Fanatismo | Lucas 6:15 | C. H. Spurgeon | Sermão 639

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Sermão número 639, pregado na manhã de domingo, 16 de julho de 1865, por Charles Adam Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres, Inglaterra. Simão, chamado Zelotes (Lucas 6:15). Simão, chamado Zelotes, aparentemente tem dois sobrenomes na Escritura, mas ambos significam a mesma coisa.
Ele é chamado Simão, o Cananeu em hebraico, não porque ele fosse habitante de Caná ou um cananeu, mas porque essa palavra, quando interpretada, significa exatamente o mesmo que a palavra grega Zelotes. Era chamado Simão, o Zelote. Suponho que ele tenha recebido esse nome antes de sua conversão.
Alguns pensam que ele era membro daquela seita política judaica, muito feroz e fanática, chamada de Zelotes, pela qual o cerco de Jerusalém se tornou muito mais sangrento do que seria. Mas isso não parece muito provável, pois a seita dos Zelotes mal surgira na época do Salvador. Portanto, nos inclinamos a pensar, junto com Ret, em seu comentário sobre Atos, que ele foi assim chamado por seu apego zeloso à sua religião como judeu.
Pois havia algumas diversas classes da sociedade judaica que eram tão excessivamente zelosas que recebem o nome de Zelote. Mas me parece que ele também deve ter sido Zelote depois de convertido, pois dentro daquele círculo sagrado que rodeava nosso Senhor, cada palavra era verdade, e o Mestre não permitiria que nenhum de seus discípulos carregasse um sobrenome que não fosse expressivo ou verdadeiro. Ele era Simão, o Zelote.
Enquanto, nas trevas e cegueira da sua mente, não conhecia o Messias, com certeza não poderia ter sido menos zelote depois de dotado do Espírito Santo, saindo para expulsar demônios, curar enfermos e proclamar que o Reino dos Céus estava próximo. Eu ficaria contente se muitos entre nós merecessem o mesmo título, vivendo de tal maneira que os homens os chamassem de Zelotes ou até mesmo de fanáticos, pois esta é uma era tão sonolenta no que se refere às coisas espirituais que ser chamado de fanático hoje em dia é uma das maiores honras que um homem pode receber. Que possamos agir e viver de modo a podermos usar com verdade o título de cristãos zelotes.
Ocuparemos o seu tempo nesta manhã, primeiro com uma descrição do zelote não convertido e, depois, em segundo lugar, com algumas poucas observações acerca do zelote cristão. Vamos retratar o zelote não convertido. O zelo, com frequência, se esgota em outras coisas que não na vida cristã.
Você encontrará muitos zelotes que não são religiosos em nenhum sentido da palavra. Temos visto, ultimamente, alguns poucos zelotes políticos; a única questão importante em suas vidas é a defesa do interesse de sua ideologia. Parece que eles sacrificaram tudo, até a verdade do Evangelho, e em seu furor achariam tudo uma ninharia, desde que pudessem defender sua opinião favorita.
Tal foi Saul, rei de Israel. Ele era tão zelote por Israel e Judá que, em seu zelo, matou os gibeonitas. Ele era politicamente um zelote e achava que os gibeonitas, estando na terra, comiam o pão que pertencia aos filhos de Israel e ocupavam as cidades que pertenciam à tribo de Benjamim, assim violando todos os pactos e juramentos solenes e trazendo sobre a nação um grande prejuízo.
Ele matou os gibeonitas. Muitos são zelotes científicos; sacrificam a saúde em laboratórios, manipulam misturas de drogas nocivas para examinar combinações químicas ou atravessam regiões acometidas por febres, entre povos selvagens, para descobrir a nascente de um rio ou medir a altura de uma montanha. Podemos facilmente encontrar zelotes de negócios; suas vitrines quase não precisam de trancas, pois os negócios nunca terminam.
O próprio domingo não é reservado para adoração; eles o roubam para acertar os livros. Têm pressa em enriquecer e não se veem como culpados, mergulham em uma ou outra especulação, frequentemente levando o corpo à enfermidade e a mente à loucura, em seu zelo pelas riquezas. Você não vê o mundo criticando o zelo nos negócios, na ciência ou na política; ao contrário, as pessoas até admiram isso.
Mas assim que o trazemos ao átrio da casa do Senhor, imediatamente levantam as mãos com espanto ou abrem a boca com blasfêmia, pois não podem suportar que tornemos as coisas eternas reais e gastemos nossa força com elas. Elas gostariam que reservássemos nossa energia para assuntos em que elas próprias se interessam. Então, irmãos, não queremos condenar o uso do zelo nos assuntos comuns da vida, pois o zelo é essencial para o sucesso dentro dos limites apropriados.
Apenas desejamos que os cristãos se espelhem nos homens mundanos e sejam pelo menos metade tão dedicados e ambiciosos em manter e expandir o reino de seu Senhor e Mestre quanto alguns homens o são por suas futilidades ou ganhos egoístas. Entenda, então, que o homem pode ser zelote sem que haja nele qualquer traço de religião, pois seu zelo pode se direcionar a um canal totalmente diferente. Mas nunca são chamados de fanáticos.
O zelote não convertido, se seu zelo se manifestar na religião, geralmente é extremamente presunçoso. Veja Jeú, quando convida Jonadab, filho de Recabe, para subir em sua carruagem, exclamando de modo vaidoso: "Vem comigo e vê o meu zelo para com o Senhor! " Ele não pode matar os adoradores de Baal sem alguém ao lado para admirar o quanto se dedica inteiramente a Jeová.
Homens não convertidos, quando cheios de zelo, são quase todos como Jeú; precisam de algum olhar de admiração, a salva de palmas é essencial para a vida e o vigor de seu empenho. Não é assim o verdadeiro? Cristão que se mostra igualmente zeloso por seu mestre, quando está só ou em meio a zombarias, como no momento em que a religião é honrada, tomemos cuidado para não cairmos em jactância.
Sirvamos a nosso mestre como Jeú fez, e melhor que ele, mas jamais digamos: "Vem ver o meu zelo para com o Senhor. " Ao viajar pelas montanhas e sentir sede, você procura um riacho refrescante, mas o viajante experiente não se curva para beber nos filetes expostos que correm montanha abaixo ao sol. Ele sabe que a exposição ao calor aqueceu a água e tirou sua refrescante frieza; ao contrário, procura o filete que brota da rocha ou a nascente que se oculta sob musgos e grandes pedras, longe da luz, e é ali que ele encontra.
Assim são nossos dons e graças: se os exibimos publicamente, eles perdem a aceitação diante do Altíssimo; mas, se nos mantemos o máximo possível distantes de toda ostentação, buscando servir a Deus com humildade e descrição, então o próprio Jeová se deleita nas boas obras do seu povo amado. Que o Senhor nos livre, então, de sermos zelotes presunçosos. O zelote não convertido, em geral, é um zelote ignorante.
Eu lhes dou testemunho, diz Paulo, de que eles têm zelo de Deus, porém sem entendimento. Os fariseus eram muito fanáticos, eram ignorantes da justiça de Deus e buscavam estabelecer a própria justiça; não haviam compreendido a fraqueza do princípio da lei e lutavam incessantemente para alcançar a vida eterna por meio dela. Eles não conheciam a força e o poder do grande princípio da graça operante pela fé e, por isso, o negligenciavam e, apesar de todo seu esforço, não conseguiram entrar no reino dos céus.
Cuidemos de evitar um zelo ignorante. Quanto disso temos hoje em dia! Provavelmente há mais zelo entre os seguidores de falsos ensinos do que entre os seguidores da verdade.
Quão dedicadamente eles enfeitam suas igrejas, como antigamente os fariseus adornavam os sepulcros! Que dedicação têm aqueles que pervertem a verdade em um falso evangelho! E que nível de forços chegam, que abnegação praticam, que infâmias, que abusos não estão dispostos a suportar para defender a causa de falsos ensinos e trazer de volta as velhas superstições?
Se aqueles que são ortodoxos tivessem tanta dedicação quanto estes, seria uma bênção para a Inglaterra. Ó irmãos, fujam de um zelo ignorante, mas, ao mesmo tempo, esforcem-se para unir zelo e conhecimento, para que este, não tendo força, não deixe de ter efeito na terra. Lembremos sempre que, ainda que o homem seja muito zeloso numa fé errada, o zelo não torna o falso verdadeiro nem o faz correto em sua conduta.
Posso beber veneno sinceramente acreditando que me fará bem, mas, ainda assim, me envenenarei, independentemente do que eu acredite. Da mesma forma, posso acreditar com fervor numa mentira, mas ela continuará sendo mentira, e seu veneno arruinará minha alma tão certamente quanto se eu não tivesse convicção alguma, e talvez até mais rapidamente. Não acredite na ideia de que todo homem sincero no que crê estará certo ao final; não é assim.
Se um homem é sincero e viaja para o norte, não chegará a uma cidade do sul; e se ele esporear seu cavalo rumo ao leste, não alcançará o destino se sua meta fica a oeste. Busque estar certo; obtenha entendimento da verdade, como Deus a revelou. Do contrário, todo o seu zelo não passará de fogo que causará dano em vez de bem.
O zelo do não convertido costuma ser parcial; pode ser um zelo por algo bom, mas não é por tudo que é bom. Quão zeloso o fariseu era por lavagens frequentes! Não comeria pão, por mais faminto que estivesse, até lavar as mãos.
Creio que posso vê-lo olhando fixamente enquanto coava um mosquito; como ele estremecia diante da possibilidade de aquele horrível e monstruoso inseto entrar em seu vinho! Se porventura descesse pela garganta, profanado se tornaria. Mas notem o hipócrita virando o rosto para o outro lado e engolindo um camelo em um piscar de olhos.
Este é o zelote não convertido, mesmo que se diga cristão, cheio de zelo por uma seita ou partido cuja totalidade não vale mais do que um mosquito, mas que ao mesmo tempo ignora as grandes e fundamentais doutrinas bíblicas, como as doutrinas da graça, as doutrinas da salvação, como se não tivessem qualquer valor ou não fossem essenciais. Irmãos, que sejamos homens de Deus intensos, mas rogo que sejamos zelosos por toda a verdade. Não consideremos nenhuma verdade como desprensível; antes, abracemos toda a palavra de Deus na medida em que o Espírito de Deus não a revele e defendê-la em sua totalidade e inteireza, não aceitando que sequer o menor mandamento de Cristo seja negligenciado ou desprezado.
Ainda o zelote, enquanto não é convertido, é geralmente quando está em seu poder um perseguidor. Quanto ao zelo, persegui a igreja, disse Paulo; ele genuinamente pensava estar prestando serviço a Deus quando arrastava homens e mulheres à prisão e à morte. Não duvido de que muitos nesta era sejam zelotes tão sinceros que, se não chegassem a deliciar-se com os sacrifícios na fogueira de Smithfield, pelo menos gostariam de aprovar algumas leis repressivas para acabar com esses puritanos.
Nos malditos, estabelecer uma ou duas penalidades salutares pelas quais esses cristãos briguentos tivessem a língua cortada para não falarem tão abertamente sobre as iniquidades da igreja estatal. Sem dúvida, todos nós temos a tendência de querer impor nossas opiniões aos outros pelos meios disponíveis; o exagero de nossa ansiedade pelos nossos semelhantes pode nos induzir a usar meios errados para que cheguem à opinião certa. Esqueçamos que a consciência e o entendimento das pessoas não são afetados por artifícios rudes ou vulgares, como ameaças ou punições.
Devemos nos lembrar de que consciências e corações estão sobre a jurisdição do Altíssimo e de modo algum podem ser submetidos ao papa, ao potentados ou a qualquer de nós, por mais ortodoxos que pensemos. "Ser lutem pela sua fé, mas lutem de forma legítima; contendam zelosamente pela verdade, mas que o único fogo usado seja o do amor e a única espada, a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Mas os zelotes sem graça costumam ser perseguidores, sem a graça.
Zelotes tornam-se muito amargos contra seus supostos irmãos. Lemos na epístola de Tiago sobre alguns que estavam cheios de discórdias e invejas, embora fossem membros da Igreja. Que o Senhor dos Exércitos nos livre de um zelo assim!
Nossos irmãos em comunhão conosco não devem ser convencidos de seus erros a golpes, mas recebendo a luz da verdade diante dos olhos. Se pudermos ensinar-lhes a verdade como está em Jesus, muito bem; mas contendas carnais e perseguições não devem nem passar perto de nós. Este quadro nada gracioso do zelote não estaria completo se não mencionássemos que, muitas vezes, seus objetivos são interesseiros.
Lemos na epístola aos Coríntios acerca de alguns que eram muito zelosos pelos Coríntios, mas não de maneira legítima, pois caluniavam o apóstolo Paulo, negavam sua autoridade apostólica; diziam que sua presença física era desprezível e sua palavra, desprezível. Mas aparentavam ser muito mais zelosos que Paulo porque queriam afastar a mente da Igreja Coríntia do apóstolo, para que pudessem se tornar mestres na herança de Deus. Fujamos de um zelo que busca a promoção própria!
Irmãos, se pregamos a Cristo visando nossa própria honra, profanamos as coisas sagradas de Deus e incorremos naquele mesmo pecado de Belsazar, quando tomou as taças de ouro do Santuário para beber nelas em seu próprio deleite. O zelo deve ser puro; pode ser fogo, mas precisa ser fogo tirado do altar. Caso contrário, se ministrarmos com fogo estranho, como Nadabe e Abiú, poderemos morrer perante o Senhor!
Ó que som demos o coração para termos certeza de não termos qualquer outro objetivo no mundo além Dele! Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Você pode atirar muito bem, bravo arqueiro, mas se mirar o alvo errado, não receberá o prêmio; se mirar em qualquer coisa que não seja a honra do Senhor, jamais ouvirá: "Muito bem, servo bom e fiel".
Para concluir esta descrição lastimável do zelote não convertido, ele, em geral, só mantém seu zelo por um tempo. Se o zelo for bom, ele se extinguirá em breve. O apóstolo Paulo diz: "É bom ter zelo, mas que seja por uma boa causa".
Sempre alguns de vocês são fortemente zelosos numa reunião de oração e ficam intensamente fervorosos durante um período de avivamento; consagram-se a Deus de modo admirável por um ou dois meses, vivem de modo coerente por algumas semanas, são diligentes no uso dos meios de graça por certo tempo, então bem, vocês acham que já foi o suficiente e pensam que o bastante é como um banquete e que já fizeram sua parte nas coisas celestiais. O vento sopra de outra direção e, como um catavento, vocês se viram. Alguns de vocês bem que querem ir para o céu, mas são puxados pela manga em direção ao inferno e não conseguem suportar um puxão firme.
Então, se afastam de Cristo ao ver os doentes. A gente pensaria que estão prontos para a glória, mas quando ficam bons. .
. Ah, como é diferente! Quando estava doente, diz um velho ditado, o diabo até se tornaria monge; mas quando sarou, vocês sabem como ele abandonou depressa suas nobres intenções.
Há ainda muitos do mesmo tipo; por um tempo, ameaçam tomar o reino de assalto, criticam rudemente a frieza dos outros, juram conquistar o inferno e entrar no céu empurrando o mundo diante de si e arrastando a Igreja atrás de si. Mas em pouco tempo, onde estão? Retornaram à letargia anterior ou talvez tenham levado seu zelo para o acampamento do adversário.
Este é o zelote não convertido. Permitam-me dizer algumas poucas palavras a mais antes de sairmos deste ponto; há muito nele que podemos imitar. Por mais não convertido que seja, por mais prejudicial que seu zelo possa ser, se pudéssemos tirar essa espada de sua mão, de quanta utilidade seria para nós!
Se os pecadores são zelosos em seus pecados, não deveriam os santos ser zelosos por seu Deus? Se as coisas temporais conseguem inflamar as paixões humanas, não deveriam as realidades eternas exercer força muito maior e avassaladora? Se eles se dispõem a gastar e se deixar gastar, empregando todo o esforço para correr atrás de uma coroa política ou de ambição, onde estamos?
Nós, que preguiçosos, que retardatários somos! Pois nos dedicamos às coisas de Deus com meio coração, como diz o hino: "Ó bom Senhor, viveremos para sempre neste ritmo moribundo". Lembrem-se também de que devemos olhar para esses zelotes com esperança.
Quando um homem serve a Baal com todo fervor, é de lamentar e de se lastimar; mas ainda assim, é alguém digno de ser pescado e buscado. Sabemos de um tipo de pessoa que nunca será grande coisa em nada; que não se destaca nem no mal. O próprio diabo não deve respeitá-las muito, pois elas o servem mal.
Se se tornarem cristãs, ficarão na retaguarda, precisarão ser puxadas à frente e receber muito do vigor da Igreja, sem que possam oferecer tanta força de volta. Mas quando encontramos alguém que é vigoroso na causa de Satanás, se a graça soberana o subjulgar, ó que troféu ele se tornará do poder divino e quão gloriosamente poderá se empenhar pelo evangelho de Cristo! Olhem para Saulo de Tarso; não havia ninguém mais zeloso contra o evangelho do que ele, mas tornou-se segundo a ninguém quando se converteu em pregador da palavra.
Olhem para John Bunyan; no pátio da vila, nunca era o segundo em nada; sempre o líder, fosse no jogo de bola em pleno domingo, fosse tocando sinos da igreja, fosse blasfemando. Ele era um príncipe no acampamento do diabo e, quando se tornou cristão, não havia ninguém como John Bunyan para abalar a lei. " Você pregar o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo sem temor das penas e punições.
O irmão John Bunyan diz em sua grande graça abundante que tinha grandes esperanças pela Inglaterra, pois os jovens de sua época eram tão terrivelmente maus que, se Deus os convertesse, eles se tornariam excelentes cristãos. E compartilho um pouco desse mesmo pensamento quando vejo alguém chegar aqui que é conhecido por ser um pecador convicto: sinto esperança de que possa se tornar um santo de retidão. Alguns têm chegado aqui, sendo líderes na iniquidade, e, ao invés de pensar que o caso deles é sem esperança, penso: vamos orar com toda a força para que a graça soberana vença seu pecado.
Quem sabe o que poderão fazer pela igreja se forem convertidos? Agora, para um quadro mais agradável, o verdadeiro zelote cristão, como o zelo do cristão se manifesta, primeiramente, manifesta-se em seu relacionamento privado com Deus. O zelote não convertido é hipócrita; não se chega a Deus no íntimo.
Pode até usar uma forma de oração particular, mas não tem verdadeira comunhão com Deus. À sós, o zelote não convertido tem uma religião de fachada, mas não há graça no íntimo. Como isso difere do cristão?
Há uma passagem notável em Apocalipse em que o zelo é relacionado ao arrependimento: “Se, pois, zeloso, arrepende-te. ” Posso tomar isso como indicação de que, quando um cristão é zeloso, ele o é em seu arrependimento; suas lágrimas brotam do coração. O pecado não é apenas um leve desgosto, mas algo extremamente repugnante para ele.
Sua fé também não é meramente um reconhecimento trêmulo da verdade, mas um firme apego às realidades eternas. O zelote cristão, quando está só com Deus, coloca todo o seu coração no serviço ao Senhor. Seja qual for a graça exercitada, ele busca tê-la de modo pleno e ativo.
Se entrega o coração a Deus, é um coração cheio de santo fervor, como um incensário sagrado. Se dedica em particular a algum ato piedoso de comunhão; ele não deixa a mente divagar ou, se ela vagueia, ele luta até prendê-la com cordas ao altar do Senhor. Irmãos, como gostaria que fôssemos mais zelosos!
Ai de mim, tenho de confessar que, quando tento orar, muitas vezes não consigo. Quando quero fazer o bem no lugar secreto de oração, o mal se apresenta junto. Gostaria de ter poder para andar com Deus como Enoque andava, mas as preocupações da igreja, sem falar das futilidades da vida, se intrometem, e, por isso, a alma sai do lugar de oração sem refrigério, muito por carecer de zelo em seus exercícios de devoção.
O verdadeiro zelote cristão procura, acima de tudo, que sua vida espiritual particular seja intensa, sabendo que aí se encontra o ponto vital da piedade. Também podemos reconhecer o zelote cristão por suas orações. Observe como ele se expressa na reunião de oração: não é uma repetição de frases sagradas decoradas, nem a reiteração de metáforas que se tornaram cansadas e batidas.
Ao contrário, ele ora como alguém que realmente quer algo. Ele chega ao portão do céu e bate, bate, bate de novo, até que a porta se abra. Ele se agarra aos portais celestes e sacode-os como se fosse arrancar as trancas, assim como Sansão fez com os portões de Gaza.
Antes de desistir, ele prevalece com Deus. Homens assim como Elias têm poder para fechar os céus ou abri-los à chuva. Ó quem dera tivéssemos mais pessoas assim entre nós!
Temos algumas que, tão logo se levantam para orar, incendiariam nossos corações com seu fervor. Que se multipliquem! E evidentemente, o mesmo se aplica às orações particulares do cristão, não às públicas.
Ó irmãos e irmãs, precisamos de mais determinação quando nos apresentamos a Deus, para que recebamos a bênção de maior firmeza em dizer que, se pedirmos algo conforme a Sua vontade, não aceitaremos negativa, mas clamaremos: "Não te deixarei ir se não me abençoares. " Cristãos, sejam zelotes na oração, derramando o coração como água diante do Senhor e clamando com gemidos e lágrimas, até que, como seu Mestre, sejam ouvidos quanto ao que temiam. Mas o zelote não fica só nisso; o cristão zeloso se manifesta em seu zelo pela honra de Deus.
A palavra zeloso soa e se relaciona à palavra ciumento. Observem como Elias a usa ao dizer: "Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos. " Ele viu o culto a Baal espalhado por todo Israel e seu coração quase se partiu.
Então, o austero profeta exclamou: "Deixe-me morrer, pois não sou melhor que meus pais. " Com que rigidez ele matou os sacerdotes de Baal! Que espetáculo foi aquele!
Depois de zombar deles, porque não descia fogo sobre o sacrifício deles, estendeu as mãos e clamou: "Que se saiba quem é Deus. " E quando o fogo desceu e consumiu o seu sacrifício, ele disse, com voz implacável: "Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. " Aí estava o zelo pelo Senhor dos Exércitos brotando de um intenso e tremendo ciúme pela honra de Deus e de seu ódio aos ídolos que usurpam seu trono.
Observem o mesmo em Moisés, que, com santo ciúme, quebrou as tábuas da lei, tomou o bezerro de ouro, reduziu a pó e fez o povo rebelde beber daquela amarga poção. Vejam Finéias: quando viu o povo se prostituindo como parte dos ritos impuros do culto aos deuses de Moabe, ele empunhou a lança e traspassou os adúlteros. Por isso lemos que o zelo de Finéias fez expiação diante do Senhor.
Precisamos desse tipo de atitude—um zelo por Deus que fira todo erro com mão impiedosa; um zelo iconoclasta que quebre em pedaços as imagens de prata e ouro, por mais bonitas que sejam, e que as pise na lama, por serem piores que inúteis, visto que bloqueiam o Senhor dos Exércitos. Abaixo essa brandura que impede alguns de meus irmãos de denunciarem o erro, com receio de ferir a caridade! Bocas os impedem de lidar com o anticristo como deveriam.
Chegou o tempo em que os anticristos romano e evangélicos não devem receber palavras brandas. Deve ser guerra, até a espada, por Deus e pela verdade contra a mentira que, em tempos modernos, ousa mostrar de novo a sua face. Que a verdade se erga para sempre e a falsidade caia!
Um homem não pode ser zelote e não pode ser chamado de zelote se não tiver um santo ciúme pela honra de Cristo, por sua coroa e por sua Verdade. Mas isso não é tudo: o verdadeiro zelo se evidenciará na abundância dos labores e contribuições de uma pessoa. Paulo elogiou o zelo das igrejas da Macedônia, Colossenses, Filipenses, etc.
, em contribuir financeiramente, mesmo em meio a dificuldades. Ele diz: "Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da Graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade.
Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam e até além do que podiam, por iniciativa própria. " (2 Coríntios 8:2-3). O zelo se empenha em trabalhar por Cristo.
Meus irmãos, se desejam um retrato de zelo, olhem para o apóstolo! Como ele viaja por mar e terra, tempestades não o detêm, montanhas não bloqueiam o seu caminho. É açoitado, apedrejado, lançado em prisões, mas o herói invencível da Cruz avança na santa guerra até ser recebido no céu para receber a coroa da Glória.
E nós fazemos pouco ou quase nada; a maioria de nós desperdiçamos nosso tempo! Ó, se vivêssemos enquanto vivemos de fato! Mas nossa existência é só isso que temos.
Que coisa pobre ela é! Corremos como riachos rasos, não temos forças para mover o do trabalho, nem profundidade para carregar o navio do progresso, tampouco volume para regar os prados da pobreza. Secamos no calor do verão, congelamos no frio do inverno.
Ó, que pudéssemos nos tornar largos e profundos como um rio caudaloso que suporte uma frota e alegre uma nação! Ó, que nos tornemos correntes inesgotáveis e permanentes de utilidade, graças às abundantes fontes de onde brotamos: o espírito do Deus vivo! O zelote cristão se faz notar pela angústia da alma quando seu trabalho por Cristo não é bem-sucedido, pelas lágrimas que lhe sucam o rosto ao ver que pecadores não se convertem.
Não me falhe dizê-lo, que só move a língua, os pés ou as mãos; precisamos dizê-lo que mova todo o coração! Não conseguimos chegar ao grau de suar sangue como fez o Salvador, mas devemos ao menos aspirar algo próximo a isso quando contemplamos as terríveis nuvens do pecado e a tempestade da ira de Deus que se aproxima. Como posso ver almas sendo condenadas sem me abalar?
Como posso ouvir o nome de Cristo sendo blasfemado sem estremecer? Como posso pensar na multidão que prefere a ruína à salvação sem sentir uma apontada no peito? Acreditem, irmãos e irmãs: se vocês nunca perdem o sono, se nunca derramam lágrimas, se seu coração jamais incha como se fosse explodir, não esperem ser chamados de zelosos!
Não conhecem nem um início do verdadeiro zelo, pois o alicerce do zelo cristão é o íntimo do coração. O coração deve estar pesado de dor e, ao mesmo tempo, pulsar com intenso ardor; deve desejar com fervor a glória de Cristo e o cumprimento de sua vontade ou, jamais, conheceremos algo próximo do zelo que Deus gostaria que tivéssemos. E para concluir este tópico sobre como o zelo se manifesta, deixe-me dizer que, onde quer que seja, um hino vê-se um forte amor e apego à pessoa do Salvador.
Eis uma das causas de nossa falta de zelo: muitas vezes, o Cristo pregado não é um Cristo pessoal. Não tenho repetido inúmeras vezes deste púlpito que nada pode tornar um homem zeloso como um apego a uma pessoa. Quando as tropas de Napoleão conquistaram tantas vitórias, sobretudo no início de sua carreira, e venceram de modo tão impressionante contra forças muito superiores, qual a razão?
O pequeno cabo estava lá, e quando chegava o momento decisivo do ataque, ele ia na frente, atravessando pontes ou investindo contra o inimigo, sempre se expondo ao perigo. O apego pessoal e a admiração dos soldados por sua valentia os fazia segui-lo de perto rumo à vitória. Não ouvimos falar de alguns que se colocavam diante dos canhões para salvar-lhe a vida?
Não teriam sido possíveis estas façanhas se não houvesse esse líder capaz de conquistar os homens? Ó, a pessoa do Salvador! Que apego pode haver comparável ao que une um cristão ao seu Senhor?
Que pessoa jamais existiu cujos lábios liberassem correntes douradas para prender todos os corações? Quando contemplamos, nossos corações se inflamam de sagrado fervor. Quando pensamos nele, nossa alma arde!
O que não somos capazes de fazer em sua presença? O que não somos capazes de sofrer quando ele nos conforta? Não sequer dificuldades!
Quando Jesus Cristo chega e nossos corações transbordam de amor por ele, é um sinal constante e seguro de um autêntico zelote que seu apego à pessoa do Mestre seja profundo e ardente, e que ele não consiga esquecer aquele que o resgatou com seu sangue. Como esse zelo é mantido? Para manter uma boa fogueira de zelo, precisamos de muito combustível, e a chama terá a qualidade do combustível; então, este deve ser bom para produzir um santo zelo.
Se entendo corretamente, o zelo é fruto do Espírito Santo, e o genuíno zelo obtém vida e força vital da operação contínua do Espírito Santo na alma. Em seguida, o zelo alimenta-se de verdades como estas, é impulsionado ao ver a ruína dos pecadores; a simples visão de um pecador desperta no homem de coração correto um ardor por sua conversão. Percorra nossas ruas, quilômetro após quilômetro; entre pelas ruelas, visite os cortiços, não se deixe repelir pelas casas em ruínas, entre, suba as escadas.
. . Veja quantos.
. . Dorm, num só cômodo, note a pobreza, a imundice.
Desça algumas vielas e repare a ignorância, o crime. Acredito que o Missionário Urbano encontra diariamente motivos suficientes para manter Seu Zelo em ebulição e, se nós, por nossa vez, fôssemos mais vezes a certos becos sombrios desta imensa cidade, voltaria ao quarto de oração, dizendo: "Meu Deus, eu não tenho pensado nesses necessitados como deveria. Em vez de me empenhar com todo meu ser, tenho desperdiçado meu tempo.
" Mas o que é Londres, essa nação em forma de cidade? O que é uma gota num balde comparada às multidões que ainda jazem em trevas? Que qualquer um reflita sobre a Índia ou sobre a China: em muitos lugares, não existe sequer um missionário para cada milhão de pessoas e, dos que estão ali, muitos bem que poderiam ter ficado em casa, pois cristianizam as pessoas apenas batizando-as, sem conhecer a obra do Espírito na alma.
O que se diz em alguns lugares do campo missionário a respeito de muitos dos convertidos de meras pregações ritualistas e batismos é sabido: que em algumas partes do mundo, os piores patifes são os cristãos nominais. Razão: não foram feitos cristãos pela conversão, mas pelo batismo. E assim se lança uma mancha indelével sobre Cristo, perpetuando no exterior a ideia de que basta introduzir cerimonialmente gente à igreja para chamá-los de cristãos, quando, no fundo, são ainda mais falsos que os próprios pagãos.
Só de pensar na urgência de se pregar um evangelho fiel e honesto, um evangelho de doutrinas que realmente transformem a alma, clama-se pela vinda do Espírito Santo para lidar pessoalmente com cada indivíduo. Qualquer conversão em massa de tribos ou nações chamando-as de cristãs, quando elas apenas se civilizaram, é engano e abominação. As necessidades da época já bastam.
Se alguém entende as realidades eternas, para nos fazer zelosos ao extremo, em seguida, o zelo cristão se alimenta ao recordar a gratidão, amado do meu Deus, por ele. De novo, em intenso amor, eu me inflamo, escolhido por ele antes do tempo. Eu o escolho em retribuição.
Contemple o abismo de onde você foi tirado. Encontrará razões abundantes para gastar suas forças por Deus. O zelo por Deus também se sustenta ao considerar o futuro eterno.
Ele contempla com olhos cheios de lágrimas as chamas do inferno e não consegue adormecer. Ele ergue o olhar com ansiedade para as glórias do céu e não pode deixar de se mover. O zelo por Deus se lembra da morte e ouve o galope do cavalo branco, com um cavaleiro esquelético logo atrás.
Sabe que tudo o que faz é pequeno comparado ao que se precisa e que o tempo é curto comparado à grande obra a ser realizada. Por isso, entrega tudo que tem à causa de seu Senhor. Acima de tudo, o zelo por Deus se nutre do amor por Cristo.
Lady Parcourt disse em algum lugar: "Se queremos ficar completamente abrasados, precisamos chegar perto da fornalha do amor do Salvador. " Basta conhecer o quanto Cristo nos amou, e não podemos deixar de amá-lo, saber como ele foi cuspido, desprezado, como sangrou e morreu por nós, e não conseguiremos ficar inertes; suportaremos e faremos qualquer coisa pelo seu nome. Acima de tudo, o zelo cristão precisa ser sustentado por uma vida interior vigorosa.
Se a nossa vida interior definha, se começa a atrofiar e se o coração bate devagar diante de Deus, não teremos zelo. Mas se tudo for forte e robusto no íntimo, então não poderemos deixar de sentir uma amorosa ansiedade em ver o reino de Cristo avançar, sendo feita a vontade de Deus na Terra como é no céu. Concluindo uma palavra em louvor ao zelo, ao elogiar o zelo, digo: creio que ele já se elogia por si mesmo a qualquer cristão.
Mas se ainda precisarem, lembrem-se de que o próprio Deus é zeloso. Lemos que, quando Cristo vem como maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz, então o governo estará sobre seus ombros e não haverá fim para o crescimento do seu reino. Mas a Escritura acrescenta: "O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.
" Deus tem sido zeloso em juízo. Ezequiel nos diz que Deus estava com zelo quando saiu para ferir seus inimigos. Mas ó quão zeloso ele é na graça!
É incrível usar tal linguagem, mas temos base bíblica para isso. Quando Deus se propõe a salvar os eleitos, ele se enche de zelo; não há sono nem negligência em Deus, na obra de conversão e salvação. Por amor de Sião, ele não descansa nem se calará até que Cristo veja o fruto do seu penoso trabalho e se satisfaça.
Deus é diligente. Deus é zeloso. Filhos de Deus, sejam imitadores dele, como filhos amados.
Cristo foi zeloso. Lemos que "o zelo pela casa de Deus o consumia". E quando ele tomou o azorrague de pequenas cordas e purificou o templo, João nos diz que se cumpria a palavra: "O zelo pela tua casa me consumiu.
" O profeta diz que ele se vestia de zelo como um manto; não era somente parte dele, mas o cobria por inteiro. Cristo era completamente zeloso. "Não sabias que me convém tratar dos negócios do meu Pai?
" é uma de suas declarações, quando ainda criança. E desde o princípio até o fim, seu alimento e bebida era fazer a vontade do Pai. A velocidade com que ele seguiu adiante, que rodas aceleradas havia na carruagem do dever, até que os eixos se aqueceram com a velocidade!
Irmãos, vocês têm em Cristo um exemplo. Não lhes basta isso. Certamente, só posso descer em meu argumento, não subir.
Considerem os Santos Anjos, que serão nossos companheiros no porvir. Não são eles chamados "labaredas de fogo"? Não são chamados serafins precisamente por voarem como chamas a serviço do seu Mestre?
Não sejam vocês lentos, onde os anjos se movem como relâmpago. Se queremos ver algum êxito na igreja, e sei que isso nos é. .
. Precioso! Se desejamos ver almas convertidas, e sei que é o objetivo de nossas orações diárias; se anelamos ouvir o brado: “Os reinos deste mundo se tornaram do nosso Senhor e do seu Cristo”, e sei que esse é nosso anseio apaixonado; se almejamos ver coroas sendo colocadas sobre a cabeça do Salvador e seu trono exaltado, e sei que é nossa grande ambição; se desejamos ver vá nosso Pai glorificado até os confins da terra, então sejamos cheios de zelo.
É o meio que Deus usará em complemento para converter o mundo: o zelo da igreja. Simão Zelote deve liderar a vanguarda; os demais seguirão em seus postos. Conhecimento, paciência, coragem, prudência: cada graça fará grandes coisas, mas o zelo irá à frente, erguendo o estandarte.
Que possamos ficar lado a lado com os mais ousados no dia da batalha, para estarmos lá também na hora da vitória. Não posso, nesta manhã, falar-lhes como gostaria, pois não sinto em mim mesmo o zelo que gostaria de ter. Ah, se tivéssemos o zelo de George Whitefield, o zelo de homens que estavam sempre pregando ou orando, homens que pareciam não conhecer cansaço ou o sacudiam como o pó dos pés!
Ó, para que voltasse o zelo dos tempos apostólicos, quando o menor dentre nós estaria pronto a morrer por Cristo, se fosse preciso, e todos proclamavam o evangelho onde quer que fossem enviados! Ó, que tivéssemos mais zelo no lar, buscando com mais fervor a conversão de nossos filhos; mais zelo no local de trabalho, irradiando aos colegas o espírito que nos move; ó, que tivéssemos mais zelo na igreja e nas reuniões de oração, para que tudo fosse feito com ardor, e, sobretudo, ó, que houvesse mais zelo no púlpito! Fogo santo, desça dos céus!
Temos a lenha, temos o altar, temos o sacrifício, mas precisamos do fogo! Não repararam, irmãos e irmãs, no quanto uma pessoa pode fazer quando está revestida de zelo? Alguns pregadores que ouvimos nos arrebataram, fazendo nosso sangue ferver de santo entusiasmo, ainda que tivessem poucos talentos.
E percebemos naquele instante que eles aproveitaram melhor o um talento do que muitos outros que têm dez. Acreditem, não é a extensão do seu conhecimento, embora seja útil. Não é a extensão do talento ou da habilidade, embora cada um tenha seu lugar.
É o seu zelo que cumprirá a obra de Deus. Permitam-me exortar-vos como membros desta igreja a não deixar seu zelo esfriar. Quantas reuniões de oração tivemos!
Como esquecer os cultos na Park Street, quando me senti obrigado a dispensá-los sem pregação, pois o Espírito de Deus estava tão intensamente presente que todos ficávamos prostrados, orando, e qualquer palavra minha teria sido mera intrusão! Que zelo vocês demonstraram! Algum de vocês tem buscado fervorosamente a conversão de almas?
Ao ver alguns irmãos, sei que são pais e mães espirituais em Israel, não apenas de um ou dois, mas de dezenas. Vocês acaso relaxaram agora? Deixaremos nossa força se dissipar, afrouxar na oração?
Deixaremos de receber a bênção que nos aguarda? Vamos retirar nossas cabeças da coroa quando ela já está prestes a pousar sobre nós? Rogo que não!
Que todos nós sejamos unidos como um só homem, que lutemos ardentemente pela fé que uma vez foi dada aos santos, que oremos com fervor, vivamos em santidade, preguemos constantemente com fogo no coração e vivamos de modo a marcar nossa época, deixando nossas pegadas nas areias do tempo, para que, quem sabe, nossa mensagem alcance outros séculos. Quanto a alguns de vocês que jamais foram zelotes, que não geraram filhos espirituais; alguns cuja espiritualidade cabe num espaço tão estreito e ali serve de pouco, peço que despertem. Se sua vida espiritual é falsa, não a professem; se é uma farsa, não se tornem escravos dela.
Mas se há algo de real na sua vida espiritual, ela vale tudo. Não pode ser colocada em segundo plano; precisa do primeiro lugar. O homem cristão deve ser primeiro cristão, depois negociante ou o que for, mas acima de tudo, cristão.
O ponto essencial para o crente é seu Senhor. Cristo não ficará em segundo plano; ele tem de ser o primeiro e o principal. E a vida espiritual que não preenche a alma e não toma o trono do coração é vã e sem valor.
Que Deus permita, então, que usemos o caráter, senão o nome, de Simão Zelote! Então aguardemos aos pés do Senhor, servindo do melhor modo possível, para que somente Ele receba toda a glória. Se nos chamarem de zelotes, puritanos ou fanáticos por causa disso, que assim seja!
Todavia lembrem-se: primeiro precisamos ser convertidos. Então que o pecador tenha em mente este texto: "Creia no Senhor Jesus Cristo e será salvo. " Isto é, confie em Jesus, pois está escrito: "Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado.
" Que Deus lhes conceda confiar em Cristo e, então, ter zelo por Ele. Amém. Dedilhado suave, alma.
[Música] Sussurrar lembranças ecoam, começam a [Música] falar, nos vales profundos, na luz do amanhecer. Cristo sempre esteve, sem jamais se [Música] esconder. Cada passo que dei nessa estrada sem fim, momentos de luz, outros tão ruins.
Mas em cada queda, tua mão me ergueu. Em Cristo encontrei o que o mundo perdeu. Quando as dúvidas surgiam, como um mar agitado, tu, ó, sussurravas: "Estou ao lado!
" Tudo o que eu vivi, teu amor guiou. Nas sombras e dores, tua luz brilhou. Os dias que ri, as noites que chorei foram passos ao lado do Rei dos Reis.
Os ventos que vieram me fizeram lutar; mesmo nas tormentas, pude te encontrar. Cada perda, tua graça brotou; cada dia, tua cruz me salvou. Nos desertos mais idos, tua água fluiu; meu coração, tão sedento, tua paz [Música] revestiu.
Tudo o que eu vi, vivi. Teu amor guiou. Nas sombras e dores, tua luz brilhou.
Os dias que ri, as noites que chorei foram passos ao lado do Rei dos Reis. Enquanto o peso do. .
. Mundo, me fez quase parar. Tua cruz era âncora para me firmar nas promessas que fizeste.
Encontrei meu lugar: um amor eterno que não vai falhar. [Música] Cada sonho desfeito, cada nova visão foi moldado em Cristo. Firmou meu coração.
Mesmo na fraqueza, tua força encontrei; e, ao fim da jornada, teu reino avistei. Tudo o que eu vivi.
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