Olá eu me chamo Jara hofman e o tema da nossa conversa hoje é avaliação mediadora concepções e metodologias um tema nada fácil de discutir mas que me deixa feliz por estar mesmo que numa distância virtual com vocês podendo compartilhar das ideias que fazem parte dos meus estudos e pesquisas há mais de 30 anos para chegarmos a questão da avaliação mediadora não podemos fugir da pergunta por que avaliar Esta é uma pergunta clássica que eu venho fazendo aos professores desde a década de 80 nos meus primeiros cursos de formação continuada Mas esta questão porque avaliar tem
uma razão de ser ela é a questão que moveu meus estudos desde o início nunca me senti eh satisfeita em sala de aula com os procedimentos avaliativos que eu tinha de cumprir né Qual o sentido Por exemplo de atribuir uma nota a redação do aluno esta foi uma pergunta que me levou a a realizar a fazer um curso de Mestrado em avaliação no Rio de Janeiro quando eu iniciei meu curso de Mestrado eu já tinha 15 anos no magistério eu fui professora em escola primária depois formada em letras na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul eu fui professora de Ensino Fundamental de ensino médio trabalhei em curso de Magistério antes de de ingressar no curso eh de mestrado e eu trazia comigo uma série de dúvidas uma série de inquietações porque além de professora eu havia sido coordenadora pedagógica eu tinha um relacionamento com os alunos com as Minhas alunas para além da sala de aula e os as dúvidas as queixas as reclamações elas me traziam dos outros professores sempre giravam em torno de avaliação na verdade essa polêmica ela existe na escola desde sempre por tantas polêmicas em torno da avaliação se
poderia dizer que essas polêmicas estão ainda mais aceradas atualmente talvez essa seja uma das razões de eu estar conversando com vocês neste momento eu imaginei quando iniciei meus estudos a na década de 80 que os avanços eh em termos da avaliação estariam corr ocorrendo em torno de 10 ou 15 anos já se passaram 30 anos desde então e muitas dúvidas são levantadas por todos os professores Que dúvidas são essas Por que avaliamos mesmo na escola então retomando a minha pergunta Inicial se a avaliação faz parte natural do nosso dia a dia por que na escola
avaliação se se reveste eh de um caráter tão formal né Eh se reveste de tamanha complexidade eu diria mesmo artificialidade é natural para Nós seres humanos estarmos permanentemente avaliando de fato nós estamos sempre refletindo sobre Nossas ações e sobre as consequências das nossas ações e a partir dessas reflexões eu acredito que todos nós buscamos eh melhorar tanto de atitude quanto profissionalmente ou mesmo na relações na relação com os nossos filhos nós estamos sempre avaliando e aprimorando o nosso modo de ser se avaliar é natural então na nossa vida por que não é natural na escola
não é o mesmo que acontece na escola em comparação ao nosso dia a dia né Eh nós costumamos separar em nas escolas o momento de Educar e o momento de avaliar o momento de avaliar é determinado em tempo é determinado em formas ele é eh estipulado burocraticamente então Eh essa diferença essa não naturalidade da do processo avaliativo eh na busca da melhoria das nossas ações foi uma das razões que me levou a realizar minhas pesquisas e Estudos desde os anos 80 sempre em busca da pergunta o que significa avaliar Realmente nós avaliamos para melhorar As
Nossas ações ou ou nós avaliamos para encontrar resultados que não serão modificados posteriormente não serão não não terão sua melhoria garantida a partir das nossas ações tá em torno dessa questão eu desenvolvi eu escrevi eh minhas Meus Primeiros textos eh avaliação mito e desafio que é um dos livros mais mais conhecidos de minha autoria eh fala justamente sobre essas dúvidas que deram início às minhas pesquisas em avaliação o próprio título se vocês pensarem é bastante sugestivo né eu tenho na capa deste livro um boneco que está eh carregando uma enorme Caixa sobre os seus ombros
o peso da avaliação né e eu fui eh conversar com muitos professores a respeito disso e eles eh revelaram na verdade seu seus medos suas incertezas suas dúvidas muitos deles eh me diziam Jussara eu gosto muito de ser professor Eu gosto muito de dar aulas eu adoro estar com os meus alunos não só professores de crianças não professores universitários também mas muitos ao mesmo tempo me diam mas eu tenho horror de avaliar e como é possível dissociar então é a questão que eu faço a vocês o educar do avaliar as duas questões não são essas
duas palavras educação e avaliação não são dicotômicas não podem ser dissociadas se eu avalio é para educar e ao educar eu estou querendo ou não avaliando permanentemente mas a segunda questão é se esta avaliação em benefício ou não em relação a esse aluno e nós chegamos então a esta eh Oposição não é esta denominação a da avaliação classificatória versus a avaliação mediadora uma polêmica que é bastante forte nos dias atuais estamos falando então em diferentes concepções de avaliação o que eu busquei dizer a vocês é que todas as nossas questões diram em torno da finalidade
essencial do processo avaliativo seja em nossas vidas seja na educação e nós vamos pensar então em duas eh concepções que estão vigentes em paralelo em processos educacionais e que nós denominamos de avaliação classificatória e avaliação formativa que eu denomino de avaliação mediadora mais adiante eu vou conversar um pouquinho com vocês sobre por a denominação mediadora mas antes eu preciso discutir a questão da finalidade dos processos avaliativos que são essenciais para a mudança de metodologias qual a diferença então entre avaliação mediadora e avaliação classificatória a diferença está basicamente na intenção que temos ao avaliar nós eh
sofremos como nunca antes Eh toda uma influência de processos avaliativos que tem por finalidade explícita a classificação mas que vão influenciar decisivamente as eh práticas existentes nas escolas um exemplo disso E cujas discussões foram bem acirradas ao longo do último ano eh é o exame do Enem eh o Enem é um Exame Nacional do Ensino Médio que estabelece eh indicadores da qualidade do ensino médio no país mas a partir dos resultados do Enem os alunos eh os os alunos que prestam essa prova eles eh têm melhores colocações na em alguns algumas universidades do país né
gradativamente as Universidades vão eh mais e mais eh se pautando nos resultados alcançados por esses alunos do Enem para o seu ingresso na universidade ora em virtude então de Tais resultados eh é natural que a mídia se volte para as escolas que alcançaram piores ou melhores resultados cobrando ou melhorias ou modificações que os pais matriculem h seus filhos nas escolas que obtiveram melhores resultados no ENEM esta força da prova em termos da influência da melhoria na escola ela não deixa de ser positiva mas a prova em si ela tem uma concepção classificatória este aluno já
concluiu o ensino médio né Ele não retorna à sala de aula e muito menos eh os resultados ou as questões que ele pode eh ter tido dificuldade ao responder à prova serão trabalhadas futuramente por qualquer Professor a a avaliação classificatória ela se reveste uma terminalidade sua finalidade é o ranqueamento a sua finalidade é a eliminação por classificação a prova ela é feita para atribuir-se um resultado a um determinado eh sujeito que realizou a prova mas não tem por objetivo não tem por finalidade essencial promover estratégias de aprendizagem que auxiliem esse sujeito esse aluno esse estudante
a melhorar em sua aprendizagem eu quero deixar bem claro que de nenhuma forma eu pretendo criticar processos avaliativos tais como o Enem ou a prova do piso exames estatais que acontecem em todas as partes do mundo e que são muito importantes paraa melhoria da educação mas a finalidade dessas provas não é a mesma finalidade da avaliação na sala de aula e aí é que está a grande diferença este examinador de uma prova de redação por exemplo no ENEM ele não terá contato novamente com esse aluno ele não é professor desse aluno ele não o conhece
antes nem o conhecerá depois essa é uma prova anônima e cujo o objetivo dele ao examinar esta prova é apenas chegar a uma nota a uma nota final um resultado numérico né que fará parte de uma estatística que fará parte de dados estatísticos que levarão a um ranqueamento a uma classificação e mesmo a uma consequência eh exitosa ou desastrosa pro candidato que presta essa prova uma vez que sua finalidade é eliminar candidatos que não se saírem bem né nesses exames no caso por exemplo do Pisa é uma avaliação de natureza institucional Mas vamos adiante vamos
avançar Qual é o significado da avaliação na escola é completamente diferente de de um processo classificatório e nos quais estamos imersos hoje né Eh o grande problema é que os professores transferem pra escola e reproduzem esses processos sem eh dar-se conta né inconscientemente de que a finalidade é outra e chegamos então né aos princípios essenciais de uma avaliação mediadora que caminhos teóricos me levaram a desenvolver a teoria de avaliação mediadora para contar um pouco disso a vocês eu preciso fazer uma retrospectiva aos anos 80 no meu mestrado em avaliação Educacional justamente na década de 70
880 vários teóricos americanos voltam-se para a os estudos de avaliação Educacional uma vez que Principalmente nos Estados Unidos estão preocupados com a qualidade da educação nas escolas vários teóricos que nem eram da área da avaliação voltam-se então para esses estudos eu vou citar alguns deles e vocês vão perceber que nossas práticas avaliativas já na no último século estiveram fortemente atreladas a alguns algumas dessas teorias um dos teóricos mais conhecidos em avaliação e prestem atenção Nisso porque é bastante curioso é Ralf Tyler cuja teoria data dos anos 50 nos Estados Unidos para tyer avaliar e Verificar
se os pretendidos pelo professor foram ou não alcançados ao final de um período esta concepção é ainda muito forte na escola muitos professores então falam em julgamento de resultados do desempenho escolar nos anos 70 surge então Michael scaven discutindo a teoria de Tyler Michael scev eh moda question bem se objetiv prendidos foros signica umama Umo um fo beve proco bemes objetiv podemos a teoria de Michael scen introduz então o julgamento de valor dos resultados alcançados julgamento na verdade valor desses objetivos algumas nomenclaturas da teoria de scen estão fortemente arreg na escola nós vamos ter a
partir de Michael scen os termos avaliação formativa e avaliação somativa é interessante eu citar a vocês também outro teórico Daniel stelin também dessa década de 7 t0 que critica de uma certa forma a teoria de tanto de Ralf tyer quanto de Michael screen para staffel bein avaliação segue um processo sistemático a semelhança de uma fábrica se deveria analisar as condições de ingresso do aluno na escola depois acompanhar ao longo do processo como isto acontece e ao final a qualidade de um produto creio que vocês mais ou menos estão percebendo que é de staffel bein algumas
influências que nós sofremos como a o feedback o pré e o pós-teste esses eh três teóricos eles na verdade eles focalizam se suas teorias em avaliação de currículo nós até então até a década de 70 e 80 não temos um novo modelo teórico em relação à aprendizagem embora as suas teorias venham influenciando as nossas práticas escolares os regimentos os sistemas de avaliação é com Benjamin Bloom a partir da teoria de Michael scaven que nós temos um primeiro um modelo teórico mais voltado à educação à aprendizagem do aluno a educação escolar poderia dizer né vocês vão
eh lembrar de Benjamin Bloom se eu falar a vocês de uma prática ainda vigente nosas escolas vejam bem depois de 40 anos praticamente eh sobre avaliação diagnóstica avaliação formativa e somativa estão lembrando desses termos à medida que eu conhecia esses teóricos seus modelos teóricos enfim era facilmente perceptível de que todos eles eram comportamentalistas tá e estavam em consonância com uma prática educativa que eu não apreciava Ou seja uma prática educativa instrucionista conteud tistica na verdade eh os modelos que mais influenciaram os professores que são o modelo de Ralf Tyler e de Mark scaven eles colocam
o avaliador numa uma posição neutra o avaliador está fora do processo ele não participa e não influencia sobre objeto avaliado com o staffel bein nós temos uma mudança um tanto Sutil mas importante porque stafin vai falar da importância do avaliador tomar decisões né tomar decisões em relação ao produto final de forma a retornar ao processo tal como numa fábrica mas naquela ocasião dois teóricos que foram introduzidos no curso me chamaram mais atenção que todos esses outros dois teóricos que me chamam Mita atenção nessa época e que me apontam Novos Rumos para avaliação são William James
poph e leeb para poph é muito importante a influência a participação do avador no processo avaliativo a ponto dele dizer o seguinte cabe ao pesquisador descobrir o mundo mas cabe ao avaliador torná-lo melhor eu venho repetindo essa frase porque ela me levou a outro outra concepção de avaliação da mesma forma lomba nos anos 80 considerado um filósofo da avaliação diz que toda avaliação é um ato político mesmo que não o pretenda ser se vocês desejarem se aprofundar nesses modelos ou ter uma visão mais completa dessas concepções que eu coloquei de uma forma mais breve eu
vou sugerir a vocês um livro clássico na área da professora Ana Maria saú dos anos 80 onde ela justamente discute essas concepções O livro é avaliação emancipatória é interessante comentar com vocês também uma novidade que apareceu no curso de Mestrado trazida diretamente da ucla pela coordenadora do mestrado sobre análise qualitativa de redações Esse foi um aspecto importante nos caminhos que eu passei a seguir porque me chamou atenção sobre a importância de uma análise qualitativa para além da qu ativa ou seja precisaríamos analisar por exemplo da redação de um aluno que indicadores essa correção estaria nos
fornecendo para que pudéssemos auxiliá-lo a prosseguir a melhorar seu texto melhor melhorar sua redação os estudos da ucla sobre análise qualitativa estiveram presentes então na minha dissertação de Mestrado que foi justamente sobre avaliação de redações na ocasião eu reuni toda a minha experiência como professora de português somando-se às teorias de avaliação Educacional e busquei elaborar uma escala qualitativa de avaliação de redações que estão publicadas hoje e São ã orientadoras são norteadoras de algumas ações dos professores ao avaliar redações concluído o meu curso de Mestrado e imersa nas teorias de avaliação naturalmente como eu estava eu
ingressei por concurso na faculdade de educação nos anos 80 nessa ocasião na faced da urgs havia uma discussão intensa em torno das teorias construtivistas sociointeracionistas e dialéticas da aprendisagem em confronto né com toda a concepção instrucionista e conteud dissa de aprendizagem muitas críticas eram tecidas em torno dessas teorias mais instrucionista da Visão comportamentalista da avaliação e alguns teóricos entravam com novas discussões também eh em paralelo a piag Paulo Freire nós temos os estudos de Edgar Moran nos anos 90 sobre as múltiplas dimensões da aprendizagem Ora se a avaliação era comportamentalista a medida em que se
pretendia julgar aprendizagens a partir de objetivos pré-determinados a partir de um uma rigidez conteud também que ainda prevalecia Edgar mohan com a sua introdução das múltiplas dimensões da aprendizagem aprender aprender a aprender aprender a fazer aprender a conviver aprender a ser nos aponta para uma outra questão Como avaliar um fenômeno tão complexo seguindo uma prática que até então era prioritariamente a partir de testes escritos de tarefas pontuais de uma visão terminal do professor isso não seria mais possível estas todas essas indaca então todos esses questionamentos e dúvidas não é resultaram em uma busca incessante eu
diria que busco até esse momento por uma prática que seja mais significativa em termos da avaliação do aprendizagem do aluno na sala de aula após alguns anos na universidade consolidam-se então em termos da minha concepção alguns princípios que vão nortear a teoria e que norteiam a teoria até esse momento em primeiro lugar estava claro para mim que avaliar não é fazer provas não é testar e medir apenas ao final de um período mas principalmente avaliar para promover melhores oportunidades de aprendizagem aos alunos Aí está a concepção de poph a concepção de krombach de que o
avaliador não é neutro de que o avaliador participa daquela ação e faz diferença em relação ao sujeito avaliado ou seja o compromisso avaliador é ajudar o aluno a prosseguir a segunda questão a partir de piag vigotsky Freire principalmente todos os alunos aprendem Esse é o princípio da avaliação mas aprendem melhor com apoios adequados com apoios pedagógicos adequados e conhecendo-se melhor seus diferentes jeitos de ser de viver e aprender Aí está a influência de mohan com seu estudo sobre as múltiplas dimensões da aprendizagem o terceiro princípio que é essencial a escolha da denominação avaliação mediadora o
papel do professor é essencial no ato avaliativo ele olha o aluno a partir do seu próprio olhar ou seja avaliação pelos olhos de quem avalia esse juízo de valor que ele emite é subjetivo avaliação é interpretação e é preciso que ele seja consciente disso para que ele busque sempre uma melhor aproximação com o aluno como vai se dar essa aproximação como vai se dar essa sua compreensão de todo o processo de construção de conhecimento que é amplo que é extenso que é que se dá longitudinalmente e de uma enorme complexidade considerando que este professor vai
trabalhar com crianças vai trabalhar com jovens vai trabalhar com adultos que a a partir de Pag vem o mundo constróem suas ideias e seus raciocínios de jeitos diferentes em idades em tempos diferentes eh estabeleço Então se vocês puderam perceber nesse momento uma diferença radical entre processos avaliativos classificatórios e processos avaliativos mediadores Por que a denominação avaliação mediadora as teorias de Freire piage vigotsky São decisivas nesse sentido para Freire mediação e diálogo para piag mediação e desafio é problematização e para vigot mediação é o apoio adequado para o aluno envolver suas potencialidades em 1991 eu publiquei
meu primeiro livro avaliação mito e desafio uma perspectiva construtivista este livro provocou uma certa Catarse em torno da avaliação eu já mencionava nesta primeira publicação a denominação mediação avaliação como mediação mas muitos e muitos professores questionaram a novidade para consolidar as hipóteses que eu vinha levantando então na época já na faculdade de educação eu entrei em escolas de Ensino Fundamental anos iniciais anos finais entrei em escolas de Ensino Médio trabalhei com professores universitários testando as hipóteses que até então havia levantado que era possível sim desenvolver uma prática diferente em termos de avaliação eu ia em
busca das metodologias da avaliação mediadora e esta publicação Foi a que se seguiu a avaliação mito e desafio avaliação mediadora foi publicada em 1993 Então já com algumas metodologias deline muitos exemplos de casos uma experiência importante que eu havia realizado com uma professora de matemática da faculdade de do Instituto de matemática da urgs a professora Vera Carneiro que testou diretamente essa teoria numa disciplina muito difícil de cálculo cálculo um no curso de licenciatura em matemática algumas hipóteses então foram sendo delineadas paulatinamente muitas dúvidas ainda sem sem eh comentários em relação a isso muitas questões de
professores eu viajei Brasil inteiro desenvolvendo cursos de formação continuada dando palestras participando de congressos sempre com muitas dúvidas sobre se a avaliação mediadora iria representar realmente um avanço em termos das práticas avaliativas nas escolas esses essas reflexões elas foram melhor consolidadas em 2001 com o livro avaliar para promover as setas do caminho e houve algo bastante curioso com esse título na época alguns uma secretar as de estado tal como a secretaria do estado do Rio de Janeiro estava desenvolvendo processos de promoção contínua e por ess por este título avaliar para promover o livro causou um
impacto em muitos leitores Na verdade eu coloco esse título propositadamente a minha intenção naquele momento foi dizer que avalia-se para promover o aluno em termos Morais e intelectuais não cabe na avaliação uma promoção continuada uma promoção automática porque não há promoção de melhores oportunidades aprendizagens sem que o o papel do professor intervenha nesse sentido Aí surge surgem neste livro eu Delio em avaliar promover cinco princípios que são essenciais à prática avaliativa mediadora o primeiro deles que embora muitos professores não a não tenham a consciência disto é que avaliamos quando intervimos avaliar É ver é julgar
e agir e a ação do professor frente aquilo que observou frente à suas reflexões sobre o processo de construção do conhecimento do aluno faz parte é inerente ao processo avaliativo nós avaliamos muito mais quando estamos corrigindo uma tarefa do aluno em sala de aula nós avaliamos muito mais quando estamos respondendo a uma pergunta que ele nos faz nós avaliamos quando chegamos próximo do aluno e ele nos olha nos Interroga a respeito de alguma coisa nós avaliamos quando dizemos não quando dizemos sim quando dizemos faz quando dizemos não faz avaliação faz parte do cotidiano e nós
avaliamos o aluno eh de uma forma subjetiva de uma forma interpretativa eu costumo dizer que nós avaliamos a partir do que nós somos do que nós sabemos e do que nós sentimos ou seja o princípio da subjetividade e da interpretação inerente ao processo avaliativo mediador o segundo princípio que eu deline em avaliar para promover é a questão do tempo a minha pergunta é quem acompanha quem o aluno acompanha o professor no processo ensino aprendizagem ou o professor acompanha o aluno em relação ao processo ensino aprendizagem E é esta diferença que nós precisamos sentir é o
professor que precisa acompanhar o aluno alguns al alfabetizadores me diziam não mas meus alunos não estão preparados para o processo de alfabetização as crianças não precisam entrar na escola preparada para o processo de alfabetização é preciso que o professor esteja preparado para receber crianças diferentes em tempos diferentes de idades diferentes e desenvolver esse processo adequado a ele a elas né cada criança cada jovem cada adulto tem seu próprio tempo de aprender o terceiro princípio eh delineado neste livro e que é essencial como eu já disse a vocês é que cabe ao professor mediar esta esta
aprendizagem que se dá que é processual que se dá continuamente e como esse professor irá fazer isso testes e tarefas frequentes gradativos sequenciais são muito importantes até hoje eu ouço de alguns professores ah Jussara então agora estou desenvolvendo o processo avaliativo mediador e não faço mais provas este professor não entendeu exatamente a minha teoria bem pelo contrário nós temos que fazer maior número de tarefas eh vários várias atividades que me permitam perceber o aluno nas múltiplas dimensões de aprendizagem não é através de uma tarefa escrita por exemplo que eu vou compreender esse aluno em seu
modo de ser não é a partir de testes orais ou de tarefas eh formatadas e rígidas que eu vou compreender o aluno em sua forma de conviver também não uma tarefa teórica não me permite observar não me permite acompanhar o aluno em seu modo de fazer por exemplo então uma prática de laboratório uma experiência em laboratório como ela irá resultar em termos do processo avaliativo este aluno precisará relatar precisará eh conversar com o professor discutir com o professor sobre o que ele está fazendo como ele está fazendo porque ele está fazendo e é este processo
no dia a dia esta esta ação espontânea e natural da aprendizagem que precisa fazer parte das nossas reflexões para que se possa de fato avaliar para promover o aluno integralmente um quarto princípio está delineado no livro avaliar para promover que é a questão da mediação como reflexão epistemológica sobre essas tarefas realizadas pelo aluno Este é o calcanhar de Aquiles do processo avaliativo em nossos cursos de Formação nos cursos de licenciatura os professores universitários sabem muito o seu conteúdo dominam o seu conteúdo e nesse sentido eles têm todas as condições de ensinar de transmitir mas infelizmente
a os cursos de licenciatura os cursos de formação de professores não dedicam tanto tempo assim a como o aluno aprende e é esta a questão que faz toda a diferença não é o ensino que irá determinar o processo avaliativo não é a concepção de ensino mas a concepção de aprendizagem uma criança aprende completamente diferente de forma completamente diferente em relação a um adulto tá um jovem eh levanta algumas hipóteses o adulto levanta outras hipóteses e isto está diretamente relacionado a a seu nível de desenvolvimento ao seu está de desenvolvimento nós temos aí fortemente presente os
estudos de Pag sobre a construção da Inteligência um quinto princípio está presente também no livro avaliar para promover que é a questão da necessidade de se pensar em novas metodologias não podemos fazer igual para alcançar processos Diferentes né então é preciso sim ressignificar testes e tarefas é preciso sim ampliar o nosso olhar avaliativo sobre as várias dimensões da aprendizagem em termos de objetivos de que conteúdos estamos falando e se são adequados as possibilidades desses alunos que estamos avaliando precisamos analisar o processo de aprendizagem em termos epistemológicos como ele se dá Quais são os desvios Quais
são os ruídos nesse processo precisamos atentar para o cenário educativo avaliativo que é outro que precisa ser percebido nessa outra concepção de uma aprendizagem multidimensional complexa e diferente pois bem vocês a essa altura devem estar perguntando Jussara mas eh nós temos 30 40 alunos em sala de aula talvez na universidade mais como acompanhar uma aprendizagem multidimensional complexa e que se dá de jeito diferente de um aluno para o outro com tantos alunos em sala de aula e esta sim é uma questão bastante polêmica em termos de avaliação mas eu diria a vocês não há outra
forma de fazer é preciso sim acompanhar os alunos individualmente é preciso que se Resgate o olhar individual ao sujeito aprendiz e este acompanhamento eu pelos cursos de Formação que vem fazendo projetos de extensão pesquisas ele exige registros de caráter descritivos por parte do professor Esta é uma das razões pelas quais o plano nacional de educação prevê a elaboração de relatórios de avaliação nos anos iniciais eh havia uma pergunta sempre em voga Por parte dos professores Como atribuir notas por exemplo a um processo de alfabetização a criança nem bem entrou na escola e no primeiro bimestre
nós estamos atribuindo notas à disciplina de português de matemática de estudos sociais de ciências estava Óbvio para todos nós que este era um processo impossível porque a o processo de alfabetização ele é continuado ele é complexo ele é múltiplo em suas descobertas em em seus avanços por parte da criança esta para tirar essas essas dúvidas Sem dúvida que sempre aparecem ao longo do processo eu fui então Eh desenvolver uma experiência que foi muito significativa e que deu origem ao livro publicado em 2005 o jogo do contrário em avaliação eu me sinto muito feliz quando vejo
que consegui eh divulgar essas experiências realizadas neste livro e o jogo do contrário ele ele tem um significado muito especial para mim na virada do século após um cerca de 10 anos trabalhando com formação de professores chegou um momento que eu disse bom chega de dizer que não dá para fazer vamos tentar fazer diferente não é possível que a gente continue sempre fazendo as mesmas coisas em avaliação e achando que esta avaliação é significativa que de fato nós estamos ajudando o aluno que esta avaliação é em benefício dele e esse é o jogo do contrário
o primeiro princípio do jogo do contrário é fazer diferente do que sempre se faz para fazer alguma diferença em relação a aprendizagem do aluno tá nós precisamos pensar de jeitos diferentes os professores Me perguntaram mas que metodologia são essas são metodologias diferentes Não nós vamos realizar os testes também com aluno nós vamos estar ensinando a aula a a sala de aula a escola ela não chegou a ter até então uma nova configuração Nós estamos vendo hoje que é claro isso decorre em experiências altamente significativas tais como as as visões que nós Recebemos hoje ou as
reportagens que nós lemos hoje sobre por exemplo a educação na Finlândia né sobre a escola da ponte sobre Régio Emília que buscam uma outra configuração do espaço escolar mas nós estamos um pouco longes disso ainda no Brasil não é mas é preciso acompanhar o aluno individualmente sim precisamos diminuir o número de alunos em sala de aula sim precisamos fazer relatórios descritivos aprender a fazer isso sim mas principalmente precisamos cuidar mais de quem precisa mais e por mais tempo eu trabalhei ao longo de 10 anos mais ou menos com estudos de casos de alunos difíceis em
escolas em programas de assessoria em avaliação Educacional este essa experiência foi por demais significativa né todos os professores que realizaram esses estudos de caso aproximando-se melhor desses alunos conhecendo suas histórias de vida seus processos escolares anteriores analisando detidamente suas tarefas seus cadernos principalmente conversando com eles e com os outros professores perceberam que esses alunos estavam no anonimato da sala de aula devido suas dificuldades alguns alunos repetentes até por 2 anos 3 anos eram abandonados à sua própria sorte um caso perdido diziam os professores não há o que fazer diziam outros e esses professores que com
os quais eu trabalhei de forma muito próxima foram se aproximando desses alunos conhecendo suas histórias intervindo pedagogicamente ensinando esses alunos aquilo que não haviam ainda aprendido e todos eles evoluíram de forma surpreendente em dois meses em 3 meses Algumas crianças e jovens mudaram de modo de ser mudaram seu modo de ser algumas delas nos diziam Eu não mudei apenas professora de lugar na sala de aula eu mudei minha vida minha vida hoje é diferente esse esses estudos de casos também nos mostraram uma coisa muito séria em termos desses estudos que os professores todos os professores
têm boas intenções ao ensinar ao avaliar muitos deles entretanto por esse grande coletivo da sala de aula e também pelo próprio sistema escolar eles passam pouco tempo com os alunos e em períodos muito estanques por todos os compromissos burocráticos da escola eles sabem quando um aluno não sabe mas eles não sabem porque ele não sabe e o que é mais sério não sabem como ajudá-lo a vir a saber aquilo que ainda não sabe então Este é o nosso papel Este é o papel da avaliação mediadora compreender conhecer intervir pedag magicamente mediar a melhoria da aprendizagem
e eu preciso retomar mediação é diálogo mediação é desequilíbrio é Desafio nós estamos muito mais avaliando quando nós fazemos perguntas do que quando analisamos respostas é fazer perguntas sobre as respostas é fazer novas perguntas sobre novas respostas é acompanhar o processo de construção do conhecimento não de forma fazer registro sobre aquilo que nós vemos de fora de forma neutra mas é acompanhar com a intenção explícita consciente de intervir para a melhoria enquanto não estivermos fazendo isso não estamos completando o ciclo da avaliação de observar de refletir sobre o que nós estamos vendo e de agir
no sentido de ajudar esse aluno a prosseguir bem Eu estou concluindo este momento com vocês gostaria de agradecer mais uma vez por essa oportunidade do quidu de eu estar aqui e fazendo esta conversa me aproximando de vocês mesmo que à distância não é que essas esses avanços tecnológicos nos permitem espero ter provocado muitas questões Esse é o meu objetivo aqui não é oferecer respostas espero que vocês tenham sido desafiados a buscar respostas a encontrar respostas provavelmente que eu não tenha dado a vocês nesse momento e para finalizar eu gostaria de dizer que avaliação mediadora ela
se desenvolve em paralelo a uma concepção de uma escola inclusiva e o princípio primeiro de toda essa teoria é que é preciso respeitar primeiro o aluno conhecê-lo muito bem aproximar-se dele da melhor forma possível para pensar em educá-lo Muito obrigado a todos e eu me coloco à sua disposição para para novos contatos e novas conversas como essa muito obrigada [Música] [Música] [Música] no Dark sarcasm in the [Música] classom kids al he [Música] All Just [Música] the all all [Música] [Música] SN [Música] F in the [Música] classroom he L [Música] le Breaking the w [Música]