Beethoven, Machado de Assis e o apagamento racial

no início de maio de 2024 publicamos aqui no nerdologia um vídeo sobre a vida e a obra de Ludwig van Beethoven um dos maiores compositores da história no fim do vídeo comentamos sobre uma discussão sobre betoven está na hora de concluirmos seria ele um homem negro que teve sua identidade apagada nesses [Música] séculos bem-vindos ao nerdologia de história meu nome é Felipe Figueiredo formado em História colonista podcast youtuber e professor e conheça mais sobre cultura Ness nerdologia sobre se Bethoven era negro ludwick van Bethoven nasceu em 16 de dezembro de 1770 em Bon na atual

Alemanha e vocês já sabem disso devido ao nosso vídeo anterior caso você não tenha assistido você vai ver depois desse aqui quando o betoven morreu em 26 de Março de 1827 aos 56 anos de idade foram preservadas muitas mechas de seus cabos costume do período para ajudar a entender os motivos da morte de Beethoven uma equipe do Instituto Max plunk fez uma análise genética e publicou suas conclusões em 2023 os resultados foram as constatações de uma variante de DNA que tornava Bethoven vulnerável à doenças no fígado e de material genético do vírus da Hepatite B

em seu organismo o exame também trouxe mais um mistério alguma antepassada de Beethoven teve uma relação extraconjugal e dessa relação que vieram Bethoven e seus antepassados diretos isso reforçou uma discussão sobre a identidade de Beethoven baseada em sua cor de pele no século XX começa um debate sobre artistas intelectuais históricos que eram negros e passaram por um processo de branqueamento Ou foram apagados e betoven é inserido nesse debate baseado no fato dele ter apelidos que referenciavam sua pele mais escura do que habitual para a média dos alemães do período um exemplo desse processo de branqueamento

pode ser visto aqui no No Brasil onde o escritor Machado de Assis Talvez o maior escritor da história brasileira filho de um pai descendente de pessoas negras de origem africana e de uma mulher portuguesa branca que foi muitas vezes retratado como um homem branco retornando ao caso de betoven um dos termos usado sobre ele era Mouro termo utilizado para se referir aos muçulmanos do Mediterrâneo e que pode ter conotação racista em alguns contextos em relação a betoven o compositor e maestro britânico Samuel colid Taylor que era um homem negro filho de uma mulher inglesa com

homem de Serra Leoa disse em 1907 que se o maior de todos os músicos estivesse vivo hoje seria impossível para ele conseguir acomodação em hotéis em certas cidades dos Estados Unidos o avô paterno de Bethoven também chamado Ludwig nasceu nos domínios austríacos da região flamenga da atual Bélgica um importante Polo comercial e que por muito tempo foi dominado pela Espanha com intenso fluxo comercial de navios espanhóis é possível então que Beethoven tivesse alguma ascendência do norte da África ou seja os testes DNA não provaram que betoven seria um homem negro mas forneceram uma nova informação

que é inserida em um debate que não é novo como foi analisado pelo Historiador da música Dominique René de lerma nos Estados Unidos o principal responsável pela difusão do debate sobre a identidade de Bet foi o jornalista Joel Augustos Rogers cujo trabalho produzido no contexto da segregação racial em seu país era voltado para destacar figuras históricas que seriam negras essas Produções antecedem essa descoberta genética e são baseadas em relatos de época como por exemplo As Memórias de gottfried fiser vizinho dos Bethoven que descreve o compositor como baixo atarracado ombros largos pescoço curto nariz redondo e

pele castanho escur oo descu compositor com traços negroides pele escura nariz achatado e grosso o biógrafo alemão Emil Ludwig escreveu que o seu rosto não revela nenhum traço do Alemão e que ele era tão escuro que as pessoas o apelidaram de espanhol também comentam baseados em máscaras de gesso feitas do compositor tanto em Vida quanto sua máscara mortuária para muitas pessoas seus traços faciais aimos de um homem negro é importante frisarmos que betoven se identificava como um alemão de sua época e jamais mencionou qualquer questão envolvendo sua cor de pele em suas cartas ele não

se identificava como um homem de origem africana e é impossível tentar supor como Bethoven se identificaria em outras sociedades em outras épocas debate sobre sua cor de pele sobre racismo é importante e interessante por outros motivos primeiro sabermos mais sobre sua vida e sua família conhecimento que pode contribuir no entendimento e na interpretação de sua obra segundo é muito importante desmistificar ideias que enxergam um passado homogêneo existem ideologias racistas como o nazismo e o neonazismo que se fundamentam em parte em uma crença de que a Europa sempre teria sido um lugar apenas de pessoas brancas

e que a produção artística cultural e fil europeia seria então uma produção branca e uma evidência de uma suposta superioridade civilizatória dos brancos tudo isso é completamente [Aplausos] [Música] falso geograficamente a Europa faz parte de uma massa de terra contínua que inclui a Ásia e a África o mar mediterrâneo também conecta esses três continentes e sempre foi um local de intensas rotas comerciais Ou seja a Europa tem sua história profundamente marcada pelo fluxo não só de produtos Mas também de ideias e de pessoas vindas de outras regiões com diversas áreas e períodos marcados por intensa

diversidade de [Música] etnias alguns anos atrás a historiadora e professora de Cambridge Mary beard foi atacada nas sociais por ter sido a consultora de uma série animada da BBC Que mostrava a Britânia Romana ela foi atacada pela diversidade retratada que de fato existiu com várias Fontes provando isso sétimo Severo que governou o império romano de 193 a 211 foi o primeiro imperador sem origem Itálica e tinha pele escura na idade média o fluxo de pessoas pelo Mediterrâneo continua na idade moderna temos registros de por exemplo bairros de Mercadores indianos em São Petersburgo no império Russo

a ideia de uma Europa homogeneamente branca é uma fantasia criada em tempos recentes derivada da visão dos românticos da supremacia da vida rural europeia menos cosmopolita e mais isolada finalmente a discussão sobre se betoven era ou não um homem negro também dialoga com apagamento ou branqueamento de intelectuais e artistas negros Nas artes clássicas como exemplo que citamos de Machado de Assis ou a famosa cena do filme Django em que o personagem racista de Leonardo decapro descobre que o autor Alexandre doar era um homem negro fren alexand Black um dos principais violinistas contemporâneos e amigo de

Beethoven foi George Bridge Tower um homem negro de origem polonesa para quem betoven dedicou uma [Música] sonata a historiadora e professora Kira turman é autora de um livro cujo título traduzido Seria algo como cantando como alemães músicos negros na terra de B Beethoven e brams em que ela aborda o apagamento da contribuição de pessoas negras na música clássica e critica o pensamento vigente por muito tempo de que pessoas negras poderiam se destacar apenas fazendo o que seria música Negra ela também aborda a ideia de que se pessoas criativas competentes e Geniais podem ser de todas

as cores de pele Como de fato ção Por que E como foi criado um pensamento que vincula imediatamente o gênio a pele branca conhecer artistas não brancos ou descobrir que um grande autor brasileiro não era branco não é lacração alguma bobagem do tipo mas parte do processo de aprendizado de difusão do conhecimento e da arte para todos e produzida por todos lemb que esse vídeo é um Record claro que infelizmente muita coisa interessante de fora e f sugestões estão aqui na descrição nos comentários do nerdologia sobre se existia um samurai negro chamado yasuki comentaram que

oda nobunaga nunca teve o título de Shogun Isso é verdade pedimos desculpas pelo erro na prática entretanto ele era o Real Shogun no período com mencionado pelo Historiador Kenneth hensel citado nas fontes e optei por simplificar no roteiro o que acarretou o erro não se esqueçam de curtir e compartilhar o vídeo ative as notificações de nosso canal para conhecer mais sobre história e até a [Música] próxima Y [Música]