Você já fez ou faz psicoterapia? Comente aqui embaixo como foi a sua primeira sessão. Algumas pessoas não sabem muito bem o que esperar desse primeiro encontro com o profissional e é comum que as coisas não saiam da melhor forma possível nesse momento.
Eu sou o André, tenho um doutorado em psicologia e hoje, com a ajuda do amigo e psicólogo Tiago Oliveira, quero explicar 7 erros que devem ser evitados na primeira sessão de psicoterapia. Além disso, também falarei sobre como evitá-los para aproveitar ao máximo esse primeiro momento. Se você gostou do assunto que a gente escolheu abordar hoje, não deixa de clicar no joinha para nos ajudar, inscreva-se no canal e siga a gente nas redes sociais.
Erro número 1: não falar a verdade sobre o que está realmente incomodando. Parte disso se deve ao fato de que muita gente procura psicoterapia por conta de assuntos que não são fáceis de falar ou que nunca foram compartilhados com ninguém. Ao conhecer a verdadeira queixa principal logo de início, o profissional entenderá de maneira mais clara e rápida o que está acontecendo com a pessoa, além de poder ajudá-la de uma forma mais efetiva.
O ideal é ser o mais sincero possível com o seu psicoterapeuta o quanto antes, já que a velocidade da sua melhora dependerá disso. Algumas pessoas precisam de mais tempo para se abrir sobre certas coisas e isso é totalmente aceitável. Quando for assim, compartilhe com o profissional que você ainda não está pronto para falar de alguns assuntos mais delicados naquela sessão, mas que pretende falar mais disso no futuro.
Isso já será uma informação relevante para ele. Erro número 2: mal deixar o psicoterapeuta falar na primeira sessão. Muitas vezes por ansiedade e sem perceber, alguns vão à primeira sessão e falam sem parar sobre sua vida, tornando mais difícil a tarefa do profissional.
Em um momento inicial, é necessário que ele comece a entender o que anda acontecendo na sua vida, mas é possível que você use muito tempo falando de coisas menos importantes e não sobre tempo o suficiente para falar do que realmente importa. Deixar que o profissional direcione esse primeiro encontro com algumas perguntas e dar respostas que não tomem uma quantidade enorme de tempo para serem finalizadas pode permitir um melhor aproveitamento do tempo. Indo por esse caminho, mesmo que objetivamente você tenha passado menos tempo falando, poderá sair do encontro com a sensação de que falou sobre muito mais coisas relevantes e ajudará o profissional a entender mais rapidamente a sua situação.
Erro número 3: nutrir expectativas irrealistas sobre o que esperar da primeira sessão. Quando isso ocorre, as chances são maiores da pessoa ficar com uma má impressão, desmotivada ou decepcionada com o profissional, mesmo que essa decepção esteja baseada em uma noção incorreta do que se poderia esperar de uma primeira sessão. Alguns subestimam o esforço pessoal que é necessário para que a psicoterapia resulte em grandes mudanças na sua vida, por exemplo.
Outros imaginam que o psicólogo é quem precisará ter um papel proativo ao longo das semanas para que as coisas melhorem. , só que, na verdade, está mais para o contrário. Expectativas irrealistas como essas tendem a gerar frustrações e desestimulam muitos a continuar o acompanhamento profissional.
Por isso, é muito útil quando o cliente expõe logo na primeira sessão quais são as suas expectativas e o profissional tem a oportunidade de esclarecer possíveis equívocos nelas. É comum que o próprio psicólogo tente obter essa informação logo na primeira sessão, já que ela costuma interferir com a motivação do paciente a continuar frequentando as sessões com o passar do tempo. Uma vez que o cliente esteja com os pés mais no chão depois dos esclarecimentos do profissional, será mais fácil que ele coopere e se engaje no processo terapêutico.
Erro número 4: pressupor que seus problemas serão resolvidos rapidamente pelo psicólogo. Uma primeira sessão dificilmente vai ser o suficiente para causar alguma mudança considerável na sua vida, já que ela é só o começo do processo. Nessa fase inicial, o profissional precisa entender muito bem o que te motivou a buscá-lo para planejar as próximas etapas.
Geralmente, ele não estará tão preocupado ainda em aplicar técnicas ou intervenções complexas, mas sim em te conhecer melhor. Muitas pessoas que procuram psicoterapia já tentaram inúmeras vezes lidar sozinhas com algum tipo de sofrimento ou dificuldade que vivenciam, chegando à primeira sessão com um grande desejo de se sentirem melhor o quanto antes. Isso é compreensível, mas o profissional conseguirá te ajudar melhor depois que tiver um bom panorama da situação.
É possível sim que uma primeira sessão tenha um foco mais interventivo, especialmente quando o cliente demonstra risco à própria vida ou à de outros, por exemplo. Erro número 5: não dar um feedback para o profissional. Sem esse tipo de informação, fica mais difícil para uma psicóloga perceber se as coisas fluíram bem ou não na sessão.
Muitas vezes, é só quando o cliente dá um feedback que o psicoterapeuta percebe que ele não entendeu algo fundamental sobre o que conversaram. O ritmo da conversa foi muito acelerado? Você se sentiu compreendido?
Alguma coisa na sessão te incomodou? Compartilhar respostas para esse tipo de pergunta logo na primeira sessão pode fazer toda a diferença, principalmente porque feedacks assim podem fortalecer o vínculo e a confiança entre os dois. Como já explicamos em outro vídeo, ter um bom vínculo com o profissional é um dos fatores mais decisivos na melhora dos clientes.
Quando o feedback do cliente é recebido de forma aberta e humilde pelo psicólogo, aspectos específicos das sessões seguintes poderão ser modificados para individualizar o tratamento. Assim, as sessões tenderão a se tornar mais agradáveis, fluídas e confortáveis para ambas as partes. Nem sempre o profissional conseguirá atender a qualquer demanda que surgir nesse feedback.
Talvez o cliente queira ser atendido a partir de outra abordagem teórica ou precise de um horário que o profissional não tem disponível. Tudo isso deve ser conversado e, em último caso, o profissional pode encaminhar o cliente para outro colega. Erro número 6: compartilhar poucos detalhes de forma clara sobre si mesmo.
Falar sem parar não é o ideal, mas ficar dando respostas monossilábicas, excessivamente curtas, vagas ou ambíguas também não ajuda muito. Além de detalhar a queixa principal, compartilhe brevemente com a psicóloga como andam as diferentes áreas da sua vida, como os seus estudos, relacionamentos ou o seu trabalho, por exemplo. Fale sobre como você se vê, como tem se sentido e que mudanças gostaria de observar na sua vida.
Questões religiosas ou espirituais também podem ser comunicadas, caso julgue que isso é relevante. A psicóloga não precisa compartilhar das mesmas crenças religiosas ou espirituais que você para conseguir te ajudar, basta que você explique o que ela precisa saber sobre esse assunto. Outro ponto que você pode comentar na primeira sessão são as suas tentativas prévias de lidar com a sua queixa.
Você já foi acompanhado por outro psicólogo ou psiquiatra? Já procurou alguma outra forma de tratamento? Se sim, como foi a experiência?
Erro número 7: desperdiçar a oportunidade de tirar dúvidas. O psicólogo utilizará a sessão principalmente para te conhecer, mas você pode utilizá-la para conhecê-lo também. Se tiver qualquer dúvida sobre psicologia ou a abordagem do profissional, aproveite esse momento para esclarecer isso.
Você pode perguntar, por exemplo, como é o contrato terapêutico dele. Esse contrato se refere ao acordo entre terapeuta e paciente sobre como se dará o tratamento. Alguns psicólogos apresentam esse contrato logo na primeira sessão, enquanto outros esperam mais um pouco.
Também vale a pena já tirar dúvidas mais burocráticas nessa primeira sessão. Por exemplo, como é feita a cobrança das sessões e como funciona o desmarcamento delas, caso necessário. Alguns profissionais cobram adiantado e outros cobram depois da sessão.
Também deve ficar claro o que ocorre quando a pessoa faltar a sessão ou desmarcá-la em cima da hora. É esperado que o profissional esclareça isso para você logo no início, mas nada impede que você pergunte ou que ele se esqueça de algum desses detalhes na primeira sessão e se lembre com a sua ajuda. De maneira geral, se tiver curiosidade de perguntar sobre alguma coisa, pergunte por via das dúvidas.
Essas são algumas orientações gerais para que a sua primeira sessão seja tão boa quanto ela pode ser, mas não existe uma única receita de bolo fixa sobre como um primeiro encontro deve ocorrer. A depender da abordagem, do estilo do profissional e da personalidade do cliente, por exemplo, o formato da primeira sessão pode variar bastante. A gente se focou em alguns pontos mais gerais e que não dependem tanto assim da abordagem específica do profissional, já que eles tendem a atrapalhar o andar da carruagem na maioria das vezes.
Para toda regra, existem exceções, então se uma primeira sessão não ocorreu do jeitinho que descrevi aqui, não quer dizer que existe algo de errado com ela. Se os motivos pelos quais as pessoas podem procurar terapia é algo que também te interessa, então não deixa de conferir o meu livro que acabou de ser lançado, o "Ser humano: Manual do usuário - As origens, os desejos e o sentido da existência humana". Você pode comprá-lo no link que está aqui embaixo, na descrição do vídeo.
Dentre os vários assuntos que abordei no livro, um deles foi sobre como seres humanos podem se tornar mais felizes. Ao falar sobre isso, tentei desmistificar algumas noções equivocadas sobre a felicidade que podem nos atrapalhar a viver vidas mais significativas. Se ficou curioso, compre o seu exemplar!
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Hoje falamos sobre 7 erros que muitos cometem em uma primeira sessão de psicoterapia. Foram eles omitir informações importantes, falar sem parar, nutrir expectativas irrealistas sobre a primeira sessão, supor que os problemas poderão ser resolvidos rapidamente, não dar um feedback, não compartilhar muitas informações sobre si mesmo e não tirar dúvidas. Você gostou das dicas que a gente deu hoje?
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