Meu marido me empurrou de um penhasco, dizendo: "Aqui acabam seus sonhos..."

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Caminho das Histórias
Sinopse: Após ser brut@lment$ empurrada por seu marido, Nando, de um penhasco e deixada para m00rr$...
Video Transcript:
Minha história com Nando começou como um conto de fadas. Mas mal sabia eu que estava embarcando em um pesadelo. Desde o início, ele parecia o homem perfeito: atencioso, carismático e generoso.
Vindo de uma família tradicional e de posses, ele me fazia sentir especial de uma maneira que eu nunca havia experimentado. Para alguém como eu, criada em uma casa humilde com valores simples, Nando parecia um príncipe saído diretamente dos meus sonhos. Nos primeiros meses de namoro, ele era tudo o que eu podia querer.
Me levava para lugares que eu nunca imaginei conhecer e me tratava como se eu fosse o centro do universo. Quando me pediu em casamento, eu não hesitei; aceitei com lágrimas nos olhos, achando que o futuro seria tão brilhante quanto os anéis que ele deslizou em meus dedos naquele dia. Mas os sinais de alerta começaram a surgir aos poucos, como pequenas rachaduras na fachada de um edifício aparentemente sólido.
Clarice, a mãe de Nando, foi a primeira a deixar claro que não me aceitava. Desde o início, ela se comportava de forma fria e crítica. Durante os preparativos do casamento, fez questão de deixar sua marca em cada detalhe, como se aquilo fosse um evento exclusivamente dela.
"Eu quero o melhor para a nossa família", ela dizia, com o tom sempre superior. Apesar do desconforto que sentia, atribuí aquele comportamento à tensão natural de organizar uma cerimônia grande. Achei que, com o tempo, as coisas se ajustariam e que eu conquistaria o respeito dela.
Mais tarde, percebi que ela não estava disposta a me aceitar; para ela, eu era uma intrusa. No dia do casamento, em meio a flores brancas e ao brilho de lustres de cristal, senti pela primeira vez o peso do desprezo de Clarice. Enquanto ajustava minha tiara, ela comentou casualmente: "Espero que esteja pronta para este nível de vida; não é para qualquer um".
Suas palavras pareciam um golpe, mas o sorriso frio em seu rosto era ainda pior. Fingi que não me incomodava, mas aquilo ficou gravado em mim. Nando, no entanto, era completamente diferente.
Pelo menos, eu acreditava nisso. Ele ria das críticas da mãe, dizendo que ela era apenas protetora demais. Ele me assegurava que me amava e que juntos poderíamos superar qualquer obstáculo.
Era fácil acreditar nele; sua voz era suave e seus olhos tinham uma sinceridade que me desarmava. Então, eu ignorava as insinuações de Clarice e seguia em frente. Após a grandiosa cerimônia, que mais parecia um evento social do que uma celebração de amor, partimos para a lua de mel.
Eu estava animada; um destino paradisíaco nos aguardava, e aquele seria o começo da nossa vida juntos. Mas logo no aeroporto, as primeiras fissuras no sonho começaram a aparecer. Nando e Clarice pareciam estranhamente próximos, sussurrando entre si na fila de embarque como se algo especial estivesse por vir.
Talvez uma surpresa. Mas então Nando se aproximou e me entregou um envelope. Abri com expectativa, imaginando que fosse algo romântico, mas o que encontrei foi um bilhete de trem.
Olhei para ele, confusa. "O que é isso? ", perguntei, tentando manter a voz firme, embora um nó começasse a se formar em minha garganta.
"É a sua passagem", respondeu ele como se fosse a coisa mais natural do mundo. "Eu e minha mãe vamos de avião, mas pensamos que você poderia aproveitar a experiência do trem. É uma vista deslumbrante; vai amar".
Eu estava em choque. "Mas por que faz sentido eu viajar separada de vocês? " Clarice, que observava a cena com um sorriso divertido, interveio: "Querida, você não vai querer perder essa chance.
O trem é uma experiência única, muito mais autêntica, e, sinceramente, alguém precisa apreciar isso". Suas palavras eram carregadas de sarcasmo, e ela sequer tentou escondê-lo. Minha mente girava; eu não sabia se deveria gritar ou chorar.
Era um claro insulto, uma demonstração de que para eles eu não era digna de compartilhar o mesmo espaço. Por mais que minha vontade fosse confrontá-los ali mesmo, decidi engolir. Não daria a eles o prazer de me ver quebrada.
Quando chegou a hora de embarcar, Nando se aproximou para me beijar na testa. Sua expressão era uma mistura de indiferença e condescendência. Antes que ele dissesse algo, olhei diretamente em seus olhos e disse, com uma calma assustadora: "Você vai se arrepender.
" Ele apenas sorriu, como se minhas palavras fossem irrelevantes. "Aproveite a viagem", disse, antes de se afastar ao lado de Clarice. Fui deixada sozinha na estação de trem, sentindo-me como uma peça descartável.
Subi no vagão, tentando manter a compostura, mas era impossível não sentir o peso da humilhação enquanto o trem avançava. Tentei me concentrar na paisagem que passava pela janela: as montanhas, os rios e os campos verdejantes pareciam cruéis com o caos dentro de mim. Ao chegar ao destino, um motorista enviado por Nando me esperava.
Ele era educado, mas sua expressão denunciava que estava ciente da situação. "Senhora Clara, o carro está aqui", disse ele, evitando me olhar diretamente nos olhos. No hotel, encontrei Nando e Clarice rindo no saguão como se nada dessa situação tivesse acontecido.
Eles pareciam estar se divertindo, alheios à minha dor. O quarto que me deram era simples, quase espartano, enquanto eles ficavam na melhor suíte do lugar. Não era apenas uma questão de conforto; era um recado claro de que eu não pertencia àquele mundo.
Naquela noite, durante o jantar, Clarice fez questão de reafirmar sua superioridade. "Cada um tem seu lugar no mundo", disse ela enquanto cortava um pedaço de carne. "Você só precisa aceitar isso, Clara; faz tudo ficar mais fácil.
" Olhei para Nando, esperando alguma defesa, mas ele apenas deu de ombros, como se estivesse concordando com ela, como se aquilo fosse algo natural. Pela primeira vez, me perguntei quem realmente era o homem com quem eu havia me casado. Embora cada palavra de Clarice e cada gesto de Nando fossem como punhais, decidi permanecer em silêncio; não seria naquela noite que eu permitiria que eles vissem.
Minha dor, no fundo, comecei a perceber que minha relação com Nando não era baseada em amor, mas em controle e submissão. Aquele jantar foi um ponto de virada. Eu sabia que algo dentro de mim havia mudado para sempre.
O dia seguinte amanheceu com um céu límpido, mas meu coração estava pesado. Nando e Clarice insistiram em sair para explorar a região. "É um lugar único, cheio de vistas", disse Nando, com um entusiasmo que parecia forçado.
Eu sabia que não tinha escolha; recusar seria dar a eles mais munição para o desprezo. Seguimos em um carro alugado, com Nando ao volante e Clarice no banco do passageiro, ditando o caminho como se fosse a dona de tudo. Fui relegada ao banco de trás, uma posição que parecia refletir meu lugar na dinâmica entre eles.
Durante todo o trajeto, eles conversavam como se eu não estivesse ali, trocando piadas e relembrando momentos que claramente não me incluíam. "Você sabia que essa região é famosa pelos penhascos? Alguns deles são tão altos que nem dá para enxergar o fundo", comentou Clarice, lançando um olhar malicioso na minha direção pelo retrovisor.
Não respondi; era mais uma de suas tentativas de me intimidar, mas eu não daria o gostinho de reagir. Chegamos a um mirante isolado, cercado por uma paisagem de tirar o fôlego. O vento forte fazia com que meus cabelos voassem descontroladamente, enquanto o som das ondas se chocando contra as rochas lá embaixo ecoava como um lembrete da força implacável da natureza.
Nando e Clarice estavam animados, mas eu sentia um desconforto crescente; algo estava errado, embora eu não pudesse dizer exatamente o quê. "Vem, Clara! " chamou Nando, indicando que eu me aproximasse da borda.
"A vista daqui é espetacular! " Hesitei, mas caminhei até onde eles estavam. Clarice se posicionou entre nós, com aquele sorriso de satisfação que eu já começava a reconhecer.
"Você não acha incrível, querida? Tanta beleza e, ao mesmo tempo, tão perigoso", disse ela, com um tom que beirava o sinistro. Antes que eu pudesse responder, Nando se aproximou por trás e segurou meu braço.
Seu toque, que antes era reconfortante, agora parecia frio e calculado. "Sabe, Clara, acho que essa vista realmente combina com você", disse ele, com um sorriso que não chegava aos olhos. "Do que você está falando?
", perguntei, tentando recuar, mas a borda estava perto demais. Foi então que senti o empurrão. Foi rápido, quase como um reflexo.
Meu corpo perdeu o equilíbrio, e o mundo pareceu desacelerar enquanto eu caía. Tentei agarrar alguma coisa, qualquer coisa, mas minhas mãos encontraram apenas o vazio. O impacto contra as rochas foi brutal, e tudo ficou escuro.
Quando acordei, minha visão estava turva e o gosto de sangue preenchia minha boca. O som do mar era ensurdecedor, mas, acima de tudo, sentia uma dor lancinante em todo o corpo. Por um momento, pensei que estava morta, mas o frio das rochas contra minha pele me trouxe de volta à realidade.
Foi um milagre que eu estivesse viva. Com dificuldade, consegui me arrastar para um local mais seguro, onde desabei novamente. Não sei quanto tempo fiquei ali, mas eventualmente fui encontrada por um grupo de moradores locais.
Seus rostos eram um borrão, mas lembro-me de suas vozes gentis enquanto me carregavam para um abrigo improvisado. Passei o dia à beira da inconsciência enquanto eles cuidavam de mim. Meus ferimentos eram graves, mas não fatais.
Enquanto meu corpo lutava para se recuperar, minha mente revisitou cada momento daquele dia. A imagem de Nando e Clarice rindo enquanto me empurravam para a morte estava gravada em minha memória. Era óbvio que eles acreditavam que eu não sobreviveria.
Naqueles dias solitários, algo dentro de mim mudou. A dor física que eu sentia era nada comparada à traição e humilhação. Não era apenas sobre o que fizeram comigo naquele penhasco; era sobre cada insulto, cada gesto de desprezo, cada momento em que me trataram como se eu não fosse nada.
Enquanto recuperava minhas forças, comecei a planejar. Eles pensavam que eu estava morta, e eu usaria isso a meu favor. Não sabia exatamente como, mas haveria um plano.
Minha recuperação foi lenta e dolorosa; cada dia era uma luta para superar a dor física e os pensamentos que me assombravam. O abrigo onde fui levada era humilde, mas seguro. Os moradores locais, apesar de viverem com tão pouco, dividiram comigo o que tinham.
Me nome onde eu vinha. E eu não me apressei em contar; no fundo, eu queria que minha antiga vida tivesse realmente acabado. A memória de Nando e Clarice ria de mim na borda do penhasco, como se minha vida não passasse de um incômodo descartável.
Essas lembranças alimentavam minha determinação de sobreviver, não apenas para viver, mas para garantir que eles pagassem pelo que fizeram. Os dias se transformaram em semanas, e lentamente recuperei. Nesse tempo, pensei muito sobre o que significava estar morta para eles.
Nando e Clarice deviam estar comemorando minha ausência, acreditando que estavam finalmente livres de mim. Mas isso não era uma tragédia; era uma oportunidade. Se eles achavam que eu estava morta, então eu poderia me transformar no fantasma que os destruiria.
Foi quando decidi que Clara, a esposa submissa e humilde, não existia mais. Eu precisava desaparecer, não apenas para eles, mas para o mundo. Roupa por roupa, descartei qualquer coisa que pudesse me identificar.
Consegui documentos falsos com a ajuda de um dos moradores que conhecia alguém disposto a me ajudar. Minha nova identidade seria uma armadura, uma proteção contra o passado que tentei enterrar. Enquanto planejava meu desaparecimento, também comecei a pensar em como Nando e Clarice estariam reagindo à mesa do jantar, brindando ao seu "sucesso".
Provavelmente diria algo como "Foi fácil demais; ela sempre foi fraca". Nando, por sua vez, talvez estivesse aliviado, mas uma parte de mim achava que ele sentiria algo mais: não remorso, mas o incômodo de ter perdido o controle sobre mim. Minha recuperação física avançava, mas o peso emocional ainda era esmagador.
Lembrava-me das pequenas traições diárias que culminaram naquele empurrão no penhasco. Não era apenas a violência do ato, mas a humilhação acumulada. Nando nunca havia me amado, e eu percebia isso com clareza agora.
Ele me via como uma peça conveniente, alguém para manipular e descartar quando não fosse mais útil, e Clarice nunca me poupou parte alguma, como fazia questão de me lembrar com cada olhar de desprezo e cada palavra venenosa. Na noite anterior à minha partida do Abrigo, sentei-me sob o céu estrelado e tracei o primeiro esboço do meu plano. Sabia que precisava de tempo e paciência; não seria uma vingança impulsiva, mas metódica, lenta e precisa.
Precisava observá-los, entender suas rotinas, seus desejos e seus medos. Importante, precisava de uma nova vida enquanto planejava seu colapso. Na manhã seguinte, agradeci às pessoas que me salvaram.
"Vocês me deram mais do que abrigo," disse com sinceridade, embora sem revelar muito sobre minha história. Eles apenas sorriram, desejando sorte e segurando suas perguntas. Peguei um ônibus para uma cidade próxima e comecei a desaparecer de verdade.
Cada passo para longe do penhasco era um passo em direção à liberdade e,ironica­mente, à minha vingança. Com minha nova identidade, aluguei um pequeno quarto em uma pensão. Era um lugar simples, mas me dava o anonimato que precisava.
A primeira coisa que fiz foi começar a estudar sobre rastreamento e tecnologias; precisava saber como permanecer invisível, mesmo em um mundo tão interconectado. Ao mesmo tempo, comecei a vasculhar discretamente as redes sociais para encontrá-los. Uma foto de Nando com Clarice apareceu em uma rede social, publicada com uma legenda que dizia: "Finalmente livres para viver a vida como ela deve ser.
" Livres. A palavra acendeu algo em mim, mas para isso, precisava ser inteligente; um movimento errado poderia arruinar tudo. Minha vantagem era que eles me subestimaram a vida toda e agora estavam convencidos de que eu não existia mais.
Decidi que observaria à distância, montando cada peça do meu plano antes de fazer o primeiro movimento. Nos dias seguintes, reuni informações sobre seus hábitos. Nando parecia estar ajustando bem a vida sem mim, mas Clarice era um caso à parte.
Ela parecia mais arrogante do que nunca, compartilhando frases de autoajuda sobre como deixar o passado para trás. Aquilo me fazia rir, mas também me dava força. Eles achavam que estavam no controle, mas mal sabiam que seu passado estava muito vivo.
Eu sabia que meu plano exigiria tempo, mas estava disposta a esperar. Minha vingança não seria apenas uma resposta ao que fizeram comigo; seria uma mensagem: ninguém pisa em mim sem consequências. Minha ausência parecia ser motivo de celebração para Nando e Clarice.
Enquanto eu me apagava do mundo, eles aproveitavam a suposta liberdade com uma arrogância que só aumentava minha determinação. Mesmo à distância, eu conseguia observar pedaços de suas vidas através de redes sociais e comentários deixados de conhecidos. Era como montar um quebra-cabeça, peça por peça, até que uma imagem completa emergisse.
Clarice assumiu o papel de rainha do lar. Não apenas se instalou na casa que eu um dia havia ajudado a construir, como também transformou cada canto em um reflexo de si mesma. As plantas que eu cultivava foram arrancadas do jardim, substituídas por esculturas frias e móveis que exalavam ostentação.
"Finalmente, essa casa tem um pouco de classe," comentou em uma foto publicada, com um sorriso satisfeito. Era como se estivesse apagando deliberadamente qualquer vestígio meu. Nando, por outro lado, parecia superficialmente aliviado, mas algo em suas expressões me dizia que nem tudo estava tão perfeito quanto ele queria aparentar.
Eu o conhecia bem o suficiente para saber que, por trás do sorriso confiante, havia algo mais. Ele mantinha uma rotina que parecia cuidadosamente planejada: trabalho, eventos sociais e encontros casuais com amigos, como se estivesse se forçando a ser a figura de sucesso que Clarice tanto idolatrava. De onde eu observava, podia ver que a relação entre eles não era tão harmoniosa quanto gostariam que o mundo acreditasse.
Clarice era controladora e impiedosa, exatamente como havia sido comigo. Agora, com Nando ao seu lado, suas exigências se tornaram ainda mais implacáveis. "Você não acha que já gastou o suficiente com bobagens?
" logou. Ela perguntou em um jantar que discretamente gravei com meu celular. Seu tom era firme, mas carregado de sarcasmo.
Nando, pela primeira vez, parecia hesitar. Ele deu de ombros, murmurando algo que não consegui captar, mas o desconforto em seu rosto era claro. Senti pena; cada momento de tensão entre eles era como um pequeno triunfo para mim.
Clarice podia ser manipuladora, mas Nando não era uma vítima. Ele era cúmplice de tudo, alguém que escolheu o conforto ao invés do caráter. Se agora começava a provar do veneno de sua mãe, isso não era mais problema meu, embora eu soubesse que poderia usar isso a meu favor no momento certo.
Enquanto isso, minha própria vida começava a virar algo diferente. Meu desaparecimento não era apenas um truque para assustá-los; era uma necessidade. Eu precisava apagar todas as conexões que me ligavam ao passado.
Aprendi a me mover nas sombras, a observar sem ser vista. Vesti-me com roupas simples, mantive o cabelo preso em um coque discreto e andava com a cabeça baixa. Passei a ser apenas mais uma pessoa comum em meio à multidão, invisível para aqueles que me reconheciam.
Aos poucos, fui montando uma nova rotina. Arrumei um emprego temporário como atendente em uma pequena livraria, onde passava os dias cercada por histórias de renascimento e superação. Era irônico, considerando a transformação que eu mesma estava vivendo.
Os clientes não me conheciam e eu não fazia questão de compartilhar minha história. Era libertador não ser ninguém, apenas uma sombra entre as prateleiras. Mas, mesmo enquanto reconstruía minha vida, nunca perdi de vista meu objetivo.
Toda noite, revisava as informações que havia coletado sobre Nando e Clarice. Cada postagem, cada comentário, cada pedaço de informação era armazenado em um caderno que mantinha escondido sob o assoalho do meu quarto. Era um ritual, algo que me mantinha focada e me lembrava do que estava em jogo.
Uma noite, enquanto lia os registros mais recentes de Clar, me deparei com algo curioso em uma postagem. Ela comentou sobre uma sensação estranha que havia sentido ao entrar no quarto que um dia foi meu. "Parece que ela ainda está aqui", escreveu, com uma risada superficial, mas as palavras ficaram comigo.
Talvez, sem saber, Clarisse estivesse começando a sentir o peso da minha presença, mesmo na minha ausência. A ideia me deu uma satisfação que eu não conseguia explicar. Decidi que era hora de começar a plantar sementes.
Comprei um par de luvas e, sob a cobertura da noite, voltei à casa que um dia foi minha. Não me aproximei o suficiente para ser vista, mas deixei pequenos sinais que sabia que confundiriam Clarice: uma pulseira minha que ela certamente havia descartado reapareceu misteriosamente no jardim; um lenço que eu costumava usar foi deixado no banco da varanda. Não era muito, mas era o suficiente para perturbar sua paz de espírito, e funcionou.
Dias depois, encontrei outra postagem de Clarice, desta vez com um tom mais alarmado: "Alguém esteve aqui", dizia. "Não é possível que tenha sido ela. Isso é impossível!
" O sorriso no meu rosto foi involuntário, mas genuíno. Ela estava começando a sentir o que era viver com o medo constante de não ter controle. Minha vingança estava apenas começando; não seria rápida e definitivamente não seria fácil, mas eu tinha tempo.
Nando e Clarice haviam me descartado como se eu fosse um problema resolvido. Agora eu seria o problema que eles nunca conseguiriam superar. Nando sempre foi habilidoso em mascarar quem realmente era por trás do sorriso encantador e das palavras calculadas.
Havia um homem implacável, alguém que via o acesso em um único objetivo: manter o controle absoluto. Para ele, eu havia sido apenas mais uma dessas peças úteis enquanto servia um propósito. Agora, acreditando que eu estava morta, ele se sentia livre para mostrar sua verdadeira face.
Clarice pode ter sido a arquiteta da humilhação que sofri, mas Nando era a força motriz por trás de tudo. Durante nosso casamento, sempre sabia o que dizer para me fazer duvidar de mim mesma, minando minha confiança até que eu achasse que dependia dele para tudo. Era um tipo de crueldade silenciosa, diferente do desprezo aberto de sua mãe, mas igualmente destrutiva.
Ao longo das semanas, observei Nando mais de perto. Ele parecia estar prosperando, assumindo compromissos sociais e profissionais com uma confiança que beirava a arrogância. "A ausência dela foi a melhor coisa que aconteceu para mim", ouvi ele dizer em uma ligação telefônica que consegui interceptar.
Sua voz era fria, sem traço algum de remorso, mas a máscara não era impenetrável. Nando, apesar de sua força aparente, carregava uma necessidade insaciável de reafirmação. Ele precisava ser o centro de atenção, o homem que todos admiravam.
Clarice, com seu temperamento controlador, começava a testar sua paciência. Por mais que ele tentasse manter a fachada de um filho obediente, era evidente que os dois estavam em rota de colisão. Essa tensão entre eles era algo que eu poderia usar, mas antes precisava abalar ainda mais a confiança de Nando.
Decidi começar de forma sutil, plantando dúvidas em sua mente. Enviei uma mensagem anônima ao seu celular, com palavras cuidadosamente escolhidas: "Nem tudo que está enterrado permanece morto". No dia seguinte, observei de longe enquanto ele lia a mensagem.
Seu rosto empalideceu por um breve momento, mas ele rapidamente recuperou a compostura. Nando era bom em disfarçar emoções, mas eu sabia que aquela mensagem ficaria com ele. Ele apagou o texto e guardou o celular.
Durante um jantar, ela comentou casualmente: "Parece que você anda distraído, querido. Algum problema no trabalho? " A pergunta era carregada de insinuações, mas Nando respondeu com sua típica indiferença: "Nada que eu não possa resolver", disse, enquanto cortava um pedaço de carne no prato.
Entretanto, seus atos começaram a denunciá-lo. Ele passou a evitar certos lugares, lugares que um dia frequentamos juntos; cancelou compromissos que envolviam pessoas que haviam me conhecido. Era como se estivesse tentando evitar qualquer coisa que pudesse trazer à tona memórias do passado.
Eu sabia que precisava aumentar a pressão. Encontrei uma foto nossa, tirada em uma viagem antes do casamento, e a coloquei cuidadosamente no bolso do casaco de Nando enquanto ele estava distraído em um evento. Quando ele encontrou a foto mais tarde, seu rosto se contorceu em uma mistura de confusão e raiva.
Ele a rasgou em pedaços, mas guardou os restos no bolso, em vez de descartá-los. Aquilo era um pequeno triunfo; ele podia fingir que estava no controle, mas eu sabia que estava começando a vacilar. Enquanto isso, Clarice continuava a desempenhar seu papel de antagonista.
Ela parecia ter percebido que algo estava incomodando Nando e usava isso a seu favor: "Você tem que ser mais forte, Nando. Não pode se deixar abalar por fantasmas do passado", disse ela em uma manhã, enquanto tomavam café. Sua voz era doce, mas carregada de desprezo; era claro que ela não acreditava na força do filho tanto quanto fingia.
Nando, por sua vez, começou a demonstrar um lado mais sombrio. Em um dia particularmente tenso, ele foi flagrado por um dos funcionários da casa, uma parede do escritório. "Eu disse para não me interromper," gritou, quando o funcionário tentou verificar se ele estava bem.
O incidente rapidamente se tornou assunto entre os empregados, mas Clarice, como sempre, tratou de abafar o caso. "Homens de verdade e suas explosões," justificou, com um sorriso venenoso. Eu assistia tudo isso à distância, aguardando o momento certo para dar o próximo passo.
Minha vingança não seria apenas uma resposta ao que fizeram comigo; seria a queda lenta e dolorosa de duas pessoas que acreditaram que poderiam destruir minha vida sem consequências. O próximo movimento estava claro: eu precisava que Nando e Clarice começassem a duvidar um do outro. Isso não seria difícil.
Relação entre eles já era baseada em manipulação e controle; era apenas uma questão de acender a faísca certa naquela um da deles. Como nem o que você enterra fica enterrado, o caos que se seguiu foi tudo o que eu esperava e mais. As coisas começaram a se desenrolar mais rápido do que eu imaginava.
A mensagem deixada na porta foi suficiente para abalar os nervos de Nando e Clarice. Aquele momento era como os barulhos deixasse sobressaltados. Eu havia aberto uma fissura na segurança deles e agora era questão de ampliá-la.
Nando, sempre tão racional e calculista, começou a mostrar sinais de tensão. Ele passou a evitar ficar sozinho, mesmo no escritório que tanto amava. Clarice, por outro lado, tratava de se manter firme, mas era evidente que a mensagem havia plantado uma dúvida incômoda em sua mente.
Era o começo da minha estratégia: questionar a realidade e, eventualmente, um ao outro. Minha próxima jogada foi ainda mais sutil: usei as cartas que havia escrito para Nando antes do casamento, aquelas que ele nunca teve a decência de valorizar, para criar um clima de nostalgia e culpa. Sabia que ele guardava algumas em uma caixa em seu escritório, mais por aparência do que por qualquer sentimento genuíno.
Durante uma de suas saídas, entrei na casa e adicionei uma nova carta à coleção; era uma mensagem que misturava lembranças felizes com uma frase carregada de ambiguidade: algumas promessas nunca podem ser quebradas, mesmo na ausência. A reação foi imediata. Nando encontrou a carta no dia seguinte e ficou pálido, como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de seus pés.
Clarice, ao perceber seu desconforto, aproveitou a oportunidade para pressioná-lo: "O que você está escondendo, Nando? Parece que viu um fantasma. " Ela não tinha ideia de como suas palavras eram apropriadas.
Ele tentou desviar, mas sua hesitação só a deixou mais desconfiada. Os dois começaram a discutir com mais frequência; pequenas coisas se transformavam em explosões. Clarice, sempre crítica, passou a acusar Nando de ser fraco, de não ter a firmeza necessária para lidar com pequenos problemas.
Nando, por sua vez, começou a questionar a autoridade da mãe em sua vida: "Você sempre acha que está no controle, mas não sabe de nada! " gritou durante um jantar, derrubando um copo na mesa. Era evidente que os laços entre eles estavam se desgastando.
Enquanto isso, eu continuava minha estratégia: enviei uma mensagem anônima para o celular de Clarice, imitando um tom de advertência: "Você não pode controlar tudo para sempre; às vezes, o passado encontra uma maneira de voltar. " Clarice, sempre tão arrogante, não podia ignorar a ameaça implícita. Ela começou a trancar portas e janelas com mais frequência, contratou um segurança para vigiar a casa e até cancelou compromissos sociais importantes.
Mas, por mais que tentasse controlar o ambiente ao seu redor, não conseguia apagar o desconforto crescente. Nando, por outro lado, começou a perder o controle de suas emoções. Ele passou a ter pesadelos recorrentes, acordando no meio da noite ofegante e coberto de suor.
Em um deles, revivia o momento no penhasco, mas, em vez de me empurrar, era ele quem caía. O impacto fazia-o acordar gritando, o que não passava despercebido por Clarice. "Você está se destruindo, Nando," ela disse certa manhã.
"Se quer me arrastar junto, está muito enganado. Eu vou sobreviver a qualquer coisa, mas você. .
. Você sempre foi fraco. " As palavras dela eram veneno puro e eu sabia que estavam encontrando seu alvo.
Por mais que Nando tentasse ignorar, algo dentro dele estava quebrando. Ele passou a beber com mais frequência, um hábito que antes mantinha sob controle. As noites que antes passava no escritório trabalhando agora eram ocupadas por copos de whisky e longas horas encarando o vazio.
Em uma dessas noites, deixou escapar para um amigo em um bar local: "Às vezes, acho que ela ainda está aqui; não consigo me livrar disso. " O amigo riu, achando que era apenas paranoia, mas Nando não sorriu de volta. Clarice, sempre atenta, começou a suspeitar de que algo maior estava acontecendo.
Mas, em vez de apoiar, usava suas fraquezas contra ele: "Você é um homem ou um rato? " perguntou certa noite enquanto ele se servia de mais um copo. "Porque, no momento, parece mais com o segundo.
" Eu sabia que os dois estavam se aproximando de um ponto de ruptura. Não era apenas sobre o peso das mensagens ou das cartas; era sobre a pressão constante de viver em um estado de dúvida e medo. Eles estavam se destruindo um ao outro, exatamente como eu havia planejado.
Ainda assim, eu não estava satisfeita; sabia que precisava de mais. Era hora de intensificar minha presença, de torná-los ainda mais conscientes de que estavam sendo observados. Nando e Clarice não podiam apenas suspeitar; eles precisavam sentir no fundo que sua paz havia acabado para sempre.
Nando estava começando a ruir. Por mais que tentasse esconder, era claro que sua confiança estava em frangalhos. Seus movimentos se tornaram mais hesitantes, como se a qualquer momento esperasse algo ruim acontecer.
Os pesadelos frequentes o deixavam exausto e a tensão entre ele e Clarice estava à beira de explodir. Ele não era mais o homem frio e calculista que me empurrou para a morte. Agora, era apenas uma sombra, alguém sendo consumido pelo medo e pela culpa.
A próxima jogada foi simples, mas eficiente. Em uma manhã, enquanto Nando saía apressado para uma reunião, deixei uma mensagem rabiscada no espelho do banheiro com uma tinta que desapareceria em poucas horas: "O que você fez nunca será esquecido. " Não precisei estar presente para ver sua reação; a mudança em sua postura ao longo do dia foi prova suficiente de que o impacto foi profundo.
Quando voltou para casa naquela noite, Nando parecia abatido, murmurando algo sobre precisar de um tempo. Clarice, por outro lado, não era o tipo de mulher que ofereceria conforto. Em vez disso, aumentava a pressão sobre ele: "Você está se comportando como um idiota.
" Ela disparou durante o. . .
Jantar com os olhos fixos nele. Seja lá o que estiver acontecendo, resolva! Não vou tolerar essa fraqueza.
Por mais que Nando tentasse ignorar as asas de Aem, ele começou a evitar o que podia, trancando-se no escritório por horas a fio. Era lá que ele se entregava a suas paranoias, analisando as mensagens que havia recebido e tentando entender quem poderia estar por trás delas. Mas claro, ele nunca poderia imaginar que era eu.
Para ele, eu era apenas uma memória apagada. Ela começou a perder a paciência. Estava acostumada a controlar Nando, mas a instabilidade dele era algo que ela não podia prever.
Sempre que ele demonstrava qualquer fraqueza, Clarice aproveitava para reafirmar sua posição: "Você nunca foi forte o suficiente", disse certa vez com um sorriso cruel. "Sempre precisou de alguém para te guiar, e agora nem isso você consegue fazer direito. " A resposta de Nando começou a demonstrar um lado mais agressivo.
Certo dia, ao encontrar mais uma mensagem minha, dessa vez deixada em sua agenda de trabalho com as palavras "Eu lembro de tudo", ele perdeu o controle, jogou a agenda contra a parede e, em um acesso de fúria, começou a derrubar tudo o que estava ao seu alcance. Clarice, atraída pelo barulho, entrou no escritório e o encontrou no meio da confusão. "Que diabo está acontecendo aqui?
" perguntou ela, com as mãos nos quadris. "Você está perdendo a cabeça, Nando. Talvez precise de ajuda, ou talvez só precise crescer de uma vez.
" O olhar que ele lançou a Clarice foi carregado de ódio, mas ele não disse nada; apenas saiu do escritório, deixando-a sozinha com a bagunça. Naquele momento, percebi que a relação deles estava no ponto mais frágil. Até então, não era apenas o meu plano funcionando; era também a própria dinâmica tóxica entre eles que os destruía.
Enquanto observava Nando se desintegrar, percebi que ele estava começando a perceber algo que provavelmente nunca havia admitido: ele precisava de mim mais do que gostaria de aceitar. Por mais que me desprezasse, eu era o equilíbrio que mantinha sua vida no lugar. Agora, sem esse equilíbrio, ele estava à deriva, incapaz de encarar as próprias falhas e inseguranças.
Mas eu não podia parar por aí. Minha vingança não era apenas sobre causar desconforto; era sobre desmontar Nando peça por peça, até que não restasse nada. Decidi intensificar a pressão.
Durante uma de suas noites de insônia, enviei uma mensagem ao celular dele com uma única palavra: "Penhasco". O impacto foi imediato. Nando ficou imóvel, encarando o celular como se fosse uma bomba prestes a explodir.
Ele não respondeu, mas passou a noite inteira sentado no sofá, com as luzes acesas. Quando Clarice desceu no meio da madrugada e o encontrou naquela posição, sua paciência finalmente se esgotou. "Você é patético", declarou, antes de voltar para o quarto, batendo a porta com força.
Eu via que Nando estava à beira do colapso. Era suficiente. Precisava entender que sua ruína não era apenas um acidente; era algo meticulosamente planejado.
E Clarice, com sua arrogância e crueldade, também precisava sentir o peso de suas escolhas. Não havia perdão para nenhum deles. Clarice sempre se orgulhou de ser uma mulher inabalável, alguém que dominava qualquer situação com frieza e calculismo.
Mas, à medida que as tensões em casa aumentavam, até mesmo ela começou a sentir as rachaduras na armadura. Não era apenas o comportamento errático de Nando que a incomodava, mas também os pequenos sinais de que algo mais estava fora de controle. Por mais que ela tentasse negar, as mensagens, os objetos reaparecendo e o comportamento cada vez mais imprevisível do filho estavam deixando marcas.
Minha próxima jogada foi diretamente para Clarice. Era hora de fazer a mulher que sempre me humilhou provar um pouco do próprio veneno. Esperei até que ela estivesse sozinha em casa, algo raro, mas previsível devido aos compromissos sociais de Nando naquela noite.
Deixei um bilhete na mesa da cozinha com uma frase curta, mas impactante: "Você não consegue escapar do passado. " Quando Clarice encontrou o bilhete, ficou imóvel por alguns segundos, olhando ao redor, como se alguém surgisse das sombras; e, pela primeira vez, vi medo em seus olhos. Mesmo que fosse impossível que eu estivesse viva, algo que ela e Nando tinham certeza absoluta, a ideia de que alguém pudesse saber o que fizeram era insuportável para ela.
Clarice tentou descartar o bilhete, queimando-o no fogão, mas eu sabia que aquelas palavras ficariam com ela, corroendo sua mente, tornando-se um eco incessante. Sua confiança habitual começou a desmoronar. Ela passou a dormir menos, levantando-se no meio da noite para verificar portas e janelas.
O segurança que havia contratado não parecia suficiente, e ela começou a pressionar Nando para que reforçasse as medidas de proteção. "Você está deixando isso sair do controle," disse ela em um jantar, sua voz tingida de frustração. "Não é possível que você não veja o que está acontecendo.
Quer que eu esteja fazendo isso? Sabe de tudo! " Nando, já em um estado avançado de paranoia, apenas revirou os olhos, sem paciência para as acusações da mãe.
Mas Clarice não parou por aí. Começou a culpar os empregados da casa, alegando que alguém deveria estar vazando informações ou permitindo a entrada de estranhos. Em um surto de desconfiança, demitiu dois funcionários sem motivo aparente, deixando os outros em estado de alerta constante.
O caos que ela criou dentro da própria casa era um reflexo do caos que eu havia semeado em sua mente. Minha próxima jogada foi ainda mais direta. Durante uma manhã, enquanto Clarice estava em seu quarto, deixei uma gravação de voz na secretária eletrônica.
A mensagem era simples, mas carregada de tensão: "Eu sempre estive aqui, Clarice, e sei tudo o que você fez. " Quando ouviu a mensagem, Clarice perdeu completamente a compostura. Ela arrancou o telefone da parede e o jogou no chão, gritando sozinha.
O som ecoou pela casa, chamando a atenção dos empregados, que trocaram olhares preocupados. Era evidente que ela estava à beira do. .
. Colapso, algo que nem seus insultos e sua arrogância podiam esconder. Nando, ao voltar para casa naquela noite, encontrou Clarice em um estado que nunca havia visto.
— Você precisa resolver isso! — Nando exigiu, ela, com a voz trêmula. — Se você não conseguir, eu vou resolver do meu jeito.
Mas Nando estava muito envolvido em seus próprios tormentos para ser de qualquer ajuda. Ele apenas balançou a cabeça, murmurando algo sobre estar fazendo o possível. A relação entre eles, que já era tensa, começou a se deteriorar.
A fraqueza de Nando, e ele, por sua vez, começou a vê-la como um peso, alguém que só acrescentava ao seu tormento. Eu sabia que Clarice estava chegando ao seu limite, mas não planejava parar por aí. Minha intenção era quebrá-la completamente, até que ela não tivesse mais nada além de seus próprios arrependimentos para enfrentar.
Decidi fazer uma última jogada. Naquela semana, enviei uma foto antiga de mim mesma com as palavras "ainda estou aqui" escritas no verso. A foto foi entregue diretamente à porta da casa e, quando Clarice viu, foi o golpe final.
Ela rasgou a foto em pedaços, mas os fragmentos ficaram espalhados pelo chão, como um lembrete de que algo estava além de seu controle. Sua paranoia se transformou em algo mais sombrio; começou a ouvir barulhos pela casa, a sentir presenças que não estavam lá. Mesmo quando os empregados diziam que tudo estava em ordem, ela não conseguia se convencer.
Nando, já irritado com o estado dela, não oferecia nenhuma compaixão. — Você está ficando louca, mãe — disse ele durante uma discussão. — Talvez o problema seja você, não essas mensagens.
Clarice ficou em silêncio, mas sua expressão era de pura fúria. Eles estavam em ruínas, mas ainda havia mais a ser feito. Eu não terminaria enquanto ambos não estivessem completamente destruídos.
Era hora de finalmente encerrar o jogo. Nando e Clarice estavam emocionalmente despedaçados, cada um lutando contra seus próprios demônios e, ao mesmo tempo, destruindo-se mutuamente. Eu havia planejado cuidadosamente cada passo e agora era o momento de enfrentar Nando diretamente, de olhar nos olhos daquele que havia tentado me apagar.
Esperei até que ele estivesse sozinho em casa. Clarice havia saído para mais uma de suas reuniões sociais, aparentemente tentando salvar o pouco que restava de sua reputação. Nando estava no escritório, sentado em sua cadeira de couro desgastada, encarando uma taça de uísque quase vazia.
Seu rosto estava abatido, as olheiras profundas e os ombros caídos. Ele já não era o homem arrogante que me empurrou para o penhasco. Eu entrei sem fazer barulho, caminhando com passos firmes até ficar de pé diante dele.
Ele levantou os olhos lentamente e, por um momento, pensei que não acreditava no que via; seus olhos estavam arregalados e a taça de uísque caiu de sua mão, derramando o líquido pelo carpete. — Você. .
. — sua voz era apenas um sussurro. — Isso não é possível, você está morta.
Cruzei os braços, mantendo minha postura firme. — Você achou mesmo que ia ser fácil, Nando? Ele se levantou com dificuldade, os joelhos quase falhando sob o peso do pânico.
— Clara, o que você quer? Como você está aqui? Dei um passo à frente, forçando-o a recuar até bater com as costas na parede.
— Eu quero que você saiba que eu vi tudo, ouvi tudo, cada palavra cruel, cada risada às minhas custas. Eu sobrevivi, Nando, e agora estou aqui para garantir que você sinta o peso de cada escolha que fez. Nando tentou recuperar o controle, mas sua voz tremia enquanto falava.
— Você não entende, foi um erro, eu não quis. . .
Interrompi, apontando um dedo em sua direção. — Não ouse se desculpar. Você sabia exatamente o que estava fazendo.
Você e sua mãe me jogaram no penhasco como se eu fosse um objeto descartável e agora estou aqui para mostrar que não sou tão fácil de quebrar. O silêncio entre nós era quase palpável. Ele abriu a boca para falar, mas as palavras não vinham.
Finalmente, ele desabou na cadeira, enterrando o rosto nas mãos. — O que você quer de mim? — murmurou, a voz abafada.
— Eu quero que você viva com isso, Nando. Você terá paz toda vez que olhar no espelho. Quero que veja o homem que tentou matar a mulher que confiava em você.
Quero que cada pesadelo que você tiver me inclua, porque você nunca vai se livrar de mim. Ele não respondeu; parecia derrotado, como se o peso de tudo finalmente tivesse caído sobre ele. Mas eu sabia que não havia redenção para Nando.
Ele não era alguém capaz de mudar, apenas alguém que sabia fingir até que fosse conveniente. Antes de sair, me aproximei dele mais uma vez. — Ah, e sua mãe não vai escapar disso também.
Ela é tão culpada quanto você e eu tenho algo especial reservado para ela. Com isso, deixei a casa. O ar parecia mais leve enquanto caminhava para longe, como se eu tivesse deixado para trás um fardo que carregava há muito tempo.
Nando estava quebrado, mas meu trabalho ainda não estava terminado. Clarice também precisava enfrentar o peso de suas ações. Sabia que Clarice não seria tão fácil de confrontar quanto Nando; ela era forte, cruel e determinada.
Mas, até mesmo os mais implacáveis têm seus limites e eu estava prestes a encontrar os dela. Depois do confronto com Nando, minha mente estava clara. Ele já não era mais um adversário, era apenas uma sombra do homem manipulador que outrora acreditou controlar tudo ao seu redor.
Mas Clarice era diferente. Sua resistência, sua arrogância inabalável, eram um desafio que eu sabia que precisaria enfrentar com precisão. Ela não se curvaria facilmente, mas isso não significava que não pudesse ser destruída.
Decidi que era hora de encarar Clarice, mas do meu jeito. Preparei um cenário com cuidado, sabendo que sua queda precisaria ser pública. Enquanto ela se preparava para um evento, algo que usava para reafirmar sua posição como uma mulher influente e respeitada, planejei minha entrada.
Ela estava em sua. . .
Melhor forma, sorrindo para as câmeras, vestida em um traje impecável e falando com o tom autoritário que sempre usava para intimidar. Esperei até que estivesse cercada por conhecidos, pessoas que ela admirava ou manipulava para sua vantagem. Então entrei na sala: as conversas cessaram, os olhares se voltaram para mim e, congelou por um breve momento, vi algo raro em seus olhos: pânico.
— Boa noite, Clarice. — comecei, minha voz clara e firme. — Espero que não se importe com a minha presença, afinal temos tantas histórias para compartilhar, não é?
Ela tentou manter a compostura, mas eu podia ver suas mãos tremendo. — Clara, zênia! — disse com uma tentativa patética de desdém.
— Que surpresa desagradável! Achei que tivesse desaparecido. — Desaparecido?
— Não, Clarice! — retruquei, me aproximando dela. — Eu sobrevivi!
Sobrevivi ao penhasco, às suas mentiras, à sua tentativa de apagar a minha existência. E agora estou aqui para garantir que todos saibam exatamente. .
. O silêncio na sala era absoluto. Ela tentou recuperar o controle da situação, rindo nervosamente: — Você deve estar delirando!
Nando me contou sobre seus episódios, sua instabilidade. Quem sabe você precisa de ajuda médica? Eu ignorei suas palavras e continuei, agora mais próxima dela: — Você é uma mulher de aparências, não é?
Manipulando, sempre se colocando acima de todos. Mas sabe o que é interessante sobre máscaras? Elas caem.
Puxei do bolso uma gravação, uma evidência do desprezo que ela sentia por todos ao seu redor, algo que ela havia dito em uma discussão com Nando: — Essas pessoas me seguem porque não têm escolha! Se soubessem quem eu realmente sou, estariam correndo para longe! A frase ecoou pelo salão, arrancando expressões de choque e desconforto dos presentes.
— Isso foi tirado de contexto! — gritou, mas sua voz era fraca, desesperada. Eu sabia que havia atingido o ponto certo: sua confiança estava se esvaindo diante de todos e ela finalmente parecia pequena.
— Contesto ou não — continuei — você construiu sua vida sobre o sofrimento dos outros, humilhou, manipulou e traiu. E agora, Clarice, tudo isso está voltando para você! Ela tentou uma última cartada, levantando o queixo com falsa confiança: — E o que você vai fazer?
Expor todos? Ninguém aqui vai acreditar em uma mulher que desapareceu e voltou com delírios de vingança! Eu sorri.
— Não preciso fazer mais nada, Clarice. Você já está destruída. Só estou aqui para assistir enquanto sua máscara cai completamente.
Saí do evento sem olhar para trás, sabendo que o que havia plantado naquela noite era suficiente. Clarice não precisava de mais ataques; sua queda seria lenta, alimentada por sua própria arrogância e pela desconfiança que havia gerado em todos ao seu redor. Quanto a Nando, eu sabia que ele já estava condenado: sem Clarice para sustentá-lo, ele afundaria ainda mais em sua própria paranoia e culpa.
Minha vingança estava completa e, pela primeira vez em anos, me senti livre. Eles não haviam apenas perdido; haviam sido reduzidos ao que sempre foram: cascas vazias incapazes de encarar a verdade de suas próprias ações. Caminhei para longe, pronta para começar de novo, sabendo que meu passado havia finalmente sido enterrado, e, desta vez, eu era quem segurava a pá.
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Até o próximo vídeo!
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