Introdução ao Gerenciamento de Redes - parte 1

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Vídeo com trilha sonora de fundo, feito em 2014. Não há como editar o volume da música nessa produçã...
Video Transcript:
Um gestor em uma empresa precisa conhecer bem seus funcionários, saber se desempenham bem uma função ou não, em quais áreas são mais eficientes, ou mesmo se interagem bem com outros membros da equipe. Esse conhecimento é essencial para garantir a qualidade dos projetos desenvolvidos. Na rede de dados em uma organização e mesmo na Internet, também é assim.
É preciso conhecer os equipamentos, como eles se interconectam, seu desempenho, entre outras métricas, para garantir seu funcionamento correto. Por isso, o gerenciamento de redes é tão importante. Esta é a primeira parte do video "Introdução ao Gerenciamento de Redes" feito pelo NIC.
br. Uma empresa tem muitos funcionários, cada um com sua função. A estrutura é dividida em departamentos, que funcionam de forma complementar.
Uma boa empresa tem sempre uma descrição das tarefas de cada funcionário, e dos processos que são de responsabilidade de cada departamento. Na rede de dados de uma organização, seja uma empresa usuária da Internet, ou mesmo um provedor de acesso, podem existir centenas, ou mesmo milhares de dispositivos. Se algo dá errado, e não existe nem ao menos um diagrama que descreva como as coisas estão interligadas e organizadas, como descobrir onde o erro se originou?
Foi um equipamento? Um cabo de rede? O primeiro passo de um bom gerenciamento é conhecer bem a topologia da rede.
É preciso ter um inventário dos equipamentos, diagramas e documentos, mostrando suas funções e como estão interligados. É necessário também que exista um sistema de backup automático de todas as configurações importantes dos servidores, roteadores e outros equipamentos, que seja capaz de guardar o histórico das modificações. Esse tipo de sistema pode gerar alertas sobre mudanças não autorizadas, e pode ajudar a fazer as coisas funcionarem novamente, no caso de alguma alteração planejada ter efeitos colaterais não previstos.
Além disso, deve-se conhecer o comportamento padrão da rede, ou seja, as métricas, como velocidade, largura de banda, disponibilidade, quantidade de memória e CPU utilizados, etc, em uma situação normal de funcionamento. Imagine que na sua empresa há um chefe novo e ele marca uma reunião de equipe em seu segundo dia de trabalho. Por azar, o funcionário mais organizado e pontual tem um problema inesperado com o carro e se atrasa.
O novo chefe, querendo impor respeito, o demite sumariamente. Seria justo? Não… Mas sem conhecer o histórico fica difícil tomar a decisão mais acertada.
Suponha que você tem um problema de lentidão na sua rede e percebe que o uso da memória do principal roteador está muito alto. Você diria que ele é o culpado? Compraria mais memória, talvez?
E se esse for seu comportamento normal? Como definir se algo não está funcionando bem se você não conhece a base line? Se não sabe quais os valores usuais das métricas e como variam no dia a dia?
Há ferramentas que permitem coletar diversos dados dos equipamentos e serviços na rede, e guardar um histórico em formato gráfico. Os gráficos são muito úteis porque permitem facilmente distinguir variações cíclicas nos parâmetros medidos, como indicar também tendências de crescimento ou diminuição de longo prazo, visualmente. Com eles, fica fácil saber se algum parâmetro é normal ou não, no momento de um problema.
Eles podem também ajudar a perceber, por exemplo, que a utilização de um link para a Internet está crescendo aos poucos e planejar com antecedência a renegociação do contrato com o provedor de trânsito. Ou perceber que o espaço em disco de um determinado servidor está diminuindo de forma lenta, mas contínua, e tomar as devidas providências antes que isso se torne um problema. Os equipamentos normalmente também guardam registros relacionados a seu funcionamento.
São os logs. O log é responsável por manter um histórico da máquina, guardando informações como o acesso de usuários, de programas, eventos importantes, erros, etc. É recomendável armazenar os logs dos diversos equipamentos em um servidor central.
Dessa forma, mesmo se um deles é comprometido de forma muito grave, ainda assim será possível analisar os registros do que aconteceu imediatamente antes do problema. Outro ponto importante é que todos os equipamentos devem ter seus relógios sincronizados usando NTP e usar um fuso horário padrão, UTC por exemplo. Isso ajuda a garantir a coerência dos logs e possibilita o cruzamento das suas informações, permitindo que relações de causa e efeito sejam identificadas.
Com a topologia e a base line conhecidas, o próximo passo é realizar o monitoramento da rede e de seus dispositivos. Um gestor em uma empresa, por exemplo, pode querer controlar de perto todas as datas programadas para as entregas dos projetos de sua equipe. Se algo não for entregue quando combinado, ele vai querer ser avisado imediatamente, para corrigir a situação.
Nas redes, há ferramentas que permitem verificar se equipamentos, serviços e aplicações estão funcionando corretamente. O monitoramento poderá ser passivo, com as ferramentas coletando apenas dados já existentes na operação normal da rede, ou ativo, quando a ferramenta poderá interferir no sistema, gerando tráfego de dados para obter as informações necessárias para avaliar o funcionamento de um sistema. Há também ferramentas que analisam de forma automática os logs gerados pelos equipamentos, procurando por anormalidades.
Os dados colhidos durante o monitoramento serão comparados com as métricas padrão e, caso seja detectado algum problema, essas ferramentas podem gerar alertas por diversos meios: visuais, sonoros, por email, SMS, instant messenger, etc, permitindo uma atuação rápida para sua correção. Mas que tipos de problemas pode haver em uma rede, causando esses alertas? As falhas nos dispositivos são os problemas mais comuns.
Podem ocorrer também problemas de segurança, como tentativas de invasão. Outra situação possível são os problemas de capacidade, os gargalos no sistema, quando algum dispositivo não consegue mais dar conta das necessidades da rede, ou porque a utilização cresceu ao longo do tempo e o equipamento não suporta mais o volume de trabalho necessário, ou porque por algum acontecimento fora da normalidade forçou um volume maior de trabalho momentaneamente. Com a informação do alerta, tendo o conhecimento da topologia da rede e dos parâmetros normais de funcionamento.
Uma análise dos gráficos históricos e dos logs permitirá que se descubra a razão do problema, e que este seja rapidamente corrigido. Se apenas isso não for suficiente, ainda é possível utilizar ferramentas de teste manuais em certos casos. Um gestor de equipe em uma empresa pode olhar para o organograma, para as descrições de cargos, e para o diagrama que documenta os processos dos diversos departamentos e procurar formas de fazer mudanças para as coisas funcionarem de forma mais eficiente.
De forma análoga, o gerenciamento de redes também pode ser utilizado para melhorá-la. Algo extremamente importante é ter um sistema que permita documentar cada um dos problemas tratados. Esse sistema permitirá controlar as tarefas da equipe de redes.
Permitirá também criar uma base de conhecimentos. E permitirá ainda que se identifique problemas recorrentes, que provavelmente são causados por falhas estruturais, que poderão ser então corrigidas. Por exemplo, ao se identificar equipamentos que não estão atendendo as necessidades pode-se planejar a sua troca por outros mais modernos, ou mesmo mudar a topologia da rede distribuindo melhor o fluxo de dados.
Até agora falamos sobre a importância do gerenciamento para a rede de sua organização. Na segunda parte deste vídeo discutiremos em mais detalhes alguns tipos de ferramentas que ajudarão nesse processo, com alguns exemplos. Não perca!
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