No vídeo de hoje eu quero falar a respeito do perigo das distorções doutrinárias. E o nosso texto base inicial e que também dará o trilho da nossa conversa Está na segunda carta de Paulo a Timóteo no capítulo três. Eu quero ler do versículo um até o versículo cinco.
O texto diz: “Mas você precisa saber disto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois os seres humanos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, arrogante, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, convencidos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes.
” Quando olho para uma declaração das Escrituras como esta, eu e você precisamos, obviamente pensar no significado de “tempos difíceis”. Quando a Bíblia diz: “sobrevirão tempos difíceis”, o que exatamente caracteriza essa dificuldade do tempo do fim? Obviamente, a Bíblia não está falando sobre o conforto para viver a vida, porque isso só melhora.
Eu fico pensando na quantidade de conforto, de facilidades que nós temos hoje. Desde um mundo que é favorecido pela tecnologia, pelo desenvolvimento a maneira como podemos hoje nos transportar, nos alimentar. Ainda temos crises e temos dificuldade, mas nada se compara quando olhamos para os tempos passados; as dificuldades, quando as pessoas morriam de gripe, não tinham acesso a remédios, não tinham saneamento básico, não tinham condições de produzir roupas decentes.
Hoje, em tudo, em todas as áreas, tudo está melhor. O que a Bíblia quer dizer com tempos difíceis? Duas das características listadas pelo apóstolo Paulo enfatizam a dificuldade de viver a fé cristã de uma forma pura e simples.
Elas falam da corrupção dos valores da Igreja, não do mundo. Ele fala de pessoas que se tornaram mais amigos dos prazeres do que de Deus, então não está falando do ímpio, que é inimigo de Deus, e ele fala: “tendo forma de piedade”, aparência, comportamento de crente, “negando-lhe, entretanto, o poder”. A definição de tempos difíceis tem mais a ver com o comportamento humano e não diz respeito apenas a uma piora de comportamento do ímpio.
A Escritura diz que as coisas iriam de mal a pior, e nós precisamos entender que isso tem mais a ver com o comportamento das pessoas do que com a estrutura de vida que nós podemos ter hoje em dia. No entanto, há uma deterioração que acontece não só do lado de fora, mas que acaba influenciando e de alguma forma, afetando os que estão do lado de dentro. Isso acaba afetando a igreja.
E uma das razões pelas quais as pessoas têm se tornado mais amigas dos prazeres do que de Deus, uma das razões pelas quais as pessoas vivem a forma da piedade, mas nega-lhe o poder, e, diga-se aqui, o poder transformador, diz respeito aos falsos ensinos, às distorções doutrinárias. Nós já falamos tanto da importância da doutrina bíblica como falamos da Escritura como nossa regra de fé e prática mas nós não podemos ignorar quando estudamos os fundamentos doutrinários que estamos, não é de hoje, desde o início da Igreja, mas estamos sempre diante de um perigo que é justamente a distorção doutrinária. Então, em primeiro lugar, eu quero destacar as advertências claras das Escrituras sobre esse perigo.
Nós não estamos falando de uma hipótese. Nós não estamos falando de uma probabilidade. Nós estamos falando de algo certo.
A Escritura fez advertências claras e ela nos mostrou que quanto mais próximos do fim estivéssemos, piores as coisas se tornariam nesse sentido. Então vamos lá. No ensino de Jesus, eu quero destacar aqui duas advertências.
Uma delas diz respeito a perigos imediatos, coisa que os discípulos já viveriam naqueles dias, e outra dizia respeito a perigos futuros. Está mais para o tempo que nós vivemos hoje. Em relação aos perigos imediatos.
Em Mateus 7. 15, Jesus diz: “Cuidado com os falsos profetas, que se apresentam a vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. ” Em relação aos perigos futuros, Mateus 24, nos versículos 10 e 11 e depois no verso 24, nós lemos: “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros.
Muitos falsos profetas se levantarão, enganarão a muitos. ” Jesus está falando do tempo do fim, dos sinais da consumação de todas as coisas. No verso 24 ele diz: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando grandes sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
” Então, ao olhar essa declaração bíblica, essa advertência, eu confesso sim, o meu coração se enche de temor, porque, de alguma forma, apesar da Bíblia ter dito que essa seria a nossa realidade, algumas pessoas ficam pensando: “Não . . .
não, não é bem assim. Não precisamos realmente nos preocupar com isso. ” E a minha pergunta para alguns é: Como não?
Desde o início o Senhor tem nos advertido para que a gente justamente saiba o que viria, o que teríamos pela frente e nós vamos agir como se a advertência não fosse verdadeira, como se o perigo não fosse nem real e nem tão pouco imediato? Vamos olhar para o ensino de Pedro, do apóstolo Pedro, que por sua vez falou pelo Espírito Santo. Mas quero mostrar que não só Jesus, mas vários dos apóstolos deram ênfase a isso.
No ensino de Pedro, nós lemos em 2ª Pedro 2. 1 a 3: “Assim como surgiram falsos profetas no meio do povo, também haverá falsos mestres entre vocês. ” Falsos profetas, normalmente vêm com sinais, com prodígios, mas os falsos mestres são aqueles que trazem um ensino errado, distorções doutrinárias.
O texto diz: “Eles introduzirão heresias destruidoras, chegando a renegar o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão suas práticas libertinas”, porque, normalmente, uma das ênfases das distorções doutrinárias é dizer que pecado não é pecado, que o errado não é assim tão errado, r arrastar as pessoas para essas práticas. “E muitos seguirão suas práticas libertinas, e, por causa deles, o caminho da verdade será difamado.
Movidos por avareza, eles explorarão vocês com palavras fictícias. ” Ou seja, não estão interessados na eternidade de ninguém, apenas no lucro que receberão das pessoas que querem ouvir aquilo que eles falam. O texto diz assim: “Mas, para eles, a condenação decretada há muito tempo não tarda, e a destruição deles não caiu no esquecimento.
” Ou seja, serão julgados por Deus. Mas por que somos advertidos? Para que a gente não se torne presa dessas pessoas.
No ensino de João, 1ª João 4. 1 João diz: “Amados, não deem crédito a qualquer espírito, mas provem os espíritos para ver se procedem de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído mundo afora. ” Ele está dizendo: “Fica de olho, coloca à prova, porque tem muito ministro fake por aí.
” Basicamente, é isso que João está nos advertindo. Depois, no ensino de Paulo, nós temos pelo menos outros dois textos além do que já lemos, que podem ser destacados. Um deles está em primeira carta de Paulo a Timóteo, no capítulo seis, dos versículos 3 a 5.
Ele diz: “Se alguém ensina outra doutrina”, foco no “outra doutrina”, “e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo”, concordar com o ensino claro de Cristo, que é o que nós deveríamos replicar. E diz: “e com o ensino segundo a piedade”. Existe um ensino que não só coloca os fundamentos doutrinários, mas promove uma vida piedosa e santa.
“. . esse é orgulhoso e não entende nada, mas tem um desejo doentio por discussões e brigas a respeito de palavras.
” Aliás, alguém dise: “Isso é o espírito da modernidade”, eu falei: “Profetizado há muito tempo”. “. .
. É daí que nascem a inveja, a provocação, as difamações, as suspeitas malignas e as polêmicas sem fim da parte de pessoas cuja mente é pervertida e que estão privadas da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. ” Depois, em 2ª Timóteo 4.
1 a 5, nós lemos: “Diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos pela sua manifestação e pelo seu Reino, peço a você com insistência que pregue a Palavra”. Qual o conteúdo da pregação do nosso ensino? A palavra.
Pregue a Palavra. Vou insistir nisso. Pregue a Palavra.
Ele diz: “. . .
insista, quer seja oportuno, quer não”. Agora, o que é pregar a palavra? Não é só motivar, encorajar as pessoas, ele diz: “corrija, repreenda, exorte com toda a paciência e doutrina.
Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, se rodearão de mestres segundo suas próprias cobiças”, traduzindo desejos, “como que sentindo coceira nos ouvidos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. ” De novo, um evangelho onde não há confronto, onde não há correção, onde não há repreensão, onde as pessoas buscam ouvir o que querem para fazer o que querem.
“. . .
Mas você seja sóbrio em todas as coisas, suporte as aflições, faça o trabalho de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério. ” Depois temos ainda uma advertência no ensino de Judas, o penúltimo livro da Bíblia, antes de Apocalipse, no seu capítulo único, nos versos 3 e 4, o homem de Deus diz: “Amados, quando eu me empenhava para escrever-lhes acerca da salvação que temos em comum, senti que era necessário corresponder-me com vocês, para exortá-los a lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos, cuja sentença de condenação foi promulgada há muito tempo, se infiltraram no meio de vocês sem serem notados.
São pessoas ímpias, que transformam em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. ” Olhando para essa declaração de Judas, somando com todas as exortações de Paulo, João, Pedro e do próprio Jesus, o que concluímos? Temos advertências claras de que haveriam distorções doutrinárias.
Qual era o propósito de Deus ter nos advertido? Que nós ficássemos alertas e não nos deixássemos ser enganados. Agora, eu quero destacar, em segundo lugar, o que a Bíblia ensina sobre o papel dos pastores.
Daqueles que lideram, que protegem, que conduzem o rebanho de Deus. Uma conversa que o apóstolo Paulo tem com os presbíteros, os líderes da igreja de Éfeso no encontro em Mileto, em Atos 20, de 28 a 30, nós vemos ele dizendo: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a Igreja de Deus, a qual ele comprou com seu próprio sangue. ” Então ele diz: “Cuidem de vocês e cuidem do rebanho.
A função de vocês é guardar a igreja que Deus comprou com o seu próprio sangue. ” Então ele diz: “Eu sei que, depois da minha partida, aparecerão no meio de vocês lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. ” Ele pega a alegoria do rebanho, das ovelhas, dos pastores e diz: “o inimigo é quem?
Lobos. ” Ele diz: “E que até mesmo entre vocês se levantarão homens falando coisas pervertidas”. Como esses lobos atacam as ovelhas?
Falando coisas pervertidas, eles pervertem a doutrina, eles pervertem o ensino. Com qual intuito? Arrastar os discípulos atrás de si.
“Portanto, vigiem”. Traduzindo: “Preste atenção fiquem alertas, acordem. ” “.
. . lembrando que, durante três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, cada um de vocês.
” Em outras palavras: “Vocês têm material. Um depósito de três anos diariamente ministrando a vida de vocês, derramando doutrina sadia, a sã doutrina diante de vocês para protegê-los. ” Então ele diz: “.
. . Agora, pois, eu os entrego aos cuidados de Deus e à palavra da sua graça, que tem o poder para edificá-los e dar herança entre todos os que são santificados.
” Qual é a nossa proteção? O que é que vai garantir que eu e você sigamos sendo edificados e tendo herança entre os santificados? Quando nos guardamos pela palavra da perversão desses ensinos.
Na orientação de Paulo a Tito, Tito 1. 8 a 11, nós lemos, ele estava orientando Tito a colocar coisas em ordem e também estabelecer presbíteros, novos líderes, ele diz: “Pelo contrário, o bispo deve ser hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, piedoso, deve ter domínio de si”, agora, uma das características, ele diz: “de ser apegado à palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para que possa exortar pelo reto ensino e convencer os que contradizem este ensino. ” Ou seja, quando líderes são levantados qual o propósito deles?
Eles têm que ser apegados à palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para quê? Possam exortar pelo reto ensino. O ensino correto, o ensino bíblico.
Convencer os que contradizem o ensino correto, porque o tempo todo haverá pessoas tentando contradizer o ensino correto. “. .
. Porque existem muitos,” ele diz, “especialmente os da circuncisão, que são insubordinados, falam coisas sem sentido e enganam os outros. ” Ele diz: “É preciso fazer com que se calem, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, com a intenção vergonhosa de ganhar dinheiro.
” Quase sempre nós vemos motivações pervertidas associadas ao ensino de uma doutrina pervertida. Muitas vezes a pessoa não está atrás de dinheiro, às vezes ela está atrás de fama, ela está atrás de respeito, ela quer seguidores, mas sempre haverá motivações pervertidas que acompanham o ensino igualmente pervertido. E quase sempre são insubordinados, não ouvem os outros, não se deixam corrigir.
Quando você começa a encontrar essas características em pessoas cujo ensino, cuja doutrina já está sendo questionada, é um sinal de alerta ainda muito mais claro. Quando ele está dizendo que eles precisam ser calados não significa que eles seriam proibidos de falar. Eles precisam ser parados por meio de um confronto claro e direto que os impeça de seguir ou que, no mínimo, protejam as pessoas no sentido de que eles não têm mais voz na vida daqueles que estão recebendo o reto ensino.
Como tapar a boca? Isso é literal? Seria silenciar por meio de quebrar argumentos?
Prefiro crer na segunda opção. Agora, vale dizer que num ambiente de diferenças doutrinárias, o que é e o que não é um problema. Por exemplo, um Apolo, que é um ministro que é apresentado tanto no livro de Atos, há menções dele nas epístolas de Paulo, ele era alguém útil à Igreja, a Bíblia o apresenta como sendo bem intencionado, como sendo um cara de Deus e que precisava só de uma boa “calibrada”.
E ele teve um coração e um espírito ensinável para isso. Olhe o que diz Atos 18. 24 a 26: “Nesse meio-tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloquente e poderoso nas Escrituras.
” Falava bem e conhecia a palavra. “Ele era instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus”. Mas o texto diz: “.
. . conhecendo apenas o batismo de João.
” Ele entendia que Jesus era o Cristo, que João veio para anunciá-lo. O texto diz assim: “Apolo começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando Priscila e Áquila o ouviram falar, levaram-no consigo e com mais exatidão”, eu amo essa frase: “com mais exatidão”, outras traduções dizem: “com mais precisão, lhe expuseram o caminho de Deus.
” Significa que ele precisava de uma “calibrada”, de alguns ajustes, e eles começam a mostrar de maneira mais clara, acurada. E esse homem, que já era uma potência no Reino de Deus, ainda que não entendesse tudo, nós precisamos entender que as pessoas podem ser benção mesmo sem compreender tudo. O problema é quando, na hora de serem calibradas, não têm o espírito ensinável.
São insubordinados, não ouvem a própria palavra que eles mesmo estão pregando. Então, quando você começa a perceber esse tipo de comportamento que denuncia um caráter fragilizado, a advertência está claramente estampada. Bom, falamos a respeito das advertências claras de que haveria falsos ensinos, do papel dos pastores de proteger o rebanho dos falsos ensinos e, a minha preocupação, inclusive com esses vídeos, não é mera e simplesmente apenas ajudar os santos de uma forma geral, mas equipar os líderes para que eles tenham uma mensagem clara que possa ser pregada, propagada, ensinada, divulgada.
Eu quero, em terceiro e último lugar, trazer uma outra advertência que diz respeito às adaptações do Evangelho e o prazo de validade que essas adaptações acabam proporcionando ao evangelho. E eu gostaria que você realmente continuasse escutando isso com muita atenção e de coração aberto, porque acredito que nós precisamos entender o quão sensível é esse assunto no tempo que nós estamos vivendo. O próprio Jesus trouxe uma advertência sobre a parcialidade do Evangelho, que é o que eu estou chamando aqui de adaptações.
Em Lucas 5. 36, nós temos assim: “Também ;hes contou uma parábola: Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para colocar sobre a roupa velha; pois se o fizer, rasgará a roupa nova, e, além disso, o remendo da nova não combinará com a roupa velha. ” Então vamos lá, Nós precisamos de uma “lente cultural” que nos remeta àquele tempo em que Jesus estava falando.
Diferente de hoje as roupas não eram uma um artigo tão acessível. Eu digo que hoje em dia nós estamos quase chegando perto de uma declaração de que a roupa está se tornando quase artigo descartável comparado à sua facilidade de aquisição, principalmente para quem não se preocupa com grife. Mas, para aquela época não.
Eles não tinham indústria têxtil, a maioria das pessoas tinham que produzir de forma artesanal o tecido, isso era trabalhoso. O que isso significa? Que as pessoas normalmente não tinham guarda roupas com muitas peças.
Elas trocavam de roupa à medida que a necessidade surgia e aquela que estava em uso já praticamente não tinha serventia. O próprio Jesus diz: “Os que vestem roupas finas estão nos palácios. ” Era apenas um topo daquela pirâmide social que tinha boas roupas.
A maioria das pessoas não se vestia bem. Nós podemos entender, somando declarações bíblicas, esta verdade. Por exemplo, quando os gibeonitas procuram Josué, os capítulos 9 e 10 de Josué para fazer aquela aliança, alegando que eles eram um povo que vieram de um lugar distante e diz: “Olha essas roupas quando saímos de lá, eram roupas novas, as sandálias também.
Olha o estado. ” Por que isso se deteriorava. num caminho e numa longa viagem?
Eles dormiam no chão, no relento, não tinha hotel à beira de estrada, tomavam banho de rio, lavavam roupa no corpo. Elas não tinham nem a qualidade de fabricação que se tem hoje, muito menos a de manutenção que se tem hoje. Então, todo o processo fazia com que?
Com que elas se deteriorassem rapidamente. Então a pessoa rasgava a roupa, remendava e ela iria simplesmente vivendo dessa forma. Jesus enviou os apóstolos a pregar o evangelho sem mala, gente.
Ele diz: “Vocês não precisam levar uma segunda túnica. ” Ele estava dizendo: “Vai com a roupa do corpo. ” Então a maioria das pessoas não vestiam bem.
Portanto, a maioria das pessoas tinham roupas rotas, velhas, rasgadas. Eles entenderam Jesus. Imagine uma pessoa que só tem a roupa do corpo.
Ela não tem mala nem guarda roupa e aquela que já está precária. Alguém lhe oferece uma muda de roupa completamente nova. Qual é a solução?
E nem precisa de muita inteligência. Troca a velha pela nova. Problema resolvido.
Agora Jesus está dizendo que diante de uma proposta dessa, ninguém faria e ele não está falando de impossibilidades, quando ele diz “ninguém faz” ele está falando de bom senso. Ele diz: “Ninguém faria”, o quê? “Não, eu não preciso de toda essa roupa nova, é muito pano.
Eu só tenho uns buracos aqui na minha roupa, um pouco de pano faltando, então não preciso disso tudo. Só me deixa recortar daí a parte que eu preciso aqui? ” Por que ninguém faria isso?
Porque não faz o menor sentido. Não existe bom senso numa atitude dessas. Agora, se Jesus sabe que ninguém faria, por que é que ele está falando do assunto?
Porque, embora ele saiba que ninguém faria no nível natural, ele sabia que as pessoas fariam no nível espiritual. O que é a proposta do evangelho? É de uma troca de roupa.
Paulo escreve aos Efésios diz que nós temos que nos despir do velho homem e nos revestir do novo. Em outras palavras, Deus está dizendo: “O que você tem aí de velho não presta para nada. Dá fim nisso.
O que eu estou te oferecendo é um pacote novo. É algo completamente novo. Então joga fora o velho, troca pelo novo.
” Mas as pessoas insistem em dizer: “Eu não preciso de todo o pacote novo que o Senhor está me dando. Eu posso adaptar isso no velho. ” E essas advertências não são de hoje.
Se Jesus está falando isso nos primeiros anos de proclamação do evangelho, nós vamos achar que isso é um problema só de agora? Quando você olha lá pela altura do século IV, V nos dias de Agostinho, ele afirma: “Se você crê somente naquilo que gosta no Evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê, mas sim em si mesmo. ” Então significa que algum séculos depois, o mesmo problema acontecia e hoje não é diferente.
Mas talvez em termos de volume, nós nunca tivemos tantas adaptações do Evangelho como no nosso tempo e na nossa era, onde as pessoas estão, como foi advertido no tempo do fim, procurando mestres que falem aquilo que elas querem ouvir. Qual é o problema da adaptação? A Bíblia diz.
A pessoa estragou o novo que foi oferecido, não resolveu o problema do velho. Então, simplesmente a adaptação não funciona. Jesus emenda uma outra ilustração.
Qual foi a outra ilustração? Nos versículos seguintes eu li anteriormente Lucas 5. 36, para falar da veste nova versus a velha, nos versículos seguintes, 37 e 38 de Lucas 5, ele diz: “E ninguém”, de novo, ninguém, mas aqui não é impossibilidade.
Novamente, é bom senso. “. .
. ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque, se fizer isso, o vinho novo romperá os odres, o vinho se derramará, e os odres se estragarão. Pelo contrário, o vinho novo deve ser posto em odres novos.
” Outra tradução ainda diz: “e ambos se conservam. ” Bom, do que Jesus está falando? Ele muda a ilustração, mas ele não muda o que Ele está ensinando.
O vinho novo é a obra nova de Deus. E de novo, ele está dizendo que o novo de Deus, à semelhança da roupa, não pode ser adaptado numa estrutura velha de vida, que é o odre. A palavra “odre” não significa muito para a maioria de nós hoje em dia, porque nós estamos completamente fora do contexto cultural.
Hoje nós temos todo tipo de vasilhas para líquidos. Naquela época, a diversidade não era assim tão grande. A água poderia ser guardada numa talha de pedra, num vaso de barro, mas o que era o odre?
O odre era um cantil feito com o couro do animal. Só que em toda a Bíblia você vai ver a menção de um odre contendo água, uma outra única menção de um odre contendo leite e todas as outras recorrentes e abundantes, estão relacionadas ao vinho, por quê? Diferente da água, que poderia ser guardada em outro vasilhame, o vinho tinha uma característica.
Por isso Jesus fala “vinho novo e velho”. O vinho novo é o suco da uva que ainda não foi fermentado. Vinho velho é o vinho que já passou pelo processo natural de fermentação, que vem do açúcar da própria fruta.
Jesus está dizendo que aquele vinho novo normalmente era guardado num odre, por quê? Eles fechavam a bolsa, lacravam. Porque ao limitar aquela quantidade de vinho a uma quantidade igualmente limitada de oxigênio, eles tinham controle sobre o processo de fermentação.
Então, quando a fermentação começava, que é o processo onde os açúcares vão se transformando em álcool, a bolsa pegava uma pressão enorme. Se o odre, se o couro fosse velho, já ressecado, não suportava a pressão e arrebentava. Então se perdia não só o odre, que era a estrutura, mas perdia o conteúdo, que era o vinho.
Jesus está dizendo que tentar colocar o novo de Deus, a proposta de Deus revelada por meio do Evangelho, adaptá-la numa estrutura de vida velha, dá ruim, não termina bem. E o que nós precisamos entender é que, o tempo todo, as distorções doutrinárias, elas se constituem exatamente disso. As pessoas não estão jogando fora totalmente o evangelho.
Elas mantêm a forma de piedade, mas negam o poder. Elas precisam dessa embalagem, dizder: “Estamos vendendo o Evangelho de Jesus”, mas a preocupação não é oferecer o evangelho de forma pura e íntegra, é dizer: “Você pode adaptar na estrutura velha. ” Em outras palavras: “Você não precisa mudar tudo.
” Então, ainda que não seja declarada de forma explícita dessa maneira, essa é a proposta das distorções doutrinárias. E o que acontece? Um evangelho que sofre adaptações, ele tem prazo de validade.
Nós precisamos parar de tentar pegar parte de algo e entender a importância de lidar com o todo. A igreja é frágil nesse sentido. Por exemplo, eu me lembro desde criança e essa cultura, ela hoje é menor porque as livrarias evangélicas, com o e-commerce, elas diminuíram muito, mas em toda livraria evangélica, quando você ia, você comprava uma caixinha de promessas.
Era uma caixinha com vários versículos em tirinhas de papel, mas eram só promessas. Então, todo dia, não importa o que você pegava, eu brinco que eu chamava aquilo da “loteria evangélica”, os creb=ntes todo dia: “Vamos ver o que Deus está falando”, mas só ia ouvir coisa boa porque eram só promessas. Esse tipo de atitude mostra o quê?
Que nós somos seletivos. Nós estamos querendo ouvir da Escritura o que nos interessa. Só que em Josué 23.
14 a 16, ele se levanta para advertir a sua geração, dizendo: “Tudo quanto Deus falou por meio de Moisés vai se cumprir”. Ele diz: “para o bem ou para o mal”. Em outras palavras, a Palavra de Deus toda ela é a verdade, não só para o bem, quando ele fez boas promessas, mas para o mal quando Ele fez advertências.
Mas as pessoas hoje em dia não querem um evangelho onde haja advertências. Elas só querem as promessas, elas só querem pregadores dizendo: “Vai dar tudo certo o tempo todo, não importa o como você aja, mesmo que você quebre princípios, Deus é bom, amoroso, Ele não vai se incomodar com nada disso. ” E essas distorções estão nos levando a quê?
A sabotar, não apenas o verdadeiro evangelho, mas inclusive esse suposto novo e adaptado evangelho, ele tem prazo de validade, ninguém suporta e essa história não termina bem. Nós precisamos ouvir a advertência divina. Nós precisamos nos permitir ser desafiados.
Agora, a pergunta prática é: Como exercer esse tipo de cuidado na igreja? Nós precisamos de um povo que se volte para a Palavra, que volte a estudar a Bíblia. Eu não consigo conceber pessoas que gastam horas todos os dias em rede social, em entretenimento, seriado, seja o que for, e depois dizem que não tem tempo para ler a Bíblia.
Que não tem tempo para ouvir um vídeo de um ensino bíblico, de uma palavra que deve fundamentar e nortear a sua fé. Então nós precisamos trabalhar essas verdades. Nós precisamos de líderes que não tenham apenas discurso motivacional.
Há espaço nas Escrituras para o encorajamento da fé, para animar os discípulos? Sim, isso é parte do evangelho. Nós não podemos reduzir o evangelho somente a isso.
Os mesmos apóstolos que fortaleciam a fé e o ânimo dos discípulos, também exortavam, repreendiam. O que nós precisamos é do pacote completo, porque quando começamos a nos tornar seletivos, as distorções, elas não chegam de uma vez, elas começam aos poucos, são ênfases. Eu tenho visto pregadores que eles acabam comentando ou ouvi isso muitas vezes em círculos: “Não, se você bater muito contra o pecado, as pessoas vão se ofender, vão se afastar.
Elas podem não mais ir à igreja, elas podem não contribuir. ” A nossa preocupação é agradar as crianças? Isso é a mesma coisa que uma criança falar para o pai com três, quatro, cinco anos de idade, o que ela quer comer.
Nós precisamos entender que quem é maduro é que determina o alimento que a criança vai receber e não o contrário. Mas as adaptações começam aos poucos. E, na abertura de um ângulo,, lá no início, nunca parece ser tão comprometedor, mas à medida que avançamos, isso acaba sendo terrivelmente comprometedor à verdade do Evangelho.
Então eu encerro pedindo a você que me assiste tenha cuidado, procure conhecer as Escrituras, lembre do perigo que existe. A você que é líder ou tenha esse chamado: se echa das Escrituras, seja apegado à palavra fiel para ensinar; e que todos nós possamos guardar o nosso coração e proteger a sã doutrina.