Em tempos de reis soberbos e ameaças crescentes, vindas de impérios poderosos, um homem foi escolhido para testemunhar a glória divina e anunciar tanto o juízo quanto a misericórdia do Senhor. Essa é a história extraordinária de Isaías, o profeta que contemplou a vinda do Messias. Isaías, o filme Reino de Judá, localizado ao sul de Israel, cerca de 750 anos antes do nascimento de Jesus.
Foi um período marcado por grande prosperidade e força, especialmente durante o longo governo do rei Usias. Porém, apesar da aparente estabilidade, eram também dias em que a verdadeira devoção se perdia em meio à religiosidade vazia, a injustiça social e a ameaça crescente representada por grandes impérios estrangeiros, como o da Assíria. Nesse cenário delicado e complexo, Deus escolheu um homem comum, Isaías, filho de Amós, morador de Jerusalém, provavelmente próximo ao círculo da corte real.
Naquele tempo, o Zias governava Judá havia mais de cinco décadas, trazendo riqueza econômica e fortalecimento militar ao reino. Contudo, à medida que seu poder aumentava, seu coração se enchia de orgulho, o que o levou inevitavelmente à ruína. Certo dia, em um gesto arrogante, entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar, tarefa que era exclusiva dos sacerdotes.
Estes, alarmados, tentaram impedir o rei, avisando-o de que aquela função não lhe pertencia. Mas oias reagiu com raiva e, enquanto ainda expressava sua indignação no lugar sagrado, foi subitamente castigado por Deus. Uma mancha de lepra surgiu imediatamente em sua testa diante dos sacerdotes que testemunharam aterrorizados aquele momento.
Percebendo a gravidade da situação, os sacerdotes rapidamente o retiraram do templo e o próprio Usias fugiu dali, ciente de que a mão de Deus havia recaído sobre ele. A partir daquele dia, o rei viveu isolado, acometido pela lepra, impedido de voltar ao templo do Senhor. Seu filho, Jotão, assumiu o governo em seu lugar e após algum tempo, o Zias morreu em meio a essas condições trágicas.
Assim terminava um longo período de prosperidade aparente, marcado profundamente pelo orgulho e pelo julgamento divino. Com sua morte, encerrou-se uma era, enquanto, no horizonte a sombra ameaçadora da Assíria começava a ganhar força. E foi exatamente naquele ano marcado por profunda crise nacional e espiritual, que Isaías teria um encontro marcante com Deus.
Foi exatamente no ano em que o rei Usias morreu, que Isaías, provavelmente em busca de orientação divina, diante das incertezas daquela época turbulenta, dirigiu-se ao templo. Lá, na casa do Senhor, ele presenciou uma revelação espiritual profunda que transformaria sua vida para sempre. A visão que ele testemunhou foi tão impressionante que o próprio Isaías a descreveu com detalhes vívidos.
Vi o Senhor assentado num trono alto e majestoso, e as bordas do seu manto preenchiam todo o templo. Acima dele estavam os serafins, seres celestiais, com seis asas cada. Duas asas cobriam o rosto, duas cobriam os pés e com as outras duas voavam.
Eles proclamavam continuamente uns aos outros em alta voz: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos. Toda a terra está repleta de sua glória. As bases das portas estremeciam diante da força daquela proclamação, e o templo inteiro ficou tomado por uma densa fumaça.
Diante da santidade absoluta que estava presenciando, Isaías sentiu-se profundamente abalado e reconheceu imediatamente sua condição pecaminosa, exclamando angustiado: "Ai de mim! Estou condenado, pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo também de lábios impuros. Contudo, meus olhos viram o rei, o senhor dos exércitos.
Nesse instante, um dos serafins voou rapidamente até Isaías, trazendo nas mãos uma brasa ardente, retirada do altar com uma tenaz. Ao tocar a brasa nos lábios do profeta, o serafim declarou: "Veja, isto tocou seus lábios, sua culpa foi removida e seu pecado perdoado. " Após essa purificação, Isaías ouviu claramente a voz do Senhor, que procurava alguém disposto a levar sua mensagem: "A quem enviarei?
Quem irá por nós? " Isaías, sem hesitação, respondeu prontamente: "Eis-me aqui, envia-me a mim. " O Senhor então entregou a Isaías sua missão específica, mas também o advertiu sobre as dificuldades que ele enfrentaria.
Sua mensagem seria rejeitada por muitos. Vá e diga a este povo: "Ouçam bem, mas não compreendam. Vejam com atenção, mas não percebam.
Torne insensível o coração desse povo. Faça com que seus ouvidos fiquem surdos e seus olhos cegos, para que não possam enxergar, ouvir, entender com o coração, nem se converter e ser curados. Perplexo diante dessa dura mensagem, Isaías perguntou ao Senhor até quando duraria essa resistência do povo?
Deus respondeu-lhe, dizendo que essa situação permaneceria até que a terra fosse devastada pelo julgamento divino e seus habitantes fossem levados cativos. Ainda assim, estaria um pequeno grupo fiel, semelhante a um tronco de árvore cortado, que guarda em si a vida capaz de germinar novamente, uma semente santa, da qual brotaria uma esperança futura. Alguns anos após a morte do rei Usias, seu neto Acas assumiu o trono de Judá.
Diferente do avô em seus tempos de retidão e também do seu pai, Jotão, Acas era um rei incrédulo que não depositava sua confiança no Senhor e não demorou para enfrentar uma grande ameaça. rei da Síria, e Peca, rei de Israel, também conhecido como Efraim, formaram uma aliança para invadir Judá e depor Acas, planejando colocar no poder um governante submisso aos seus interesses. Quando essa notícia chegou ao palácio, espalhou-se rapidamente.
Assíria havia se unido a Efraim. O impacto foi devastador. Acá e todo o povo ficaram aterrorizados.
Seus corações tremiam como árvores da floresta agitadas por um vento forte. Diante do medo, a primeira reação do rei não foi buscar ao Senhor, mas procurar auxílio no poderoso e cruel império assírio, mesmo que isso significasse submeter-se como vassalo e pagar tributos pesados. Foi então que o Senhor enviou Isaías ao encontro de Acás.
O profeta dirigiu-se ao aqueduto da piscina superior, onde o rei estava, levando consigo seu filho chamado Sear Jazube, cujo nome significava: "Um remanescente voltará". Uma mensagem silenciosa, porém poderosa. Ali, diante do rei amedrontado, Isaías proclamou a palavra do Senhor.
Permaneça firme, não tenha medo. Não se deixe abalar por esses dois pedaços de lenha fumegantes, Rezim e o filho de Remalias. Embora estejam furiosos, logo se apagarão.
Eles tramaram mal contra você. Mas assim diz o Senhor, isso não acontecerá. não se concretizará.
E se vocês não crerem, certamente não permanecerão de pé. Ao ver a incredulidade persistente do rei, o Senhor falou novamente por meio de Isaías, oferecendo uma chance de fortalecer sua fé. Peça ao seu Deus um sinal.
Pode ser algo profundo como as sombras ou elevado como os céus. Peça o que quiser. Mas Acas, com falsa religiosidade, recusou: "Não pedirei um sinal.
Não colocarei o Senhor à prova". Então Isaías respondeu com firmeza: "Ouçam, casa de Davi, não basta cansarem os homens, agora vão cansar também o meu Deus. Pois o Senhor mesmo dará um sinal.
Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele se chamará Emanuel. Emanuel, nome hebraico que significa Deus conosco. Isaías anunciou que antes mesmo dessa criança saber discernir entre o bem e o mal, as terras dos atuais inimigos de Judá, Assíria e Israel seriam devastadas.
E assim, mesmo diante da incredulidade do rei, a promessa de um livramento imediato e de uma esperança futura foi declarada e de fato, não demorou para que a profecia se cumprisse. Pouco tempo depois, a Assíria derrotou Assíria e Israel. No entanto, a mensagem de Isaías ia além do contexto imediato.
Ela apontava para algo muito maior, um cumprimento futuro e glorioso, a vinda do próprio Deus para habitar entre o seu povo. Isaías também advertiu a CAS de que sua escolha de confiar na Assíria, em vez de se apoiar no Senhor, traria consequências graves. mesma nação em que buscou proteção, acabaria se tornando instrumento do juízo divino sobre Judá.
Mas mesmo em meio à escuridão, ao medo e ao castigo que se aproximava, Deus concedeu a Isaías vislumbres de esperança, promessas luminosas que anunciavam a chegada de um rei diferente, um governante de paz, justiça e salvação. A luz do Messias. Isaías declarou: "O povo que andava em trevas viu uma grande luz.
Sobre os que habitavam na terra da sombra da morte, resplandeceu a luz. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado e o governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será maravilhoso conselheiro, Deus forte, pai da eternidade, príncipe da paz. O profeta também falou da origem e da natureza desse rei prometido.
Do tronco de Jessé brotará um rebento e das suas raízes surgirá um renovo e sobre ele repousará o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e entendimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor do Senhor. Sim, num tempo marcado pela incredulidade e pelo medo, Isaías não apenas confrontou os reis de sua geração com a verdade, mas semeou a promessa de um reino eterno. O próprio Deus viria para redimir seu povo.
Os anos se passaram e após o reinado infiel de Acás, seu filho Ezequias subiu ao trono de Judá. Diferente de seu pai, Ezequias foi um rei justo diante do Senhor. Ele confiou plenamente em Deus, acabou com a idolatria e restaurou a adoração verdadeira no templo.
No entanto, sua fé seria posta à prova de maneira intensa. No 14º ano do seu reinado, o temido império assírio, agora liderado por Senaqueribe, que já havia destruído o reino do norte, Israel, começou sua marcha contra Judá. Várias cidades fortificadas caíram diante do seu exército implacável e logo Jerusalém foi cercada.
Senakerib enviou seu comandante, o Rabsassis, que se apresentou diante dos muros com um discurso provocador, cheio de orgulho, zombaria e blasfêmia contra o Deus de Israel. Ele bradou: "Escutem as palavras do grande rei, o rei da Assíria. Não deixem Ezequias enganar vocês.
Ele não poderá salvá-los. Não confiem quando ele disser que o Senhor livrará Jerusalém. Será que os deuses das outras nações salvaram seus povos das minhas mãos?
Onde estão os deuses de Ramate, Arpade, Sefarvaim? O Deus de Samaria foi capaz de livrá-la? Quem é o Senhor para libertar vocês das minhas mãos?
Rendam-se ao rei da Assíria e vivam em paz. Mas por ordem do próprio Ezequias, o povo permaneceu em silêncio e não respondeu uma só palavra. Os mensageiros do rei, profundamente comovidos com aquelas blasfêmias, rasgaram suas vestes em sinal de lamento e foram imediatamente levar as notícias ao rei Ezequias.
Ao ouvir as palavras terríveis proferidas pelo comandante assírio, o rei Ezequias ficou profundamente abalado. Em sinal de luto e humilhação, rasgou suas vestes, cobriu-se com pano de saco e dirigiu-se à casa do Senhor para buscar socorro. Em seguida, enviou seus oficiais de mais alta confiança e os principais sacerdotes, todos também vestidos com roupas de lamento, até o profeta Isaías, filho de Amós.
A mensagem que Ezequias mandou ao profeta era carregada de angústia e súplica. Hoje é um dia de aflição, de repreensão e de vergonha. O inimigo veio para zombar do Deus vivo.
Por favor, eleva a tua oração por aqueles de nós que ainda restam. Isaías ouviu atentamente o recado enviado pelo rei e respondeu com uma palavra do Senhor: "Digam ao seu Senhor: Assim diz o Senhor: Não tenha medo das palavras que você ouviu, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. Eis que porei nele um espírito perturbador.
Ele ouvirá um rumor, voltará para sua terra e ali será morto pela espada. Pouco tempo depois, o próprio Senaqueribe enviou uma carta a Ezequias, repetindo as ameaças e zombarias contra o Deus de Israel. Ao receber a carta, o rei subiu novamente ao templo.
Lá, diante do Senhor, estendeu o pergaminho e orou intensamente, pedindo a Deus que livrasse o povo, não apenas por proteção, mas para que todas as nações da terra soubessem que somente o Senhor é Deus. Em resposta à aquela oração sincera, Isaías enviou uma nova mensagem ao rei, mais extensa e cheia de autoridade. Disse ele: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: "Ouvi a tua oração sobre Senaqueribe, rei da Assíria.
Portanto, assim diz o Senhor, ele não entrará nesta cidade, não lançará uma única flecha contra ela, não levantará escudo diante de seus muros. nem construirá rampas de ataque. Pelo caminho por onde veio, por esse mesmo caminho, ele voltará.
E nesta cidade ele não entrará, diz o Senhor. Eu a defenderei e a salvarei por amor de mim mesmo e por causa de Davi, meu servo. Foi então que Isaías também trouxe outra palavra do Senhor, desta vez pessoal ao rei.
Põe tua casa em ordem, porque morrerás e não viverás. Ao ouvir isso, Ezequias voltou-se para Deus com profunda emoção. Chorando, orou: "Ó Senhor, lembra-te de que tenho andado diante de ti com fidelidade, com um coração íntegro, e tenho feito o que é correto aos teus olhos.
" Deus ouviu. Antes que Isaías saísse completamente do palácio, o Senhor o mandou voltar com uma nova mensagem. Volta e diz a Ezequias, príncipe do meu povo.
Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu Pai: "Ouvi tua oração e vi tuas lágrimas. Eis que eu te curarei. Daqui a três dias subirás à casa do Senhor.
Acrescentarei mais 15 anos a tua vida e também livrarei você e esta cidade das mãos do rei da Assíria. Protegerei esta cidade por amor de mim mesmo e por causa do meu servo Davi. Isaías voltou ao rei com a notícia extraordinária.
Como sinal e instrução prática para a cura, mandou preparar uma pasta de figos. Eles aplicaram o emplastro sobre a ferida do rei e se recuperou. Antes de tudo isso, o rei havia perguntado a Isaías qual sinal confirmaria que ele realmente seria curado e voltaria ao templo.
O profeta lhe deu a opção de um milagre envolvendo os degraus do relógio de sol pertencente ao seu pai, Acas. Este será o sinal do Senhor. Queres que a sombra avance 10 graus ou que retroceda 10 graus?
Ezequias respondeu: "Fácil é a sombra avançar 10º, mas que ela volte 10º, isso sim é um sinal. " Então o profeta Isaías clamou ao Senhor e Deus realizou algo sobrenatural. fez a sombra do relógio voltar 10 graus, exatamente os mesmos que já haviam descido.
Dessa forma, o Senhor confirmou sua promessa com um sinal visível nos céus, uma resposta direta, milagrosa e inesquecível. Ezequias recuperou-se totalmente de sua enfermidade e em gratidão escreveu um cântico de louvor ao Senhor. Foi então que Merodaque Baladã, rei da Babilônia, uma nação distante, porém ambiciosa, interessada em expandir sua influência, soube da enfermidade e da recuperação milagrosa do rei de Judá.
Em nome da diplomacia, enviou cartas e presentes a Ezequias. No entanto, seu real objetivo era provavelmente estabelecer uma aliança contra a Assíria. Ezequias recebeu os enviados com alegria.
Orgulhoso da visita e de sua posição, cometeu um erro grave. Em um gesto de vaidade, abriu os portões do palácio e mostrou a comitiva babilônica todos os seus bens: prata, ouro, perfumes raros, olhos preciosos, armamentos e tudo o que possuía. Não escondeu nada.
Tudo em seu palácio e em seu reino foi revelado. Ao saber do ocorrido, o profeta Isaías foi até o rei e de maneira direta questionou: "O que esses homens disseram e de onde vieram? " Ezequias, sem perceber o peso da situação, respondeu com naturalidade: "Vieram de uma terra distante, da Babilônia".
Isaías continuou, indo direto ao ponto: "O que eles viram em tua casa? " E Ezequias, talvez ainda envaidecido pela atenção recebida, respondeu: "Viram tudo? Não houve nada entre meus tesouros que eu não lhes mostrasse.
" Então, Isaías entregou ao rei uma palavra do Senhor, uma profecia que naquele momento parecia remota, mas selava o destino de Judá. e de sua linhagem real. Ouve a palavra do Senhor dos Exércitos.
Dias virão em que tudo o que há em tua casa, tudo o que teus pais acumularam até hoje, será levado para a Babilônia. Nada ficará. Assim diz o Senhor: "E até mesmo teus filhos, os que nascerem de ti, serão levados e servirão como eunucos no palácio do rei da Babilônia".
Era o anúncio do exílio babilônico. Terrível e inevitável. A exibição imprudente dos tesouros de Judá, motivada pelo orgulho de Ezequias, prenunciava o dia em que aqueles mesmos bens junto com os descendentes do rei, seriam levados como despojos para uma terra estrangeira.
Diante dessa profecia, Ezequias respondeu a Isaías: "A palavra do Senhor que falaste é boa". E talvez, em voz baixa, pensou consigo mesmo: "Pelo menos haverá paz e segurança nos meus dias". Assim, o rei se acomodou à tranquilidade de sua geração, sem perceber completamente a gravidade do que viria sobre seus filhos e o futuro do seu povo.
A sombra da Babilônia, que parecia tão distante naquele momento, começava a se estender sobre Judá, e esse tema se tornaria central nas mensagens que Isaías ainda proclamaria. Isaías viveu e morreu muito antes de Babilônia se tornar o império que viria a conquistar Judá. No entanto, em sua sabedoria eterna, Deus lhe entregou palavras que atravessariam os séculos e se tornariam vitais no momento em que o povo mais precisasse delas.
Quando Judá foi finalmente levado ao exílio, tendo perdido sua terra, seu rei e o templo do Senhor, as profecias de consolo de Isaías ganharam novo significado. No meio de um império pagão, sentindo-se abandonados, foi justamente ali que a mensagem de esperança, pronunciada muito tempo antes, começou a brilhar. O Senhor já havia preparado tudo.
Mesmo em meio ao juízo, ele havia anunciado, através de Isaías uma promessa de restauração. Consolem, consolem o meu povo, diz o seu Deus. Falem ao coração de Jerusalém, digam que sua servidão acabou, que seu pecado foi perdoado, que recebeu da mão do Senhor em dobro por todos os seus pecados.
Uma voz clama no deserto: "Preparem o caminho do Senhor, endireitem no ermo uma estrada para o nosso Deus. Que todo vale seja levantado, todo monte e colina sejam rebaixados, o terreno acidentado se torne plano e os lugares ásperos uma planície. Então a glória do Senhor será revelada e toda a humanidade verá, pois a boca do Senhor o disse.
Enquanto os exilados conviviam com os ídolos de ouro e madeira da Babilônia, deuses que precisavam ser carregados por homens, pois não podiam andar ou agir. Isaías, mesmo séculos antes, já havia lembrado o povo da supremacia incomparável do Deus verdadeiro, o criador de todas as coisas. E sua mensagem de encorajamento continuava: "Você não sabe, nunca ouviu falar?
O Senhor é o Deus eterno, o criador dos confins da terra. Ele não se cansa nem se fatiga. Seu entendimento é insondável.
Ele fortalece o cansado e multiplica as forças ao que não tem vigor. Até os jovens se cansam e tropeçam, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias.
Correm e não se fatigam. caminham e não se cansam. E para mostrar sua soberania absoluta sobre a história humana, Deus fez algo extraordinário.
Mencionou, com mais de um século de antecedência o nome do homem que usaria como instrumento de libertação. Cerca de 150 anos antes de ele nascer, Isaías já anunciava a chegada de Ciro, o rei persa. Assim diz o Senhor acerca de Ciro: "Ele é o meu pastor e cumprirá tudo o que me agrada".
E ainda declarou: "Assim diz o Senhor ao seu ungido, Assiro, a quem tomei pela mão direita para subjugar nações diante dele. Irei adiante de ti, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo nome. " Essa revelação surpreendente não apenas confirmava o controle de Deus sobre o curso da história, como também reafirmava sua fidelidade em cumprir suas promessas, mesmo quando tudo parecia perdido.
Mas entre todas as revelações contidas nos capítulos de consolo, a maior de todas não dizia respeito a Ciro, o libertador do exílio, e sim a uma figura ainda mais grandiosa e enigmática, o servo do Senhor. Isaías, por meio de cânticos e poesias proféticas, descreveu esse servo com detalhes surpreendentes, sua missão, seu caráter e o sofrimento que enfrentaria. Primeiro, Isaías revelou a missão do servo como alguém cheio do espírito de Deus, escolhido e sustentado pelo próprio Senhor.
Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Sobre ele pus o meu espírito, e ele trará justiça às nações. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz nas praças.
Não quebrará a cana já rachada, nem apagará a torcida que ainda fumega. Em fidelidade trará à tona o juízo. Farei de ti luz para os gentios, para que abras os olhos dos cegos, libertes os presos da prisão e faças sair do cativeiro os que habitam nas trevas.
Mas essa figura não seria recebida com honra. Isaías também viu que esse servo passaria por dor profunda e rejeição. O próprio servo falaria com palavras cheias de entrega.
Ofereci minhas costas aos que me feriam e o meu rosto àqueles que arrancavam minha barba. Não escondi meu rosto das afrontas, nem dos escarros. Então, em Isaías 53, o profeta revelou com riqueza de detalhes o sofrimento redentor do servo.
Séculos antes da vinda de Cristo. Ele descreveu como alguém desprezado, rejeitado, marcado pela dor e desprezo humano. Alguém de quem as pessoas desviavam o olhar sem valor aos olhos do mundo, mas que carregava sobre si o sofrimento de todos.
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas dores, e nós o consideramos castigado por Deus, ferido e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas. Cada um se desviava pelo seu próprio caminho. Mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca. Como o cordeiro foi levado ao matadouro e como uma ovelha muda diante dos tosqueadores, não abriu a boca. Mesmo inocente, sem pecado ou mentira nos lábios, o Senhor decidiu esmagá-lo e fazê-lo sofrer.
E foi por meio desse sofrimento voluntário que muitos seriam justificados. Ele verá o fruto do seu sofrimento e ficará satisfeito. Pelo seu conhecimento, o meu servo justo justificará a muitos, pois levará sobre si as suas iniquidades.
Carregou os pecados de muitos e intercedeu pelos transgressores. E é com base nesse sacrifício impressionante que Isaías proclama o convite mais gracioso e libertador de todos, o chamado à salvação gratuita, dirigido a toda a alma sedenta. No capítulo 55, Deus clama: "Ó todos vocês que têm sede, venham às águas, e os que não têm dinheiro, venham, comprem e comam.
Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e sem custo. Inclinai os ouvidos e vinde a mim. Ouvi e a vossa alma viverá.
Buscai ao Senhor enquanto se pode achar. Invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho e o homem mal os seus pensamentos.
Volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele e ao nosso Deus, pois é rico em perdoar. Esse chamado amoroso se estende a todos os que reconhecem sua necessidade espiritual. A salvação não se compra com obras, nem com ouro, mas é oferecida gratuitamente àqueles que se arrependem e se voltam ao Senhor de todo o coração.
Nos últimos capítulos do livro de Isaías, o profeta faz um forte apelo a uma vida que espele o caráter de Deus. Ele denuncia com firmeza a religiosidade vazia, cultos e rituais sem justiça, sem compaixão, sem coração. Deus declara que o jejum que lhe agrada não é apenas abstinência, mas ação.
Libertar os oprimidos, dividir o pão com os famintos, dar abrigo aos necessitados. E quanto ao verdadeiro sábado, é honrado quando o povo deixa de buscar seus próprios interesses e passa a viver de acordo com a vontade do Senhor. A casa de Deus, diz Isaías, será chamada casa de oração para todos os povos, inclusive para os estrangeiros que se voltam ao Senhor e guardam sua aliança.
O chamado é claro, viver com santidade real, prática, que reflita a natureza do próprio Deus. Depois desses apelos poderosos, Isaías eleva sua visão ainda mais para o desfecho glorioso de toda a história. Deus revela, por meio do profeta o destino eterno de sua obra redentora.
Porque eis que eu crio novos céus e nova terra, e as lembranças do passado, dor, pecado e lágrimas não mais virão à memória. Alegrem-se, regozijem-se para sempre por aquilo que eu criei. Pois eis que trago júbilo a Jerusalém, alegria ao seu povo.
Eu me alegrarei com Jerusalém e exultarei com meu povo. Nela nunca mais se ouvirá voz de pranto ou de clamor. Não haverá mais criança que viva apenas poucos dias, nem idoso que não complete sua vida.
Construirão casas e nelas habitarão, plantarão vinhas e comerão dos seus frutos. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. Ninguém fará mal, nem causará dano em todo o meu santo monte, diz o Senhor.
Essa nova criação será eterna, inabalável, assim como os novos céus e a nova terra que eu farei estarão diante de mim para sempre, declara o Senhor. Assim também permanecerão a descendência e o nome de vocês. E de mês em mês, de sábado em sábado, toda a humanidade redimida virá adorar diante de mim.
Que visão majestosa para concluir a missão de Isaías. Seu nome significa o Senhor é salvação e seu legado é imenso. Isaías nos deixou um vislumbre profundo da santidade absoluta de Deus, aquele clamor eterno, santo, santo, santo, que o marcou para sempre.
Ao lado dessa revelação, ele entregou uma mensagem clara e poderosa. O julgamento pelo pecado é real, mas também é real a esperança do perdão para todo aquele que se arrepende. Isaías nos deu as mais detalhadas profecias sobre o Messias, o menino Emanuel, o príncipe da paz, o rei justo da linhagem de Davi e o servo sofredor que carregaria nossos pecados.
Ele viu, com os olhos da fé a salvação ultrapassando fronteiras e alcançando todas as nações. E por fim, anunciou uma nova criação, onde não haverá mais morte, nem dor, nem pranto. Um lugar preparado por Deus para os que confiam em sua promessa.
Isaías permaneceu fiel até o último instante, mesmo em meio à oposição e tempos difíceis. Embora as escrituras não relatem sua morte, uma antiga tradição judaica afirma que durante o reinado de Manassés, o profeta foi encerrado dentro de um tronco e cerrado ao meio. Tudo porque se recusou a calar a palavra de Deus.
Um fim trágico e violento para um homem que contemplou a glória celestial. Escrito há mais de 2700 anos, seu legado continua vivo. Sua mensagem ressoa até hoje porque aponta diretamente para Jesus Cristo, o Emanuel, o servo sofredor, o rei que há de vir.
A visão de Isaías nos convida ainda hoje a viver em santidade, a reconhecer nosso pecado e a nos lançar com fé na esperança do perdão e da restauração eterna prometida aqueles que confiam no Senhor. Agradecemos profundamente por ter-nos acompanhado nesta jornada através da vida e do ministério do profeta Isaías. Seu livro é, sem dúvida, uma mina inesgotável da revelação divina, um tesouro que continua a iluminar corações ao longo dos séculos.
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Que a paz de Cristo esteja com você. Amém.