[Música] [Música] parece inegável que há uma vivência contemporânea das velhas angústias humanas mais inegável ainda é a existência de remédios contemporâneos para estas vivências [Música] quem se coloca na posição de paciente se debatendo com os sintomas do nosso tempo delega aos clínicos a responsabilidade pela cura de seu sofrimento mas o que podem aplicar a teoria a psicanálise e as psicoterapias com suas pílulas e palavras refletir sobre isso é a proposta desta série do café filosófico com o surgimento dos remédios psiquiátricos conquistamos a possibilidade de ter alívio para as dores da vida ea psiquiatria que antes
cuidava só das doenças mentais passou a se encarregar também de resolver a nossa infelicidade infelicidade que muitos atribuem ao mal-estar contemporâneo mas o mundo de hoje criou de fato novas dores e com o uso cada vez mais maciço dessas pílulas de felicidade transforma nosso jeito de ver o sofrimento do nosso jeito de sentir os remédios para o mal-estar contemporânea esse é um tema delicado quase provocativo porque pra mim mesmo quando penso nessa frase os remédios para mostrar contemporâneo vem uma oposição na minha cabeça mas quem disse que o mal-estar contemporânea é uma doença e que
precisa de remédio ou talvez essa busca toda por remédios que a gente vive na contemporaneidade não seja de fato o tratamento e sim um dos sintomas do mal estar contemporânea será que existem remédios para esse mal está para esse sentimento atual e se ele existe nós queremos usá los é legítimo vale a pena quais são as conseqüências que eles têm sociais físicas e psíquicas existe um fato cultural e clínico que é inegável as pessoas quando sofrem procura um remédio e o que existe talvez de novidade no contemporâneo é que há uma oferta assim de um
tipo de remédio que é o que eu vou falar hoje dos remédios psiquiátricos existem outros remédios que não são pílulas existem aqueles remédios que atuam pela palavra as novas terapias a filosofia o próprio fato de se reunir aqui discutir falar é o caminho da palavra então nós temos remédios que atuam pela palavra e remédios que atuam pela química então vamos tratar da questão dos remédios sic a tricos né como possibilidade para o mal-estar contemporâneo contemporâneo na verdade uma a nossa época é o nosso tempo que começou por volta de 1960 essa é a nossa época
que tem seu jeito de produzir e viver de amar de curar doenças de criar filhos de se relaciona antes disso nós tínhamos o mundo moderno que é o mundo industrial que vou usar como se norma industrial moderno que terminou lá por volta de 1950 começou em lapo 1750 na primeira revolução industrial quando se começou a pensar mais de uma forma vamos dizer assim mais lógica mais racional e acima de tudo onde se começou a produzir através da força das máquinas então nós temos 250 anos de mundo moderno de mundo industrial e antes deste alonga longuíssima
era agrícola de 10 mil anos 10 mil anos do que o homem se fixou na terra e passou a domesticar a natureza quais são as características desse contemporâneo que permita a gente fazer essa divisão com uma boa dose de simplicidade unificação é que espero que não seja simplista pense que existem cinco grandes características do mundo pós moderno e contemporâneo são as seguintes é um mundo altamente tecnológico é o mundo veloz é o mundo excessivo é o mundo desregulamentado e é um mundo nas exista cinco características altamente tecnológico nós somos capazes de manipular a natureza e
tirar dela objetos para nosso bem viver de alimento de segurança do que fogo você pensar de comunicação de saúde de moradia nós somos enquanto espécie altamente eficientes nisso não vivemos nesse mundo tecnológico nós vencemos por exemplo o problema da distância você pode falar com pessoas do outro lado do mundo você pode hoje o médico pode operar alguém do outro lado do continente do do planeta através de um robô mas também matamos a distância temos a guerra limpa dos drones onde quem mata um centro cheiro da morte de um soldado o que é um perigo quando
a morte fica tão limpa então esse mundo tá esse é o nosso mundo tecnológico ele é veloz netta vez essa seja a característica que mais tem a ver com que a gente vai falar aqui mal-estar contemporâneo tudo é muito rápido hoje tudo funciona rápidos os processos são muito rápidos as tecnologias muito rápidos as ideologias também relações mudam rapidamente tudo é muito rápido tudo é pressa eu acho que talvez seja a principal marca do mundo contemporâneo acho que o homem pós-moderno é patética naná é alguém correndo na esteira que muito mais rápido que você dá conta
essa é pra mim a metáfora do homem pós-moderno tentando acompanhar a velocidade da esteira pós moderna e não acompanhando e ao mundo excessivo também se vocês pensarem o o mundo industrial tornou tão fácil produzir as coisas nós vivemos no mundo que têm acesso de objetos e não é só em excesso de coisas que nós temos temos excessos de possibilidades antigamente ou você era sei lá em casa o solteiro nem preciso mencionar a enorme possibilidade de relacionamentos amorosos os tipos de família era uma solda agora eu tinha família não tinha hoje quantas formas de família tem
então talvez seja um problema bom de ter muitas possibilidades mas nós vamos ver o que isso aonde isso em seu lado angustiante e ele também é o mundo desregulamentado porque houve uma queda das grandes referências que organizavam o nosso mundo a gente sabia que a autoridade do pai do patrão do mais velho do mais sábio tudo isso organizava o nosso mundo nada disso hoje vale você não tem essas referências à sua característica que gera um homem pós contemporâneo desorientado perdido em busca do que o oriente e por último narcisista o nosso tempo é caracterizado pelo
seguinte nós investimos muito na imagem que a gente vende para o mundo e para o outro mas eu já vou avisando não é só para o outro que a gente vende a imagem é para nós mesmos quando falamos de narcisismo eu queria que vocês não ficasse nessa leitura simplista de alguém que quer parecer para o outro e um religioso que resolva ser um eremita e ficar lá nas montanhas do tibet sozinho pode ser um narcisista porque ele precisa mostrar para uma parte dele o quanto ele é bom o quanto ele é profundo então não confunda
nazismo com só exibicionismo o nazismo é exibicionista sim mas também porque você pode ser exibicionista pra você sozinho aliás penso que é pra este pai interno que a gente presenciou outro interno que a gente se exibir pense que essas cinco características altamente tecnológico veloz excessivo desregulamentado e desista são como os cinco dedos de uma mão esta é a mão pós-moderna a pegada pós moderno é assim que essa pegada faz com a gente nós vamos encantados com o contemporâneo eles nos fascina faz coisas que a gente nunca imaginou então ele nos leva mas ele também nos
assusta às vezes especialmente dependendo da sua idade da sua geração então somos encantados e assustados com essa pegada e com razão porque essa pegada produz um mal estar essa tecnologia tem o seu lado ruim porque onde era pra gente navegar às vezes a gente se sente sufocado é inundado por essa tecnologia não sabe direito o que fazer com isto o cara está acontecendo a tecnologia está querendo uma coisa chamada os substitutos primeiro a tecnologias de um jeito e substituir a força do nosso músculo pela máquina a vapor depois substituímos os nossos órgãos do sentido um
microscópio é muito melhor do que o meu óculos aí a gente pensou bom vai ficar por aí porque a capacidade de decisão não substitui tudo bem que uma tomografia mostra um médico melhor do que o olho dele mas quem vai olhar tomografia decide onde é tento mouro e não é é o médico já era os programas de computador estão ficando mais eficazes do que o olhar do médico para decidir se tem ou não um tumor maligno não substituímos o músculo os órgãos do sentido do próprio processamento do computador pensa melhor que a gente substituímos a
memória e eu fico perguntando o que vai restar para o ser humano a capacidade de gozo de usufruir até que inventem um substituto para nós que você fica do lado eo alguma coisa goza por você estou querendo mostrar o como é que vai nascer no mal-estar contemporâneo desses sentimentos de quê de uma transa humanidade de uma outra coisa que a gente não sabe direito o que é a velocidade eu acho que essa talvez seja uma moto estresse o mal-estar contemporâneo é a ansiedade ea sociedade tem tudo a ver com velocidade e no excesso que pode
haver de errado no excesso é bom viver num mundo cheio de objetos é bom viver no mundo livre onde eu posso ser homem ou mulher não precisa ser tão assim posso ser processado posso me relacionar após ter um casamento aberto fechado trincado posso fazer várias possibilidades a liberdade é boa mas o que isso pode ter erro em qual lado ruim desta desse excesso ruim não sei se a palavra mas que nos angustia assim angústia da escolha quando você tem muitas possibilidades você tem que escolher e às vezes você tem que escolher aquilo baseado em nada
o mundo cheio de objetos cheio de possibilidades de relacionamento cria um pouco a ansiedade mas ela acha que ela é boa alguns autores que falam sobre a pós modernidade dizem que isso leva o ser humano a sadia deslizar entre vários objetos do balcão que o álcool de referência nessa área diz que o problema é que o desejo que acaba antes de você consumir o objeto e tem outro de outro objeto você vai mudando de objetos o que torna a liquida a modernidade e assim justifica a escolha do nome é sua modernização com possível em obsessiva
capaz de impulsionar e intensificar a si mesma em consequência do que como ocorre com os líquidos nenhuma das formas consecutivas de vida social é capaz de manter o seu aspecto por muito tempo dissolver tudo que é sólido e tem sido a característica inata e definidora da forma de vida moderna desde o princípio mas hoje ao contrário de ontem as formas dissolvidas não devem ser substituídas e não o são por outras formas sólidas consideradas aperfeiçoados no sentido de serem até mais sólidas e permanentes do que as anteriores e portanto até mais resistentes a liquefação no lugar
de formas de retidas e portanto inconstantes surgem outras não - senão mais suscetíveis ao derretimento e portanto também constantes isso faria de nós pós-modernos especialistas em deslizar e nada sabendo de mergulhar não sei mas é um é uma leitura pensando que o excesso traz o seguinte problema isso eu tenho visto que antes se você não conseguia alguma informação você podia pensar-se a ser difícil conseguir essa informação não conseguia esse livro eu não li a poética de aristóteles porque não consegui dar uma tradução em português hoje você não tem mais desculpa para não conseguir fazer as
coisas que você não pode dizer que é por falta do objeto que você não consegue é por incapacidade de fruição você é mal informado não é porque você não tem acesso é que não dá conta de tudo que você tem acesso você infeliz no amor não é porque não tem opção senão é como a sua voz brigada ficar casada com quem se casou a primeira vez você pode fazer o que quiser casar com quem você quiser descasar separado e se mesmo assim você foi infeliz você não tem mais a desculpa de que é porque não
podia se vai ter que ter desculpa não tem mais desculpa você vai ter que perceber que a sua infelicidade por incapacidade de gozo ou seja o limite é seu não da falta de objetos eu acho que isso traz para a pós modernidade uma o que nós temos que enfrentar que nós temos um limite que mesmo que lhe ofereçam tudo pode ser que com toda a liberdade de escolha com toda a riqueza de objetos e ainda seja feliz e aí ea desregulamentação qual é o mal de existir no mundo livre é bom mas traz ao comandar
alguns problemas assim quando a gente é livre demais a gente não aguenta a angústia da liberdade a tendência para a gente aceitar grandes verdades é alta então pode ser que exatamente por viver num mundo onde pode tudo isso me angustia eu vou me fixar em algumas doutrinas e isso explica o porquê que o mundo tão liberal tá voltando a ter tantos fundamentalismos o fundamentalismo às vezes é é a tentativa da gente escapar da angústia da liberdade eu não aguento ser tão livre alguém tem que me dizer o que fazer seja do ponto de vista político
seja do ponto de vista filosófico seja do ponto de vista existencial a gente tá a gente tem muita fome de quê alguém nos diga como ser feliz se alguém disser que sabe como eu vou atrás e entra aí a coisa dos remédios se aparece uma oferta por exemplo química dizendo que isso vai me aliviar também vou atrás no próximo bloco então a ideia de que o mal-estar básico da contemporaneidade é a ansiedade [Música] o mundo contemporâneo e tecnológico veloz e oferece uma infinidade de opções para tudo aquilo que desejamos mas o que é mesmo que
desejamos cada vez mais nos diz obrigamos de seguir padrões estabelecidos mas qual é mesmo a vida que queremos ter a exibição narcísica de quem somos ou de como gostaríamos de ser vistos é outro sintoma de nosso tempo mas quem é que queremos ser se por um lado hoje temos a liberdade de inventar a nossa existência por outro sofremos a angústia de ter que fazer isso seria este o mal de nós tem não existe uma doença psiquiátrica pós moderno digamos tem alguma doença que começou a aparecer da década de 60 para cá eu me fiz essa
pergunta eu sou psiquiatra o trabalho originalmente com pessoas com doenças não a doença mais moderna que tem no sítio no psn que é o pânico o fred e 1893 já escreveu igualzinho só mudou o nome o que é novo é o nome a descrição do quadro clínico a idéia surgiu o pânico se um grupo desse tipo como militar se desintegra as ordens dadas pelos superiores não são as atendidas e cada indivíduo se preocupa apenas consigo próprio sem qualquer consideração pelos outros os laços muitos deixaram de existir e libera se um medo gigantesco incensado pertence à
própria essência do pânico não apresentar relação com o perigo que ameaça e romper frequentemente nas ocasiões mais triviais então quer dizer que esse papo todo de pós modernidade é só conversa dos intelectuais dos estilosos dos escritores e é o sofrimento é o mesmo de antes eu sempre me perguntei isso isso que estou colocando pra gente ter cuidado com aquela tentação de achar que o sofrimento contemporânea não isso sempre houve sempre teve gente angustiada sempre teve gente triste sempre teve gente consumista sempre treinar sismo sim sempre teve mas hoje o que é novo são algumas características
é a intensidade da doença é a abrangência são os remédios propostos para aquela doença então cuidado com esse pensamento de que seria um jeito de invalidar o contemporâneo quando você quer identificar o que é básico se você quiser você encontra em tudo que é contemporâneo a raiz muito antiga qualquer historiador minimamente competente sabe encontrar um evento antecedente para qualquer novidade o que é esse mal estar que tanto se fala não é exatamente uma doença mas eu eu diria o seguinte até onde eu pesquiso isso hoje a minha opinião sobre isso é que é a ansiedade
o mundo contemporâneo pós-moderno padece de ansiedade aí alguém pode falar assim a não é triste depressão achei de depressão no consultório eu sei tomar vejo mas essa depressão até onde a gente pode entender ela é um ponto de chegada não é o começo a maioria dos deprimidos tirando aqueles deprimidos que são bipolares ou melancólico de pessoas muito graves e psicóticas os deprimidos mais normais digamos assim né esses deprimidos normais foram 11 dias chuvosos olha isso quando a gente foi pesquisar a gente eu digo o sindicato não fui eu fiz esse trabalho num foram os psiquiatras
americanos eles queriam saber o que acontecia nos dez anos antes na vida de alguém que era digno ficado com depressão nos cinco anos antes do diagnóstico de depressão amar é uma porcentagem muito alta desses dessas pessoas sofriam de ansiedade grave ou seja parece que o deprimido foi um dia um ansioso que exauriu não é assim na nossa vida pense aí antes de desanimar de entregar os pontos e fica irritado você briga ou se ficar bravo com você como um dos seis tributos você luta sempre aí uma hora quando aquilo né desgastou você falasse a dani
se viver tenso viver ansioso viver vigilante viver com medo dizer preocupado os detentos se aguenta fazer isso por um tempo aí de prêmio então a ideia de que o mal-estar básico da contemporaneidade é a ansiedade eu penso que o ser humano é doente por natureza né na minha opinião e o grande problema nasce na forma como ele vê o mundo vazio fica procurando alguma coisa para preencher aquele vazio que nunca acaba eu acho que não tem fim não tem saída por ser humano no milho humilde opinião é estamos fadados a piora acho que sim temos
sempre um vazio é impreenchível isso compartilho aí não sei se a gente poderia chamar isso de doença acho que a maioria de nós tem que ser a ver com esse vazio e isso pode ser feito sem a gente adoecer né eu não sou tão pessimista de achar que o ser humano não tem saída a nossa saída inclui esse vazio a gente vai com ele mesmo é possível viver vamos assim pode ser um jogo de palavras mas não é apenas um jogo de palavra é possível ser feliz mesmo com vazio vou me valer de uma resposta
de fraude por um paciente que achei que me ajuda muito às vezes quando preciso lidar com pacientes muito graves por exemplo com risco de suicídio que fascinam essa vida é isso esse vazio efe não tem jeito por mais que a gente procure tecnologia remédio felicidade amor dinheiro nada preenche a vida é só isso mesmo tem graça tá tudo bem de repente pode tudo se acabar é eu nunca que nunca sei se outro me ama de verdade nunca sei se vou ter um câncer do que dois minutos a vida é assim então não vale a pena
sendo a vida é isso você quer que eu vivo é isso aí o filme fala você corre você tem toda a razão a vida é isso mesmo eu só não sei porque você tem que morrer por causa disso é vazio tem o mal está tem a coisa tem mesmo essa angústia não sei que a gente se não ficar doente por causa disso que essa é a mensagem última da psicanálise é quando fala de identificação ao sintoma não é de adoecer é de falar assim esse sou eu mas eu também posso estar bem assim então não
tem essa pegada pessimista a noite é como olhar longo e claro de mulher sinto-me só em todas as coisas que me rodeiam a um desconhecimento completo da minha infelicidade à noite alta espia pela janela e eu desamparados de tudo desamparada de mim próprio olha as coisas em torno com um desconhecimento completo das coisas que me rodeiam vago em mim mesmo sozinho e perdido tudo deserto minha alma vazia e tem o silêncio grave dos tempos abandonados perco me por momentos em antigas aventuras e volto a alma vazia e silenciosa que não acorda mais seria mais fácil
em vez de tomar remédio a gente aprender a lidar com as nossas questões a buscar algo dentro da gente não acha que seria mais fácil talvez fosse mais mais rico pra mim como ser humano mas seguramente é mais demorado não é e eu fico pensando que nós da nossa geração do nosso mundo contemporâneo perdemos uma coisa que talvez o mundo industrial não mais alguém da era mais agrícola talvez tivesse vou exemplificar uma história uma coisa eu aceitar uma dor sabendo que não tem remédio para ela outra coisa eu aceitar a dor sabendo que tem eu
estou optando por não veja acho que posso falar um pouco aqui da minha de uma história familiar a minha avó uma mulher do interior do nordeste teve 14 filhos sabe quantos tiros eu tive cinco porque dos 14 filhos que ela teve sete morreram antes de um ano pergunta se a minha avó pense-se nevão ficou traumatizada por pro resto da vida por perder sete filhos não é porque porque aquilo naquela época pra ela fazia parte do momento o que não tem remédio remediado está era assim o lugar pequeno lá nos confins do nordeste não tinha médico
enfermeira então embora ficasse angustiada e desesperada como toda mulher que perde um filho como qualquer animal que perde o filho mas aquilo não gerava um trauma que acabar com a vida dela hoje pegue uma mulher que perca dois filhos aqui em são paulo para ver se isso não cria um estresse angústia 11 a dor então é muito mais difícil lidar com uma dor quando você sabe que aquela era existencialmente injusta não precisava ser assim a minha voz não compensaria a não precisa ser assim porque ela não tinha outra saída hoje uma mulher pensaria e mais
e trazendo uma coisa mais perto se eu perguntar pra você pra que você vive com o seu objetivo de vida não sabe responder mas provavelmente muitos de vocês diria sim ser feliz seu avô ou não responderia isso sabe que só vou responder criar os filhos trabalhar e honrar deus e defender o meu país e ele achava que isto fazia a vida dele plena de significado não entrou na frase dele ser feliz é ser feliz como objetivo de vida é um projeto pós moderno o que estou querendo dizer que pra nós que já nascemos com essa
oferta de possibilidades é muito exige muito mais eu escolher o caminho do não remédio do que alguém que viveu numa época onde não tinha remédio é preciso ser muito mais existencialmente corajoso pra não tomar o remédio hoje que nós vivemos numa época que a tecnologia química ou se habilitou essa saída talvez covarde que alguém possa dizer dos remédios mas ela está aí no próximo bloco e um escândalo que os que um remédio faça com que alguém tolera e melhor aquilo que a psicanálise chama de a falta estrutural do ser humano [Música] essa linha segura essa
falta de sentimento não tem ninguém que segure vem de dentro vem da zona escura não direi o que eu sinto sinto muito sentir é muito lento existe remédio com essas angústias pressa sociedades a a resposta que eu vi não é que eu vou colocar agora que não é a mesma de 30 anos atrás é que sim existe existe sim com remédio que altera o mal-estar contemporânea está essa vivência subjetiva das pessoas não não é um remédio que mude a sociedade é o remédio que mude como nós seres humanos vivemos essa ansiedade essa angústia esse medo
essa depressão ele não mas não cura isso não tem os remédios não curam porque esse mal-estar a estrutural fraude já mostrou mas os remédios aliviam adiam cesão diminuem sim os remédios psiquiátricos alteram com o mal-estar contemporâneo para usar a palavra mais técnica modulam mas é legítimo ético tô falando como de divisão de humanidade ético eu querer tomar um remédio pra aguentar trabalhar mais ético eu queria tomar um remédio pra não ficar tão triste porque meu filho morreu para não ficar tão angustiado porque não sei que profissão escolher o que existe de novidade nisso nessa aqui
nessa pergunta ética você pode falar assim o é mas e daí não são só os antidepressivos os remédios psiquiátricos que podem agir sobre isso sempre houve substância química que aliviava angústia fez lembrar de alguma qual álcool é a mais clássica né só coloco sempre foi usado para aliviar a angústia com não é de hoje que alguém chácara para esquecer um amor não é de hoje que alguém chácara para se livrar de um sentimento de fracasso na profissão com a novidade contemporânea então que só essa de que o remédio psiquiátrico é uma novidade como forma de
lidar com a angústia tem os efeitos colaterais de um antidepressivo do álcool e efeitos colaterais sociais existem efeitos colaterais físicos e sociais está sociais são muito diferentes veja se uma pessoa resolve entrar no caminho do álcool para esquecer para lidar com a ansiedade como angústia e funciona o foco a calma pessoa o que vai acontecer socialmente ela não é bem vista se ela acabar tendo problemas de dependência e então aí falando problemas físicos ainda em outra coisa ela não pode esconder que está bebendo é possível se valer dos remédios psiquiátricos sem que o outro saiba
não era possível se valer do álcool como modulação da angústia sem que outros soubesse então o que importa na invenção do remédio aqui houve um tempo que lá por volta de 1987 e que passou a ser possível usar uma substância química para lidar com a ansiedade e angústia normais não de não dependam de doença passou a valer a pena usar aquela substância antes não valia porque antes o que é que você tinha álcool que tem todo esse problema que estou mencionando ou outras substâncias talvez outros remédios psiquiátricos que davam muito que também não valia a
pena então o que é que acontece em 1987 que passa a valer a pena inventaram uma coisa chamada prozac isto é um marco porque a partir daí a psiquiatria pode e as pessoas puderam pedir que os psiquiatras puderam dar um remédio que alivia o sofrimento cotidiano simples e banal e passou a valer a pena agora vamos fazer isto vamos fazer disto a base do nosso jeito de viver o que estou dizendo aqui existe uma substância química que alivia angústia de viver alivia não cura alivia por um tempo não resolve então essa frase é pesada nenhuma
substância química que ela vive a angústia de viver na pesada nada se você pensar no álcool gente já sabe disso há muito tempo o que é novo agora é que isso seria dado por um médico seria envolvido numa ideologia e as pessoas podem fazer isso sem ter que mostrar para os outros estão fazendo vou mostrar o que é que esse remédio faz então como elemento para ajudar a gente discutir a buscar uma ética que dê conta dessa nova tecnologia o que para cada nova tecnologia é preciso uma nova ética do mesmo jeito que eu posso
transplantar corre de uma pessoa é preciso ter uma ética nova que ética vai sustentar a escolha ou não diante depressivos pra angústia cotidiano [Música] a responder essa pergunta é preciso que a gente tem alguns dados de mostrar como é que o antidepressivo funciona então o que ele faz é uma substância química é um remédio que tira sintomas de depressão alivia alguns em 80% não todos mas funciona bem e ele tira mas ele não pode ele não faz só isso o antidepressivo diminui a ansiedade e se pensa assim mas porque chama antidepressivo e não ansiolítico porque
pensa em que os nomes dos remédios são nomes que a indústria escolheu pelo marketing mas uma mesma substância faz várias coisas então antidepressivo a calma também estimula diminui a ansiedade diminui agressividade aumenta a tolerância à frustração do que chama de depressivo água antes hediondez sujeira aqui nesse copo vai funcionar como antes ed mas posso usar água pra lavar a roupa garante antes sujeira então as os remédios são substâncias químicas que fazem muitas coisas o nome é depressivo foi uma escolha estratégica da indústria não quer dizer que ela só para a depressão então o que ele
faz diminui a ansiedade e agora que tem mais a ver com o contemporâneo ele desacelera é um remédio que deixa a pessoa menos acelerada ele deixa você mais em você olha o problema sim é permitido não gosta mais de mim quer separar senão vai arranjar emprego para o filho vai ficar aqui disse que vai ficar aqui que é assim mesmo estou falando isso porque esses é uma situação para seu estojo estadistas não agüento meu filho tem 30 anos não quer sair de casa será então assim o uso de antidepressivos fazem tudo isso gente deixa a
pessoa mais em que ordem agora talvez pra mim é a coisa mais escandalosos a quando eu penso nisso do que ele faz ele aumenta a nossa tolerância rejeição o remédio psiquiátrico um dos antidepressivos aumentam a minha tolerância a rejeição social amorosa e existencial pessoas que se sentem muito magoadas diante de um não de uma diferença de uma rejeição não é que elas não sofrem o que o remédio modula ele diminui o desespero ou seja os remédios antidepressivos ajudam a pessoa a tolerar um sofrimento amoroso mas será que é legítimo isso vamos lidar assim agora a
cada vez que que tomar um pé na bunda que se separara que foi traído que porque tudo isso ainda continua doendo apesar de toda a modernidade viu isso a gente vê o que a pós modernidade é liberal no comportamento nós podemos fazer as coisas mas ainda sofremos não é porque tem mil formas de casais se relacionar que paramos de sofrer por amor ainda não paramos de sofrer a imposição dos comportamentos e os 16 metros de tecidos diminuir um pouco o desespero diminui rejeição social pessoas que são muito tímidas quando toma esses remédios têm um pouco
mais de desempenho social e olha que um dos dedos da mão pós moderna é o nazismo precisamos ter a nossa imagem esses remédios ajuda a essas pessoas a isso dizendo assim fica parecendo que a maravilha né você vai querer ficar usando o prozac e tal mas não é assim tem os seus problemas acho importante a gente ter essa noção de como os antidepressivos e remédios psiquiátricos molduram a vida íntima subjetiva da gente pra mim é um escândalo que eu acho que um remédio faça isso que faça com que alguém tolera e melhor aquilo que a
psicanálise chama de a falta estrutural do ser humano alguém que passe por uma separação amorosa com remédio ou sem remédio é diferente essa pessoa que sofreu ele lidou com a rejeição com sua impotência sai desse sofrimento amoroso um ser humano mais maduro e aquele que tomou remédio e não se desesperou tanto a ele foi roubada a chance de vivenciar a perdas se vê como um sujeito faltante essa é uma questão que vamos responder nesse tempo de usar remédio para essa modulação da angústia no próximo bloco o remédio psiquiátrico embora ele module angústia ansiedade a depressão
que venha do pop contemporâneo ele não ensina nada [Música] remédio pra acalmar pra alegrar para socializar a dormir para acordar pra suportar quais seriam os efeitos colaterais neste mundo cada vez mais medicado a invenção dos psicofármacos trouxe alívio mas também o risco de entorpecentes e à vida em nós e quando essa história começou os primeiros remédios psiquiátricos foram descobertos em 1951 cara descobriu um litígio o lítio é uma substância que existe na natureza na tabela periódica do lado do alumínio ferro ele descobriu que aquela substância melhorava pacientes bipolares o prozac não foi provar que foi
desenhado pensado durante 30 anos muitos pesquisadores da indústria farmacêutica americana inglesa e alemã trabalharam por uma substância que não cedace e que desce essa tranquilidade antes do prozac o primeiro grande remédio que permitiu interferir na vida subjetiva das pessoas chama-se mil tal chama-se mil tal porque é uma cidade que tem estados unidos do interior que tem esse nome e que lá tem um laboratório de uma grande indústria que desenvolveu o primeiro calmante que eles faixa preta e que deixa as pessoas tranquilas chegada em paz né e foi um grande sucesso os artistas estados unidos adoravam
aquilo né as donas de casa e rivotril é um dos remédios dessa geração de antes do prozac que foi o 11 uma maravilha lá nos estados unidos que era vendido em farmácia não tava de receita você comprava assim sem nada aí ele começou a ser criticado olha que interessante isso já o fé é a pós modernidade chegando porque muitas mulheres usavam esse remédio pra quê pra se tornar mas capaz de dar conta da dupla jornada que o mundo industrial impunha a mulher tinha que ser eficiente no trabalho e que se sente em casa as mulheres
sabem como isso é difícil não só do ponto de vista de tempo mas até da culpa também quando não consegue quando optar por um dos dois só então tomado esse remédio as mães ficavam calmas a esses remédios ganhar o seguinte apelido pequeno ajudante das donas de casa isso pegou muito mal na cultura americana porque isso foi uma crítica dizendo que esse é um remédio que fazia que tentava colocar a mulher no seu lugar de submissão de dupla jornada de ddd quietinho em casa fique na sua seja feliz assim o primeiro movimento contra esse remédio foi
essa crítica o segundo se descobriu que ele iniciava e aí houve uma retração do consumo desses remédios nos estados unidos mas logo depois ele voltou a crescer e hoje esse é um dos remédios mais usados no brasil então tá solucionado a vida encontramos a maravilha não por algumas razões primeiro porque essa questão ética é isso que a gente quer fazer e olha aqui um dos efeitos colaterais do antidepressivo é a prova na minha opinião de que a psicanálise tem é vai ter sempre o seu campo pode não ser o campo de tratar doenças psiquiátricas mas
os canários trata uma coisa que nem isso é impagável que é uma certa insatisfação básica no ser humano olha o que acontece com quem fica sem falei que quem toma antidepressivo casey é pessoa a perder o emprego se não me quer mas está tudo bem estou feliz contou sou capaz de lidar com todas as porradas da vida sabe o que os seres humanos que tomam isso começa a se queixar começa assim a esse não sou eu nós chamamos esse sintoma esse efeito colateral de indiferença olímpica porque as pessoas começam a olhar as coisas com certa
indiferença quando estivesse no olimpo e algumas pessoas querem para tomar o remédio por isso alguns pacientes fiquem atrás sabem disso reclamam porque não conseguem mais chorar tem sempre um tantinho de infelicidade dentro da gente isso é a tese foi diana que não tem jeito o universo como diz o paulo coelho conspira a seu favor ok aí eu fui de falar assim está muito bem meu amigo o que acontece é que tem um pedacinho dele você que não conspira parece ainda mais surpreendente na realidade atordoante quando na qualidade de médico se fazem descoberta de que as
pessoas ocasionalmente adoecem precisamente no momento em que um desejo profundamente enraizado e há muito alimentado atingir realização então é como se elas não fossem capazes de tolerar a sua felicidade pois não pode haver dúvida de que existe uma ligação usar o entre si um êxito o fato de o sn essa é a mensagem foi diana e isso não tem remédio é assim então mesmo na felicidade trazida por um antidepressivo algo dentro da gente vai fácil mas sou feliz assim como é isso além disso os efeitos colaterais dos antidepressivos 2 sexuais e peso a maioria dos
antidepressivos engorda e hoje no mundo narcisista a imagem conta certo portanto é um problema tomar remédios que engordam e o efeito sexual é um paradoxo olha o que acontece ele tem dois efeitos diminuir um pouco a libido e retarda o orgasmo eu acho isso um paradoxo um remédio que melhora a depressão e diminui o desejo de sexo e diminui a capacidade de chegar no orgasmo e nos homens e nas mulheres então nós temos efeitos colaterais da ordem que sexual engorda é dessa questão existencial que é por isso que ser humano mesmo quando ele foi ferido
ele vai falar assim mas porque sou feliz ou e se amanhã não foi feliz é aí que os canalhas nunca vai acabar na minha opinião quero terminar a fala do remédio dizendo o que ele não faz que é outro problema o remédio psiquiátrico embora ele module angústia ansiedade a depressão que venha do pop contemporâneo ele não ensina nada você não aprende nada depois de seis meses tomando para usar aqui quando você parar de tomar você volta a ser como era antes e eu acho que é uma grande diferença porque certas dores da vida a gente
aprende com algumas delas é um perigo as dores da vida passar por muitos problemas na vida é um é um perigo é uma oportunidade um perigo quem sofre muito na vida pode ficar uma pessoa muito sábia muito realista ou pode ficar muito cínico que acha que a vida é assim mesmo então vou ferrar todo mundo já que eu me ferrei ou pode entender que o se ferrar faz parte da vida e viver bem apesar desse de machucado com a vida a gente fala muito mal do contemporâneo talvez nós da nossa geração nós sejamos uma geração
armada porque a geração que está vendo tantas mudanças a cogent escandalizado uma historinha sobre como lidar com os avanços da tecnologia que talvez um dia a gente não fique tão apavorada que seja um pouquinho esperançoso é um pequeno romance antropólogo desse tamanho é a história do tempo da que o homem vivia nas cavernas que ainda não havia dominado o fogo mas um dia eles conseguiram pegar um time são que sobrou la de um incêndio na floresta botaram fogo no as balinhas fogo ótimo conversavam hirano naquela época também tinha o café filosófico em volta da fogueira
até que alguém falou assim esse negócio de café filosófico não tá bom porque agora com luiz a gente vê o rosto do outro é muito superficial antes a gente ficava na voz você sabia pelo tom de voz se a pessoa te amava ou não ser a verdade agora você tem a facilidade de ver na face essa tecnologia não vai dar certo bem vânia faz bastante tempo que não nos vemos aproxime se aproveite o calor meu caro claro já o terceiro percebi que havia algo de errado que eu saiba 11 vulcões nessa região edward não 12
esperava problemas e desconfia que você estaria por trás de tudo apesar dos pesares com o coração na mão corre pra cá infelizmente tinha razão vulcões particulares tenha dó você foi longe demais e dort não sou anti liberal aceito o uso da pedra mas fogo isso muda tudo pode levar qualquer lugar afeta todos a caminho você pode queimar a floresta inteira com ele e aí como eu fico parece que em outras épocas as pessoas também se alarmaram com o tanto de tecnologia não somos os primeiros a ficar alarmados com a velocidade com a tecnologia da informação
com as mudanças de costumes talvez um dia a gente alcança essa simplicidade com a informação com a virtualidade com a tecnologia de computador com a tecnologia médica então nesse sentido eu estou esperançoso mais reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico no youtube ao mesmo tempo que a gente tem o preconceito a gente tem as pessoas encantadas com essa coisa do remédio e aí como é que faz liberamos tudo vamos botar no leite da mãe por na caixa d'água ou proibimos tudo deixando as pessoas morrerem quem é que decide isso
[Música]