Foucault • Genealogia de sua “metodologia”

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Alfredo Oliva
1. Quem é Foucault? Filósofo francês que viveu entre 1926 e 1984 Especialista no debate sobre o pode...
Video Transcript:
Olá tudo bem sou Alfredo Oliva sou professor universitário e quero então Hoje finalmente por um fim essa análise que durou alguns vídeos né a ordem do discurso né que a aula inaugural do focou Então vamos lá vamos terminar essa história eu tenho mais alguns destaques né e vou então identificar aqui a partir dessa dessa última análise quais seriam as matrizes teóricas do foco né quer dizer o focou na parte final da sua ordem do discurso ele faz uma identificação de autores ou de obras né que foram importantes para que Ele pudesse constituir esse modo de
perceber de enxergar de fazer análise do discurso Então vamos lá vamos começar Lembrando que é um filósofo francês que viviam entre 1926 e 1984 um especialista sobre debate sobre poder sobre discurso né existe uma linhagem vamos dizer assim de análise do discurso que que é constituída a partir de uma reflexão em torno do trabalho do Foucault a ordem dos curso Então é a sua aula inaugural no colégio de France que foi pronunciado em dezembro de 1970 e ficou trabalhou nessa instituição desde então até 1984 o ano da sua morte então vamos lá o foco vai
vai fazer uma espécie de genealogia do seu próprio da sua própria maneira de lidar com o discurso né então ele tá dizendo tá bom É assim que eu trabalho com discurso né então entre aspas Esse é o método de fouca quer dizer não método no sentido metafísico no sentido que se você usar a forma correta o procedimento correto você tem acesso a verdade mas no sentido que o focou sempre usa nos cursos dele de precauções de método quer dizer esse é o caminho é a maneira dele trabalhar né ele não reivindica substância metafísica para o
modo como ele trabalha mas ele tem uma maneira de trabalhar né ele tem um caminho e como é que esse caminho foi constituído né então ele brinca né ele diz assim como se ele tivesse perguntando vocês acham que eu faço a estruturalismo né ele diz assim ó e agora os que tem lacunas e vocabulário que digam se isso agrada que isso é estruturalismo né é uma ironia uma brincadeira do Foucault porque o foco vai dizer em outro lugar né Vocês me perdoem né Ninguém é perfeito eu não fui nem nunca fui estruturarista embora o focou
Na minha opinião flertasse com estruturalismo flertou com estruturalismo Em alguns momentos sobretudo na década de 50 60 né E Agora Nós estamos entrando na década de 70 e parece que focou agora a tarde saindo do estruturalismo ou se ele nunca foi propriamente um estruturalista ele tá começando a se distanciar ele vai ao longo da década de 70 de fato se distanciar né Mas se a gente considerar que o estruturalismo é uma maneira de pensar em elementos estruturais não no sentido marxista mas no sentido da filosofia estruturalista dos anos 40 50 60 né de que existem
formas como as coisas funcionam e o trabalho do analista ou da analista da sociedade do discurso é identificar como esses mecanismos funcionamos Então nesse sentido a gente poder dizer que a ordem do discurso flerta com estruturalismo no sentido que ele tá dizendo olha os discursos tem uma maneira de funcionar e o meu trabalho é o trabalho de identificar como o discurso funciona só que ele não faz isso exatamente como os filósofos estruturalistas faziam então num certo sentido ele se aproxima do estruturalismo e não certo sentido ele está distante do estruturalismo né então existe algo no
modo como foco trabalha que que vem do estruturalismo mas ele não é um estruturalista do mesmo jeito que eles trouxe Por Exemplo foi estruturalista né E por aí vai muito bem então sem querer acrescentar muito ainda não dá para acrescentar muito mas o que que é só chamar atenção porque o foco faz algo que é raro na obra dele no no nos escritos dele ou nos artigos nos cursos que a identificar quem seriam os autores a partir dos quais o seu modo de trabalhar se constitui então ele vai identificar principalmente três autores aqui para a
gente prestar atenção eu claro que eu não vou dissertar não vou argumentar em torno desses autores vou apenas identificar porque isso permite para qualquer pessoa que no futuro queira é estudar o foco possa pegar essas matrizes teóricas e estudar essas matrizes teóricas para se especializar nesses autores mas ele a primeira pessoa que ele identifica e diz que é alguém muito importante para é de medir né então ele diz assim ó sei bem que não poderia empreender essas pesquisas cujo esboço tentei apresentar-lhes se não tivesse para deles me valer modelo luz e apoio então ele tá
dizendo olha existe um tipo de pesquisa exemplar né Eu li alguns autores e o meu modo de trabalhar é inspirado é lógico que o foco aqui não não exerce a tarefa de alguém que que se curva diante desses autores ele estuda ele lê ele utiliza elementos desses autores mas ele não está simplesmente reproduzindo esses autores o que deixa para gente uma dica bastante importante de como é que a gente estuda o que que significa estudar o que significa ler um autor aprender com ele mas superar esse autor Não no sentido que você vai ser melhor
você vai além dele mas no sentido de que você não vai ficar simplesmente reproduzindo esse autor você vai adaptar o modo como você lê esse autor ou vai adaptar os conceitos e práticas que você identifica nesse autor para sua própria realidade né então vamos dizer assim que a gente não tem não deve ter uma posição serviu ou de submissão aos autores e autores que a gente lê a gente deve aprender com eles mas fazer o que a gente quiser com eles né existe uma metáfora que focou usa numa entrevista em meados da década de 70
que ele usa metáfora da caixa de ferramentas né ele diz assim o entrevistador Pergunta para ele aí mas o que que você acha das pessoas ficarem pegando ideias pegando conceitos pensando coisas que estão na sua obra que que você acha disso ele fala para mim tudo bem Se as pessoas se servem na minha filosofia como se ela fosse uma caixa de ferramentas as pessoas pegam uma coisa aqui outra coisa ali e usam como elas bem desejo me parece que é exatamente isso que ficou tá fazendo com esses autores tá adaptando tá recriando tá criando algo
novo mas claro ele tem consciência que não cria algo novo a partir do nada né ele cria a partir desses autores né então continuando esse parágrafo em que ele ainda tá mencionando ele diz creio que devo muito a de mas ele Pois foi ele que me incentivou ao trabalho é uma idade e em que eu ainda acreditava que escrever É um prazer Será que ele deixou de acreditar que escreveu um prazer ou será que ele tá dizendo que encontrou esse autor numa época em que ele acreditava que escreveu um prazer e talvez ele tenha continuado
escrevendo e sentindo prazer em escrever até o fim da vida ou será que as tarefas acadêmicas transformaram a escrita não em um prazer mas numa obrigação né Há um mistério aqui né ele também não dá informação o que que ele tira de meziro né quer dizer parece que ele tá tomando como como ponto de partida o fato de que todo mundo conhece de mas ele e todo mundo sabe o que seria possível fazer a partir de Jorge de Menezes Então ele diz assim é isso né esse autor eu reverencio e é basicamente isso a gente
sabe que são autor e parece que ele tá se referindo de medir né George que viveu entre 1898 1986 foi um pesquisador no campo de ciências da religião é conhecido por sua análise em torno de questões que dizem respeito ao poder especificamente no canto das religiões e do europeias né então é interessante Não temos muita informação né teria que ler a obra de comparar com a obra do Foucault para poder ter mais elementos segundo vamos é assim segundo o autor em que o foco entrega aqui vamos dizer assim uma genealogia do seu próprio trabalho né
é Guilherme né ele diz assim ó se eu quis aplicar tal um método a discursos totalmente diferentes das narrativas lendárias ou míticas esta ideia me ocorreu Sem dúvida pelo fato de eu ter diante dos olhos os trabalhos dos toradores da ciência sobretudo a can Guilherme E aí que devo o fato de ter compreendido que a história da ciência não se acha presa necessariamente a alternativa crônica das descobertas ou descrições das ideias e opiniões que cercam a ciência do lado de sua Gênese indecisa ou do lado de suas origens exteriores mas que se apoia se devia
fazer a história da ciência como um conjunto ao mesmo tempo coerente e transformava e transformava de modelos teóricos e de instrumentos conceituais é tem muita coisa que isso aqui é interessantíssimo e ajuda muito a compreender a obra do foco a primeira coisa importante que ele diz aqui é que aparentemente o dimensílio trabalhava as questões do Poder mas ele trabalhava no campo da religião no campo da mitologia das Lendas né e ele diz bom se eu conseguir trabalhar relações de poder mas não necessariamente no campo das Lendas no campo da religião no campo da mitologia mas
sim ligado ao campo da ciência e isso eu aprendi com canguilhena E ele disse eu aprendi não só é pensar o próprio discurso científico problematizar o próprio discurso científico mas com ele eu aprendi uma forma específica de tratar o discurso científico e qual é é parar de primeiro de tratar apenas a obra a ciência como um fenômeno isolado do seu meio histórico mas também o contrário é também limitante só pensar o surgimento de uma determinada ideia explicando isso a partir da historicidade que é exterior explicando o contexto em que essas ideias surgiram o foco faz
mais do que esses dois procedimentos né de explicar os conceitos ou de explicar os conceitos a partir do contexto histórico né O que o focou faz ele diz que isso ele aprendeu com Guilherme é analisar como o que tornou possível a emergência de determinados conceitos percebe isso é fazer uma genealogia da ciência é mostrar que a ciência também não está no campo da objetividade que a ciência é não está apenas relacionada a questões empíricas mas que ela está relacionada à questões de poder e para você perder essas perceber essas questões de poder é necessário você
produzir uma análise do discurso científico e produzir uma análise do discurso científico é saber como o discurso um determinado discursos científico surgiu num determinado momento da história como é que esse discurso se organizou que relações ele tem com outros discursos Quais são os mecanismos de interdição E por aí vai né ou seja tudo aquilo que a gente viu anteriormente na aula do foco e que você pode acompanhar né Tem uma playlist a ordem do discurso E aí eu gravei desde o início da aula até agora o fim quando eu tô terminando fui esmiuçando cada um
desses mecanismos então você pode tomar ciência dele né então ele tá dizendo ó eu não vou trabalhar com a crônica das descobertas ou descrições das ideias opiniões que cercam a ciência certo ou do lado de suas origens exteriores não né mas é se vocês quiserem pode voltar para o exemplo da loucura né a loucura como é que ela surgiu Quais são os mecanismos de poder que estão envoltos né Por que que o médico se torna tão poderoso a ponto de poder determinar quem é que é louco quem não é louco eu não sei se vocês
leram O Alienista né que esse A nomenclatura que se utilizava no século 19 para se referir ao louco o médico dos loucos né o psiquiatra né Tem lá uma historieta uma longa história narrada por Machado de Assis sobre O Alienista ele chega na cidade ele começa a dizer né começa a mandar todo mundo todo mundo tem que ser internado no Hospital Psiquiátrico depois ele manda tirar todo mundo né então o Machado de Assis brinca com arbit da ciência e dos cientista e do Poder do cientista que no momento manda interna todo mundo outro momento tira
todo mundo que diz que todo mundo é louco depois diz que ninguém é louco e depois diz que o inverso da loucura é a normalidade e a normalidade não existe então ao invés da patologia se é loucura a patologia ou a exceção a regra que é anormalidade é que a loucura e depois no fim ele interna a si mesmo que ele percebe que ele era em tese único normal essa é uma brincadeira que mostra o arbitrariedade do Poder médico e ao mesmo tempo mostra que essa arbitrariedade esse excesso de poder tem muito mais a ver
com questões discursivas ou questões de poder do que propriamente questões epistemológicas né embora isso venha sempre travesti de questões epistemológicas Tá bom então esse Jorge que viveu entre 19 e 4.995 foi um filósofo e médico especialista né em epistemologia e história da ciência que foi autor de um livro bastante conhecido que é o normal e o patológico né provavelmente o cocô Está se referindo a essa obra né então para quem gosta de história da medicina pode ler essa obra e ver como é que é como é que o Guilherme trabalha e o que poderia ter
inspirado focou e por fim ele se refere a já hipólite né ele disse pensa no entanto que minha dívida em grande parte é para com o já Hipólito né que é ele não diz muita coisa sobre Jair pode mas a gente sabe que é uma pessoa que viveu entre 1907 1968 foi um filósofo foi professor do foco e a gente sabe que ele foi muito conhecido em função dos trabalhos né comentários ou análises que ele produziu em torno de rede né Essa é uma discussão o quanto focou se aproxima da filosofia de Rego o quanto
ele rompe o quanto ele está distante o quanto ele reinventa o rei e essa relação com a filosofia de reino teria chegado até o trabalho do foco a partir de já Hipólito pelo menos o modo como já Hipólito trabalha trabalhava a filosofia comentava analisava é algo que inspirou bastante Michel focou tá bom chegamos ao fim então da análise da Ordem do discurso espero ter ajudado decifrar essa pequena mas importantíssima obra de focou e uma série de preceitos para a gente poder empreender uma análise do discurso nos dias de hoje em qualquer outro momento tá bom
um abraço e até o nosso próximo vídeo
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