Boa noite pessoal boa noite a todos todos e todes bem-vindos bem-vindos bem-vindas eh a mais um encontro do clube F eh hoje a nossa conversa vai ser com o Fernando silv Silva que é coordenador dessa coleção desnaturadas Hoje a gente vai falar do livro uma outra ccia é possível da Isabele stengers eh a gente já lançou na Bazar do tempo eh a vincian depr que eh o livro autobiografia de um povo que o Fernando também conversou aqui com a gente sobre ele e hoje além de coordenador da da da coleção ele é também o tradutor
eh desse livro Amigo pessoal da Isabele stz quando a gente quer falar com ela a gente pede ajuda para ele eh eh e e é isso Não não vou falar muito pra gente eh escutá-lo Eu já estive em alguns eventos com o Fernando e a Aline Aline Costa hoje não tá aqui ela pediu desculpas porque ficou doente não vai poder participar eh mas os dois são os coordenadores eh e ouvi-los falar é é muito interessante porque o livro da Isabele steng apesar de ter sido do escrito há 10 anos ele traz até um texto dela
atualizando né para para eh essa edição brasileira mas ele é um livro bem atual com com temas que a gente tá eh discutindo eh hoje cada e cada vez mais então Fernando vou passar para você pra gente começar Obrigada pela presença aqui então boa noite pessoal obrigado Cláudia pela organização da da atividade Obrigada a basar do tempo não só pela atividade né mas por tudo que a gente faz juntos aí na tanto na coleção quanto em outras em outras obras Quando é o caso Então hoje a gente vai conversar um pouco sobre esse essa obra
da Isabel tanguer uma outra ciência possível no intuito de por um lado né Quem de vocês que recebeu aí o livro mas ainda talvez não tenha aberto né Para dar algum contexto para vocês do que que é esse livro e para vocês saberem se vocês querem ou não querem ler mas também para aquelas e aqueles entre vocês que de repente já até leram o livro nesse um mês aí talvez no máximo que vocês tiveram ele em mãos e para entender melhor o que que essa obra representa né porque a a Isabele tem essa questão de
não ter não ser até esse momento uma autora publicada de maneira organizada e com regularidade no Brasil então às vezes por um motivo ou outro chega a nós algum texto dela ou algum livro eh e a gente não tem exatamente a ideia de onde que aquilo se encaixa no pensamento dela em geral na sequência de obras na na ordem das publicações n talvez se se alguém aqui já conhece outro texto dela provavelmente eh eram no tempo das catástrofes né que é foi editado pela pela coak naif primeiramente e hoje em dia tá esgotado mas tá
tá com o e né que é um texto um pouco anterior a esse de 2008 eh Mas além disso só tem muitos outros livros alguns já saíram no Brasil mas todos estão esgotados e a gente fica um pouco assim sem sem rumo sem organização em como eh né se agarrar nesses texos quis entender exatamente do que ela tá falando para quem que ela tá falando em que situação que ela tá falando e tudo mais eh então sobretudo hoje o meu esforço é para vocês saberem pelo menos onde que esse livro tá situado no pensamento dela
na na cronologia das obras dela mas também eh a que questões esse livro tem a intenção de responder né Por que que ela escreveu eh com que preocupação de fundo né isso é uma coisa que já é muito característica da do do pensamento da filosofia da prática filosófica da Isabel sangers que ela não vai escrever um livro né Se a gente for pensar na nas obras dela para falar necessariamente de um um conceito ou uma questão específica da história da filosofia sobretudo ela sempre escreve tendo em vista alguma urgência né Apesar de que tem muitas
maneiras da gente enquadrar O que é uma urgência né nesse caso aqui do uma outra cência possível ela coloca bem claramente né no n no contexto dessa urgência da eh da descoberta do desenvolvimento do encontro de uma outra prática científica n que poderia ser aquilo que vai contribuir paraa formação de uma outra coletividade possível né um outro tipo de vida coletiva e social possível então a gente vai tentar entender Qual é a natureza desse problema que ela tá tentando nos nos descrever Então antes de da gente mergulhar propriamente no livro né Queria só dizer como
a CL falou né sou Fernando C Silva Eu Sou professor e pesquisador da pph a associação de pesquisas e práticas em humanidades e eu sou um dos coordenadores da coleção que esse livro faz parte a coleção de saturadas que até agora teve dois livros como a Cláudia lembrou né o autobiografia de um povo e agora essa obra e e ano que vem a gente deve ter mais quatro livros entrando na na coleção né então já as coisas já estão encaminhadas é uma coleção bem vai estar bem intensa no no ano que vem então não não
deixem de de acompanhar e toda a coleção né Tem esse conceito quando a Ana Cecília né a a editora chefe da da basiada do tempo nos convidou para pensar essa coleção convidou eu e a Line cossa eh o intuito era de fato construir algo que fosse a partir de textos de mulheres mas Que desse conta desse encontro da da filosofia da ciência da ecologia e do pensamento político né então é um recorte bem específico ainda que a gente tenha muitos exemplos para nós n muitos exemplos de autoras que estão falando disso eh é um nicho
bem específico né que que eu sugeri então da esse nome dessas mulheres desnaturadas né por serem essas que se colocam contra o que foi naturalizado né E se colocam contra uma tradição do conceito de natureza né E nesse sentido por extensão se colocam em Oposição a muitas coisas que são herdadas de uma tradição que a gente poderia chamar de moderno né a tradição que se estabelece a partir eh do século xv1 vinda da Europa e que se dissemina na ocasião do do colonialismo em torno do mundo né então isso vai se eh vai aparecer de
diferentes maneiras nessa obra e nessa obra da da Isabel Tang vai aparecer com uma discussão em relação à ciências né E como eu vou contar para vocês logo mais a Isabel é uma pessoa que tem um engajamento muito longo com a questão das ciências né né não é algo que apareceu agora né agora em 2013 quando o livro foi publicado pela primeira vez né não é naquele momento que a Isabele começa a pensar na ciência Pelo contrário né Isso tá desde o início do projeto filosófico histórico que ela encara nos nos textos dela e o
objetivo né atrás disso que a gente poderia chamar de uma outra ciência é algo que ela tá buscando desde os primeiros textos dela né E isso se constrói nisso que que eu falei né nessa relação eh de pensar essa Herança da modernidade né a a ciência aqui né se entende ciência como ciência moderna eh é essa herança né dos processos de políticos e de pensamento da da modernidade mas ao mesmo tempo ela criou né ela cristalizou uma série de hábitos e modos de funcion que hoje em dia por diferentes motivos são um desafio pra articulação
de uma outra vida política sobretudo pensando isso que a isab chama de aceleração das ciências ou economia do conhecimento que vão ser desafios pra gente poder desacelerar e pensar em problemas né como a injustiça social como as mudanças climáticas mas como ela vai querer vá pensar com esse livro se a gente entende que as ciências não são algo de jogar fora pelo contrário as ciências são aliadas possíveis para esse futuro que a gente quer construir a gente precisa pensar então o que que é essa outra ciência que vai ser a nossa aliada né ou de
que maneira a gente pode ser ser eh criar alianças com as diferentes ciências que vão tornar viável eh outros projetos tanto sociais quanto epistêmicos bom quem é primeiríssima coisa né Quem é isabe sanger então isabe sanger Eh ela nasceu na Bélgica em 1949 né Ela é filha de dois historiadores eh o pai dela principalmente era um é um Historiador super importante na na Bélgica escrevendo sobre a história da Bélgica né E era professor da Universidade livre de Bruxelas e ela vai fazer a formação dela também na universidade livre de Bruxelas né é uma coisa que
eh é importante de comentar que apesar de hoje em dia a gente só se referia a ela como filósofa e ela mesmo se definir como filósofo né ela se forma primeiramente em química né ela faz graduação em química eh nos nos anos 60 no final dos anos 60 né e que é um detalhe importante né porque ela vai ser estudante bem na época das manifestações de mais sp8 né vai ser algo que ela vai viver num certo sentido intensamente eh e vai marcar ela eh de uma maneira importante no no pensamento político dela ainda que
eh de um modo diferente talvez de outros filósofos de mais 68 porque tanto por essa questão de não tá na França e sim na Bélgica né quanto pelo tipo de militância que existia na Bélgica várias das coisas vão marcar negativamente né sobre a militância estudantil da época eh e ela né ela tem esse interesse por ciências e vai fazer esses estudos em química mas ao longo do estudo em química isso é algo inclusive que é um tema importante desse livro que vocês têm aí eh ela acaba se afastando um pouco da química porque ela entende
que a as coisas que ela quer pensar e sobretudo as perguntas que ela quer fazer São perguntas inadequadas em algum sentido São perguntas que não se encaixam no no funcionamento normal da ciência eh e elas não se acabam não se encaixando porque elas são em boa parte perguntas sobre eh fundamentos perguntas sobre eh conceitos perguntas que a gente poderia chamar de epistemológicas ontológicas ou metafísicas né ou seja perguntas que dizem respeito à filosofia e não eram boas perguntas de ciência né ela vai dizer que que ela sentia e o tempo todo o curso de química
os professores da química faziam ela senti que ela não era adequada para ser uma cientista né ela não sabia simplesmente baixar a cabeça dela e fazer os protocolos né seguir a pesquisa passo a passo no laboratório tal como devia ser feito para promover o avanço da ciência da quica mas ela tem a sorte né de que acontece na casualidade e nesse período em que ela tá fazendo os estudos dela de química é professor também na universidade brell um importante físico químico chama ilia prigogine o ilini era alguém que na na época tava fazendo eh pesquisa
de ponta em química né em em químic física em microfísica etc eh em torno de algo muito detalhado que não interessa tanto explorar aqui né mas o que ele chamava de sistemas longe de Equilíbrio eh estruturas dissipativas enfim algumas coisas e isso no no meio dos anos 70 em 76 vai render um nóbel para ele né o prigogine vai ser Nobel eh por essa pesquisa em Físico química que ele tá desenvolvendo na época e eh nessa época a isabeth tangas já já Tava acompanhando a pesquisa dele de perto né ela era uma espéci de como
o prigogine dizia ela era a filósofa do laboratório a filósofa residente que ficava lá acompanhando centistas fazer sua pesquisa e perguntando para eles eh coisas sobre o que eles estavam fazendo e pensando junto com isso a história das ciências e a história da filosofia então depois que ele ganha esse nóbel ele vai pedir PR Isabele né que ajude ele a escrever um livro né que seria um livro que eh por um lado é para divulgar essa pesquisa dele né Essa pesquisa de ponto em física química então é uma espécie de livro de comunicação científica divulgação
Científica mas também eh vai ser um livro de história da ciência de história da filosofia que vai pensar o significado da novidade dessa pesquisa que o prigogine tava fazendo e num contexto mais amplo dessas pesquisas em eh em física quântica em pesquisas que lidam com o não equilíbrio ou num certo sentido com o caos e então Eh isso vai render nesse trabalho dos dois juntos uma obra que é um um grande Clássico da da ciência que se chama a nova aliança né é um livro que sai em 1979 em francês eh e Poucos Anos depois
ele é traduzido para inglês eh tanto por causa do Nobel do prigogine e porque o prigogine tinha um laboratório também nos Estados Unidos em Austin né então eh ele vira em inglês ele vira o livro que chama Order out of Chaos né justamente pensando nessas estruturas de ordem emergentes a partir de sistemas que não estão em ordem bom mas essa obra Nova Aliança que eles vão escrever juntos e ele vai expressar também eh do livro vai expressar também uma espécie de desejo que é isso que eles chamam aqui de Nova Aliança né que é o
desejo de que as humanidades e as Ciências possam coexistir né Isso é algo que o o prigogine encarnava de muitas formas porque ele entendia que a pesquisa dele em ciência tinha muito a ver também com os interesses dele em filosofia né o prigogine era principalmente muito interessado num filósofo francês chamado anry Bon ão eram apaixonados digamos assim pela pelas questões do tempo como o bon ia tratar e e tentou da maneira dele dar conta disso eh na na na ciência dele e nisso chav de a nova aliança né isso porque para não entrar em muitos
detalhes eh a nova aliança vai ter Principalmente um argumento de que a a ciência moderna deixou de lado eh um fato da Vida Vivida que é o fato de que o tempo sempre avança né que que a maneira como a ciência moderna é construída ela tá nativ temporal em que eh eh pode se ignorar ou reverter o tempo na maneira como a ciência vê a as transformações na realidade né O que o prigogine vai dizer é que o tempo é inexorável né ele sempre avança né o a a vela queimada não pode ser des queimada
né Então nesse sentido isso que ele chama de a flecha do tempo né o objetivo do prig merr Inserir a flecha do tempo no pensamento da modernidade n então eles vão construir essa obra relativamente longa aqui que é a nova aliança tentando dar conta de várias dessas coisas né de produzir uma espécie de reanálise da ciência e da filosofia moderna sugerir uma união entre as humanidades e e as Ciências e a política e que isso possibilite um novo tipo de clima político e científico né para pesquisa naquele naquele momento tão atribulado que era eh o
começo do anos 80 né uma época de de guerra fria ainda de medo nuclear eh e uma série de outros desafios sobre o que que viria a ser o o futuro então isso tudo para dizer para vocês que já na na primeiro livro que a Isabele vai escrever né junto com prigogine esse livro é publicado quando ela faz 30 anos né super jovem eh é essa preocupação sobre o que que seria uma ciência adequada paraa atualidade e que deixe de lado seu alguns dos seus dogmas Verdades da modernidade era uma preocupação já muito viva na
na mente dela então isso é algo que em nenhum momento ela vai vai deixar de lado né então isso acontece em 79 ao longo dos anos 80 ela vai ter uma série de outras inv investigações eh sobre sobre as ciências né e e a sua prática pensando por exemplo no lugar da da psicanálise no lugar da Hipnose né dessas coisas eh que estão nas margens das práticas científicas né nesse caso das práticas médicas né e e o lugar Eh ambiguo que que elas habitam vão ser por exemplo né um dos casos que ela vai se
se interessar ao mesmo tempo que nessa época ela escreve uma história da química com uma Ah uma filósofa da ciência bastante importante chada bernadet V vin Então esse assunto da e das ciências né É É o o principal para ela né ela ela é antes de tudo uma filósofa da ciência mas no sentido que acaba sendo peculiar porque a tradição do que a gente chama de filosofia da ciência ao longo do século XX muitas vezes são de filósofos que estão eh justificando as ciências né ou dizendo que elas funcionam mesmo ou apenas criando uma espécie
de subtexto né ou um paratexto a ciência para dizer ah as ciências funcionam porque elas fazem tal coisa né e simplesmente tentam descrever de uma maneira filosófica as práticas científicas o que pessoas que nem Isabele tangueras vão fazer eh vai ser diferente né porque elas se elas dizem que eh as práticas científicas não são necessariamente a mesma coisa do que a ciência entende ser né que é uma distinção que é ela e esse outro filósofo Frances que colaborou muito com ela que é o Brun latur eh frequentemente vão vão comentar que essa diferença entre o
que é a ciência com c maiúsculo e as Ciências no plural né existe algo que é a ciência ser maiúsculo que é a instituição científica que é quando a gente diz né a a a ciência fala de verdades ou a gente faz isso porque isso é cientificamente correto né Essa instituição validadora fonte de autoridade etc e existe algo diferente que são as ciências no plural como práticas investigativas apaixonadas de laboratório experimentais de campo né que são eh buscas por conexão com humanos conexão com seres não humanos e assim vai né então ela se interessa sobretudo
sobre essas práticas científicas plurais e pensando que muitas vezes essas práticas são prejudicadas pela eh pela supremacia digamos assim dessa ciência com c maiúsculo né Depois a gente vai falar um pouquinho sobre esse problema entre a ciência e a ciência então né ao longo dos anos 80 90 ela vai eh publicar muitos eh textos em torno dessa questão da filosofia e da história das ciências frequentemente olhando para esses casos nas nas margens né para pensar os limites entre o que é científico e o que não é científico eh Até que em 1997 eh ela publica
uma série de pequenos livros chamado Cosmo políticas em que eh ela vai sugerir dois conceitos ela vai sugerir várias coisas mas ela vai sugerir principalmente dois conceitos novos que são importantes para nós aqui eh um deles é a ideia de Ecologia das práticas e outro é propriamente aja de cosmopolítica né Eh esse conceito de Ecologia das práticas eh ela vai criar pensando que as as ciências né isso é uma coisa que ela já já desenvolve anteriormente eh a ideia de que as ciências elas são práticas específicas né Cada ciência se constitui a partir eh da
natureza da sua prática né ou como ela vai usar um termo eh se forma a partir do que que constringe a prática né Então ela tá de olho nas constrições O que que a gente quer dizer aqui com constrições n é o que ela chama tanto de exigências quanto obrigações é o fato de que eh para fazer uma certa ciência a gente tá eh tem coisas que a gente não pode deixar de fazer né E tem coisas que a gente precisa fazer eh são esses requisitos n são o que vai dar forma a uma certa
prática científica né um um eh um exemplo bem atual a gente pode falar sobre isso é na discussão sobre o antropoceno por exemplo n a discussão sobre o antropoceno eh Isso é se há ou não uma nova época geológica que teria começado há algumas décadas né que que marcaria né o nosso presente né a gente não estaria mais na época geológica que a gente entendia habitar até agora o holoceno e estaria agora no né Essa discussão sobre essa passagem de uma época geológica para outra recebeu intervenções de muitas áreas diferentes tanto das ciências quanto das
humanidades mas é importante ter em conta eh que por ser um debate eminentemente da geologia a geologia enquanto ciência Tem coisas que ela pode e não pode dizer e os meios dela de dizer são específicos né tem a ver com o encontro de marcações em rochas especificamente encontradas através de certos processos né então isso é uma coisa interessante porque quando a gente fala do antropoceno né Essa Ideia de que ah exe uma época geológica marcada pela ação humana eh e que tem a ver então com a história da indústria a história do Capital a história
do colonialismo etc mas então isso gera muito debate bom mas que ano então isso deveria ser né que ano que começa mesmo o antropoceno se ele tem a ver com todas essas coisas né se ele tem a ver com a história do capitalismo pessoal do colonialismo etc né esse é um debate que ainda hoje tá tá acontecendo desde os últimos 20 anos em que foi proposta a ideia de treno Mas é interessante perceber que a a geologia tem um campo muito limitado do de como ela pode dizer que ano é e não é ela precisa
encontrar uma rocha que é diferente de outra Rocha né ela precisa que haja um certo momento em que uma camada de rocha se torna qualitativamente diferente da outra né Isso é a constrição da geologia ela não consegue produzir um discurso científico fora disso né é necessário esse encontro dessa transformação na rocha é então por isso que agora né os os colegas do grupo traveno geriram ali em 1950 n como um momento em que teria começado o antropoceno pensando no nos restos né no substrato radioativo resultante dos Testes nucleares feitos ao longo dos anos 40 na
no desenvolvimento da boma atômica né porque tem um momento ali então que a gente encontra escavando né a gente encontra na rocha uma passagem entre antes não existia esses isótopos radioativos e depois eles existem né a partir da segunda metade dos anos 40 eles começam a existir né Principalmente o plutônio então Eh é em torno disso que a geologia é capaz de falar a né em torno de como há essas distinções na rocha de quais são os não humanos no caso aqui o plutônio né e uma série de outros indicadores que ela é capaz de
encontrar né ela fala a partir desses Então ela se interessa como cada prática científica vai ter construções diferentes isso é vai ser capaz de dizer ou vai ser incapaz de dizer por diferentes razões vai ser capaz de ver e incapaz de ver por diferentes meios por diferentes motivos né ela se interessa então sobre ã como cada ciência é limitada mas também é capaz de ir mais longe nas suas investigações por causa dessas maneiras como ela é constringem bom né então isso ela vai chamar de prática né a prática científica de cada ciência né a prática
da geologia a prática da física quântica possui as suas construções né e isso lhe transforma aquilo que ela pode e não pode dizer Mas então mas ela vai se fazer uma pergunta em cima disso que é o seguinte Tá mas e quando a gente tem diferentes ciências colocando questões em torno de alguma coisa isso ela vai chamar de Ecologia das práticas ela vai nos dizer que bom Existe sim uma prática científica da geologia existe uma prática científica da química mas essas práticas não existem em isolamento Elas têm uma história e elas têm uma coletividade na
qual elas estão inseridas né Então faz parte da ecologia da geologia eh a história na qual ela tá inserida né o fato de que ela vem de certos desenvolvimentos científicos principalmente a partir do do século XVI e faz parte da do processo dela por exemplo hoje né o fato de que ela tá lidando com eh ter que falar sobre o antropoceno né com ter que dizer se há ou não há antropoceno né então nos dando aquilo que é uma pergunta sobre rochas acaba virando também uma questão política né Isso faz parte da ecologia dela assim
como faz parte da ecologia dela eh várias outras ciências né a geografia tem algo a dizer sobre a geologia a hidrologia tem algo a dizer sobre a Geologia e assim vai né Então tudo isso eh habita né O que a gente poderia chamar de Ecologia dessa prática né esse conceito de Ecologia das práticas então é uma espécie de é uma ferramenta investigativa para se perguntar sobre diferentes práticas científicas ou práticas de produção de conhecimento práticas de produção de verdade e em que diálogo que elas tão com outras práticas que que as constituem né ou com
outras entidades né Assim como eh faz parte também da ecologia da geologia nesse caso que eu tava falando sobre o por exemplo o plutônio né E daí interessa pensar também qual é a história do plutônio aqui nesse nesse caso né interessa certos tipos de depósitos de carbono que são depósitos eh de alta indústria Então tudo isso vai começando a ser considerado né também parte de Ecologia dessa prática e constitui o que que essa prática diz e não diz vê e não vê mas daí nessa mesma investigação ela vai se colocar a num uma outra questão
que é o que que o que que acontece quando essas práticas de produção de conhecimento e essas práticas de produção de verdade dão de cara com outras práticas de produção de conhecimento de verdade que estão inseridas em matrizes completamente diferentes isso é São não são não fazem parte da modernidade né não são simplesmente mais uma ciência S um colega de departamento da Universidade né e sim são matrizes de conhecimento que respondem a critérios absolutamente diferentes e nesse sentido é muito mais complexo muito mais Custoso pensar Qual é a possibilidade de de eh coexistência possível né
para esse acontecimento ela vai dar um nome de cosmopolítica né Para pensar o que que acontece quando a a a engenharia de Minas encontra uma prática indígena ancestral que entende uma montanha como um ancestral né E daí aquela prática de engenharia que via uma montanha como apenas por exemplo um depósito de Ferro precisa também lidar com o fato de que existe uma comunidade eh indígena que entende aquela montanha como um parente né que age com aquela montanha como se fosse o parente Então o que acontece daí né então é esse tipo de situação né que
ela vai começar a pensar a partir disso que ela chama de cosmopolítico né para esse desafio por exemplo mas para muitos outros né um exemplo que ela dá frequentemente aparece aqui no livro é o exemplo dos organismos geneticamente modificados né os transgênicos eh ela vai dar esse exemplo né que é um exemplo importante para ela porque na na Europa teve muitos protestos num num primeiro momento quando os transgênicos estavam para ser adotados em boa parte da Europa sobretudo na Europa ocidental eh os transgênicos foram proibidos né mas isso como ela vai falar não foi algo
que aconteceu naturalmente né ou algo que aconteceu por uma espécie de decisão técnica simplesmente precisou a articulação de vários tipos de dirigência e várias articulações políticas para que algo que tava considerado como dado a nível científico Ah sim os os organismos geneticamente modificados são mais eficientes ponto final né para que isso fosse considerado como não sendo a resposta final foi necessária uma grande articulação eh política e epistêmica né então is spel também vai ser um exemplo eh de coso política né vai ser a a maneira como eh o pensamento por exemplo né de um dos
Agricultores na França se fez contar também como um pensamento a partir do qual se Faria ciência né se reavaliar eh a ciência dos dos transgênicos depois a gente fala mais um pouquinho sobre sobre esse exemplo né então como eu falei em 1997 ela publica as cosmopolítica que ela sugere esses dois conceitos eh então e ao longo dos anos 2000 ela seg desenvolvendo Então essa ideia de de cosmopolítica para pensar a relação entre as práticas de produção de conhecimento práticas de produção de verdade eh e os desafios políticos que tão tão em jogo principalmente aqui a
gente pode pensar principalmente em dois livros dela um é a feitiaria capitalista que vai sair eh no meio dos anos 2000 H justamente pensando nos grandes protestos contra eh o FMI protestos antig realização e que é um livro que ano que vem vai ser lançado base inclusive eh e a o no tempo das catástrofes né vai falar sobre a a crise Global ecológica vai falar Eh então sobre isso que ela chama de intrusão de Gaia né que é Como ela vai dar o nome né ela não vai costumar falar em em antropoceno ou essas outras
expressões ela usa esse termo que é intrusão de Gaia para pensar e o acontecimento das das mudanças climáticas então tem tudo isso né que vem antes tem vários outros textos mas esses são alguns textos que eu queria mencionar para vocês e finalmente em 2013 vai ser lançado esse texto que agora tá traduzido para vocês né então 10 anos atrás eh foi lançado o uma outra ciência possível Manifesto por uma desaceleração das das ciências que justamente era é um texto muito que eu fiquei muito feliz que a gente pode traduzir publicar porque eu acho que ele
é um texto que resume muito bem todo esse momento eh do final dos anos 90 e na década ali de 2000 eh eu acho que esse texto res muito bem tudo que ela veio discutindo naquele naquele momento né O que que a que problemas a quas política busca responder por que a gente precisaria de uma outra ciência o que que significaria uma outra ciência Eu acho que todas essas questões que a gente entende como como urgentes e principalmente agora né tendo muito mais do que há 10 anos atrás agora tendo passado por essa por as
diferentes tipos de crise da ciência né a crise em relação às banas climáticas a crise que foi a pandemia eh isso nos dá muito muito mais eh maneiras de nos engajar com esse com esse texto né E aumenta muito mais A Urgência daquilo que ele tem para nos dizer tanto que quando eh quando eu pedi pra Isabele né pra gente fazer um prefácio especial para pra edição eh esse prefácio exclusivo né que tem aqui com prefácio da autora a edição brasileira eh foi justamente para ela refletir sobre essa diferença dos 10 anos né O que
que teria acontecido nesses 10 anos será que na avaliação dela a gente estaria mais próximos agora ou mais distantes dessa outra ciência que ela tava nos convidando a a imaginar e justamente o que ela vai nos nos dizer na avaliação dela é que a situação se tornou ainda pior a gente vai pensar um pouquinho de por né O que que isso significa porque o que ela vai imaginar então vamos entrando aqui propriamente no no livro ela vai dizer que quando ela escreve o livro ela tava tentando eh responder a pergunta sobre como que a gente
faz com que pesquisadores pesquisadoras quando fazem as suas formações universitárias quando fazem as suas formações científicas ao invés de aprender através da sua formação Universitária a se afastar cada vez mais do público a desqualificar a opinião pública como é que a gente faria essas pessoas escutarem e compreenderem a intervenção pública né como é que eh esses pesquisadores sendo treinados nas universidades poderiam se tornar mais atentos e sensíveis aos tipos de de preocupação que o público oferece ao invés de simples ente descartar essa posição né do público como uma posição eh subjetivista que não entende a
a objetividade científica eh Isso é uma é uma questão crucial para ela porque isso que a gente vai tentar imaginar aqui como uma outra ciência Seria algo que eh em que justamente eh os os gitos especialistas em algum assunto alguma área alguma coisa se estariam sempre atentos para escutar e compreender aqueles que expressam preocupações em torno daquilo que eles investigam né Isso seria um elemento importante da da investigação científica né Isso é uma vai ser para ela uma das questões mais mais importante né se a gente tá falando de em algum sentido de uma outra
ciência né É porque a gente quer uma outra ciência que seja eh mais pública mais atenta mais Envolvida com as questões que coletivamente importam ao invés de ser como ela vai dizer uma ciência rápida né ou uma ciência acelerada que busca sempre entregar o mais rápido possível um produto ou uma solução né frequentemente em nome de uma de uma pesquisa que seria né isso que ela chama da economia do conhecimento n essa pesquisa motivada sobretudo pela indústria né porque o que ela vai apontar é que desde o século X quando acontece a reforma Universitária n
e a e as Universidades se aproximam num certo sentido mais da vida pública essa ação vai acontecer por uma eh uma proximidade muito grande com as indústrias né com com o interesse Industrial naquilo que a pesquisa seria capaz de fazer né sobretudo a pesquisa dita de ciências exatas mas nesse movimento né a ao mesmo tempo a as ciências elas vão eh cada vez mais abrir mão de uma certa autonomia na medida que elas T que dar conta a critérios cada vez mais exógenos a ela o que não é necessariamente um problema né que a ciência
tem que responder a critérios externos mas eh esses critérios externos se tornam os critérios eh da indústria né ou se tornam critérios do Capital que é algo muito diferente deente critérios externos né justamente porque pram e e isso né hoje em dia é o mais está na situação mais aguda possível eh se preza por eh por quantidade de por certos fatores de impacto né Por uma um certo tipo de eh repetição e disseminação etc são critérios que Ah podem servir para algumas coisas mas não para todas né pra gente colocar da maneira mais eh eufemística
possível então eh a preocupação dela vai ser como é que a gente concebe e dif emente disso uma ciência que ao invés de ser apenas um um pretenso né um falso árbitro deslocado que de fora vai ficar nos dizendo o verdadeiro e falso né em que a gente espera em que constantemente a decisão política precisa ser adiada para que a ciência emita né sua opinião de especialista como é que é possível integrar o movimento reflexivo da Inteligência pública né alimentar uma inteligência pública das ciências que questiona que pensa junto com as ciências né E nesse
sentido se tornam mais próximos da ciência essa é uma questão complexa Porque como ela vai dizer quando a gente principalmente hoje né na maneira como os ânimos estão acirrados em torno dessa questão eh muitas vezes Existem duas posições possíveis né ou se é eh eh se alimenta uma espécie de ceticismo ou desconfiança em relação à ciências né quando não PR dizer propriamente se alimenta um falseamento em torno das ciências eh ou por outro lado se tomou uma posição de certa forma nostálgica em relação à ciências a antigamente as ciências eram respeitadas aí a gente precisa
sonhar em retornar àquela época em que as ciências eram Realmente respeitadas realmente seguidas realmente de valor eh O que eh o que ela vai tentar nos sugerir é uma posição que não é nenhuma dessas duas né a gente não tá nem tentando voltar a quando as ciências eram boas e nem eh criando um um tipo específico de de negacionismo aqui em relação às ciências né o que a gente quer o que ela tá nos sugerindo aqui é imaginar uma ciência que esteja eh que seja capaz de ser engajada né pelos por aqueles que estão interessados
na importância ou no resultado de alguma coisa e É nesse sentido Por exemplo porque ela vai recorrer ao exemplo dos organismos geneticamente modificados né porque num primeiro momento começo dos anos 2000 eh no laboratório eh existe um set Imaginário sobre o que que aquele organismo geneticamente modificado é capaz de fazer né comparado no laboratório a a outro a ao seu organismo não geneticamente modificado né se a gente pensar ah na soja transgênica e variedades não trans gênicas de sóo eh aquelas aquele aquela planta né é mais resistente é mais eficiente eh tem mais entrega né
Tem mais eh no final das contas tem uma safra maior etc então isso a partir de métricas muito eh reduzidas né que já são métricas que correspondem a esse Imaginário da economia do conhecimento Vai Vai se mostrar como uma né como o caminho Evidente né a ciência disse né que o inclusive né a gente no começo 2000 até hoje mas começo nos 2000 era muito comum esse tipo de matéria de divulgação Científica que era assim ah a fome no mundo vai acabar porque os transgênicos vão ser tão eficientes né que eles vão dar conta de
toda a alimentação do mundo etc eh mas o que eh na Europa vai acontecer é que existe um movimento né disso que ela vai chamar de uma inteligência pública que vai questionar as a a as diferenças entre algo que foi experimentado no laboratório e algo que vai ser experimentado a céu aberto né em Milhões de hectares em contato com vários eh outros animais vegetais com o solo com as águas com o ar etc então Eh esse questionamento ele vai precisar é feito por uma mistura né isoa vai chamar de inteligência pública é uma mistura de
atores sociais né do qual fazem parte ativistas ecológicos mas fazem parte também eh agricultores fazem parte eh camponeses fazem parte outros cientistas n mas vai se se organizar uma inteligência pública em que se chama atenção e se coloca a ocupação de uma maneira tanto política quanto epistêmica sobre essas conclusões que que isso quer dizer né Por um lado cientificamente outras ciências são convidadas a intervir e dizer bom mas a gente precisa levar em conta né os efeitos eh ecológicos né os efeitos geográficos da disseminação de uma planta como essa por exemplo né que são são
resultados que até hoje princialmente no Brasil né se a tia ter que levar em conta o fato de que né uma grande contação de soja mata o sol Lan solol freático os pássaros as abelhas os outros insestos etc né é um terror pros polinizadores de um de uma certa de um certo ambiente onde ele é cultivado eh Então por um lado se coloca essas questões que também podem ser quantificadas também podem ser numeradas colocadas nesse por outro lado existe também uma movimentação política em torno disso né uma uma manifestação que era muito comum nessa época
algumas das quais a a Isabele até participou eh era Essas manifestações de pisotear Campos de plantação transgênica né então ia grandes marchas eh de agricultores cientistas etc esses eh atores sociais diversos e eh pisotea né Essas plantações Então essas duas forças né tanto forças sistêmicas quanto forças políticas vão fazer parte da Constituição né disso que ela vai chamar de uma de uma inteligência pública no nesse outro livro que Eu mencionei a feitiçaria capitalista ela vai trazer também alguns outros exemplos um exemplo que eu acho que interessante que tem a ver com o Brasil né é
o exemplo do medicamento eh genérico eh isso ela também vai apontar como é algo que é o resultado de uma grande luta política né e tecnopolítica político científica ser capaz de articular a inteligência pública que produziu o imaginário de algo como um medicamento genérico né algo que em pouquíssimos lugares do mundo existe né isso porque se faz uma uma frente né que é política que é jurídica que é científica e que de certa forma também é em inclusive mercadológica eh em busca da quebra dessas patentes né e isso a a produção da Inteligência pública que
tornou possível imaginar uma inovação tal como o medicamento genérico né é algo que não não Brota do nada né ela precisa ser coletivamente articulada né então é esse tipo de situação em que ela vai imaginar né que eh que são são esses momentos em que acontecem uma outra ciência possível né E que são coisas que a gente pode eh deve estimular diseminar e fazer conectar eh ainda em cada vez mais outras situações né então eh o o pedido né como ela vai falar no ela vai fazer um apelo para uma ciência lenta nesse livro né
porque ela tá eh nos convidando a não fazer ciência tão rápido que não seja possível pensar as consequências daquilo que tá sendo imaginado que não seja possível ouvir ou compreender quem vai ser impactado por aquilo que tá sendo imaginado né De que maneira aquilo vai ser recebido de que maneira aquilo pode vir a transformar um outro modo de existência né Essa é uma questão primordial para isso que se chama eh biopolítica né que ela chama de cosmopolítica né que é eh a ideia de que é é preciso estar diante das consequências daquilo que se faz
né E que o um conflito cosmopolítico é sobretudo esse conflito em que um dos lados eh pode estar em risco de desaparecer a depender do que o que que acontece né então Eh resumidamente para eu fazer uma uma primeira pausa aqui para perguntar para vocês algumas coisas né resumidamente Esse é eh o projeto dessa aula né E esse é o apelo dessa aula que a gente consiga imaginar uma outra ciência né que seja essa ciência que se deixe situar né que se permita não tomar esse lugar né constantemente esse lugar Universal e universalizante mas que
se permita pensar por dentro das situações né de modo que eh a prática que tá engajada ali né a prática de uma ciência específica possa se perguntar sobre o que que é possível e impossível numa certa situação o que que talvez não esteja sendo visto o que que talvez ainda não se levou em conta né E esse esse parar para pensar é aquilo que dá forma a essa desaceleração né quando se Para para pensar né se para para ouvir se para para levar em consideração algo que talvez não tenha sido ainda levado em conta a
ciência se desacelera eh mas é importante pensar isso né manté mente isso né que essa desaceleração como eu tinha dito não é nemuma coisa nostalgia de Ah vamos voltar a como era antes e nem é eh uma espécie de eh lavar as mãos diante das urgências que a gente vive hoje né porque diante de algo tão urgente como as mudanças climáticas o que que poderia significar desacelerar né mas ela vai falar disso Justamente por isso né porque a A Urgência nos exige prestar um tipo de atenção que a gente desaprendeu a prestar né que a
gente não é treinado para realmente levar em conta ah o impacto de alguma coisa eh numa comunidade alheia à comunidade científica né ou a comunidade de pesquisa então Eh Justamente que ela tá colocando para reflexão é que eh essa desaceleração vai tornar possível elaborar respostas melhores as urgências que estão diante de nós eh não só eh por serem eh melhores sobre os critérios científicos né no sentido de mais objetivas mais eficientes etc mas também eh por serem eh serem aquilo que dá forma H um futuro Digno né um futuro que vale a pena ser vivido
né é uma formulação eh que ela vai usar bastante então sobretudo é em torno disso né que vai se articular o o projeto desse livro tá perguntas que vocês tenham até já falei bastante questões perguntas reflexões comentários quem já leu um pouquinho quiser falar alguma coisa sobre o que leu quem não leu ainda e tiver uma outra dúvida fiquem à vontade podem usar o chat também né quem tiver tímido para para perguntar eu fiquei com uma curiosidade quando você falou do antropoceno fiquei pensando eh como é que os povos originários por exemplo se eles pensam
né se se esse conceito existe para eles eh e como é que a gente ouve eh esse e eh essas pessoas que eh eh estão fora por exemplo da academia né como é que se dá esse diálogo claro que a gente tem visto que eh cada vez mais entram na academia né inclusive eles falam isso a gente aprende a língua de vocês e estuda para poder discutir com vocês e participar né do do debate político copena fala isso né que ele ele é inclusive contra Eh escrever livros né gastar papel derrubar árvore para escrever Livros
mas em algum momento ele tem que fazer isso porque a ela diz também por exemplo eh como é que eh os ela fala muito dos Estudantes né de ciências eu fiquei me perguntando como é que eh você acessa esse tipo de conhecimento se é só pela política ali né no território ou ou eh né quando quando por exemplo vamos vamos construir uma usina hidroelétrica não sei onde E aí tem um um protest mas como é que você faz isso antes né como é que você traz pra academia ou pros estudos por exemplo do antropoceno eh
se eh como é que ess como é que esses digamos povos em vários lugares né pode falar daqui ou eh pensam isso perfeito muito legal acho que o Alberto se quiser colocar tua questão também Alberto eu falar um pouquinho das duas eh tá me ouvindo Fernando sim Primeiramente boa noite a todas todo Gu n aqui de B do Pará n uma partipação Ah que legal parabenizar a editora né pela pela publicação né acho que faste muito bem as os problemas que a gente tem encontrar o livro daer traduzidas n as grandes lacunas que não não
é problema é um problema do questão editorial aqui no Brasil que as pessoas adoram sair traduzindo de trás paraa frente do meio pro fim enfim mas a minha pergunta eu acho que também vai um pouco né nessa da Cláudia assim de como é que tu tem visto como é articulando com o pensamento da stenger justamente isso esse pensamento originário eh eu trabalho com a etnia Caiapó por exemplo e e assim uma das coisas que a gente vem pensando hoje muito é em uma pesquisa colaborativa eles não serem mais o objeto de estudo mas sim o
sujeito participante da pesquisa Eu acho que isso é uma coisa queer lat riveiros de Castro Débora enfim todo mundo tem feito indo nessa pegada né deixar de deixar de desses sujeitos povos tradicionais povos originales enfim deixar de ser o objeto mas se tornar o sujeito da pesquisa enfim tem a gente vê aí a parceria do Bruce Albert com com penau mas é aquilo ao mesmo tempo que a gente caminha nesse rumo da colaboração enfim ao mesmo tempo a gente tem uma uma academia engendrada ainda com dentro de uma racionalidade moderna né então como é que
tu vens enxergando isso por exemplo na própria filosofia né pô legal aí no Sul a gente sabe tem uma turma que faz essas viradas não viu mas por exemplo aqui infelizmente a filosofia morreu em cante acabou e a gente sabe que isso não é um problema só daqui do Norte masim em várias faculdades de Fia você chegar é o demônio e assim por diante então assim como né como aproximar por exemp a filosofia desses pensamentos originários enfim nessas pegadas então é um pouco isso e um abração a todos perfeito Alberto muito bom eu vi aqui
também no chat uma pergunta da Angela que eu vou ler só para quem talvez for ouvir o áudio e não vê o não vê a gravação né não não tem acesso ao chat que ela diz assim ainda não comecei a leitura mas eu gostaria de saber se a ciência desacelerada se conectaria à ideia de ciência ética então vou falar dessa dessa questão também perfeito Então vamos começar início com a pergunta da Cláudia né que já junta algumas coisas com Alberto mas depois no Alberto vou falar mais aluns detalhezinhos então a questão que a Cláudio nos
trouxe sobre o antropoceno Pando por exemplo a partir das reflexões que os povos originários já vem trazendo sobre essas mudanças que a gente tem vivido né E essa essa linha entre aquilo que é produzido dentro e fora da academia tanto cientificamente quanto politicamente né Que tipo de validade Eh esses conhecimentos tem que tipo de construção né de coconstrução desses conhecimentos a gente seria capaz de de produzir e ainda um uma segunda questão que tem a ver com de que maneira a gente consegue imaginar uma espécie de educação em torno disso que não precise a gente
ter que né a cada a cada Mega projeto a cada novo anúncio de destruição ser naquele momento que a gente vai ser capaz de se de se articular n acho que essa é uma questão super super desafiadora porque é algo que eu vejo pelos meus meus colegas é até não não mencionei né mas eu faço parte de uma outra rede eh faço parte de duas redes voltadas sobretudo A reflexão sobre o antropoceno né uma ess esse projeto grande que eu tô também com Aline e outros colegas se chama ternos que é um projeto aqui Nacional
financiado pelo CNPQ e faz parte de um projeto eh internacional chamado anrin commons né que é uma rede internacional de pesquisadores eh em torno do tema do do antropoceno e que é ligado ao grupo de traval antropoceno né que esse grupo que disse lá é 1950 e a gente pode ver isso no Lago Crawford no Canadá né então eu sou muito próximo dessa discussão do E então eu vejo que internamente mesmo esses cientistas que estão lá na ponta né o cientista que disse ah nesse lago aqui a gente vê um depósito de plutone e tal
eles também estão com essa com essas dificuldade né eles também não t não tem certeza de de qual é a resposta eh para isso mas vamos falar um pouquinho sobre tudo isso eh primeiro essa questão do dos Pens pensamento que os povos originários né ou enfim que as populações indígenas tanto das Américas né quanto de outros continentes vem fazendo em torno em torno disso eh é importante ver que por exemplo no nas falas da Ilton né do aon crenac Ah esse conceito de antropocen por exemplo vai ter uma absorção né ainda que muitas vezes irônica
né vai falar Ah isso que os brancos chamam de trocen a gente pode pensar nisso de tal maneira né então ele tem um certo uso disso né mas por exemplo eh no no trabalho do Davi a gente vai ter algo muito diferente né isso que que o Eduardo vai chamar de contra antropologia mas que é importante a gente entender que ele também tá falando de um momento de transição de um momento de ameaça eh possível que se desenha no horizonte que é justamente a queda do cé né mas isso vai ser pensado a partir de
todo um outro procedimento né de uma outra metafísica de uma outra maneira de conceitualizar né que vai ser a a partir do Risco disso que eles chama da disseminação das fumaças de epidemia chaara né então a disseminação das fumaças de epidemia chaara é um jeito eh tanto literal Quanto metafórico quanto metafísico né no sentido aqui de espiritual de eh conceber aquilo que é a a disseminação das climáticas brancas de extração da terra né Principalmente porque as fumaças epidemia Xara estão ligadas à ideia de que né quando a gente Minera principalmente o ferro né mas Minera
as montanhas se dis solta a fumaça Xara né que produz essa essa intoxicação do mundo né então ele tem uma concepção que eh que pra gente que pesquisa mudanças climáticas que pesquisa a transformação de tri cosseno ela é muito identificável né Para nós eh a a maneira como Davi constrói o diagnóstico dele é muito significativo né mas ele pensa eh o que ele nos sugere é uma série de outros procedimentos justamente porque ele tá construindo esse conhecimento a partir de critérios não modernos né Ele tá nos falando eh da maneira como o chaman e anoman
coloca essas questões mas daí justamente né que tem a ver com a pergunta de vocês o que que e que tem a ver totalmente com esse percurso que a gente fez aqui dentro do livro da da sanguer O que que a academia é capaz de fazer com isso né como que ela é capaz de se importar com isso né se eh aquilo que o Davi constrói não é eh não não tá em texto acadêmico né não tá em Estrutura acadêmica e isso é uma questão muito importante porque porque eh como a própria Isabele vai dizer
é muito fácil para pros eh pros cientistas né pros filósofos pros produtores de conhecimento dentro da de um espaço ocidental eh praticar a tolerância né É É muito fácil dizer ah sim né o Fulano lá diz uma coisa bem legal bem bonita né ele acredita que tal coisa né ele como se tudo isso que eu fal né tivesse dizendo assim ah tem uma pessoa lá que acredita que existe uma fumaça e os e os anam Dizem que quando Minera acontece tal coisa n mas o o movimento que a gente vai tentar fazer eh vai ser
muito diferente disso vai ser o movimento de como é que a gente se Alia junto com eles entendendo que a gente tem conjuntamente o objetivo de impedir as mudanças áticas e de impedir a disseminação da epidemia de xawara né das fumaças de epidemia né então Eh existe eh existe uma coisa que é uma coisa que o Eduardo eh fala umas quantas vezes que é esse problema de levar a sério né a gente não vai eh simplesmente pegar isso que a gente vai chamar de a crença dos outros n e dizer que é uma bela metáfora
que é uma História bonita né E que bom ok vamos voltar aqui agora para nossa produção de conhecimento verdadeira mas justamente a partir disso que que a gente tá chamando aqui de Ecologia das práticas de cosmopolítica eh tá a gente tá tentando arular as condições de fazer essas coisas contarem junto né como é que a gente se importa conjuntamente com esses dois problemas que são dois problemas verdadeiros né as mudanças climáticas e a a disseminação da das fumaças de epidemia né então o que que significa eh levar a sério Davi nesse sentido né levar a
sério não de que ele tem uma bela mensagem para nós eh e uma preocupação quanto ao futuro né metafórica que a gente deve levar a sério mas que a gente deve levar a sério ele quando ele diz que quando morrer o último chamar o céu vai cair né e e levar isso a sério é o mínimo né a gente não tá falando de uma ah de uma espécie de Utopia em que outras pessoas são levadas a sério né Eh levar outras pessoas a sério é unicamente o primeiro passo para conseguir produzir alguma coisa coletivamente né
então quando a gente leva a sério o Davi ou Ailton quando retoma isso né dizendo que é crucial pra persistência terrestre que a gente que não morra o último chaman né ou que persista como diz o o Aílton essas práticas de segurar o céu n isso tem que contar né de uma maneira muito mais do que uma metáfora que a gente pode traduzir nos termos ali da da nossa preocupação né mas algo com o qual a gente tem que engajar ativamente em produzir as condições de fazer isso e não isso é uma coisa que Inclusive
fala no livro né mas não na pretensão de que a aquilo que a gente faz na ciência vai dar conta de tudo isso né Ah tá eu vou mexer a minha essência para que englobe tudo né E daí vai est tudo resolvido a partir da posição científica que eu que eu tomei né pode seguir existindo uma uma divisão de trabalhos né O que é inace como a lá em 97 vai dizer né O que é inaceitável é a construção desse espaço de tolerância né em que a gente permite Ah tá né esses pensadores indígenas eles
podem existir no discurso público desde que eles não incomodem ninguém né desde que a gente não sinta que a gente é obrigado a mudar desde que a gente não precise reavaliar nada do que a gente tá fazendo né Então essa eh o o que a gente tá tentando pensar aqui é justamente né O que que seria ao invés de tolerar fazer como ela vai dizer se colocar no risco de ser transformado por aquilo né que tá sendo proposto por aquilo que tá sendo colocado em jogo né Isso vai ser fundamental dentro da da reflexão que
ela tá nos nos sugerindo né então a Resumindo né Esse aspecto da pergunta que vocês que vocês fizeram né tem por um lado essa questão n de que a gente tá apostando numa continuidade das ciências né Então nesse sentido vai continuar em alguma forma a existir Universidade academia e outras instituições de pesquisa né mas que não é simplesmente o o o local dessas instituições de pesquisa não é simplesmente o de validar ou não validar essas outras produções de de conhecimento inclusive né uma pessoa que nem o Antônio Bispo dis ah não quero o doutorado honores
causa né não não é não é isso que eu tô que eu tô atrás né mas justamente produzir as ferramentas de de conexão e escuta de modo que algo que mesmo que venha de um espaço que não científico possa ser levado a sério né possa se fazer valer né Isso são instrumentos de construção que são eh não Não óbvios Né não são coisas que já tão pré-prontas né então isso entra no outro aspecto da pergunta da da Cláudia que é justamente Então como é que a gente cria essa e essa posição né que é científica
que é ética que é epistêmica eh sem sem surgir apenas um de susto diante de uma atrocidade diante de um horror an de um das transformações climáticas né que tem que vir a partir desse medo ou desse desse susto né isso certamente vai ter a ver Aang vai falar um tanto disso no livro tentando pensar dessa necessidade de transformar aquilo que significa ser um verdadeiro pesquisador né nesse no segundo Capítulo em que ela fala sobre isso que ela chama a fibra do pesquisador né isso que precisa ser um pesquisador de verdade né ela vai dizer
que justamente foram essas exigências Que expulsaram ela da da química né porque ela não sentia que ela tinha ali a fibra do pesquisador né que significaria se eh ela vai usar essa eh essa imagem do sonâmbulo né ser uma espécie de sonâmbulo que não se coloca nenhuma outra questão a não ser as questões imediatas da investigação do laboratório do experimento né daquela questão que tem imediatamente na sua na sua frente né então a nos termos dela aqui a pergunta seria né como é que a gente faz com que os nossos estudantes né com esses cientistas
de informação em vários sentidos eh se tornem eh pesquisadores mas não se tornem sonâmbulos né ao mesmo tempo né a dificuldade é que para tradicionalmente para nós ser pesquisadores serando é uma espécie de sinônimo né porque tu só consegue se tornar altamente especialista na tua questão e unicamente naquela tua questão ignorando uma série de outras coisas que possam vir a a aparecer né então o que tá em jogo aqui na reflexão dela é como é que a gente produz tanto dentro quanto fora da Universidade essa possibilidade das eh de que a a inteligência pública intervenha
e participe da produção de de conhecimento né isso eh e comentando assim uma coisa a partir aí do do lugar do do Alberto tanto algumas coisas quandoo ele trouxe quanto até a posição institucional assim eu acho que isso tem muito a ver por exemplo como no Brasil ah são restritas Quais são as instituições que pem pesquisa para além da Universidade né justamente o lugar dos museus dos arquivos né desses dessas outras instituições que também são cruciais pr pra produção de uma inteligência pública né mas que e enfim não tem Fundos não tem infraestrutura né não
tem a a mesma articulação Eh que que as Universidades vão ter mas o quanto elas vão ser cruciais para produzir né Por exemplo isso que que que estag vai falar mas que a gente fala muito né antropocena que é como é que tu produz uma sensibilidade do antropocen né como é que tu H se preocupa com agir no antropoceno Mas sentir né Eh produzir a materialização daquilo que significa viver o antropoceno né Essa é uma questão que não é que não não tem como exigir que um artigo científico passar isso porque não é da alçada
né de um artigo científico é da alçada de outros tipos de instituições eh públicas produzir né Essa essa sensibilidade essa imaginação de um outro tempo né ou essa sensibilidade e imaginação da prática de uma outra ciência ou mesmo de uma inteligência pública né Então nesse sentido eh existe também essa eh restrição muito grande do onde que é feita a verdadeira pesquisa né e como é difícil essa essa disseminação esse trabalho coletivo né de produção do que a gente poderia chamar de uma de uma ciência de uma inteligência pública das ciências né ou de uma inteligência
pública da produção do conhecimento e em que seja possível fazer valer né fazer contar eh outros tipos de intervenção né Essas intervenções que poderiam ser como a estang dizer dos amantes da ciência também e não só do Especialista né nessa eh nessa dicotomia entre necessariamente entre especialista e todos os não especialistas né Mas quais são os espaços intermediários entre especialistas impactados afetados pertin interessados né amantes e todas essas outras figuras que fazem parte de uma de uma Ecologia saudável das ciências né que fazem parte de uma inteligência pública das da ciência e falando um pouquinho
sobre essa pergunta que a que a Angela trouxe né ainda eh que isso né Então essa produção da desaceleração digamos assim é é a imaginação de uma ética possível né ciência ética em termos Gerais né não quer dizer necessariamente algo bom né porque eh tudo aqui eh Colocar assim colocando em termos filosóficos né Eh todos todos que agem agem sob alguma ética né no sentido de que existe eh uma uma razão e um critério por fazer e por não fazer pro critério entre o bom e o ruim né Em cada em cada situação né então
o que se tá sugerindo nesse sentido é um novo tipo de ética né ou um tipo de ética diferente eh em que eh existe já dentro das ciências né se busca estimular já dentro das ciências as ferramentas para se engajar com essa inteligência pública né de que a própria prática cientistas já se volte paraa escuta e paraa compreensão no mínimo daqueles que são diretamente afetados ou impactados por algum tipo de investigação né então Eh nesse sentido eh né que que o tempo todo né se se esteja apto a ouvir né produzir sem falo disso eh
né que como é que a gente produz conhecimento em posição disputa né como é que a gente produz eh um conceito por exemplo que tem um espaço vazio para ele ser transformado no contato dele com os outros né E não seja simplesmente algo que a gente entende que uma vez produzido é algo pronto e a gente tá depositando aquilo sobre o mundo né e o mundo que que lide que se adecue a aquilo que a gente colocou sobre os outros né Então nesse sentido existe aqui uma ética desacelerada que tem a ver com esse estímulo
da hesitação né o estímulo de que se possa parar diante de algo e dizer que que que nós estamos fazendo né ou ainda eh dizer a gente esqueceu de uma coisa aqui né teve algo que a gente não levou em conta e ao invés desse algo que a gente não levou em conta ser um problema né algo pro Qual a gente não tem tempo não ah Anda logo a gente precisa publicar a gente precisa lançar a nova TV ou a nova perfuradora de petróleo né ser algo que a gente tenha os procedimentos F bom então
vamos levar em conta aquilo que não foi levado em conta né É claro que isso é falando de um tipo de transformação que se dá em muitos níveis né quem quem tá na academia sabe que frequentemente né o ritmo de produção Não é esse que a gente pode parar para levar em conta eh alguma coisa né que o que se espera de nós não é isso né E principalmente para quem tá na indústria muito menos eh vai ter essa expectativa né muitas vezes vai ser o contrário né como a gente obusca aquilo que estaria nos
nos atrasando de alguma maneira né ou como é que a gente simplesmente passa por cima né mas eh a ideia né dela é nos chamar né a produzir coletivamente essa inteligência pública que possa eh de Fato né Eh construir esses procedimentos por meio dos quais a gente consiga coletivamente alimentar uma inteligência pública mais alguém gente questões comentários pross seguimentos das reflexões sim não estamos bem Estamos entendidos bom eu vou comentar então vocês Enquanto vocês pensam aí não sei se eu tô me passando no tempo também CL uma questão importante não tá posso falar mais um
pouquinho Pode falar mais um pouquinho aí depois você pode contar um pouquinho da coleção também porque Ah verdade pessoal gosta de spoiler né Isso tá então vou só comentar mais uma coisinha eh e daí a gente se vocês tiverem alguma pergunta a gente fala disso e daí a gente conclui então eh a nesse prefácio que a que a Isabele escreveu pra gente e ela vai ela vai nos sugerir que pensar então nessa outra ciência vai ser uma espécie de aposta né Eh mas o sentido dessa aposta né Eh por um lado né é essa aposta
de que a ciência pode produzir mais coisas do que simplesmente essa Eh esses conhecimentos situados nessa dualidade entre natureza e cultura entre científico e não científico mas também é a aposta de que mesmo a ideia do que é a a racionalidade né É É algo eh maior do que aquilo que a gente aprendeu O que é né Essa racionalidade como sinônimo de disciplina né então o que eh o que ela vai tentar eh imaginar é de certa forma um outro tipo de racionalidade né ela vai dizer isso mais pro fim ali do do prefácio ela
vai dizer assim uma outra ciência é possível e ela essa nova ciência responderia a uma outra definição da racionalidade será chamado de racional aquilo que Visa entender o que uma situação exige e a se tornar capaz de responder a essa exigência né Então essa ideia que ela vai nos sugerir até colocar aqui aão para vocês e lê eh ela eh ela vai nos dizer examente porque o racional né não vai ser simplesmente aquilo que a gente éa a partir da tradição disciplinar da da filosofia moderna mas justamente ser racional se torna uma sinônimo de ser
situado né uma proposição científica né de pesquisa ela se torna racional ou se torna mais racional na medida em que ela se implica com a situação na qual ela tá envolvida e se preocupa em responder a essa exigência que é colocada né isso que eu tinha falado para vocês antes que são as constrições né aquilo que dá forma a uma prática específica né então Eh Essa racionalidade ela nunca pode ser pensada como critérios eh abstratos de racional né ah um pensamento é racional se ele tem a b c d né sem dizer respeito a nenhuma
situação em especial mas dentro do que ela tá no sugerindo aqui um um pensamento né uma teoria uma proposição científica ela só pode ser racional em relação àquilo a que ela se dirige né ela se torna racional na medida em que ela tá de fato engajada com aquilo que é o questionamento que ela constrói né então eh a racionalidade eh vai ser um um critério sempre situado né a racionalidade vai ser algo que acontece em cada situação na medida em que efetivamente aquele aquela prática científica responde a uma situação né se coloca diante das exigências
que uma situação coloca e não simplesmente algo do qual eh um certo método científico seria dotado del né se Ah o método científico é racional e se tu eh Age de acordo com o chamado método científico tu está sendo racional né justamente o que ela vai colocar eh em várias situações e e eu acho que eh a a a parceira dela de coleção né avancen de coloca também isso super bem falando sobre a história de investigação sobre os animais que é como o o quanto foi irracional muito das das pesquisas feitas sobre animais Porque entendiam
está sendo feitas a partir de um método científico racional né e colocavam e colocam ainda hoje perguntas que não fazem nenhum sentido serem colocadas para para animais né serem colocadas daquela maneira daquele jeito naquela situação etc né então o quanto né como essas filósofas vão pensar essas filósofas do nosso do nosso time de desmatadas aqui vão pensar o quanto a a racialidade né ou a objetividade ou mesmo aquilo que a gente chama de verdade vai ser algo que é construo ação a uma situação dada né Eh é um Porque mesmo se a gente tá pensando
aqui que uma verdade científica né ela vai ser uma verdade eh Universal ela eh esse universal ele precisa ser construído a partir da situação né ele não é dado antes de uma situação específico ele não é dado antes de uma conjunção específica de existente de matéria de humanos e não humanos de ambientes etc né a a racionalidade ela vai ser então Eh como a gente poderia dizer né uma categoria emergente né ela não é predada né ela ela ganha forma né uma proposição ganha forma de racionalidade na medida em que ela se torna apta a
responder as exigências que umaação coloca né então um tipo de de novo aqui né passando na pergunta da Angela um tipo de ética mas uma resposta de natureza muito diferente sobre o que o que que constitui algo propriamente científico né Eh bom poderia falar outro caminho ainda disso mas eu acho que isso já nos informa bem né sobre o tando transmitir aqui para vocês né que quando ela fala que uma outra ciência é possível né ela tá Realmente pensando em outros critérios pra gente pensar o que que constitui a cientificidade de de alguma coisa né
mas de uma maneira eh aditiva né ela não tá se colocando em oposição eh à ciências de nenhuma maneira mas pensando que as ciências podem se tornar capazes de mais longe na medida em que se engajem cada vez mais com as situações que são dadas a ela e sobre as quais ela espera ser capaz de fazer alguma coisa e essa esse critério essa exigência de engajamento é claro acabam por desacelerar essa produção científica né porque ela não é eh reprodutível escalável Universal da mesma maneira como ela foi imaginada antes né em que eu poderia simplesmente
imaginar que eu posso produzir ali um certo tipo de só transgênica e Plantar ela em qualquer lugar do Globo e tanto faz né Seja lá qual for o solo seja lá qual for a água seja lá quais forem os polinizadores da região né quais forem as comunidades tradicionais as práticas de agricultura que existem né simplesmente eu produzzi ali uma resposta Universal à questão da produção de alimento ou da produção da soja né é justamente esse tipo de de pretensa resposta Universal que a a Isabele at desautorizar né no sentido de que que uma forma meio
laturi de dizer mas que seria assim né O Universal ou a universalidade é algo que tu conquista né que não é teu por direito né então se tu quer expressar uma generalidade precisa ter conquistado passo a passo aquela generalidade né e não achar que porque né tu fala de um certo lugar de dentro da de da Universidade Ou porque tu pratica ou emula O que se entende ser o método científico Tu já tá de saída dotado de universalidade de generalidade bom sobre o livro era isso eh última chance quem quiser fazer um comentário mais uma
pergunta alguma coisa não estamos bem pela noite de hoje então coleção atadas eh bom o a gente ainda tá em processo de lançamento do mot cência possível né a gente fez uma série de eventos no rio mas essa semana agora por exemplo a gente vai lançar em Porto Alegre eh e provavelmente nos aí nos meses que virão a gente vai ter ainda outras atividades de lançamento Mas além disso né No ano que vem a gente vai ter o lançamento Como eu disse de quatro obras né uma delas a primeira que deve sair é um texto
de uma geógrafa que é professora na Inglaterra chamada um bilhão de antropocen negros ou nenhum né em que ela revisa a a os últimos quando ela publicou o livro né os últimos 15 anos mais ou menos eh né publicou Já faz um tempinho de reflexão sobre o antropoceno eh colocando né fazendo essa reflexão passar por um filtro de eh pensadoras eh e pensadores negras né situados tanto na Geologia na geografia etc mas também na ficção e na na sociologia no pensamento social depois a gente vai ter o lançamento de mais um livro da vacian depr
né que foi o primeiro livro da nossa coleção foi o autobiografia de um Poo Então a gente vai ter o lançamento de uma obra chamada habitar como um pássaro né que é um livro também recente dela é é anterior ao é o livro imediatamente anterior ao autobiografia de povo eh mas que se dirige então a uma reflexão sobre o p sobre os pássaros sobretudo a a maneira como os pássaros produzem território né é uma é uma abordagem tanto filosófica quanto etológica né essa esse ramo da biologia que pesquisa o comportamento animal para pensar as maneiras
como os pássaros produzem território sobretudo pensando isso a partir do Canto dos Pássaros então enfim e a vancian eh é uma escritora maravilhosa realmente tudo dela Vale a pena ler eh Então a gente vai ter depois né um outro texto que se chama eh seres terra né que é um um livro de uma antropóloga chamada Maria S la Cadena e eh é uma antropóloga aqui da da América do Sul né que é professora hoje na na Califórnia nos nos Estados Unidos mas que é nascida em Lima no Peru eh e que eh ela tem tem
vários trabalhos de Campo eh no peru ou ou aqui na na América do Sul justamente se engajando a partir das questões da co política para pensar essas relações entre tecnociência e eh populações indígenas populações campesinas populações tradicionais eh muitas vezes em conflito né o ces Terra fala de um de um conflito com mega projetos de mineração né pensando justamente nessa sobreposição de categorias n a maneira como o estado e e o capitalismo se dirigem né a seres terra né com uma montanha com uma formação geológica e a maneira como eh né os eh os povos
andinos pensam isso de de maneira diferente se situam de maneira diferente em relação à à geografia e esses seres eh feitos de terra e finalmente a gente vai ter no no ano que vem o lançamento eh de um livro da Aline Costa Minha colega de coleção né que em 2019 ela defendeu a tese dela chamada cosmopolítica da terra que foi premiada como melhor tese de filosofia eh do seu ano né E que Eh agora vai se transformar uma parte dela né adaptada e atualizada desde do de algumas né reflexões aí que que aconteceram nesses anos
vai virar eh um livro um tanto diferente né então por causa políticas da terra da L Costa Então esses são os os lançamentos Que A Gente Tá imaginando pro pro ano que vem claro sempre Depende de muitos fatores para tudo sair mas tá tudo bem bem encaminhado eh então não deve ter muitas muitas dúvidas né Além disso como eu comentei a gente vai ter ano que vem numa outra coleção o lançamento desse outro livro da isabe tangers que é o feiticaria capitalista né junto também com a pazar do tempo mas na coleção mundo junto eh
E então esse eh fico muito feliz de que tá se multiplicando essa entrada na obra dessas dessas pesquisadoras e que realmente Eh agora essas reflexões se tornam mais e mais comuns né Eh Tem coisas que eh existe um tipo de clima intelectual de pesquisa em volta das coisas que só é possível com as obras traduzidas circulando entre nós né Eh é incomparável o alcance das ideias e até onde a gente pode vir com as nossas reflexões se esses textos estão de fato circulando no nosso no nosso ambiente intelectual assim então fico muito feliz que que
tão aí e que as pessoas estão lendo e tá despertando interesse eh e tudo mais né Principalmente diante de todas do quanto todas essas questões estão diante de nós nesse momento certo Gente Se tiverem qualquer comentário pergunta final fiquem à vontade tard eu acho que é isso né podemos encerrar eu vou parar aqui a gravação queria agradecer de novo Fernando por mais um encontro e agradecer a todo mundo que tá aqui e ficou com a gente hoje uma segunda-feira né começar a semana bem Estudando lendo Obrigada boa noite Maravilha gente obrigado uma boa noite