a VIDA PRECISA de um SENTIDO?

763.63k views3931 WordsCopy TextShare
Tinocando TV
A vida tem algum sentido? Ou melhor. A vida precisa de algum sentido? Durante muitos anos grandes fi...
Video Transcript:
Na mitologia grega existiu um rei chamado Sísifo, ele fundou a cidade que hoje é conhecido como Corinto. Sísifo, teria, certo dia, visto a filha de Asopo, deus dos rios, sendo sequestrada a mando de Zeus. Logo ele pensou: Eu posso tirar um proveito disso.
. . oh o pensamento do cara.
Então ele chega em Asopo que estava totalmente destruído por ter sua filha sequestrada e fala: Eu sei quem sequestrou sua filha hein. Eu posso até te dizer, você não é o Asopo o deus dos rios? Então, eu te peço em troca uma nascente no meu reino.
Asopo prontamente realizou o desejo, e Sísifo cumpriu com sua palavra, dizendo que foi Zeus. Mas assim, Zeus é meio que Zeus, então ele ficou sabendo que Sísifo tinha dedurado ele, ele era um X9. Então, ele pede para que Tânatos, o deus da morte, para que leve Sísifo para o submundo.
Sísifo fica aterrorizado e tenta presentear o deus da morte para apaziguar a situação. Então, Sísifo oferece um colar e Tânatos aceita, mas o colar era, na verdade, uma corrente. Então Sísifo prende o cara e mete o pé, o cara era absurdo assim.
Com o deus da morte preso, a humanidade passou um tempo sem que ninguém morresse. Assim, Ares, o deus da guerra também ficou bolado, porque se não tem morte, não tem guerra. Então Ares vai até Tânatos e solta ele para que ele concluísse sua missão.
Mas, Sísifo estava sempre um passo à frente, ele era conhecido como o mais astuto dos mortais. Ele sabia que o deus da morte iria vir atrás dele, então ele pediu para que, caso o deus da morte viesse, a sua esposa não enterrasse ele, não fizesse um funeral caso Tânatos o levasse para o submundo. E bom, Tânatos encontrou ele e levou pro submundo, mais precisamente para o deus Hades, o deus dos mortos.
Assim, Sísifo disse a Hades: “Pô, olha que maldade que minha mulher fez comigo, ela não fez nem um enterro pra mim, isso aí é sacanagem, eu preciso que você me liberte para que eu volte lá e puxe o pé dela na cama. ” E Hades falou: Não. Mas, o Sísifo pediu por favorzinho deixa.
E o Hades falou: “Não, irmão, tá maluco? ”. Mas, ele seguiu pedindo: “Por favor senhor Hades, por favor!
”. Tá bom então, então vai lá, vai, some da minha frente, mas vê se volta rápido viu senhor Sísifo, estou de olho em você. Aham, vai voltar sim, Sísifo nunca mais voltou.
Sísifo sumiu e conseguiu viver até o resto de suas vidas, até chegar a velhice. Mas, a morte para todos, e ele sabia que em algum momento reencontraria o deus Hades. E esse momento chegou.
Quando Sísifo morreu de velhice, por ter mentido e ludibriado os deuses, foi condenado a algo pior do que a própria morte. Ele foi condenado a pegar uma pedra enorme e leva-la até o alto de um morro e quando a pedra tivesse chegando quase no topo, ela rolaria de volta pro início e ele teria que ficar fazendo esse ciclo de chegar quase perto do topo e ela voltaria pro início, quase perto do topo e ela voltaria pro início por toda a eternidade. Toda vez que ele sobe o morro, Sísifo tem esperança de conseguir chegar no topo, mas ele tem consciência de que aquilo não faz o menor sentido, porque é nisso que ele pensa quando está descendo o morro.
E esse é o Mito de Sísifo, que existe a muito tempo, mas foi peça chave para o desenvolvimento do trabalho de Albert Camus. O ponto é que é tem como fazer uma comparação dessa condenação de Sísifo e a vida real. Afinal de contas, todos os dias nós temos que acordar, trabalhar, nos esforçar ao máximo para chegar no final do dia e repetirmos esse ciclo até o final da vida.
Esse mito serve para tentar responder a pergunta: A vida tem algum sentido? Ou melhor, a vida PRECISA de algum sentido? Hoje, eu vou tentar responder.
Vinheta Oi, eu sou o Tinôco sejam todos muito bem-vindos a mais um vídeo aqui no canal, vocês tão sempre me pedindo para mais vídeos de filosofia como esse aqui, então já sabe, né? Quer mais conteúdo como esse aqui, deixe o seu like, se inscreva no canal. E uma coisa que eu não comento muito é que eu tenho meu próprio podcast onde eu falo sobre filosofia de uma maneira um pouco mais reflexiva diferente do que eu faço aqui.
Sai episódio novo toda segunda-feira e o nome é ASSIM FALOU TINÔCO, você encontra em todas as plataformas digitais. Enfim, para a gente começar a entender se a nossa existência tem algum sentido nós precisamos entender: O que é existir? Se eu te pedisse agora para que você prove que você existe.
Como que você faria isso? Talvez, você respondesse: Bom, mas eu estou respirando, eu tô vendo o mundo ao meu redor, eu tô sentindo as coisas. Mas, óbvio que essa respostinha rasa não seria o suficiente.
Já que quando você está em um sonho, por exemplo, você também respira, você também vê e você também sente o mundo ao seu redor. Tá, mas se eu não posso provar que algo existe só porque eu estou vendo esse algo, respirando aquele algo ou sentido aquele algo, como eu posso provar que algo existe? Bom e é nesse momento nós chegamos em Descartes.
Ele é considerado o pai da filosofia moderna porque ele tem um pensamento muito interessante. Para Descartes, você não pode. Você nunca vai conseguir provar que alguma coisa existe.
Você não pode nem mesmo me provar que você existe. Vamos lá, vamos entender isso aí. A única coisa que consegue ser provado nesse momento é a dúvida.
A dúvida da existência é a única coisa que existe agora, já que eu estou duvidando nesse momento. A dúvida com certeza existe. Mas a dúvida não vem do acaso, ela não surge do nada, ela precisa de um ser pensante por trás dela para que ela exista.
Logo, se a minha dúvida existe, consequentemente eu, que estou pensando, também existo. Com isso, René Descartes chega na simples conclusão de que: Se eu penso, logo, eu existo. O que ele quer dizer com essa frase é que a existência humana é baseada na sua consciência.
Um animal irracional não sabe que ele existe, ele apenas existe. E é por isso que eu não posso provar que alguma outra coisa existe se não eu. Porque eu não posso provar que algo tem consciência para duvidar, eu não posso provar nem mesmo que outra pessoa duvida, é um exercício meramente individual.
Cada um pode provar a sua própria existência, caso duvide dela. Mas, nós vivemos em uma sociedade, e nós precisamos acreditar que a outra pessoa existe para que a sociedade continue existindo. E é aí que nasce o imaterialismo de George Berkeley, que irmão, ai tu vai ficar, aí é inacreditável.
O que Berkeley propõe é que a existência do outro depende da sua percepção. A ideia dele não é baseada na existência de algo, mas na não existência de algo. Segundo o professor Bertrand Russel: “Berkeley se dedica a provar que o mundo não passa de mentes percebendo o seu redor”.
Vem comigo que eu vou te explicar um pouco melhor. Em uma floresta muito distante de qualquer ser humano, uma árvore cai. Nenhum ser consciente vê ela caindo, ninguém escuta ela caindo, ninguém sente ela caindo.
Com isso, Berkeley questiona: Se não há nenhum observador para perceber aquela árvore caindo, aquela árvore, de fato, caiu? Você pode responder: Sim. Ela vai cair independente de alguém perceber, e quando alguém chegar lá e ver um tronco no chão, alguém falar: “Pô, a árvore caiu!
” Sim. . .
e não. A árvore cai? Sim, mas, esse não é o ponto.
O ponto é que uma árvore cair só tem sentido se há um ser pensante tiver consciência que ela caiu e conseguir observar isso. A árvore só vai ter, de fato, caído, se você, um ser racional e consciente, observar, mesmo depois dela ter caído, que ela caiu. O sentido de sua queda depende diretamente de um observador racional.
Mas assim, Berkeley vai um pouquinho mais longe, essa ideia é chamada de imaterialismo porque ele acredita que o mundo material, na verdade, nem existe e que é tudo está em um monte de mentes em cabeças pensantes. É complexo demais, é muito filosófico. Mas enfim, óbvio que essa ideia foi altamente recusada durante muito tempo e ainda é recusada, eu não estou aqui para afirmar as ideias do Berkeley só estou aqui para propor que ele teve uma ideia diferente.
Mas, a conclusão que eu tiro disso tudo, é que se não há nenhum ser consciente para observar a vida, aquela vida não teria nenhuma razão de existência. E como nós somos seres conscientes, nós conseguimos pensar e imaginar, como seria uma vida sem consciência. O ponto disso tudo é que nós só damos sentido para a nossa vida porque nós temos consciência para isso.
Se fôssemos animais irracionais, viveríamos tranquilamente uma vida sem nenhum sentido, mas a humanidade resolveu pensar e agora todo mundo tem crise existencial. Talvez uma das pessoas que mais tenham crise existencial na filosofia seja o escritor Dostoiévski, ou melhor, os personagens do Dostoiévski. Todos os heróis de Dostoiévski se questionam sobre o sentido da vida.
E um deles é Ivan Karamazov. Ele tem uma frase clássica que diz: “Sem Deus, então, tudo é permitido”. O que ele quer dizer com isso é que se não tem Deus, a vida não tem nenhum sentido, se nós não somos punidos depois da nossa morte, então, o que me impede de fazer o que eu bem entender?
Esse ponto é um pouco mais complicado, porque, a verdade, é que nada te impede de fazer o que você quiser, mas, você não vai ser punido depois de sua morte, você vai ser punido enquanto você está vivo, mas esse não é o ponto. Vamos tentar focar aqui menos em uma existência de Deus e mais em um sentido da vida. Eu quero deixar claro que esse vídeo não tem como o menor intuito rebater nenhuma religião, muito menos uma fé, quem sou eu pra fazer isso.
O objetivo aqui é apenas questionar. Até aqui nós definimos que eu existo e que você existe, agora, vamos tentar entender o que é existir. Para isso vamos começar a falar sobre Kierkegaard, um cristão fervoroso, mas que é pai do existencialismo.
Muitas pessoas não gostam de pensar sobre um sentido pra vida porque isso vai te deixar confuso, com medo, mas, principalmente, angustiado. E é aí que nasce a filosofia existencialista. Kierkegaard propôs que o ponto de partida para a filosofia existencialista é a chamada “angústia existencial”, que é aquela dor no peito que você está vivendo uma vida que não tem o menor sentido.
E eu sinto em lhe dizer mas essa dor nunca passa. E Kierkegaard é um dos principais filósofos a fazer essa união entre religião e a filosofia, a dizer que as duas coisas podem sim existir juntas. Ele propõe que existem três estádios da existência humana, e sim, é estádio e não é estágio, porque vem do verbo “estar”.
O primeiro e mais raso estádio é a o estádio estético. Onde o homem vive totalmente no presente, sem consciência da vida ao seu redor e buscando assim, prazer imediato em tudo. O segundo é o estádio ético, onde o homem entende e se submete a moral, ao que é, de fato, correto.
Onde ele como indivíduo para de buscar meramente os prazeres da vida e se dedica em prol de um sentido, de um dever. O terceiro e último estádio seria o estádio religioso e esse seria o estádio mais alto que um indivíduo pode chegar. Quero ver me criticar agora, vai, me chama de ateu.
Já que é aí em que ele se realiza. No estádio anterior, o limite seria a lei criada pelo próprio homem, basicamente o que chamamos de moral, já nesse estádio os limites são as leis impostas por Deus. Basicamente, o pecado.
O que ele usa de exemplo é a passagem da bíblia em que Deus manda Abraão matar o próprio filho. Mas, o que Kierkegaard quer dizer com tudo isso, o ponto em comum de todas as suas ideias sendo o homem religioso ou não, ele tem que tomar as rédeas da sua própria vida, independente dela ter um sentido ou não. Em contrapartida a Kierkegaard com seu lado mais religioso, mas ainda assim extremamente influenciado por ele, vem um dos meus filósofos favoritos: Jean Paul Sartre.
Ele basicamente pegou essas ideias do Kierkegaard e elaborou alguma coisa muito mais cabulosa em cima! Primeiro, ele analisa a existência humana e determina um ponto de partida: A liberdade. Com isso, ele conclui que: “Nós estamos condenados a sermos livres”.
Isso porque, a liberdade não é uma escolha e sim parte da condição humana, inerente a nossa existência. Já que o tempo inteiro nós estamos fazendo escolhas. Se você vai acordar mais cedo ou vai dormir mais um pouquinho, se você fazer uma faculdade ou se você vai ficar assistindo vídeo de filosofia no youtube, se você vai dar like no vídeo ou não no vídeo, se você vai fazer alguma coisa ou não.
E se a escolha for não fazer nada, isso ainda sim é uma escolha. Você tá preso nesse mundo de escolhas, ou melhor, você está condenado a ser livre. Mas, a liberdade só presa a nós porque: “A existência precede a nossa essência”.
O que ele quer dizer com essa frase é que nós primeiro nascemos e depois nós escolhemos o que queremos. Nós, como seres conscientes conseguimos negar a nossa natureza animal, os nossos instintos e simplesmente fazemos o que queremos. Nada é definido a nós antes de nascermos, nós não nascemos sabendo que vamos ser médicos, professores, engenheiros ou criador de conteúdo pra internet que grava vídeo de filosofia e é extremamente triste, hipoteticamente falando.
Por isso, ele conclui que a existência vem antes da nossa essência. . .
porque, nós somos livres e nós podemos escolher a nossa própria essência. Com isso, Sartre conclui que a vida não tem nenhum sentido. Já que nós vivemos para fazer escolhas, logo nenhum sentido pré-existente moldaria essas nossas escolhas.
Mas ele não te joga nesse abismo existencial e deixa você lá não, se vira, não, não, não, não. O que o existencialismo de Sartre propõe é que: Como a vida não tem sentido, então você pode dar um sentido a ela. Já que você é livre e primeiro você nasce e depois define sua essência, você pode também definir um sentido pra sua vida.
Essa ideia do existencialismo, principalmente a de Kierkegaard inspiraram grandes filósofos no futuro. E é ai que nasce, quem talvez seja a maior inspiração para a filosofia moderna: Schopenhauer. “O objetivo da vida é bastante incerto, e resulta pelo menos duvidoso se ela não seria preferível ao não ser [.
. . ] se batesse nos túmulos para perguntar aos mortos se querem ressuscitar, eles sacudiriam a cabeça negando” Schopenhauer diz essa frase em O Mundo como Vontade e Representação.
E é nesse livro, que, na minha opinião, ele mais se expressa como o maior dos pessimistas, o que, mais tarde, influencia no desenvolvimento do niilismo, que tá muito ligado a Nietzsche, mas também, nem tanto, depois eu explico. Como todo mundo sabe, Schopenhauer era um cara extremamente triste. Talvez, um dos principais conceitos atribuídos ao Schopa, que eu sou amigo dele, é a ideia que viver é igual a sofrer.
. . ai depois reclamam que chamam o cara de pessimista.
O que ele diz é que se a vida tem algum sentido, o sentido vai ser a dor e sofrimento. Muito parecido como o que Kierkegaard diz de que a vida é angústia, né? .
Porque, quando as coisas estão bem nós não paramos e pensamos: “Nossa que beleza é viver, eu amo a vida”. Nós sempre pensamos: “Ah, tá bom. .
. mas, poderia estar um pouquinho melhor”. Mas, Schopenhauer fala isso simplesmente para ter atenção, ele está colocando no papel que viver é difícil pra [.
. . ].
E ele diz que um dos grandes culpados pro nosso sofrimento é o tempo. Ele diz: “Também contribui para o tormento de nossa existência, o impelir do tempo, impedindo-nos de tomar fôlego. ” E esse pensamento é extremamente importante para o desenvolvimento da filosofia de Nietzsche.
Quando ele fala sobre Amor Fati, o amor aos fatos, o amor ao mundo como ele realmente é. Não sei se vai dar pra ver, não vai dar pra ver nem [. .
. ], mas eu tenho. .
. eu tenho tatuado aqui “Amor Fati”. Ele tá ponderando tudo isso que Schopenhauer fala.
O que Nietzsche diz que é que o mundo é realmente horrível, que moralmente falando a vida vai ter, sim, muito sofrimento, mas, que é melhor você ver o mundo como ele realmente é, amar o mundo mesmo ele sendo puro sofrimento. Porque o sofrimento seria a realidade. É o entendendo da verdade do mundo, da sua própria verdade.
É muito melhor você viver dessa forma do que viver uma vida de ilusão. Acreditando que no fundo, talvez, aquele sofrimento tenha sentido. E é assim que surge a ideia do niislimo e o niilismo é sinistro irmão.
Niilismo é uma palavra de deriva de “nihil” que quer dizer “nada”. Então, o niilista seria aquele que acredita em absolutamente nada, que desacredita de crenças, de dogmas e que não tem nenhum ideal. Mas, para Nietzsche, o niilismo é exatamente o contrário disso.
Vamos lá que aqui as coisas começam a ficar um pouquinho complexas. Em Ecce Homo e em Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche propõe que o niilista é quase como um veneno pra humanidade. Isso porque, Nietzsche é totalmente contra a ideia de ídolos, mas ele não está falando de ídolos como, por exemplo, um monte de criança imatura: “Ah, pô, o Neymar é meu ídolo” esse tipo de criança que choraria se o Neymar aparecesse na frente dele, isso nunca aconteceria comigo, eu sou adulto.
Pra ele, a palavra “ídolo” tem um significado diferente, de crença, significa quase como “ideal”. E o niilismo, como eu disse, é a ausência da crença, logo, o niilista rebaixa as crenças, nega as crenças e a moral, ele meio que disse que isso aqui tá errado não, mas que isso aqui tá certo. Só que.
. . isso é.
. . é meio que uma.
. . que uma crença.
Para Nietzsche, o niilista é quase como um hipócrita. Então, Nietzsche conclui que o homem que supera as crenças e também supera o niilismo que nega as crenças, se transforma em um super-homem ou em “Übermensch” se você for alemão. Assim, Nietzsche favorece o individualismo, a ideia de que o homem tem que se desintegrar desses ideais.
E quem é o exemplo disso na filosofia do Nietzsche? Zaratustra, o personagem do seu livro Assim Falou Zaratustra. E bom, todos esses filósofos que eu citei serviram como inspiração pra um carinha que tem o pensamento mais cabuloso de todos: Camus Camus, foi quem deu voz ao Mito de Sísifo, a história que eu contei no início do vídeo.
Essa história serve para a gente entender qual o sentido da vida. E quando nós analisamos o que acontece com Sísifo e consequentemente com nós, o sentimento que fica é: Pô, se isso for real, a vida é um absurdo. .
. exatamente! Para Camus, a vida é literalmente um absurdo e assim nasce o absurdismo.
A ideia de que a existência humana não tem o menor sentido além da nossa consciência. Que, na verdade, nada tem sentido, mas nós, como seres racionais e pensantes temos que dar sentido a absolutamente. Porque é extremamente absurdo a ideia que nós, seres evoluídos com nossa bela existência.
“Não, eu sou um ser humano, a minha vida tem que ter um sentido, eu sou o centro do universo”. Essa ideia é extremamente egocêntrica. Mas, óbvio, ela também é angustiante e causa sofrimento.
É horrível olharmos pra imensidão do universo e nos vermos como nada. É horrível, mas, talvez seja a vida real. Com isso, surge uma dúvida em muitas pessoas, incluindo em Marco Aurélio, o imperador de Roma e escritor do livro Meditações de Marco Aurélio.
Ele questiona no segundo capítulo de suas meditações o seguinte: “Porque eu deveria viver em um mundo sem deuses e toda a providência divina? ” E é essa pergunta que surge na mente de muita gente. Usando palavras cruas: Se a vida não faz sentido porque a morte não é uma opção?
Seria muito egoísta da minha parte fazer um vídeo como esse, podendo causar uma real angústia em algumas pessoas e não tratar sobre esse assunto. E seria ainda pior se Camus não tivesse tratado sobre esse assunto, já que ele que aborda esse tema e o suicídio é o tema central dessa filosofia absurdista. Para Camus, assim como para Nietzsche a busca pelo conhecimento e o Amor Fati é o que deve dar sentido para a existência humana, buscar o mundo real, enfrentar o abismo existencial, não ficar cego por crenças, dogmas ou ideais.
Com isso, Camus desenvolve a ideia do suicídio filosófico, que é quando você tentar fugir da realidade de qualquer maneira que seja, incluindo, acreditando em falácias, bebendo para fugir do mundo real também é um deles, inclusive é até Nietzsche que fala sobre isso, ou até mesmo, cometendo suicídio. Já que, para Camus, quando você comete esse ato você desiste de buscar a verdade. Esse é um ponto sensível para muitas pessoas, e que eu não estou aqui para dizer o que é certo e o que é errado.
Inclusive, o próprio Nietzsche não diz que essa filosofia toda é certa, já que ele mesmo criou a frase: “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”. Então, agora, vamos responder: A vida PRECISA de um sentido? E, pra mim, a resposta é: Não.
A vida não precisa de um sentido, mas nada impede que você dê sentido a ela. Nenhuma dessas ideia propõe que você viva uma vida em vão, que você desista de pensar, muito menos que você desista da própria vida em si. Muito pelo contrário, todas elas tentam buscar a verdade da vida, por se sentiram angustiados e tremendamente assustados pela grandeza da existência humana.
Você não precisa se sentir fraco nem incapaz. A angústia existencial vai fazer com que você pense e reflita. Esse é, de fato, o primeiro passo para a existência da filosofia, para a prática filosófica, mas, acima de tudo, a angústia existencial vai fazer com que você questione.
Bom, esse foi o vídeo eu espero que você tenha gostado. Óbvio que a ideia desse vídeo não é você se sentir mal, muito menos pra baixo ou deprimido, se você se sente assim, busque ajuda de um profissional porque isso é importantíssimo. Se você gostou do vídeo eu peço para você deixar o seu like e se inscreva no canal, me siga nas redes sociais @tinocandotv, no twitter, no instagram, no tiktok.
Manda esse vídeo pra sua professora de filosofia, pro seu amigo que vocês gostam de debater filosofia, conversar sobre a vida, ter crise existencial, porque nada melhor do que ter uma crise existencial junto da pessoa que você gosta. O meu podcast sobre filosofia, Assim Falou Tinôco tá aqui na descrição. Muito obrigado pelo seu acesso e te espero no próximo vídeo.
Valeu, falou, um grande abraço do Tinôco e lembre-se: A existência é passageira.
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com