Salve meus cavaleiros, aqui é o Thiago, sejam muito bem vindos ao Impérios AD. Muita gente acredita que o inferno é um lugar onde as pessoas más Vão passar o resto da vida sofrendo nas chamas eternais. Mas em 1942, o inferno tinha endereço fixo: lá milhões de pessoas eram atormentadas num sofrimento que parecia ser eterno.
Naquele inferno, pessoas bons e ruins, culpados e inocentes sentiriam chamas queimarem seus corpos, suas vidas e das pessoas que amavam. O Inferno não era mais uma perspectiva para aquelas pessoas: ele era real e tinha nome: Stalingrado! Milhões de vidas foram brutalmente terminadas em meio a um caos nunca antes visto na história.
Na Batalha de Stalingrado os humanos provaram que são capazes de destruir aquilo que os definem pessoalmente: sua própria humanidade. Esse é Hitler, e esse é Stalin, ele nazista, e ele comunista eles estão prestes a assinar um documento. E quando um país comunista e outro nazista assinam juntos um documento, o que que você acha que acontece hein?
Em agosto de 1939 eles assinaram o “pacto molotov-ribbentrop”, que eu costumo chamar de o pacto demo-diabólico, onde deixava claro que eles não poderiam se agredir, porque eles queriam agredir outro país: Os nazistas e os comunistas invadem a Polônia e o mundo entra em guerra, de novo! E a União Soviética invadia, dominava, crescia e conquistava até que: Toc Toc, Hitler! De 1939 a 1941 o comunismo e o nazismo pareciam ter sido feitos um para o outro, só que bem no fundo Hitler detestava o comunismo.
Por isso em junho de 1941 o exército alemão invade a Rússia na Operação Barbarossa, mas são parados pelos russos. Com o coração partido, Stalin só tinha uma alternativa: Assim a Unão Soviética lutaria ao lado dos aliados. Mas a Alemanha estava mais determinada do que nunca a destruir os soviéticos: Polônia, Estônia, Bielorussia, Lituânia e Ucrânia já tinham caído diante dos nazistas.
E agora eles só tinham um objetivo em mente: Stalingrado. Por dois motivos, Stalingrado era a cidade de Stalin, e conquistar a cidade do líder e o poder industrial dela seria devastador pro exército russo. Então em 17 de julho de 1942 os nazistas chegam em Stalingrado em uma invasão colossal chamada de Operação Azul.
Os soviéticos tinham que agir, e imediatamente Mas Stalin e os russos sabiam que esse era só o começo! E os alemães não perdem tempo: a batalha começa com a Luftwaffe arrasando o rio Volga que era fundamental pra manter a cidade abastecida de suprimentos. Mais de 32 balsas foram afundadas e a travessia do rio completamente destruída.
Mas os alemães só estavam aquecendo: A Luftwaffe descarrega mais de mil toneladas de bombas arrasando a cidade inteira. Mas não tema: Stalingrado era de Stalin e o povo era de Stalin: Stalin proibiu os civis de fugirem da cidade: eles tinham que ficar e ajudar. Só essa ajuda ia durar pouco: A força aérea russa tentou contra atacar, mas pareciam aviões de brinquedo perto dos destruidores nazistas.
Os russos perderam 200 aviões em poucos dias e no final de agosto o céu de Stalingrado, era céu nazista. E no chão, mulheres e operários reforçavam as linhas de defesa contra os implacáveis panzeres, mas eram explodidos um a um: os tanques deixavam o caminho livre para o Grupo de Exércitos Sul que terminariam de cercar a cidade. Os soviéticos ainda tentaram parar o avanço com 120 tanques, mas 30 deles foram destruídos pela luftwaffe em pouco tempo.
A ataque alemão era tão feroz, que a expectativa de vida de um soldado russo era de 24 horas. Mas Stalin tinha um lema: homens! ” Sem alternativa os russos ficavam, os russos morriam, e asbaixas cada vez maiores do lado soviético.
E pra conter o avanço dos panzeres, da infantaria alemã e da luftwaffe, os soviéticos só tinham uma alternativa: Os russos avançavam, e caiam; um após o outro, A máquina de guerra nazista era insuportável. Mas quanto mais russos caiam, mais surgiam, e assim os dois exércitos se encontram cara a cara pela primeira vez, iniciando um combate corpo a corpo brutal e desesperador: A luftwaffe e os panzeres não podia fazer nada: se atirassem poderiam matar seus próprios homens. A determinação e sacrifício dos russos pagou seu preço!
Relatos de soldados alemães mostram que eles brigavam por salas, quartos, cozinhas, e até banheiros para avançar nos territórios. Em apenas um dia, cerca de 20 mil homens foram mortos, 10 mil de cada lado. Em seis horas de combate a estação de trem de Stalingrado mudou de mão 14 vezes.
O combate corpo a corpo ficava cada vez mais sangrento, com soldados literalmente se esfaqueando com baionetas. Num dos combates mais impressionantes da batalha, o pelotão de soldados comandados pelo sargento Yakov Pavlov, transformou o prédio de apartamentos em um castelo impenetrável, com minas em volta do prédio e metralhadoras nas janelas. Durante dois meses seguidos eles dizimavam ondas e mais ondas de nazistas, e a cada semana eles precisavam sair e retirar os corpos empilhados para não atrapalhar a visão dos atiradores.
Diz-se que morreram mais alemães tentando tomar o prédio, do que na invasão a Paris. No fim da guerra, Pavlov ganhou a medalha de Herói da União Soviética, o prêmio mais alto do ranking russo. E por incrível que parece a cidade destruída seria um dos maiores aliados dos russos: os poderosos panzeres alemães não conseguiam avançar sobre a cidade, e as ruinas dos prédios seriam um pesadelo para os nazistas: atiradores de elite posicionados nos escombros dizimavam os alemães, e nenhum foi mais mortal que ele, o nazifóbico antifa, Vasily Zaitsev Só em Stalingrado ele teria matado 242 nazistas, virando uma lenda nos livros e filmes.
Depois de tudo isso, para Hitler e Stalin, a cidade não era só uma questão de honra, era obsessão. O exército vermelho foi todo drenado para a cidade e o 6° exército alemão avançava cada vez mais. O nível de estresse era tão grande, que o comandante alemão Friedrich Paulus desenvolveu um tique incontrolável nos olhos e o russo Chuikov ficou com a mão em carne viva de tanto coçar uma alergia.
E a Luftwaffe continuava imparável: em 14 de outubro de 1942 recomeçava uma série de bombardeios implacáveis sobre a cidade. A força aérea soviética era fraca demais para conter os alemães, que eram abatidos só pelos canhões soviéticos. E quando tudo parecia estar perdido para os russos, os americanos chegam no norte da África e obrigam os nazistas a desviar boa parte da Luftwaffe para segurar os americanos lá.
Mas um velho amigo dos russos estava chegando, e seria o responsável para uma virada decisiva na batalha. No seu implacável inverno, os soviéticos iniciam uma contra ofensiva avassaladora: com o avanço alemão paralisado pelo clima, a Stavka russa, começa a atacar as posições nazistas na cidade. Mas Hitler estava confiante de que a vitória seria deles, custasse o que custasse.
Então, ele fortalece a frente alemã e deixa os flancos norte e sul mais fracos; mas esse seria um erro que Hitler amargaria para sempre. Sabendo disso os russos iniciam a Operação Urano que atacou o flanco norte com tudo destruindo completamente a força dos romenos, húngaros e italianos que estavam sem reforços. Em seguida os soviéticos atacaram o sul da cidade dizimando a guarnição romena que defendia a posição.
Agora, o comando norte e sul soviético avança em direção ao centro da cidade, onde estava a força alemã no chamado Bolsão. Em mais de três meses de luta, os alemães estavam cercados pela primeira vez. Mas Hitler estava obcecado demais e não haveria retirada: o exército alemão resistiria ao inverno e ao cerco russo até o fim.
Os planos do comandante da Luftwaffe não dão muito certo, porque a artilharia antiaérea dos russos cuspia fogo neles que em poucos dias perdeu quase 500 aviões. Sem suprimentos, o exército alemão começou a morrer de fome: A Luftwaffe entrou em colapso. Agora, era a vez dos russos se prepararem para seu último ato: a Operação Saturno.
Em 16 de dezembro, o rolo compressor soviético lança sua última e mais devastadora ofensiva. Um novo combate dentro das casas e prédios voltou a acontecer, mas com o número maior de reforços soviéticos, os alemães não conseguiam segurar o avanço e eram empurrados em direção ao rio Volga. Os temidos panzeres sem combustível eram alvos fáceis dos anti-tanques russos, que explodiam todos.
Para os alemães só tinha uma alternativa agora: rendição ou morte. Em 24 de janeiro de 43, Von Paul––us manda uma mensagem desesperada à Hitler citando o caos e fraqueza do 6 exército, solicitando permissão para se render e salvar a vida dos seus homens. E Hitler respondeu: Capitulação Impossível!
O Exército cumprirá com seu dever histórico em Stalingrado até o último homem. ” Friedrich Paulus ainda tentou resistir alguns dias, mas no limite do esgotamento, ele e seus homens se rendem em 30 de janeiro de 1943. Doentes, com fome e fracos, não havia mais nada que pudessem fazer.
91 mil alemães são feitos prisioneiros, e enviados para campos de concentração soviéticos. Era o fim da Batalha de Stalingrado com uma vitória decisiva do Exército Vermelho! Foram 199 dias de batalha que produziram números inacreditáveis: 3 milhões de soldados lutaram e 2 milhões morreram, entre eles mais de 40 mil civis.
Mas os números podem ter sido muito maiores porque o governo soviético teria proibido cálculos oficiais que demonstrassem a quantidade de vidas perdidas. O sexto exército alemão foi completamente destruído e pela primeira vez na guerra, o Eixo entrariam na defensiva, e não sairiam mais. E a Batalha de Stalingrado teve um impacto tão grande não só na própria guerra como na história da humanidade que o especialista em história militar William Weir a coloca na 16° posição no ranking das batalhas mais importantes da história.
E o motivo é simples: A batalha de Stalingrado representou uma virada crucial da Guerra na Europa, e embora os russos fossem militarmente inferiores aos seus aliados americanos e britânicos, os soviéticos mostraram ao mundo sua resistência e teimosia, e que estavam dispostos a dar a sua vida e a de seu próprio povo tudo pela mãe-Rússia! Muito obrigado por assistir, um grande abraço, se cuida e Adeus!