Se você quer entender como os medicamentos funcionam mas não sabe o que é um fármaco agonista e um fármaco antagonista, então assistir esse vídeo que ele foi feito para você. Basicamente existem dois tipos de fármacos: 1) os que ativam determinado o receptor, que imitam em maior ou menor grau, substâncias endógenas, que podem ser um hormônio, ou um neurotransmissor. Mas de modo geral, essa ativação inicia uma cascata de eventos que leva os efeitos observados por esse fármacos.
E os fármacos que inativam ou inibem receptores com o objetivo de impedir a ligação do agonista, que talvez esteja em excesso ou esteja causando algum distúrbio fisiológico. Eu sempre vou enfatizar aqui no canal que não tem como compreender farmacologia sem entender fisiologia, bioquímica e fisiopatologia. Então, se você está com dificuldade de entender o mecanismo de ação de algum medicamento, talvez seja porque você não esteja compreendendo a base do sistema que vai sustentar toda a compreensão da farmacologia.
Bom, então agora vamos entender de fato que são fármacos agonistas e antagonistas. A analogia mais comum de se fazer quando vamos estudar esse tema, é imaginar uma fechadura. Essa fechadura representa o receptor como alvo farmacológico e para abrir essa fechadura, precisamos de uma chave.
A chave que se encaixa perfeitamente e consegue abrir a fechadura, é o que chamamos de agonistas. Pode ser um agonista endógeno ou exógeno. Mas, sabe aquele momento em que você tenta abrir uma fechadura onde uma determinada chave até se encaixa mas não gira?
Essa chave que se encaixa, mas não gera abertura da fechadura é um antagonista. Sempre que compramos um cadeado ele vem com a chave original. Essa chave original vamos chamar de agonista endógeno, ou ligante endógeno.
Mas digamos que você quer que outras pessoas também tenham acesso essa fechadura, então você faz algumas cópias. essas cópias nem sempre vem exatamente igual a chave original. .
. E esses são os fármacos agonistas. Os fármacos agonistas eles são capazes de se ligar na fechadura abrir o cadeado mas começa a ter a química diferente do agonista endógeno.
Ele apresenta características que às vezes facilita abertura, ou até o encaixe mais preciso ou menos preciso, pode possuir uma seletividade maior em abrir apenas um cadeado ao invés de abrir vários cadeados. O que eu quero dizer é: fármacos agonistas imitam que é um agonista endógenos, mas com características físico-químicas diferentes. Depois de entender essa analogia de chave fechadura, vamos entender como as coisas são na realidade: Primeiro precisamos entender que muitas receptores podem ser caracterizados em dois estados de conformação: estado ativo ou estado inativo.
E essa conformação ela é reversível e depende das interações do ligante realizadas nesse receptor. Cada receptor em nosso corpo existe por conta de algum ligante endógeno capaz de ativá-lo, assim como todo cadeado tem a sua chave. E os fármacos que utilizamos funcionam imitando esse ligante endógeno ou bloqueando a ação sobre o receptor.
Fármacos que se ligam e favorecem a conformação ativa desse receptor são denominados os agonistas, e o efeito fisiológico que percebemos é da ativação desse receptor. Por outro lado um fármaco que impede ativação do receptor pelo agonista é designado de antagonista. Então, antagonista é uma molécula que impede a ação de um agonista mas, não exerce efeito algum sobre o receptor.
O efeito fisiológico percebido é apenas a ausência de efeito de um agonista. Voltando à análise da fechadura, o antagonista é a chave que se encaixa mas não abre o cadeado. E além de tudo está impedindo a abertura desse cadeado por uma chave agonista.
Os antagonista de receptores também podem ser divididos em: reversíveis ou irreversíveis. Os antagonistas reversíveis são aquelas chaves que podemos tirar da fechadura e colocar a correta. Os antagonistas irreversíveis pode ser aquela chave que ficamos tentando girar e acaba quebrando lá dentro, não é possível fazer a retirada dela nem tentar encaixar a chave agonista.
Quando o antagonista compete com o ligante por sua ligação no sítio ativo é denominado agonista competitivo. É exatamente as duas chaves agonista e antagonista tentando abrir a fechadura pelo mesmo local. Nesse caso, altas concentrações do agonista podem superar esse efeito do antagonista.
Na prática, a resposta clínica de um antagonista competitivo, depende da concentração do agonista que compete pela ligação nesse receptor. O Propranolol pode ser um exemplo útil. Quando administrado em doses moderadas suficiente para bloquear o efeito dos níveis basais do neurotransmissor noradrenalina, a frequência cardíaca em repouso diminui.
Contudo, o aumento da liberação de noradrenalina e adrenalina que ocorrem durante o exercício, alterações posturais, ou estresse emocional, podem ser suficientes para suplantar esse antagonismo competitivo. Em contrapartida, a mesma dose de Propranolol pode ter pouco efeito nessas condições, e assim altera a resposta terapêutica. Podemos ter também, antagonistas não-competitivos.
Caso o antagonista se liga de forma irreversível no sítio ativo, através de uma ligação covalente, ou por uma alta afinidade com o receptor, a concentração do agonista não é capaz de reverter a ação do antagonista. E você pode tô tentando se esse antagonismo irreversível pode ser perigoso. No entanto, do ponto de vista terapêutico, ele apresenta vantagens e desvantagens distintas.
A duração da ação do antagonista irreversível, será relativamente independente da sua própria velocidade de excreção, e mais dependente da velocidade de renovação dessas moléculas receptoras. Ainda, é possível ter antagonistas alostéricos, que se ligam ao receptor de um local distinto do agonista. Mas, que alteram a conformação estrutural do receptor, impedindo a ligação do agonista no seu sítio ativo.
Nesse caso, podemos imaginar a abertura de uma porta com uma fechadura de ambos os lados: de um lado temos um antagonista alostérico, impedindo a entrada pelo outro lado da fechadura de um agonista. O agonista não consegue se encaixar, por conta dessa modificação estrutural que o antagonista alostérico está causando. Porém, temos ainda alguns fármacos que não se enquadram exatamente nessa definição simples de agonista e antagonistas.
Esses fármacos incluem agonistas parciais e agonistas inversos. Os agonistas parciais são moléculas que se ligam no sítio ativo do receptor, mas só produz uma resposta parcial dessa ativação. De toda maneira, é importante enfatizar que a falta de produção de resposta máxima por agonistas parciais não se deve à diminuição da afinidade por ligação aos receptores.
Na verdade, a incapacidade de um agonista parcial de causar uma resposta farmacológica máxima, mesmo quando presente em altas concentrações que saturam a ligação a todos os receptores disponíveis, é indicada pelo fato que os agonistas parciais inibem de forma competitiva as respostas produzidas pelos agonistas totais. Como os agonistas parciais e os agonistas totais se ligam no mesmo receptor, os parciais podem estar reduzindo a resposta produzida pelos totais. Dessa maneira, os agonistas parciais podem como antagonistas competitivos.
E por essa razão, são algumas vezes denominadas como antagonistas parciais ou até mesmo agonistas-antagonistas mistos. Podemos entender esse conceito observando a resposta da buprenorfina, que é prescrita na prática clínica para o tratamento da dependência de opioides, quando é desejável usar um agonista menos eficaz em produzido dependência do que a morfina ou a heroína. Vamos tentar entender o conceito desses gráficos de farmacologia.
Eles representam a relação dose-resposta de ligantes sobre algum receptor. Observe a curva do agonista: ele precisa de uma determinada concentração para apresentar 50% da resposta máxima do receptor. Chamamos de CE50: a concentração do fármaco que produz 50% do efeito o máximo.
Agora, observa como fica a curva desse agonista quando adicionamos o antagonista competitivo. A CE50 aumenta pois, precisamos de maior quantidade de agonista para conseguir realizar a ativação do receptor. E um detalhe desse gráfico, é que conseguimos perceber que o antagonista é competitivo, pelo aumento da dose do agonista conseguimos alcançar 100% da resposta.
Já esse gráfico, mostra a resposta de um agonista quando adicionamos um antagonista não competitivo. Ou sejam por mais que eu tente aumentar a concentração do agonista, ele não consegue atingir 100% da resposta. Esse efeito pode ter ocorrido por conta de uma interação covalente muito forte do antagonista no mesmo sítio ativo ou ser um antagonista alostérico que muda a conformação do receptor impedindo a ligação do agonista.
E ainda, observamos nos gráficos que o antagonista sozinho não consegue obter resposta do receptor, independente da dose. Eu espero que você não tenha mais dúvidas quando estiver tentando compreender o mecanismo de ação de algum medicamento. Se a informação obtida foi de que um fármaco ATIVA determinado receptor, ele é um AGONISTA.
Se a informação for de que ele bloqueia ou INATIVA determinado receptor ele é um ANTAGONISTA. Bom, só essas informações não bastam para compreender todo o mecanismo de ação de um fármaco. É importante também compreender toda a fisiologia do sistema, a fisiopatologia da doença, e compreendendo tudo isso você irá dominar com excelência todo o conhecimento necessário para compreender o mecanismo de ação de um fármaco.
Comenta aqui embaixo se você está tendo dificuldade em compreender o mecanismo de ação de algum medicamento específico. Eu, ou alguém disposto ali nos comentários, podemos te ajudar. Se você está começando a estudar farmacologia ou precisa rever alguns conceitos, se inscreve aqui no canal e ative o sininho para receber notificações de todos os vídeos novos que eu postar.
Até mais e bons estudos!