou da Separação dos Pais por exemplo são livros que parecem ser doídos e sofridos mas que podem trazer elementos para que
a criança constitua-se subjetivamente né constitua-se psiquicamente e crie repertório para lidar com as suas emoções eu não preciso necessariamente ensiná-la sobre as emoções Mas eu posso trazer elementos que coloquem ela a vivenciar as emoções e a compreender como elas se constitui então quando eu falo dessas duas concepções de infância que ainda percorrem os espaços educacionais os as institucionalmente a gente ainda percebe isso né então por exemplo quando a gente entra numa sala eh eu vou pensar aqui numa sala de alfabetização né num primeiro ano quando a professora recebe as crianças com a sala inteira pronta
o alfabeto todo colado na parede os números colado o cartaz dos ajudantes o cartaz de todas as coisas né ela não tá dando espaço para que a criança produa essa Cultura né então o principal convite quando a gente pensa na Cultura escrita e na leitura com as crianças pequenas é convidá-las a explorar e a construir essa cultura junto delas ao invés de trazer tudo pronto né Eh optando por trabalhar sim a gente pode perceber que as crianças através dos seus repertórios eh constrói eh seu processo de compreensão da escrita e da leitura a partir das
suas vivências a partir das suas experiências né Então se a gente pensar um pouquinho né Eh dessa criança aquela lá da esquerda essa aqui né que ela é vista por um adulto que ela tem que ensinar esse adulto para que ele seja alguém na vida adulta não que a gente não queira que eles sejam a gente quer muito que eles sejam alguém na vida adulta né mas quando eu olho para essa criança eu constituo a ela uma personalidade de uma ausência de pensamento de uma ausência de raciocínio né e caberá somente a mim ensinar e
preparar paraa vida adulta Mas se a gente olha para ela como essas crianças que são sujeitos históricos de direito sujeitos culturais ela vai aprender por meio das relações e das experiências que vivenci a gente precisa pensar numa outra organização pedagógica né para essa etapa e para as outras futuras então quando eu penso numa criança enquanto produtora de cultura e eu tenho que pensar nela enquanto esse sujeito participativo da sociedade não é e daí eu trouxe aqui eu comecei a pensar a gente tá falando de um processo aí de leitura e de escrita na educação infantil
né mas nós temos dois conceitos fundamentais e aqui eu trago eh pra nossa percepção um pouquinho do que a pesquisadora Magda Soares né que muitos de vocês devem conhecer a Magda Soares é uma das mais importantes pesquisadoras de alfabetização do Brasil desde o início da década de 1980 né né Ela traz a concepção de alfabetização e amplia essa concepção a partir do letramento da ideia de letramento né então Eh quando ela fala de alfabetização ela tá construindo esse conceito que diz assim olha o que que é alfabetização alfabetização é a sistematização da aprendizagem da escrita
então a alfabetização é esse processo no qual a criança vai com compreender a técnica da escrita e a alfabetização ela precisa sim ser ensinada né Por eh a escrita como técnica que é o que ela fala né ela diz assim paraa criança aprender a ler e a escrever ela vai ter que criar relações com os sons das Letras dos fonemas com grafemas ela vai aprender a decodificar pela leitura codificar pela escrita né existem outros elementos que também são importantes para alfabetização como por exemplo ela precisa aprender a segurar um lápis ela precisa aprender que a
escrita se dá de cima para baixo da esquerda paraa direita e esses aspectos técnicos são aspectos que se relacionam à alfabetização e para que ela aconteça é indispensável que exista um mediador desse momento né mas a a a Magda Soares ela diz assim mas para que a alfabetização se efetive existe um outro outro processo que vai acontecendo antes durante e depois dessa sistematização que é o que ela chama de letramento né para Magda Soares o letramento ele é o desenvolvimento das práticas para usar essa técnica né porque Como ela mesmo fala não adianta aprender uma
técnica e não saber usá-la então ela diz que o letramento então é o uso social da escrita né que é o momento em que a criança antes durante e depois ela sabe que a escrita funciona para alguma coisa então que essa função social se dá nesse lugar de dizer olha aqui a escrita funciona no momento da gente escrever um bilhete olha aqui a escrita funciona no momento de eu fazer uma lista dos meus colegas de telefone para que eles possam eh se comunicar olha só dá para fazer uma lista de mercado também dá para fazer
uma legenda numa obra de arte ou num desenho e tudo mais né E existe também a linguagem literária que a criança percebe já de se ela tem contato com os livros literários né os livros de literatura ela vai perceber desde muito cedo que a língua Tem uma função social também no livro de literatura ela diz olha essa língua eh trazida no livro ela vai desenvolver minha oralidade ela vai me fazer perceber as nuances os aspectos que se assemelham entre as palavras entre as rimas entre os sons né olha só existe uma lógica pra gente escrever
que quando a gente lê um livro A gente lê lê a letra da esquerda paraa direita de cima para baixo não é eh e ela fala então que as práticas sociais todas elas as mais variadas também exigem alfabetização né porque são dois processos não existe um antes do outro mas existem os dois que estão caminhando juntos mas o mais importante de tudo ela diz assim eu posso usar sim a escrita sem saber a técnica e aqui a gente entra muito especificamente no livro de Literatura Infantil né quando a gente pensa um pouquinho sobre o que
é Literatura Infantil a Literatura Infantil eh ela é o texto que é literário Nós temos dois tipos de livro que se eh encontram nos ambientes da escola e fora dela né Nós temos o livro infantil e nós temos o livro de Literatura Infantil o livro infantil é aquele livro que eu vinha falando para vocês ele tá lá ele é escrito paraas crianças ele tem um público determinado mas muitas vezes ele não trabalha com a linguagem da literatura ele traz informações para as crianças eles traz traz um aprendizado muito específico alguma coisa a ser ensinada para
as crianças então ele é o livro infantil mas ele não é um livro de Literatura Infantil o livro de Literatura Infantil por sua vez ele traz elementos da linguagem literária então ele vai brincar com as metáforas com os sons com a construção de personagem com a vivência na narrativa com a sequência narrativa no virar de páginas e para além disso a Literatura Infantil vai apresentar o mundo e diversos segmentos e aspectos do mundo a partir eh de uma função estética né O que que é essa função estética quer dizer ela vai trazer uma experiência literária
estética paraa criança que vai falar dela e do mundo né Então a partir do momento que ela se conhece se reconhece nesse lugar eh nesse espaço ela também reconhece outras pessoas outros lugares ela participa de outras vivências né E essa experiência se dá assim como fala o Jorge L Rossa por exemplo né que ele tem um texto que é muito interessante que se chama Notas Sobre o saber da experiência e ele fala que a experiência é aquilo que nos atravessa peça que nos modifica que muda o modo da gente olhar para o mundo e nós
como adultos podemos perceber isso muito claramente né então quando a gente tira por exemplo um sábado um final de semana para assistir uma série ou um filme que a gente gosta ou ler um livro que a gente gosta um livro literário quando a gente termina a gente diz aqui assim meu Deus isso aqui foi feito para mim isso foi escrito para mim eu precisava ter escrito isso ou quando a gente vê uma série e a gente sai com a cabeça assim enlouquecida com as informações e diz meu Deus o meu mundo mudou eu nunca mais
vou olhar para esse lugar dessa mesma maneira isso é essa experiência de atravessamento que a literatura é capaz de dar Ou aquele livro que ensina ele pode ter uma funcionalidade sim mas ele não traz pra criança essa ideia dessa experiência literária né dessa experiência estética que é esse atravessamento por aquilo que que a gente tem de mais humano né e o Antônio Cândido também que é um pesquisador de de crítica literária né muito conhecido em São Paulo ele foi professor da USP ele diz que o acesso à arte e à literatura é um direito humano
e como direito humano ele inalienável ou seja eu não posso alienar Esse eu não posso tirar das pessoas em lugar nenhum essa vivência estética se a gente pensar nesse lugar da escola né das dos centros de educação infantil das creches eh das bibliotecas públicas a gente precisa ter essa dimensão de que ao trazer para crianças essa literatura que é lúdica que traz a brincadeira com a linguagem que possibilita a construção da oralidade que constrói aspectos linguísticos importantes que ela é arte a literatura é arte e portanto ela não precisa ensinar o tempo todo né quando
eu atuo com as crianças eu tenho que ter muito clara essa concepção do direito à literatura né o direito à arte o direito à experiência estética e literária porque muitas vezes esse lugar da educação pública é o primeiro e único lugar que as crianças vão ter acesso a isso aos livros que são obra de arte e portanto funcionam para as crianças como uma galeria de arte né Vamos pensar em quantas crianças que a gente conhece que nunca terão oportunidade de entrar no museu de assistir uma peça de teatro de ir ao cinema muitas vezes né
Eu já fui a vários lugares que as crianças nunca tinham ido ao cinema então qual é a nossa função enquanto esses professores mediadores né de trazer pras crianças essa literatura eh que vai dar conta de possibilitar um repertório para que a criança se reconheça e reconheça o mundo né E que traga para ela aspectos eh de função estética né de arte mesmo de pensar arte né então ainda assim eh a Mônica Batista que também tem essa concepção de infâncias como como eu apresentei aqui para vocês mas que também tem essa compreensão da importância do trabalho
com a leitura e com a escrita na educação infantil ela coloca que esse trabalho com a leitura e a escrita ele precisa sempre ser coerente com o universo infantil com a forma lúdica de a criança construir significados para que faz para o que vê e para aquilo que Experimenta que ela tem o direito de ter acesso ao mundo da linguagem mas que isso não pode descuidar do direito dela de ser criança e que existem muitas maneiras de se respeitarem as duas coisas né e uma literatura um bom livro de literatura ele nos dá essa possibilidade
de trazer pra criança o contato com a leitura e com a escrita respeitando esse direito dela ser criança né então Eh o Anton compon que é um pesquisador francês ele tem um livro que diz Para que serve a literatura literatura para quê na verdade ele fala que o bom texto literário ele vai falar de mim e dos outros que ele vai provocar minha compaixão quando leio eu me identifico com os outros e sou afetado por seu destino suas felicidades e seu Sofrimentos são momentaneamente os meus né E você já deve ter tido essa experiência por
exemplo de ler um livro com as crianças e elas se reconhecerem naquele personagem de dizer olha sou eu sou eu que tô nesse lugar né se nomear nesse lugar e alguns livros possibilitam isso como por exemplo os livros de imagem né então nós temos eh algumas possibilidades de livro de imagem que trazem paraa criança a possibilidade de ela mesmo construir a história então o livro de imagem é aquele livro que traz a narrativa uma sequência narrativa uma história que vai contar sendo contada no virar de páginas mas que não traz a palavra escrita ainda assim
a criança tem a possibilidade de gigantesca de construir uma narrativa a partir do seu repertório então eu trouxe aqui para vocês um exemplo disso que eu já vou falar também eh outras Tá quase caindo tudo aqui então por exemplo né existe uma coleção de livro que alguns de vocês devem ter lá nas instituições porque ele veio na época do pnbs eu não me engano Em 2014 eu acho que a última vez está fazendo 10 anos né o último acero que foi enviado então Então esse livro Por exemplo que ele é um livro literário ele é
um livro de imagem mas também é o que nós chamamos de livro objeto Por que o objeto porque ele é um livro que traz as linguagens da literatura em formatos diferentes então o livro objeto que também pode ser chamado em alguns aspectos de livro brinquedo ele traz os formatos que vão ampliar a experiência de leitura por que ampliam uma experiência de leitura porque eles convocam o corpo da criança para participar também da Leitura Então esse livro aqui que eu trago que é do Guido van genesen que é o mesmo autor daquele livro da fralda que
vocês Possivelmente já conhecem né que se chama é um ratinho pela Editora Gaudi esse livro O que que vai acontecendo Então eu viro a página Vocês estão vendo eu virei ela de forma linear da forma como a gente conhece não é mas a partir da segunda página eu vou virando isso para o outro lado então nós temos aqui um ratinho com queijo e um pedaço do Narizinho dele ali Quando eu abro esse Ratinho se transforma em outra coisa então aqui eu já posso construir uma ideia narrativa aí o pinguim que também tem um pedaço do
do do nariz do Ratinho pode se transformar num rabo de macaco e o rabo de macaco pode se transformar numa cobra e a cobra pode se transformar num elefante então a ideia desse livro quando eu falo para vocês sobre o livro brinquedo ou o livro objeto é isso né O que que é boa literatura para criança a boa literatura paraas crianças ela vai possibilitar o encontro de linguagens Que linguagens são essas normalmente são três linguagens a palavra a ilustração e o projeto gráfico do livro que a gente chama de des então a palavra nesse caso
sem palavra mas também funciona como um livro literário né Eh Em alguns momentos vai vir sem palavra mesmo e as Crianças gostam muito desse tipo de livro porque ele possibilita essa constituição bastante autônoma né da narrativa eh e essa construção é o que a gente chama hoje de livro ilustrado que é esse livro que eu preciso fazer a leitura de todas essas linguagens para sua compreensão então por exemplo vou achar um outro livro aqui que eu também trouxe um livro eh objeto Deixa eu pensar mostrar esse aqui então aqui por exemplo né Nós temos o
livro do Guilherme carsten que se chama se eu tivesse asas por que que eu escolhi esse livro porque a gente tem as nos últimos tempos feito experiências de leitura com ele com mediação com crianças e essas mediações Elas têm acontecido eu já vou mostrar para vocês depois imagem sobre isso né que é a vivência da literatura enquanto eh não é caminho porque eu não gosto da da ideia do caminho né mas eh pensando lá no letramento da da magua Soares a gente pode usar o termo do letramento literário que também é um outro conceito que
funciona pra gente articular algumas ideias a ideia do letramento literário é essa de dizer olha a literatura Tem uma função social e o letramento literário eu posso possibilitar formas de que a literatura funcione como H esse espaço de diálogo de construção de repertórios né então a narrativa quando eu falo para vocês né a ilustração a palavra né E essa ilustração vai se construindo às vezes nas páginas duplas e o próprio objeto livro que é esse formato do livro né como ele é colado como ele é organizado o as informações que tem na capa as informações
na quarta capa aqui por exemplo né Eh isso aqui é o que nós chamamos de folha de guarda no livro que muitas vezes ele também pode ser lido né então na primeira folha de guarda desse livro do Guilherme a gente pode observar as nuvens as estrelas Então logo com o livro na mão as crianças percebem que nós estamos falando de uma passagem de tempo muito importante aí o livro todo termina quando ele termina nós já temos o dia que são as nuvens ensolaradas Pelo Sol da Manhã né com as com as aves e é importante
conhecer o livro para saber do Por que ele fez isso né que essas folhas de guarda também eh contribuem para a leitura da eh da da narrativa né paraa compreensão da narrativa que o Guilherme carsten traz e ele é um livro muito bonito que é um menino dizendo que que ele faria se ele tivesse asas para que lugares ele iria para que coisas ele faria e para onde ele volta iia depois né e ele termina dizendo ó vou fazer um spoiler depois vocês vão atrás do livro eh e ele percorre o mundo todo e ao
final do do livro ele volta pro ninho dele né Então quer dormir no meio do pai e da mãe e isso aqui gera diálogos muito interessantes com as crianças né sobre essas vivências da casa da família como é que isso se constitui quando a gente fala dessa experiência estética literária né Eh a gente pensa sempre que esse autor ele joga elementos para que a gente possa vivenciá-los né Então essa experiência estética ela vai se dar muito mais pela percepção do leitor né a partir dos caminhos que o autor deixou na leitura de sua obra Então
são pequenos elementos que ele vai deixando e que vai ampliando esse repertório né da vivência um conceito bastante interessante an quando a gente pensa assim tá tá Maria Laura tá falando isso tudo mas como é que eu escolho os livros PR as crianças a partir da onde eu vou como é que eu escolho Que tipo de livro que eu posso trazer pras crianças pequenas para que elas tenham contato com a produção escrita com a leitura e com a oralidade né Eh porque vamos pensar e quem já trabalhou com alfabetização sabe que quando a gente pensa
processos de alfabetização e letramento Conversando a gente precisa possibilitar PR as crianças três momentos bastante importantes né na vivência com a palavra escrita que é a oralidade ou seja falar sobre aquilo a leitura seja ela a leitura coletiva seja ela uma leitura individual e depois a questão da escrita se as crianças já estão alfabetizadas é uma escrita mais sistematizada e tudo mais agora se elas não estão ainda alfabetizadas a gente pode pensar na ideia de eh escritas eh escritas mais articuladas com a vivência pessoal das crianças né que é aquilo que a gente chama dessas
escritas espontâneas que muitas pessoas fazem né E que é muito importante para que a criança vá compreendendo essas relações da escrita aí existe um termo importante quando a gente pensa numa Constituição de uma biblioteca para as crianças que é o termo bibliodrama e ele é um termo que ele junta essas duas palavras mesmo vocês lembram lá da ideia de biodiversidade né que é a compreensão eh do conjunto da diversidade dos elementos naturais de algum lugar né e aqui a ideia de bíblio enquanto bíblio livro mesmo eh E ele fala da necessidade da diversidade na produção
editorial e nos acervos aos leitores em bibliotecas livrarias e outros ambientes inclusive na escola como é que isso se dá né Eh a ideia que ao escolher livros para as crianças eu trago eu traga para elas né diversidade de títulos diversidade de editoras diversidade de autores diversidade de ilustradores diversidade de formatos diversidade de idiomas e lugares do mundo Diferentes né para que a criança possa ter vivências diferentes então Por que que a gente pensa isso por exemplo Vamos pensar aqui enquanto adultos Algum de vocês já leu algum livro eh de alguma escritora eh africana uma
escritora de África seja de qualquer um dos países de África Ah vocês já leram livros de escritoras asiáticas escritores japoneses escritores neozelandeses isso fala da importância de gente perceber o mundo a partir de outros pontos de vista né então quando eu penso os autores por exemplo de livros escritos no Brasil ou traduzidos eu tô possibilitando a criança aumentar o repertório de mundo seja pela ilustração seja pelo texto escrito né então quando a gente fala nessa variedade das temáticas também a gente pensa em variedades de gêneros para criança que são os gêneros literários Então se vocês
olharem por exemplo literário né ele traz livros dos diversos gêneros literários então nós podemos pensar no livro de imagem nós temos para as crianças bem pequenas os livros de palavras-chaves que são aqueles livros que trazem os elementos E como eles são a a escrita de cada um deles nós podemos ter livros eh de textos em em verso que são livros parecidos com poema que podem ser livros rimados ou não nós temos livros em que são essas narrativas aqui como essa aqui por exemplo que eu disse para vocês né Eh nós temos livros informativos que são
esses livros que trazem as informações científicas nós temos livros de temáticas diversas por exemplo Hoje nós não podemos conceber uma organização de uma biblioteca que não traga livro das temáticas indígenas e étnico racial né a partir de escritores negros de escritoras negras ilustradores negros ilustradores negras e que tragam a temática de África eh e afro-brasileira né então nós temos leis que nos garantem que o direito a esse acesso esteja na escola né então isso tudo diz respeito à bibliodrama que o texto musical também pode ser um texto literário os livros de literatura dos mais diversos
gêneros e formatos e Organizações e autores nós podemos aproveitar as palavras desses livros para fazer brincadeiras com as palavras a contação de histórias que é diferente da mediação a gente já pode falar um pouquinho sobre isso também né a leitura compartilhada em voz alta que aqui se assemelha mais a questão eh próxima do que eu compreendo como mediação literária né Eh uso de quadrinhos por exemplo mas aqui a ideia de quadrinhos é pensar nesses outros gêneros textuais E essas práticas de leitura também podem se ampliar na ideia de práticas de escrita na educação infantil né
então nós temos a escrita espontânea nós podemos pensar num professor enquanto Escriba né a escrita de cartaz e crachá isso tudo eh com as a as crianças participando como produtores né criar espaços de escrita nesses ambientes né como os cantos eh organizados na sala que assim nas nos nos lugares que eu tenho frequentado isso é bastante frequente ainda né a ideia de cantos de leitura canto de brincadeira canto da matemática e assim por diante né o livro de literatura ele pode eh fomentar e provocar de diálogos né a partir de perguntas geradoras Então são diálogos
bastante importantes né e pensar nesses gêneros literários e textuais eh que fundamentam aí a possibilidade de ampliação eh oral escrita né das crianças a partir da linguagem a partir dos aspectos linguísticos todos que fomentam aí Aí eu trouxe aqui para vocês umas fotos das experiências que eu vivi esse ano com as crianças pequenas e muito pequenas a partir da leitura de livros de literatura Então esse projeto se desenvolveu como um projeto cultural né Eh fomentado por Edital de fomento a cultura aqui de Santa Catarina né nos nossos municípios em daal Timbó Blumenau Gaspar Canelinha e
Itajaí esse ano a gente fez então o que que é a ideia da compreensão da mediação literária né mediação eh existem eh vários pesquisadores né que trabalham com essa ideia da mediação literária mas a Yolanda Reis que é uma pesquisadora colombiana e que ela é coordenadora de uma biblioteca de bebês lá em na Colômbia e que se chama espantapájaros que se chama espanta pássaros né Essa biblioteca de bebês que ela coordena ela escreveu um livro eh que ela vai falando sobre esses processos da mediação da de leitura com os bebês e com as crianças Muito
pequenas e ela fala ela tem um conceito muito interessante que eu acho importante eu sempre tenho falado bastante dele né da Yolanda Reis que ela diz que a mediação da Leitura com as crianças Muito pequenas ela é baseada Num triângulo amoroso e ela usa a ideia do triângulo amoroso que é o quê é um adulto uma criança e e o livro e que essa conexão se dá como se fosse um triângulo mesmo né então quando eu penso na mediação literária Eu Tenho pensado sempre na figura desse mediador adulto que certamente tem um repertório maior do
que as crianças e que esteja preparado para fazer a mediação Então como é que acontece uma mediação o livro na mão o livro como objeto não é um PDF não é uma apresentação eh as turmas não não podem ser muito grandes então aqui uma das condições para as nossas mediações é Turma de 20 a no máximo 30 crianças porque vocês vão perceber aqui na sequência de fotos né eles começam o livro distanciados da gente e conforme a história vai acontecendo eles vão se aproximando para poder botar a mão no livro e a mediação se dá
nesse lugar né como é que eu crio isso eu crio isso fazendo situações de leitura todos os dias né ela precisa ser eh uma situação de rotina e ela não precisa ter um resultado depois essa leitura Claro que pode ter eu posso brincar com as crianças de construir alguma coisa a partir dela de fazer algum desenho a partir disso de construir um teatro a partir do livro ou eu posso simplesmente falar sobre ele né então trazer uma história contar uma história provocar as crianças para observarem as coisas na história e depois conversar sobre ela que
é isso que a gente tem feito nessas mediações então aqui vocês me vê segurando o livro carona que coincidentemente é um livro do Guilherme carsten também que é daqui de Blumenau né esse livro carona ele já ganhou o prêmio Jabuti acho que faz do anos ou três eh como melhor ilustração para crianças e eu já já vou mostrar para vocês porque ele me autorizou de fazer a leitura dele todos para vocês né então el essa leitura se dá sempre em roda as crianças como vocês podem ver elas vão se aproximando da gente então quando a
gente vê eles estão todos em cima porque eles querem participar desse livro eles querem participar dessa construção narrativa né então Aqui nós temos a história ali atrás é a Cíntia que é minha amiga que é é intérprete de libras também porque a gente acha importante que as crianças tenham acesso a Libras que que é muito importante também a Libras nesses momentos de vivência literária né de experiência literária e Aqui nós temos uma outra vivência com o livro Se eu tivesse asas então novamente as crianças sentadas em círculo e participando dessa construção narrativa aqui eu trago
algumas referências porque eu vou fechar a apresentação pra gente poder explorar um pouquinho os livros aqui tem o meu contato caso alguém queira Tá mas depois a gente volta a ele o Gisele minha querida se tu quiser me tirar pode tirar a apresentação me deixar na tela tá eh junto com o Jonas ó o Jonas que tá aí só ele ainda então tá bom eh a a ideia de pensar assim como é que a gente constitui uma experiência de leitura né Essa escolha ela se dá nesse lugar de bom O professor precisa ter repertório né
Eh O professor precisa conhecer Literatura e boa literatura ah Maria laora mas como é que eu faço como é que eu sei o que que tá sendo publicado o que que é nós temos várias possibilidades eu vou dar três aqui para vocês da gente acompanhar o que tem sido publicado no Brasil Especialmente nos últimos anos nós temos um prêmio que se chama cátedra Unesco de leitura Então se vocês acessarem lá internet busquem lá selo da cátedra Unesco de leitura pode lá eh vocês vão olhar eles eles lançam os melhores livros do ano nós temos uma
outra lista muito importante que se chama os 30 melhores livros para crianças da revista crescer todos os anos a revista crescer é aquela revista mesmo que faz reportagem sobre crianças e bebês eles publicam uma lista que é escolhida eh por curadores especializados dos 30 melhores livros e a última delas é o prêmio da Fundação Nacional do livro infantil e juvenil da qual eu faço parte como votante e esses prêmios Então se vocês procurarem lá prêmio Fundação Nacional do livro infantil e juvenil vocês vão encontrar as listas desse desse ano ainda não mas do ano passado
e dos anos anteriores e vocês podem ter acesso a esses livros né Eh então como eu falei para vocês eu vou ler a história do carona eh para vocês entenderem um pouquinho do que as crianças vivenciam né e depois pra gente pensar um pouquinho eh essas escolhas então o livro carona do Guilherme carsten né ele já começa com o símbolo da carona na capa como eu falei para vocês né Nós temos um eh as informações de capa e contra capa também são importantes porque nos ajudam a escolher os livros né então o carona do Guilherme
carsten as ilustrações do Guilherme são bem chamativas para as crianças porque ele tem esse aspecto bastante colorido né e as Crianças gostam muito dessa Constituição e ele começa assim nada pode dar errado com o seu plano traçado um surfista pronto as malas rumo à praia no feriado e lá se vai o Surfista empolgado um mergulhador prestes a casar esqueceu as alianças no fundo do mar me deu uma carona pois voltarei para buscar e lá se vão um mergulhador apaixonado e o Surfista empolgado um herói cansado de combater o mal decidiu ser um cidadão normal uma
carona por favor vou morar no litoral E lá se vão um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista empolgado um jacaré acreditava que mudar-se do Rio seria o melhor remédio só o mar para me curar deste tédio E lá se um jacaré entediado um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista menos empolgado um ladrão procurado para ganhar uma carona mentiu preciso ir à praia visitar o meu tio e lá se vão um ladrão procurado um jacaré entediado um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista intrigado uma policial de muito respeito desconfiou daquele
sujeito entrou aqui Alguém suspeito E lá se vão uma policial desconfiada um ladrão procurado um jacaré entediado um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista preocupado uma menininha de tão assustada mal conseguia falar moço por favor não deixe o lobo entrar e lá se vão uma menininha assustada uma policial desconfiada um ladrão procurado um jacaré entediado um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista chateado mas à frente um lobo com jeito inocente Pede uma carona também mas dessa vez é diferente e continuam os mesmos uma menininha assustada uma policial desconfiada um ladrão procurado
um jacaré entediado um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista apertado ainda falt o músico e seu pesado contra baixo com certeza aí dentro eu me encaixo e lá se vão um músico determinado uma menininha assustada um uma policial desconfiada um ladrão procurado um jacaré entediado um herói cansado um mergulhador apaixonado e o Surfista muito mas muito irritado de repente bum Opa isso não fazia parte do plano acho que o passeio foi pelo Cano mas também com tanta gente não roda que aguente e por lá mesmo ficaram o músico determinado a menininha assustada a
policial desconfiada o ladrão procurado o jacaré entediado o herói cansado o mergulhador apaixonado e o coitado do surfista desacreditado e se não há mais como prosseguir só lhes resta carona então se vocês observarem e depois em certo momento quando a gente vira a página e o texto já acabou a gente encontra o lobo dirigindo um carro e vindo em direção ao surfista e lá tá o Surfista dizendo assim pessoal tem alguém chegando e o lobo que foi o único Deixado Para Trás as Crianças gostam muito desse livro né por quê vários motivos né E por
que que eu escolhi ele para trazer porque eh a mediação desse livro ela brinca bom primeiro com os elementos do objeto né então a ilustração e esses personagens que vão trazendo o livro traz rimas que é uma construção linguística muito interessante paraa criança eh conseguir compreender e perceber as nuances linguísticas da repetição dos sons né ele traz uma história cumulativa que isso é muito legal para as crianças compreenderem essa ideia da construção narrativa né então eles são vários personagens que vão se alimentando e o final dele que é divertido né Então as Crianças gostam muito
porque elas dão risada Então se vocês lembrarem das fotos que estavam ali na apresentação antes né Eh as crianças ri muito porque elas acham muito divertido eem muitos lugares elas dizem assim tá vai ter a parte dois desse livro né que lógico o lobo tá vindo e eles estão esperando a carona por que que eu escolho essa ideia de mediação literária para falar para vocês ao invés da contação não que a contação não seja importante ela é importantíssima mas a contação de histórias ela exige do profissional contador de histórias elementos que faz com que ela
seja uma contação de histórias a mediação de histórias por ser esse triângulo amoroso que a Yolanda Reis fala ela nos coloca nós adultos e o livro em contato com a criança então eu não preciso ser um contador de histórias teatral eu não preciso usar elementos fantasias e tudo mais para que as crianças prestem atenção né mas eu posso com o meu corpo com a minha linguagem e com o conhecimento da História que eu tenho lógico porque eu preciso conhecer a história né eu não era uma história por exemplo que se eu lesse para vocês agora
nesse momento sem eh conhecer eu não ia conseguir fazer as nuances da voz as pausas o ritmo da Leitura como esse livro exige né então Eh o livro carona assim como outros pode ser uma construção interessante pra gente trazer pras crianças né Essa Ideia do livro do conto cumulativo e aqui eu trouxe outros pra gente pensar então Eh como eu tinha falado para vocês né existem outros livros objeto que são livr objetos que é mais difícil de achar em livraria mas a gente consegue comprar então por exemplo esse aqui que é o livro do João
protte né é um livro que vem dentro de uma caixa e dentro da caixa nós temos papéis e eu acho Isso aqui é uma excelente ideia para construir com as crianças a ideia de construção narrativa de escrita e de leitura são cartões que são separados e que cada um deles traz um poema diferente esse aqui ele é costurado a mão lógico porque ele é um livro mais artesanal então por exemplo o João ele vai trazendo a ideia do poema na mesma Praça ó aqui tem um poema aqui tem outro poema e aqui a gente consegue
abrir o livro e ele vai trazendo uma um livro de poemas né então é um livro objeto que se abre e que é uma possibilidade bem interessante de fazer com as crianças né delas construírem eh um outro livro Por exemplo que pode ser um livro objeto também esse aqui é uma excelente brincadeira porque ele é um livro literário e brincadeira que é uma lenga lenga que se chama tromba do Tino Tino Freitas e ele tem um elástico então ele vai contando uma história que ela vai descendo Então ela começa pelo lado contrário ela começa daqui
vai descendo descendo descendo até o momento que ela vira uma tromba e a criança pode colocar o elástico e brincar com uma tromba né e é um livro também que vai construindo uma linguagem bastante interessante Por quê eu vou mostrar aqui para vocês deixa eu ver aqui ele começa assim nasceu uma tromba gigante na cara do meu tio Zé a história que conto agora é verdadeira e dou fé para desdobrá-las alimentos de uma carta enigmática né então ó do Alto do seu nariz até a pontinha do P menos iche peixe pé Então olha lá nasceu
uma tromba gigante na cara do meu tio Zé Parece que foi Feitiço da velha Bruxa Salomé nasceu uma tromba gigante na cara do meu tio Zé e novamente Isso aqui vai fazendo trabalhando com essa ideia da repetição né das ideias das palavras sendo repetidas o tempo todo outro livro que também traz essa ideia se chama e o dente ainda doía e esse livro aqui ele já esteve num pnbe antigamente que é da Ana Terra que também é brasileira pela Editora dcl aí esse aqui da Tom tromba eu não falei né e o nome da editora
se chama babayaga Deixa eu botar aqui para vocês que caso alguém tem interesse eles TM uma página no Instagram e eles vendem os livros também tem para vender então a Ana Terra Traz essa ilustração tá ela diz assim um jacaré parado com cara de coitado não parava de reclamar ai ui ui ai Será que vou aguentar dois coelhos disputaram para ver quem era o primeiro que iria perguntar o que foi jacaré está doente não pequeninos estou com dor de dente dor de dente disse o segundo eu sei como resolver pegue essa cenoura e comece a
roer mas nada resolvia o jacaré roía a cenoura e o dente ainda doía e daí ele vai um conto também cumulativo porque ele vai 1 2 3 4 vários elementos né E vai sendo rimado com essas coisas repetidas aqui outros livros bastante interessantes e eu já vou me encaminhando pro final é a brincadeira com o alfabeto né então nós temos vários livros de alfabeto hoje em dia muito se publica com livros de alfabeto então nós temos por exemplo esse que cham os amigos do alfabeto que ele não tem nada de muito novo na sua concepção
né mas ele vai trazendo nomes e palavras que são bastante próximos da das culturas infantis né então ele começa lá Alice e Antônio Ana e Artur adoram açaí abacate e abacaxi aí vai lá pra letra B Opa desculpa pulei letra B tá aqui Bruno e Beatriz Bernado e Belinha gostam de comer batatinha e de bater figurinha cels e Catarina Caio e Clarinha sempre brincam de casinha e tomam canja de galinha e ele Vai brincando com essas palavras que são do do mundo né outro também eh que eu acho bastante interessante esse aqui que se chama
bicho letra que ele vai transformando as letras em bicho que é uma possibilidade legal para construir com as crianças também né então ele traz o texto rimado né ouço meado do gato pedindo leite no prato e lá tá o gato escrito com os elementos né então a palavra também vira imagem ou aí linda homenageando a nossa querida Roseana muray né que sofreu um acidente gravíssimo esse ano e já tá lá escrevendo poesia um livro mais delicado que se chama abecedário poético de frutas eh com as ilustrações da Cláudia Simões e ela vai trazendo todas as
frutas em forma de poemas né que para quem conhece a Roseana muray maravilhosa eh Ela traz esses livros ã nós temos também histórias que se aqui deixa eu contar para vocês esse livro aqui ele é de uma editora lá de Régio Emília Régio Emília que a gente conhece italiana né a rja Emília tem umas editoras que se destinam a crianças bem pequenas e crianças pequenas e esse aqui é uma das histórias eh de crianças bem pequenas que é a ideia de um cachorro que perdeu a cauda então ele se encontra eh com uma tartaruga e
ele pergunta Bom dia senhor cão Bom dia senhor tartaruga posso ajudá-lo Ah sim na verdade por acaso você viu a minha cauda e a Tartaruga diz a sua cauda está atrás de você e o cachorro gira e não vê a cauda né então é um livro bastante irônico e divertido também que as Crianças gostam muito né Eh outro que chegou bem pouco tempo esse livro foi recém publicado que se chama Olha o tamanho do a pela Editora estrela cultural né então eh ele vai brincando com a ideia das Letras né Eh e o tamanho das
letras na palavra é uma ilustração bastante diferente bastante interessante eh bom eu vou parar de falar que eu já passei o tempo né combinado como sempre isso é normal novamente agradeço a quem continua aí comigo né eu sei que eu falo rápido Desculpa os meninos aí é que eu fico empolgada e o tempo e eu vou vendo o relógio aqui que o tempo tá passando e tem muitas coisas para mostrar eh mas é sempre muito legal falar das coisas que a gente gosta né e o ideal seria umas 10 horas assim no mínimo pra gente
dar conta disso tudo Aline querida obrigada obrigada Jonas Desculpa o menino eu não lembro o nome do outro que ele não estava quando eu me conhecei então Maria Laura primeiramente muito muito obrigada eu acho que se fosse pra gente dar conta de 10% do teu acervo e a gente consegue ver aí por trás né esse teu cenário maravilhoso que eh dessa biblioteca particular que tu falas né a gente precisaria fazer tantos e tantos seminários Só para tentar aí pegar 10% de todo o teu repertório eh queria te agradecer imensamente acho que foi uma fala muito
potente muito encantadora muito mobilizadora para quem aqui esteve Então temos um público bastante diversificado composto por professoras no âmbito do do lei também por formadores municipais formadores estaduais Então a gente tem aí um grande número de sujeitos envolvidos com a educação da pequena infância e eu acho que de ouvir e aprender cada vez mais contigo foi um grande presente para essa noite fria né Eu acho que nos três estados que compõem a região sul a gente tá aqui com uma mantinha nas pernas porque tá realmente muito frio mas eu acho que a tua fala aqueceu
o nosso coração então queria te agradecer imensamente foram muitos os elogios e as questões colocadas no chat então Considero que as pessoas realmente gostaram muito da tua fala encontramos inclusive ex-alunos e alunas da Udes Maria Laura Isso é muito bom né eu f alunos da Udes eu vi gente aí que eu já fui banca de Mestrado lindas demais aí aham já vi eu tentei acompanhar mas era muita coisa né não consegui tudo e virg eu já morei isso tinha muita gente legal aqui ó Que bacana né Essa possibilidade do encontro né que esses encontros virtuais
nos proporcionam então foram muitas muitos comentários eu não vou dar conta aqui de de retratar todos mas queria Então um pouco né passar essa mensagem em relação aos agradecimentos do público que está nos acompanhando eh tenho aqui algumas perguntas que foram feitas ao longo do do encontro né encontro ao longo da Live E aí Considerando o nosso tempo né eu vou aqui colocar para ti não sei se tu preferes que eu coloque todas elas de uma vez ou que a gente eu coloco e tu vai dialogando porque elas elas não oi em ordem eu acho
que é melhor em ordem senão eu me perco eu não consigo Tá combinado então a primeira é do professor Edilson de Angela conhece Maria Laura Ah conheço esse bonito ele tá aí já ouviu falar já ouvi falar fo foi o primeiro a fazer pergunta professora Edilson pergunta professora Maria Laura prazer ouvi-la quero partir parhar uma questão nos acusam de espontaneísmo entre aspas na educação infantil dizendo entre aspas que não ensinamos nada as crianças pequenas o que nos diz sobre isso ai Adilson Então eu acho que nós temos um eh como eu falei né desses dessas
concepções de Infância iso se articula com isso também né Essas concepções de Infância eh que nos dão a condição de que a criança não precisa desse lugar eh educativo e a concepção da educação infantil que nós tivemos durante muitos anos também colabora com isso né Essa Ideia da Educação Infantil como um lugar de assistência né que ele não é um lugar educativo mas sim um lugar de assistência eu acho que muita gente tem feito né em relação a isso eh pensado e pesquisado né nesses movimentos do miab de garantir por exemplo eh os direitos das
crianças que já estão articulados mas que muitas vezes tentam se retirar eh eu acho que muito muito importante é que os professores da Educação Infantil tenham a condição de pensar no seu repertório teórico que ele é fundamental para que a gente possa construir um lugar de práticas educativas coerentes com os direitos das crianças né então eh Por exemplo quando algumas prefeituras tentam e elas têm conseguido eh colocar a ideia de organizações sociais por exemplo pro atendimento das crianças né Isso é um retrocesso imenso porque ele volta à ideia da concepção de que a educação infantil
é somente esse lugar de assistência Eu acho que o lugar mais importante é exatamente isso é o professor ter repertório teórico para ele primeiramente reconhecer esse seu lugar da importância da docência da criança pequena e muito pequena né e desse lugar como espaço educativo e desse lugar como espaço de construir repertório do mundo porque se o professor não tiver esse arcabouço teórico para ele fundamentar a sua prática ele vai continuar repetindo as práticas de assistencialismo ele vai continuar olhando para essa criança a partir desse olhar da falta né da criança que a tudo falta e
eu como adulto como adulto somente não um adulto docente né Desse Lugar da criança que precisa ser ensinada o tempo todo das coisas mais básicas da vida como a os valores e a moral e os bons costumes por exemplo a gente podia ficar aqui a noite inteira falando disso mas não dá sim sim maravilhoso obrigada Maria Laura a próxima é da lidian Fagundes ela pergunta gostaria de pedir se fosse possível um pouquinho mais de explicação sobre função estética sempre vejo esse conteúdo e tenho dificuldade em entendê-lo algumas sugestões de atividades uhum ah lid lid foi
Lidiane né Eh Lidiane Fagundes aham Liane Fagundes então a ideia eh da organização eh da da prática pedagógica a partir de um olhar estético né então se a gente vamos pensar de novo na na na na Tríade que sustenta educação infantil né que nós temos o aspectos éticos aspectos estéticos e aspectos políticos né quando a gente pensa nessa função estética eu acho fundamental a leitura do texto do Jorge L Rossa que eu tinha falado aqui de repente a gente escreve no chat ali depois né então quando a gente pensa a compreensão de um conceito de
experiência não só dele né eu tô falando dele porque ele fala bastante sobre essa concepção de experiência estética né mas a ideia do estético eh enquanto repertório de mundo mesmo e o estético não eu não tô falando de bonito e de feio não tá eu tô falando da construção a partir do direito do contato com a arte em si paraas crianças então quando a gente pensa nessa função estética a função estética ela nos dá a possibilidade da humanização eu lembrei de uma outra fala que a gente fez juntas também que a gente conversou sobre isso
depois podia mandar paraas meninas do lein eu vou vou te mandar que é a a a ideia de eh Enquanto Eu ofereço paraas pessoas e paraas crianças especialmente olhar para o mundo a partir de olhares outros a partir de pontos de vista eu dou a criança o direito da humanização que é eh saber que o meu papel no mundo ele é importante para mudar o mundo né então quando a gente pensa na literatura assim ó eh O que que a obra de arte que o livro didático me possibilita pode trazer PR as crianças o que
eu já falei repetidas vezes né hoje que é a ideia de eh trazer pra criança outras concepções de mundo outras concepções de vida outras concepções do humano Especialmente quando eu possibilitou pela vivência da bibli diversidade que a criança conheça elementos artísticos diferentes que ela conheça autores diferentes que ela conheça formatos diferentes eu tô dando para ela repertório artístico e esse repertório artístico me constitui enquanto ser humano e ele é direito né então a gente enquanto Professor Especialmente na educação pública a gente precisa estar nesse lugar da garantia do direito das Crianças terem acesso a essas
coisas e a experiência estética se dá exatamente nesse lugar como é que a arte me atravessa como é que a arte me modifica como é que a arte me faz vivenciar a minha humanidade como é que a arte me faz perceber a humanidade dos outros como é que a arte me faz ter empatia pelos outros de entender que aquela pessoa também faz parte desse mundo não sei será que eu fui Clara que eu posso filosofar bastante a respeito disso mas a gente pode sueros tá eu acho que tem umas coisas bem legais que dá para
enviar eu penso que sim eh Maria Laura eu vou só pedir licença antes de continuar aqui com as perguntas para fazer uma sugestão em relação à listagem dos títulos que foram apresentados por ti ao longo da noite né muitas pessoas estão pedindo E aí eh quem sabe a gente faz essa relação né de títulos e posteriormente à Live a gente consegue acrescentar essas informações na descrição do vídeo tá E aí também para quem está no no projeto né como formadora Municipal Estadual ou até professor a gente consegue publicar isso dentro do avamec tá então a
gente só pede um pouquinho dessa de paciência e a gente vai publicar essa lista na descrição dessa Live e depois posteriormente publicar dentro do avanc que tá vindo muitas perguntas as pessoas ficaram realmente muito interessadas então eu achei interessante depois eu já faço a lista para apresentar ali na descrição eu coloco Tod isso e a gente coloca ali perfeito obrigada E aí Seguindo aqui a Patrícia cé da Silva Ribeiro gostaria que exemplificar proposta propostas que dariam conta do letramento e fizesse uma consideração sobre entre aspas atividades isoladas e inadequadas de treino Vamos pensar já na
es né a Conseguiu dar conta ao longo da da fala né mas talvez pudesse não sei retomar um pouquinho eu acho vamos vamos pensar a Literatura Infantil né Enquanto essa proposta para letramento Porque existe um conceito também que se chama letramento literário a gente não tem como trazer tudo lógico porque uma hora é é pouco tempo né mas a ideia de letramento assim então por exemplo eh eu já vivenciei bastante coisa especialmente em estágio né com as meninas em eh de pedagogia eh e elas entram na turma do primeiro ano e elas acabam se se
decepcionando porque o que que a gente tem observado ainda mesmo com tudo o que a gente já estudou mesmo com tudo o que a gente falou a gente chega nas salas de aula das crianças do primeiro ano especialmente a gente encontra as crianças fazendo atividades descontextualizadas né folhas impressas que não trazem nada eh daquilo delas é descontextualizada mesmo né ão preenchendo Buraquinhos e preenchendo quadradinhos e alfabetização não é isso né letramento não é isso o letramento ele é ele ele se propõe a pensar como é que a escrita é usada na função social então assim
como é que eu vou fazer prática de letramento primeiro eu preciso pensar na função social da escrita então A criança precisa ter práticas de letramentos porque a gente até pode usar hoje no plural né porque são vários letramentos eh que Tragam informações do dia a dia para ela compreender para que que elas servem né então para que que serve a escrita para que que serve a leitura a leitura serve para eu escrever um bilhete a leitura serve para eu fazer eh a leitura de uma receita a leitura serve para eu me comunicar com as outras
pessoas para saber que aquele agenda que tá lá na creche a professora escreveu um bilhete que a minha mãe vai ler o bilhete que a minha mãe vai responder e que a escrita é uma forma de comunicação é fazer com que as pessoas se entendam né então toda prática de letramento ela precisa estar contextualizada a partir das vivências do que aquelas crianças gostam vivenciem eh mostrem interesse que é como a Mônica Batista fala numa daquelas falas né ela diz é possível sim por exemplo se eu perceber que as crianças pequenas T interesses coletivos porque novamente
a gente não tem como atender as crianças individualmente né eu não vou ter como dar conta dos interesses pessoais de cada uma das Crianças mas coletivamente eu posso perceber elementos que as crianças tenham um interesse próprio Qual é o tipo de brincadeira que elas fazem como é que eu organizo prática de escrita espontânea a partir daquilo há uma pesquisa sobre as brincadeiras vamos buscar livros que Tragam brincadeiras Vamos assistir vídeos que tenham brincadeiras que sejam anualizados com aquilo que elas estão vivenciando né então o letramento pode se dar a partir de diversos suportes ele não
precisa necessariamente ser a escrita pura e simples né mas eu posso trazer elementos e produtos culturais que Tragam esse contexto e apresentem para criança a possibilidade da escrita e da leitura a partir de práticas contextualizadas perfeito Ó tem gente que já te quer na formação presencial aqui em taja Maria Laura Acabei de acabei de ler uma notícia aqui bem seguindo eh a Karen pezim diz que alguns professores encurtam histórias adaptam palavras e não são fiéis ao texto do livro porque acreditam que dessa forma será mais fácil para as crianças compreenderem qual sua opinião sobre isso
eu acho que eu já vou emendar com a última Maria Laura porque tem tem relação que é da ele eleandra vem Brando as Produções em vídeo têm sido utilizadas para apresentar a literatura qual a importância do de contar histórias com os livros físicos e Como incentivar Então os professores a abrir mais esses livros e a gente encerra esse bloco de perguntas tá Eh vamos lá então quando a eleandra foi a última dos livros né Qual é a minha opinião a respeito do livro eh nada substitui o objeto nada substitui a vivência da leitura do livro
então por exemplo nós temos vídeos de livro temos temos vídeos de contadores de história temos são importantes são mas não sempre porque a vivência com abertura de um livro a própria virada de página me dá a condição de pensar que a história tem um tempo então quando eu viro a página eu dou pra criança o tempo do respiro para Que ela possa vivenciar a próxima informação quando eu viro a página se esse livro ainda melhor ainda se ele tiver na mão das Crianças as crianças também vão perceber que existe um movimento do corpo isso é
sinestésico né a criança sente o livro A Virada de página da possibilidade que ela sinta o livro e que a percepção do livro se amplie às vezes facilitar a história o que que eu tenho percebido nas mediações às vezes existem palavras que as crianças não TM no repertório e o que que eu faço eu paro e pergunto o que que elas que que elas acham que é normalmente elas já elas conseguem compreender o contexto da palavra pela narrativa né então eu não vejo necessidade de encurtar histórias para facilitar pras crianças eu acho que a gente
não pode facilitar as crianças precisam criar um repertório até psíquico né sobre as suas emoções sobre os seus sentimentos e acho importante que as histórias sejam narradas tal qual elas escreveram se no meio da narrativa eu perceber que existe uma palavra uma metáfora por exemplo que às vezes as crianças não tem repertório linguístico artístico cultural mesmo para compreensão eu posso parar e perguntar para elas o que que elas acham a respeito disso que que vocês acham Alguém sabe o que significa isso por que será que esse autor usou essa palavra por que que será que
essa palavra combinou com essa história né sobre os vídeos podem ser usados mas não sempre porque repito novamente né o contato com o objeto é fundamental para criar essa conexão com o objeto livro né e a formação do leitor diz muito disso então a gente viu por aí circularem muitos por exemplo Especialmente na época pós pandemia né A questão dos pdfs dos livros PDF não é livro às vezes eu posso usar para uma mediação a eu tenho uma turma muito grande eu não vou conseguir fazer ele sentar em roda e nesse momento para esse livro
eu optei em usar o pdf Ok mas traz o livro em objeto também né porque o livro o objeto livro me dá uma experiência de leitura que outros livros não dão então por exemplo esse aqui vou trazer mais um né já que tem ali mamãe coragem que é do Tino Freitas também com as ilustrações da Natália gregorini que é uma ilustradora que eu gosto muito a Natália e ele vai trazendo elementos como por exemplo aqui ó nós temos uma criança cadeirante e nem o momento o livro fala que essa criança é cadeirante Mas ela tá
ali na ilustração então a criança que tiver com esse livro na mão que tiver vendo esse livro ela vai ter essa percepção sem eu precisar dizer para ela que essa criança é uma criança cadeirante ela traz personagens negros protagonistas da história mas ela não escreve ali em nenhum momento olha essa família de pessoas negras Parará Parará não mas eles estão ali numa história linda que diz sabe o quê que as mamães precisam ter coragem quando as crianças vão paraa escola que é a mãe que precisa ter coragem e não a criança então ele diz coragem
mamãe coragem que eu tô indo pra escola mas olha logo eu volto tá lá as mamães na porta da escola né então esse esse estar com com um objeto livro Como para para finalizar né ele me traz eh o corpo também para a leitura né e a meu ver a escola seja ela eh para educação infantil seja pros anos iniciais ultimamente ela tem uma função que é primordial a meu ver posso estar enganada mas eu acho que é que é a de trazer pras crianças repertórios para além da aqueles que elas já vivenciam em casa
ou seja a gente sabe que algumas crianças estão com muito contato com as telas por exemplo elas estão vendo vídeos YouTube muitos vídeos desse bastante estereotipados que trazem elementos muito coloridos eh figuras já reconhecidas desenhos animados que são muito estereotipados poderia citar vários deles não vou citar né O que que o livro de literatura me possibilita que eu traga pra criança para além daqueles que eu vivencio eh que as crianças vivenciam em casa então por exemplo a meu ver hoje é inadmissível que um professor de Educação Infantil traga pras crianças músicas da Galinha Pintadinha porque
a Galinha Pintadinha Eles já têm em casa eles têm o tempo todo eu preciso ter o meu repertório de professora para conhecer outras possibilidades musicais para trazer pras crianças o livro do mesmo jeito a Galinha Pintadinha Peppa Pig e tudo mais eles já conhecem dos livros que eles compram no shopping da dos vídeos que Eles assistem no YouTube agora uma ilustração dessas eles só vão conhecer se eu trouxer o livro para eles eles não vão conhecer a Natália gregorini linda maravilhosa com essas ilustrações lindas se eu como professora não trouxer para eles se eu como
instituição né e coloquem o objeto coloquem põ as crianças para ler o livro A materialidade é isso aqui da seleção de perguntas Maria Laura acho que foram todas contempladas eh outras também vão surgindo e outras mais surgirão à medida que as pessoas ou vão retomar essa Live ou então assistirão pela primeira vez queria reforçar que a Live foi gravada Está Sendo Gravada e ficará disponível no canal do lei su aqui no YouTube não temos Não teremos lista de presença muitas de vocês perguntaram embora a gente já tenha marcado isso ao longo da Live né não
temos lista de presença e não faremos uma lista posteriormente e assim como também não terá um certificado específico para essa ação de hoje e nem para as ações que compõem o seminário tá então são os três últimos recados eh em nome do coletivo do lei su queria novamente te agradecer Maria Laura acho que foi um grande presente para todo mundo te ouvir e ter sempre para mim em especial sempre uma aula estar contigo então agradeço imensamente também em nome desse coletivo do leiu né a Regional professora Simone professora Daniele eh as meninas do Paraná né
a Franciele a a geoconda a Catarina a jeiza Eu e as meninas do Rio Grande do Sul então a Gabriela e a Caroline a gente te agradece demais acho que foi uma linda e potente abertura para um seminário que continuará ao longo da noite de amanhã e também da próxima noite então teremos ações 9 10 e 11 e amos rever todas as pessoas que aqui estão nas próximas noites é isso muito obrigada Se Tu Quiseres encerrar fica à vontade obrigada pelo convite à meninas É sempre bom tempo curto mas a gente tenta fazer o máximo
falar o máximo e deixar provocações né porque mais do que respostas é provocar eu acho que é importante os professores para pensarem a partir de outro lugar né Eh olhar para esses livros por exemplo para pra questão da da oralidade da leitura e da escrita a partir desse de outras perspectivas né então obrigada ao convite Obrigado às pessoas que estão aí quem quiser entrar em contato tá lá meu e-mail depois eu não sei se as pessoas anotaram né a gente deixa lá tá bom obrigada a gente deixa Agradeço todo mundo que esteve hoje à noite
e a gente se encontra amanhã à noite obrigada gente l
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