Podcast Três Irmãos na área. Quem fala com vocês mais uma vez Rodrigo Chorró. Do meu lado, meu brother, meu irmão Roberto Andrade Filho Borracha. Na mesa operando nosso diretor Pedro Henrique. E aí, Robertinho, como é que você tá? Tudo bem? Fala aí, meus irmãos. Beleza? Fala aí, meu irmão. Tô muito bem. Como é que você tá? Os caras falaram que depois da aula de hoje, se você não mudar, é caso perdido, não muda mais não, que é altíssimo nível. Não, eu tenho certeza disso. E olha que eu tô tendo a oportunidade, o privilégio de conversar
com o convidado desde a desde as desde as 11 horas conversando com ele. Você já aprendeu muita coisa, rapaz. É um posto de conhecimento. Você aprendeu ou você ensinou o que você já sabe para ele? Não, não, jamais. Para com isso. Vocês fizeram, vocês culiaram ali que, né, você já tem um coração bem revolucionário, poderia dizer isso. Ah, Robertinho, dê a ordem, camarada, dê a ordem. Quem está aí? Bom, o pessoal pediu aqui na nossa casa João Carvalho. Obrigado, viu, tio João? P isso, cara. A honra é toda minha. Obrigado, né? Assim, espero que que
que Deus capacite o escolhido, já que vocês vão escolher o capacitado, né? Então, assim, são palavras muito bondosas. Mas que também, né, venhamos e convenhamos, eu não as mereço. Mas estamos aí pra gente trocar uma ideia aí, quem sabe, né, no final desse desse episódio de todo o personagem sobra só a parte vermelha do triângulo de Minas Gerais ali. E a gente consegue, ó, você tem que entender que carregar o homem pro nosso campo. Eu sou um homem de muitos amores. Você percebe que eu começo gostando da minha cidade, depois do meu estado, depois do
meu país, acima de tudo da minha esposa, que se eu não falar isso, eu já nem vou gostar de mais nada. Eu vou ser fuzilado, provavelmente. Então, primeiro lugar, minha esposa, mas eu sou um homem de muitas paixões. Eu não tenho problema de me apaixonar, mas primeiro eu preciso me encantar por essa situação. Você percebe? E ainda eu ainda não consegui ser encantado, ainda me mantenho cético, entende? Com os pés no chão e não perdido por uma paixão que me faz sofrer e não realizar os meus sonhos. Não me corta não, não me corta não,
porque ainda não elegei a parte principal dele. Fica falando falando falando falando. Falo menos que você. Eu quero direito de fala nessa mesa também. Fala, fala fala. Desculpa. Não posso deixar de falar antes de tudo que eu gostei demais do seu corte de cabelo, tá? Ah, obrigado. Obrigado. Valeu, valeu. Pode falar, cabeleira. É o corte da meia, né? A gente raspa onde fica branco, né? E aí engana, né? Quem fazer isso. Vamos raspar. Hello, Fellow Kids, né? Eu chego falando jovem, oi, jovens e o jovem acredita, entendeu? É, faz parte. Você acha que vale a
pena, tio João, né, tentar mudar a cabeça das pessoas, assim, principalmente pessoas extremas igual o Robertinho, a gente deve realmente conversar com essas pessoas? Cara, eu acho que sempre vale a pena, cara. E eu vou vou vou citar o Fernando Pessoa, né? Tudo vale a pena se a alma não é pequena, né? Assim, a gente tem que, uma vez que a gente de fato eh acredita, uma vez que a gente de fato luta por uma mudança na sociedade, a gente sabe que o que a gente precisa é de tá com as outras pessoas, né? Ao
contrário do status qu, ao contrário de quem tá no poder, a gente não tem o poder, a gente não tem o dinheiro, a gente não tem os exércitos. O que que a gente tem do nosso lado? a organização das massas populares. Então, qual que é a nossa função? Trazer as pessoas para essa organização, desvelar para essas pessoas como de fato a nossa sociedade funciona, como de fato ela é uma sociedade baseada numa pirâmide onde magadora maioria de nós vai morrer embaixo enquanto uma fatia minúscula vai viver uma vida na babesca, né? Então, eh, a gente
tem uma facilidade muito grande de se aperceber história no passado e uma dificuldade muito grande de se aperceber nossa própria história, da nossa própria vivência. É muito fácil a gente olhar para uma sociedade como a egípcia, ver os cara carregando pedra pro faraó, o faraó sentado tomando um daikiquiri e os caras no sol sendo chicoteado. E a gente fala: "Porra, que absurdo, cara, como que esses egípcios aceitava essa merda? Deus, se eu fosse egípcio, eu subia lá na pirâmide, desci o [ __ ] no faraó. Aí no outro dia de manhã você pega 3 horas
de buzão, vai pro seu trabalho, trabalho o dia inteiro e fala: "Linda Lamborghini patrão". Sabe? Então assim, é difícil às vezes da gente se aperceber, porque a gente tá coberto nessa ideologia o tempo inteiro de que um outro mundo é possível, uma outra visão de mundo é possível, uma outra divisão social do trabalho é possível, uma que seja mais igualitária, uma que não destrua o planeta, uma que permita que pessoas não morram de fome, né? Então, nossa função eh é trazer mentes e corações. Como que nós fomos encapuçulados? nesse sistema assim que hoje a gente
não consegue perceber essa realidade. Cara, assim, a gente tem que entender que qualquer eh sistema que se instaure para que ele consiga permanecer no tempo, ele não tem que ter somente um modo de produção das coisas, ele precisa de ter um modo de reprodução desse próprio sistema no tempo. Por que que durante tanto tempo, durante a Idade Média, ninguém iria questionar a igreja ou ninguém iria questionar a aristocracia? Porque a partir do momento em que eles conseguiram chegar no poder, eles criaram também todo um modo de reprodução da sua vida. As pessoas eram educadas, tinham
que ir paraa igreja, por mais que elas fossem analfabetas, em sua esmagadora maioria, lhes era ensinado desde a tenridade, que aquela era uma divisão natural, né? No caso da da Idade Média, você tinha, por exemplo, a própria representação do macrocosmos no microcosmos, né? Então, assim, uma das formas mais comuns era falar assim: "Olha, a sociedade é como um corpo, né? Vocês que trabalham, vocês são os pés, vocês estão aqui mantendo os cavaleiros, os nobres que nos protegem, são as mãos, os padres, os cuas, os monges, eles são a cabeça. E isso é natural. E aí
também tem uma pregação que vai te falar assim: "Olha, essa vida aqui nessa terra é uma vida de provação, é uma vida ruim, mas Deus veio para te salvar na próxima vida. né? Jerusalém celeste, você vai ter uma salvação. Então não adianta você se rebelar aqui, porque a sua salvação não vai tá aqui. A sua salvação vai est ali na frente. Desse exato mesmo modo, obviamente com uma outra roupagem, com uma outra ideologia, a burguesia também, quando ela vai chegar no poder, ela vai trazer várias coisas que vão ser importantes. Quais que é a mais
importante dela? O individualismo, né? A gente tem uma pulverização do ser humano. O ser humano é um ser coletivo, né? Nós somos macaquinhos que gostam de outros macaquinhos. A gente sempre se organizou em sociedade. O ser humano não vive sozinho, né? O ser humano não é um cara, um ermitão que vai pro meio do mato e que produz tudo, não. O ser humano se organiza socialmente. Ele precisa de se organizar socialmente até porque ele é um animal fraco, né? Quando a gente pensa diante da natureza, diante dos desafios da natureza, se o ser humano não
tiver junto, ele não sobrevive, tá? O que que traz essa grande ruptura, né? é a ruptura do indivíduo, do individualismo. Não, você vai conseguir. Para você conseguir, você tem que fazer, você vai correr. O que que eu escondo com isso? Eu escondo os privilégios de nascença, eu escondo a diferença do pobre e do rico, né? No céu lindo e maravilhoso da ideologia, todo mundo tem direito, o direito de dormir embaixo da ponte. Quem exerce o direito de quem tem menos tem mais direito, né? Né? Então assim, mas quem exerce em última instância a liberdade de
dormir embaixo da ponte, né? Se a gente pensa nos ideais das revoluções burguesas, liberdade, igualdade e fraternidade, tem muito pouca igualdade. Tem muito pouca fraternidade. A liberdade, que é a que vai ser mais encarnada, é uma liberdade muito difusa, uma liberdade muito diferente. Como que a lei funciona para quem é branco e para quem é negro no Brasil? como que a lei funciona para quem é rico e para quem é pobre, né? Então assim, dos do daquilo que nos é vendido para que é o mundo material, vai uma distância muito grande. Agora, a ideologia serve
exatamente para isso, para te convencer da naturalidade daquele sistema. Inclusive, a gente tem uma tendência muito grande de naturalizar o que é uma construção social, né? A gente já teve diversos modos de produção diferentes. A gente tem outras visões de mundo completamente diferentes, organizações sociais completamente diferentes ao longo do tempo. Só que é nos vendido primeiro uma ideia positivista da história, como se as coisas fossem acontecendo, concatenadas cada vez de uma forma mais elevada e que a gente tivesse chegado nesse píncaro que é o capitalismo, que dele não sairemos nunca mais. Todo sistema que já
existiu na história se vendeu como se fosse o último. Em momento nenhum em Roma. Imperador nenhum. Você não vai achar em gesta de imperador, você não vai achar em discursos do Senado, alguém falando: "Olha, Roma chegou até aqui, daqui a gente não vai passar. Daqui uns 200 anos nós vamos cair". Não existe isso. Isso é o melhor que a gente tá agora. Todo sistema que chega no poder, ele se enxerga, ele se percebe como o último sistema da humanidade, ele tenta naturalizar esse sistema. Por que que ele precisa de fazer isso? Para ele poder se
reproduzir no tempo. Para que haja uma ruptura, né? É necessário, primeiro que esse sistema chegue num limite, que esse sistema comece a não funcionar, que esse sistema pelo menos não funcione para uma parte ou para uma grande parte daquelas pessoas. Ou seja, teremos algumas pessoas que vão se sentir incomodadas dentro desse sistema. Isso. Vamos pegar, por exemplo, a burguesia quando era uma classe revolucionária, tá? Vamos pegar a burguesia no final da Idade Média, transição pra Idade Moderna, feudalismo. Final do feudalismo, transição paraa Idade Moderna, tá? Você tem ali a partir do século XI, você já
tem os instrumentos creditados aumentando, as ranças holandesas estão começando a virar bancos, instrumentos internacionais de de troca já estão começando a ficar um pouco mais afinados. Você volta a ter as grandes rotas, você volta a ter os grandes entroncamentos, as grandes feiras, aumenta a ocupação das cidades. Inclusive o termo burguês vem de burgo, né? Burgo era aquela, aquelas construções justas postas à muralha de um castelo. Beleza? Você tem uma classe social, então, que surge dentro desse sistema, ela passa a ter um poderio financeiro muito grande, mas que não equivale a um poderio político. O poderio
político continua na mão da nobreza, continua na mão da aristocracia. Qual que é a primeira tentativa deles? é direto fazer uma revolução, não. Durante muito tempo eles tentam entrar dentro do esquema da própria sociedade deles. Eles vão começar a comprar título, eles vão começar a tentar fazer casamentos para que eles recebam títulos de nobreza. E eles vão se aperceber que aquilo tem um limite muito claro. Os aristocratas de sangue, a nobreza de sangue não quer ceder aquele pedaço de de poder dele ali. Não tem nenhum sistema que vira pros seus detratores e fala assim: "Gente,
deu para mim quarta-feira, tá aqui a chave do castelo, melhor banheiro é a terceira porta esquerda". Não vai acontecer nunca, né? Então o que que a burguesia se apercebe? que uma vez que ela não vai conseguir tomar este sistema de dentro, ela precisa de tomar este sistema ponto. E aí a cabeça do rei rola. Guilhotina, né? O primeiro não é nem na guilhotina, né? Porque guilhotina é uma invenção francesa, né? O primeiro, o o Carlos da Inglaterra é na espadada mesmo, né? Não tinha guilhotina. Guilhotina é criada por um médico francês chamado José Finas Guilhotan,
por isso que chama guilhotim, né? Eh, mas as cabeças dos reis começam a rolar e eles vão tomar o poder. Uma vez que eles tomam o poder, o que que eles precisam? Se manter no poder. Então, todo o aparato burocrático do Estado que vai ser criado é para quê? paraa manutenção daquele poder. A função de quem toma o poder é tentar se manter no poder e consolidar seu poder. Só que ao fazê-lo, a burguesia vai criar várias mudanças nessa sociedade, né? A primeira e a maior de todas dela é no modo de produção. Você não
vai ter mais a servidão, a servidão por gleba. O trabalhador medieval, ele não era ligado a uma pessoa, ele era ligado à terra. Se o Lord Fulaninho foi numa cruzada e morreu e chegou o visconde fulanão e tomou aquela terra no lugar, todos aqueles trabalhadores que antes estavam ligados ao Lorde Fulaninho, agora são ligados ao Visconde. Ou seja, a relação é com a terra, a relação é diferente. Quando a gente começa a ter a nossa servidão moderna, que é o trabalho assalariado, você vai criar uma classe que vai ser predada. A história dos homens até
hoje vencendo suas grandes sociedades, sua grande esmembagadora maioria, a história da luta de classes. O que que nós que somos comunistas defendemos? a abolição da luta de classes, como numa sociedade futura, aonde a gente consiga libertar todas as capacidades do trabalho até um ponto de que não haja mais a necessidade de ter classes. Isso vai acontecer da noite pro dia? Não, não vai. Passo um, tomar o poder. Imagina o que que foi, por exemplo, como aconteceu na União Soviética. Tomou-se o poder. A partir do momento da tomada do poder, o que que você tem que
fazer? Você tem que construir novas relações, um novo modo de produção que vai ensejar novas relações sociais, que vai ensejar um novo direito, um novo estado, um novo pensamento sobre todas as áreas. Todas essas outras esferas da superestrutura vão ser determinadas e sobredeterminadas a partir dessa mudança. Isso demora. As perguntas que nós da nossa geração somos capazes de fazer não vão ser as mesmas de alguém que é criado sobre uma outra ótica que nasceu depois de uma transição que já nasceu num outro modo de produção que não experienciou as mesmas relações de poder, de ideologia,
de dominação da nossa sociedade. Ou seja, isso é um processo transgeracional. Qual que é a grande diferença daquilo que a gente defende? Nós defendemos um sistema que hoje beneficiaria 99,9% da população. Eu vejo um sistema que a o grande benefício que é dado é para 0,01% da população com um custo altíssimo para manutenção futura da vida humana, como um sistema fadado à banca rota. O problema é que as coisas não caem de maduro na história, né? Não adianta eu falar assim: "Ah, o capitalismo é muito ruim, porque o capitalismo mata muita gente, muita gente fica
pobre, muita gente não tem acesso e é ele é tão ruim que ele vai acabar, não vai. Se a gente não age em direção às coisas, as coisas não acontecem exnilo, elas não acontecem do nada. que as pessoas acham que esses 0,04% da população são engrenagens fundamentais para manutenção e tipo, pô, sem eles a gente não consegue sobreviver. Sabe qual que é o problema? O problema eh tem uma tirinha americana que para mim é o melhor resumo de todos os tempos da do quão boa é a ideologia do capitalismo, doão do tão bem que ela
funciona. É um grupo de RPG entrando numa caverna de um dragão. E aí eles entram, vem o dragão e aí um deles fala: "Vamos atacar e matar o dragão". Aí um deles levanta e fala: "Mas esa aí, se nós trabalhamos para matar o dragão e proteger a cidade, em última instância o dragão é responsável pelo nosso trabalho. Se a gente matar o dragão, a gente não vai ficar sem trabalho." Aí todo mundo vira para ele e fala: "Cara, mas você tá louco? Esse dragão matou a sua família. Esse dragão cospe fogo na gente. Esse dragão
escraviza a cidade. Ele está deitado em cima de todo o ouro que a gente já teve. Aí o cara vira e fala: "Mas e se um dia eu for um dragão, eu queria ser morto?" Aí o dragão vira para ele e fala: "Você nunca será um dragão". Esse que é o ponto. Muitas vezes a pessoa acha que ela vai ser um dragão. É vendida uma ideia de que qualquer um pode ser um bilionário. Tudo que basta é um sonho e uma garagem. O problema é que normalmente essa garagem fica dentro do pentágono e esse sonho
é pago com a mina de esmeraldas do seu pai, entende? Então assim, eh, a gente vive numa sociedade onde o cara acha que por ele conseguir fazer um crediário na Magazine Luía, ele tá na mesma classe social da dona Luía, dona do Palmeiras. Uhum. Não está. Ele acha que se ele acordar às 4 da manhã e ficar ouvindo coisas de empreendedorismo, enquanto ele dirige 16 horas de Uber por dia para poder manter a família dele, que ele vai conseguir triunfar dentro do sistema. 99,99% das vezes ele não vai. Só que ele não consegue colocar a
culpa disso no sistema. Por quê? Por causa desse individualismo que eu falei que nos é atrelado. A culpa é individual. Se você não conseguiu, é porque você não foi bom bastante, é porque você não se esforçou bastante. E a Beness fica com o sistema. Porque aí quando alguém consegue, quando tem o token que consegue, um cara vai lá e veio de uma origem super humilde, esse cara conseguiu ser bilionário. Minerou ali, minerou e lachou. sacou, sei lá, um belo dia antes do cara lançar o etheréum, ele era amigo do cara que ia lançar o etheréum
e o cara falou: "Compra 10 etheréum aí", saca? Aí deu certo. Esse cara é mostrado como um exemplo de que a sociedade funciona. Os outros 100.000 e tentaram fazer a mesma coisa, que vão morrer na penúria lutando desesperadamente, são fracassados individuais. Isso é o poder da ideologia. é que eu entendo quando você propõe toda essa história e me conta das vantagens que seria o comunismo ideal, só que aí você pega, por exemplo, o capitalismo é ruim, eu não consigo. E eu fui criado nesse sistema, então para mim ele é o que eu enxergo como real,
é onde eu consigo palpar as situações no comunismo. Eu não consigo transformar isso em verdades ainda. E aí eu vou citar, por exemplo, você fala dos bilionários, eu acredito que eu nunca serei um bilionário. Eu nem almejo ser um bilionário, porque eu sei que deve ser muito ruim isso, te dá um um isolamento profundo. Mas eu falo em melhorias gradativas, sabe? Por exemplo, você tem um celular aí hoje, eu tenho outro e cada ano vai ter um celular melhor. Se a gente tem, se a gente só tem um parâmetro melhor, para melhorar, que é ver
pessoas que estão melhores do que a gente, quando você iguala, eu acredito de verdade que boa parte desse anseio de melhora se encerra também. Vamos lá. É só pra gente pensar. Não sei se você entendeu o que eu falei que tava meio engraçado. Mater dados materiais. Não, desculpa, Roberto. Desculpa. Não, tudo que eu falei com sair. Não posso ser dúvida. São dúvidas que eu realmente tenho. Achei engraçado você que citou o celular aí. Mas é, mas pode ser uma bola de futebol. Eu eu entendi perfeitamente eu entend o celular não serve como exemplo. Ótimo. Uma
bola de meia e as pessoas têm necessidade de uma bola melhor e assim foram melhorando futebol. Hoje tem uma bola. Calma aí meu irmão. Faz sua parte do comunismo aí. Deixa eu trocar a ideia também. Eu quero aprender, mas para mim aprender, eu tenho que ter dúvidas. Sim. Eu eu o que eu puder te responder, minha função aqui é essa. Beleza? Valeu. Então, mas olha só, eh, assim, o exemplo, independente do exemplo, tá? Um dos mitos muito comuns que a gente ouve é num sistema de transição socialista, né? Porque assim, o comunismo é, tá lá
na frente, tá? Depois da revolução, você vai ter um momento de transição. Depois, eventualmente, você vai chegar no socialismo. Depois, eventualmente, você vai chegar no comunismo. Mas vamos pegar as experiências do socialismo real, as experiências que a gente teve na prática pra gente pensar a partir delas, tá? Eh, um dos mitos que é vendido é essa ideia de que só no capitalismo que a gente teria avanços tecnológicos, exatamente porque teria o incentivo de ter esse avanço por causa dessa suposta guerra de todos contra todos, que em última instância é isso, né? Desse individualismo automatizado, cada
um tentando ser melhor do que o outro. Beleza? 1917, União Soviética. 1917, no começo do ano, Rússia, na verdade, a União Soviética só vai ser em 23, vai ter a guerra civil e tal, mas vamos esquecer isso aqui, vamos só pegar dados daqui e dados ali na frente. Quando você tem a revolução na na Rússia, que ela vai passar a ser a União Soviética, você tem um país que era um país atrasado em relação aos outros países europeus. A Rússia no século XIX foi um país que se polperizou muito. Foi um país que pegou vários
empréstimos com a França e não pagou. Deu calote na França. Era um país pobre, um país de esmagadora maioria rural e esmagadora maioria analfabeta. Esse era o país aonde acontece a primeira revolução. Que que tinha acontecido logo antes dessa revolução? Em 1905, a Rússia entra numa guerra com o Japão e leva uma sova do Japão humilhante, entra na Primeira Guerra com um soldado indo descalço. Então assim, a Rússia tava muito pobre, muito palperizada. Quando a gente fala muito pobre, muito palperizada, obviamente a esmagadora maioria da Rússia, né, a nobreza da Rússia, os aristocratas da Rússia,
os bugueses da Rússia estavam muito bem obrigado no frequentando os melhores salões de Paris e trocando ideia em francês, né? Mas aí tudo bem, beleza. Quatro décadas depois, esse país tava completamente industrializado, completamente alfabetizado, mandando o primeiro ser humano para o espaço. celular, só por uma ironia do destino, é uma tecnologia que começa com a tecnologia militar da União Soviética, de comunicação de comunicação militar da União Soviética. Então assim, nós estamos falando que num período de três décadas e meia, um país que tinha Então, cara, isso isso é praticamente uma geração só. Em uma geração
eles conseguiram mudar tudo. Três décadas e meia. Você pensa assim, termina a Segunda Guerra Mundial, quais são as duas grandes potências do mundo? Estados Unidos e União Soviética. Revolução foi em 17. Guerra Civil tá terminando ali por volta de 23 a 26, dependendo do lugar. Década de 30 é a grande década do avanço, mas já se preparando pra guerra, porque eles já sabiam que ia acontecer outra guerra. Eles estão escrevendo sobre a outra guerra interimerialista desde o final da década de 20. Os congressos do POS, desculpa, do PICUS, né? Eh, o Partido Comunista da União
Soviética, ele vai mudar de nome quando ele vira União Soviética. Antes ele chamava Partido Operário Socialdemocrata Russo, tá? O Picus nos seus congressos, já no final da década de 20, ele tá falando: "Dentro de 10 a 15 anos acontecerá outra guerra interimperialista, ou seja, entre as potências imperialistas pelo comando do mundo. Eles já estavam se preparando para isso. A década de 30 é toda de preparação para isso. Uhum. Inclusive, assim, dentro do primeiro plano quinquenal, eles já mudam o plano quinquenal no meio do primeiro com do primeiro plano quinquenal, por causa dos movimentos de guerra
que já estava acontecendo no teatro asiático. Porque a gente pensa guerra de uma forma muito ocidental, né? A gente pensa guerra quando a guerra explode desse lado de cá do mundo. A gente esquece que existe Ásia, esquece que existe África. Você tem a esfera de qual prosperidade do Japão, que não é uma esfera, não traz prosperidade. O Japão tava passando o peru na galera na Ásia. Isso já tá acontecendo na década de 30. Então o que que o que os soviéticos fazem? Eles decidem inclusive mudar certas plantas de certas instalações de lugar mais para dentro
do território dele, porque em caso de invasão seria mais difícil de chegar ali. Então eles estão se preparando aliente, assim, geopoliticamente eles estão fazendo tudo que é preciso. Sim. Mas o que eu tô te falando o seguinte, o trabalho já tava sendo feito em casa. Essa organização demorou três décadas e meia para alfabetizar uma população que era muito grande pros números da época. Então, uma população gigantesca, não só alfabetizar essa população, mas conseguir desenvolver dentro desse país, substituir cadeias produtivas, instaurar nossas cadeias produtivas, colocar eletricidade nesse país inteiro, produzir comida para esse país inteiro nesse
curto período de tempo. Você entende que se fosse uma necessidade desse individualismo, isso jamais poderia ter acontecido. Se a gente pega o exemplo hoje da China, pese todos os pesares, pese, eu particularmente como mauísta vejo uma um momento terrível pós Mausedong, a partir do Den Shoping, você tem reformas muito brutais dentro da China, mas independente disso, a China era em todos os atlas geográficos da década de 50, de 1950, que é o ano da revolução, ou segundo, ou terceiro ou quarto país mais pobre do mundo. A expectativa de vida média do chinês era bíblica, era
de 34 anos no final da guerra civil, que termina depois da Segunda Guerra dentro da China e que vai eh levar o Partido Comunista Chinês à revolução hoje. Mas a China era assim, ela já era saqueada por vários outros. Não, a pobreza dela não dependia só dela. Teve o século da vergonha, teve um século inteiro de colonialismo em cima da China, virulento desde o final da dinastia Chin. Mas assim, não é que o povo era ruim, não é que talvez o sistema que tava lá era ruim, era a situação que eles passavam, é que não,
a situação que eles passavam era terrível, porque o sistema que tava lá é o colonialismo europeu. Uhum. Sim. É o colonialismo europeu que fodeu, né? Todo mundo só não fodeu eles ali e fodeu o resto. Sim. Inclusive, a Segunda Guerra Mundial, o que chama atenção e causa revolta na na Europa é o Hitler fazer com a Europa, o que a Europa fazer com o mundo. Essa é a grande revolta dos europeus. Nem de rir não, mas não é nem de rir, mas você entende mas é é isso. E quem fala isso não sou eu. O
M Czer no livro discurso sobre o colonialismo, na década 50 já falava isso. O que ofendeu profundamente a Europa foi receber o que ela Europa, dava aos outros países. Na hora que pimenta no olho dos outros é uma delícia, né? Mas assim, beleza, pegar China. Então, hoje em dia, das 25 áreas top de desenvolvimento de tecnologia do mundo, a China só não controla ainda chipset em nanômetros, com ênfase no ainda, porque o o chipset chinês hoje em dia tava chegando em quatro ou 3 nanômet, depois já foi além disso, mas há 4 anos atrás a
China conseguia fazer um chipset que os estados Estados Unidos ou que o Ocidente fazia há 16 anos atrás. Hoje, 4 anos depois ela faz o chipset que o Ocidente fazia há 4 anos atrás. Então, ela ganhou 12 anos no período de quatro. Ela tá ganhando tempo. Ela tá ganhando tempo. E dessas outras 25, 23, ela tem o controle, ela tem o maior desenvolvimento tecnológico nessas áreas todas. Se fosse uma obrigatoriedade, o individualismo, a competição dentro do capitalismo, a China não podia existir. Se isso fosse uma obrigatoriedade, como que a Coreia do Norte teria conseguido desenvolver
todo um ciclo de produção e enriquecimento de plutônio, que envolve milhões de outras tecnologias, que envolve milhões de outros usos duais se não houvesse essa, entre aspas, competição de quem quer ser o melhor. Então, o que que eu quero te mostrar com isso? Independente do modo de produção, a gente continua tendo progressos técnicos. A gente teve diversos progressos técnicos dentro da Idade Média. A gente teve diversos progressos técnicos na antiguidade. A nossa civilização, como a gente conhece hoje, ela começa com um grande progresso técnico que é rerroteamento de rio, que é engenharia hidráulica. Se não
fosse os caras, tanto na na Mesopotâmia quanto na bacia do Nilo, terem descoberto como fazer para mudar o fluxo da água, para ter aquela perenidade, para entender como que uma planícia de aluvião vai funcionar numa época do ano ou outra, a gente não teria tido essa capacidade de mobilizar comunidades tão grandes nos mesmos locais de forma tão perene. Ou seja, o progresso técnico da humanidade, ele é, entre aspas, cumulativo. Cumulativo em que sentido? Quanto é igual o jogo de videogame, quanto mais você vai jogando Civilization, quanto mais coisa você abre, mais coisa tem para você
abrir. Então assim, o progresso técnico que a gente teve com o capitalismo, ele também tem um outro problema que muitas vezes as pessoas não pensam, que é, e essa é contratural de pensar, então eu vou explicar com calma, porque ela é muito contrainttuitiva e o capitalismo muitas vezes ele não catapulta mais barra o progresso técnico. Por quê? Precisamente por causa da competição. Muitas vezes, quando você tá num determinado setor e você faz uma descoberta que é revolucionária para o seu setor, você não pode contar para todo mundo que você fez a descoberta que é revolucionária
pro seu setor. Por quê? Porque senão você perde a vantagem comparativa dentro daquele setor. Você tem que esconder a sua descoberta de todas as formas possíveis, porque você pode ser espionado industrialmente, alguém vai tentar roubar, alguém vai tentar fazer aquilo igual. Num ambiente de colaboração, num ambiente de cooperação, eu descobri alguma coisa, eu entrego aquilo para a sociedade inteira para que a sociedade inteira possa, a partir daquilo que eu descobri, descobrir mais. Você entende? Entendo. Então, tem muitas tecnologias que a gente recebeu muitos anos depois que eram tecnologias militares, que os militares não podiam porque
eles tinham medo de militares de outros lugares pegarem e esses militares fazer alguma outra coisa, eles vão esconder aquela tecnologia. Um exemplo clássico que todo mundo tem em casa, micro-ondas. Microondas é uma tecnologia da década de 20 do século passado. Ela chega comercialmente pros Estados Unidos na década de 70, chega no Brasil na década de 90 para quem era rico. Quando eu era menino, porque eu era bolsista de escola, quem tinha microondas em casa era milionário. Eu ia na casa de um amigo meu e tinha um microondas, eu eu achava que eu tava nos Jetsons.
Internet também foi assim, né? Foi, foi assim. Imagina se uma sociedade, imagina se uma sociedade que compartilhasse os conhecimentos. Contraintuitivo a gente pensar isso, muitas vezes é exatamente a competição que barra com que certos progressos possam ser divididos e possam ser replicados, até porque eu vou ter outras necessidades de manutenção na sociedade. Então, vou te dar um exemplo. Na União Soviética, os salários eram iguais? Não eram iguais. salários variavam até 20 vezes, tá? Uhum. Então assim, o cara que tinha o salário eh o trabalho braçal mais básico, mais tranquilo, que não precisava de nenhuma especialidade
técnica, ele ganhava 20 vezes menos do que o cara que eu tô dando um exemplo fictício aqui, eu não tô com a tabela da das profissões aqui, mas assim, do que o cara que era o engenheiro nuclear que tava desenvolvendo uma turbão turbina e uma fusão de Urã. Beleza? Beleza? Só que esses caras costumavam morar no mesmo bairro, às vezes no mesmo prédio. Os prédios, as ruas, as cidades eram construídas para que as pessoas todas vivessem juntos. Eles eram construídos de forma que nesse mega bloco você tinha um posto de saúde, você tinha uma quadra
de esporte, um ginásio, uma piscina, alguma coisa para fazer, uma biblioteca, os prédios, árvores. Por quê? Porque se espera de uma vida nesse sistema muito mais do que simplesmente a reprodução do trabalho e a exploração do trabalho. Então imagina que coisa maravilhosa que deveria ser você poder viver num lugar aonde você tem casa garantida, trabalho garantido, segurança garantido, saúde garantido, acesso a educação garantido, emprego garantido e você pode aproveitar dessas outras coisas. Então, se tá tudo garantido para mim, o que me faz produzir alguma coisa? O fato de você ser um ser humano, que é
um ser coletivo e você gostar da sua coletividade. Você não falou que o seu primeiro amor, sua mulher, obviamente, mas depois sua cidade, seu bairro, seu país. Você vê que esses ciclos vão cada vez aumentando mais. Esses ciclos de empatia que a gente normalmente começa na nossa família e que a gente vai terminar na humanidade, é o que move o ser humano pra frente, entende? A mesma coisa. Se você vê uma pessoa na rua passando uma necessidade, você para e você ajuda essa pessoa e você faz isso quase que instintivamente. [ __ ] se você
tem um compromisso, se eu tava atrasado pro trabalho, você parou e ajudou a pessoa e depois que você pensou, por que que você ajudou? Por quê? Porque pensó auda. Exatamente. Isso falando, porque é natural, porque é humano. O ser humano, quando ele tá desalienado, o que que torna o ser humano diferente de todos os outros animais? a sua capacidade de modificar a natureza à sua volta. O que que é o trabalho humano? É a modificação da natureza para adequar a natureza as condições que nós preferimos. Só o ser humano faz isso. Proposituadamente. Ah, mas João
tem inseto social, é diferente, tá? A escala é, sabe? Então assim, a escala, a forma, o conceito, né? a não repetição em padrões durante 180 bilhões de gerações. Mas enfim, qual que é a beleza disso aqui? A beleza disso aqui é que o que nos torna humanos é estarmos num grupo e junto com esse grupo a gente operar em cima da natureza e ter esse trabalho desalienado. Numa outra sociedade em que você não tem essas preocupações, você vai poder ter outras preocupações que hoje em dia o trabalho não deixa. É muito difícil eu querer que
o cara que tá batendo inchada, trabalhando na firma, pegando buzão, metendo uma escala 6 por um, chega em casa depois de trabalhar 10 horas e gastar 3 horas de buzão nos 2 minutos que ele tem para bater uma marmita antes de dormir. E eu queria que esse cara leia filosofia, leia Lucashi, pense na ontologia do ser social e pense nas benéces que ele podia construir pra humanidade, porque esse cara não está vivendo. Só que a partir do momento que a pessoa é libertada dessa escravidão moderna, a partir do momento que ela é desalienada do seu
trabalho, que o seu trabalho não é mais algo estrangeiro, alienígena, distante dela, que ela vê sentido naquilo que ela tá fazendo, que ela percebe sentido na construção social do que ela tá fazendo, ela tem um incentivo que eu sinceramente acho que nenhum outro sistema consegue fazer. parecido. Tanto que a gente nunca teve na história registrada da contemporaneidade nenhum crescimento de país que chegue a se comparar com o crescimento dos países socialistas. Então você pega o que que é o crescimento da União Soviética nesse período. Você pega o que que é o crescimento da China da
década de 80 para cá. Se você pega o que que é o crescimento do Vietnã de 90 e poucos para cá, você não tem outros lugares que vão fazer isso. Quando Cuba consegue se livrar da ditadura que ela tava, e Cuba no começo nem foi uma revolução socialista. Quem era socialista comunista ali mesmo era o Tegevara, o Raul Castro, o Sinfuegos e mais dois ou três gato pingado. No grama, que foi o navio que sai dos Estados Unidos para aí, tinha 90 pessoas. eram cinco, seis caras que estavam ali mais à esquerda. O resto eram
caras do movimento estudantil, de outros partidos, mas que eram o quê? Nacionalistas cubanos, que queriam uma Cuba melhor pro povo inteiro cubano. Quando eles fazem a revolução, eles decidem educar o povo, alfabetizar o povo. Eles não estavam preparados pro número de pessoas que se ofereceu para ir pro campo alfabetizar. Por quê? Porque a pessoa vê um sentido diferente. O sujeito vê um sentido diferente. Por quê? Porque ele consegue se enxergar naquela construção. Aquilo deixa de ser uma coisa alheia, longe lá na frente e passa a ser algo dele. É a mesma coisa quando qualquer pessoa
começa a se mobilizar independente do lugar, tá? Eh, um lugar muito legal da gente ver esse tipo de construção e sociabilidade funcionando, por exemplo, é no ambiente religioso. Normalmente, quando uma pessoa adentra a uma religião qualquer e olha que eu sou ateu, minha mulher que é muito católica, eu pego o exemplo dela aqui para te dar. Eh, tá bem casado, graças a Deus. É, não é, pelo menos ela me salve salva. Aí o que acontece, eh, quando a gente se mudou de volta de Brasília, quando a gente veio para cá e tal, a gente ficou
um mês só num apartamento, aí a gente foi assaltado à luz do dia, levaram tudo, deixaram só o cachorro, literalmente, levaram os móveis, levaram tudo, deixaram o cachorro. Aí a gente mudou para um outro bairro. Quando a gente chegou nesse outro bairro, Naara falou assim: "Ah, eu vou procurar a igreja aqui do bairro e tal para eu participar da catequese e tal, não sei o quê". Aquilo ali deu uma sociabilidade para ela. Ali ela se sentiu útil, ela tava participando, ela fez um ciclo de amizades com o pessoal, ela tava ajudando, entregando para aqueles meninos
de todo coração aquilo que ela queria dar de todo coração. E você tem esse pertencimento. Aquilo faz sentido pra pessoa. Por que que o nosso trabalho não faz sentido pra gente na maioria das vezes? Por que que na maioria das vezes as pessoas falam assim: "Pô, na hora que termina meu trabalho é que eu sou feliz. Ah, e quando que você é feliz? Eu sou feliz quando eu tô com meus amigos conversando. Eu sou feliz quando eu tô estudando uma coisa que eu gosto de verdade. Eu sou, ou seja, a sua vida verdadeiramente humana não
é mais a sua vida social. Essa que é a mudança que a gente precisa fazer, porque isso é uma construção de uma sociabilidade que vale a pena. Eu entendi. Muito simples para mim. A minha questão é é são em em minorias mesmo, porque quando você fala da da grande massa, que é esmagadoramente a grande maioria das das pessoas mesmo da população, de forma geral, o cara quer realmente trabalhar, ele quer produzir, ele quer se sentir importante, ele quer pertencer a um grupo ou a vários. Mas eu eu me pergunto porque é o seguinte, onde o
estímulo é a produção e você só tem a produção para te garantir o seu sustento, né, que é o capitalismo? É só assim que você vai ter alguma coisa. Você ainda vai esbarrar em uma minoria, mas que são milhares de É uma minoria, mas essa minoria são milhares, talvez milhões de pessoas que mesmo assim não produzem, entendeu? E aí você me citou um fato que quando você teve em Belo Horizonte, Belo Horizonte, ele mora em Belo Horizonte, é assaltaram na sua casa e roubou tudo que tinha dentro sua casa. Então é da natureza do ser
humano também, algumas pessoas que são totalmente desviadas. E quando você trata todo mundo como boas pessoas produtivas e não são todos, eu acho que você põe uma carga pesada e algumas pessoas que realmente são boas, tá? Eh, assim, primeiro, né? Eh, gente, é óbvio que tem gente que de fato tem a sua psicopatia, tem o seu problema e tal, e aí é uma outra condição, né? Pô, antes de você continuar, ah, desculpa, querido. Fala. Deixa eu só pedir a galera para dar o like na live aí, ajuda a gente. A gente tá com quase 4.000
pessoas ao vivo aqui, ó. Bom, é, cada like seu aí vai entregar essa live para mais cinco ou 10 pessoas. Então, então dá fazer isso bem. É isso aí. Isso é 100% verdade. Eu também trabalho com o YouTube. Eu falo, gente, não cai o dedo, sabe? Assim, não custa nada. Vamos bater recorde aqui hoje. Camarada, camarada, camarada, ajuda os camarada aqui, mano. É isso aí, ó. Funciona assim mesmo. Quanto mais vocês fizerem isso, ajuda demais mesmo. Ajuda demais. Inclusive o Mateus mandou aqui também, ó. João Carvalho e sua família do canal. É, mandou um super
chat aqui. João Carvalho e sua família são as pessoas mais incríveis que já conheci. Passei pelo momento mais difícil da minha vida e só recebi empatia e amor dessa família. Eu e Yasmin amamos vocês. Abraço, irmão. Cara, e o Mateus é o irmão que eu tenho em vida, né? Mateus é muito amigo meu. A gente se conheceu por causa de militância, por causa de de trabalhos. Ele ele é bancário, ele é do do Rio Grande do Sul. Uhum. E ele me fez o convite porque ele é do sindicato para eu dar uma palestra lá. E
a gente deu super certo, ficamos super amiga, ele me recebeu na casa dele maravilhosamente bem. Aí depois eu voltei no Rio Grande do Sul com a minha família de férias. A gente passou lá na casa deles, ficou lá e a gente falou: "Porra, vem para Minas também". E aí eles vieram. E aí quando eles vieram, a Yasmin, que é uma menina que não tinha, cara, assim, eh, eu e o Mateus somos dois beberrão fumante de meia. A Yasmin tem menos de 30 anos, eh, não tem um problema de saúde, tudo certinho, faz exercício, não sei
o quê. Ela teve um aneurisma no banheiro da minha casa, tá? A gente foi almoçar e aí a gente voltou do almoço e ela falou assim: "Ah, foi no dia que eu fiz 200.000 inscrito no canal. Nossa, ela falou assim: "Ah, vou sair para comprar um bolo pra gente comemorar. Vou só no banheiro ali". Ah, gente, ah, beleza. Tava eu e o Mateus desmontando um computador velho para tentar trocar um HD. E aí começou a demorar, começou a demorar, começou a demorar. Odeio as min, velho. É, e eu falei, cara, a min demora muito mesmo
porque tem gente que demora, né? Tipo, é, tem gente que que caga em câmera lenta. Eu falei, pô, normal, tal. Aí ele não tal, já tá passando tempo. A gente bateu lá Yasmin e tal, não. Aí a gente preocupou, a gente arrombou a porta, ela tava ca não, ela só, ela deve ter caído em câmera lenta, sabe? Que ela foi abaixando e foi desfalecendo. Desfalecendo. E aí a gente correu com ela pro hospital. Caramba, velho. E assim, nesse momento, a gente foi de muita sorte, cara, porque ele é bancário do de um banco que tem
um seguro bom. Então assim, o seguro do banco cobriu, a gente chegou no hospital, ela teve que fazer duas cirurgia de cabeça, 14, 16 horas de cirurgia, abriu mesmo, não abriu ele arrancou o crânio mesmo assim, tal, e ela ficou sem crânio um tempão. Daí depois fizeram tipo um crânio de titânio, uma coisa assim, e tiveram que implantar de novo e tal, e ela quase morreu, cara. E aí isso foram, ela passou 15 dias na UTI até acordar. E assim, cara, ela não teve nada de nada assim, ela não teve sequela nenhuma. A maior sequela
que ela teve é que ela não gosta mais de doce, saca? Tipo, ela ela acordou sem gostar de doce, saca? Colateral do meio. No começo quando, né, ela tava assim, ela ainda tava com problema de mexer o pé e tal, mas aí fez as fisioterapia umas duas semanas, já tava de boa, foi andando, tal, ficou de boa, de boa. Eu olho para ela, não teve nada. Mas isso porque vocês agiram rápido, né, cara? A gente tem, é cara, assim, minha mulher é da área de saúde, né? Então quando bateu ali, a gente falou assim: "Vamos
correr, porque se tiver sido qualquer coisa neurológica, a gente tem que que que correr." E aí demos sorte aí, tipo, o plantão também e os médicos fizeram a [ __ ] cirurgia lá e tal, mas foi uma situação assim cabulosa. E aí eles foram para passar uma semana e ficaram acho que quatro meses lá em casa, uma coisa assim. É porque não tinha como mudar isso aí mais, né? É, veio as mães, veio todo mundo e tal. A gente ficou lá o tempo todo na recuperação com eles e agora, graças a Deus, ela tá melhor.
Dia 30 agora ela vai fazer um procedimento, mas é só paraa manutenção do negócio que ela tem que fazer de tempos em tempos mesmo. Inclusive, beijo para Yasmin, beijo pro Mateus, né? Desejo que o procedimento corra tudo bem, tudo tranquilo, mas foi uma situação assim louca, cara. Louca, cara. Mas é nessa hora, porque para eu falo isso muito, pra festa todo mundo vai estar próximo, mas para carregar o caixão tem poucos, né, mano? É essa hora que saber quem é bom de coração de verdade, porque e e aí foi, mas foi bom, cara, porque assim,
a gente morava do lado do hospital, saca? Então assim, eh, ficou super fácil para ele ir e voltar no hospital para fazer as coisas, para acompanhar. Aí a gente recebeu a mãe dela e a mãe dele também que ficaram um tempo lá com a gente lá em casa para eles poderem visitar e tal. Mas bicho, foi uma loucura porque assim, no dia mesmo, cara, eh teve uma assim quando ela foi op eh ela tava ainda, né? Isso era umas 3 horas da manhã isso aconteceu, sei lá, 4:30 da tarde teve a intercorrência, 5 horas a
gente chegou no hospital e aí começa, né? Bateria de exame é uma coisa, não é? É isso, é aquilo, faz isso, faz aquilo, faz a tomografia, faz não sei o quê. Aí o cara que era o neurocirurgião [ __ ] das galáxias lá tava operando e aí finalmente ele terminou a cirurgia e foi lá ver. Aí chegou lá, bateu o olho assim no primeiro exame, falou: "Sangue, sangue, sangue." Isso aqui é neurisma. Mede a pressão já saiu de uma cirurgia para outra. É. Mede a pressão intracraniana dela para mim. Tava subindo enquanto ele media. Aí
ele virou falou assim: "Cadê o marido?" E aí o Mateus tava no banheiro, que é o marido dela. Eu falei: "Não, o marido tá no no banheiro e tal. Eh, daqui a pouco ele chega e falou: "Não, não, não, vou subir para ele despede do cadáver". Caramba, velho. Você tem ideia, cara? Eh, eles eles chegaram a fazer eles chegaram a fazer a certidão de óbito dela e entregar errado junto com os papéis. Ela tem a certidão de óbito dela. Nó os caras falaram não vai dar um trem desse, não vai dar. Os caras falaram não
vai dar. É, faz, tem duas datas de aniversário, ela faz. É, sacou? Assim nasceu de novo, os caras fizeram a certidão de óbito dela. Os caras falaram: "Não vai dar". E aí o cara fez uma [ __ ] cirurgia lá e depois dele ainda tinha um outro cara que era o rádio neurocirurgião que injetava um líquido no cérebro para achar o negócio, para ver de onde que tava saindo para costurar por dentro. É um bagulho super complexo, eu não sei nem explicar direito. Uhum. E mas assim, ela sobreviveu, ela sobreviveu por isso, saca, cara? Porque
ela não tinha nada assim, saca? a menina com muita saúde assim e tal, vade viraram irmãos depois. É. E e assim e foi um negócio que tinha que acontecer, saca? O médico falou: "Ó, é totalmente é é um negócio natural. Podia ter acontecido com bebê e podia ter acontecido com 70 anos e podia não ter acontecido, mas não tem nada a ver com alimentação, com pressão, com comer alguma coisa, com teve uma doença, com teve Covid, com nada, saca? Nada. E assim, eles tinham acabado de sair da das enchentes lá no Rio Grande do Sul,
né? Porque o lugar que eles moram especificamente não teve. E o Mateus tava lá trabalhando, ajudando a galera. Mateus tava em cima dos barcos, ajudando a recuperar corpo, ajudando a salvar o pessoal lá, tal. Saíram desse rolê da enchente, vieram, o carro quebrou no meio do caminho, chegaram rebocado em Belo Horizonte. Então foi uma confusão assim. Que rolê também, mano. Foi, foi um rolê louco, assim, foi um rolê muito louco. Ô, tio João, o Robertinho, a gente tava falando sobre esses problemas e que encontra, né? Eu acho que muito ele é guiado por um vídeo
que existe, não sei se já viu, um vídeo de 2 minutos, 3 minutos, onde um professor explica o que acontece numa sala de aula se ele dividisse a nota de forma igual para todos os alunos. Que que vídeo é esse? Nunca vi. Não, não, cara. Eu conheço um filme que é mais ou menos nesse negócio, tipo a onda, né, de Vill é um filme alemão. É, eu já vi a onda. Esse vídeo não é mais ou menos nessa pegada assim que ele vai, é a onda. A onda eu acho que vai pra outra linha assim,
mas esse vídeo é um vídeo bem rápido, onde ele fala, ó, a partir de agora a gente vai dividir a nota de todo mundo aqui de forma igual. Vamos simular aqui como se fosse um sistema comunista, né? E aí na primeira, na primeira, na primeira leva de nota, todo mundo tira nota B. Aí quem estudou demais fala: "Pô, não vou estudar tanto e tal, ele só vai descendo". Exatamente. Então assim, é uma galera que explica isso, tipo, ó, se tiver todo mundo com a mesma coisa, não vamos ter incentivo nenhum. É, é isso que assim,
é primeira coisa, cara. É, primeiro, né, gente, assim, eu eu acho que que eu não preciso de de falar que é muito diferente uma sociedade inteira de milhões de pessoas e uma sala de aula. Totalmente. Uma coisa. Segundo, é um reducionismo de um desconhecimento sem fim achar que, entre aspas, o modelo comunista é divide tudo igual para todo mundo, né? Não é, né? Eh, inclusive, né, a frase, né, marxiana que vai guiar essa ideia do comunismo futuro, lembrando que tem toda uma construção histórica antes desse, né, é de cada qual de acordo com a sua
capacidade a cada qual de acordo com a sua necessidade, né? Eu e você, nós temos 2 m de altura. Se a gente tiver que ver a por cima de um muro de 180, a gente não precisa de um banco. Sujeito de 1,60 m vai precisar de um banco de 40 cm. O sujeito de 1 m de altura vai precisar de um banco de 80 cm. Aí eu somo, tem quatro cara, eu tenho 1,20 m de banco, eu divido por 4, dou 30 cm de banco para cada um. Só nós dois estamos vendo, entende? Então assim,
esse é um reducionismo até muito infantil, sabe? assim, ele é muito, desculpa a palavra, burro, saca? Sim, sim, né? E não é isso que é a ideia. Mas voltando lá na pergunta do do Roberto, que é importante, cara, que é importante a gente entender, muito, né? que é o seguinte, eh, primeira coisa, obviamente a gente tem pessoas que têm sociopatias, que t psicopatias. Essas pessoas que são de fato deviantes a um ponto de se tornarem perigosas a si mesmo e a sociedade acontece. Isso significa que toda e qualquer pessoa que neste sistema tal como está,
ou roubou, ou deixou de trabalhar ou optou pela vida do crime ou qualquer coisa assim, necessariamente faria a mesma coisa em outro sistema. Não. Essa é a primeira coisa que a gente tem que entender, né? É a primeira coisa que a gente tem que entender. Eu, inclusive, eh, e aqui a gente tem que falar uma coisa que é muito real. Você imagina a realidade do sujeito que, [ __ ] é criado numa favela, que o pai tá doidão, alcólatra no bar, que a mãe tá trabalhando de doméstica para cuidar de outros quatro irmãos. E aí
esse cara que vai ter uma educação precária, tem a possibilidade linda e maravilhosa de entrar numa fila depois da construção civil, porque ele não tem nenhum tipo de formação nem nada, para ser servente, para ganhar um salário batendo laje na casa do caixa prego, fazendo um trabalho brutalmente gastante, 12 horas por dia. E aí ele olha pro outro lado, ele fala: "Porra, se eu começar a soltar pipa aqui no canto, quando a polícia chegar, eu vou ganhar três vezes mais. Minha mãe que tá sendo constantemente humilhada no serviço dela, eu vou poder pôr comida na
no prato dela. Cara, eu não julgo. Eu não sei se eu teria a fortitude moral se eu tivesse sido exposto a isso, de fazer diferente, de conseguir trabalhar. Ainda assim, quando você pega 99% da galera que mora na favela, que mora na ocupação, os caras estão correndo pelo certo. Então, eh, eu, eu tenho muita dificuldade real oficial de ter uma visão de ser humano que seja uma visão muito robesiana nesse sentido, de achar que o ser humano é mau por natureza, de achar que o ser humano tem essa tendência como algo dado e garantido porque
não tem. E para mim, o maior exemplo que deixa isso muito claro de que não tem é o fêmur quebrado de 28.000 anos atrás. Os antropólogos acharam um fêmor, que o cara teve uma fratura e que ele recuperou da fratura. E isso foi um achado que revolucionou o campo inteiro. Por que que esse achado revoluciona o campo inteiro? Porque é o único animal capaz de não abandonar um animal doente e carregar ele até ele se melhorar é o ser humano. Você não acha gazelas com fêmc quebrado e recuperadas porque elas são abandonadas pelo grupo e
um lobo come, um bicho come, ela morde sede. Exatamente. Ela morde sede. Ninguém carrega, ninguém vai levar, ninguém vai trazer comida. O ser humano, ele tem essa capacidade de pegar o cara do grupo que tá machucado, que vai dar trabalho, que não é uma escolha, entre aspas, racional e falar: "Não, ele é do nosso grupo, ele é nosso brother, ele é nosso parça, ele é meu amiguin e eu vou salvá-lo, eu vou carregar essa desgraça para cima e para baixo por dois meses enquanto ele manquitola e dá trabalho." Isso o ser humano faz muito antes
de ter capitalismo, de ter socialismo, de ter imperialismo, de ter civilização, como a gente considera civilização hoje. Então isso para mim demonstra que é muito mais uma questão de inserção social, de onde que você tá inserido, de que sociedade você tá inserido, de quais são as normas daquela sociedade do que qualquer coisa. Vou te dar um exemplo mais para perto. Twantin império incaico. Os incas construíram três vezes mais estradas de rodagem entre a Patagônia e o Equador do que os romanos construíram entre a Britânia e Jerusalém. Em 1500, a capital do império tinha 125.000 pessoas,
coleta de esgoto e água encanada. Os incas tinham um sistema de correio que conseguia chegar da Patagônia ao Equador em 10 dias. Ah, para sério, pô. Melhor do que o correio aqui do Brasil, mano. Melhor do que o nosso. E os incas tinham um sistema de granários, de guardar os grãos, que era dividido em três unidades. Tinham os grãos reais, os grãos que seria o equivalente a uma província, a um estado e os grãos daquela cidade. Toda vez que eles pegavam o plantio dele, eles dividiam igualmente entre os três e aquilo era espalhado pelo império
inteiro. Por que que tinha essa divisão? Porque qualquer um que faltasse para qualquer uma das unidades, o outro poderia compensar. Acabou o grão da cidade X. Quem dá primeiro é o grão real, que seria o grão paraa capital e o grão paraa manutenção do exército e tal, que era considerada essa parte maior. Uhum. Se ele não puder dar, quem dá é o grão da província que tá tomando conta daquilo ali. Acabou o grão da província, a cidade oferece pra cidade do lado, a cidade oferece pro outro. Ou seja, eles trabalhavam cooperativamente para que ninguém em
momento nenhum passasse fome. E nesse sistema que não é um sistema competitivo, eles conseguiram fazer uma cidade que era duas vezes maior que a Paris da época. Eles conseguiram fazer mais estradas do que o Império Romano fez. E obviamente nesse momento da Idade Média quem tinha feito mais estradas era o Império Romano. Eles tinham um sistema de comunicações melhores. Ou seja, mesmo não sendo, entre aspas, uma sociedade competitiva, eles conseguiram alcançar isso. Quando a gente pega o século X, a China era responsável por 85% do PIB mundial. Sim. E o confusionismo na China é muito
diferente do que era o mercantilismo e o bulionismo na Europa e foi infinitamente além. A China, cuja organização ali tava baseada no confusionismo, no neoconfusciionismo e nas outras influências que a gente tinha ali, eles conseguiram construir uma sociedade que produzia muito mais, que tinha muito mais tecnologia, que tinha melhor qualidade de vida ali, responsável por um PIB infinitamente superior, sem essa necessidade. Então é isso que eu tô te falando. O [ __ ] é que a gente é tão inserido, a gente vive isso o dia inteiro, cara. A gente nasce nessa sociedade, a gente vai
crescer nessa sociedade e provavelmente nós todos vamos morrer nela. Não, vamos não. Difícil da gente conseguir ver essas possibilidades. Só que essa possibilidade é construção. Essa possibilidade ela é completamente utópica até o momento que ela se torna inevitável. E e assim, eh, no que que eu tô falando nesse sentido? Se você pegasse o pessoal, [ __ ] cara, pega 1915, 80 e tantos por quase 90% das lideranças do Partido Operário Socialdemocrata Russo estão presas na Sibéria ou estão exiladas no exterior. O império tá dominante, é a Duma mais conservado. Duma era o parlamento deles, né?
Era uma monarquia parlamentarista. Era a durma mais conservadora que você tinha em muito tempo. Os caras tudo preso, tudo exilado, os gatos pingado num canto e no outro. Eles tinham tentado a revolução em 1905, não tinha dado certo naquele primeiro momento. Se você virasse para aqueles caras e falasse: "Daqui a do anos vocês estão entrando no palácio, tomando a [ __ ] toda e sendo a primeira experiência socialista do planeta, os caria rir, entende? Então assim, a construção é isso. Eu não vou construir, eu não vou militar, porque eu acho que amanhã de manhã eu
vou acordar e vai acontecer. Espero muito que aconteça, mas se não acontecer, eu tenho uma dívida com quem vem lutando e já morreu. Eu tenho uma dívida com quem luta comigo e eu tenho uma dívida com quem vai nascer. É um projeto transgeracional de mudança para tirar o ser humano da sua pré-história. A gente vive a pré-história do ser humano, cara. A verdadeira história do ser humano. Uma história emancipada, uma história desalienada. Ela tá na nossa frente, a gente tem que construir ela. Essa é a nossa função, entendeu? É, mano, eu vou te falar, eu
tô aqui para discordar, mas não é não é discordar. não consegue discordar. Não é discordar. Eu tô aqui para entendendo eu tô aqui para entender muito melhor as situações, entendeu? E o que eu puder te responder vai ser minha minha alegria, velho. Porque de verdade aí quando você fala que tudo isso tem que mudar e eu só enxergo ainda uma única coisa final. Uhum. que é tipo assim, quando a gente fala dos trabalhadores, de uma classe dominante, que são os milionários, os bilionários, eu ainda vejo que quem tem, quem trabalha, quem organiza tudo que tem,
pelo menos quem é o gerente, quem passa as ordens diretas, é o governo. Os milionários, bilionários, eles mandam no governo, OK? O governo manda na gente, tá? Quem cria minhas leis, quem faz o que eu que eu cumpra o processo que eles querem, meu horário de trabalho, quanto que eu tenho que receber. Agora fez sentido para mim, entendeu? Quem quem passa as ordens para mim não é o bilionário. Quem faz isso para mim é o governo. Então eu vejo como o cara que manda em mim é o governo, o gerente é o governo. Eu ainda
não vejo uma é assim, esse juro por Deus, não é enfocando, não. Tranquilo. A mudança de sistema, de regime, de capitalismo para comunismo, de para qualquer outro tipo que seja, capitalismo para defismo, uma coisa que a gente nem sabe que se vai dar certo ainda, que seria uma coisa perfeita, talvez. a mudança de planos de regimes e a esses bilionários deixa a gente continuar a mandar no regime aí que tá. Você entende? Se a gente vira, a gente muda o sistema, os bilionários continuam mandando no cara que tá lá em cima, porque alguém vai estar
lá em cima. Beleza? Olha só, eh, da mesma forma que eu acho que era completamente impensável para um homem francês de 1785 imaginar que a nobreza não estaria no poder, entende? Uhum. Para nós é muito difícil imaginar que aqueles que têm dinheiro não vão continuar mandando no estado aí, porque sempre foi assim pra gente. Agora, já teve época que quem mandava no estado não era quem tinha necessariamente dinheiro, é quem tinha nascença, quem tinha representação de nascença. Já teve certos estados que quem mandava no estado é quem tinha o dom divino ou era tocado por
uma religião. Verdade. Já teve certos estados que quem mandava no estado era uma mistura daqueles que tinham nascença com aqueles que tinham o dom. Então a gente já teve vários momentos diferentes, com vários grupamentos diferentes, comandando aquilo que a gente convencionou a chamar de estado, apesar da diferença entre todos esses estados. O estado burguês, ele é feito para servir a burguesia. Ele é moldado pela burguesia para servir a burguesia. Então, a justiça dele vai ser feita para servir a burguesia, o direito dentro dele vai ser feito, a economia vai ser feito, o comércio vai ser
tudo vai ser feito para ser aquilo ali. Quando a gente tá falando de uma revolução, de uma mudança no poder, a gente tá falando de alijar as pessoas que tinham o poder do controle do poder, tá? Então, eh, o Marx usa um um termo que é que, na verdade, não é do Marx, que que é do Hegel, né, que é o classe em si e classe para si. Qual que é a diferença disso? É de uma classe existir e conseguir manifestar o seu poder político dentro de uma sociedade e de uma classe simplesmente existir enquanto
classe. Por exemplo, na China existem bilionários. Isso é um fato. Ponto. Acho que até tem crescido o número de bilionários, né? Na verdade, nos últimos anos deu uma diminuída depois de crescer muito, mas sim, se a gente pegar um histórico maior, ele vem crescendo. Se a gente pegar um histórico menor, ele deu uma diminuída. Cresente. Mas assim, importante isso é na China existem bilionários. Ponto. Isso é um fato. O fato desses bilionários existirem não significa necessariamente que são esses bilionários que gerenciam o Estado e comandam o Estado chinês, pese qualquer eh posição sobre o Estado
chinês, certo? Ou seja, lá eles não existem enquanto classe política, eles existem enquanto classe econômica. É menos mal do que eles existirem como classe política. O ideal seria que eles não existissem. Porque se tem alguém que acumulou esse tanto de riqueza, é porque ele acumulou essa riqueza explorando gente para um [ __ ] É impossível você chegar a acumulação nesses moldes, nessa quantidade, sem haver nenhum tipo de exploração envolvido, né? Aí aqui é o famoso a física não permite Arnaldo. Teve uma pilha aí, saca? Então beleza. O que que eu tô te dizendo aqui? Mesmo
num modelo que uns consideram um modelo híbrido, que uns consideram que foi um modelo de transição pro socialismo, que regrediu pro capitalismo, que uns consideram que é uma terceira coisa diferente, que seria o socialismo com características chinesas, que é uma outra coisa, tá? Independente de qual escola do pensamento que nós estamos falando aqui, você já tem hoje no mundo em que você vive um local aonde quem organiza as decisões do Estado não são o grupamento dos mais ricos e antes, pelo contrário, é o único local no mundo que condena e mata bilionário. Eu desconheço algum
outro país onde um bilionário seja condenado e condenado à morte. Na China acontece, né? Então assim, eh, o próprio exempli, né? O próprio exemplo material do mundo de hoje já nos mostra que isso é factível, tanto que vem sendo feito. Que que eu tô falando com você? A partir do momento que você tem esse tipo de revolução e que essas classes deixam de ser classes politicamente, deixam de ter acesso político ao estado, é necessário uma nova construção de estado. Essa nova construção de estado, em tese, deve emanar do povo. E às vezes tem coisa que
dá errado. Vou te dar um exemplo de coisas que deram errado. período do Breisnev na União Soviética. Durante o período do Breisnev, antes do Breisnev, teve o Kuschov, que é o pior de todos, tá? Eh, ainda com o Stalin vivo, mas com Stalin bem velho, né? O Stalin falava, a gente precisa de oxigenar o partido, a gente precisa de formar novas lideranças no partido, a gente não pode deixar que o partido vá se petrificando, que o partido vá se envelhecendo. Ele também falava isso na década de 30, só que aí meio que aconteceu a Segunda
Guerra Mundial e não deu muito tempo de fazer as coisas. Aí ele falando depois em 47, 48 falou de novo, beleza, não aconteceu, veio o período do Krushev, o pessoal entrou, começou a O Krusev é o dengue da China, da União Soviética, tá? Ele começa a fazer várias reformas e reformas assim terríveis. Ele começa basicamente trair o socialismo e regredir a a condições anteriores do que que tava ali. E aí chega o Brejnev. O Brejnev são 20 anos de uma floresta petrificada dentro do partido. Então assim, aquele cara que era burocrata estatal com 40 anos,
ele vai continuar sendo com 60 e quando tiver que substituir, ele vai ter que substituir por outro 60. Você entende? Esse foi um momento que engessou para um [ __ ] Isso é um problema que teve de não renovação dos quadros, saca? Que é uma disfunção que vai acontecer em qualquer experiência socialista até a gente chegar no ponto que a gente vença isso. A gente vai ter problemas, a gente vai ter mudanças. Por quê? Porque isso vai ser feito por humanos. Esses problemas eles são refletidos na na sociedade nesse momento aí que tá. O que
que acontece na sociedade desse momento? você tinha uma preocupação bélica muito grande, até porque você tá num momento que tá tendo uma explosão de guerras de libertação colonial no mundo inteiro. Todo o PIB é investido. Então assim, a União Soviética tá ao mesmo tempo capitaneando investimento no Vietnã, no Camboja, no sul da África e na América Central, tá? Tá? Então assim, você imagina um país ter que se responsabilizar ao mesmo tempo por essa quantidade de investimentos e tal. Então assim, você tem um gasto militar muito grande, mas você tem uma estagnação que vai refletir numa
estagnação científica, que vai refletir numa estagnação de distribuição de bens, que vai causar problemas que vão ter que ser gerenciados depois. Isso causou pobreza? Não pobreza, mas causou menos acesso do que se tinha um pouco antes, entende? Estagnou. realmente você tem uma estagnação, você não chega ao ponto de ter insegurança alimentar, você não chega ao ponto de ter má ingestão calórica, nem nada disso. Mas, por exemplo, se anteriormente alguns eletrodomésticos eram trocados de cinco em 5 anos, eles passam a ser trocados de oito em oito, então você vai ter certos problemas ali, saca? ou senão
assim a reforma predial de certos aparatos públicos passa a ser feita mais tempo entre um e outro. Aí você vai ter uma biblioteca que não vai est tão legal, que não vai estar tão atualizada, você vai ter um ginásio que a quadra de basquete é uma merda. Esse tipo de coisa acontece. Um transporte, um transporte, um transporte público pior, mais problemátic mais problemático, às vezes dá mais problema, quebra mais caminhão, sabe? Mas qual que é o ponto que eu tô te mostrando aqui? Que apesar de todas essas disfunções, você continua não tendo aquela classe que
anteriormente era a classe política mandando. Quem que é a nova classe que se instaurou aqui? Nesse caso, uma burocracia dentro do partido porque não foi renovado os quadros. é um outro problema completamente diferente. Então assim, eu tô te falando que não vai ter problema, não. Eu não sou louco, eu não vou mentir aqui. É óbvio que vão ter problemas. Os nossos problemas vão ser o mesmo da Rússia ou vão ser os mesmos do Vietnão, mesmo de Cuba, mesmo de Não, cada lugar vai ter os seus problemas, vai ter as suas soluções, vai ter os seus
desenvolvimentos. Agora, o que que a gente tem que permeia todas, absolutamente todas essas experiências? Um desenvolvimento cultural e social gigantesco como ninguém antes tinha nesse país. Acessa literatura, acessa cultura, acessa a esporte, acessa a lazer. É só a gente pensar, gente, o que que era as Olimpíadas quando nossa geração era criança. Eu lembro só China, Rússia, era só China, União Soviética, era Estados Unidos, Cuba, Cuba, Estados Unidos e Romênia e Cuba e não sei o quê, os países do leste. Por quê? Cara, não é porque o Romeno é mais elástico do que o brasileiro, é
porque o Romeno passou a ter acesso a coisas que ele não tinha acesso, entende? Uhum. Então assim, não é assim, ah, não é porque o cubano naturalmente tem uma predisposição ao box, não. Cuba é um lugar pobre, box é um esporte barato. Uma boa forma de você poder dar uma inserção ao esporte pras pessoas é no esporte mais barato. Sim. Levantamento de peso. Você precisa de uma barra e de peso. Vôlei, saca? Vou, é isso que eu tô te falando. Então assim, é óbvio que você vai ter, por exemplo, nesses locais desenvolvimento infinitamente superior da
medicina preventiva do que das cirurgias de alta complexidade. Por que que o cubano tem uma expectativa de vida alta? É porque o cubano quando tem um câncer terminal vai operar o cérebro numa máquina super [ __ ] Não é porque o cubano tem acesso à saúde da família uma vida inteira e prevenção ativa uma vida inteira de doenças que nós não temos acesso a isso, que o americano não vai ter. Enquanto o americano com 22 anos de idade, se ele não tiver dinheiro para pagar insulina, ele vai amputar o pé dele. O cubano vai ter
feito um teste com 8 anos de idade e vai ter descoberto com 8 anos de idade que ele era diabético. Então ele não vai ter as mesmas complicações por um outro motivo completamente diferente. Então nesses países todos você tem saúde, você tem pleno emprego, você tem educação, você tem cultura. Cara, que sonho que é esse, velho? Imagina isso, cara. Imagina se a gente pudesse, a sociedade inteira tá despreocupada e falar: "Meus filhos vão ter uma educação [ __ ] uma educação [ __ ] Depois disso, eu sei que eles vão arranjar um emprego, eles vão
ter um lugar para morar, eles têm acesso a um clube, pode nadar, pode se divertir, pode tal, vai aprender um trabalho, vai tá, saca? E você acredita se não tivesse uma dignidade que é espalhado para todos é muito diferente. É óbvio que a gente vai ter poucas pessoas dentro do de uma sociedade como um todo no Ocidente que vão ser muito mais ricas do que essa maioria de pessoas. Então, nesses recursos finitos, e a gente tem que entender uma outra coisa, gente, não é como se um país fizesse uma revolução socialista num dia e no
outro dia os Estados Unidos chegassem e falassem assim: "Ah, não, tudo bem, então vocês foram pro lado de lá, tá tudo bem, vai com Deus, boa sorte, irmãos. Se precisar, liga pra gente. Se quiser voltar pro capitalismo, nós estamos aqui esperando de braço aberto. Nós não vamos atrapalhar nada, nós não vamos fazer nada. Não, gente, esses países todos sofrem bloqueio econômico, esses países sofrem perseguição comercial, esses países sofrem com a CIA tentando derrubar esses governos, com outros eh agentes de estados imperialistas e capitalistas tentando entrar ali de todas as formas. Ninguém deixa os caras se
desenvolver. Assim, falando dos bloqueios, a Rússia bancou muita gente durante muito tempo. A Cuba, a Cuba foi um exemplo clássico que se manteve bem enquanto a Rússia alimentou eles financeiramente. Depois é inviável, né? Tinham outros cursos e a e a e Cuba e Cuba se lascou nessa história. A China hoje é um país talvez tão rico quanto os Estados Unidos. Talvez, eu acredito que até mais, mas enfim, a cotação do mundo ainda é o dólar. Então o dólar realmente é um dinheiro mais forte do que o os outros. Talvez por isso ainda os Estados Unidos
como líder econômico do mundo. Hoje, por exemplo, seria um problema ainda é um problema o embargo, sabe? Travar as pessoas. Por quê? Porque eu te falo que você tem a China ali para você negociar, mano. Você tem Rússia para negociar. Você tem Cuba, você tem Venezuela, você quer o quê? Você quer petróleo? Vamos pegar. Olha que loucura. Vou te dar, você quer insumo? Vamos pegar da Rússia. Eu eu vou te dar um exemplo claro do próprio embargo cubano para você ver o grau de absurdo que chega. Qual que é o problema do embargo? Eh, como
que funciona, né? Primeiro para pra gente explicar de uma forma mais geral, para quem não entende, o embargo, ele vai proibir diversos bens ou diversas tecnologias ou bens que tenham usos duais. Uso dual é quando tem uso eh militar junto com alguma coisa, tá? entrar naquele país, se aquele bem for manufaturado, produzido por uma indústria americana, ou se ele for produzido com tecnologias americanas, ou se alguma subsidiária de qualquer indústria americana em qualquer lugar do mundo estiver envolvida na produção de qualquer um dos seus componentes. Essa que é a parte que quase ninguém sabe. Então
você imagina assim, ah, vou importar a bomba de cobalto pro hospital porque eu quero usar ela no tratamento de câncer. Ela tem 12.500 peças e ela tem uma peça que é produzida por uma subsidiária de uma empresa americana na Malásia. Não vai, é bloqueado, não vai chegar lá. Tem como romper o embargo? Tem. E tenta-se romper o embargo das formas que são possíveis. Qual que é o problema? Primeiro, no mercado global você tem uma coisa maravilhosa chamada código Swift, né? que você sabe de onde o dinheiro tá indo, para onde o dinheiro tá tá passando
e por quem esse dinheiro está passando. E aí todo e qualquer país que romper o embargo se coloca na posição de também ser embargado. Isso gera na prática uma dificuldade gigantesca de rompimento do embargo. Por quê? Primeiro, a China tá muito bem hoje, tá? A China estava muito bem em 1991. Não. Segundo, quando Cuba decide seguir com os Estados Unidos, Cuba também recebe à época uma oferta da China. E a China à época era, desculpa, quando Cuba decide seguir com a União Soviética, Cuba também recebeu uma oferta da China. O mal também falou assim: "Ah,
vocês não querem e tal". Por quê? Porque já tinha tido a cisão entre a União Soviética e a China. Uhum. Tá. Só que na época, cara, e assim, eu vou concordar com o Castro aqui de cima em baixo, você tá na década de 60 para 70. Você olha pra China que acabou de sair da revolução, que era o terceiro país mais pobre do mundo, que tá começando a se reconstruir. E você olha pra União Soviética, que é a segunda maior potência do Globo inteiro, e que você tem a a você bate o olho, você fala:
"Essa [ __ ] vai durar mais 500 anos, você vai pegar na mão de quem, né?" Aí é fácil. Olha lá, você vai chamar um um caboco para brigar com você do seu lado. Quem que é do seu time? Eu ou cabeleira? É isso. Eu tenho eu tenha te perguntar isso enorme, né? É, é lógico, cara. Beleza. Eles fecharam com a União Soviética e quando chega 1991, quando chega a implosão da União Soviética Uhum. Cara, é do dia paraa noite. Você tem que pensar o dano que é causado do dia paraa noite. E não é
só em Cuba, não. No bloco do leste inteiro, na Coreia do Norte inteira, porque a Coreia do Norte não negociava com a União Soviética, mas ela negociava com o Bloco do Leste que negociava com a União Soviética. Então assim, do dia para a noite, 30, 40, 60% da sua economia desapareceu do dia para a noite. Quem que tinha capacidade, capilaridade naquela época de substituir a União Soviética? Ninguém. Ninguém. Tanto que hoje em dia você vê Cuba indo no Brick como membro convidado, você vê aproximações que vão chegando, né? Só que Cuba tem um detalhe geográfico
terrível. Se você forçar a vista com assim, você vê Miami, você vê, você entende? Cuba é literalmente o quintal, gente. Cuba é uma ilhota minúscula. Sim. Hum. Há uma distância de praticamente nado dos Estados Unidos. É um maratonista aquático nada de Cuba pros Estados Unidos. Saca? Assim é muito perto. Você tá na barba do do imperialismo, você tá no quintal dos caras. Então é muito mais fácil você ter um bloqueio efetivo sim em Cuba do que na Coreia do Norte. Por exemplo, a Coreia do Norte a água e o ar. Sim. A Coreia do Norte,
em tese, também sofre um bloqueio tão brutal quanto o bloqueio de Cuba. Só que a Coreia do Norte faz fronteira física com a China. É, passa andando, passa andando. Você entende? Você passa de carro, você passa de trem. Cuba tá do outro lado do mundo, embaixo dos Estados Unidos. Então, de fato, o bloqueio cubano, ele é muito mais duro e muito mais fácil de ser mantido do que outros bloqueios que são feitos a outros países. Vamos falar da pandemia. Na pandemia, Cuba desenvolveu várias vacinas diferentes. Cuba não desenvolveu uma vacina. Sim. Cuba desenvolveu quatro, cinco
vacinas. Cuba não tinha agulha, não tinha seringa, tinha o remédio, não tinha como aplicar. para inocular. Isso é bloqueio. Bloqueio é a arma de guerra mais cruel que existe, porque ela mata silenciosamente, ela mata a contagotas e ela mata primeiro quem é mais fraco. Quem morre primeiro no bloqueio são crianças e velhos. são quem precisa de apoio médico, suporte médico continuado. E essas pessoas vão morrendo, uma aqui, outra no canto, outra no outro, outra no outro. Quando eu jogo uma bomba no lugar, acaba que um fotógrafo da Reuters consegue tirar uma foto e fica super
feio pros Estados Unidos. Aquele tanto de criança despedaçado porque explodiram a favela na Somália. Só que quando eu faço um bloqueio, tá morrendo de gente todo dia. Só o bloqueio econômico que os Estados Unidos fez a Venezuela foi diretamente responsável por 20.000 mortes civis na Venezuela. E quem diz isso não é o João que é comunista. Quem diz isso é um estudo de Harvard. A Universidade de Harvard não é comunista. Pro Trump é pro Trump é Trump. É, mas assim, mas você entende? Então assim, eh, dependendo do lugar, é muito mais fácil ou muito mais
difícil eu conseguir estabelecer isso. Mas uma vez um bloqueio estabelecido, cara, é um pandemônio social. Vamos lembrar o que que foi no Brasil, o local de caminhoneiro. A gente teve 11 dias de um local de caminhoneiros no Brasil e a gente tava desesperado com fila quilométrica nos postos, com o pessoal comprando eh papel higiênico no palet, achando que nunca mais ia conseguir limpar a bunda de novo. Foi, foi um desespero social. Os supermercados tiveram desabastecimento, os postos tiveram desabastecimento. 11 dias. Os caras estão nessa há 60 anos. Coreia 70. Mas a Coreia é privilegiada. Vamos
pensar logisticamente ponto. Logisticamente. É. Por quê? Porque ela não e a Coreia Mas ela não. A Coreia ainda tinha um outro detalhe, né? Ela faz fronteira física em cima com a União Soviética e embaixo com a China. né? Então assim, você tem, entre aspas, esse privilégio. Agora, Coreia sofreu uma coisa que Cuba nunca sofreu, que foi a guerra da Coreia. A Coreia foi devolvida ao paleolítico. No final da guerra da Coreia, eles estavam começando a dar tiro em represa porque eles não tinham mais estrutura para derrubar. Tem vários relatos de piloto americano falando que a
diversão deles era dar tiro e represa e ver a água descendo e tomando a vila, porque não tinha mais estrutura, não tinha mais ponte, não tinha mais prédio, não tinha mais nada. Então esse povo teve que reconstruir um país inteiro. Uhum. Cuba tinha um país que era pobre, um país que era prostituído. O que que Cuba era? Cuba era um [ __ ] vamos ser muito sincero. Qual que era a função de Havana? A Havana era o [ __ ] de luxo dos Estados Unidos. Isso, né? Mas tinha alguma estrutura ali. Você tinha as plantações
de tabaco, você tinha as plantações de cana, você tinha as plantações de açúcar, você tinha uma capital com um desenvolvimento, algumas faculdades, turismo, tal. Você não teve que reconstruir um país inteiro de ruína de guerra, né? Então assim, mutates, mutandes, cada um penou de um jeito diferente. Se o bloqueio, por um lado, é mais duro e mais fácil de ser mantido do lado de cá, a situação que os caras pegaram na península coreana é infinitamente pior do que a situação do que os cubanos pegaram, né? Então assim, isso vai contraequilibrando. Falando, falando dos embargos, então
eu entendo, eu até sei dessa situação que quando você tem, você não consegue chegar a tecnologia porque tem alguém que é dono disso. Uhum. Mas o que eu te falo é o posicionamento hoje não dá para você segurar isso mais. A prova disso é a China, porque a grande maioria da tecnologia que tem na China hoje ou é troca de de informações mesmo, né? Ó, vou fabricar, você me ajuda com isso aqui. Que hoje ela é detentora das tecnologias dela também. Ah, eu não sei como que faz esse telefone aqui, mas esse aqui eu faço,
que é uma tecnologia semelhante barra sem bloqueios, sem patentes, né? É isso que eu te falo. Hoje eu não enxerga essa complexidade ainda, porque você tem produtos semelhantes para fazer só que a questão é o seguinte, para você fazer isso chegar lá, para você fazer isso chegar lá, você vai ter que embarcar. Não, mas eu falo assim, o que que é? É medo ainda dos Estados Unidos. Não é questão de medo dos Estados Unidos. A China é muito pragmática. E e por muito pragmática, eu estou dizendo às vezes pouco solidária, tá? Tá. Ela se preocupa
muito ali no quintal. A China fala abertamente desde o 14º eh congresso, que ela vai se tornar uma sociedade socialista moderadamente próspera em 2049, tá? Esse é o conceito da China, porque qual que é o conceito de sociedade socialista moderadamente próspera? Em 2049, a China espera ter todos os seus indicadores superiores a qualquer outro país do planeta. Isso no conceito da China é uma sociedade socialista moderadamente próspera. Vai acontecer antes. Provável, porque até hoje de tudo que eles falaram, eles nunca deixaram de cumprir nada. E toda vez que eles não cumpriram, é porque eles cumpriram
antes do prazo. Sim. Vai acontecer antes. Só que ela vai falar assim: "Não vamos avisar não. Vamos dar vai acontecer não." E eles avisam. Se se eles chegarem no momento que eles acharem, eles vão chegar e vão falar assim: "Não, nós conseguimos em 2047, nós conseguimos em 2045". Mas independente disso, junto com esse parágrafo no nos congressos, vem um outro parágrafo falando: "A partir deste momento, a China poderá exportar o seu modelo de revolução em um sistema ganha ganha com os países que assim o quiserem". Blá blá blá blá blá blá blá blá blá. O
que que a China tá dizendo nas entrelinhas? Até 2049 eu estou cuidando da minha casa. A partir de 2049 eu acredito que eu estarei num ponto que eu vou conseguir me tornar uma espécie de substituto do que um dia foi a União Soviética para o bloco dos seus aliados, tá? Tá. Nesse intering, a China continua mantendo relações comerciais com o mundo inteiro. A China cresceu muito dentro da África, inclusive substituiu as potências coloniais dentro da África com o sistema ganha ganha. Você tem vários estudos que pegam os eh os ntes das políticas comerciais chinesas e
mostram que elas são infinitamente superiores a qualquer outro país que quando elas vão fazer os seus eh acordos, né? Acord, mas elas meio que compram os países junto com isso, não? A ideia é exercer esse soft power. Olha só, a China ela tem duas coisas dentro da regulação dela que ela não pode cometer. Um, a China não pode fazer nada nesse país que fosse considerado crime perante a legislação chinesa. Dois, a China não pode fazer nada nesse país que seja considerado o crime perante a legislação desse país, tá? Ela cumpre as leis dos dois. Ela
cumpre a lei dos dois. Só que ao cumprir a lei dos dois, às vezes vira uma festa. Sabe por quê? Vou te dar um exemplo assim. Brasil, tá? A China está ajudando a construir um porto em Belém, tá? Esse porto, eh, se você passa só do ponto de vista comercial, você vai falar assim: "Porra, que bacana, vai ser um porto gigantesco, uma tecnologia que não tinha, vai ajudar muito a escoar a produção, todo o hub logístico, tal, blá blá blá blá blá blá". Beleza? Parte desse porto ocupa uma área que é uma área disputada por
povos originários. Só que na legislação brasileira eles ainda não são detentores de nada. Então está sendo descumprida a legislação brasileira. Não tá sendo descumprida a legislação chinesa, uma vez que não tá sendo prejudicado ninguém. Não, você entende que é nessas áreas que as coisas vão se tornando mais cinza e que muita gente fala assim: "Porra, a China é [ __ ] A China entra num lugar e às vezes polui para [ __ ] um rio". Aí você vai ver na legislação da Tanzânia até a quantidade X de poluição pode está na quantidade X -1. Então,
é óbvio que tem uma área que é muito mais cinza aqui do que preto e branco. Ainda assim são acordos diferentes. Para Cuba, para você levar isso para dentro de Cuba, você tem que primeiro transportar isso. As coisas não vão se teleportar para dentro de Cuba. Então, ou vai vir um cargueiro gigante chinês cruzando o mar inteiro até chegar em Cuba, ou vai vir um avião gigante de bandeira chinesa cruzando os mares inteiros até chegar em Cuba. Ou mesmo que a China mande um avião pra Singapura, para esse avião ir pra Malásia, para dar Malásia
para Ruanda e da Ruanda ir para Porto Rico descer com a bandeira americana. Vai chegar lá e vai aparecer que chegou lá. Isso tem o potencial de causar problemas diplomáticos grandes que a China não tá disposta a colocar o dedinho dela ali neste momento, tá? É a mesma coisa se eu for pensar, pô, a gente tá vendo o genocídio continuado do povo palestino, dia sim e dia também. Rafá nem existe mais. Aí você pensa, [ __ ] mas a Rússia tem dinheiro? Pô, mas a China tem dinheiro? Esses caras não podia ir lá dar uma
segurada, tentar defender os cara, tentar fazer alguma coisa. Você entende? Ó, tô aqui, tô achando que tá ruim esse jogo, eu vou equilibrar. Pode ser. Você entendeu? Não precisa necessariamente fazer isso fato. Um posicionamento mais enérgico. Mas esse posicionamento mais enérgico muitas vezes ele catapulta diversos outros posicionamentos, ele catapulta diversas outras problemas econômicos. A tendência, por exemplo, agora com a China se desacoplando da economia estadunidense, o Trump continuar mantendo a loucura que ele tá fazendo, é da China poder fazer isso com muito mais tranquilidade. Então, talvez a China passe a atuar de uma forma diferenciada
a partir do momento que ela se desacople de vez, porque a China ainda tem 15% da economia dela atrelada aos Estados Unidos. Sim, só 15. Só 15. Só 15. E eu tô falando de exportação, não tô falando de importação. Uhum. 15% das exportações chinesas acabam chegando por Estados Unidos, tá? A dependência americana em relação à China é muito maior hoje, infinitamente superior. A China não é mais dolarizada há muito tempo. A China não apenas funciona na sua própria moeda, como já existem outros países do mundo que funcionam na moeda chinesa. A China não é dolarizada,
a economia dela não é dolarizada, ela não depende do dólar para nada, que ela tem a moeda própria dela, que é uma moeda forte, estatal, garantida. A China tem capacidade, se ela for excluída do sistema Swift amanhã, de substituir ele por um sistema próprio. A China tem uma quantidade enorme de reservas em dólar. Ela é credouro. Eu acho que quem mais tem dólar no mundo hoje é a China. Tem mais Estados Unidos. China tem uma boa parte da dívida pública futura e americana. Quem mais tem ela também? Eu acho que ela ainda tem menos que
a Arábia Saudita. Saudita tinha comprado muito na nos anos 90, 2000, 2010. A China vem comprando muito. Eu não sei se ela já ultrapassou a Arábia Saudita, porque durante um tempo a Arábia Saudita tinha 9% da dívida americana. Eu não sei. Aí eu tenho que ver os dados mesmo. Eu não consigo te garantir por causa da Arábia Saudita, mas ela tem uma boa reserva, sabe assim? Ela é uma das maiores credoras dos Estados Unidos e quem perde com essa batalha comercial, obviamente é os Estados Unidos. Norte é e assim e não é os Estados Unidos
ou país, é o povo estadunidense que vai sofrer com uma inflação galopante se isso for mantido a médio prazo. Mas a questão não é essa. Qual que é a questão aqui? A questão aqui é que por enquanto, como a China está inserida neste mundo, nessa ordem multipolar que vai se formando a partir da ordem unipolar americana que os Estados Unidos gastou 25 anos comemorando e dando tiro para cima enquanto a China trabalhava, enquanto a Rússia trabalhava. os americanos tava celebrando, aí virou uma ordem multipolar de novo. Nessa ordem multipolar que ela tava ali inserida, a
China é brutalmente pragmática. O maior exemplo do pragmatismo chinês foi hoje. Hoje saiu no Blue Sky, saiu no trads num tanto de lugar a encomenda mais irônica do mundo, uma fábrica de trabalhadores chineses, o todos os anos a camisa escrito boicot China e o boné Make America Great again, porque a encomenda de 100.000 camisas boicote à China e 100.000 bonés foi feita pra China. Aí o pessoal da fábrica chinesa que fez, tirou a foto, todo mundo usando para mandar pros Estados Unidos, pro Trump poder fazer a propaganda dele. Foi qu assim, não. E ainda tem
um reflexo maior. Eles não deram con de pagar isso aí. A gente vai usar aqui para eles que eles não deram conde pagar. A China quebrando. É, a China é muito pragmática. Uai, contratou, quer fazer a camisa? Beleza. Que que você quer que tá escrito na camisa? Ah, o Xin Ping tem que morrer. Beleza. Quantas que você quer? Não faz não, você entende? Então assim, não, eu tô falando assim não, mas não é tanto assim não, cara. Tem tem várias coisas que eles colocam lá del Não, não. Isso é isso é muito de mito e
propaganda, cara. Tem muito estrangeiro que mora na China que já mostrou isso várias vezes, já mostrou várias fotos de ursinho p, camisa, esse tipo de coisa. Tem muita propaganda. O estrangeiro pode usar, o chinês também pode, cara. Em tese, sim. De todos os estrangeiros que eu vi que habitam na China, nunca vi um falar que foi proibido, que viu um cidadão ser preso por causa disso, sabe? Então assim, tá, tem umas coisas que são meio, o cara não faz só o cara não vai fazer porque ele realmente acredita no governar. Por exemplo, eu aqui eu
eu não eu não simpatizo com com os líderes políticos que a gente tem. Acho que a gente não teve um bom líder até hoje. Sei. Eu acho que a cultura política da China não é muito uma cultura igual à nossa. de usar uma camisa, tipo assim, sei lá, igual tinha aquelas camisas do Bolsonaro e camisa do Lula e camisa contra o Bolsonaro e camisa contra o Lula e um vai tomar no cu e o outro vai tomar no cu. Não é muito da cultura política dos caras. Os caras tm um partido, os caras são muito
politizado, eles entendem qual que é a história dele, eles entendem de onde eles vieram, do colonialismo, tudo que eles ganharam. Então não tem a mesma lógica que tem dentro da nossa cultura, você entende? Até porque, por mais que o sistema chinês seja um sistema pluripartidário, que muita gente não sabe que é, mas é, né, eh, o Partido Comunista Chinês é o maior partido. Uhum. E ele que organiza o Estado, entende? Então, assim, é diferente a relação dessas pessoas com essa cultura política. Então assim, eu sei que não é proibido que eu já vi vendendo camisa
do urso puff, camisa não sei o quê, do do xi, do xij de ping dobradão com queijo, eu não sei se já viu, é tipo os meme que os caras faz ele com queixão gigante assim e tal, não vi é tipo shed assim, saca? Tipo uns negócios assim. Então assim, os cara saca, tá ali. Mas enfim, eh, voltando nesse ponto todo, pra China entrar em Cuba hoje, ela teria que transportar isso. E se ela não transportar de uma forma direta, ostensiva, isso vai aparecer. Não tem como a do nada começar uma torrente de produtos chineses
aparecendo em Cuba e a China falar: "Não sei, caiu do céu, alguém vendeu". Entende? Possível. Até porque na China eu entendo e aí fica bem transparente para mim. A China é o único lugar que não pode falar isso. Como assim? Porque se chegar um monte de produto do brasileiro lá dentro de Cuba, o governo da K vira e fala assim: "Porra, eu não sei que empresa que tá mandando isso, não. Já não tem essa parte assim. Então lá na China não, todas as empresas teoricamente tem participação do governo lá dentro. Todas as empresas grandes a
partir de um número tal vão ter. É por quê? Porque o sistema na China continental, né? Vamos explicar isso primeiro porque e isso faz diferença, né? Eh, a China continental, que é a China que vai est dentro desse sistema lá, a gente tem a questão do uma nação, dois sistemas. Por quê? Porque tiveram outros pedaços da China que vêm sendo recuperados pela China ao longo do tempo, aonde estavam acontecendo outros sistemas, est dentro do sistema capitalista. Ali eles têm certos tratados aonde eles têm que respeitar aquilo que tava ali durante um certo período de tempo,
né? Então quando a gente pensa, por exemplo, assim, ah, Hong Kong tal voltou tal, não sei o quê, tem isso. Ah, Macau, Macau tem uma uma questão diferente, onde pode ter isso, isso e isso. Na China continental, tá? Eh, a gente tem várias coisas. Um, todo o sistema bancário é controlado pelo Estado. Não tem banco privado. Sistema bancário é controlado pelo Estado. Dois, todo capital que é investido deve ser capital produtivo. Você não tem especulação financeira dentro desse capital. Você não pode ter. Que que acontece? Quem quer especular financeiramente, atravessa o Rio, pula pro outro
lado de Hong Kong, vai fazer lá. Entendi. Dentro da China continental, não. A partir de um certo tamanho, o Estado vai intervir para falar quais são as necessidades do Estado. Por que que a economia chinesa cresceu tanto? Por que é impossível os Estados Unidos competir a longo prazo com a economia chinesa? Não é simplesmente pelo tamanho da China. É óbvio que o fato da China ter 4 vezes e meia, 4 vezes,3 mais população do que os Estados Unidos é um fato importante. Não tô negando isso. É óbvio isso. Só que não tem como um sistema
que funciona igual um relógio, um sistema que é projetado, um sistema que não tem desperdiço de recursos, perder de um sistema que funciona a esmo, de um sistema que funciona porque um doidão pensou numa coisa e o outro pensou noutra. Porque um belo dia de madrugada um maluco acordou numa banheira e teve uma ideia. Então, é óbvio que uma economia que é planejada e projetada vai ter resultados melhores a longo prazo, quanto mais uma economia que tem um sétimo da população mundial. Então, assim, e que isso vai acontecer, que vai ser tratorado, é óbvio que
ia acontecer. Agora, acontece também porque é planejado. E aí a gente tem que pensar a evolução desse ferramental. Imagina na União Soviética que os caras faziam um planejamento de economia por telégrafo em papel e lápis. Cara, um país que tá fazendo fronteira ao mesmo tempo com a Finlândia e com o Japão, você ter que controlar a economia desse país inteiro por telégrafo e lápis e caderno e anotação. É muito difícil, é muito complicado. É lógico que vai ter distorções gigantescas. Pensa o que que é a tecnologia hoje. Pensa o que que é o hubimodal chinês.
A China decidiu construir seus trens de grande velocidade no exato mesmo ano que o governo da Califórnia contratou o gênio Elon Musk para construir seus trens de grande velocidade. Enquanto a China construiu 25.000 1000 km de trens de grande velocidade. A Califórnia construiu um único trilho de 12 km que não chega a lugar nenhum porque não deu certo. Não existe na China inteira nenhuma cidade com mais de 300.000 habitantes que não tem um trem de grande velocidade. Quando você pega a evolução de trens de grande velocidade no mundo, você começa assim, Alemanha, França, Estados Unidos,
vai começando aqui no começo e a China tá lá embaixo com zero. Aí do nada a China começa a fazer assim e passa todo mundo. O segundo e o terceiro lugar somados não tm número de quilômetros que a China tem sozinha. Durante a grande recessão de 2008 até 2012, a China usou mais cimento do que a humanidade tinha usado nos últimos 100 anos. Então, o nível de de de preocupação desse pessoal com hub, com integração, com multimodalismo de controle da do escoamento da produção, de automatização da produção, um negócio de outro mundo. Tanto que quando
você viaja pra China, muitas vezes a sensação que você tem não é de se deslocar no espaço, é de se deslocar no tempo. Caraca, que você fala assim, bicho, isso é o futuro. Ô, tio, não sei se você pode contar a história que você me contou na hora do almoço. Posso. Com quem? Quem que você levou pra China quando você tava na embaixada? Eu acho que é uma história interessante aí pra gente acrescentar nos parêntes. Você, você já foi quantas vezes para China? Não, eu fui uma vez só. Eu fui em 2019, ou seja, já
tem cinco, quase se anos. anos já é outra China, então já já é muito já é já evoluiu bastante tava lá quando você foi para hoje com certeza com certeza já tem uma outra uma outra evolução ali, né? E eu fui na época do governo Bolsonaro numa missão eh o que acontece o Brasil e a China de dois em dois anos eles têm eh um encontro uma vez na China, outra vez no Brasil. Quando é no Brasil vem todos os ministérios da China para cá, senta, faz um tanto de reunião, um tanto de protocolo, um
tanto de acordo comercial. Quando é lá, mesma coisa, né? Eu sou concursado do Itamarati. A gente foi chamado para ir na missão em 2019. O Bolsonaro odiava a China porque, né, doideira de americanismo e tal. Eu não vou essa [ __ ] Você pode, você pode ir essa merda aí. Vai você e o Mourão. E aí o Mourão foi pra China. Você e o Mourão? Eu e o Mourão. Eu não, eu e o Mourão, né? Assim, cara, eu tive muito pouco contato com ele. O contato mais engraçado que eu tive com com o Mourão foi
um dia que a gente estava num ônibus voltando ao aeroporto de Dashin, que hoje em dia já tá eh inaugurado. A gente foi ver o campo de obras do aeroporto deles lá, que era um negócio assim insano. Nunca e e bicho. Eh, a quantidade de guindast que você vê é era num negócio que assim eu não sabia que era possível ter tanto guindast num lugar só, saca? Você não sabia nem que existe tanto guindaste, não sabia que existia guindast desse t de guindas. Fomos lá, visitamos o aeroporto todo, tal. Beleza. Aí na volta no ônibus
o Mourão tava comentando, falou: "Porra, cara, é muito impressionante". Cara, é impressionante o que que esses caras consegue fazer aqui. A gente tinha que dar um jeito de fazer isso no Brasil. Eu virei para ele, falei assim: "Olha, tem um jeito, mas se eu te contar, você não vai ficar muito feliz de como que eles fizeram". E ele riu assim e falou: "É, faz sentido". Hum. É, essa é a minha interação com o Mourão. Ele sabia que você era comunista, né? É, sabia. E todo mundo lá sabia. Ninguém não é surpresa para ninguém, né? E
esse essa viagem foi uma viagem muito muito legal e muito louca também, cara, porque teve uma hora que eu tava saindo do meu hotel e aí eu vejo um senhorzinho escorregando e caindo no chão. Aí eu estendo a mão para ajudar ele. Era o Levi Fidéix, o homem do aerotrem com aquele bigodão dele assim. Eu falei: "Caralho, Levi Fidéix". E é porque ele era presidente do partido do Mourão, né? E aí ele tava lá nas reuniões também, porque ele devia ter algum cargovernamental, qualquer coisa a ver com a comitiva do do Mourão. Mas foi isso.
O tiozão caiu na rua assim, do nada eu fiquei com dó, fui lá levantar, era o Levi Fidélix. Eu falei assim: "Porra, o último cara que eu imaginava, né, cara? [ __ ] tem, eu imaginei que era um chinês, né? [ __ ] tem um bilhão e tanto desses aqui, né?" Não, tanto de chinês você vai pegar um sa tanto de chinês eu levanto o Levi Fidelix. E mas assim, foi foi fascinante tal, a gente vê tal, pô, cara, a gente foi no no que é assim, entre aspas, a NASA da China, né, na agência
aeroespacial chinesa. Meu irmão, meu irmão, é uma insanidade. É uma insanidade a tecnologia dos caras, o que que eles estão desenvolvendo, quais que são os planos. E eles abriram isso assim, ah, você consegue não em tudo, com certeza, mas mas eles mostram, eles abrem tudo, entra lá dentro, mostra. Estamos fazendo isso, estamos projetando isso. Até 2030 a gente quer fazer isso, até 2040 a gente quer fazer isso. Até 2050 a gente quer fazer aquilo. Esse é o módulo tal que a gente fez de tal forma. É isso aqui a gente quer fazer na nossa operação.
Os taconautas estão fazendo isso, isso, isso isso. É tudo muito aberto assim. É maravilhoso você ver esses projetos ao longo do caro. Não é cabuloso. Nossa, cabuloso assim. E e eu que tenho um baita hiperfoca em astronomia, então eu fiquei assim mesmerizado, sabe? Foi foi uma viagem muito muito [ __ ] assim, saca? Mas assim, eh, então é isso, saca? Os caras têm uma economia que saiu do planejar pro projetar, né? O Elias fala muito isso, né? O Elias fala: "A China se tornou uma economia de projetamento, né?" E ele tá certo, né? Porque os
caras de fato tão projetando necessidade que eles vão ter em 2050. Claca. Ô tio, mas como que se constrói essa mentalidade do chinês? Ela, eu sei que ela tem uma influência da revolução russa, ela tem uma influência do confusionismo? Como que, cara? A primeira coisa que a gente tem que lembrar é que nós estamos falando de uma civilização de 5000 anos continuada, né, velho? A gente tá falando de um de um de um, entre aspas, país que tem 5.000 anos. Eles sabem de toda a história del e eles sabem disso e eles têm total eh
consciência do tamanho e da magnitude da da da história deles. E eles sabem o tanto que eles sofreram, né? A gente tinha falado um pouco atrás que é uma coisa que me irrita aqui. O brasileiro, assim, a gente é um povo sofrido, a gente é sofrido do dia a dia, mas já não sabe o que é um sofrimento pós-guerra, já não sabe o que que é não ter uma liberdade. A gente nunca brigou por nada. E e e assim o o que me incomoda às vezes é a gente esquecer quem que nos causou os sofrimentos
que a gente teve, né? Porque às vezes a gente vê a galera assim se dobrando pro gringo mais colonialista, que é o cara que mais bota na nossa bunda com o perdão da expressão, saca? Como se fosse o nosso salvador, sabe? O que me incomoda muito é o tem Salvador. Não tem Salvador não. Não tem. Mas que eu tô falando fal assim, tiveram oportunidade, usar bem oportunidade. Eu sei, mas qualquer outro cheg o viralatismo cultural muitas vezes que a gente tem de abrir mão da nossa cultura que é riquíssima, das nossas coisas todas em detrimento
de agradar o um cara, saca assim, eu eu acho lastimável, sabe? Porque assim, eh, a gente tem que entender que qualquer revolução brasileira que acontecer, vai ser uma revolução brasileira. A revolução brasileira tem que ser do tucupi com takaká, tem que ser a revolução do feijão tropeiro, a revolução, saca do churrascão gaúcho. Uhum. Ela não vai ser igual a nenhuma outra. E não é também, né, nos mirando num exemplo que é um contraexemplo, porque o o colonialismo ele só funciona quando ele dá errado. A função dele é dar errado, né? A ideia do colonialismo, a
ideia ideológica vendida pelo colonizador, pela metrópole colonizadora, é a ideia, né, primeiro da missão civilizatriz, né, da missão de civilização, vamos levar a civilização a esses povos bárbaros e também a ideia de vamos construir uma sociedade que seja um espelho da nossa sociedade naquela sociedade. Esse espelho é um espelho quebrado. Esse espelho só dá certo quando ele dá errado. Esse espelho é feito para não funcionar. Ele é feito para ter uma vantagem competitiva gigantesca que justifique o investimento à longa distância. Ninguém investiria numa experiência colonial se não fosse brutalmente lucrativo. E para ser brutalmente lucrativo,
eu tenho que asfixiar o crescimento daquela sociedade local, né? E e muitas vezes a gente nunca lidou com essa nossa com esse nosso colonialismo, com essa nossa colonialidade. Então é é [ __ ] assim, saca? Eu super super te entendo que que que o que eu passo as minhas raiva também, né? Até me perdi do que que a gente tava falando. Era da China. Da China. A China é um país da mentalidade. A China é um país de 5000 anos que é este mesmo país com basicamente essas mesmas etnias. já tiveram outras etnias que tiveram
dentro daquilo que foi a China no passado, saíram em outros países e tal ali da região hoje. Mas assim, basicamente essas 56 etnias estão ali juntas naquela região há praticamente 5.000 anos. Eles sofreram horrores e eles têm noção do quanto que eles sofreram, do quanto que eles foram drogados, abusados e prostituídos, né? E no caso deles é literalmente drogados, abusados e prostituídos mesmo, né? Porque as guerras do ópio é literalmente drogar o povo, né? E eles têm noção das capacidades que eles têm também. Eles sabem que eles já foram o maior PIB do mundo não
vai ser a primeira vez agora, né? Então, eh, o que que acontece quando a gente tem a o processo revolucionário na China? Porque o processo revolucionário da China é muito diferente do processo revolucionário da União Soviética. O processo revolucionário da União Soviética em si, ele é muito rápido, né? Se você for pensar, eh, em 1916, maioria da galera ainda tava ou exilada ou presa. Em 1917, a galera já começa a chegar. No começo de 17, você tem uma primeira mudança com uma revolução burguesa ali que vai tentar se sustentar e tentar sustentar aquele povo que
tava ali no poder de uma forma ou de outra, só mudando a figura do CAR para essa nova figura de uma presidência, um presidencialismo burguês. Em outubro você tem a revolução, ou seja, dentro de um período de um ano ali, você tem uma mudança brutal do país duas vezes, mas não influenciou em nada a revolução influenciou para [ __ ] [ __ ] Mas o processo chinês é muito diferente, por eh, o comunismo ele chega na China, tá, principalmente pelas universidades japonesas, que isso é uma coisa que muita gente não sabe. Caramba. É, é porque
assim, eh, o que acontecia, a classe média chinesa muitas vezes ia estudar fora da China, ela ia estudar no Japão. Por quê? Porque o império Xing, ainda enquanto ele estava no poder, ele era muito ocidentalizado. Ele se tornou muito ocidentalizado por causa do século da vergonha, por causa de todos os protetorados, de toda a dominação ocidental. E o Japão dessa era, o que que ele fez? ele se ocidentalizou e ele buscou as universidades da Europa e as universidades dos Estados Unidos e mudou muito o seu ensino. Então, era muito comum, assim como era comum no
Brasil colônia, os filhos mais ricos irem estudar em Portugal, Portugal, na China era muito comum as pessoas que tinham mais acesso estudar no Japão. Japão. No Japão, aqueles que tinham saído do Japão e ido para o ocidente para estudar, para se formar, vão entrando em contato com as ideias socialistas e vão levando essas ideias socialistas pro Japão. Tanto que a gente vai ter, né, na década de 10 na Ásia, várias revoluções nacionalistas, tem no Irã, tem na China, né, que são influenciadas pelos ideais socialistas que vão permear ali, apesar de não serem revoluções socialistas, via
principalmente esses caras que iam estudar. Por quê? Porque depois de um tempo você colonizando, você tem que criar uma elite local para manter o colonialismo para você. países, os impérios, eles não têm gente o bastante para mandar pro mundo inteiro e ter estrutura no mundo inteiro. Uma Inglaterra não consegue povoar de estrutura todos os países que ela tinha interesse comercial ou que tinha um protetorado ou que tinha uma coisa dentro. Então, depois de um tempo ali do colonialismo, você precisa de ter uma elite local que você forme ela para ser aquele burocrata, para ser aquele
autuncionário do estado que vai ser o intermediador. Você forma essa essa elite ou ela se cria e depois você compra essa elite, você acaba formando essa elite. Ela já é nesse processo, você acaba formando essa elite. principalmente a partir das pessoas que já estão na estrutura do poder e você precisa de profissionalizar ela e você começa a receber esses alunos nas suas universidades. Só que esses alunos são jovens e aí ele chega na sua universidade e aí ele conhece o clube dos socialistas da esquina da universidade, ele acaba levando de volta, entendeu? É, é assim
que acontece. é o Engels indo pra Irlanda para trabalhar na empresa do pai e conhecendo os trabalhadores na Inglaterra, conhecendo os trabalhadores irlandeses na Inglaterra pobres nos bares, conversando, vai conversando com um, conversando com o outro e aí se insere dentro daquele negócio. Acontece, é normal, né? Muitos eh líderes revolucionários estudaram fora do país, né? O Fin Jap, por exemplo, Jap, que é o grande general da revolução vietnamita, ele era professor de literatura francesa, sacou? Então assim, é isso é super comum. O Sanatsen que foi o grande líder nacionalista da China e fundou o Gomingang,
né, o partido que depois e acaba lutando contra o partido chinês porque ele é tomado pela camarilha de Chankai. Mas o Satsen, que é um cara super importante pra China, super amado na China pelos comunistas chineses, porque ele era um nacionalista muito avançado, ele estudou na no Japão. No Japão. Ele estudou no Japão. O mal vai aprender mais sobre comunismo. Uhum. Quando ele se muda para Pequim e ele vai arranjar um emprego como biblioteca nomiário numa biblioteca. O bibliotecomiário chefe tinha estudado no Japão e é um dos fundadores do Partido Comunista Chinês. Tá? Então assim,
eh, você tem primeiro, né, esse comunismo chegando, essas ideias socialistas, comunista chegando na China via Japão, você tem os clarinhos tocando pelo mundo inteiro com a revolução russa, que é uma mudança brutal, gente. Imagina o que que era isso, né? Nós estamos falando num época de jornal, nós estamos falando num época que as coisas demoravam mais a chegar. Imagina um belo dia no jornal Os trabalhadores tomaram o poder na Rússia, que é uma [ __ ] de um negócio gigante que ocupa o mundo inteiro. E agora parece que vai ter um novo governo de trabalhadores
para trabalhadores. Aí você é trabalhador, tá lendo isso, fala dizendo que pode isso? varreu o mundo e a gente não pode esquecer que a segunda revolução socialista do mundo é na Mongólia, gente, 1921. É que é literalmente da fronteira dos caras. Sim, sim, né? O Japão imperialista para [ __ ] E não tem nada a ver. Um grupo não foi lá estimular o outro. Não, não, não, não. Da Mongia, no caso da Mongólia foram grupos independentes, né? é a descoberta do fogo. Ao mesmo tempo, em vários lugares do mundo, eles descobriu que era possível fazer
isso. No no no caso da Mongólia, ela entra de uma outra forma por causa do domínio britânico. É um outro rolê. Uhum. Tá, mas não não tem uma ligação necessária de um com o outro. Mas eles já têm um outro país do lado deles que aconteceu, né? Mas eles têm um país do lado dele onde aconteceu também, né? E aí você começa essa organização. Você vai organizar o partido, o partido vai ter as suas primeiras experiências. Aí o partido vai ter erro de direita, vai ter erro de esquerda, o mal vai ser escanteado um tempo,
depois ele volta pro centro do partido, você tem uma guerra popular prolongadíssima. No meio disso você tem a invasão japonesa. No meio da invasão japonesa você clode a guerra. Termina a guerra, volta à guerra contra o Gomingang, que você tinha se juntado a ele para destruir os japoneses, mas eles meteram a faca nas costas dos comunistas depois e tiveram que voltar. Então assim, isso foi um período de 30 anos. Então essa mentalidade do chinês, ela sai desse século da vergonha com esses 5000 anos de história antes de uma sociedade que floresceu muito, entra nessa recuperação
nacional e consegue sair da pobreza e capitanear essa mudança gigantesca. Então você tem tudo isso aí se misturando de várias formas diferentes. Então assim, é é um é um caudal bem grosso assim. A China a China nunca foi de encrenca. A China não é expansionista, né? Igual outros países são expansionist. Encranken que é que vai na China. Aí que tá. Eh, assim, quando a gente pensa, não, por que que eu te pergunto isso? Porque quanto tempo, quanto tempo tem a muralha da China? Pelo menos, pelo menos nove séculos. É muito tempo. Ou o povo sempre
quis estar lá ou eles sempre pensou assim: "Não, sabe, eles sempre tiveram visões de de de proteção ou de conflito. Aquela coisa, eu não posso, eu não posso a bem do saber histórico falar a China nunca foi porque e você vai saber muito mais do que eu." Não, eu tô falando assim, a China, que você me falar vai valer demais já. Não, eu eu não posso falar assim: "Ah, a China nunca foi em lugar nenhum". Porque já teve momentos que a geografia do que hoje a gente chama de China foi diferente. Já teve momentos que
o que a gente chama hoje de Vietnã tava dentro da China. Já teve momentos que aquilo que a gente chama hoje de Myanmar, de Birmânia antigamente, teve dentro da China. Já teve momentos que partes da Mongólia foram todas da Mongólia. A Mongólia interior já foi toda da Mongólia. A China já teve uma parte maior da mongólia interior do que ela tem hoje. Então assim, a gente tem movimentos ali dentro. O que a China nunca fez, por exemplo, é o que o Japão fez. assim, oficialmente, é, o Japão saiu, colonizou a Coreia, foi até na Tailândia,
entrou para dentro da península da Indochina, pegou um pedaço da China e se tivesse conseguido pegar tudo, tinha pegado a [ __ ] toda. E não pegou a mongólia inteira porque o Torloginho Balsan conseguiu segurar os caras. Nesse sentido de expansionismo, não, nunca foi, nunca foi um império com esse tipo de expansionismo. Agora, é óbvio que se eu for voltar na história antiga da China, os reinos já foram muito menores do que foram, foram tomando outros lugares. Você tem a bacia dos rios aonde eles vão se formando, né, principalmente o seé e o amarelo que
eles vão espalhando ali. Então assim, você tem esse movimento de expansão, mas ele fica ali. Por quê? Porque ali sempre teve alguns impérios muito grandes, sempre teve formações sociais que foram muito grandes, né? Você tem os a Mongólia em cima, que é um espaço gigantesco, né? Você tem a China aqui, que é um espaço grande, bruto. Você tem o Japão, logo aqui do lado também, que sempre teve uma unificação ali dentro da ilha, uma tentativa de saída para um canto e pro outro. para baixo. O Japão é porque não cabe, ele precisa mesmo, né? Assim,
territorialmente ele é pífio territorialmente ele é bem pequeno, né? E mas isso vai variando de acordo com o tempo também. Se você for pegar períodos da história japonesa, tem períodos que o Japão se fecha, tem períodos que o Japão se abre e expande. Isso varia muito com o tempo, né? Na parte da indochina, você já teve que a gente chamava anteriormente de indochina para englobar todos os países que estão ali, né? Então assim, Cambódia, Vietnã, Lauta, Tailândia, ali você já teve impérios maiores, impérios que se juntaram, né? Se você pega a parte da China e
recebeu influência da colonização árabe que sai lá do crescente fértil, né, em Xinjiang, por exemplo, você já teve momentos que aquilo teve junto com outros impérios da Ásia Central, né? né? Então assim, essa geografia vai mudar muito com o tempo e tal, mas a China como um todo, como a gente conhece, é basicamente aquele núcleo ali do meia esse tempo todo. É fácil ir pra China hoje. Eu preciso ler uns super chats. O Pedrão pediu, tá lotado aqui super. Nossa, vamos ler super chat. Quanto quer tomar uma cervejinha? Quanto super chat? Boa, boa. Que que
você acha? 5500 pessoas ao vivo na live. Quantos estão inscrito aí? Se inscreve no canal, cara. É, ó, depois da live já aproveita, vai lá no canal do João, se inscreve no canal do João também. Posso falar a verdade, por favor? Assim disse o João. Eu vou falar uma verdade para todo mundo aqui agora. Eu já virei pro cabeleiro, falei assim, ó: "Não é para trazer mais ninguém, mais nenhum comunista aqui. Já falei, falei: "Não é para trazer". Falou assim: "Não, Bertinho, deixa eu trazer". Eu falei assim: "Não, não vai, ou vai continuar ou vai
acabar, não quer mais comunista aqui." El falou assim: "Não, mas tem muita gente inscrevendo no canal". Falei: "Não, então se tiver dando inscrito aí pode trazer". Que merda. Eu achei que você ia falar outra coisa, bicho. Você é muito [ __ ] Nossa senhora, você é muito prego, bicho. Caramba, achei que você ia falta coisa. Você é muito interesseiro, velho. Ele ele não pode dar o braço a torcendo no bicho. Sucesso. Isso é um amor. Uma baita de uma aula aqui. [ __ ] Eu sou capitalista. Eu tô aqui pelo número. Se não tiver número
embargo mesmo. Põe só. É, eu vou te falar a definição. Eu sou capitalista. é muito forte porque te falta o capital, né? Mas eu gosto do capitalismo, é mais real assim. Controvérsias, hein? Vai que eu tô lá de fundiá aí, você não sabe. O Saulo Andrioli mandou aqui, tem out metal, a galera conhece. Beleza. O André Mata 1 mandou tio. Poderia falar um pouco sobre Burkina Faso e de como ser nacionalista no sul global é ser revolucionário? Aí que tá. Eh, duas coisas diferentes. Vou falar um pouco de Burkina e vou falar um pouco sobre
nacionalismo em sul global pra gente entender. Eh, parte um, Burkina. Burquina Faso eh, era um protetorado francês, tá? que fazia parte do que hoje a gente chama de costa do marfim, que era chamado de autovolta, tá? Você vai ter uma revolução no autovolta que vai ser capitaneada pelo capitão Tomás Sancara, tá? Que era marxista leninista, que ele vai conseguir fazer essa revolução, conseguir a independência de Burkina Faso e aí ele vai mudar o nome para Burkina Faso, tá? que é na língua na língua de uma das etnias principais deles, que eles têm várias. Quando ele
faz essa revolução em Burkina, vai ser a primeira vez que Burkina vai ter autonomia. Quais são os primeiros atos da revolução dele? Primeiro, ele baixa o salário de todo o de todos os funcionários públicos do estado, inclusive o dele, para ficar igual ao salário médio dos trabalhadores de Burquina. Caramba. Tá? Ele começa a reflorestar a burquina, ele começa a vacinar burquina, ele começa a educar burquina e ele fala: "Burquina não quer ajuda humanitária eu não quero que você me mande comida. Se você quer ajudar a Burquina, me manda um trator, me ensina a construir uma
fábrica". Esse homem vai ser obviamente rapidamente assassinado por serviços de inteligência estrangeiros. E aí o Blaz Poaré, que era o seu antigo braço direito, que participa desse golpe que leva o seu assassinato, vai se tornar ditador em Burkina até morrer. E Burkina agora voltou a ter um elemento nacionalista no poder. Nesses últimos anos, a gente viu uma sequência de mudanças de poder na África, principalmente na região ali que é da CDAO da África, né? né? Então a gente vai ver ali Burquina, a gente vai ver todos os países ali da região começando a romper com
a França, Burquina, Niger, cada um vai rompendo do seu jeito e vai se construindo desse seu jeito. O Traurê, que é quem tá no poder agora, ele tem um pensamento muito mais próximo ao do Tomás Sancara, mas ele não se declara como marxista leninista abertamente. Ele não fala que ele está fazendo uma revolução socialista. O que ele tá falando é que ele está fazendo uma revolução nacionalista em Burkina, tá? tem essa diferença que é muito grande e que a gente tem que entender. Nessa revolução, o que que ele tá fazendo? Ele expulsou as tropas francesas
do país. Ele nacionalizou várias cadeias produtivas dentro do país. Ele tá criando vários programas de redistribuição de renda. Ele tá voltando a investir em substituição de certas cadeias produtivas para ter mais autonomia e tal. e e é um cara com um pensamento muito avançado. Apesar disso, tem certas coisas que não. Então, por exemplo, em relação a costumes, por exemplo, né, ele é muito mais conservador. Em que sentido? População LGBTQ e AP+ sofreu algumas leis que tiraram direitos e tal. Então, assim, tem que entender que não é exatamente, nós não estamos diante do Tomar Sancara dois.
Uhum. Tá. O que que acontece sobre a relação do nacionalismo no sul global? A gente tem basicamente dois grandes tipos de nacionalismo. É óbvio que as coisas são muito mais matizadas, é óbvio que as coisas são muito mais cinzentas e muito muito menos preta e branca. Mas pra gente poder explicar, eu vou tentar explicar de uma forma mais simples. A gente tem um nacionalismo que é um nacionalismo chavinista, que é um nacionalismo que vê a sua nação como inimiga de todas as outras nações e é a minha nação primeiro. Então, por exemplo, quando o Trump
fala make America great, ele percebe a merica dele como um indivíduo no jogo das nações contra todos os outros indivíduos. É um jogo de todos contra todos. É pegar o individualismo do indivíduo e jogar ele pro plano nacional. O nacionalismo que levou a Primeira Guerra Mundial é esse nacionalismo chovinista. é o inglês contra o francês, é o francês contra o alemão, é o alemão contra todo mundo e todo mundo contra todo mundo. E a gente tem uma outra ideia de nacionalismo, que é pensar o nacionalismo dentro desse internacionalismo, dentro dessa ideia de que numa comunidade
de nações eu vou conseguir primeiro aplicar na minha nação. Então, quando a gente tem uma revolução, como foi, por exemplo, a Revolução Argelina lá na década de 50 e 60, ou como foi a revolução Burkinab na década de 80, ela obviamente também é uma revolução nacionalista. Eles estão pegando aquela nação, tirando o colonialismo de dentro daquela nação, tentando reconstruir aquela nação depois do julgo colonial, tentando conseguir que aquela nação tenha a sua autonomia de fato, a sua soberania de fato, né? Porque assim, a gente fala muito de soberania, a gente fala assim: "Ah, o Brasil
é um país soberano". Ou pedimos soberania nacional, né? Né? Ou tá beleza. Aí você fala assim: "Ah, mas ele é soberano por quê?" Não, porque no direito internacional consuetudinário, ele é um ente soberano, ele faz as suas próprias leis e tal. Aí você começa a pensar, pô, a gente pegou a nossa cadeia de hidrocarbonetos, a nossa cadeia de petróleo, para ser mais claro, e a gente começou a vender várias partes dela para estrangeiros. Aí a gente tinha uma cadeia que ia do poço ao posto, desde a extração até a sua comercialização. E a gente foi
retalhando ela de forma que hoje boa parte dos óleodutos não mais nos pertencem. Se os caras quiser fechar a torneirinha, fecha a torneirinha. Se o cara virar e falar assim: "Esse ol adulto é meu". E não vai passar [ __ ] nenhuma aqui, não vai passar [ __ ] nenhuma aqui. E fim, no nosso grid de telecomunicação, a gente não tem soberania. A gente não tem soberania na nossa produção energética. A gente não tem soberania. Você entende? Então assim, quão soberano é um país que se se voltar contra os seus senhores, eles tiram da o
país da tomada, não é tão soberano assim. Então essas revoluções nacionalistas nesse país, elas tentam garantir essa soberania, de fato, é uma soberania real desses país. Qual que é o limite desse nacionalismo? Quando esse nacionalismo começa a se tornar esse nacionalismo shelvinista, esse nacionalismo de vários inimigos, esse nacionalismo de vários inimigos, inclusive internos. Pode se confundir com fascismo isso daí? Sim. O o o nacionalismo chovinismo chovinista, ele é um passo em direção à ficização do ele é um passo, ele não necessariamente vai ser, por exemplo, a França, desculpa, a Inglaterra do Churchill, sim, ela não
cabe dentro do conceito do fascismo. Ela é colonialista, ela é imperialista, mas eu não posso falar que ela é fascista. Mas esse nacionalismo chovinista já dá vários passos que daquele checklist do conceito eu preencho três, mas não preencho sete, entendeu? Então é um passo em direção a isso. Por quê? Porque nesse tipo de nacionalismo, normalmente o que que acontece depois? Dentro da nação, você vai ter um grupo privilegiado e aí os inimigos têm que ser mortos. Aí os inimigos têm que ser perseguidos, porque essa ideia de construção do inimigo, ela não para internamente ela começa
a se matar. Ela tem que ser mantida. O é um sistema autofágico. Ele vai, eu vou te dar, eu vou te falar uma coisa. Olha só, a destruição começa quando o processo não se estabiliza mais. Ele continua, ele continuará de infinito porque você precisa da figura desse inimigo. É a mesma coisa você for pensar, você vai numa passeata antifascista, tá? Tô no exemplo, não, você, uma pessoa vai numa passeata antifascista, chega na passeata antifascista e fala: "Eu sou fascista. Eu não entendo porque que vocês também não são fascistas. E eu gostaria de ser educado sobre
o porqu devo ser fascista." Os caras vão falar assim: "Meu irmão, você tá tendo preconceito contra várias pessoas simplesmente para elas existirem. Você tá fazendo uma coisa que vai levar à morte de várias pessoas. É por isso que a gente tá falando. Aí o cara fala: "Não, beleza, eu vou parar. Se o fascismo parar, não existe necessidade de um movimento anfascista. O fascismo per não é assim. O fascismo, ele não te está contra você porque você está tendo as atitudes X, Y e Z. Ele está contra um certo inimigo porque aquele inimigo existe, porque ele
é da forma que ele é. Qual o problema do judeu na Alemanha? ou do comunista, ou do cigano, ou do homossexual, ou do negro ou de qualquer um, é a existência dele enquanto ele é. entende a diferença, o grau de diferença que a gente tem aqui. Então, muitas vezes, quando esse nacionalismo ele começa a tornar essas características chauvinistas, ele começa a criar esses inimigos, ele começa a ter essa visão de um embate geral e contínuo e não da libertação daquela nação. E quando a gente fala de libertação de uma nação, a gente tem que falar
da nação, entende? Se eu falar assim: "Ah, eu quero libertar o Brasil, mas o Brasil para mim são X, Y e Z." Não tá querendo a libertação da nação. Sim, entende? Tem um limite nesse negócio aqui, tá? Então é isso que a gente tem que entender. Ainda assim, quando ele fala ser nacionalista no sul global é revolucionário? Sim. Por quê? Porque normalmente o que é o sul global? são os países que vêm sendo explorados primeiro pelo colonialismo, depois pelo imperialismo, pelo neimperialismo, neocolonialismo, tal. A esses países é facultada a soberania de verdade? Não. Se não
tivesse tido uma mudança brutal da estrutura do país em Burkina Fasso e uma junta militar nacionalista tivesse tomado o poder, a França teria sido expulsa de lá? Não, a França continuaria explorando Burkina Fácio, forçando Burkina Fá a usar o franco eh como moeda para troca, continuando a forçar eles a comprar e a vender no preço que estava estabelecido e não no preço de paridade global. É só a gente pensar no Niger. O Niger é um país palpério. Uhum. onde 26% da população tem acesso à eletricidade. Em compensação, os minerais raros do Niger acendem uma de
cada três lâmpadas na França, porque a França depende desses minerais, porque a França tem uma base muito grande de exploração nuclear energética para energia padrão na França. Uhum. A França comprava do Nigéria esses minerais a um preço que era um milionésimo do preço internacional daquele mesmo mineral. A França não permitia ao Nigéria explorar o seu próprio mineral. A França mantinha tropas estacionadas ali dentro para garantir que as coisas continuassem. Já visto em alguns lugares aqui perto, saca? Então assim, qual que é a independência desse país? O Nigeria se tornou independente. Independente como? No papel. Esse
país não teve uma independência de verdade. Ele precisa de uma segunda, de uma real independência, né? Então assim, neste sentido, a busca, entre aspas, nacionalista, a busca de dar soberania a uma nação, no sul global, ela de fato é revolucionária, porque ela não é permitida. E ela não foi permitida antes, sem guerra também para cima. Se a gente for pensar o que que é a guerra de secção dos Estados Unidos, é uma guerra pela soberania. A guerra de secessão dos Estados Unidos é uma guerra pela soberania. Uhum. Só que uma vez que eles ganharam a
dele, eles não deixam mais ninguém ganhar a própria. O nacionalismo seria um bom passo pro comunismo? Pode ser um passo de começo, mas é preciso de ir além desse nacionalismo. Na China, eles se aliaram, né, algum momentos. Sim. No começo, principalmente. E o Goming Dang, que é o partido do Saniatsen, ele era o Partido nacionalista, que é o que foi para Taiwan depois. É. Uhum. Ele era um partido nacionalista. Enquanto Saniats tava no poder, o Partido Comunista Chinês e o Gominang andavam de mãos dadas. Tinha gente do comitê central de um no outro e vice-versa
e ao contrário. Era necessário era necessário pelo momento. Essa construção era muito importante. Só que depois que o San Yatsen morre, quem sobe ao poder no Goming Dang é o Chankaiek. Uhum. E o Tianaiek era totalmente ligado com os interesses do Ocidente. Então é nesse momento que você tem uma ruptura, tem ruptura, porque quem começa a perseguir os elementos comunistas é o Gomingindang do Chankieque. Quem rompe essa essa ligação é o Chankai. Quando ele chega ao poder. Naquele momento eles iriam virar inimigos. É. E eles viram tanto que eles continuam nacionalistas. E aquela coisa, eles
viram o inimigo durante um tempo, aí vem a invasão japonesa e os comunistas chineses viram pro Glomindang e fala: "Nós precisamos trabalhar junto contra o inimigo em comum que está colonizando o nosso país." O Gomingang vira e fala assim: "Beleza, vamos trabalhar junto". E o que que o Gomingang faz? Toda oportunidade que tem, ele dá um tiro pelas costas, ele dá uma facadinha, um disso, mas ele não podia matar tanto porque ainda tinha o problema dos japoneses. Japoneses. Só que no primeiro momento que o problema dos japoneses é resolvido, o Gomingang volta inteiro para cima
do partido de novo. traição projeto expansionismo dele que nunca pode acabar porque assim não e assim e o Tian Caibec e todo e toda todo grupo dele tá ligado com os interesses do imperialismo. Então assim, o Gomindang é regiamente armado pelo Ocidente. Uhum. Ele tem suporte. Ele tem suporte. Ele tem suporte financeiro, ele tem suporte logístico, ele tem suporte de armamento. Então assim, eh, não, não é o Gomingang, não é o Gomingang sozinho, né? Acontecem algumas escrescências históricas, né, nesses processos. Então, por exemplo, a gente fala de guerra civil russa depois do da Revolução 17.
Você conhece alguma outra guerra civil que 13 países estrangeiros participam de um lado? Isso não é uma guerra civil, né? Sabe, a guerra, né? Guerra, sabe? A guerra civil russa é a única guerra civil que você tem de um lado o exército vermelho e do outro lado 13 potências beligerantes. Mas nos Estados Unidos a França entrou também, não? Sim, mas eu tô falando assim teve influência de outros. Não, o da França, é, não, assim, o da França, a França entrou um pouco menos porque a França tava com um outro problema ali também que era o
pedaço que era francês ainda, né? Aham, entendi. Então assim, a França tinha o pedaço dela que ela queria manter igual Espanha. Já teve momento que que entra também contra os Estados Unidos, porque tem pedaço que quer manter e tal. Então assim, você acha que o governo Bolsonaro ele flirtou com fascismo? Ah, muito, muito. Mas não é flirtou não, gente. É uma coisa. Ele era um governo fascista. Mas como assim? Não, olha, eh, se tudo vira fascismo, nada é fascismo, tá? Então, assim, a gente tem que ter conceito nas coisas. O governo do Bolsonaro, assim como
o governo do Tert, assim como o governo do Urban, assim como vários outros governos pelo mundo inteiro, tá? Filipinas, Hungria, Polônia, aqui em alguns momentos do Peru também, Fujimore no Peru. São governos que t várias das características do fascismo clássico, como ele vai surgir na Europa no começo do século XX, mas que não necessariamente tem absolutamente todas as características do fascismo clássico. O que que seriam as principais características fascismo? Só para pr me entender que a gente v também falar não, essa vi no Bolsonaro, vi essa vi essa esse, que é o corporativismo no estado,
tá? Tá? Então assim, o Estado ser dividido em grandes corporações com os seus sindicatos, principalmente a liação do sindicatos patronais aos sindicatos não patronais, aos sindicatos dos trabalhadores controlados pelo governo, criando eh esses mega blocos dentro do estado que vão ser controlados pelo estado. Isso a gente não vê atualmente como a gente viu isso acontecer na Alemanha, como a gente viu isso acontecer na Romênia, como a gente viu acontecer na Itália, como a gente viu isso acontecer em Portugal, como a gente viu acontecer na Espanha, tá? Vamos entender? Então assim, uma das características próprias é
o engrandecimento e, vamos falar, a junção dos sindicatos com o Estado. Só que é o corporativismo fascista, a gente não tem a tendência de ver ele, tá, nesses fenômenos que a gente chama de neofascistas, tá? De uma outra. Para mim, a melhor definição do governo do Bolsonaro é um governo neofascista, porque o neofascismo é adaptação do fascismo aos novos tempos. Por quê? Porque o fascismo ele não é uma escrescência do capitalismo. O fascismo ele não é uma exceção do capitalismo. O fascismo é o botão de emergência do capitalismo que vai ser apertado toda vez que
for necessário ou mais lucrativo. Ele faz parte, tá? Por que que eu tô te falando isso? Onde onde ele existiu no no capitalismo? Um exemplo assim para mim enxergar. Primeiro estado que a gente pode falar, que foi um estado fascistizado antes da Itália e antes da Alemanha, foi a Polônia do Pilsudsk, tá? Ninguém estuda história polonesa, então não ajuda em nada. É fizesse, é porque realmente eu não fal estuda a história polonesa que não ajuda em nada. Mas a Polônia do Pilsudskado aonde um grupo que era adepto dessas ideias do fascismo chega ao poder. Só
que essas ideias, o capitalismo lá tava em colapso. Não é que o capitalismo lá tava em colapso, mas é que lá primeiro, né, a Polônia ela tá localizada entre a Rússia e a Europa Ocidental, tá? Então, a Polônia sempre ficou nessa balança do poder, hora mais próxima do império russo e por próxima, eu digo, subjulgada ao império russo, ao império tesarista e hora mais próxima do ocidente. O fenômeno fascista, tá? Ele vai surgindo desde o final ali do século XIX, as ideias que vão gerar o fenômeno fascista, tá? Elas vão acontecer num processo que é
gestado em longa duração. Deixa eu te dar vários exemplos aqui para para isso ficar mais claro. Campos de concentração começam com o fascismo. Não. Se você for pensar as guerras que os Estados Unidos fez contra a Espanha no final do século XIX, você já tinha campo de concentração ali. Então, a gente já tem uma coisa que é anterior, o racismo, a ideia da inferioridade de certas populações, vai começar com o fascismo? Muito menos. Você pega a ciência europeia do século XVII, um filósofo como Buffon já era brutalmente racista. Você pega o século XIX inteiro, você
acha vários exemplos. Você pega a Cuclux Clan nos Estados Unidos, ela é do século XIX, abertamente racista. Inclusive, o termo homem inferior, underman, nasce antes do termo em alemão. Quem cunha o termo underman é Lotrop Stodart, que era um grande dragão da Cuclux Clan, que foi conselheiro presidencial de três presidentes diferentes dos Estados Unidos, tanto democrata quanto republicano. Ele organizou a estreia do filme da Culux Clan em 191920, que é o Birth of a Nation dentro da Casa Branca. O filme foi mostrado em gala dentro da Casa Branca. Esse homem era conselheiro estatal. O termo
solução final não surge em alemão. O termo solução final é canadense. Duncan Kbell Scott, que era o chefe daquilo que pode ser colocado como a funai canadense, ele era o responsável pelos povos originários do Canadá, pelos indígenas na no termo da época do Canadá. Ele vira e fala: "If we kill them all, then we got a final solution." Se a gente matar todo mundo, a gente tem uma solução final. Resolve, não tem mais problema. Termo assunção final é canadense. Então você tem todo um trânsito de ideias atlântico que vai e volta da Europa para os
Estados Unidos desde o final do século XVI, mas principalmente durante o século XIX, que vai ir alimentando essas ideias. E aí você tá num período em que você tá tendo o imperialismo crescendo, os oligopólios e os monopólios aumentando. Uhum. e uma tendência de uma crise chegando dentro desses estados todos principais do imperialismo, não estarem conseguindo mitigar essa crise, aparece essa ideia mais extrema de um estado mais forte, de um estado fechado. O que que é o fá? O fascismo vem do fo, faixo de combatimento, todo mundo junto, né? desse estado corporativista que vende principalmente para
na Europa, para aqueles que voltam da Primeira Guerra muito palperizados, uma solução contra essa palperidade, contra essa pobreza que é diametralmente oposta à solução que foi adotada na Rússia, que os trabalhadores da Rússia tomaram a [ __ ] toda, né? Então você, por mais que você já tenha um partido fascista na França, por exemplo, em 1910, antes da da Primeira Guerra Mundial, ele vai crescer de verdade no pós- Primeira Guerra Mundial. Pilsud, que vai tomar o poder na Polônia 19, 20, mais ou menos, né? Décadas de 20 e 30 que vão ter esse grande momento
que vai surgir. Aí você vai ter a Itália, aí você vai ter a Alemanha, depois você vai ter a Romênia, né? Depois você vai ter fenômenos fascistas que são mais tardios, né? Que vão começar ali na década de 30, que vão continuar depois. né, pensando na Espanha, pensando em Portugal, né? Então assim, eh, você tem todo esse trânsito histórico para criar essas ideias. Agora, essa tem algumas coisas que são muito em comum. Então, por exemplo, um inimigo comum, que normalmente é um inimigo quase que imaginário, que tem que ser combatido o tempo inteiro e que
você não consegue precisar exatamente o que que ele é. O judeu, o cigano, o comunista, a Rede Globo, o comunismo no Brasil. Qual o comunismo no Brasil? O esquerdista. O esquerdista, o lulista, o Petralha. O petralha é maravilhoso. O petralha é um arquétipo perfeito. O petralha é tudo de ruim. O Petralha fez isso, o Petralha faz aquilo, o Petralha rouba tal, não sei o quê. É, tem uns que faz isso mesmo, né? Não tô falando que não tenha gente que rouba. Tô falando assim, você cria esse arquétipo de um inimigo, inclusive de dos dois lados,
inclusive do lado dos bolsonaristas também. Dois. Não, mas aí aí mas o que eu tô te falando é o seguinte, aí é uma questão de criação do inimigo. Além dessa criação do inimigo, você tem toda a ideia de um retorno a um passado glorioso que só existiu na cabeça de quem o acredita, tá? Então, por exemplo, na Alemanha você tem toda uma ideia de voltar ao passado do povo germano teutônico, o anel dos nibelungos, as pessoas cantando Wagner e tal, aquilo de fato nunca existiu. Aquele é um passado imaginado teórico de uma glória passada que
nunca existiu, sabe? É tipo assim, eh, Deus acima de tudo, Brasil acima de todos. Quem que desse slogan? Hum. Só te cortando um pouquinho do do color. Tá vendo das paradas? Deus eh trazer acima de todos. É base, é réplica de política, sacou? Então assim, é é isso que eu tô te falando. Tem vários fatos que são ali em comum. a necessidade de criar essa figura de um líder e colocar ele em grandes passeatas, em grandes coisas da da população. As motociata do Bolsonaro eram literalmente copiadas das motociatas do Dut, do Mussolini. Mussolini fazia motociata
igualzinho, tipo, pegava aquela motoquin, tinha uma cápsula do lado ali, não é? É, andava ali tal na frente, todo mundo vai andando junto para mostrar que ele também é uma pessoa como os outros e tal, que ele também tá andando de moto igual você anda de moto, sabe? Toda aquela misancen do cara comendo o pão com o leite condensado, igual se ele fosse um niandertal e não tivesse controle de motricidade fina na mão, sabe? Gente, pelo amor de Deus, cara. Ninguém consegue derramar aquela quantidade de de pó no próprio colo, sabe? Aquilo é feito para
mostrar que ele é um cara simplão. Só que o cara simplão vive numa mansão que nenhum dos salários dele jamais seria capaz de comprar. E a família dele tem mais 100 imóveis que nenhum desses salários seriam capazes de comprar. É a melhor venda da Copanhag de todos os tempos, sabe? Então assim, eh, você se passa como algo muito popular, enquanto na verdade é um governo para elite. Quem que banca o fascismo alemão? o nazismo, as grandes corporações alemãs, as grandes empresas alemãsas que lucraram como nunca tinham lucrado antes, inclusive roubando, né, outras empresas, saqueando os
judeus ali, né? Os caras triplicaram o patrimônio. Sim, é isso. Você entendeu? Para pergunta quantos jet skis você tem? Quantos helicópteros você tem? Ninguém tem jet ski. Ninguém tem helicóptero. O cara tava preocupado em baixar imposto de jet ski de helicóptero. Não é uma medida popular, né? Enquanto na campanha se mostrava no santinho, o seu gás vai custar R$ 20. Não compre dólar hoje, o dólar vai cair muito, tudo vai cair, tal. Na prática, você tem um governo que não é voltado para o povo, que é voltado para as elites, né, mas que se vende
nessas questões populares. Então é por isso que eu que eu acho que a melhor forma de trabalhar é trabalhar com conceito de neofascismo. Você já viu algum governo diferente desse que você acabou de relatar aqui com a gente? Infelizmente, salvo algumas pequenas mudanças, muda muito para ficar igual. Mas, por exemplo, eu tenho coisas que eu acho que a gente tem que a que dá César o que é de César. Pese todos os pesares do governo Lula. Pese todas as críticas que eu faço pelas coisas que ele não fez. Mais de 20 milhões de pessoas foram
tiradas da linha da pobreza e foram inseridas dentro do da economia brasileira. Qual que é o problema? É a forma como elas foram inseridas. Elas foram inseridas financeiramente. Você não tem uma educação política, você não tem uma preocupação de cidadania, você não tem uma preocupação de cultura política, você não tem uma preocupação de direitos, né? Inclusive, você for pensar, pô, a gente tá falando de um momento em que a China gastou mais cimento do que o mundo inteiro gastou em 100 anos. Nós estamos falando de um momento que um país agrário exportador e minério exportador
como o Brasil oferiu lucros gigantescos. O que disso que foi voltado pra infraestrutura? O que disso que foi voltado paraa educação, paraa educação política? Pouco, muito pouco. Então parece que até tem um investimento eu tenho educação, mas não chega na base educação. Pô, cara, assim, mais uma vez d Cés César construiu muita universidade. Aqui em Minas a gente pode falar por causa das várias universidades que foram construídas aqui. Só que quem que chega nessas universidades às vezes é mais difícil. Às vezes faltou o colégio técnico, colégio de segundo grau, aumentar estrutura. E outras coisas que
precisam ser pensadas é questão de infraestrutura. A gente é um país que vem se desindustrializando há cinco décadas. Nós temos cinco décadas seguidas de desindustrialização. Uma grana dessa poderia ter capitaneado um ciclo de investimento em industrialização, de substituição de importações. O que eu tô falando aqui, cara, não é nada de comunista, não é nada de revolucionário, você entende? Isso aqui é o keinesianismo mais rasteiro. Isso aqui é o cepalino mais rasteiro. Fala isso que eu falei. Nem isso a gente teve. Apesar de nem isso a gente ter tido, ainda assim é incomparável a situação que
foi legada por esse pequeno respiro de um mínimo de socialdemocracia com que foram os governos, como por exemplo do Fernando Henrique, nós que estávamos todo mundo vive e grana na época do Fernando Henrique, a gente via flagelada seca todo dia no Jornal Nacional, eu que sou do centro indo pro Norte de Minas, eu via passando as estradas Saca? Então assim, a gente teve coisas horríveis ali, teve esse pequeno microespiro de uma socialdemocracia que já nasce fadada ao fracasso. Porque assim, [ __ ] o PT foi expurgando os seus elementos mais revolucionários desde o final da
década de de 80. 80. No final de 80, o PT já tá expurgando a galera. Quando o PT chega ao poder, ele já chega ao poder com uma outra visão completamente diferente do que era aquele, entre aspas, Lula do Antigo Testamento e aquele PT de São Bernardo do Camp, aquele PT da década de 80, por mais limitado que fosse aquilo comparado com que eu, que sou comunista quero, era infinitamente superior ao PT que chega no poder. O PT que chega no poder, ele chega com um vice que é o maior industrial têxtil do país, do
Partido Liberal. Você serve a dois senhores antagônicos, um deles você tá mentindo, não é o mais fraco, né? Então assim, é óbvio que essa, se você tá tentando servir ao empresariado e ao trabalhador ao mesmo tempo, essa corda vai romper de um lado. Qual que é o elo mais fraco aqui? É o trabalhador, né? E esse foi um momento, principalmente o Lula um, que você tinha uma maioria de congresso, que foi algo que não teve depois. Sim. Ou seja, era um momento que se quisesse de fato capitanear uma luta, fazer igual o Petro fez aqui
na Colômbia, o Petro com 10%, 15% do parlamento, ele não consegue passar nada. Então o que que ele faz? ele precisa de fazer alguma coisa, chama a cadeia de rádio de TV, fala pro povo o que que ele precisa, explica pro povo porque que é bom, pede pro povo ir pras ruas e pressionar, tem pressão popular, aí o cara fala: "Porra, eu não quero ser o cara que na próxima eleição foi o cara que votou contra o povo, porque senão eu não eleijo de novo". Uhum. Aí passa a manutenção do poder, né? O cara quer
continuar, o cara quer continuar lá, ele quer continuar mamando. Então ele vai ter que ceder o dedo. Ele cede o anel para não perder o dedo, ele cede o dedo para não perder a mão. Ô patrão, eu vou passar essa lei aqui pro pro cara ali, porque senão depois a hora que você precisar de mim eu não tô aqui. Hora que você precisar de mim, eu não vou estar aqui, entendeu? Ó, não acha ruim comigo não, que eu vou ter que passar para você me ter aqui dentro, senão eu saio, você fica sem representante aqui
de dentro. É isso. Então, assim, eh, o governo, principalmente o Lula 1, tinha essa oportunidade histórica de fazer esse enfrentamento e optou por não fazer. Foi omisso, você entende? Então, assim, minha crítica ao governo Lula 1 é essa. É muito diferente da minha crítica ao governo Lula 3. O governo Lula 3 é um governo submisso aos bancos. pelotou quando eu vi o vício dele dessa vez eu falei assim vai tá subindo para ficar um ano, dois, eles vão trocar ele. Todo mundo apostava que o Alkm ia ser colocado rapidamente, né? Porque é muito mais agradável
pro Mas aí você tem que ficar tranquilo porque eles se rastejaram tanto que não precisa. Hoje em dia, hoje em dia o Alkmin tá mais à esquerda do que 90% do governo. Cara, você tem que pensar que as posições econômicas do Rad estão à direita da Simone Tebet. O Radad é um homem que consegue a proeza de ser criticado pela esquerda pela Simone Tebet, pelo Omar Aziz. Então assim, é um governo de uma subserviência ao grande capital, ao financismo, que é completamente diferente do que foi lá atrás, por mais que lá atrás já tenha sido
limitado demais, entende? Então assim, nossas expectativas eram baixas, mas [ __ ] merda. É, é bom. Tá, pelo menos é tão unânime, né? Se esquerda não acho que tá bom. Direita também. Vamos pro pro outro aqui, chat. Não, assim, os motivos são diferentes. Não, claro, eu sei. Um é meio ideológico, o outro é realmente por necessidade. E é aquela coisa, cara, tipo assim, eh, infelizmente quanto mais cede, mais cede, sabe? E, e muitas vezes esse governo vem cedendo sem ter pressão nenhuma, vem cedendo pelo pelo prazer de ceder, pelo hábito de ceder, pelo hábito que
ele criou de CD, pelo hábito de criou de CD e de conceder. Deixa eu fazer aqui que é mais fácil para mim. Ele aprendeu a fazer o fácil. O o que que acabou de acontecer agora de um deputado do baixo clero, depois de ser anunciado como ministro, falar: "Não, não quero essa merda não, só com esse ministério no cu". Aí, cara, isso é um negócio que nunca aconteceu, cara. Você entende? Tipo assim, do ponto de vista de relações institucionais, é é é patético. V te falar, você vai jogar na seleção, você joga num clube qualquer,
cara, fala assim: "E essa camisa da seleção para você jogar?" Você vai falar assim: "Não, não, não quero jogar na seleção, não vou ficar aqui no meu clubinho aqui. É, no meu clubinho aqui tá melhor para mim. Que cara é esse? Você quer defender quem? Eu tem coragem de pôr o pé na bola mesmo para jogar, saca? E aí assim, jogar escondido ali tá fácil. E aquela coisa, o pessoal vai tentando, né? O pessoal vai flertando, vai tentando e vai fazendo. Pô, eu tentei fazer isso, passou, vou fazer mais um. Será que o limite é
aqui? Não é, vou fazer mais um. E aí, meu irmão, não tem limite mais nenhum. Vai cagar. O tio, a hora que a gente tava almoçando, deu um exemplo, cara, que se o Lula faz o mínimo do que deveria ser feito, com a grana que a gente conseguiu na época do Lula um, a gente podia ter industrializado o país de uma forma e politizado de uma forma. Hoje a gente não passaria por dificuldade, mas fal não, vou te agradecer que você me lembrou FAFENM, fábrica de fertilizante. O Brasil é um país que se mantém por
escolha num modelo agrário exportador e ele não consegue ter fertilizante pra sua própria produção agrícola, tendo a maior área agriculturável do planeta. Perceba o grau do absurdo. Se as quatro fafens que a Petrobras tem tivessem funcionando a 100%, a gente não somente teria fertilizantes do bastante pro Brasil, como a gente estaria exportando fertilizante, principalmente num momento igual esse, né? Veio a guerra da Ucrânia e a Rússia e a Ucrânia, que são os grandes exportadores, não estão podendo e estão sendo substituídos pela Noruega. Cara, a Noruega é é praticamente assim, saca, cara? Assim, bicho, pega o
tamanho da Noruega, joga dentro do estado de Minas. Cabe 10 Noruega dentro do estado de Minas. A Noruega vem sendo o principal exportador de fertilizantes global. E e o efeito de não ter politizado essas pessoas do Lula um, esse que é o mais doído de todos. Por quê? O sujeito experimenta ser cidadão no capitalismo, que é igual a consumir, né? No capitalismo, você é gente enquanto você consome, você é capaz de consumir, você é gente. Aí beleza, o cara é tirado debaixo da linha da pobreza, é inserido nessa economia e passa até aquela cidadania com
muitas aspas que é a cidadania do consumo. E aí vem a crise, ele perde isso. Esse cara que experienciou isso e depois perdeu isso, esse cara é o mais aberto a qualquer tática neofascista. Não é à toa que vai ter a direita conseguindo votações gigantescas em favelas de São Paulo inteira. Uhum. Saca? Em favela do Rio, em favela de Belo Horizonte, em favela das grandes capitais. Por quê? Porque o cara chega lá com uma promessa fácil, com uma solução fácil para um problema complexo, que todo mundo sabe que solução fácil não resolve um problema complexo.
Só que ele vende isso como se fosse. Ele chega com um santinho lá e fala: "Vou meter o gás a R$ 20". Bicho, o cara não sabe como funciona. Você acha que o cara que tá trabalhando o dia inteiro, se matando de trabalhar, ele vai parar e vai falar assim: "Macroeconomicamente, isso é possível?" Não vai, cara. Não vai. Você entende? Então, numa população que é deseducada politicamente, numa numa população que não é politizada, é muito mais fácil desse tipo de ideia graçar. Por quê? Porque para chegar ao poder por via eleitoral você precisa dessa população.
O voto do cara de Alphaville vale o mesmo tanto que o voto do cara de Taquera. Só que tem 5.000 cara em Alpaville, tem 2 milhão em Itaquera. Itaquera. Mas esse aí não é não é um reflexo também de de vamos pensar aí 20 anos de não é só do cara chegar lá o da direita e falar: "Pô, vai ser R$ 20 o gás". É do cara ver anos o gás subindo consecutivamente e o mesmo tipo de governo tá lá saber politização. Tanto é que você vê aqui reflexo, você pode pegar exemplo em todas as
famílias, inclusive eu acho que talvez na sua tem, na minha eu tenho certeza que tem, na da minha esposa tem pessoas que votaram no Lula, que eram lulistas no Lula um, que tipo, ó, o Lula me deu tudo que eu tenho, né? E de repente essas pessoas hoje são bolsonaristas, são os bolsonaristas mais raízes, assim, mais aqueles que se sentem traídos, se sentem traídos porque eles perderam aquilo que eles ganharam logo na sequência por causa da conciliação, por causa desse liv. Isso não. Em que você foi traído em um dia? Foi um, foi isso. Não,
não tem nem como falar que foi 20 anos que a gente tem que pensar o seguinte, cara. Assim, eh, a gente tem Lula um e Lula 2, 8 anos. metade do da de uma um e metade. Uhum. Né? Então você tem 13 anos e meio ali aonde você teve, apesar de todos esses pesares, até agora, antes do governo atual do Lula, que bateu esse recorde há pouco tempo atrás, mas bateu o recorde com outra mensuração de desemprego, que aí faz toda a diferença, o menor nível de desemprego que a gente teve no país antes tinha
sido no governadilmo. Só que essa pessoa pensa quantas vezes, tenta lembrar quantas vezes foi chamada uma cadeia de rádio e televisão para explicar alguma medida pro povo. Não foi. Não tem mesão. Não foi. Quantas vezes foram chamadas manifestações populares para se defender uma medida ou outra? Não foi. A negociação foi toda feita no topo. As bases foram abandonadas. As bases que levaram esse governo até lá, elas foram abandonadas depois. Eu vou te falar assim, eu falei 20 anos, você me explica em 13 anos e meio e aí a gente pega mais dois do Lula já.
Beleza? E aí a gente pega mais quatro do Bolsonaro. Por que que eu tô pondo tudo junto? Porque eu já falei no início, eu não vi grandes grandes, apesar de você ver uma diferenciação entre o primeiro momento do Lula e o Bolsonaro, tá? São válidas. Eu acho que é válido o seu argumento, mas eu não vi realmente intenção ou ação eficaz realmente ação que realmente funcionou em nenhum dos dois. São 20 anos de uma população que é mastigada. Mas se você for ver isso, não entendo o que você tá dizendo. Mas o que falonar bom
não. Eu vejo um monte de cara que nunca pouco pobre. Mas se você for falar isso, você não pode falar só desses 20 anos. Você tem que falar o seguinte, desde a suposta redemocratização, eu sei que vai além, mas é que eu que eu me lembro da minha idade, que eu me lembro politicamente, não, eu sei, mas que eu tô te falando o seguinte, se a gente for voltar para trás e for ver o que que o Fernando Henrique fez, o que que o Itamar fez, o que que o Sarnei fez, que que o Colo
fez, é a mesma coisa. Sim. Então, olha para você ver, então quando o cara vira e fala assim, ó, eu tô pronto pro fascismo, eu tô pronto para qualquer outro tipo de política. Cara, não dá para você julgar esse cara. Não, eu não tô acho que é o contrário. Não, eu não tô julgando esse cara. O que eu acho que a gente tem é que politizar essa pessoa, explicar para essa pessoa, porque apesar de macroeconomicamente ter várias proximidades, tem muita coisa que não é próxima, não. A gente não pode negligenciar jamais que durante esse período
a gente teve um genocídio de uma população brasileira, né? A gente tá falando aqui de centenas de milhares de mortos facilmente evitáveis. A gente se outro governo faria diferente. É o que eu tô te falando o seguinte, não que outro governo nos moldes do brasileiro faria diferente, mas aí eu vou te dar um exemplo. Pega o número de mortes no Vietnã. O Vietnã faz fronteira física com a China. O Vietnã recebe o espalhamento da COVID infinitamente mais rápido e mais forte do que a gente. O Vietnã, que tem metade da nossa população, não chegou a
ter um sétimo das nossas mortes por políticas públicas. Não tô defendendo não, senão a galera vai achar que eu tô defendendo aqui. Eu quero sa falando é o seguinte, você entende? Mas o que eu tô te falando é isso, é a falta de crédito que todos têm comigo. É, mas o que eu tô te falando é isso. Outras soluções eram possíveis e foram possíveis e foram feitas. A gente tem como literalmente na materialidade ver o que que aconteceu em diferentes lugares, ver o que que foi adotado em diferentes lugares e ver o que que deu
certo, o que que não deu certo, que é o que eu, cara, é muito fácil fazer isso. Sabe agora vou ser muito sincero com você. Eu acho que um governo que tem o mínimo de consideração por ciência, por dado, por estatística, por estudo sério, teria total capacidade de fazer diferente. Por mais que não sejam comparáveis os graus de pandemia, a gente teve durante o governo do Lula a SARS, né, que veio da ASA, tal, teve a SARS, o que que foi feito? Eu lembro depois no no estádio com máscara. Exatamente. O que que foi feito?
Foram feitas várias medidas que a gente não viu sendo feitas. Então assim, não tem como a gente fazer futurologia nem passadologia de falar se fulano tivesse tido seria diferente. Mas tem como a gente ver, por exemplo, assim, Belo Horizonte tinha um prefeito que era um populista de direita, o Alexandre Calil, que mesmo sendo um populista de direita, fez um grupo de cientistas com pessoal de saúde pública para poder durante a pandemia tomar todas as atitudes possíveis e aí tentaram as vacinas todas e tentaram fazer tudo possível. Os dados de Belo Horizonte, quando são comparados com
os dados da nação, são infinitamente menores. São infinitamente melhores e as e a mortandidade é infinitamente menor. Então é isso que eu tô te falando. Você entende? A gente pode tanto ver micro como que essas políticas públicas aplicadas de forma diferente acontecem, como a gente pode ver macro com exemplo de outros países, entende? Então, por mais que mude muito para parecer muito igual, é óbvio e e patente na materialidade que mesmo apesar dos pesares, você tem certos avanços em certos tipos de coisas que são maiores que dos outros. Mas na América Latina como um todo,
a gente tem um ciclo que é muito comum, que é um governo de direita chega no poder, faz uma baita política de terra arrasada para concentrar a renda na mão dos mais ricos, a população volta num volta num governo de esquerda. O governo de esquerda vem cheio de promessa, chega no poder e começa a conciliar, conciliar, ceder, ceder e ceder. Aí a população vira e fala assim: "Porra, se é para fazer essa merda, volta o cara de direita que ele pelo menos faz esse trem direito". Fala, saca? É, é isso. Tem nada longo prazo, nada
long, você entende? Então assim, o o problema é esse, saca? É a mesma coisa. Não tem nada a longo prazo. Por quê? Porque obra a longo prazo você não inaugura. Educação a longo prazo, você não põe uma fita vermelha e corta abraçado com bebê. Mas é o que resolve, saca? É o que resolve. É a China, ó. Aí, ó. É o que resolve é a China. Concordo. Assim como o camarada falou, temos que fazer uma revolução. Concordo com ele. 50 anos. 50 anos. Não contem comigo para atirar nessas bom. Não atirarei ninguém. Coisa melhor episódio
eu assistindo este camarote, velho. Tá muito bom, muito bom, velho. Dá like, compartilha, viu? [ __ ] tô muito feliz. Nós vai voltar a ser irmão, cara. Nós vai voltar a ser irmão, bicho. Você vai ver. Você vai ver, cara. Vai dar certo. Você vai ser salvo. Você vai vestir as últimas. Põe seu boné do Nacional aí, do Banco Nacional. Aí, ó, Fabrício Rocha mandou aqui. Pô, cara, isso aqui é é [ __ ] velho. A galera em veio de se unir lê não lê não, eles quer eles quer separar, velho. Um debate sobre União
Soviética, sobre a ditadura de Stalin entre Carvalho e Gustavo Machado. Será que o estalinista topa? Cara, sabe qual que é o problema disso? O problema é que a gente, legal, sabe por quê? Hum. Lógico que eu sei que vai responder, mas até eu quero entender essa. Até eu já quero saber, [ __ ] entre os lenistas, [ __ ] Vamos, cara, assim, tem vários debates disso na universidade, né? Tem. Esses debates são muito comuns. Qual que é o é o problema muitas vezes, cara? E assim, com todo respeito ao Gustavo, a historiografia que a gente
vai usar é brutalmente diferente. E a historiografia que a gente usa, desculpa o que eu vou falar, é infinitamente mais contemporânea, porque muito do que é dito do lado dos trotquistas sobre o período de Stalin vem de uma historiografia, tá, que de uma sovietologia que foi produzida na Europa Ocidental depois do 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética, aceitando incolumemente as denúncias do Krusev contra o Stalin, que a historiografia posteriore mostrou que são, em sua ridícula e enorme maioria falsas. E essa historiografia que mostrou isso não é uma historiografia escrita por estalinistas. O grupo
de EEL, que não chama grupo de Ael por serem professores de EEL, chama grupo de EEL porque boa parte dos seus estudos foi publicado pela Yel University Press, que era a editora da faculdade EEL. Ele é um grupo formado por diversos autores, na sua maioria estadunidenses, que tiveram acesso aos dados e aos arquivos da União Soviética depois da queda da União Soviética. e eles desmentem a enorme maioria dessas acusações. Só que aí o que que vai acontecer? Ele de um lado vai falar: "Ah, aconteceu isso, isso e isso". Aí eu vou virar e vou falar
assim: "Olha, na verdade a gente tem esse estudo que mostra isso, que mostra isso, que mostra aquilo". Eu falar: "Não, mas esse estudo é enviezado porque não sei o quê, não sei o que". e nós vamos ficar debatendo no vazio. Então eu sendo muito sincero, eu acho muito pouco profico, muito mais do que eu me preocupar com isso. Eu acho importante a gente se preocupar em como que a gente vai construir a mobilização das massas populares no Brasil. Debater Brasil é, você entende? Tipo assim, não é debater Brasil, é preocupar na face como que nós
estamos nos mobilizando, como que nós estamos construindo o povo, quais iniciativas nós estamos tomando para levar o esse conhecimento o maior número de pessoas? Eu acho isso muito mais útil sim do que esse tipo de discussão, entende? Tanto que quando eu faço esse tipo de discussão no meu canal e quem quiser ver, tá, pessoal tá falando: "E stalinista". Eu não sou estalinista, tá? Até porque estalinismo não existe como teoria, tá? O Stalin era uma sequência do Lenin. O Stalin era marxista leninista. O Stalin, em momento nenhum da sua carreira vai virar e vai falar assim:
"Eu criei o estalinismo." Stalinismo existe, tá? Eh, eu sou mauísta, tem o mais profundo respeito por tudo que foi alcançado durante o período do Stalin. E mais do que isso, defendo a memória do Stalin das acusações do Krusev, que são falsas. A historiografia provou serem falsas. Quem quiser ver, quem quiser entender, eu tenho um rio de vídeo no meu canal sobre isso, sabe? Mas eu acho esse tipo de debate muito inóco até porque esse debate não constrói nada nem para dentro nem para fora do campo. Porque o cara que não entende nada fala: "Ah, lá
os dois comunista brigando ah, os comunistas não se entendem nem entre eles mesmo, sabe?" "Ah, os comunistas não se entendem nem entre eles mesmos. Por que nós vamos não sei o quê". Eu eu acho pouco construtivo, você entende? Muito, muito, com certeza. Eh, eu acredito que é um momento de união, não de separação. Vamos juntar o melhor de cada um aí. Até porque, cara, o modelo de debate e assim, o modelo de debate que muitas vezes a gente tem nos podcasts em geral, na mídia brasileira, ele não é um debate, ele é uma rinha, né?
Eu conversei disso já porque é uma rinha, porque assim, o debate ele tem que pressupor certas necessidades lógicas ali. Ele tem que pressupor que as pessoas vão operar dentro de um mesmo campo científico. Eles têm que pressupor que aquilo ali vai ter um embasamento teórico, um embasamento conceitual, um embasamento literário, que aquilo tem fonte, vai ter voz cabeça. É porque assim, muitas vezes a gente vê o cara chega e aí, tipo assim, é uns debates assim que que fica muito sem pé nem cabeça, saca? Tipo assim, ah, vamos pegar esse astrônomo com três pós-doutorado e
colocar ele para discutir com esse doidinho de bairro que tem certeza que a lua é oca raça de tubarões, saca? Tipo, que que debate é esse, cara? Mas eu vou te falar o decreto. Tem tem debate desse jeito mesmo. Tem, mas tem debate que, mano, de verdade que é bom para caramba, que elucida muito, sabe, pelo menos as posições, a ideologia do cara. E eu falo, isso aí é uma opinião minha, só minha, não tem nada a ver, não. Não é sobre você. O cara que realmente acredita em alguma coisa, ele tem que estar disposto
a debater isso. Não. Sim. Não com qualquer um. Concordo. Não com qualquer um. Mas o debate tem que existir. Você não pode se eximir de trocar sua ideia e falar o que você acredita com um outro cara que não acredita nisso. Porque a única forma de você mostrar para ele é algumas razões que você tem. Então, por exemplo, assim, o que a gente fez aqui hoje foi você levantar suas dúvidas, eu colocar minhas coisas e a gente chegar chegar em algum lugar. Teoricamente é um debate. Sim, concordo. Mas o que eu tô te falando é
isso. Eh, quando as duas posições são tão cristalizadas ao ponto de eu achar que elas são inamovíveis, eu acho menos profico. Sim. Você entende? Com certeza. Eu não. É porque a galera pede. Eu não curto não. Você gosta de fazer? Bate odeio. Eu prefiro, eu prefiro as conversas solo aqui, sabe? conversa, eu tiro a minha dúvida. Eu eu eu aproveito a conversa, a conversa minha, eu aproveito demais aqui, mas o pessoal pede, né? E eu não curto o debate pelo seguinte, para mim é tenso, porque eu tô aqui do lado do cara, eu não sei
que que você vai falar, não sei o que que o outro cara vai falar, a reação que você vai ter com o outro cara, eu tenho que estar olhando o tempo ali para ver se eu errar, que se eu errar 2 segundos, a galera que tá ali quer me matar, pô. O cavalou 2 segundos ali, vagabundo. Você é árbitro. Árbitro. Ele apita para um, a outra torcida xinga. Ele não apita, de lá xinga de cab, velho. Você não agrada. Gustavo Porpino mandou aqui. Camarada Mindinho sonhando sozinho é um sonho. Camarada Mendinho sonhando junto é realidade.
Se inscrevam no canal. Aquele Mate mandou aqui também. O nome real de Marx era Moderkai Levi. Rabino. Ele recebeu o auxílio dos Hot Shield para enriquecer. O objetivo do comunismo tem só base no sionismo judaico. Não tem nada a ver com poder ao povo. Quer falar alguma coisa de si, cara? Eh, né, assim, eh, primeiro, né, o Marx vem de uma família judaica, tá? Isso é 100% real. Inve o pai dele teve que mudar o nome dele, do pai, tá, para conseguir trabalhar como advogado dentro do estado prano da época, tá? Por quê? Porque o
judeu não era permitido ocupar certos cargos públicos, tá? Então, o pai do Marx de fato mudou civilmente o seu nome para poder trabalhar. Daí há um homem que teve que passar a vida inteira trabalhando como editor, como redator, escrevendo livro, lutando a vida inteira, que teve filhos que morreram por causa da pobreza. Falar que ele foi enriquecido pelos Hot Child. Eu quero saber de onde que veio esse dinheiro. Porque não chegou. Não, mas assim, não chegou, entendeu? Esse Pix parou no meio do caminho. Ele vivia na perrenga, né? Sempre emprestado dinheiro para ele. Não foi,
sa parou no meio do caminho, né? Esse Pix parou no meio do caminho. Durante boa parte da vida do Engels. O Engels continuou trabalhando, né, na indústria da família dele para manter aquele movimento que eles estavam fazendo. O Marx vivia basicamente da sua da da venda dos seus artigos, da venda dos seus livros e tal. Por quê? Porque no estado alemão a ele não foi permitido sequer se tornar professor por causa das suas posições. Muito rapidamente, depois da sua tese de doutoramento, ele já foi banido do estado alemão, né? Ele é banido uma primeira vez
ainda na Gazeta Renana, tanto que depois ele vai pra França e vai escrever o De Franços Sh Bisher. E aí ele volta em 1848, cria a nova Gazeta Renana junto com o Engels e vai ser banido novamente do território alemão, tá? Então assim, eh, e vira e mexe e Engels mandava uma grana para mandar uma grana. Você tem várias e várias cartas do que são trocadas entre ele, né? E essas cartas estão todas eh traduzidas. É um cartulário muito extenso, tá? tanto na Mega, né, na Marx Engels Gam Sus Gaba, quanto na MSW, né, na
Marx Engels Collected Works, que foram 50 volumes que foram traduzidos pro inglês. Você tem muito cartulário entre os dois dessa troca de dinheiro. O Marx passou por muitas situações de penúria, tá? Então assim, não existe nada na realidade material que fala disso. E aí tem uma outra coisa, né? Tudo que chega no final, no judeu oculto, a gente sabe muito bem para onde que isso aí tá caminhando, né? Sim, sim. Ó, o Robert Cartista mandou aqui, falou, perguntou a mesma coisa do do debate anterior, o com Gustavo. É, é, também perguntou aqui sobre o debate
do Machado. Mesma coisa. Eh, o Leonardo Gabriel, o que você acha do miurin do Alta Linguagem? O que você achou do debate dele com o Machado? Você debateria com ele? Ele debateu com o Machado aqui no canal. Não sei se Cara, eh, eu não vi o debate dele com o Machado todo. Eu acho que eu vi um corte do debate dele com com o Machado, né? Dos axiomas. Dos axiomas. Cara, é assim, eu eu tenho um problema lógico com a forma como o miorim muitas vezes argumenta as coisas, porque eu acho que ele quer passar
da matemática para ciências humanas algumas coisas que são impassáveis e de um outro lado, ele muitas vezes faz saltos históricos gigantescos para justificar coisas que não são justificáveis umas pelas outras, tá? Tá, sim. Então assim, você debateria com fulano, você debateria com ciclano? Não, eu não gosto de debater. Eu a minha posição é como educador popular. Eu faço a minha contribuição. Eu acho que o nosso campo tem grandes debatedores. Tem o Jones que é um excelente debatedor. Tem o Humberto que é um excelente debatedor. Tem o Elias que é um excelente debatedor, tem um Machado
que, por mais que eu discorde das posições dele, muitas vezes ele é um excelente debatedor. Ele é uma ele é uma pessoa que tem um conhecimento ímpar da obra marxiana, tá? da obra de Marx e de Engels. As minhas discordâncias com ele vão ser a posteriores dentro da nossa tradição, entende? Sim. Mas assim, tem mais profundo respeito por ele como debatedor. Acho um baita debatedor. Agora, eu não sou um debatedor, então assim, eh, um, eu não acho que, eh, saca, vá, vá render muita coisa. dois. Eu também acho que a gente não vai partir dos
pressupostos mínimos para que o debate seja de fato um debate e não uma rinha de jogar pra torcida. Você entende? Sim. Porque assim, eh, eu, eu realmente acho que que certas posturas de tentar axiomatizar as as ciências humanas, de certa forma são muito deletérias à ciências humanas e também tem um outro desconhecimento de historiografia, de como que funciona a própria historiografia, sabe? Então eu não vejo, é, eu não, eu não tenho interesse em ver esses debates. Eu teria interesse, talvez, em ver um debate entre o Jones e o Nicolas, esse sim, um debate sobre Brasil,
né? Inclusive o Jones chamou o Nicolas várias vezes para debater. E eu até acho que um cara que é deputado federal e principalmente um dos mais votados do Brasil, ele deveria debater se for solicitado, principalmente quando tem uma demanda tão grande população para ver esse debate, né? Talvez eu gostaria de ver um debate aí entre o Machado e o Mamãe Falei, pensamentos diferentes. Acho que seria interessante debates assim. Agora os outros não me interessaria tanto, mas assim eu eu nem conheço o rapaz pessoalmente, sabe? Assim, eu nunca troquei uma palavra, nunca troquei uma palavra. É
um menino do bem, é um menino do bem. Incrível. Tô levando a gente na missa. A gente é verdade. Ó, o Tony já perceberam que tem muito mais comida a casa que nunca é mesmo assim comida e casas são caros? Como assim, cara? Não, calma aí, agora ficou confuso. Não, nem eu entendi nada. Esse aí foi, eu consigo ler porque esse cara tá não, tá tá tá tá. Ó, já perceberam que temos muito mais comida e casa que nunca e mesmo assim comida e casa são caros. Sim. Pobreza não precisa mais existir, mas ela mantém
o capitalismo. Sim. Assim, é um um dado besta aqui. Eh, a humanidade é capaz de alimentar todos os seus membros desde o começo da década de 70. Isso obviamente não significa tem comida para todo mundo. A gente chegou num ponto de produção de alimentos que a gente consegue dar comida para todas as pessoas do mundo. Isso foi no início de de 70, tá? Eu teria que consultar o livro agora, mas se eu não me engano é 1973, 1974, ainda na primeira metade da década 70 que a gente consegue chegar num nível de produtividade tal que
não era mais necessário que ninguém passe fome, tá? Vamos pensar em 1985, não. Logo depois de 1985 você já teria comida e logística para alimentar todo mundo. Sim, sim. Mas o que eu tô te falando é isso. Você tem pelo menos 40, se não e poucos anos que isso é possível. Ainda assim, anualmente milhões de pessoas morrem de fome, não é? Então isso se torna uma escolha. Por que que essas pessoas morrem de fome? Porque não é lucrativo alimentá-los, né? A gente tem que entender que a lógica atual do nosso sistema, ela é uma lógica
extremamente predatória, né? Só de malária morrem 500.000 1000 pessoas por ano. A gente tá testando agora as primeiras vacinas de malária. Se malária não fosse uma doença tropical, se malária desce na Noruega, se malária desce na Inglaterra, tinha achado uma vacina de malária há 40 anos atrás. Por que que não tem investimento? Porque quem sofre e quem morre de malária não tem como pagar, saca? Não tem como pagar. A real é que a maioria dos países que são vitimados por isso são países que seriam incapazes de pagar pelo desenvolvimento e pelo preço da vacina. Então
não se produz, né? Então a gente tem que entender que nesse tipo de sistema a lógica é a do lucro. E não é uma lógica moral, gente. Isso não é uma questão moral do sistema, saca? Não é porque o cara é mazão, porque o cara tá rindo e se masturbando enquanto as crianças morrem de malárias, não é? Porque não dá lucro, entende? Então assim, ele tá cagando para isso. Ele tá cagando para isso porque ele não vai ter volta no investimento dele, né? Então assim, esse tipo de sistema é um sistema brutalmente predatório, que é
movido a sangue humano, né? né? Então assim, a gente tem no Brasil hoje muito mais habitações urbanas vazias do que pessoas morando nas ruas das cidades. Ou seja, é [ __ ] era possível relocar essas pessoas para que não houvesse nenhum sem teto. E o que que a gente vê? Cada vez mais especulação imobiliária, expulsar as pessoas mais pobres dos centros da cidade, cada vez vão mais pras periferias, pras ocupações. Por quê? Porque é a lógica de ocupação urbana dentro do capitalismo, porque aquela terra vale dinheiro. A mesma coisa com o campo. A gente não
precisava de tirar hoje um pé de boi de lugar. Se a gente considerar mesmo toda a terra de pastagem de boi, de caminhar boi, de engordar boi como terra produtiva, a gente tinha terro bastante no Brasil para fazer reforma agrária. Não é para 5 milhões de pessoas, é para 30 milhões de pessoas. Então, mas a terra de de andar boi, ela ela é terra produtiva, ela tá produzindo alimento, boi e a carne, carne, carne. A questão é o seguinte, você tem que pensar que muitas vezes você tem uma ocupação latifundiária gigantesca que vai ter uma
produtividade muito baixa pra quantidade de semoventes que tá ali. Para que aqueles semoventes estejam ali, normalmente você tem a destruição brutal daqueles biomas que tiveram lá naquele lugar. Porque o que hoje é terra que boi pasta era Amazônia, era Pantanal, era serrado, era mata atlântica. E você tá ocupando uma terra gigantesca para uma produtividade mínima. O que eu tô te falando é que mesmo isso sendo contraproducente, mesmo isso sendo um crime ambiental de longo prazo, mesmo isso levando a degeneração dos nossos biomas, ainda assim era possível só com o resto das terras que a gente
tem, que são improdutivas, fazer reforma agrária para 30 milhões de pessoas. Se você fizesse reforma agrária para esse tanto de pessoa, você tinha a capacidade de suprir todo o mercado interno de comida com isso, localizar essas pessoas de volta, cada vez mais nas cidades pequenas e médias, o que ia levar ao crescimento dessa cidade, ia criar outras cadeias produtivas ali, ia baratear os custos da comida, ia baratear o custo do transporte. Você entende como que essa lógica acaba sendo tão predatória que ela seja até ilógica pro todo? É óbvio que para quem tá lucrando para
[ __ ] com isso, [ __ ] show, cara, tá entupindo o rabo de dinheiro, ele tá pouco se [ __ ] Mas se o governo, se o estado de fato parasse e pensasse o que é melhor a longo prazo paraa manutenção disso, para eu pensar em distribuição das pessoas dentro do território, para eu pensar em como que eu vou fortalecer essas redes de cidade com campo, como que eu vou criar uma logística de distribuição mais barata? e um custo baixo para fazer isso, né? Reforma agrária, gente, não chama reforma à toa, não é um
movimento, entre aspas, revolucionário. Ele é um movimento reformista dentro dos moldes de uma sociedade capitalista. Reforma agrária que você pensa, só que no Brasilens a reforma agrária se torna revolucionária. Por quê? Por causa da forma como a nossa sociedade é instituída desde o período das cesarias. para garantir certas prbendas que são patrimonialistas. Elas não são nem capitalistas. Isso aqui é patrimonialismo. Isso aqui é o uso do Estado ao bem pessoal das pessoas que têm acesso ao uso do Estado, tá, cara? Então assim, é um negócio de doido e a gente tava falando nisso mais cedo
também, um custo muito baixo para fazer essa reforma, né? Porque tem muita gente fala: "Ah, vai dividir a terra, mas aí depois que que você vai dar para aquele agricultor? Que que você vai dar ali de de incentivo, como você vai financiar isso? A gente tem que pensar que uma grande propriedade que vai ser dividida em várias micropropriedades, você não precisa de ter numa propriedade que tinha 600 ha, que você vai fazer 60 fazendinha de 10 haar para colocar 60 famílias produzindo, você não precisa de ter 60 tratores, 60 coletadeiras, 60 vagãos forrageiros. Não, você
cooperativa essas pessoas todas, cooperativiza elas e você vai ter um investimento que é baixíssimo. Você vai poder usar o mesmo maquinário em toda essa extensão, tendo uma produtividade infinitamente superior. Então assim, é um bagulho que é burro inclusive financeiramente, sabe? Eu vou te falar benefício de quem, né? Quem que interessa? É assim, ó. É só para enfucar agora. Ã, enfuca. O Robertinho é do água. A hora que fala de reforma agrária que o Robertinho fica [ __ ] você fala aí nem 10 haares, 10 alqueiros aí pro cara e falar assim no esse cara vai
viver, mano. Eu vou te contar um segredo. Ele vai trabalhar igual um monstro, igual um monstro. E sabe a vida que esse cara da cidade tem hoje que é ruim, a vida dele é que tá Não, não é a vida que o cara da cidade tem. É, você tem que pensar que boa parte dessas pessoas que tão na luta agrária é porque assim, o que eu te falo do agra é que é produção, mas ela é produção de comoda. De comod não tem valor. Se for vender barato, vai valer menos ainda. Uhum. E aí o
cara vai ter menos grande. Ou seja, vai ter que trabalhar para [ __ ] para produzir para falando de cultura de subsistência. Nós estamos falando que o cara vai produzir para ele e pra família dele comer e o restante ele vai comercializar. O restante comercializar. Porque não vai conseguir fazer tudo na propriedade, tipo assim, ah, tem um frango, mas o frango demora um ano e meio entendeu? Aí ele vai ter arroz, mas o arroz só nasce naquela época. Sim. E é por isso que eu tô te falando em cooperativizar e tem que ter o investimento.
Então, por exemplo, assim, numa terra como essa, você pode fazer uma pivotagem, que é um instrumento extremamente caro, servir para 8, 10, 15 propriedade. Sim. Você entende o que eu tô te falando? É o seguinte, po, você ganha em economia de escala. Você ganha ao cooperativizar esse trabalho. Uhum. E você insere essas pessoas de volta, porque boa parte dessas pessoas elas já tão na luta agrária. Nós estamos falando das pessoas que estão na luta agrária. Nós estamos falando das pessoas que tão no MSP, que tão na LCP. Eu tô falando dessas pessoas que quando entram
para dentro de um lugar tão tentando fazer isso, não é num lote de 10 haar, estão tentando fazer isso num lot de meio haar. Uhum. sem condição nenhuma, sem aporte nenhum. Então assim, não vai, não vai, não vai, não vai. E a gente sabe que certas coisas hoje em dia só vão funcionar em escala. Não adianta eu achar que, por exemplo, que pecuária de leite, adianta eu dar uma vaca para cada não vai. Por isso que a cooperativa é fundamental. Isso que eu tô te falando. Então is você tem que ter e você tem exemplos
históricos disso. Você tem os sovoses e os cocozes, que eram as cooperativas da União Soviética, que catapultaram a produção dos caras. É óbvio que num primeiro momento aquilo precisa de aporte de dinheiro estatal, mas uma vez que ele consiga se manter e que ele esteja estruturado, o nível de benéces que você traz para aquela sociedade é uma coisa de louco, cara. Porque a partir desse momento que esse cara, primeiro, muitas das pessoas hoje que vem de uma cidade pequena do interior, eu vendo uma cidade pequena do interior, saca? O que que você faz na cidade
pequena do interior? Ou você dá a sorte, passa num concurso da prefeitura, ou você vai trabalhar por salário no comércio, ou você vai trabalhar por salário numa fazenda qualquer de alguém que tem uma produção maiorzinha, tá? Esse cara faz o que em 99% das vezes? ele migra, ele vai pra capital, ele vai pra capital de outro estado próximo, ele vai para uma cidade maior na macrorregião dele. Se você começa a voltar essas pessoas e dar condição para essas pessoas, isso vai pressupor outras coisas. Por quê? Porque daqui a pouco tá girando mais dinheiro nesse comércio.
Vai precisar de mais comércio, vai precisar de gente para transportar, vai precisar de gente para estocar, vai precisar de mais supermercado. E aí vai precisar de formação. Eu tenho que formar os tratoristas, eu tenho que formar os agrensor, eu tenho que formar o pessoal técnico que vai mexer na ordenha, que vai mexer no vagão forriro, que vai mexer, você entende? Então assim, aí se eu faço isso e ao mesmo tempo que eu faço isso, eu faço um colégio técnico na região para que eu possa formar as pessoas minimamente em agronomia, para que eu possa formar
as pessoas minimamente em engenharia mecânica, para ela poder consertar aquelas coisas, você entende? eu vou criando outras oportunidades e vou criando esse hub que vai espalhando. Então, só que isso pressupõe um investimento de longo prazo. Isso não é uma coisa que você vai inaugurar do dia pra noite, isso é uma coisa que vai ter que ter manutenção. Isso é uma coisa que você tem que ter muito cuidado com esse dinheiro para não ter desvio, para ele poder funcionar, sabe? Então assim, é é óbvio que eu não tô falando de algo que é simples, mas eu
tô falando de algo que foi feito numa população analfabeta na década de 30 do século passado, com muito menos tecnologia do que a gente tem hoje. A União Soviética, quando ela fez o primeiro senso de máquinas agrícolas complexas dela, ela tinha duas máquinas agrícolas complexas. Na mesma época, a Inglaterra tinha 22.000 1000. 10 anos depois a Inglaterra tinha 26.000 e a União Soviética tinha 25.000. Igualou. Igualou, saca? Então assim, para fazer isso, você tem que formar os engenheiros, você tem que fazer a cadeia produtiva, você tem que ter a cadeia de peças, você tem que
ter a formação dos mecânicos, a formação dos tratoristas, a forma, você entende? Os caras conseguiram fazer isso, cara, num momento de preparação paraa guerra na década de 30 com telégrafo e papel. Velho, hoje é muito mais fácil, saca? Assim, não tô falando que seja fácil, que eu tô falando que não é impossível. É muito mais, você entende? Inclusive, hoje em dia a gente tem muito mais tecnologia do que isso, com certeza. Saca? Então assim, se a gente quisesse de fato e falasse assim: "Não, isso é um problema pro Brasil que a gente quer atacar e
a gente quer acabar. A gente quer que no Brasil ninguém fique sem terra e que ninguém fique sem casa". Dava, dava. E as pessoas que defendem fazer isso em terra da União, o que que você acha sobre isso? Que que você pensa sobre isso, cara? Eu sinceramente, se fosse feito, eu estaria pouco me [ __ ] de onde que tá feito. Sabe por quê, cara? Porque quem tá sofrendo é quem tá lá. Quem tá sofrendo é quem tá dormindo numa barraca de lona preta, numa terra ocupada, sem saber que dia e que hora da noite
que ele vai ser alvejado pela polícia ou pelo jagunço local, saca? Então assim, é uma coisa, outra coisa é o que que idealmente deveria ser feito. Para mim fica muito claro que é óbvio que era muito preferível que isso fosse feito em terras improdutivas. Com certeza não teria por a união lançamão disso se existem terras improdutivas que podem ser usadas para isso, entende? Agora se alguém virasse para mim e falasse: "João, apareceu um ET aqui agora e ele falou que ele vai fazer, mas ele só faz em terra do governo, meu irmão, faz, faça, faz,
faz. Só quem acompanha a luta, a vida e a morte dessas pessoas é que sabe o que que elas estão sofrendo, cara. Você entende? Se esses crimes acontecem mesmo, João? É nessa coisa, acontece, acontece, acontece para [ __ ] Crime no campo é muito comum, muito comum, né? E assim, a gente tem que entender, gente, que o Brasil são vários Brasis, gente. A gente não precisa achar que é a mesma coisa que vai acontecer em São Paulo, que vai acontecer no interior de Roraima, saca? Não é, saca? Vai no Pará fazer um movimento social e
pegar umas terras para você ver o que acontece. O o pau canta de outra forma, o que suco ferve de outra maneira, entende? Você, gente, a gente tá num país que a gente ainda tem gente recebendo por chance no interior do Nordeste. Sabe o que que é sistema de chance? Chance é o seguinte, você vai trabalhar para um cara, seja numa colheita, num canavial ou ou colheita de laranja ou qualquer coisa, e no final você vai ser pago com uma das vacas que ele separou num determinado curral. Tem chance da vaca tá doente, tem chance
da vaca tá boa. Esse é o sistema de chance. Você tem chance de receber uma vaca. Você entende? Então assim, trabalho análogo à escravidão, a gente tem para cima e para baixo de tudo quanto é forma diferente. E não é só no interior do Pernambuco a gente tem, não, gente, na na no mesmo Rio Grande do Sul que foram resgatados os trabalhadores que se eu não me engano eram baianos que estavam lá, as vinículas lá, né? [ __ ] e que aí veio o vereador falar: "Ah, mas se fosse argentino nada disso acontecia, né? Porque
o cara não não perde a oportunidade de ser racista. Que que aconteceu dois meses depois? Resgataram um tanto de argentino em vinícula, em condição de trabalho escravo. Ou seja, se fosse argentino, durou até metade do primeiro parágrafo. Sim, saca? Então assim, eh, o que suco ferve de outra forma, cara, né? Então eu acho que assim, se tivesse uma oportunidade de fato de fazer isso pelas pessoas, velho, [ __ ] lindo, fez, tá maravilhoso, sa mesma coisa e falar assim: "Ah, nós vamos pegar todos os 100 tetos urbanos e vamos relocar eles, mas só em imóveis
que sejam da união, do estado e dos municípios". Beleza? Lá. O que que é melhor? As pessoas terem um teto e ter uma casa ou você entende? Isso é o ideal? Não, você tem diversos edifícios urbanos abandonados. Toda cidade grande tem no centro seus vários edifícios urbanos abandonados, ocupados, que deveriam servir. Inclusive, se a gente for pensar simplesmente no organograma jurídico burguês, tem tudo feito para isso. Já a constituição já pressupõe o uso social da propriedade, que tem que ter uso tal, tal. Não é falta de lei para isso. Os imóveis da União estão desocupados,
hein, cara. Tem vários Receita Federal hoje não tem ninguém. Em Uberlândia aqui, por exemplo, tem uma Receita Federal que é gigantesca. Você ia lá há 20 anos atrás, tinha centenas de de pessoas lá dentro trabalhando. Hoje você vai lá, tem ninguém. E cara, assim, venhamos e convenhamos também. Se teve uma coisa que hoje, né? Ah, se teve uma coisa que a gente aprendeu com a pandemia, é que essa reunião poderia ser um e-mail, né, assim, é, é, exatamente, exatamente. A gente teve um exemplo muito claro, muito patente de que a produtividade não ia destruir, cair,
explodir com as pessoas em home office. Pelo contrário, né, na esmagadora maioria dos momentos que a gente teve home office, a gente teve aumento da produtividade, inclusive na Europa se vem caminhando cada vez mais para uma semana de trabalho de 4 dias. E aqui no Brasil, só de falar em a terminar com a escala 6 por1, os caras tão dando tiro para cima como se tivesse a bolinha da escravidão de novo. Você acredita que a gente vai colher bons frutos dessa? Porque essa é uma mobilização que pega gente demais e que bate num lugar que
dói muito para muita gente. Mas é um 5x2 que vai conseguir. É, vai conseguir por enquanto um 5x2. 4 por tr sem qu por tr pra gente aqui nesse momento sem chance. Acho que o 5 por do já vai demandar uma luta do [ __ ] Já vai demandar uma luta do [ __ ] Só o que eu tô te falando é isso. Dava, dava era possível trabalhar menos, trabalhar todos e dividir tudo. Isso era possível. Possível. É. Vai acontecer? não vai acontecer sem luta. Inclusive, tudo que aconteceu de avanço trabalhista dentro do capitalismo, só
aconteceu por causa da luta continuada do sangue, do suor, das lágrimas de gerações de pessoas que lutaram por isso. Você pega os jornais do século XIX falando de abolição de escravidão, todo mundo ia falava, vai abolir a escravidão, vai quebrar o país. Você pega o jornal da Inglaterra, quando eles falaram: "Uma criança só pode trabalhar 12 horas por dia, os caras falaram: "A economia da Inglaterra não vai resistir". Sério? Tem jornal falando isso? Tem jornal falando isso de criança, tem jornal falando isso de mulher, tem jornal falando isso de trabalho noturno, tem jornal falando isso
de diária de 16 horas por dia até chegar em oito. Aí depois foi 16, foi 14, foi 12, foi 10 e foi oito. Eu sei que no Brasil de 48 para 44 teve essa briga também, né? Lembre, toda toda conquista vem de luta, gente. Vem de luta. Nada cai do céu. Não acontece um belo dia que o cara fala assim: "Eu quero diminuir minha mais valia relativa. Eu cansei de ter esse lucro". Não acontece. Vem da luta. É porque esse lucro aí eu entendo. Isso aí é lógico. Ninguém quer abrir mão do lucro. Só que
outra coisa que a gente sabe é que esse esse esse padrão ele é repassado. Aumentou a mão de obra dele, ele repassa no produto e alguém paga lá no fim. Aí que tá. Não, isso é real. Sim. Até um certo ponto. Você sobe, vai lá para e fala assim: "Ab, você vai pagar mais tanto do do cara, ele vai repassar no produto de final e alguém vai pagar." Mas sabe qual que é o problema? O problema é que é o seguinte, eh, essa é uma lógica que matematicamente é muito simples e na vida real ela
é menos simples que isso. Sabe por quê? Porque tem um limite do quanto ele consegue repassar no lucro e o cara pagar. Uhum. Porque se ele repassa muito para pro valor e o cara não paga, ele tem muito menos lucro quando ele vende 10 em vez de 50 do que se ele vende 50 mais barato. Uhum. Então, a própria necessidade de manutenção faz com que esse tipo de luta leve a um menor spread de lucro no final pro capitalista, entende? Porque tem um limite do que é repassável. Porque eu se eu simplesmente repasso tudo, quem
vai comprar e na maioria das vezes da da produção desse tipo de produto são as próprias pessoas que estão trabalhando. Uhum. e elas não têm condição de comprar isso. Então você tem um limite do que você consegue repassar ou não. Então isso acaba levando essa pressão ao achatamento do lucro, entende? Sim. Então assim, não necessariamente isso é uma conta matemática fechada. Ontem, por exemplo, saiu uma reportagem que foi um dos negócios mais absurdo que eu vi, que é o cara falando assim: "Se mudar de seis para um, para cinco para dois, vai cair 16% PIB".
O que que ele fez? Ele pegou os seis e dividiu pelo cinco, né? Dá 16%. Cara, assim, bicho, se isso é ser economista, eu quero meu diploma, você entende? Saca? Economia é pudo ciência, tio João. Não, cara, não precisa ser, mas muitas vezes é, né? Virando, tá virando. Porque assim, ô bicho, e isso não foi assim o cara num boteco, não, isso foi o economista. chefe de uma grande federação de indústrias que eu não lembro qual e que foi replicado pelo Globo ou pela Folha de São Paulo ou pelo Estadão, entende? Sim. Sim. Como se
fosse assim uma verdade matemática absoluta, que é um negócio assim de um grau de absurdo sem fim. E a verdade é que desde a década de 70 a gente teve um descolamento brutal dos salários e da produtividade. A produtividade vem aumentando brutalmente e os salários não acompanham. Um tá em proporção geométrica e o outro tá em proporção aritmétrica. Você já viu o estudo que o Machado fez sobre o o trabalho nas 250 maiores empresas do do país? Tá no no livro de do Ila? Chegou a ver? Não, esse eu não vi não. Cara, é assustador
ali os números ali, sabe? Empresa que com 26 minutos de trabalho ele paga é o salário do trabalhador. 7 horas é lucro dos caras, velho. Sim. E muitas vezes acontece e muitas vezes acontece muito mais do que isso. Que, por exemplo, assim, você pega um uns ramos que são mais novos, por exemplo, assim, tecnologia da informação, tá? Aí o cara que você você é uma empresa, você dono de uma empresa de tecnologia de informação, você tem um programador lá X que vai fazer um programa, chega uma empresa e te contrata para fazer um programa tal
que vai resolver uma cadeia produtiva dela lá. Aí você paga pro cara que fez o programa as horas que ele tá trabalhando lá. Uhum. Tá aí em 8 horas ele fez o programa e você cobrou da empresa como se ele tivesse trabalhado 400 horas. Só que essa empresa vai ter um lucro como se os trabalhadores dela tivesse trabalhado 10.000 horas a menos para fazer isso. É sempre, entende? Então assim, você chega num ponto que chega a ser infinitesimal o que que tá sendo pago. Só que isso é pago numa cadeia produtiva, que é uma das
que paga melhor. Então o cara que é programador, ele tá lá felizão falando: "Porra, tô tirando 8.000 para programar pros gringos, meu irmão. Só que o gringo tá cobrando 200.000 e o gring que pagou 200.000 economizou 1,5 1 15 milhão e sacou? É [ __ ] Em cima dos 8.000 ali do cara. Sim. E aí, como o cara tá num país de terceiro mundo com o dólar alto para [ __ ] ele fala assim: "Porra, tô patrão, saca? Aí ele nem percebe que isso tá tá rolando." Você acha que no Brasil o governo poderia subsidiar
as pequenas empresas, as médias empresas, talvez os micro? Cara, a nossa estrutura de imposto é absurda, porque e essa galera não forma valor, né? Então assim, a margem de lucro dos pequenos é totalmente diferente da margem de lucro desse cara que ganha 7 horas. Assim, é muito engraçado que às vezes a gente fala assim: "Não, né, [ __ ] numa revolução, a gente vai ter que estatizar, né, os grandes meios de produção." Aí o cara olha e fala assim: "O que? A minha pastelaria, saca?" Não, cara, não é a sua pastelaria, saca? Nós não vamos
fazer a revolução revendendo QUID e Renegade, saca? Não é assim que funciona. Então assim, a gente tem que entender que no Brasil a gente tem primeiro uma estrutura de impostos que é absurda, né? Primeiro por quê? Porque boa parte dos nossos impostos, boa parte, né? 99,99% dos nossos impostos são sobre consumo e a gente tem muito pouco imposto sobre lucro de verdade, né? Quem que consome a maior parte da renda? pobre, pobre, pobre, né? E aí, muitas vezes, o que que acontece? O pobre que consome a gigantesca maior parte da sua renda tá arcando com
a maior parte dos seus impostos. E quem está financiando o estado por meio dos títulos dos estados que são bancados por esses impostos é o rico. Ou seja, o rico ele ganha numa ponta de não pagar e ganha na outra de lucrar em cima do lucro e é isento ali de pagar o ser isento. Então assim, você pensa, cara, eh, se a gente simplesmente abrisse mão de guerra fiscal, de remissão fiscal entre estado, município e federação, para ver quem consegue abrir mais a perna para alguém instalar qualquer coisa no lugar e ver o quanto que
isso de fato traria de imposto, é uma coisa gigantesca. Se a gente começasse a cobrar imposto sobre lucro e menos imposto sobre consumo, a gente faria uma pirâmide que em vez de tirar a renda do pobre e jogar a renda pro rico, faria o contrário. Por que que não faço? Porque normalmente o lobo tem muito pouco interesse em proteger galinhas. E quem comanda isso é quem ou está diretamente beneficiado ou representa quem tá diretamente beneficiado. Sim. Então assim, é é [ __ ] Os caras não vão dar tiro no próprio pé. Você é contra essa
guerra fiscal também, João? Sou, cara. entre os acho, acho terrível porque ela é delet para a sociedade inteira. Se a a líquida fosse igual para todos os estados, será que essas empresas não iam se concentrar mais em estados como São Paulo? Talvez o cara deixaria de vir pro interior de Minas ou um interior da Bahia, Recife, outros estados em São Paulo. O outras formas de incentivar que não seja por guerra fiscal, que o estado não pratica. Que o estado não pratica. Por exemplo, qualificar uma mão de obra, coisas desse tipo, em vez de infraestrutura, infraestrutura,
você entende? É isso que eu penso, saca? A em vez de eu dar um incentivo pro cara aqui que eu só preciso dar incentivo, eu vou preparar esse lugar aqui pro cara querer ficar aqui. Exatamente. Exatamente. Você entende? Se o estado virasse e falasse assim, não, e pro estado eu tô falando do de todos os entes, né? se cada um dos entes fosse na medida das suas capacidades e possibilidades, falando assim: "Não, nós vamos investir aqui em qualificar aqui para que aqui possa receber o estado, a federação vai construir um trem para poder escoar essa
eh essa produção qualquer. O estado vai ceder um terreno que ele tem para poder fazer um local propício para isso. O município vai começar a dar uma educação mais formal técnica do seguro grau pros colabor é muito diferente cara totalmente é muito diferente. É uma forma diferente de incentivo. É uma forma de incentivo que vai gerar muito mais para aquela sociedade, só que ela vai gerar menos lucro pro industrial final. Investimento direto, né? Naia da comunidade. Aí o que que o cara quer? Ele quer a divisão do bolo ou ele não quer. Você entende? É
a mesma coisa, cara. O Keines fala na na biografia dele, na autobiografia dele, que [ __ ] ele falando tal, né, de tudo que ele passou lá nos Estados Unidos e tal. E aí ele vai trocar ideia com os caras, eles falam assim: "Porra, bicho, agora, né, tem que repartir isso aqui, porque ou começa a investir em infraestrutura pra população e começa a investir em educação e biblioteca e escola e transporte e tal, ou senão vocês vão ter que fazer guerra para sempre." Aí os caras, o quê? Opa, guerra para sempre, você entende? É isso.
Os caras tinham uma escolha. Uhum. tinha uma escolha ali muito clara. Eles podiam fazer um complexo industrial militar que guerreasse para sempre ou eles podiam dividir entre o povo os frutos daquela economia. O que que foi escolhido? Vamos paraa guerra. Vamos fazer guerra para sempre. Entende? Então assim, dá bom pra gente. É isso. Se a gente for pensar, é isso. Se a gente for pensar em guerra fiscal, guerra fiscal em última instância. É isso. Tio João, como que você radicalizou na sua vida, cara? Você sempre foi um run, um um extremo esquerda, como que foi
isso aí? Não, cara, foi um processo, né? Foi um processo. A primeira vez que eu tive contato, é, é muito engraçada essa história, que eu tava no segundo grau, eu queria num show do Honnie James Deal, tá? E cantou no Black Saba e eu precisava de ter 18 anos para eu ir no show. E aí eu precisava de fazer uma carteira falsa de segundo grau, tá? Aí me falaram que, tipo assim, ah, o pessoal do colégio tal faz a carteira lá de boa, é só você pegar o xerox da sua certidão de nascimento, dar uma
apagada no ano assim que você consegue fazer lá. [ __ ] eu quero ir no show, vou lá fazer. Aí cheguei lá para fazer tal, os caras fizeram a minha carteirinha e era uma agremiação lá de segundo grau que era ligado a movimento comunista e tal. E aí tinha uma foto do Maedong grandona na carteirinha assim. Eh, um tanto de massa popular assim junto, bonitaço, assim, um negócio escrito os imperialistas são tigres de papel. Olhei para aquilo, falei: "Caralho, cara, que [ __ ] cara, tigres de papel, que [ __ ] cara, que [ __
] é essa?" E aí eu fui começar a ler um pouco e tal. Aí dentro da faculdade, esse era final do segundo grau, dentro da faculdade eu já me aproximei mais de de movimento político e tal, dentro da da da faculdade de história. E aí depois a materialidade se impôs, né? Porque aí você vai trabalhar e aí o pau canta, né? E aí foi a partir de trabalho que eu comecei a me radicalizar. Depois eu virei sindicalista, que eu fiz o sindicato da minha categoria. Eu fui primeiro sindicato, fui o primeiro presidente e aí foi
uma vida inteira disso, mas começou ali no segundo grau de uma forma totalmente nada a ver, assim, eu queria ver um show de metal e eu precisava de ter 18 anos e eu tinha 16. E aí eu fiz a carteirinha e aí vi aquilo e fiquei fascinado. E aí eu comecei a pegar uma coisa para ler de um lado, peguei uma coisa para ler do outro. No começo eu achei o anarquismo muito mais legal, tal, né? Até porque assim, eh, desculpa aos anarquistas o que que eu vou falar, mas assim, o anarquismo no começo ele
é muito mais encantador por essa ideia de liberdade total, não vai ter estado e tal, não sei o quê. E aí depois eu comecei a pensar e falei assim: "Porra, mas a construção disso vai ser [ __ ] como que nós vamos conseguir fazer?" E aí eu fui estudando mais, falei: "Não, eu acho que porque o outro canto aqui tá mais Uhum. tem chance de dar mais certo. E aí foi isso, foi um processo assim, paixão pelo maoísmo ou é por isso da tanta China? Cara, também, mas mais do que isso, eh, pela possibilidade de
universalização de certas coisas que o mal vai trazer. O que que acontece no marxismo? A gente tem ismos quando a gente tem esses grandes saltos, né? a gente fala marxismo, depois a gente fala marxismo, leninismo. E nós que somos maístas falamos marxismo, leninismo, maoísmo. Por quê? Porque a gente vê saltos qualitativos, não só saltos quantitativos, não só um acúmulo da, mas um grande salto qualitativo. Da mesma forma que eu acho que o Marx foi o cara mais genial do tempo dele, melhor leitura de sociedade, melhor propôs ali, da mesma forma que eu acho que o
Lenin conseguiu entender a evolução do capitalismo, entender como que o imperialismo funciona, propor uma teoria de partido, avançar para [ __ ] Quanto mais eu fui lendo mal, mais eu fui percebendo no mal esse novo, esse terceiro salto. Então, a minha filiação a corrente é uma filiação totalmente ideológica, assim, é por ter lido, por ter estudado e ter chegado à conclusão junto com todos os outros mauístas, que aquele foi de fato um salto que merece ser chamado de ismo, né? Então assim, marxismo, leninismo, maísmo, principalmente maísmo, né? O maísmo é para mim o que há
de mais avançado dentro do comunismo, né? Porque ele é adaptado aos nossos tempos. Ele vai responder perguntas que é óbvio que não vai ser igual, gente, a gente não vai ser mecanicista, né? Só uma criança de 3 anos tentando encaixar um triângulo num buraco de um quadrado do brinquedo e batendo até ele quebrar, né? Mas mesmo a gente tendo as nossas próprias especificidades, sabendo que a nossa revolução vai ser diferente, você traz daquela experiência muitas coisas e muita coisa teórica e muita carga teórica e prática que eu acho que é extremamente utilizável, que eu acho
que é importante para uma boa construção, saca? Você acha que você vai ver nossa revolução? Cara, eu espero que sim, mas eu não sou futurologista, você entende? É aquela coisa que eu falei, se você falasse com o Lenin em 1916, que um ano depois ele ia tá comando a [ __ ] toda, eu não acho que ele acreditaria, você entende? Então assim, gostaria muito de ver, gostaria, trabalho todo dia para que isso aconteça na medida do que me é possível. É o problema que a gente falou com vários comunistas assim, nenhum nenhum gosta de se
arriscar como que será a revolução? A gente não é futurologista, cara. Mas eu acho que é legal a gente sonhar. Bom, vai ser sim, sim. E aí não é sonhar, faz a China não vai ser a China completa em 2047. Então fala assim, ele quer um número 20, mas é é isso, cara. Não, comunismo é construção. Comunismo é construção, né? Eh, quando a gente fala assim: "Ah, sou militante comunista". Por quê? porque você tá organizado num lugar, porque você tá construindo, comunismo, é construção. Quanto mais a gente constrói, mais próximo a gente chega de um
horizonte de possibilidade. Então, assim, quando eu olho o que que era a minha geração, quando eu comecei na minha militância, quando eu comecei a estudar a respeito, quando eu comecei a me aproximar, mano, melhorou demais. Eu peguei terra arrasada para [ __ ] A gente pegou final de União Soviética, final da história, triunfo americano, pax americana, o capitalismo venceu, acabou. Saca? Hoje em dia a gente vê cada vez mais jovens acontecendo, falando sobre, discutindo. Isso que nós estamos tendo aqui era algo impensável há 10 anos atrás, saca? Quem, qual mídia grande que ia dar voz
para um comunista passar horas falando de comunismo? e fica satisfeito de tá acontecendo isso aqui. Eu fico muito feliz que isso esteja acontecendo, mas eu acho que a gente tem que sempre avançar, você entende? Eh, a gente tem que manter o otimismo da vontade com o pessimismo da razão, sabe? A gente tem que entender bem racionalmente aonde que a gente tá, quais são as nossas possibilidades, o que que a gente tem que fazer, né? né? Esse é o pessimismo da razão, mas sempre mantendo o otimismo da vontade, sempre acreditando que essa construção é possível, sempre
trazendo mais gente, porque a verdade é que, tipo assim, um maluco empurrando a parede é um maluco empurrando a parede. Sem maluco empurrando a parede, a parede cai, vai cair, sabe? Então assim, é isso, é juntar malucos o bastante, sabe? E e é isso. E e assim, cara, a materialidade se impõe muito, muito, né? Então assim, a pessoa que muitas vezes, cara, e é muito comum a gente ter esse tipo de relato, eu imagino que outros comunistas já tiveram falado isso do trabalho deles, às vezes os caras entram no nosso canal vindo de um canal
ANCAP ou vindo de um canal super conservador para rir da nossa cara. E aí ele começa a ouvir você falar, ele fala: "Porra, essa merda fez sentido". Aí ele fala: "Não, vou ouvir mais um pouquinho". Ele fala: "Filho da [ __ ] falou outra coisa que faz sentido na minha vida". E aí na hora que o cara vai ver, o cara tá começando a ler e tal. E tem muita gente que me manda mensagem, fala: "Porra, João, eu era isso, eu era aquilo, eu era assim". E aí eu fui vendo, fui acompanhando. Agora eu tô
organizado na cozinha do MTST da minha cidade e tô fazendo isso, tô fazendo isso, tô fazendo aquilo. Mas você acha que depois que a materialidade se impõe, ela não volta mais? Cara, pode até voltar dependendo do que que acontece na vida da pessoa, não é uma coisa unívoca, saca? Às vezes a pessoa tem um momento em que ela tá pior e aí ela dá uma sorte, acontece alguma coisa. Não é necessariamente o fato é, é assim, é a mesma coisa se eu for pensar, tipo, dá uma uma um exemplo muito besta assim. Pensa no Matrix,
cara, você tem o Neil e você tem o Cher. Aí o Cher viu a mesma coisa que o Neil e ele falou: "Mano, quer saber de uma coisa? [ __ ] essa merda. Eu quero ser iludido". O Cher era louco, né? Sa foda- filé. [ __ ] Eu eu não quero essa [ __ ] Saca? Eu quero ser iludido. Eu não aguento lidar com essa merda mais. E pode acontecer, saca? E pode acontecer. E acontece com muita gente. Tem gente que entra no movimento e se desilude e fala assim: "Bicho, eu tô morrendo aqui psicologicamente,
eu não aguento mais lutar. Eu só vejo desgraça para cima e para baixo. Eu preciso de um pouco de ilusão para eu conseguir dormir à noite. Beleza, acontece. Só que na maioria das vezes, depois que a pessoa vê, fica difícil de não ver. Você entende? Às vezes você passa uma vida inteira andando de carro e você tá andando pela cidade, tá cheio de mendigo, tá cheio de gente abandonada, de gente [ __ ] E você tá passando por aquilo ali porque você foi criado num outro ambiente, aquilo ali nunca te tocou e tal. E aí
um belo dia, por uma experiência qualquer na sua vida, aquilo se aproxima ou sua família tem um problema financeiro e você decai para [ __ ] e começa a viver uma realidade mais próxima daquilo e você vê aquilo pela primeira vez igual você nunca viu antes. Normalmente quando chega nesse momento que a pessoa vê essa realidade, se apercebe dessa realidade, é difícil de voltar, saca? O pensamento crítico, uma vez que ele entra para dentro da pessoa, é muito difícil de se de você voltar atrás, você manter o sinismo, de fingir que nada tá acontecendo e
de que tal. Então assim, eu acho, e aí é um achismo, eu não tô falando isso com base numa pesquisa, eu nunca vi uma pesquisa de, tipo assim, ah, pessoas que são ou eram militantes comunistas e deixaram de ser depois de x anos por tal e tal motivo, pode até existir, eu não conheço. Mas eu acho que a partir do momento que a pessoa tem esse momento de ruptura, é muito difícil você não enxergar de novo, saca? Tem certas coisas na sua vida que depois que você percebe, você não despercebe mais, né? Então assim, tem
momentos que a gente, saca, mesmo assim em outros momentos da vida, saca? A criança quando ela finalmente percebe que talvez não seja um coelho imaginário que traga ovos de chocolate, talvez não seja um cara que veio da Lapônia que botou um presente. Ali ela tem um momento de ruptura que ela fala: "Não tem um sentido lógico maior que seja meu pai, que seja minha mãe, que seja meus familiares que estão fazendo aquilo ali." É difícil do cara voltar a acreditar depois, saca? A menos que ele veja o Papai Noel de verdade. Sim. Ou a menos
que ele fala assim: "Cara, era tão bom, era tão bom quando eu não via isso, era tão mais legal, era tão mais mágico, tão mais fácil e tal". Mas é isso, saca? Então assim, eu não acho que seja uma questão indelével, que uma vez tá tá escrito na pedra para sempre, mas eu acho muito difícil da pessoa conseguir mentir para ela todas as vezes depois, entende? Porque quando você começa se a perceber do que que é, de como que funciona esse tipo de exploração, do que que era possível, do que que já foi possível em
algumas experiências, de que isso poderia, né, ser mais universalizável, a sua própria empatia humana, a sua própria vontade de de de ser um ser humano com outros seres humanos, ela meio que vai te tolhendo de não ver aquilo mais, tá? Então, boa. Esse mundo, esse mundo caótico aí que a gente sofre com ele, essa galera que manipula todo esse jogo não vive esse mundo, não. Ela nem sabe que ela sabe que ela existe, mas é tão distante que é um filme para eles. Se o estado no comunismo se torna mais forte a ponto de poder
conflitar esses interesses maiores que são eles, né? Esses caras que estão lá em cima, eles são [ __ ] Eles conhecem esse jogo muito melhor do que a gente. Eles modam esse jogo. Eles não estariam só tendo mais força para fazer o que eles querem? Aí que tá. Eh, toda a experiência prática do socialismo real, ela é acompanhada de uma tentativa de contrrevolução que pode ou não funcionar, tá? Não tem nenhuma nenhuma experiência prática do socialismo real que quem estava no poder antes simplesmente falou assim: "Porra, beleza, fera ganhou". É isso. Todos eles tentam voltar
ao poder e tentam voltar ao poder enquanto podem, enquanto vive. E outras gerações depois tentam de novo e continua tentando de novo. Por quê? Porque o comunismo lá na frente é uma sociedade sem classe. O socialismo não. Mesma transição pro socialismo e mesmo socialismo ainda é uma sociedade de classes. Enquanto houver uma sociedade de classes, vai ter esse tipo de embate. O que é preciso se construir para poder mitigar isso é um aparato fortemente baseado no povo, até porque a ideia do comunismo lá na frente é muito similar do anarquismo, que é um estado sem
estado. Uhum. Só que para esse estado sem estado existir, e é aí que a gente vai diferir muito do anarquismo, a gente acredita que tem que ter um longo período de transição aonde a própria tecnologia, o acumo tecnológico, a libertação das forças tecnológicas tem que avançar muito. E, por exemplo, assim, é, máquina é ferramental, a máquina não é boa, a máquina não é ruim, a máquina é, ela é uma ferramenta. mesma tecnologia de hoje em dia que a gente tem de A e do [ __ ] A4, que poderia ser usada para diminuir muito o
trabalho das pessoas, mantendo seus empregos e dando muito mais horas livres para essas pessoas. Dentro do nosso modo de produção, ela é usada para quê? Para demitir as pessoas e acabar com os empregos. num outro modo de produção, numa outra sociedade, o que que a gente acredita e o que que a gente constrói, o que que a gente vê de fato acontecer nas experiências é que quanto mais a tecnologia vai aumentando, maiores vão sendo as benécies sociais a ser distribuídas para aquelas pessoas. Quando a gente fala, eu tava conversando com você lá no começo, né,
da sociedade da União Soviética chegar a ler 30 livros. Por que que eles liam 30 livros por ano? Porque a gente tá falando de uma sociedade que todo mundo tinha no mínimo 14, 15 anos de escolaridade. E por que que essas pessoas tinham 14, 15 anos de escolaridade? Porque gerações e gerações foram gastadas para formar os professores, para formar as universidades, para formar os cursos técnicos, até que a gente chega nesse momento, né? Então assim, isso é uma coisa que vai acontecer historicamente, não é do dia paraa noite, é numa duração, né? Isso vai ter
um percurso, vai ter uma demora, mas ela é possível, sabe? Então assim, eu particularmente acredito que esse estado eh maior, ele não necessariamente vai servir para que essas pessoas fiquem ali lurking in the shadow, saca? Tipo, escondidos ali e tal. Mas antes, pelo contrário, exatamente para trazer o fato de que, primeiro essa classe não vai ser mais uma classe política, para que no futuro essa classe deixe de existir. E esse deixar de existir não significa que você tenha que matar todos os caras no outro dia de manhã. Você entende? Não é disso que nós estamos
falando. Quando você pega as cinco estrelas da bandeira da China, uma daquelas estrelas representa a burguesia nacional. Você sabia disso? [ __ ] uma daquelas estrelas representa burguesia nacional. O que que era essa burguesia nacional? Seriam os elementos progressivos dentro daquela burguesia que se adaptaram à revolução, ajudaram a revolução e ajudaram a construir a industrialização daquele país e tal. E beleza, vai chegar um um momento nessa transição que essas pessoas vão deixar de ser burgueses. Por quê? Porque talvez numa sociedade futura a gente não tenha mais necessidade de comércio, de moeda. E aí é uma
utopia. E aí de fato é uma uma coisa que não é para eu pensar. O que eu tenho que pensar é vamos ajudar a organizar as pessoas pra gente conseguir fazer uma revolução no Brasil. Quem nascer lá na frente depois de mim vai ter outras preocupações, mas assim, eh, você não necessariamente numa sociedade que você tá libertado do trabalho, que você tem uma tecnologia avançada, que você consegue ter acesso às coisas, você vai precisar dessa moeda para que exatamente, entende? Da mesma forma que uma sociedade do passado, aonde as coisas eram divididas de forma comunal
e os trabalhos eram divididos de forma comunal, também não precisava dessa moeda por outros motivos completamente diferentes, sabe? Então assim, isso é uma coisa lá pra frente. Só que essa construção é uma construção que a gente pode fazer. O que que a gente pode fazer? A gente pode avançar do momento que a gente tá para um momento posterior ao que a gente tá. Só que mesmo as perguntas que vão ser geradas lá na frente, eu não consigo imaginar, saca? Porque assim, o cara que viver na China ou em qualquer lugar daqui a 150, 200 anos,
vamos falar que a China, porque assim, né, a China teve um uma volta muito forte da direita dentro do partido a partir do dengue e agora a partir do final do Rugintal, mas principalmente a partir do Chi, a esquerda do partido voltou a a ter mais poder. É óbvio que se eu comparar o que que era aqui no mal e o tanto que caminhou pra direita, o Xi tá aqui, você entende? Ele tá muito à direita do que era na época do mal, mas ele tá muito à esquerda do que era na época do dengue,
entende? Então assim, isso é muito relativo ao tempo e tal. Vamos falar que isso continue caminhando assim, que daqui a 150 anos a China de fato chegue num ponto que ela fale: "Nós não somos mais uma sociedade moderadamente próspera agora. Nós somos uma sociedade socialista, cara. As perguntas que esses caras vão ter e as respostas que esses caras vão ter tão tão longe da minha compreensão, saca? Que eu não consigo nem vislumbrar. Se a gente pensar tecnologicamente, cara, a gente foi a última geração, cara, que basicamente brincava na rua e não tinha internet, saca? está
aqui do lado historicamente. A nossa geração tecnologicamente tá muito mais próxima do século X7 do que a geração dos nossos filhos, saca? Porque assim, as coisas que a gente vê hoje, a gente toma por pressuposto e que a gente já acostumou com elas, quando a gente era criança, cara, era desenho do futuro, era Jetsons, cara. Saca o que que era a coisa mais que a gente pirava nos Jetsons? Além da Rose limpar a casa inteira e ser um robô que fala e é maior gentil e mai legal, a pizza sair rapidona, né? E a pizza
sair rapidona era você conseguir conversar com as pessoas na televisão. Verdade, saca? É a conversar com as pessoas na televisão. Tá aqui. Essa [ __ ] tem mais eh capacidade computacional do que assim, não é que tem mais. Essa [ __ ] tem 1 milhão de vezes mais capacidade computacional do que a bosta do computador que levou o ser humano pro espaço. O objeto humano que tá mais longe da Terra, que é a Voyager 1 e depois a Voyager 2, tem memória do que um relógio da Cáso, aquele de 1990. você colocava despertador, mano. Isso
assim, essa [ __ ] foi lançada em 70 e tantos, saca? Então assim, em muito pouco tempo, a gente tá tendo um salto que é que é que é tão qualitativo que eu sequer consigo imaginar o que que o cara daqui a 100 anos vai ter. Caral, velho, a gente joga Avatar. Olha, olha hoje, hoje hoje, ó, o jogo você joga no celular. Até porque os saltos eles foram assim, ó. Mas é isso, né? É isso. E é e é exponencial. Jogar a caneta, ela não vai cair no entendeu? Os saltos ficaram mais potentes. Mas
é isso, cara. As coisas vêm exponenciando, saca? E aí a gente chega nums pontos, cara, que a gente não consegue imaginar. [ __ ] cara, se a gente for pensar, literalmente a China fez um sol artificial, velho. Tocar lá, né? Tá lá, né? Né? Eles estão próximos de chegar no dominão. Uns qu minutos já. Já durou 4 minutos. 44 minutos. E eles estão com a planta 40 e poucos minutos, pô. Eles estão com a planta para lançar em 2030 de fusão que já vai gerar energia positiva entre fusão e fissão. Cara, imagina o mundo com
nó falando de energia infinita. Gente, é literalmente mudar a escala de Kardacheva, acabou o Bitcoin já. É, saca? É tipo assim, é sair de Cardachev 0.01 para Kardachev 1. Muito r. É um salto de 100 vezes, velho. É, se a gente pensar, pô, a escala de Kardachev fala que para você estar em nível um, você tem que utilizar toda a energia que o planeta recebe ou gera durante um dia. Esse valor é 10 elevado 14, não sei o quê. Nós estamos utilizando hoje, atualmente 10 elevado a 12, que já é coisa para [ __ ]
Assim, há 100 anos atrás, a gente levava 10 elevado a 8. Só que se a gente faz um reator dessa [ __ ] e ele tiver um grauzinho de energia positiva, é um, depois um, depois um, depois um, depois um, é [ __ ] da energia infinita e só vai melhorando a tecnologia. Daqui a pouco a gente vai dar um salto de uma vez, que é um salto de 100 vezes, que é 10 de 12 a 10 a 14. Com certeza. Pô, velho, o que que um mundo com energia infinita é capaz? Você entende? Eu
não consigo imaginar, velho. Você consegue ver essa evolução? Conseguir poar aí o computador quanto trabalhando junto ao mesmo tempo. Só que não uma i todas juntas ao mesmo tempo numa sala dessa aqui. Cara, é você pensar assim, se você consegue e aí aí você entende o que que é exponencial, né? Sim. Não. E aí você pensar assim, é você ter a capacidade de, ah, vai ter um furacão em tal lugar. Não, não vai. [ __ ] velho. Saca? É isso, cara. Sabe isso? Pra gente, cara, é um negócio deífico. Quem faz isso é Deus, saca?
E, e, e assim, realisticamente é possível que nós vejamos isso na nossa velice. Eu não vou ver não, mas eu vou deixar a herança aí pra galera ver. Ó, vou ler rapidão aqui. Dve Jones, o Pedro falou pra gente acabar com supers aqui. Se quiser responder algum, você responde, senão vou só ler a mensagem. Beleza. Lembrar que amanhã a gente tem outro episódio com tio João aqui, né? 10 horas da manhã, tá? O tio João e o Calvino aqui. Então a galera tem que assinar o like lá que senão começa eles não fica sabendo. Tem
que se inscrever e deixar o like assinado. Sen não começa o cara não vê. Oi. Ovresa aqui amanhã. Todo mundo tá perguntando quem que é o Calvino, tal. Pessoal tá comentando aqui também. [ __ ] velho, 4 horas de live, tá parecendo que começou agora. [ __ ] [ __ ] 4:30 trocando bem aqui. Mas pô, você é muito [ __ ] né, tio João? Bruno Moro pede pro tio falar como aprender o latim. Eduardo Gonzaga, perguntem para o tio a importância do Dr. pro cenário musical brasileiro. É só banda, né, tio J. Isso daí,
né? Foi uma banda que eu tive há muito tempo. Gente, eu não falo da banda, não é porque eu não quero, não. É porque a gente fez um acordo com o Ministério Público de São Paulo, que eu não posso falar sobre porque senão vai o oficial de justiça na porta da minha casa, porque o acordo envolve a não divulgação. Circ a banda. Então assim, eh, não fala da banda. A gente ganhou vários processos até perder um, sacou? Então, rapaz, do nada o diretor tá pirado aqui, gente. Vocês não t noção. Euforia que ele faz. Cantar
as músicas da banda aqui. Não, não, não, não. Não faço não, senão o oficial vai bater na minha casa, não vai bater na sua. Cuidado aqui. Antônio Marcos, o que é fazer história? O que é método do marxista? Antônio Marcos, [ __ ] Vocês pagam um cara desses e não perguntam teoria. Pô, foi mal, a gente vai fazer outro. É, já vai teoria. Só de teoria, né? Mas eu falo isso, tem que deixar para ter outro, porque senão, pô, como é que você vem vir aqui comer uma pizza, tomar uma cerveja com a gente? Eu
que ficaria aqui 20 horas, né? Mas até até a Bianca, a gente vai ter outras conversas, mais conversas, a gente tá se conhecendo aqui, né? Isso se o tio João aceitar voltar aqui, né? Tá aceito. Primeiro, primeiro você tem que criar afinidade. O cara fal os cara é bonzinho. Fui lá bati um rango, foi, foi sussa aí depois você vem cá, nós eu sou o cara parece. Hoje, hoje você foi chato para [ __ ] velho. Que isso velho? Não foi não, [ __ ] Monopolizou aqui, ficou nessas paradas aqui enquadrando convidado. Não, é o
contrário, velho. Ele tirou as dúvidas dele, cara. É as dúvidas chata. Toda vez é importante pr [ __ ] Toda vez, tio João. Mas toda vez fica nesse papinho aí. Agro. Isso aqui, isso aqui não. Sabe quem falava isso? Tomáscara. Eu falei da da revolução de interrompe não quando ele tiver falando. Por favor, não. Para com isso. Para com isso. Ele odeia. Ele quis falar duas vezes, eu não deixei. Aí ele dá pedir no final. Sempre ele dá p no final. Se eu falar, se eu falar mais que 2 minutos aqui no episódio inteiro, ele
soma meu tempo. Depois você falou que quem interrompeu aqui foi você. Você falou dois minutos. Você falou do minut fazer merda hoje. É, pois é. Tá fazendo. O Pedro já chamou minha atenção já, cara. O Tomás Sancara falava: "É função do comunista explicar a mesma coisa 5000 vezes com um sorriso no rosto." Importante, tá? Ele falava isso assim, literalmente com essa frase. Por quê? Porque ninguém é obrigado a entender o que você entendeu na hora que você entendeu, na velocidade que você entendeu. Cada um de nós entende as coisas de uma forma diferente. Cada hora
a gente vai estar na frente ou atrás ou no meio e a gente vai precisar da ajuda do outro. E daqui a pouco vou ser eu que vou perguntar uma coisa para ele, ele que vai me explicar. E a gente tem que entender que tá no povo com o povo e para o povo, que nadar como peixe nada na água, igual o Ma falava. É isso, cara. é a gente entender que o tempo inteiro a gente tá nessa relação dialética que a gente tem que explicar pras pessoas e tem que estar junto com as pessoas
porque vai ser exatamente do seio do povo, do seio das pessoas que vão sair as dúvidas, as necessidades, o que que tem que ser mudado, o que que tem que ser falado. Então, por exemplo, assim, [ __ ] hoje eu tô trocando ideia aqui com ele, aí daqui a dois dias alguém me pergunta essa mesma coisa, eu já vou pensar uma outra forma que eu falei: "Pô, aquela vez eu troquei ideia com o Alberto, foi tranquilo, ele entendeu ali, então eu vou usar isso aqui." Aí eu uso com o cara e falou assim: "Não, isso
aqui foi legal, mas isso aqui não ficou claro". Então assim, cara, é importante para [ __ ] Não, eu concordo com você. É porque o Robertinho é muito canal, entendeu? Você explica as paradas aqui, amanhã tá te chamando de burro aqui, sabe? Eu conheço, eu conheço. Já veio aí amanhã vem um cara da direita aqui, ele senta com cara da direita e começa a chamar nós de burro, entendeu? Então ele é canalha. Então ele é canalha. Aproveitou as mesmas dúvida, é os mesmos enquadrozinho bobim e não entra no ouvido e sai no outro, entendeu? Se
assimilasse até beleza, batia palma, assimilou, mas não é sempre a mesma coisa. Sempre a mesma coisa. Lê o super chat aí. Desculpa. Desculpa. Começa a ficar puto. Hã. Ah, tem. Não vou, não vou vir mais. Depois a galera, depois a galera não vai entender porque não vem mais. É isso aí. Eu sou minoria na mesa. O mino que eu tenho que ter aqui é direito de fala. Se você não concordar com isso, você é um hipócrita. Nem sei falar essa palavra, velho. Que minha capacidade intelectual, entendeu? Convida os seus, eu convido os meus. Não dá.
boicotta o trem, velho. Você não traz pista pros convidados quando é meu. Você não dá cerveja. F não pode ficar bebendo aqui não. Lógico, não vou ficar tratando bem [ __ ] Não, velho. É isso aí. Convida os seus que eu convido os meus. Certo? Só isso. Só isso. Certo. Pode então, né? Lógico. Aí, lógico. Burra. Eu falo que eu vou chamar os cara aqui. Não, não, esse não, esse não. Cai de direito. Eu não quero aqui não. É, vou chamar o amigo nosso. Não, não, pera aí, deixa eu achar a agenda aqui primeiro. Corta
os cara, velho. Você não pode chamar o caporo. O caporeza é meu truto. Vamos ler o super chat. Eu não posso gostar das pessoas. Não, não pode. Ah, bom. Aí achei que eu não podia gostar das pessoas. Que que vamos ler. Vamos ler. Agora eu fã. Não gosto do cara não. Não. De boa, de boa. Porque você não gosta dele não? Vamos ler, cara. O convidado aqui, ó. Vamos ler. Vamos ler. Você não gosta do Caporeso? Gosto. Gosto. É meu amigo. Meu amigo. Então tá. Quem que anda capor? Meu amigo. Quem liga para ele? Não
sei. Eu não. Não sei. Eu não tenho o número dele. Eu não sei se eu tenho o número dele aí. Vamos lá. Achei que eu não era seu amigo. Fabrício Rocha. Ô, ele é mentiroso demais. Você não sabe o que que é. Fala. É por trás das câmeras, gente. João Carvalho mentiu. Na frente é melhor, hein? Ali o Fabrício Rocha cai, desculpa. Não, tranquilo, cara. Cai Manuel, um dos maiores nacionalistas do Brasil é o conterrâneo de vocês. Chame o Frederico Crepe para uma conversa. Beleza? Chamar. Eh, Jio ah, também um abraço para Jidi. Sem Anichia
mandou aqui. Aula maravilhosa. Parabéns. Chama o Sted ali do MST. Tô articulando. Vai vir aqui. É um brother meu Sted ali do MST. Camarada, camarada, camarada, camarada. Difícil. Gente, sabe o que que é o problema? Talvez as minhas dúvidas sejam as dúvidas de outras pessoas que estão aqui, que ainda não é camarada igual ele é, entendeu? A, aí tem um monte de gente que não é camarada. É, e não, talvez não vai entender nunca. [ __ ] cara. Mas eu acho bom para [ __ ] velho. Eu falo de coração mesmo, cara. Eu acho que
que quanto mais aberto e mais franco é a dúvida, mais fácil fica de trabalhar, saca, velho? E eu não tenho nada contra os caras que vê intelectualmente que não. Os caras que realmente sudou, que tem potencial para falar. Agora o que quer falar que eu sou burro, ele é burro também, [ __ ] Não sabe mais que é [ __ ] nenhuma. E eu nunca falei que os caras que veio aqui era burro. Agora tem um monte de galera que segue os caras que vem aqui que é burra mesmo. Do mesmo jeito que tem galera
que vem aqui segue que poro também é meio burro, entendeu? Só isso. Pegar um. É, [ __ ] tem bu para todo lado. Aí tem gente que acha que é inteligente. Marcant mandou R$ 10. Salve três irmãos. Tá rolando cartiçistas. Movimento da Uni Brasil para unir o Brasil. Transmitido na RBI TV. Últimos convidados foram Mamãe Falei e o Renato Batista do MBL. Já viram? Eu já vi essa parada. O pessoal chamou a gente para correr de kart lá. Tio é de esquerda barra direita. Chamou e vai ou chamou não vai cabe no cart cara não
não eu falei o mesmo problema eu falei isso pros meninos eu acho que eu não não consigo me encaixar no nos car eu teve uma época que kart foi moda na década de 90 coisa assim é já teve um você tentou entrar não teve uma festa de aniversário de um moleque da escola que ele fez num car não sei o qu não, o cara era rico, né velho? É, não. E aí, tipo, eu fui lá, cara, eu pareci o copa do Mario Kart, saca, abraçando K assim, tentando ir, cara. Nossa, velho. E e o desespero
que eu tava, porque eu fazia a curva e eu ia caindo para fora, porque eu não tava presa ali dentro, saca? Cara, eu dei meia volta, car, você fica solto, né? É, eu dei meia volta e saí, eu falei: "Bicho, esse trein". Cara, falou que o Ando entrou no kart, mas eu falei para eles, eu sou muito maior que o Léo. O Andéo parece que tipo ganhou, ficou em segundo lugar, uma coisa. Mas eu sou muito mais de Léo, né? Eu tenho 2 m e 170 kg, mais ou menos. Mas você dirige bem, se você
conseguir entrar, se você entrar aí entrar, se for fazer corrida de caminhão, aí chama e se eu for para correr, não. E tem outra coisa, né? Gente muito grande no kart é igual gente muito grande em cavalo, né? O kartreia, né? Então assim, ia o Andéo falou isso, falou Robertinho, eu só não ganhei ele, acho que ele ficou em segundo mesmo, porque o meu peso era muito proporcional, mas é o cart não tanca, é o motor é o mesmo, é só mais carga, não. Juan Fernando mandou aqui, comenta, Rússia, Estados Unidos, guerra comercial com China,
falando bastante super chat, só para agradecer o pessoal, apesar de qualquer coisa, vejo muita sinceridade em vocês dois. Continuem assim. é do cam e do de o aô aí pro camarada barato. Valeu. Eh, João, o único debate que você precisa participar é qual é o melhor Magic ou Pokémon? Ah, qual é melhor, médic ou Pokémon? Não, cara, eu sou jogador de médic, né, velho? Já tenho, infelizmente, é, é um vício pior do que o craque, né? Então, assim, você joga diretaço mesmo? Assim, jogo, cara. Toda oportunidade que eu tenho jogo e assim eu comecei quanto
comando e quanto normal, não, eu jogo Legacy, eu jogo online. Então assim, eu comecei a jogar, cara, em 93 para 94. Nossa, viciado. É perguntar se se é lá que tem um dragão branco de olhos azuis. Você curte outros jogos y você curte outros jogos de cartas assim só médico. Cara, eu eu aprendi a jogar Pokémon por causa do meu filho, filho, né? Aprendi a jogar o Pokémon por causa do meu filho, mas assim, eu não tenho a mesma paixão e a mesma coisa igual Magic, não. Você já tentou do The Witcher desses jogos assim?
Não, cara. Não sabe o jogo The Witcher? Tem um jogo de carta bem bacana, mano. Eu sabia da série, eu sabia que tinha o jogo não, esse eu não frago não. É bem, já me falaram de vários outros e tal, mas eu nunca animo de É, Balatro já me falaram também. Não joga, não joga não. Sai de perto, sai de perto. Tô com 450 horas desse Sai de perto do balato, cara. Não, eu tenho muito filho novo, não tem como não. Você, a gente se envolve com essas coisas tem três, ele tem mais que eu.
Ele também. Os filhos dele aqui não tem pai. [ __ ] [ __ ] Parabéns por trazerem o João. Chamem a Laura Sabin também. Ah, a Laura é um doce, cara. A Laura é um doce. Vocês vão adorar a Laura, cara. Cham o professor João João Cláudio Platenique. Ah, o Pitilo, cara. O Petilo é maravilhoso. Tem muito livro, muita coisa publicada com ele. Ele é o maior especialista que a gente tem em Segunda Guerra Mundial. Assim, pr você ter ideia, cara, ele é o único brasileiro que ganhou uma comenda da Rússia por causa de trabalho
sobre Segunda Guerra Mundial. Caramba, velho. Eita [ __ ] Não, o cara é [ __ ] Ele é doutor, tá fazendo pós-doutorado, tem altos livros publicados. Ele é [ __ ] cara. Ele é [ __ ] fazer um debate de Segunda Guerra e eu um cara legal de Segunda Guerra. Te passo o contato dele. O João Cláudio é espetacular, cara. Espetacular. É um americano. Diogo Lira mandou R$ 10. Luiz Renut, então aceita o debate. Mandou R$ 5. O Bernard mandou que tio. Quais foram as limitações do período de Stalin? Mandou 2 libras e meia. O
Marcos Groxo é consequência desses anos. Sim. Go governo liberal limitado e entreguista. Tem a parte da politização, mas tem que falar que é erro do governo burguês, governo entreguista. Eduardo, ti espero você para senador. Opa. Ó, Carlos, sinceramente, quem discorda basta ver as eleições. Pessoal votando em peso em Nunes, Tarciso, até Marçal. Muito doido isso aí. Carlos mandou R$ 20. Hoje as pessoas não querem fazer enfrentamento, ir às ruas. Como você espera que com esse Congresso, esse governo consiga fazer transformações? Eu discordo. Acho que é muito difícil fazer e falar daí é mole. O Yuri
Nunes, João Carvalho é uma máquina informacional. Fodástico, camarada. O Novo hoje porque tem quatro pessoas, porque quatro pessoas me salvaram do suicídio. Uma delas foi o tio. Obrigado, camarada. Vencer, venceremos. Dá um abraço na tia e na criançona, nas crianças. João, qual a importância de Stalin para o desenvolvimento do marxismo lenismo? E por que os liberais e trotquistas se unem contra Stalin? O quem mandou foi o Magnus Souza. Renan Unes, tio, é verdade que você faz tradução do grego antigo? Quais línguas antigas você já estudou? Eu sei que o Russo ele manda aí, tá aprendendo
o mandarim. Andrew, Andrew Lobato, desvirtuando o assunto, quando vai ter um podcast com trio da UDR, 20 anos de banda e nada. E falar de soberania em um país que não controla o próprio território é complicado. Wagner Silva Vieira, João, existe algum país democrático no mundo onde a elite econômica foi e ainda é a favor de um desenvolvimento nacional? Quais? Ou será que tirando a China, todos os países do modelo democrático aderiram ao neoliberalismo? Quem mandou foi o Wagner Silva. Henrique poderia falar da Jorge e e Armên Socialista? Quem mandou foi o Henrique. Miguel Baldou
R$ 100 aqui e uma cervejinha para os camaradas. Delícia. E um beijo no tio. Valeu, Miguel. Valeu, Miguel. Aí vou tomar cervejinha aqui para você. Rafael, é viável uma união da esquerda ao Léo Periclis? Quem mais? O Sidmnei Lopes, top três irmãos. O cara soma o pensamento do Brasil. Qual a importância do Stalin paraa humanidade? Henrique mandou aqui. Antônio Marques, antes de acabar, perguntem ao tio algo mais teórico, por exemplo, quer fazer história? O que seria o método marxista? É, esse já tinha mandado antes. Eu já tinha anotado aqui. Inclusive, eu tô anotando todas, tá?
Ah, é. É, eu tô anando literalmente todas. Eu vou responder uma por uma. Boa, velho. Boa. Você vai responder? Quer responder aqui no final? Eu vou responder no final aqui rapidinho, mas eu vou responder todo mundo. Eu só não anotei o nome das pessoas que foi muito rápido, mas as perguntas eu anotei. Pô, você quer quer ir já respondendo então? Quero. Eu já tenho duas duas quatro c. É porque eu achei que você tava cansado e não não. Eu tô anotando. Você tá falando. Eu tô anotando. Não, velho. Então, então então responde, pô. Vamos lá.
Desculpa. A primeira que perguntaram foi sobre eu ter aprendido latim. Eh, eu fiz latim por causa de RPG. Eu jogava e mestrava RPG, eu tinha 13 para 14 anos de idade. E aí eu descobri que na época medieval se falava latim, fazendo umas pesquisas na Barça, tá, jovens. Houve uma época que a gente tinha as as negócios e a gente pesquisava nelas, né? E aí eu fui conversar com a minha mãe que eu falei assim: "Mãe, eu queria aprender latinha". Ela falou: "Ó, eh, minha mãe é professora de direito". Ela falou assim: "Pô, lá onde
eu dou aula de direito, sabe? Tem uma amiga minha que dá aula de latim pro pessoal do direito. Eu vou conversar com ela, ela falou assim: "Ah, faz uma prova de português aí. Se o português for mal, for legalzinho, você conseguir tancar a aula de boa, tal, você pode fazer". Aí eu fiz lá, passei a prova e comecei a fazer latim quando eu era adolescente. Depois eu fiz latim na faculdade. Aí eu vou aproveitar e vou juntar essa com grego antigo e outras línguas antigas que eles perguntaram. Na faculdade, eu além do latim, fui estudar
o grego antigo porque eu fiz formação complementar em letras clássicas. Eu sou formado em história e letras clássicas. É formação complementar eh em letras clássicas. Na época a gente tinha essa figura que eu não sei nem se tem mais na formação, que é formação complementar. Se você tivesse mais de, agora eu não lembro se era 240 ou 360 horas dentro de um determinado ramo do saber, você podia pedir formação complementar e eu pedi em letras clássicas. Aí na faculdade eu fiz grego 1, 2, 3 e 4 e várias matérias de grego antigo, né? E várias
matérias de literatura e tal e de grego antigo junto com as matérias de latim. E aí eu terminei de estudar eh latim e grego clássico. Além disso, de língua morta, eh eu estudei muitos anos de paleobabilônico, porque quando eu comecei a mexer com história, eu comecei a mexer com história antiga. O primeiro, eh, a primeira publicação que eu tenho como historiador é num congresso internacional da ISBEC, né, da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, junto com a Sociedade Internacional de Estudos Clássicos, que é sobre a descida de Nana ao submundo e a formação do etos heróico
na Suméria. Então eu comecei a estudar acadiano e depois eu estudei sumério, mas eu fiquei focado principalmente no paleo babilônico. Pessoal falou, pediu muito antes da live, falou: "Nó, fala de Mesopotâmia contigo, Mesopia". Não, depois a gente fala, pô, a gente teve aquela aspiração muito [ __ ] na no nosso almoço, cara. Nossa senhora, foi muito [ __ ] Que a gente tava falando de civilizações antigas no almoço, a gente comendo churrasco e falando de civilizações antigas. E aí eu fui estudar paleo babilablônico também, né? Eh, depois eh, antes de eu começar meu doutorado em
história, eu entrei para fazer um doutorado em em letras, né, na literatura antiga, com o Jacinto Lins Brandão, que é uma pessoa maravilhosa, que é um professor lá da Universidade Federal, que ele também estuda paleobabilônico. Aí a gente fez uma matéria dele sobre a a epopeia, né? A gente não é não é o termo exato epopeia, porque epopeia é um termo grego, né? Mas sobre o mito do Guil Games e eu eu tive a oportunidade de ajudar ele com algumas poucas traduções. Ele inclusive foi muito gentil e me agradeceu no livro que ele publicou da
tradução da da epopeia do Guil Games então essas são as línguas antigas que eu falei, que eu já estudei na vida, né? A a segunda que teve aqui, que se repetiu no final, foi sobre ser historiador e sobre o método comunista, né? Eh, primeiro assim, né? Eh, ser historiador para mim é uma honra e um privilégio, cara. Eu sempre tive vontade, no meu segundo grau inteiro, de fazer história. Eu fui fazer história, me formei em história, me formei em bacharelado, que eu queria mexer com pesquisa mesmo. Tem um profundo respeito pelo campo de saber, pela
historiografia. Acho muito legal, muito divertido, inclusive, né? Porque a gente é o fofoqueiro de gente morta, né? Eh, historiador é sempre a conversa de boteco agradável, né? Então, assim, é muito divertido, né? E o método marxista, ele é um método que vai além da da história, né? Assim, ele não é um método historiográfico, ele não é um necessariamente um método de escrita, de história, mas a gente tem que entender o método marxista por tudo que ele traz da apreensão dos movimentos da totalidade do real. Quando a gente fala isso fica parecendo muito complexo, mas o
que que é? Muitas vezes as pessoas tentam entender a sociedade como se ela fosse uma foto. Você tira uma foto, você tem aquele momento estanque ali, acabou naquele momento, tá tudo parado e a partir daquela foto, daquele momento, você tenta entender aquilo, né? O método marxista não, ele é um método materialista. O que que significa isso? significa exatamente ele buscar a materialidade, o movimento, as coisas como elas acontecem num determinado tempo. Ou seja, se eu for analisar uma mesma sociedade em momentos diferentes da história, eu posso chegar a conclusões que são diametralmente opostas e que
ainda assim são válidas. Dando um exemplo muito claro disso, tanto Marx quanto Rosa Luxemburgo vão analisar a sociedade da Polônia com várias décadas de diferente de diferença. E usando o mesmo método, eles vão chegar a conclusões diametralmente opostas sobre cada uma daquelas sociedades que vão ser válidas para aquela sociedade daquele momento, né? Então a diferença desse método é não idealizar, né? A gente tem a matéria, a física que tá ali e a gente tem a metafísica, aquilo que vem depois da física. Da mesma forma que a gente tem o materialismo, a gente tem o idealismo.
O que que é o idealismo? O idealismo é se focar na ideia e não na matéria. O materialismo é o contrário do idealismo. Então, muitas vezes as análises que eram feitas do mundo eram análises idealistas. Eu tinha uma ideia pré-concebida sobre o mundo e eu tentava encaixar o mundo naquela minha ideia. O método materialista é exatamente o contrário. É você, a partir do que a matéria, o mundo, o movimento do real te informa, compreender e estudar esse mundo por meio da dialética, né? Nesse sentido, ele vai eh pegar a dialética a partir do Hegel. E
quando a gente fala que ele vai, entre aspas, inverter a dialética regeliana, é exatamente ele pensar nesse alfum, que é o termo que o regel usa, que é de suprassunção. Em que sentido? Que tudo que é dialético, ele vai ter uma contradição entre si, mas que aquela contradição vai formar uma nova coisa que é formada a partir das partes anteriores que estavam ali. O que que significa dizer? que as coisas estão sempre mudando, mas que dentro dessas coisas você tem uma contradição maior, uma contradição menor, que você tem que enxergar naquele momento o que que
é a coisa mais importante para entender esse movimento e pensar quais são as suas possibilidades de mudança. Então assim, muito rapidamente, uma coisa que é muito mais complexa do que isso, muito mais difícil de explicar do que isso, né? Mas paraa gente tentar, eh, eu tenho no meu canal um vídeo só de método, só de materialismo dialético, aonde é uma aula de 1 hora meia de eu falando disso com muito mais detalhe. Quem tiver interesse, por favor, siga, né? Eh, aqui ele perguntou dos limites do Stalin, né? Depois, eh, um dos principais limites do Staling
é o que o tempo do Stalin propõe pro próprio Stalin, né? Quando Stalin ele vai subir ao poder, ele não tava pensando que 10 anos depois, 14 anos depois, ele ia ter que lutar uma guerra mundial. Lógico, eles já estavam pensando, eles já sabiam que ia acontecer, mas assim, uma coisa é você pensar pode acontecer e outra coisa é acontecer de fato, né? Então assim, pensa o que que poderia ter sido toda uma construção se no meio dessa construção não tivesse um maluco genocida tentando conquistar o mundo e matar a outra metade, né? Nós estamos
falando de uma pessoa, gente, que literalmente teve que ajudar a capitanear o seu país junto com todas outras pessoas. Primeiro, gente, Stalin não dominava sozinho, saca? Às vezes a história é vendida igual a história do século XVI. Tem um historiador do século XVI, Hanke, que era um historiador alemão, que ele fazia a história dos grandes homens vias aentlich Gevessen, como verdadeiramente aconteceu. Isso é um absurdo hoje em dia, se a gente for pensar na história, a história não é só a história do chefe, do grande homem, ela nunca é como verdadeiramente aconteceu. a gente trabalha
dentro da verossemilhança, daquilo que é possível a gente trazer à tona dos fatos a partir do que a gente tem de material a partir daquilo. E a história ela é composta por milhões de pessoas ao mesmo tempo, né? Então assim, muitas vezes se vende essa ideia do Stalin, que parece que o Stalin era um demônio gigante voador que de manhã tava em Vlad Vostque e à noite tava nos cárpatos e controlava tudo que acontecia na Rússia. E se um cara peidasse e no meio da Ucrânia, ele tava ouvindo e reclamando, sabe? Isso não existe, né?
Então assim, o que eu acho que é o principal limite é o limite do tempo dele. É o limite de alguém que lutou uma guerra, que foi uma guerra que foi necessário lutar, que ninguém queria lutar. Uma guerra onde você tem 20 e tantos a 40 milhões de mortos, dependendo da do recenciamento. Uma guerra que vai destruir uma geração inteira, que vai ser super difícil de reconstruir, que foi necessária para evitar que a humanidade fosse escravizada, que os povos esvos fossem desismados, que vários outros povos fossem mortos. O plano do da Alemanha para os povos
eslavos era escravização e morte. Era matar a grande maioria e quem sobrar vai plantar grão na Ucrânia. Saca? Então assim, eh, é muito diferente do que se o cara tivesse 20 anos para ficar construindo o socialismo e vendo o que que deu certo, o que que deu errado, o que que foi melhor, o que que foi pior. Você tem, você volta depois da guerra com a situação de terra arrasada total. Gente, imagina o que que é uma geração inteira que vai crescer a esmagadora maioria sem pai, sem tio, sem sem nada. Você entende? tem que
reconstruir esse país. Você tem que, sabe, um gasto gigantesco, uma mortandade gigantesca, uma destruição gigantesca. Então eu acho que esses são os limites de qualquer um que viveu dentro desse tempo, né? As coisas se impõem de uma forma muito mais fácil, né? O cara falou: "Porra, falar daí é mole". De fato, ser arquiteto de obra pronta é muito mais fácil do que de fato tá construindo uma coisa, né? Agora, o que eu quero que que as pessoas pensem, que eu quero que muitas vezes que os petistas pensem também é que a gente também não pode
ser a crítico. Quem foi o primeiro que pediu para ser criticado foi o próprio Lula. Quando o Lula se elegeu, ele falou: "Eu vou estar lá em cima negociando com a galera. Se vocês não criticam daí de baixo, eu nem sei o que que tá rolando ou não." Então assim, eu acho que é função da esquerda de fato fazer essa crítica à esquerda, né? A gente critica não pelas coisas que foram feitas de bom, a gente critica por tudo que poderia ter sido feito e deixou de ser feito por uma escolha política. Então, é óbvio
que é muito mais fácil para mim que tô aqui num podcast comentando a posteriore do que para quem tá vivendo o momento dentro daquele momento. Só que as pessoas também têm que entender que uma vez que elas tomam as suas escolhas, elas podem e devem ser responsabilizadas pelas escolhas que elas tomaram, entende? Inclusive para que a gente possa melhorar, inclusive para que se chegue uma outra vez no poder, se possa fazer diferente melhor, inclusive porque é necessário errar diferente. Se a gente for errar igual todas as vezes, não precisa mais de errar, não precisa mais
de fazer, né? Então assim, eh, eu entendo de onde que parte a sua crítica, mas eu gostaria que você, eh, pensasse nessa outra possibilidade. respondendo sobre a importância do Stalin para o marxismo leninismo. O Stalin, ele teve uma importância gigantesca pro marxismo leninismo, porque o Lenin primeiro morre durante o período em que ele tá ali na construção do poder e o Lenin em momento nenhum subiu no caixote e falou: "Eu criei uma nova etapa do marxismo". Nenhum autor marxista jamais vai subir num caixote e falar um absurdo desse. Quem vai falar isso são as pessoas
que vem a posterior e que vão ver e que vão poder ter um julgamento histórico daquilo ou não. O Stalin sempre tentou durante a sua obra inteira, durante o seu governo inteiro, em cada um dos seus escritos, o homem tem uma obra eh total em russo que tem 30 e tantos volumes. Eu tenho parte da obra dele traduzida pro espanhol que tem 18. Então assim, eu já li mais de 6.000 páginas desse cara. o tempo inteiro. Ele fala uma carreira inteira que ele está tentando seguir os preceitos de Lenin e mostrar como deve se dar
a construção do marxismo do leninismo. Então, para mim, a importância que o Stalin tem pra construção do marxismo leninismo é exatamente essa, de mostrar esse salto qualitativo, de mostrar que o que o Lenin fez foi uma nova etapa do desenvolvimento do marxismo e de levá-la até as suas últimas consequências. Tá? Então é por isso que eu falo que não existe stalinismo. O que existe é marxismo, leninismo, tá? Eh, a do grego antigo eu tinha respondido democracias liberais. O o limite da democracia liberal é o próprio modelo em que ela tá inserida. Por mais que a
gente pense assim, ah, mas os países do norte da Europa, eles têm uma divisão mais equitativa, as pessoas têm um IDH muito alto e tal, a gente esquece que esses países todos tiveram colônia, gente. Suécia teve colônia, Dinamarca teve colônia. Uma coisa é quando você visita o Canadá, outra coisa é quando o Canadá te visita, tá? Vai na Amazônia e vai ver o que que as mineradoras canadense, norueguesa tão ali fazendo, né? É muito mais fácil primeiro você conseguir criar um estado de bem-estar social para um país que é do tamanho de uma cidade, né?
Venhamos e convenhamos, é muito mais fácil. Se eu tenho um país que tem 10 milhões de pessoas, 5 milhões de pessoas, 8 milhões de pessoas, nós estamos falando em outros países de cidades, tá? É mais fácil. E segundo, todos esses países participaram, se não da primeira leva, da segunda leva da revolução industrial, tiveram as suas colônias, exploram brutalmente o terceiro mundo e o sul global, né? Então esse tipo de coisa acaba ficando escamoteado, né? E aí fica muito lindo e muito democrático até você descobrir o que que esses países estão fazendo fora desses países, estão
fazendo quando ninguém tá olhando, né? Então, sendo muito sincero, eu desconheço um país de uma democracia liberal, de uma democracia burguesa que atenda os pré-requisitos mínimos dessa pergunta, porque não se erige esse tipo de sistema se não houver exploração. E quando essa exploração não é interna, ela é externa. Gente, qual que foi a primeira colônia da Inglaterra? A Irlanda. O primeiro movimento colonialista da Inglaterra é sobre o povo irlandês, que foi brutalmente explorado, sabe? Então assim, a gente tem que entender também, né, que a as coisas não terminam ali no próprio eh território. Geórgia e
Armênia socialistas, vou falar muito a, né? eh são repúblicas que vão entrar na União Soviética um pouco mais tarde do que no primeiro momento de formação da União Soviética, mas vão ficar com elas até o final, né? Eh, tanto para essas repúblicas caucasianas ou transcaucasianas, dependendo da região, quanto para outras repúblicas, a gente tem que entender que os movimentos nacionais que ali já existiam, eles são tão anteriores quanto o POSDR. O Stalin, por exemplo, é Georgiana. Geórgia vai entrar antes. A Armíia vai entrar um pouco depois. Eh, o Stalin era georgiano, né? E o desenvolvimento
do Partido Operário Social-Democrata Russo na Geórgia já acontecia. Por quê? Porque o império tesarista era um império multinacional. Quando a gente tá falando da Rússia antiga, quando a gente tá falando da Rússia do século XIX, nós estamos falando da Rússia, da Armênia, do Azerbaijão, do Casaquistão. Nós estamos falando de vários outros países hoje modernos que existem, que nessa época estavam todos sobre o guarda-chuva da Rússia, né? Então assim, desde a Polônia, né, ali na região da Galícia, passando pela Ucrânia, chegando até lá na fronteira com a Coreia do Norte, com o Japão, a gente tem
diversos outros países que estavam ali inseridos e que hoje são países independentes, né? Eh, existe uma coleção maravilhosa de uma editora que chama Prensa Navatski, né, ou Navatsk Press, que era uma editora da União da das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que é sobre cada uma das repúblicas, tá? Esses são livros mais raros. Eu escaneei todos esses livros e eu deixei eles todos disponíveis online. Então, se você for no meu canal, não, eles estão em inglês ou em espanhol, tá? Eh, se você for no meu canal e escrever exclamação drive do Loão, Loão é meu primo horrível
que disponibiliza livros de graça pros outros, porque eu jamais poderia fazer isso pelos direitos autorais. Se você escrever exclamação drive do Loão, dentro do drive tem essa coleção das repúblicas socialistas soviéticas, tem um livro específico de Geórgia, tem um livro específico de Armênia, lá você vai poder conhecer mais sobre eh o desenvolvimento e a cultura dessas regiões. E por final, ele perguntou, teve uma pergunta eh sobre a possibilidade de uma esquerda radical se unir sobre o nome do Léo Péricles. do Léo Périx, para quem não sabe, é o presidente nacional da UP, que eu tava
falando com você, né, da da unidade popular do partido. Paro comunista do Brasil hoje. É, é o partido que mais cresce em em em filiações hoje no Brasil. Cresce mais que o PSU, cresce mais que o PC, cresce cresce, cresce mais que que que todos eles. A UP hoje em dia em números absolutos, ela é o partido que mais cresce em filiações. Unidade popular. Unidade popular. O que que acontece? Nem todo marxista vai acreditar na linha eleitoral, tá? Então, nem todo eh dentre os marxistas leninistas, a maioria vai acreditar na disputa da eleição. Dentro dos
mauistas, não. Tá? Por quê? Porque a gente vê limites no pleito burguês. Existem limites muito claros do que que pode ser alcançado ou não dentro da das eleições burguesas. Eu acho que hoje, infelizmente, uma vez que a gente tem diversas cisões dentro do campo, acho difícil uma unificação da esquerda em nome de um único nome de um único partido, porque os caras do PSTU não vão querer, porque eles são trotusquista e o a UP segue uma linha mais marxista, leninista, nós mauístas não somos adepto da via eleitoral e vai ter várias outras divisões. Então eu
acho pouco provável. Facilitaria se acontecesse agora, de fato, facilitaria. Super concordo com você. É a mesma coisa. Uma coisa que eu falo com os caras, eh, tem muito tempo que não se elege um vereador, um deputado, um nada de nenhum partido comunista. Sério? Sério, sério. Porque assim, PCDB e já se tornou um partido que não é comunista. Ah, do PCO tem? Não tem não. Não tem do PCO, não tem do PSTU, não tem do PCB, não tem do Não tem, tá? Tem muito tempo que eles não se elegem, que não se elegem um vereador, um
nada. Uhum. Tá. O que que eu sempre falo com o pessoal? Vai fazer, faz direito, tá? Quem sou eu para entrar dentro da política partidária de organizações às quais eu não pertenço, mas eu acho que a partir do momento que se decide disputar a eleição burguesa, tem que se entender como que se dá o jogo da eleição burguesa. Para você disputar uma eleição burguesa, você tem que ter primeiro consciência do que que vai ser o cociente eleitoral daquela determinada eleição que você tá disputando, as regras dela, as regras dela. Então, por exemplo, não adianta eu
ter um candidato muito forte e não ter um sem número de outros candidatos que vão compor votações menos expressivas, mas que vão permitir um cociente eleitoral tal que permita formar uma cadeira, sabe? Então assim, se de fato se quiser fazer uma união dos partidos que disputam eleição para disputar uma cadeira, tem que fazer o quê? Tem que sair todo mundo que é grande do campo no mesmo lugar, mas todo mundo que puder sair de cada um deles para brigar por voto no bairro e na quermesse, para que os grandes todos construam nome, os pequenos construam
número para você chegar num cociente eleitoral, entende? Se não fizer isso, tem que entender que não está se disputando para ganhar. E aí tem que entender quais são os limites dessa disputa. Então, o limite dessa disputa é apresentar paraas pessoas na medida do que é possível aquela plataforma, quais seriam as mudanças e tal. [ __ ] lindo, maravilhoso. Faz teu corre, corre atrás, vai em todo o bairro que você puder, marca reunião com os cara, vai em sindicato, faz o corre, vai em clube, vai em tudo quanto é lugar, mete uma banquinha na rua e
fica respondendo dúvida de qualquer um que passar na rua, saca? Aproveita esse momento para aquilo que é possível dentro daquele momento, mas se vai se disputar pensando numa vitória, tem que se fazer esse cálculo e tem que se juntar essas pessoas para fazer isso. Se não fizer isso, é a garantia que tá fadada ao fracasso, entende? Não é assim uma questão de tipo assim, ah, o João tá inventando isso, tal. Não, não vai dar. O maoí é contra essa eleição burguesa. É, a gente chegaria ao poder através de uma revolta mesmo, revolução, de uma construção
revolucionária. E não é que o marxista leninista acha que ele vai chegar no poder pela revolução burguesa, deixa eu deixar isso bem claro, não. Só que ele acha que a disputa é importante para exatamente ter uma tribuna de onde falar com o povo e mostrar pro povo os limites da socialdemocracia. Então, o que que tá sendo pensado quando se disputa uma eleição burguesa? Que se um elemento popular consegue chegar até essa tribuna, ele vai fazer denúncias que os outros vereadores não vão fazer, que os outros deputados estaduais não vão fazer, que os outros deputados federais
não vão fazer. Ele não vai fazer os conchavos que aqueles caras fariam. Ele vai morder o cachorro. São 4 anos de um cara mordendo o cachorro. Você passa na rua, tem um cachorro mordendo um cara, normal você continua andando. Você passa na rua, tem um cara mordendo cachorro, você para e olha o cara. Sabe um uma crítica que eu tenho hum do movimento que eu acho que ele erra aí por uma falta de organização. Eu eu acredito que falta um engajamento dos comunistas no Brasil. Vou te dar um exemplo. Existem vários canais de comunista na
internet. Por que que uns são grandes, outros são pequenos? Todos deveriam, a galera devia se unir e falar: "Ó, vamos seguir todos esses canais, vamos dar uma força para todos esses canais, porque é a nossa voz, é o nosso canal de comunicação." Então, vou te dar um exemplo aqui. Ah, o canal do Ian Neves. Canal do Ian Neves, eu acredito que é um dos maiores canais comunistas do Brasil. Tem lá e 600.000 1 seguidores é o maior. Por que que o Ian Neves tem 600.000 seguidores e por que o canal do tio João tem tem
350? Por que que o canal da Crozinha tá com 20.000? Essa galera tem que seguir todos, tem que engajar para trabalhar a favor do algoritmo, pro algoritmo entregar todo mundo. Todo mundo. Cara, assim, concordo com você. A gente já tentou organizar isso de algumas formas. A gente já tentou coletivizar isso de algumas formas e é um caminho e é um aprendizado, saca? Eu o que que eu tento fazer? Eu tento trazer pro meu canal pessoas que são muito menores do que eu, que eu acho que eu tenho a chance de catapultar elas. Legal, saca? Então,
por exemplo, assim, eu fiz programa durante muito tempo com o Pitilo, que a gente tava falando do do quando ele fez o Guerra Patriótica e o Pitilo deu uma crescida. Eu fiz com o Messias do Litera Negra e o Messias deu uma crescida, saca? Eu chamei o Cristo Pan, que é do movimento indígena, para apresentar pra galera e dar uma crescida. Então assim, eu tento usar o tamanho que eu tenho, que é um tamanho médio para poder catapultar isso, né? O Ian faz parte de um coletivo que eu já fiz parte no passado, que hoje
em dia eu não tô militando lá, que eu tô militando no outro lugar, que é que é a soberana, né? A soberana tem esse trabalho que é um trabalho muito importante de ajudar nesse crescimento, de mostrar e mais do que isso de sair do virtual pro entre aspas real. né? Então assim, porque o que que a gente quer? A gente não quer simplesmente que a pessoa veja um vídeo, que a pessoa dê um like. A gente quer que a pessoa se organize. Claro. Claro. Nossa função final é levar à organização prática das pessoas, entende? E
isso a gente vem conseguindo coletivamente de uma forma muito maravilhosa. Assim. Mas você você concorda que uma organização dessa também você faria o algoritmo trabalhar ao seu favor? Tem que fazer. É, não, não é um like, não é um inscrito, é realmente divulgar. É um, é um canal que você tem e falando agora, você me deu uma ideia que eu nunca tinha pensado antes, que é manipulação de SEO. Se a gente começar a marcar uns aos outros no SEO de todos os vídeos, o algoritmo vai entender que aqueles vídeos são correlatos. Exatamente. Vai começar a
entregar todo mundo, né? E aí ele começa a entregar todo mundo. Todo mundo vai crescer. Isso é um negócio que eu não tinha pensado e que eu atinei agora com você falando. Sim, cara. É igual eu vejo vocês ralando o dia inteiro fazendo live, né? Por que que essas lives não passam a ser sincronizadas em determinados horários que uma não conflita a outra? Isso é muito [ __ ] Ah, do Humberto vai ser à noite, do João vai ser na madrugada, do outro vai ser à tarde. Mas sabe o que que é [ __ ]
disso, cara? Porque assim, eh, a gente é igual árbitro de futebol, né? Todo mundo é profissional menos o árbitro, né? Então assim, no campo político todo mundo é profissional, menos os caras da esquerda revolucionária. Os cara da esquerda revolucionária é igual o pai do Cris, cada um tem três empregos e faz as coisas na hora que dá. Eu entendo. Você entende? Então assim, isso quebra muito essa ideia da gente conseguir um cronograma que seja mais junto. O que que eu faço, por exemplo, programado horário, eu que que não posso fazer live de manhã por causa
de trabalho. Maioria das tardes eu não posso, a não ser que eu trabalho à noite, aí eu faço à tarde. Eu de manhã eu retransmito o programa do Jones no meu canal, que é uma forma de mais gente ter acesso à aquele programa que é o Manhã Brasil, que eu acho que é um programa super importante, que ele tá falando de política brasileira de área ali, não ele, né, o Mauro e toda a galera que trabalha com ele. E e eu acho super importante, então eu virei pro Jones, falei: "Cara, o que que você acha
de eu retransmitir?" Ele falou: "Porra, cara, acho massa para [ __ ] retransmite aí". Saca? Então assim, é uma iniciativa que eu fiz para poder dar um outro espaço para chegar num outro lugar. E assim, quem sou eu na fila do pão? O Jones é muito maior do que eu, mas o público nem sempre é igual. Você entende? Mas vou te dar um outro exemplo [ __ ] que pode ser feito, que eu não vejo a galera fazendo também. Por exemplo, o Miranda. O Miranda ele abre uma live no canal dele lá de ateísmo. A
hora que acaba, ele vira e fala assim: "Ó, galera, todo mundo agora vai lá pro canal do humanista lá, ó, todo mundo." Aí ele pega e acaba uma live, ele transfere a galera todinha para aquele canal. Cara, isso o chat já faz, isso é impressionante. O chat já se organiza disso de uma forma que é assustador. Então assim, eu tô numa live, do nada chega uma galera toda, não, nós viemos da live do Ian, vimos que você tava online e viemos para cá. Aí eu vi que o Humberto tá, eu falo, mas se eu não
falar também, a galera olha e fala: "Ah, Crozinha tá online, vamos para lá, vamos para tal". Os caras fazem, saca? assim, o que tem eh essa é uma organização muito espontaneísta, muito do chat mesmo assim e acontece reiteradas vezes, saca? Agora, esses eh mecanismos da gente dar essa aumentada nisso é algo que dá para fazer, que a gente tem que melhorar nisso, mas que a gente vem caminhando na medida do que a gente tem também. Porque assim, a real é que, salvo raríssimos produtores, a esmagadora maioria tem outro trabalho, saca? Eu compreendo. E não dá
para não dá para vir. Eu acho que hoje em dia entre nós, acho que quem tá vivendo disso mesmo assim e trabalhando só com isso é o Ian, o Jones e o Gaiofato, sabe? Que são por sinal os maiores. Os maiores. O Crono mandou aqui que você tá de skin nova. O C mandou aqui também. João, que você acha de Eu vou ver se eu falo o nome certo. Shenoborg Exolord. Seria uma boa contrapartida contra a Aliança da Terra e a Cab a cabescura. Abraços aqui do Nibiro. Quer já responder já? Cara, é essa é
muito engraçada porque foi o seguinte, foi um vídeo que eu fiz zoando que o que acontece, vira e mexe à direita acaba elegendo uns maluco muito randômico, né? Então assim, Tiririca entrou, Eneias entrou e entra os caras que são muito folclóricos, né? que inventam um personagem qualquer e as pessoas votam quase que como protesto naquele personagem qualquer. Quem é o maluco mais randômico que direita já elegiu. Cara, eu eu fico muito tentado a falar da primeira eleição do Eneias para deputado federal, porque o Eneias tentou uma vida inteira para presidente. nada. Ele saiu para deputado
e ninguém mais ou menos assim da 1 milhão de pessoas que votaram no Eneas devia ter 1% que sabia qual é a plataforma do Prona, o que que o Prona defende, o que que o Prona não defende, o que que o Eneas defendia. 99% das pessoas que votaram no Eneas votaram porque ele era o cara barbudo que falava algo muito rápido, no final falava: "Meu nome é Eneas", saca? e deu super certo. E foi a partir do exemplo do Eneias que o Tiririca chegou a ganhar com pior que tá, não fica Tiririca, saca? E vai
tendo eh essas votações folclóricas. No passado, se a gente for pensar, se eu não me engano, o Rio de Janeiro, na época das cédulas, chegou a eleger o macacutião, né? Ele chegou a ter votos o bastante para Eu acho que ele não chegou a ser eleito, mas ele teve votação expressiva, não, ele teve uma votação muito expressiva. Eu acho que ele entraria para pro por consciente se ele tivesse de algum partido. Obviamente ele não tava concorrendo, né, e tal. Então assim, isso é uma coisa meio que folclórica já no rolê brasileiro. Aí o que que
eu falei? Vamos pegar um maluco, vamos vestir ele com uma máscara, vamos inventar um personagem que é o Shenolord Exoborg e ele vai falar que ele é um lord alienígena que veio de tal sete para escravizar a humanidade e colocá-la para trabalhar em Minas de Tungstênio em tal 7B. E aí na hora que entra lá e que esse maluco foi eleito, na verdade é um comunista e a gente só usou isso aí para eleger um comunista. Infiltrou, saca? Só infiltrou um comunista. Então é por isso que ele tá falando do Xenolord Exobor, que foi a
palhaçada que eu fiz no canal. O Ark mandou aqui também, eu acho perda de tempo, debate do Gustavo com com Gustavo Machado. A gente tem que focar no inimigo de verdade. Depois a gente treta entre si. O Carlos Rodriguez. A esquerda radical não consegue furar nenhuma bolha. A ideologia do empreendedorismo está até nas camadas mais pobres. O individualismo prevalece como nunca. Professor João Carvalho, o que fazer? Pessimismo da razão, otimismo da vontade. Se a gente não conseguisse furar nenhuma bolha, a gente não estaria aqui. Eu não estaria dando essa entrevista. Meu canal não teria 200.000
pessoas. O canal do Ian não teria 300 e tantas mil. A Rita do tempero drag não teria um milhão e tantas mil pessoas ouvindo um um um um um, né, assim, um uma pessoa travestida de mulher falando de um homem travestido de mulher falando de política e falando de marxismo, né? Então assim, algumas bolhas nós já estamos perfurando simus, né? Só que é óbvio que a gente tem que pensar que o movimento comunista no Brasil, ele teve um momento em que ele tinha povo e não tinha arma. Teve um momento que tinha arma e não
tinha povo. E teve um momento que é o nosso momento que a gente viveu, que ele não tem nem povo, nem arma. A gente pegou um momento de terra rasada. De terra arrasada. Então, nesse momento de reconstrução é trabalho de formiguinha mesmo. Só que o nosso trabalho de formiguinha já vem alcançando resultados que são expressivos. É porque as ferramentas são extremamente favoráveis. Agora, as fer assim, mais ou menos, né? Porque a gente enfrenta o o algoritmo de uma forma completamente diferente de outras coisas. Mas é muito melhor que um panfletinho, né? é muito melhor do
que um plafletinho, mas por exemplo assim ajuda tem que ter, mas o que eu tô te falando é, por exemplo, assim, eh, a gente, o nosso crescimento, ele é verdadeiramente orgânico, a gente não tem dinheiro para investir, a gente não tem como, [ __ ] Brasil paralelo é o maior anunciante do YouTube brasileiro. É muito [ __ ] esse negócio. É o maior anunciante do YouTube, deixa eu te contar, eu descobri um canal ANCP na internet, eu mostrei isso para você, Robertinho. Os caras tem 30 milhões de views por mês, saca? É mais, é mais
view que o Inteligência Limitada e que o Podp tem, velho. Um canal de ANCAP do Brasil tem 30 milhões de views por mês. Então assim, eh, eu não sei, não conheço, não sei o quanto que é orgânico ou não, duvido muito, sendo muito sincero. Qual canal que é esse? Pode falar? Acho que pode, não tem problema não. O canal do o tem tem essas informações no naquele vídeo que é o One Caps 30 milhões de views por mês, saca? É, é muito view. Mas por que que não pode falar? Falou do dos outros tudo tá
lá baixo aí. É porque a gente sabe que o o Podp e o o Vilelo tem muita visualização, não tem muita e ganha muita grana, né? muita visualização. Aí você pega um canal de ancapismo que tem 30 milhões de views, mais view do que do que os maiores podcasts do Brasil, né? Pô, tem uma tem um tráfego pago aí, né, meu irmão? Só pode, só pode. Será que é orgânico? Será que é orgânico? Eu acho que não. Eu sinceramente assim não vejo nas ruas tanto movimento assim a respeito do ancapismo para chegar nesse ponto, mas
aí né, eu não tenho como mensurar ou não. O que eu posso falar com certeza que, por exemplo, é muito diferente o crescimento que a gente vai ter dentro dos nossos canais que um Brasil paralelo vai ter com investimento na casa de 14, 20 milhões ao longo de 5 anos dentro do YouTube, né? Se somar tudo que a gente gastou com propaganda dá zero, entende? Porque a gente não paga propaganda, a gente não tem dinheiro para isso, a gente não gasta com isso. Então assim, eh, é muito diferente o tipo de crescimento que a gente
tem, mas exatamente por isso, o nosso crescimento é brutalmente orgânico, né? Vou subir os números lá no story do Instagram, viu? Apesar da gente ter números muito menores do que muitos canais, a gente quando vai olhar taxa de inscrito, tempo de visualização e esse tipo de coisa, os nossos números são muito maiores do que canais que t, 8, 10 vezes mais gente do que a gente tem, entende? Então isso significa que a gente tá permeando essas bolhas, significa que a gente tá indo além. O que que a gente tem que fazer? continuar trabalhando diariamente nos
nossos trabalhos todos, cada um na sua capacidade, cada um de acordo com essa capacidade que tem. Então nós que somos propagandistas, que estamos ali na linha de frente, a gente não pode esmorecer, a gente tem que continuar e tem que continuar fazendo. As pessoas que estão militando tem que continuar a sua militância. [ __ ] todo dia, cara, é uma oportunidade você conversar com alguém. Você tá no transporte público, você troca ideia com alguém. Você tá num ponto de ônibus, você troca ideia com alguém. Você tá no seu serviço, você troca ideia com alguém. Você
vai lanchar na firma, você troca ideia com a galera da firma. Saca? É isso. É entender que a vida política não vai se dar de dois em dois anos fazendo pililim numa urna, que a vida é política o tempo inteiro, o dia inteiro, em qualquer momento, né? Então a gente tem que continuar espalhando a a nossa ideia e chamar as pessoas para se organizarem, tá? Então assim, pessimismo da da razão e otimismo da vontade. João Carvalho, quão próximo da revolução socialista o Brasil está? Anos, séculos? Acredita que ela só viria após estarmos lascados como a
China e a Rússia estavam no pré-revolução? Que países hoje você diria estarem próximos de um processo revolucionário? Cara, isso é muito muito difícil de precisar. Sabe por quê? Porque se alguém fosse apostar em um país que tava pronto para um processo revolucionário, o pessoal ia apostar na França que tinha um movimento grande, um movimento sindical grande. O pessoal ia apostar na Inglaterra que tinha 100 anos desde do movimento cartista, do movimento oenita, de toda a organização do trabalho. O último lugar que os caras iam apostar em 1916 era a [ __ ] da Rússia, quanto
menos a Mongólia vim na sequência. Então, as coisas são impossíveis até se tornarem inevitáveis. Sabe o que que a gente tem que fazer? Continuar construindo. Continuar construindo. Qual que foi o último país do mundo em que um partido comunista conseguiu chegar ao poder? Ninguém nem sabe. Vocês sabem? Não. Nepal. Nepal. [ __ ] Nepal é um país pequeno no meio da cordileira do Himalaia, que a gente não ouve falar do Nepal nunca na vida, que a maioria das pessoas sequer sabe que houve uma revolução no Nepal, que houve a construção de uma revolução armada no
Nepal, que essa revolução chegou perto do poder e aí se juntaram os mauístas e os marxistas leninistas e tomaram o poder por via eleito elitoral no final e ganharam o Nepal. Tem quanto tempo isso? Tem menos de 10 anos. E como tá o Nepal hoje? Tá tentando se organizar entre os marxistas leninistas e os mauístos, mas já teve avanços sociais notáveis no Nepal. Quem ajudou a organizar a revolução nepalense foi inclusive os grupos comunistas da Índia. A Índia hoje em dia tem dandoacania sobre o controle dos mauístas e ninguém conhece Índia, ninguém consegue apontar dandoacania
num mapa. Dandacania é uma região que tem 220 milhões de pessoas. Que isso? Brasil tem no Brasil, pô. É, caraca. Saca. Loucura. Então assim, é isso que eu tô falando. A gente muitas vezes não sabe disso porque também não tem interesse nenhum da grande mídia de falar disso. Kerala, que é um estado no sul da Índia de origem dvídica, teve governo comunista por 40 anos vi eleição, saiu do poder por cinco e voltou, tem cinco e tá lá de novo. Ninguém nem sabe, entende? Então assim, as coisas são mais maleáveis do que a gente pensa.
Ninguém falaria há 3 anos atrás que os países da CDAO, que os países da África, do Leste, do nada ia ter um rio de revoluções nacionalistas que iam chegar ao poder e expulsar as potências coloniais. E os caras fizeram e Burkina Fáil voltou a um controle nacionalista muito avançado. Niger tá tá por aí também. e tem outros países que estão ali, entende? Então assim, essas coisas são muito menos previsíveis do que a gente imagina. Só que essas coisas não aconteceram da noite pro dia, saca? Não foi um belo estalo numa madrugada que o Traurê falou
e falou assim: "Ah, vou chamar dois brother e vou tomar a Burquina Fáil". Só que isso é uma construção de anos e anos e anos. Um fato de tá terra arrasada contribui, cara. É, é aquela coisa, né? Ninguém mexe quando tá bem. V ajuda. É, é, é impossível virar para você e falar. É lógico. Pensa para você ver o que que foi a revolução na União Soviética. Qual que era o lema? Paz, pão e terra. Os caras estavam todo [ __ ] no meio de uma guerra. Eles não tinham nem pão, bota para ir pra
[ __ ] da guerra. Quem tava lá não tinha comida. O campesinato vivi em servidão, mesma servidão tendo terminado em 1870, na letra fria da lei, terminou em 1870 a servidão de Gleéba. Mas a verdade é que 90% das pessoas ainda era servo lá. Chegaram com um lema. O lema era bom, a galera foi sendo convencida, a formação do Sovietor. Você já tinha toda uma experiência vinda de 1905. Você tem um trabalho do POSDR, do Partido Operário Social-Democrata Russo que começa na década de 90 do século XIX. E aí um belo dia explodiu. Para quem
não acompanha, para quem não sabe quem que eram essas pessoas, qual que foi o trabalho, qual que foi a longa duração dele, do nada a Rússia virou comunista. Só que começou, não foi com POSDR em 1890, o movimento na Rodnik, que era um movimento populista e que buscava uma maior liberdade para os servos e tal, ele começa na década 70 do século XIX na Rússia. Então assim, você tem toda uma construção histórica de coisas que foram acontecendo, que foram se acumulando e tal, até que um belo dia ela explode. Você entende? Ninguém vê o copo
enchendo, mas todo mundo percebe quando ele transborda. Então é muito difícil de você precisar o que que vai acontecer até que aconteça. O que que você tem que fazer? Você tem que construir, sabe? Que é o campo dos sonhos. Você constrói, eles vêm. João Antônio pergunta pro João se tem camarada no Itamarati. Tem, tem. Mas eh eu acho que não tem nenhum outro que que seja tão aberto quanto eu por outras questões de trabalho e tal, mas temos. Hum. Legal. O J. Oi. Você não muito pouco. Ele é um camarada. Muito pouco. Mas ele é
um camarada. Você fala o Flávio Dino? Sim, cara. O Flávio Dino e ele já teve posições muito mais à esquerda. Ele saiu do PC do B para ir pro PSB. Então assim, eu vejo o Dino hoje como um socialdemocrata. Ele ele se assume comunista. Aí que tá. Ele fala que ele é comunista, ele era do Partido Comunista do Brasil, PCDB, que a linha é muito reformista, muito reformista. Você tem um núcleo duro de pessoas dentro do PCDB que ainda tem uma ligação muito forte com o marxisinismo, mas a linha do PCDB é uma linha que
eu considero muito rebaixada, muito reformista, que tá muito mais próxima de uma socialdemocracia do que tá do Ele fala para parecer bonito de um negócio, né? E inclusive ele saiu do PCDB para ir pro PSB, né? PSB do Alkim, PSB da Tábata, né? Não é, camarada? O Penini mandou aqui: "Tio, eu queria que você comentasse mais sobre a teologia da libertação, a importância dessa vertente para o movimento revolucionário e pro comunismo e suas respectivas limitações." Cara, a teologia da libertação salvou a vida de inúmeros comunistas pela América Latina afora. que teve de padre da teologia
da libertação, que deu guarita, que protegeu, que salvou a vida de militante comunista na América Latina inteira, da Colômbia a Nicará passando pelo Brasil, passando por Belo Horizonte. Não foram poucos, foram muitos. Qual que é o limite da teologia da libertação? é o limite de ser uma tese dentro da igreja que é uma instituição que tá a favor do status qu para cada padre Júlio Lancelote tem 12.000 Bento 16 dentro da igreja católica. A gente tem que entender isso, né? A exceção ela serve para provar a regra. Ele é minoria lá dentro, saca? E mesmo
assim, né? Eh, teve muita gente da teologia da libertação que saiu da da teologia da libertação e foi para os movimentos, né? O Camilo, eh, ai gente, esqueci o nome dele agora, daqui a pouco eu vou lembrar. É um padre colombiano, Camilo, alguma coisa eu esqueci o nome dele. É porque eu tô com o Sin Fuegos na cabeça. O Sinfegos é da revolução cubana. Eh, daqui a pouco eu vou lembrar o nome do Camilo, segundo nome do Camilo, mas assim, ele é só um exemplo, mas assim, você teve vários padres na América Latina inteira, vários
membros da igreja que chegaram inclusive a adotar a luta armada na Nicarágua, na Guatemala, na Colômbia, tá? Então assim, a teologia da libertação ela foi muito importante. Ela deu guarita durante o período das ditaduras na América Latina e na América Central para muitos comunistas. Só que a limitação dela é exatamente a de pertencer a um movimento cujo movimento maior é brutalmente conservador. E acho que um dos papas proibiu, né, a teologia da libertação. Teve, teve todo o Bentou, foi o Não, eu acho que foi o João 23, né? Eu acho que foi o João 23
a teologia da libertação, né? Então assim, mas mesmo assim, pô, a gente começou com com o Júlio Lancelote, inclusive vários padres da trilogia de libertação foram expulsos da igreja também por causa das posições. Júlio, ele se assumiu, falou sobre teologia da libertação e não não foi banida da igreja, né, Bertinho? É, existem algumas coisas porque, tipo assim, na verdade, mas aquela coisa, né, o Júlio não vai ser nem Monsenhor no final da vida, né? Não, não entende é que alguns valores é que não podem ser quebrados lá dentro, né? E a teoria da libertação em
tese quebra algum desses valores que são tradicionais da igreja, né? Tem toda uma questão de subserviência também, de hierarquia e tal, que vão que vão ir contra. Luiz Renut mandou R$ 50. Traga um professor Thago Espíndola do canal Verdade Concreta. Disparado o melhor analista de geopolítica do Brasil. Segundo melhor melhor é o Rubão. Rubão 2026. Rochelle Bart mandou aqui: "Salve, João, você presta um serviço público importantíssimo pra sociedade? Parabéns para você. Tudo nosso." Ai, obrigado. Roché é um docinho, tá sempre lá no canal. Leonardo Gabriel, se o comunismo preza pela igualdade, por que a vida
de um líder da Coreia do Norte é tão diferente de camponeses do mesmo país? Só não vale falar que é culpa dos Estados Unidos ou do capitalismo exterior, hein? Não, não vou falar nem que é culpa dos Estados Unidos, nem que é culpa do capitalismo. Eh, a Coreia se organiza sobre o Dutche. O Dut é da mesma forma que a gente tem o socialismo com característica chinesa, os coreanos têm uma versão deles daquilo que eles vão considerar que é o o pensamento duty. Eh, falar, né, assim, ah, a vida do cara é muito diferente dos
seus camponeses. É claro, gente, que uma pessoa que tá no auge do comando e da representação de um país, vai ter várias facilidades que a pessoa mais pobre daquele país não terá. Isso é bem óbvio assim, né? Da mesma forma que a gente pode falar que a vida do Lula é bem diferente da vida de um trabalhador camponês do Maranhão, que a vida do Trump é consideravelmente diferente da vida do cara que cria gado em Vermon, né? Que a vida do Xin Ping é bem diferente do cara que está, sei lá, plantando papouas em Xinhang,
saca? Eu eu não vejo isso como algo que vá tirar toda a conquista de um povo inteiro e tudo que é dividido entre o povo inteiro. Nós estamos falando de um país que saiu de um longo período do colonialismo japonês, que conseguiu se libertar disso, que conseguiu construir a sua nação, que a sua nação foi atacada pelo imperialismo numa guerra que dizimou o seu país, que reconstruiu o seu país, que esse país mais uma vez na década de 90, quando caiu a possibilidade de comércio com o Leste Europeu e com outros parceiros que ele tinha,
da noite pro dia ele perdeu 40 e tantos por da sua economia donada, que mais uma vez se reconstruiu e que hoje em dia, gente, assim, as pessoas falam de Pongyang, como se Pyong Yangang fosse uma cidade secreta igual a Wakanda, saca? Como se fosse impossível entrar. Pongyang tem dezenas de representações diplomáticas. A gente tem representação diplomática lá. Tem 30 e tantos, 40 e tantos países que t representação diplomática lá. A OMS pega os dados de Pongyang, a OMC pega os dados de Pongyang. É fácil você ver como que tá Pyong Yangang hoje em dia.
E Pyong Yangang, e não só Pongyang, como o restante da Coreia, vem melhorando consideravelmente as suas condições de habitação, as suas condições de energia. Por quê? Porque não é que o cara é um doido louco com armas nucleares que ele decidiu e tudo é gasto em armas nucleares e o povo morre de fome, as pessoas comem os ossos umas das outras, facas? É vendido uma fantasia bizarra. Inclusive um dos depoimentos mais irônicos de todos os tempos é do Fernando Color. Fernando Color teve na Coreia e ele fala: "É um absurdo que o Ocidente fala, eu
vi lá e é muito diferente, não sei o quê". Saca? Por quê? Lá você chegou aí? Não, não fui. Quando eu tive na China, eu queria muito ido lá, mas eu não consegui. Eh, essa primeira é uma tecnologia de uso dual que serve para milhões de coisas. A mesma tecnologia que você precisa de masterizar para fazer um ciclo atômico, para lançar uma bomba, para lançar um míssil, é a tecnologia que você usa para satélite, é a tecnologia que você usa para telecomunicação, é a tecnologia que você usa para celular, né? Então assim, você vai em
qualquer rua de Pyong Yang hoje em dia ou de uma grande cidade, na Coreia do Norte, as cidades lá não são tão grandes porque a população é pequena. Uhum. Né? As pessoas têm seus celulares, as pessoas estão comunicando, só que são redes que são do país dele fechada. Por quê? Porque eles têm um sofrimento com propaganda e um bloqueio de 70 anos. Se eu tivesse também, eu também me protegeria. Sim. E por que que os caras investiram em tecnologia nuclear? Porque um país daquele tamanho, se ele for investir em tanque, se ele for investir em
helicóptero, ele vai apanhar a vida inteira. Infelizmente, cara, a arma nuclear é a arma do diálogo. Você pôs ela na mesa, todo mundo conversa. Você acha que faria sentido o Brasil ter desenvolver? A gente teria que ter uma bomba atômica. Acho, acho que faria sentido sim, saca? Por quê? A partir do momento que eles chegaram no ciclo completo, cara, é muito diferente. Olha o que que aconteceu com o Iraque. Olha o que que aconteceu com a Líbia. A Líbia era o país com os melhores índices de desenvolvimento humano, com os melhores índices de distribuição econômica
da África inteira. A Líbia hoje em dia não tem energia elétrica e se traficam escravos na rua durante o dia porque a noite não tem como, porque tá escuro. Foi isso que os Estados Unidos entregou pra Líbia. Mesma coisa. Olha o que que aconteceu com o Iraque. Por quê, né? Porque eles não tinham. Alguém vai invadir a Coreia? Não vai. Opa. De jeitinho. De jeito nenhum. Então assim, eh, do ponto de vista de um país minúsculo, que precisava de se defender, acho muito justo e sinceramente acho que vai continuar acontecendo durante muito tempo em todas
as sociedades dos líderes dessas sociedades terem mais acesso do que as pessoas mais pobres dessa sociedade. O que eu acho que tem que ser mensurado é quanto de acesso as pessoas mais pobres dessa sociedade tem em comparação com a nossa sociedade, a estudo, a educação, a trabalho. A Coreia do Norte é o único país do mundo que tem educação pública garantida e obrigatória de 17 anos de continuidade. Ninguém no planeta estuda mais do que o norte-coreano. Todo cidadão norte-coreano passa por 17 anos de escola. Não, desculpa, 14. 14 anos de escola obrigatório, fornecido pelo governo.
A Coreia do Norte tem uma das relações maiores do mundo de número de médico e de proximidade de médico de cada pessoa. A Coreia do Norte tem uma das relações maiores do mundo de proximidade do trabalho. A média é que ninguém na Coreia do Norte trabalha a mais do que 8 km de casa. Nós estamos falando de um país com 100% de alfabetização, com uma escolaridade média de 14 anos, de pessoas que têm garantido habitação, trabalho, saúde, educação, lazer. Nós temos isso. Eu queria ter, saca? Eu queria ter. Eu queria que todo brasileiro tivesse educação,
cultura, saúde, lazer, escola, trabalho. Nós não temos, velho. Uma vida digna na Belça. Então assim, fala de Velí, não, nem aposentar vamos mais. O é nem aposentar vamos mais. Nem aposentar vai mais. O voltar aqui. Mandaram aqui também rombos rombos. Mandaram um super chat para você, Robertinho, de R$ 100, ó. falando tão do seu lado aqui que você é [ __ ] Vou chegar nele. O salve João. Você não, esse aqui eu já mandei já. João, não fuja da pergunta. Shenobard exolord está no seu porão. Quando ele chega em Minas vai jogar no calabolo. Saudações
do Nazir falando de UR. Falando de UR, é o Eazir. Eir o o o 171 original. E isso é muito engraçado. Isso é da Mesopotâmia. Eles acharam uma tábua que é uma reclamação de um cliente chamado Nani, de um vendedor de cobre chamado Eanazir, que ele tinha vendido cobre falsificado para ele. Ele é o primeiro falsário da história. É o primeiro 171 da história. Está no Museu Britânico de Londres essa tábua de argila de 4000 anos. E aí começaram a fazer mais escavações e acharam a casa do Eanazir. E a casa do Eazir, ele tinha
uma sala onde ele colecionava tábuas de reclamação da galera que mandava para ele dos golpes que ele aplicou, tá? Então esse cara é o é o 171 original, saca? Esse original é o cara que inventou o estelionato, sacou? O demônio doações mandou aqui R$ 50. Se o comunismo preza pela igualdade, por que o meu iPhone vovuzela? Coreia do Leste, Han Arend P, Estados Unidos, cochismo selvagem, refutados comunistas. O Gabriel Bonde do Sapolio na área. Eduardo Roque, João tem classe no socialismo. Quais? Você pode comentar a respeito da diferença entre o MST e a LCP? a
possibilidade de falar da privatização da SEMIG e atuação do Sind Electro. Roxinha Apolo para ele, tá? Vamos por parte. A gente pediu pizza, né? Eh, a diferença do MST, o MST é o movimento sem terra, né? Todo mundo conhece. A LCP é a Liga dos Camponeses Pobres. A Liga dos Camponeses Pobres, ela é criada a posterior, ou seja, depois do movimento sem terra. E ela tem uma visão muito mais radical, muito mais irreto à raiz. Lembrando que radical é ir direto à raiz aos problemas do do problema do campesinato no Brasil. Então o que que
a Liga dos Campones Pobres normalmente faz? Quando ela vai fazer uma ocupação, ela faz a ocupação e imediatamente ela já faz o corte, que é o corte camponês, redistribui aquelas terras ali dentro, organiza todo aquele pessoal ali dentro, tanto para que ele possa produzir, como ele possa autoproteger aquele lugar que foi tomado e organizar aquele lugar que foi tomado. Então vai ter aula lá dentro, vai ter cuidado com saúde, vai ter esse tipo de coisa. Então, a liga para mim ela é muito mais avançada teoricamente e um modelo muito mais ideal na minha no meu
entendimento, do que o do MST. Por quê? Porque às vezes o MST vai chegar num lugar e vai estacionar na porta e vai ficar um tempaço na porta e aquelas pessoas não estão produzindo e estão paradas ali e estão tentando e tal. A liga não, a liga ela chega, ela toma, ela produz, ela faz o corte, ela divide entre as famílias. Tudo é organizado, autoorganizado. Começa a produção, assim que tem produção, já junta todo mundo, já vai paraa feira, já distribui entre todo mundo, todo mundo tá junto ali. Para mim, o modelo da liga é
infinitamente eh mais avançado do que o modelo do MST. Eh, sobre a privatização da SEMIG, não é só a privatização da SEMIG, né? A gente tá diante de governos que são muito privatistas, quanto mais um governo novo, gente, né? A gente tem que entender muito bem qual que é, de que lado que que os caras tão e o que que eles estão pensando. Um governo do privatizar absolutamente tudo o que for possível privatizar. Porque qual que é a visão econômica desses caras? A visão econômica desses caras é que o estado deve ser mínimo no sentido
de ceder o máximo paraa iniciativa privada e máximo para essa iniciativa privada toda vez que ela precisar de ajuda, né? Inclusive, parabéns ao Zema, que acabou de receber um aumento de 300% do próprio Zema, né? Eu, infelizmente, não tenho essa capacidade de aumentar meu trabalho, mas deve o meu salário, mas deve ser muito bom, né? Então, assim, é uma coisa que que que é esperado, né? E inclusive esse é um ataque que é muito esperado dentro de todo o governo que fosse pautar na égede do neoliberalismo. É só a gente ver o que acabou de
acontecer com a Sappa. Só a gente vê o que que aconteceu com a energia elétrica em São Paulo e que merda que ela tá, né? Quando a gente vai ter problema em metrô de São Paulo, em quais problemas que a gente, quais metrôs que a gente costuma ter problema? Nos que são de concessão, né? O metrô de Belo Horizonte foi cedido em concessão já tem um ano e pouco. E o que que foi melhorado? Vários nada, né? A gente sabe que o modelo de da concessão eh privada à água, por exemplo, é um modelo fracassado
internacionalmente. Você tem vários estudos do mundo inteiro que mostraram, inclusive que boa parte dos países do do do centro do capitalismo que fizeram isso tiveram que recomprar as suas companhias de esgoto, as suas companhias de água, porque o modelo não funcionava, tá? Então assim, eh não é surpresa nenhuma. E o sindicato tá fazendo todo o possível e o imaginável. Por quê? Porque quando acontece as concessões, é sim de eletro, sim eletro, a primeira coisa que acontece é a destruição da relação trabalhista, né? Porque o cara vai falar assim: "Porra, uma coisa era você que era
funcionário público ou mesmo funcionário de uma economia de uma empresa de economia mista quando você tava ali. Agora não, meu irmão, agora o que suco ferve de outra forma. Então assim, eles vão, o primeiro gasto que eles costumam mitigar é o gato do trabalhista, né? Então assim, e a tendência é que toda vez que esse tipo de privatização passe, que a gente tenha milhares e milhares de trabalhadores tendo a sua relação trabalhista muito prejudicada, né? Espero que não passe. A gente luta para isso. A gente vai se mobilizar das formas que for possível. Mas a
gente sabe muito bem que dentro do sistema que a gente tem, a tendência é de cada vez mais se privatizar as coisas, né? Se a gente for pensar o tanto da Petrobras que foi vendido no governo do Bolsonaro, é uma coisa impressionante, né? E não é que não tenha sido vendido no governo da Dilma, não é que tenha sido não tenha sido vendido no governo do Lula, foi também, mas foi muito menos, né? né? Se a gente compara governos como do Fernando Henrique, por exemplo, é um show de privatização. Entregou geral, né? Vale, [ __
] Entregou a Vale e entregou a preço de banana, assim, saca? Eh, no governo do Bolsonaro por exemplo, cara, e [ __ ] hidrocarboneto é uma cadeia muito estratégica, cara. Petróleo é uma cadeia muito estratégica. Você entregou eh certas Não, não, o problema não é nem refinaria. O problema é, por exemplo, assim, várias e várias tubulações que fazem o contato e e a transmissão entre as próprias refinarias foram entregadas pelo preço que elas estão sendo alugadas de volta pro governo em um ano. O cara comprou um bem que no primeiro ano que ele alugou o
bem de volta, pagou, pagou, pagou, saca? Que insanidade, pô. Até eu que sou mais otário, sa, pô. Só que se eu chegar no banco e falar: "Mim, empresta aí 150 milhões para eu comprar um óleo", o cara do banco não quer me emprestar. É [ __ ] É muito louco porque tem um trabalho assim de difamar estatal, né? Eh, eu eu mesmo já fui super a favor assim de privatizar correio, privatizar tudo, né? Aquela ideia do novo mesmo. Pô, tem que privatizar porque na mão da empresa privada vai funcionar muito melhor que na mão do
estado, cara. É, é só você ver, vai na FedEx, que é uma empresa privada, e ver quanto que custa uma carta lá. É, saca? Correios, por exemplo, é um exemplo clássico, cara. Correios tem uma capilaridade que nenhuma outra empresa privada tem parecido. Inclusive, a esmagadora maioria dessas empresas privadas, dependendo do lugar, usa os Correios. Ela te cobra, ela faz metade da logística, chega nos correios, e fala: "Entrega o resto aí para mim, fera". Sim. É, o problema é que tem hora que o o serviço público também é tão mal prestado à sociedade que aí a
sociedade acaba falando, pô, tem que tem que privatizar mesmo. Aí fica pior, fica mais caro, né? O o bi você vê tipo assim, [ __ ] cara, lá em São Paulo que a galera sofre com queda de luz, cara. Lá no Rio de Janeiro também, pô. Biólogo direto. Sabe onde você sofre com isso? que é tipo assim, ó. Quando você vai lá e vai contratar uma transportadora para entregar qualquer produto seu, assim, leva isso aqui, o cara entrega um lixo, cobra caro, beleza? Você tem que concordar com isso, senão ele não vai levar para você.
Quando você chega numa empresa que teoricamente é sua e você não é bem atendido lá dentro, aí você dá vontade de falar assim: "Não, então v essa porra". Porque eu sou dono dessa merda. Isso não é nosso, é nosso. Então eu sou dono, não sou bem atendido. Quem vai ser? Essa é a sensação. Assim, eu super entendo a revolta, só que assim, ela ela ela acaba escondendo outras coisas que são muito piores, saca? Mas é nisso. O demônio de doações mandou R$ 100. Coletivismo, autoritarismo, pós-modernismo, marxismo, Jordan Peterson, filho de Peter Jordan, do Nei Nerd,
Cambodia, Vietnã, Rambo 3, M60, AK47, União Soviética, Inglaterra, Margarete Toucher. Quero ver refutarem essa agora como nxinha de merda. O Ian mandou aqui também. Essa é para você, capitalista sem capital, comunista não defende igualitarismo. Coreia popular não tem fome. Gente em situação de rua ou analfabetos. Vida longa Coreia Popular. E a imortal ideologia suji. É isso mesmo, Jute. Estudem mais. Valeu. O Vittor Celson mandou R$ 100. Tio fazendo advogado do diabo. Se as sociedades cooperativistas eram tão desenvolvidas, por que elas foram dominadas pelos europeus que passavam a maior parte do tempo morrendo de fome? Vai,
vamos lá. Primeira coisa, gente, é doenza, tá? Os europeus tinham uma coisa maravilhosa chamada gripe, chamada rubéula, chamada escorbuto. Tem várias doenças que não eram comuns fora da Europa, que os europeus tinham obviamente anticorpos para elas e não morriam delas e que dizimavam essas populações. Segundo, nada impede uma sociedade de ter uma tecnologia militar mais avançada e ter um desenvolvimento social menor, entende? Sim. Então assim, eh, boa parte, vamos pensar, por exemplo, nos espanhóis que chegam aqui, que vão tomar o império incaico. Primeiro, os incas deram azar do [ __ ] que eles tinham uma
profecia que os deuses deles iam chegar do além mar e iam chegar montados em bichos, não sei o que, não sei o quê, que era literalmente a descrição de um cavalo. Eles eles acreditaram que era o exerminho deles, puto. Acreditaram real, oficial, que eram os deuses dele chegando por causa dessa profecia, porque a profecia descreve os caras chegando do mar montado num cavalo. Mas para matar eles ou para não eram os deuses dele que estavam chegando. Agora se os deuses iam julgá-los ou se iam fazer qualquer coisa, não falava. Caramba, velho. Então assim, começa nesse
azar do [ __ ] continua no fato dos caras terem várias doenças que não tinha nenhum anticorpo aqui e vai pros fato dos caras terem tecnologia militar mais avançada do que você tinha aqui e também terem uma ausência brutal de caráter. A primeira vez que vai ter uma reunião dos espanhóis com os chefes incaicos, os espanhóis percebem que eles todos estão armados, que eles são 30 caras armados contra 150 cara que não foram com arma nenhuma, porque eles foram para conversar. Que que eles fazem? Sequestram o rei e mata o resto. Saca? É, então assim,
você tem vários fatores que vão se coadunar para permitir que essa dominação aconteça. Cara, é assim, desculpa, pensa no civilization. O fato de você ganhar uma vitória cultural não significa que você aguenta uma bomba atômica em cima de você. Loca, é isso. Um tava propondo uma vitória cultural, o outro tava querendo uma vitória militar. Os dois trombaram e o cara que tinha a faca maior ganhou. Enfiou e já era. Sacou. Então, camarada João, o demônio mandou R$ 50 aqui. Camarada João Carvalho, eu quero saber o seguinte, se a China é tão [ __ ] assim,
por que que não invadiram o Brasil ainda para retalhar esse país de malha ferroviária? Eu achando que são cagões. Cola aqui no Brasil, Xi, se tu for homem mesmo, cara, vou te falar, cara, esse é um dos maiores absurdos assim do Brasil, né, cara? Você pensar um país com dimensão continental que não tem ferrovia, cara, é um dos negócios mais absurdo, cara. Sac, se a gente, assim que a gente conseguir fazer revolução, nós vamos levar o Brasil rumo ao século XIX. É por rodovia, é por ferrovia, cara. É um negócio absurdo, cara. O custo disso,
cara, não faz sentido nenhum, velho. A galera morrendo em rodovia, car. O tanto de gente morrendo, tanto de motorista de caminhão trabalhando 200 horas na virado no rebit para fazer um bagulho que devia tá sendo feito pela nossa estrutura. E a pouca estrutura que a gente teve, o que que a gente fez? Mandou pro privado, privatizou. É só pensar o que que era RFFSA, a rede ferroviária federal, sociedade anônima. [ __ ] quantos lugares de Minas que não passava, cara? Sete Lagoas ia de trem, altos lugar ia de trem, cara. São Paulo, Rio tinha que
ter trembala, velho. É um absurdo que não tem. E foi uma das promessas da Copa Brasília, cara. Brasília nas lembrar que o trem eu não quero uma trem bala para Brasília. Eu quero só uma estrada que seja minimamente boa. Não tem estrada. Os cara querendo um trem bala é Belo Horizonte. Ó o tanto de gente que morre aqui. B a coisa mais absurda do mundo, cara. Nós estamos do lado da segunda maior cidade de Minas Gerais, uma cidade que tem quase 1 milhão de pessoas. A cidade gigantesca para você sair de Belo Horizonte para Uberlândia
ou de Uberlândia para Belo Horizonte. Cara, a estrada parece que você tá assim num filme do Glauber Rocha na década de 60. Uma das piores estradas que eu já vi no Brasil. Lógico que tem umas que nem são pavimentadas, mas sério, você pega a uma das maiores cidades e o centro de logística do Brasil, talvez. Sim. Você não tem uma estrada para você ir pra capital. Não tem. Não tem. [ __ ] você pega como cara? É absurdo, porque não é não é mais ou menos isso. Isso é a coisa mais importante do estado. É,
semana que vem a gente vai pro Rio gravar com o Elias. O, a gente escolheu ir por São Paulo em vez de ir por Jundiaí ali. Porque, pô, não vamos pegar estrada aqui, né? Correr não tem como, cara. Sabe mandar 100 km a mais para 100 km a mais. Que que a gente teve que fazer? Pô, três step. Não tem como levar mala no carro, porque você tem que levar três step, porque você sabe, vai se [ __ ] dos buracos da estrada. Aí que é absurdo. Como é que é o negócio que eu não
tô sabendo isso, tem que levar três step quando você sai para viajar um um trajeto mais longo que no Brasil, você tem que pôr mais de um step, você vai furar o pneu mais de uma vez nos buracos, senão você vai ficar parado na estrada, [ __ ] Sabe que é isso? Tipo assim, você, pô, falamos brincando da China aqui, mas, pô, qualquer cidade acima de 300.000 lá tem um trem de grande velocidade. É, ou seja, se a gente tivesse falando de um trem de grande velocidade de Uberlândia para Velozão, nós estamos falando de uma
viagem de 1 hora30. Olha aí, velho. Fazer daqui até São Paulo que é 6 7 horas de capas em duas horas de car. Cara, o Brasil devia ser cortado inteiro disso, cara. Cara, é só você pensar, pensa no custo idiota que a gente tem que arcar para exportar soja, já que o Brasil é um país agrário exportador. Uhum. Qual rodovia que leva a soja? Qual ferrovia que leva a soja? Qual hidrovia que leva a soja? Pensa no custo disso. É imbecil, cara. É imbecil. Tinha que ser cortado por malha ferroviária, hidroviária, com todos os modais
possíveis. Que a China quer investir numa ferrovia do Peru até quer quer sim. um dos projetos do Belton Road Initiative, né, da rota da ACA é esse, né? Inclusive eles já começaram a fazer, né? Já do lado de lá para cá já. Aí a hora que chega no Brasil tem todas as É. E aí é passar pelo códigos florestas, quer ver passar pelo Não, mas esse era um negócio que eu tava te falando, cara, que eu acho que é um dos piores erros desse governo do Lula 3, cara, que é não embarcar no bricks, cara.
Esse é o erro histórico que vai ser mais caro pro Brasil, cara. Não, mas ele tá no brick, não tá? Mas não tá, mas não tá tá peronomia tramp, mas fica ali tentando flertar com um, flertar com outro, cara. É, é essa é a receita do fracasso, saca? Assim, essa é a receita do fracasso. Quem quem quem eh fica os dois voando nenhum na mão e não consegue nada, saca? Tio João tem muitas falas necessárias incríveis, mas as falas dele sobre autismo e TDAH são de longe das coisas mais emocionantes que já vi no YouTube.
Maravilhoso, tio João. Que lindo que tu existe. Xiru Sander que mandou aqui. Pô, obrigado, cara. Obrigado. Eu sempre tento falar, cara. Eu sou diagnosticado, eu sou neurodivergente. Eu acho que é importante falar. Eu acho que como comunicador eu tenho, né, esse dever de falar, né, da gente lutar por essa população que é uma população PCD, né, que a gente que é autista e tal. E e tudo que eu puder fazer para fortalecer, para dar voz para esse movimento, eu acho que é importante para [ __ ] cara, porque é difícil e às vezes tem um
preconceito muito grande, né? A sociedade tem um preconceito muito grande com o neurodivergente. [ __ ] cara, eh, minha tia avó morreu em Barbacena, cara. Tá, cara? Morreu em Barbacena. Eu cansei de ir em Barbacena visitar ela, cara. Se fosse há muito pouco tempo atrás, provavelmente eu estaria lá, você entende? Então, assim, eh, eu acho que é muito importante a gente falar, a gente mostrar, porque, né, não é esse fato que vai nos impedir de ter toda uma vida e tal. E é muito importante também a gente criar as possibilidades de terapeutização paraas pessoas, né?
Então assim, eh, uma das coisas que eu mais tenho orgulho na vida é de ter participado desde os momentos iniciais do Sameca, que é um projeto chamado Saúde Mental Camarada, que [ __ ] começou com três, quatro pessoas, que hoje em dia faz milhares de atendimentos, eh, no Brasil inteiro, de forma presencial e virtual, organizando psicóloges e psiquiatras e todo mundo tá saúde para poder levar, né, esse cuidado com a saúde mental para as pessoas. E eu acho que isso é muito importante, cara. A gente vive numa sociedade que é muito adoecedora, saca? Muito adoecedora.
Então, assim, as pressões do trabalho, a pressão do dia a dia, essa pressão que a gente tem do próprio individualismo do tempo todo, você tá pensando, [ __ ] eu tô fracassando, eu preciso de fazer isso, tal. E é importante as pessoas entenderem que elas não estão sozinhas, saca, cara? E eu tento criar esse ambiente acolhedor dentro das minhas lives, dentro da minha comunidade. sempre que eu posso falar, eu falo também, cara, porque é importante para [ __ ] a gente ter esse tipo de ajuda, ter esse tipo de acesso, as pessoas saberem que existe
esse tipo de acesso, porque muita gente não sabe que pode procurar o SUAS, assistência social, que pode procurar o SUS, que existem profissionais que vão ser da psicologia ali, que boa parte das universidades federais têm esse tipo de atendimento a preços populares ou gratuitos que a pessoa pode procurar. Então assim, se você tá ouvindo a gente, cara, e você tá pensando assim, [ __ ] às vezes eu me sinto sozinho, tá difícil, tá pesado, tá, tá complicado para mim, não tenha medo de estender a mão, não tenha medo de procurar ajuda, é a melhor coisa
que você pode fazer por você. E procurem o Sameca também, que a gente tem esse projeto do saúde mental camarada pra gente poder atender, né? E aí a nossa ideia lá é da soberana, né? É da soberana. E a ideia é fornecer atendimento dos nossos para os nossos, porque muitas vezes, né, pô, imagina a pessoa é transexual e aí chega num num médico que é super conservador e vira para ela e fala: "Ah, isso é falta de Deus, vai se [ __ ] e não sei o qu". E é [ __ ] sabe? que é
muito pesado. Então assim, esse é um lugar também que as pessoas podem saber que elas vão receber um tratamento de fato com digno com com com a com a sua pessoa humana, com a humanidade dela e tal. Então assim, a gente preza muito por isso e é um [ __ ] trabalho. Quero parabenizar aqui o Vini e parabenizar o Furry e todo mundo do Sameca na figura dos dois, que é um trabalho assim gigantesco que esses camaradas fazem e que salva muitas vidas. mesmo, saca? Cara, eu já tive momento dentro da minha própria live da
gente parar a live, porque uma camarada dentro da live tava com ideiação suicida e aí, [ __ ] foi uma loucura, cara. Ela era do interior de Minas e a gente acabou descobrindo que na live tinha outras duas pessoas da cidade. Elas foram até onde ela tava, levaram ela, ela se internou, passou um mês internada e agora voltou e tá bem e tal. Então assim, eh, uma das grandes felicidades que eu tenho na vida é de ter criado um ambiente onde a gente possa falar disso com abertura, falar disso com tranquilidade e tentar fornecer para
essas pessoas todo o atendimento, toda a colhida possível, cara, porque isso é muito importante, cara. Isso faz a diferença do [ __ ] assim, na vida das pessoas. É pouca coisa que a gente faz e que faz uma diferença gigante, assim, já teve est pensamento já, cara. Muitas vezes, muitas vezes, cara, porque assim, é, meu diagnóstico mesmo foi muito tardio, então assim, você não conseguia entender algumas coisas. Durante a maioria da minha vida, eu fui diagnosticado com distimia. O que que é distimia? Distimia é uma depressão permanente que não é paralisante. A crise de estímica,
ela dura 5 anos, 7 anos, 6 anos, 4 anos. Você fica muito deprimido naquele tempo, mas ela não te paralisa como uma depressão profunda. Então você continua trabalhando, você continua fazendo as coisas, você só tá morto por dentro e vendo o mundo em tons de cinza, saca? E depois do meu diagnóstico é que eu vim descobri que a distimia não era uma causa, era uma consequência, né, das dos meus outros vários diagnósticos. E aí eu passei a tratar eles de uma forma diferente, tanto medicamente, tanto medical, eh, medicamentalmente, quanto na questão da própria psicoterapia e
fez a diferença brutal na minha vida, porque, por exemplo, eh, eu sou autista e para autistas normalmente eh, antipsicóticos de segunda geração tem o mesmo efeito que para pessoa comum, antidepressivo tem. Então eu tomei 200 milhões de remédio a minha vida inteira que não fizeram efeito até eu descobrir o que que eu era e tomar um antipiscótico de segunda geração e fazer efeito, saca? Então assim, e eu fui descobrir isso com 39 anos de idade, meu diagnóstico de distimia foi com 20. Eu já passei a adolescência inteira disso e, tipo, tomei 26 combo de remédio
diferente, uma vida inteira que nunca deram certo, sem saber porquê. que um belo dia. E foi muito irônico porque meu diagnóstico não veio de mim. Meu diagnóstico veio dos meus filhos. A psicóloga do do meu filho virou para mim e depois de um tempo que ela tava com ele e falou assim: "Ah, eu quero fazer uma reunião só com você". Eu falei: "Ah, beleza. A gente fez uma reunião primeiro eu e minha esposa. E aí depois ela fez uma reunião comigo?" Ela virou: "João, como você também tem teia de nível um, TDAH e altas habilidades
igual o Eric, eu queria falar conceito porque você vai entender." Eu falei: "Pera aí, pera aí, eu tenho o quê? Ela falou: "Você não sabe?" Eu falei: "Não". Ela falou: "Você tem? Conversa com seu psicólogo, conversa com seu psiquiatra". Aí eu fui conversar com a minha psicóloga, tinha 5 anos que ela me atendia já. Aí eu falei para ela, pô, a psicóloga do meu filho falou isso. Ela falou: "Mas como assim você não tem o diagnóstico?" Eu achei que você tinha. Eu sempre parti do pressuposto que você tinha. Falei: "Não". Aí eu viro pro meu
psiquiatra e falo assim: "Porra, cara, aconteceu isso e isso". Aí meu psiquiatra, que é um homem muito discreto, ele levantou, apontou o dedo da minha cara e falou: "Caralho, tu é autista para caralho". É isso. Vai fazer agora, vai fazer agora o teste. Eu fui fazer o teste. Era e aí a partir disso eu mudei minha medicação, mudei a forma de psicoterapia e tal e minha vida melhorou da água pro vinho, saca? Da água pro vinho, porque as coisas começaram a dar certo e tal, mas foi uma vida, saca? Até eu saber disso. E e
aí a gente luta para conscientizar, para explicar porquê, cara? Porque e são coisas que pessoas não têm acesso hoje em dia, saca? É muito caro fazer um teste neuropsicológico no SAMEC. Hoje em dia oferece o teste neuropsicológico por um preço infinitamente inferior ao que é o o preço de mercado. Tem outras iniciativas que estão sendo capitaneadas para com outros neuropsicólogos também para poder fazer isso. Massa demais. Só que esse é um trabalho, cara, assim não é disponível, as pessoas não sabiam e tipo, [ __ ] na minha época, velho, não tinha nada disso, tá ligado?
Tipo assim, é, eu acho que até hoje muita gente não sabe, né, cara? Eu mesmo ouvi falar do Sameca. Tem é não. E tipo assim, [ __ ] quando eu era moleque me passaram um ano paraa frente porque eu aprendi a ler sozinho e falar: "Ah, ele deve ser super dotado." É isso. Saca? O moleque é estranho. É isso. E aí, tipo assim, umas coisas, cara, que você passa a vida inteira falando assim: "Ah, [ __ ] eu não gosto muito de lugar muito barulhento. Eu, se eu fico muito tempo num lugar com muita gente,
eu fico muito cansado. Eu sou fresco. É frescura. Eu fui criado assim, saca? Tipo, na minha geração não tinha nada disso. E aí você vai descobrir, não, de fato, quem tem isso tem uma dificuldade auditiva lá, tal, que você cansa para [ __ ] você tem problema com situação social e tal, e você vai ver, [ __ ] talvez eu não seja fresco, talvez tem alguma coisa ali, saca? Então assim, foi um bagulho que mudou muito, cara, a minha percepção de mundo e tal. E aí, [ __ ] velho, eu luto para que as pessoas
não tenham o que passar, porque pelo que a minha geração tenha que passar, saca? Porque se a gente consegue dar isso, dar o diagnóstico, chegar nos negócios com a criança antes, ela não vai desenvolver a distimia que eu que eu desenvolvi, porque ela não vai ter que que se frustrar para [ __ ] e fingir uma coisa e se mascarar para pertencer a uma situação social e tal, porque ela vai ter a terapia ocupacional, vai ter a psicoterapia, vai ter os negócios ali e ela vai crescer de uma outra forma infinitamente mais saudável, saca? Sim.
Então assim, muita gente da minha geração que, [ __ ] tentou suicídio, que se suicidou, que viveu uma vida inteira deprimido, que não sei o que e que aí com 40 anos, com 30 e tantos anos, descobre os bagulhos, saca? Eu espero que essa geração seja a última que tenha passado por isso. O que tiver no meu alcance para fazer, para que seja, farei, sa o demônio de doações mandou mais de R$ 50 para cada fogo. Os cara que mandou mais de R$ 1.000 hoje. Para cada capitalinha beta que faz donate lixo de R$ 5.
Faça aqui meu donate comunista. Sigma alfa shed 10 vezes maior para morgar esses betinhas. Xin ping, quero ver tu aqui no Brasil fazer o que tu fez com a China. Vem cá, se tu é se tu é brabo mesmo. E depois ele mandou mais R$ 50. [ __ ] os capitalistas são haters. Eu tô feliz que passagem tá paga, o aeroporto tá pago, a pizza tá paga. Processo que o processo não é tão barato, menos ajudou. Os capitalistas são haters de revolução armada, mas não tem 10% de arma que eu tenho na minha calça agora.
Peg, pega aqui meu match, seu ômega. [Música] [ __ ] mandou mais R$ 50. [ __ ] João Carvalho, vou te fazer uma pergunta agora extremamente capciosa. A situação geopolítica global hoje está doida a ponto que nem Bruno Latur conseguiria acompanhar. Dado isso, como que o Umban the Giftsiven avança? Umbando giftsiving. É, desculpa, meu inglês é uma bosta. avança o comunismo brasileiro. Não, ele tá brincando porque ele tá falando de uma carta de médic que foi desbanida, entendeu? Ele tá falando, dada a situação geopolítica, como que o band do Gifts and Giving avança o comunismo,
porque foi desbanido no Boder, mas já tem mais tempo. É um be do gift. É, é uma carta de médic que foi que foi desbanida só. Ela era roubada essa carta? Ah, cara, era roubada. Mas assim, como é que funciona qualquer card game, né? Cada nova edição é ainda mais absurda do que a edição anterior. Aí chega num ponto que a carta que era roubadíssima 5 anos atrás é uma bosta hoje em dia. Aí os caras fala: "Ah, pode liberar de novo, não vai fazer diferença nenhuma no formato". O Danny mandou aqui R$ 10. Melhor
podcast do Três Irmãos da história antes do dia. Amanhã amanhã 10 horas da manhã estaremos aqui. Que isso? Vou dormir sem ar condicionado, só mascando balas de gengibre para falar mais 6 horas aqui com vocês. A gente chegou aqui em todos aqui. Eu só vou ler o do o do Robertinho, que foi um especial para ele aqui também, que foi o de 100 conos. É, deixa eu achar ele aqui que a gente chegou no encontro lá. Galera, dá like, se inscreve. Amanhã 10 horas da manhã a gente tá aqui. Foi legal demais tá com vocês
aí. O Maolim mandou: "Eu sou fã do Mendinho comunista e gostaria de pedir abaixo a toda calúnia a meu líder". Malfim. Valeu. É isso aí. Obrigado, tio João. Chegamos, cara. Assim, primeiro eu não tenho como agradecer mesmo assim de coração, cara. Primeiro vou vou ser muito sincero com vocês. Melhor podcast do mundo, porque eu posso fumar e posso tomar cerveja. Maravilhoso. Espetacular. já ganhar aí, tá? Conversa foi uma delícia, foi muito bom. Eu eu fico super honrado de est aqui. Agradeço demais pelo convite mesmo, pelo espaço que vocês abriram pra gente. E só como mensagem
final, eu quero falar que lá no meu canal, além de eu distribuir 100 livros por ano para todo mundo que tá lá me seguindo, que é membro, eu faço um sorteio de 150 livros por mês, eu construo todo ano no mínimo duas bibliotecas populares. No ano passado a gente fez uma doação à primeira biblioteca popular pro cursinho Curumim lá em Ribeirão das Neves. Ribeirão das Neves é a cidade mais pobre da região metropolitana de BH. E no segundo semestre a gente fez a doação pro Marreta, que é o sindicato dos pedreiros lá de Belo Horizonte.
E eles fizeram um trabalho maravilhoso lá que eles reformaram uma sala. Então agora tem lá o espaço da biblioteca e um espaço de estudo e eles deixaram a pessoa dedicada lá para isso, né? E a gente consegue fazer isso sem parceria, sem nada, com as pessoas que seguem, que apoiam o canal, que estão lá nas lives, que vira membro do canal, que segue o apoio assim. Então assim, eu tô em todas as redes com assim disse o João. Apoia-se assim disse o João, a o YouTube é assim disse o João, TikTok, Instagram, tudo. Quem puder
seguir eu fico muito grato. Tem que seguir, mano. E quem tiver lá e for entrar como membro, for fazer qualquer doação, saiba que você tá ao mesmo tempo participando desse sorteio dos livros e ajudando a construir as nossas bibliotecas populares, tá? Então, queria falar dessa iniciativa nossa lá também, que é uma iniciativa legal. Parabéns. Quantas pessoas passaram por aqui hoje, Pedro? Tem aí o número aí? Ainda vai tá atualizando, né? Na hora que eu vi aí tinha dado bem no comecinho aí já tinha mais de 25.000 pessoas tinham passado. Pô, que massa, cara. Que massa,
velho. Bom, eh, eu quero falar para todo mundo ir lá e valorizar o trabalho do tio João aí. Segue ele, se inscrevam no canal dele e se inscrevam no nosso também, né, Albertinho? É muito importante assim, a gente tá aqui quantas? 53.000 pessoas passaram por valeu. Quem teve aí, deu like, compartilhou, obrigado de coração. A gente precisa disso aí. É um trabalho assim, a gente se esforça, tenta trazer as pessoas que vocês querem aqui. Se a gente tiver um tamanho maior, tiver mais oportunidade, vai trazer mais ainda quem vocês querem. Então, ajuda a gente que
a gente ajuda vocês. Quero trazer Car Marcos aqui. Hã, né? E há uma mesa de oíja. A gente troca a pizza para uma mesa de oíja e faz o seance aqui. Sabe tem medo desse negócio aí. Galera, agradecer também nosso parceiro Instituto Oliver Carreiras Policiais é quem mais aprove. Se você tem um sonho aí de ter um cargo público, procura o Instituto Oliver que ele vai te ajudar muito na realização desse sonho. Valeu, até amanhã. 10 horas da manhã, tio João e Calvinho. Daqui a pouco já estamos aí já nós vamos comer essa pizza. Trocar
de camisair que é diferente. Vamos ficar aqui de uma vez. Só trocar a boca. Vamos embora. Isso. Valeu galera. Fui.