Antropoceno e cosmopolítica

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Saber cotidiano
Referências: COSTA, Alyne de Castro- DA VERDADE INCONVENIENTE À SUFICIENTE: COSMOPOLÍTICAS DO ANTR...
Video Transcript:
[Música] saber cotidiano no ar bem-vindos a mais um vídeo do canal na nossa série sobre o antropoceno sobre as mudanças climáticas sobre a ideia de Gaia sobre todas as questões que envolvem humanos não humanos outras formas de humanidade outras formas de existência modos de vida que se confluem e que agora a gente está debatendo para essas relações que envolvem outros modos próprios de vida na Terra hoje eu gostaria de trazer aqui um pouco dos meus aprendizados junto a filósofa Aline Costa que tem trazido essa questão de uma maneira muito próxima a forma como a gente
trabalha aqui no canal ou seja um debate que engloba ideias de humanos não humanos perspectivismo a ciência política e também a ideia de verdade que ela articula muito bem pensando Justamente na ideia da Verdade da ciência do pensamento científico racional contrapondo isso a formas de verdade e trazendo também a questão dos negacionismos bom para começar é importante a gente recapitular um pouco a visão que a gente traçou nos vídeos anteriores sobre a ideia de Gaia a ideia de terra né não como algo cristalizado nem algo extremamente racional ou algo digamos assim que tem uma força
mística embora isso seja uma interpretação possível a ideia de terra a ideia de Gaia Ela traz para gente a importância da gente enxergar uma série de processos uma série de situações questões históricas que vão construindo né tudo que é tudo tudo que resulta hoje no que a gente tem como planeta terra ou seja uma série de camadas ou uma série de Atos eventos situações que vão se compondo que vão se coloca ali ao longo do tempo e que hoje né permite a gente enxergar essa terra é enxergar Gaia de uma maneira muito específica sofrendo questões
trazendo questões à tona que a gente precisa resolver e responder também se a gente quiser continuar vivo nesse planeta Então nesse sentido a ideia de terra ela é uma espécie de estrutura na qual essas diferentes realidades se relacionam e ela se relacionam por meio de divergências ou seja não significa que todos estejam no mesmo pé de igualdade de compreensão sobre o que seria né Essa realidade o que seriam essas realidades a terra Então ela tem a ver com diversas maneiras pelas quais nós e outros povos vivem e expressam o seu pertencimento neste mundo e isso
tem a ver com diferentes culturas tem a ver com diferentes verdades tem a ver com diferentes cosmogonias tem a ver com diferentes construções teóricas construções míticas construções de conhecimento né epistemológicas a respeito da Terra isso também tem a ver com diferentes práticas então a gente não tá só no nível do pensamento a gente está no nível da Praxis a gente está no nível de atuação né de outros povos isso eu acredito que tem muito a ver com que a Isabelle stranger vai dizer sobre principalmente a proposição cosmopolítica quando a Isabela estrangeiro fala em proposição cosmopolítica
ela não quer traçar um plano geral ela não quer plasma as diferentes visões mas pelo contrário Ela traz a cena diversos sujeitos diversos objetos que se relacionam que trocam de posição que se compõem mutuamente a inspirado em Artur e que nunca podem ser vistos como algo cristalizado algo Pronto né mas sim essas relações essas composições mutuas estão sempre abertas a surpresas a novas criações a descobertas trata-se então um campo de construção é quase um construtivismo mesmo mas não construtivismo plenamente social mas um construtivismo no sentido de abertura os acontecimentos abertura aí aos fluxos e as
novas composições que podem ser possíveis né E quando a gente então discute O que é a terra dentro dessa visão de cosmopolítica né a gente tá assim se referindo a essas questões todas né que a terra está em aberto que a Terra é a terra não está plasmada a terra Tem sim um processo histórico de sedimentação de camadas Mas isso não tá cristalizado isso está aberto né uma série de composições que se dão e continuam ocorrendo até hoje e algumas a gente sabe que vão dar ruim e outra gente sabe que podem dar bom então
o que a gente percebe dentro dessa ideia de Gaia de terra é que de fato é uma entidade que faz sentido a gente dizer que né tem um peso tem uma importância tem toda a questão digamos assim ambiental mas isso são menções construídas né Por Um Certo discurso por um certo momento histórico por uma certa quantidade de pessoas que pensam desta forma né Por exemplo se a gente for pegar os Yanomami outras tribos tradicionais outros povos eles não vão enxergar a terra desta mesma maneira isso não significa que eles também não estejam vivendo as consequências
daquilo que nós ocidentais nomeamos sobre o que está acontecendo com eles também se preocupam com essas mudanças Mas eles se preocupam de outras formas né Isso não significa que eles vivam essas relações E essas construções e justamente essas composições mútuas que eu falei da mesma forma que nós ocidentais da mesma forma que nós temos colocado esses termos de uma maneira mais científica né E aí então a gente precisa considerar que se a gente está falando de terra se a gente está falando de Gaia a gente não pode simplesmente partir só desse ponto de vista científico
ocidental né existem diretrizes existe a ONU existem uma série de protocolos tudo bem né mas os povos da floresta eles não dialogam necessariamente com essas referências né E se a gente precisa viver em conjunto se a gente precisa encontrar uma solução comum para o problema da Terra para essas questões a gente precisa Claro levá-los em consideração e respeitar a sua forma de enxergar essas composições e englobar isso num caldo comum né Para a gente partilhar a partir E aí uma possível soluções né então não há uma visão cristalizada e única de todos os povos do
mundo sobre o que seja a terra não há essa noção Universal e muito pelo contrário essa visão é segmentada uma noção Universal ela leva a supor que existe apenas um registro né de leitura dessa questão e não há né a gente precisa de fato construir a gente precisa de fato no encontro com as diferenças constituintes dos povos do mundo a gente precisa construir uma ideia de como na realidade a partir da qual né dentro dessa Perspectiva da cosmopolítica haja trocas haja composições mútuas e a gente aprenda a lidar com a verdade dos outros né Ou
seja a cosmopolítica Entra aí para mostrar que o mundo ele pode ser várias coisas e a gente pode pensar na coexistência de diferentes visões e compreensões de mundo né mas muito cuidado aí sem colocar nós humanos como os únicos agentes efetivos na história porque se a gente for pegar essas outras cosmovisões a gente percebe que de fato estão em jogo não só animais vegetais minerais espíritos antepassados a gente percebe como existem outros elementos de composição que não estão sendo considerados e a ciência obviamente vai ignorar isso e vai se colocar como a única visão legítima
só que aí ao fazer isso ela joga fora todas essas referências e acaba excluindo né essas outras maneiras divergentes de compreensão do mundo ela não coloca a ciência não trabalhe que pede ela não consegue trabalhar em pé de igualdade com outras cópulas e essa é uma grande crítica que esteja faz é uma grande crítica que latur também tem feito né que é justamente essa reivindicação de Privilégio da ciência no sentido de Constituição de uma verdade né isso é muito sério e isso dá margem para a gente pensar milhares de questões relacionadas inclusive é um negacionismo
científico tema que eu vou abordar no próximo vídeo
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