[Música] Fala aí galera tudo bem com vocês eu sou Francisco porfiro professor de Filosofia e hoje nós vamos falar de um tema que ele é um pouco interdisciplinar porque ele está ali diretamente ligado à formação das Ciências Sociais e da sociologia né que tá diretamente ligado à antropologia Mas ele também participa da filosofia sendo uma espécie de Antropologia filosófica né É nós vamos falar sobre o evolucionismo social evolucionismo cultural e o surgimento da antropologia isso é um tema um pouco amplo né que ele acaba se encaixando nas ciências humanas em geral mas antes de passar
pra nossa vídeoaula já deixa seu joinha aqui pra gente se ainda não for inscrito no canal se inscreva e ative também o Sininho para receber notificações quando algo for postado por [Música] aqui pessoal o evolucionismo cultural ele é uma corrente de pensamento que dá origem a ao primeiro ali a primeira emancipação da da antropologia como uma ciência autônoma dentro das Ciências Sociais né então ele tá surgindo num contexto ali por exemplo em que Charles Darwin né as ideias do grande biólogo Charles Darwin elas vêm com força dentro da Europa e elas passam a mudar muito
daquele cenário científico de então né como por exemplo a questão de evolução das espécies né ou melhor de adaptação vamos dizer assim né a gente tem aqui por exemplo nessa imagem que fala de um exemplo dessa adaptação das espécies né que ajudaria ali naquela seleção natural né as espécies mais adaptadas ao meio elas acabam sobrevivendo a esse meio né então você tem por exemplo passa de diferentes bicos cada bico né estaria ligado ali por exemplo a sua alimentação né ao modo como ele se alimenta e Se isso tiver disponível né Se isso for compatível com
o ambiente em que ele vive aquela aquela espécie Tem de se preservar os evolucionistas sociais eles vão pegar né a ideia que de evolucionismo social de evolucionismo cultural vai pegar muito dessa influência darwinista tá por isso que mais tarde o evolucionismo cultural fica conhecido também como Darwinismo Social não que Darwin tivesse defendido essas ideias Ok galera são pensadores que estão pegando as ideias de Darwin e apropriando-se e e desenvolvendo uma nova teoria dentro das ciências humanas tá uma nova teoria científica e o mais interessante é que nós estamos falando de um século XIX extremamente cientificista
né Extrem ente diferente dos séculos anteriores na relação entre fé e ciência Então os movimentos colonialistas anteriores eles tinham se a gente for pegar ali por exemplo o momento das grandes navegações né daquela primeira Ona colonialista os europeus utilizavam a religião pura e simples para justificar o seu domínio sobre outros povos então eram povos que na visão europeia né naquela visão anterior eles precisavam ser evangelizados para terem suas almas salvas né o os evolucionistas a o século XIX ele já tem uma visão diferente né a religião pur e simples já não pode mais ser utilizada
para explicar para justificar algo desse tamanho né invadir outras terras dominar aquele povo roubar os recursos naturais daqueles lugares então eles precisavam utilizar outras coisas para justificar isso tá e isso casa muito bem o evolucionismo cultural né casa muito bem com o momento olha tem uma segunda onda imperialista aqui né uma segunda onda o neo chamado neocolonialismo do século XIX como que a gente vai justificar isso ora eh nós europeus né somos povos superiores mais avançados nós estamos levando então a essa essa civilidade a Esses povos incivilizados né inferiores vou explicar mais ou menos como
que isso se deu a partir de agora o evolucionismo social Ele marca como eu já falei para vocês aquele momento de surgimento né de emancipação da antropologia como ciência isso vai surgir a partir das ideias do biólogo inglês Edward bernet Tyler e do biólogo e geógrafo Herbert Spencer né bernet Tyler e Spencer eles estavam fundando e fundamentando essa primeira onda do evolucionismo né de pensar o evolucionismo aqui da sociedade partindo das ideias de que os seres humanos de uma ideia geral né de que os seres humanos passaria por graus de desenvolvimento diferentes né seriam estágios
de desenvolvimento diferentes e na ideia deles para entender a sociedade para entender essa formação social era preciso procurar então as bases nos chamados povos primitivos né aqueles que na visão deles estariam nos primeiros estágios de Desenvolvimento Social então vejam bem o que eles estão fazendo aqui são estudos culturais analisar o desenvolvimento dos povos a partir do quê da cultura da cultura desses povos e com isso eles estão inaugurando um modo de se fazer o que dentro da antropologia seria a etnografia né baseando-se no quê em questões étnicas questões culturais principalmente né para Ender as relações
sociais dentro de de de agrupamentos dentro de etnias diferentes e com isso eles estão partindo daquele pressuposto que eu falei para vocês que existiam povos mais desenvolvidos povos mais primitivos né em em plena convivência dentro da humanidade tá isso explicaria por exemplo uma noção de evolução de evolucionismo o ser humano ele tinha ido né de um estágio mais primitivo a um estágio mais avançado né ISO poderia ser medido pela cultura que eles consideravam uma cultura mais primitiva e uma cultura mais avançada e na visão deles haviam né no mundo ainda no século XIX a convivência
entre os primitivos e os avançados É lógico é uma visão eurocêntrica né é uma visão etnocêntrica por quê Porque eles estão partindo do pressuposto de que aquela cultura ocidental Branca europeia ela seria mais desenvolvida portanto fruto de povos de humanos mais desenvolvidos e aquela cultura muitas vezes tribal né uma cultura que não não não não tinha eh trazido para si por exemplo uma organização política centrada naquela ideia de organização política europeia né portanto era uma vida tribal era uma vida em maior contato com a natureza né na visão deles era uma cultura primitiva né então
então eles levavam em consideração vários aspectos como por exemplo domínio da Arte dos metais eh a utilização de moeda de sistema monetário né organização política religião só que isso na verdade se a gente olha hoje né com o nosso com a nossa visão assim de eh respeito né de respeito às culturas diferentes a gente percebe que se tratava de um momento de de extrema vamos dizer assim né de de de não enxergar a cultura do outro não enxergar a importância do outro então era uma visão preconceituosa extremamente preconceituosa a partir dessas ideias a gente pode
ter uma noção por exemplo de racismo científico que era algo aliás muito comum no século XIX n muito comum dentro das Ciências Sociais que estavam surgindo no século XIX o que que é esse racismo científico Olha é tentar fundar cientificamente bases que justifiquem né um tratamento uma discriminação racial a partir de teorias científicas que para eles eram científicas né E que hoje a gente vê como pseudociência eh nós tínhamos por exemplo a criminologia determinista né que fundamentou bases para a chamada craniometria que que era isso começaram se a a fazer estudos né começaram estudos ali
dentro da psicologia e dentro também das Ciências Sociais para tentar entender o comportamento violento e a criminalidade E aí esse esses estudos muitas vezes eram tendenciosos como por exemplo eh dentro da Europa e de determinadas localidades procurar a população carcerária né e analisar a população carcerária tirar conclusões com base nisso muitas vezes né dentro depois daquele contexto de abolição da escravatura dentro do mundo europeu a a a Inglaterra tinha abolido a escravidão no início do século X né os Estados Unidos já tinha abolido a vidão ali na década de 1850 1850 1860 né o que
que acontece Você tem uma população de uma população preta né a população negra que ficou marginalizada por conta dos traços deixados pela escravidão é o que acontece aqui no Brasil principalmente aqui no Brasil onde não houve nenhum tipo de indenização e de projeto de inserção do negro na sociedade então o que que o que que acontece o que que resulta disso resulta né na marginalização daquela população se você tem uma marginalização em massa daquela população e uma população branca que em sua maioria está inserida dentro da sociedade de classe está inserida no mercado você acaba
tendo uma maior população negra incarcerada né os crimes né Essa essa ideia de criminalidade ela tem um fator social muito grande ou seja os fatores sociais né eles explicam muitas vezes a a a a criminalidade então se você tem exclusão social né você vai ter criminalidade por isso que a maior parte da população carcerária né era a população negra e aí esses estudos indo a presídios por exemplo E analisando os criminosos a partir né dessas questões étnico-raciais e aí concluindo que se tinham mais negros dentro do presídio é porque o negro ele tem uma propensão
à violência você está né mexendo aqui na nos no resultado você está manipulando o resultado não levando em consideração os aspectos sociais e históricos daquela abolição da escravidão né ou simplesmente da escravidão Então veja bem é uma maneira de de criar uma teoria né falsamente aqui fundamentada em bases científicas mas que na verdade ela é racista a craniometria ela tratava-se de uma tirada né de uma uma ideia aqui de medir padrão de tamanho do crânio e comparar esses padrões também nessa mesma perspectiva de explicar a violência né E aí com metodologias também muito furadas assim
metodologias que que não eram cientificamente corretas né Se a gente for parar para pensar apesar dos humanos terem um crânio parecido né Nós temos medidas diferentes de acordo com a localidade daquela pessoa então você tem um tamanho né predominante dentre e descendentes de africanos e um tamanho predominante do crânio de descendentes de europeus né variação uma pouca variação ali mas que faz parte da das questões né do do genótipo vamos dizer assim do fenótipo né Então essa variação de medidas ela era utilizada ali para explicar fatores sociais também o que né é furada gente não
é uma teoria que deve ser levado em consideração isso levava também as ideias de Eugenia muito comuns do século XIX que chegaram até o Brasil que é uma Eugenia né basicamente é melhoramento genético né melhoramento da raça a partir de melhoramento genético o que que se pensava na época na época não não havia manipulação genética em laboratório n não com seres humanos pelo menos o que que se pensava Olha nós precisamos eh fazer aqui fazer uma espécie de cruzamento né entre as pessoas que aumente o número da população Branca né e diminua o número da
população negra da população ameríndia também nos na no continente americano se a gente for trazer as ideas pro continente americano porque isso na visão dessas pessoas né amparado aqui por esse evolucionismo cultural que enxergava a cultura brancoa europeia como um medidor né de sucesso e de progresso eh você branqueando a população você estaria fazendo o quê levando uma evolução tornando aquela população né moralmente socialmente e cientificamente melhor então a ideia aqui era basicamente olha por exemplo vou pegar um exemplo né que que a gente pode observar que a gente pode observar no Brasil depois da
Abolição no final do século XIX embora muitos teóricos rejeitem né Se a gente for pegar teóricos Escritores da época a gente percebe essa essa vontade de fazer essa Eugenia né Se a gente for pegar os escritos por exemplo de Euclides da Cunha até de Monteiro global já no século XX que falavam desse branqueamento da população era fazer o quê eh tinha uma população negra muito grande aqui depois da Abolição o Brasil foi um país que teve uma grande missena né de pessoas missena entre negros e brancos e indígenas então a ideia era trazer mais europeus
para cá né tentar branquear essa população para que daqui dali poucas décadas né a população negra chegasse a diminuir ouel ou sumir né e a população Branca aumentasse acreditando que isso levaria sucesso né o sucesso fala tão chamado sucesso eh o progresso né científico moral intelectual etc ou seja gente é pseudociência é o racismo científico tá a antropologia esse início dessa antropologia evolucionista ela tava muito voltada para isso ela tem a sua importância né que é de dar aquela autonomia pros estudos antropológicos mas ela tem esse lado que é o o racismo a gente observa
que essa primeira esse primeiro movimento antropológico ele ele faz uma análise muito superficial dessa vida tribal né Você tem uma um distanciamento muito grande ali do estudioso do cientista com o objeto estudado né que na visão deles eram os povos primitivos Tá mas eles acabam tendo essa visão preconceituosa e essa visão racista justamente porque não há esse contato direto também né porque não há essa vontade de inserir-se de conhecer a cultura de conhecer a linguagem né então eles simplesmente vem aqueles outros como uma cultura inferior e a sua cultura como uma cultura superior como eu
falei para vocês né tem o o o essas questões negativas mas tem ainda o benefício né dessa dessa autonomia das ciências da ciência antropológica né de colocar a antropologia como uma nova ciência social tá isso começa a mudar depois já no final do século XX eh no no final do século XIX início do século XX Frans boas ele começa a enxergar a necessidade de uma nova antropologia de estudos antropológicos que né mergulhassem na cultura e Levi trou né Claude Levi trou o o antropólogo né ele ele começa a trazer então a noção pra gente no
século XX de um uma necessidade de respeito né mesmo de encarar a cultura do outro como uma cultura diferente da sua e aí entra né o relativismo cultural né de respeitar o outro de tolerar a cultura do outro e de enxergar essa cultura diferente como apenas diferente da sua mas não necessariamente inferior Galera É isso aí por hoje é só curtam compartilhem à vontade a nossa vídeoaula se inscreva noem nosso canal se ainda não fori inscrito Não esquece também de seguir a gente lá nas redes sociais no Facebook no Twitter e no Instagram vejo vocês
na próxima videoaula até mais