Seja membro do canal e ganhe benefícios! “A vida é uma constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir. ” Essa é popularmente conhecida como a frase mais triste de toda a filosofia.
Ela foi dita por Arthur Schopenhauer um filósofo do século XIX, mundialmente conhecido como o pai do pessimismo. Talvez você já tenha ouvido falar sobre ele ou sobre a frase que ele escreveu mas o que talvez você não saiba é o verdadeiro significado por trás dessa frase. Schopenhauer é um dos pensadores mais interessantes da filosofia sua visão de mundo é como um espelho da Europa na época mas não somente isso, podemos dizer que ela também é uma conclusão de sua trágica vida.
Então, o que essa frase quer dizer? E por que ela é um retrato da vida de quem a escreveu? A vida é realmente uma oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir?
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Esses dois filósofos tinham um pensamento em comum. Eles, incluindo Schopenhauer, faziam parte do chamado Idealismo Alemão que, de forma simplificada, entendia que a realidade depende da consciência ou seja, que o mundo à nossa volta é moldado pela nossa cabeça, pelo que nós interpretamos dele. Vamos pegar por exemplo um simples pôr do sol.
Para um casal apaixonado em sua lua de mel o pôr do sol provavelmente será percebido como algo belo e grandioso que desperta sentimentos de paz e tranquilidade. Da mesma forma, esse mesmo pôr do sol pode ser interpretado de uma forma completamente diferente por um homem que está numa cadeia, por exemplo. O mesmo pôr do sol visto pelo casal apaixonado pode significar dias e dias de sofrimento que este homem ainda terá que passar até a sua liberdade.
Isso exemplifica que, embora o pôr do sol seja um evento físico e objetivo a "realidade" do pôr do sol para cada pessoa é subjetiva sendo moldada pelas suas experiências. Os filósofos desse Idealismo Alemão enfatizavam que a maneira como nós interpretamos o mundo é fundamental para a compreensão da realidade… e é justamente aqui que entra Arthur Schopenhauer. Ele usou das ideias de Kant e Hegel para desenvolver o seu próprio pensamento.
Kant acreditava que nós conhecemos o mundo não como ele é mas sim como ele aparece para nós. Assim, Kant dividiu a realidade em duas partes. A primeira é o fenômeno– não é esse fenômeno, eu tô falando de outra coisa!
Fenômeno, ou seja, o mundo que a gente percebe aquela beleza vista pelo casal ou aquele desespero visto pelo prisioneiro. E a segunda parte ele chamou de “coisa em si” que é basicamente a realidade real aquilo que existe independente da nossa interpretação. E Kant disse que a gente nunca vai conseguir ver a realidade como ela é ou melhor, talvez até a gente veja mas nós nunca conseguiremos saber com certeza se o que nós estamos vendo é a realidade em si.
Já Hegel, dizia que essa “barreira” que nos impede de ver a realidade pode ser quebrada à medida que a humanidade se desenvolve ou seja, ele acredita que a razão humana consegue evoluir a ponto de conseguir ver a coisa em si. Isso tudo traz uma esperança pra humanidade é um pensamento positivista. Onde você vê um mundo melhor a frente quanto mais a gente trabalhar pra evoluir nosso pensamento mais a humanidade vai estar perto de ver a realidade é um mundo incrível… pena que Schopenhauer discorda.
Para ele o sofrimento faz parte da natureza humana e não tem evolução racional grande o suficiente que vai fazer a gente enxergar a realidade porque a vida é sofrimento, é tragédia e é dor! Que isso mano… quebrou o clima. Um dos grandes pontos aqui é que Kant e Hegel veem um mundo de uma forma muito racional enquanto Schopenhauer mostra que, nesse caso as emoções e os sentimentos humanos estão sendo deixados fora da equação.
Mas, falando sério. Schopenhauer interpretava esse conceito do Kant de uma “coisa em si” de uma forma diferente. Para ele, a “coisa em si” deveria ser vista como “vontade” que é basicamente a essência da realidade uma força fundamental que está por trás de tudo.
Schopenhauer dá uma temperada com sentimentos no que kant chama de coisa em si. Ela não é uma vontade consciente como, sei lá a vontade que eu estou de levantar o meu braço agora. Ela é uma força cega, irracional e incessante que impulsiona tudo no universo desde o movimento das estrelas até os instintos dos animais.
É o que move os seres humanos a acordarem todos os dias. Logo, se todos possuem essa vontade a humanidade pode acessar a realidade através dela. O problema, na visão de Schopenhauer é que a vontade nunca para ela não permite descanso ou uma satisfação justamente porque ela não é racional.
Mesmo que você cesse aquele desejo, logo vai surgir outro, outro e mais outro. Portanto, Schopenhauer vê que muita gente acha que o mundo é incrível e tem pequenos momentos de sofrimento que se repetem durante a vida. Mas ele discorda disso.
Para Schopenhauer, o sofrimento é a regra e a felicidade é uma exceção temporária. A felicidade seria aquele pequeno momento entre o que nós desejamos e o prazer da conquista seria a luz que brilha entre a ânsia de ter e o tédio de possuir. Schopenhauer desafia a ideia de que somos seres racionais que buscamos aumentar nosso conhecimento e nossa compreensão de mundo para ele, nós somos principalmente seres movidos por desejos que são substituídos por outro e outro e outro.
E é por isso, que Schopenhauer diz que “o mundo é uma constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir” mesmo que essas não tenham sido exatamente as suas palavras. Para ele, você tem dois momentos na vida. Ou você está em busca de algo que tanto deseja ou você já realizou esse desejo e agora vai em busca de outro.
É um círculo vicioso, ou você está sofrendo pelo desejo ou está entediado por ter possuído o que desejava. E todos esses pensadores só estão em busca de uma razão pra viver para que a vida tenha sentido. Essa frase fez Schopenhauer ser conhecido como um filósofo pessimista mesmo que ele próprio se considerasse mais realista do que pessimista já que ele acreditava que estava simplesmente reconhecendo a realidade da existência sem colocar ilusões ou uma esperança irreal.
Mesmo assim, sua visão de mundo não precisa ser vista necessariamente de uma forma trágica já que, para o próprio Schopenhauer entender o sofrimento como uma essência é libertador pois isso permite que nós, como indivíduos enfrentamos a realidade de maneira mais honesta vendo-a da forma que ela realmente é. Para ele, essa constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir é apenas uma observação objetiva da vida. Beleza, até aqui, tudo bem… ou melhor… tudo mal né, mas vamos seguir.
Uma coisa que a gente tem que entender é que o pensamento de todo filósofo é, em partes, um reflexo um retrato da própria vida dele… e se essa é visão de mundo do Schopenhauer você deve imaginar como foi a vida dele né? ! Podemos dizer que foi complicada!
O século XIX na Europa foi um período de intensas mudanças radicais. Eles acabaram de passar pelas Guerra Napoleônicas a Revolução Industrial estava a todo vapor o capitalismo estava em ascensão e diversas disputas políticas inflamaram as tensões nas fronteiras. A urbanização acelerada, as condições de trabalho nas fábricas as desigualdades sociais e os conflitos ideológicos criaram uma realidade de sofrimento para grande parte da população.
Nesse cenário, Schopenhauer que vivia em uma Europa marcada por tensões políticas e crises econômicas não via muitos sinais de progresso ou de felicidade para as massas diferente do que propunha Hegel a quem Schopenhauer teria chamado de charlatão. E essa visão foi ainda mais influenciada pela sua família. Seu pai era um comerciante melancólico que mantinha uma postura distante e assentimental.
Ele sofria de depressão e tirou sua própria vida se jogando de sua própria casa quando seu filho tinha apenas 17 anos. Sua mãe foi uma escritora que ficou famosa ainda em vida sendo conhecida pelo seu espírito livre. Por isso, ela desenvolveu uma grande indiferença quanto ao seu marido buscando sempre estar rodeada dos escritores e artistas da época.
Por isso, Schopenhauer cresceu em um ambiente de frieza e solidão. Ninguém tava nem aí. Tanto que seu pai criou ele com o único objetivo dele também se tornar um comerciante e poder seguir com os negócios da família.
Só que ele viu que o Schopenhauer não tava muito afim. E os dois chegaram a conclusão que valia a pena o Schopenhauer dar uma volta na Europa pra ele conhecer um pouco mais do mundo. Assim, ele viajou pela Áustria, Suíça, França, Inglaterra e Holanda e ficou totalmente impressionado com as desgraças que ele viu no caminho.
Ele presenciou uma profunda miséria humana com os vestígios das guerras. Pessoas passando fome, sede. Vidas devastadas pelos conflitos da época.
Essa sua viagem ajudou Schopenhauer a moldar o pensamento que a gente foi ver em sua filosofia anos depois. Esse momento foi tão marcante na sua vida que, em seu diário, um tempo depois Schopenhauer comparou esse momento com a experiência vivida por Buda. Sidarta Gautama era um príncipe de uma região que hoje é o atual Nepal.
Ele vivia no palácio da família e obviamente não passava nenhuma necessidade. Tudo que ele desejava lhe era servido. Sidarta cresceu assim e por muito tempo acreditou que todos tinham iguais privilégios… até que ele tomou uma decisão que mudaria não somente a sua vida mas o mundo ao seu redor.
Em um dia qualquer ele fugiu do palácio com o objetivo de conhecer mais o mundo ao seu redor e, para seu desespero, a vida não era nada como ele imaginou que seria. Ao sair do palácio, Sidarta conheceu a fome, a miséria. Pessoas que passavam por todo o tipo de mal possível.
Ele conheceu doentes, idosos próximos da morte e percebeu que a vida não era aquilo que ele viveu por todos esses anos. A partir daí ele resolve deixar o reino de uma vez por todas em busca da verdade interior. Por 40 dias, Sidarta fica meditando embaixo de uma figueira e atinge a Iluminação, se tornando a partir de então Buda.
Diferente do que Schopenhauer acreditava Buda entendia que é possível sim se livrar completamente do sofrimento basta antes você se livrar do desejo. Buda diz que é necessário quebrar o ciclo de vontade e realização. Que nós devemos encontrar outros objetivos que não os materiais para nossa vida.
Somente assim você vai se libertar do sofrimento. Essa visão de mundo do Schopenhauer é muitas vezes interpretada de forma incorreta por simplesmente acreditar que, por conta disso a vida não teria mais sentido. Anos mais tarde, um pensador chamado Albert Camus falaria sobre isso.
Ele entende que a vida é realmente absurda ou seja, que pode não ter sentido nenhum. Dessa forma, você não precisa apenas ficar triste com essa informação. Mas agora, você está livre para colocar um objetivo em sua própria vida.
Sendo verdade ou não tudo isso a vida ainda tem um valor intrínseco em si basta você defini-lo. Seja se apegando a um mundo agnóstico ou a uma religião isso dá sentido à vida das pessoas. O estudo, a sede pelo conhecimento ou simplesmente a vontade de ter novas experiências é o suficiente para dar sentido à vida.
Então, não se sinta mal por nada que eu disse nesse vídeo. Afinal, agora você pode ver o mundo de uma forma diferente. Bom, esse foi o vídeo, eu espero que você tenha gostado.
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Tchau!