Direito à cidade: uma ideia revolucionária

é o tema do direito à cidade ganhou novo fôlego depois dos atos de 2013 no Brasil e no mundo quando cresceram vários movimentos que se relacionavam de alguma forma com a questão nas cidades Nesse contexto uma visão sobre o direito à cidade tu não mais popular que aquela que entende que esse direito é a possibilidade de que mais pessoas possam aproveitar as infraestruturas e os equipamentos urbanos que deseja que as cidades sejam ocupadas e aproveitadas por todo mundo a partir de uma participação política ampliado e democrática e tem uma outra visão que entende que o

direito à cidade não é apenas a garantia do acesso à cidade e as coisas boas que ela tem mas é necessidade de refundar a cidade dentro de uma perspectiva revolucionária EA sobre essas diferenças que eu falei nesse vídeo a ideia de um direito à cidade surgiu com o filósofo francês em relevo serve em 1968 Quando Ele publicou um livro sobre o assunto de lá para cá essa dessa sofreu um monte de interferências acréscimos e mudanças no seu sentido original de algumas vou até Acho que acabaram dando uma desvirtuada nas dessas referem a questão não é

simplesmente ter duas ideias diferentes com o mesmo nome mas que essas visões mais atuais acabaram mudando o sentido original tirando o grande parte da crítica da visão de mundo que ela carregava e mudando o sentido dela não são apenas duas ideias diferentes elas são bastante conflitantes entre si a ideia de Observe é bem fácil de definir a origem porque afinal de contas foi ele que escreveu o livro O direito à cidade em 1967 e público em 68 Depois ainda completou a obra aprofundando mais ainda o assunto e um outro livro que chama a revolução urbana

já a programação do direito à cidade que tem mais a ver com acesso a cidade é mais difícil de precisar um autor ou alguns autores que tenham criado uma outra noção ela tá pulverizada em diversos trabalhos é mais popular tem mais próximo jornais nos vídeos no YouTube em outros lugares também até está tudo da cidade uma lei de 2001 fala em direito à cidade mas a partir dessa visão mais popular isso não me parece fazer lá muito sentido se a gente avaliar a partir da visão do lefevre porque ele tava falando basicamente da necessidade de

uma revolução que não transformar-se apenas as cidades mas a sociedade como um todo e também tem um outro problema que o próprio e serve já tinha adiantado uma coisa criar a lei outra é aplicar para ele o direito à cidade não vende os governos como diria a professora Ermínia maricato O Poder Judiciário desconhecem as leis urbanísticas ou ignora completamente Mas então porque e são conflitantes o ponto de partida delas é muito diferente as regiões mais populares entendem que existe um problema de desigualdade social territorial e uma segregação que faz com que grande parte das pessoas

não posso aproveitar muitas coisas na cidade como os parques os cinemas as ruas às praças enfim que não têm direito à moradia garantindo que o transporte público é tão ruim e tão caro que uma parte muito grande das pessoas não conseguem se deslocar e acessar muitos espaços na cidade nessa visão o que é mais importante é a garantia do acesso à cidade a usufruir aproveitar tudo aquilo que faz a vida nas cidades de qualidade para os traz um pouco Essa visão eu separei aqui alguns mapas de São Paulo que mostram pra gente claramente que a

maior parte dos equipamentos e da infraestrutura está concentrada em uma parte da cidade onde não por acaso Se concentra a população branca e rica em outras palavras onde e a parte da população segrega e garante uma cidade para se muito diferente daquela que a maioria da população vive Essa visão não é falsa pelo contrário ela tem um conteúdo crítico bastante importante e se liga diretamente com que a gente pode perceber nas cidades a diferença que a visão deletar vai muito além disso Ele também entende essas desigualdades EA segregação como um problema mas procure entender o

porquê que isso acontece nesse Campo tão pesquisadores como David Harvey Ermínia maricato a Raquel rolnik Milton Santos todos eles entendem que os problemas das cidades são intimamente relacionados com as questões econômicas e sociais mais do que isso a gente pode dizer que a Organização das cidades corresponde a uma organização social e também a uma organização da economia ou melhor dizendo da produção esse significa que a cidade não é fruto do acaso nas vantagens de o uso da falta de interesse político de um prefeito outro nem que são espelho da sociedade a cidade surgem de uma

organização social e econômica assim como interferem e afetam as organização eu não vou me aprofundar muito nesse ponto específico porque ele está basicamente na maioria dos vídeos que eu já gravei e de todo o que eu for gravar porque é um ponto-chave para interpretação das mas vou deixar aqui um resumo geralmente a gente acha economia uma coisa muito chata né porque a gente vai por aí é só os jornais falando de números e cálculos que ninguém entende muito bem e que de alguma forma afetam a nossa vida o cotação do dólar EA inflação especiais GPM

essas coisas mas como disse uma vez a professora Maria da Conceição Tavares numa entrevista para TV Senado agora realmente modelo matemático pode esquecer como sempre nada modelo matemático uma piada Então como economia pode ser alguma coisa mais interessante se a panela como que ela foi essencialmente até um tempo atrás como economia política preocupada com as questões sociais aí tem um ponto que é muito importante sobre isso que é todo esforço de explicar uma economia parte de um ponto muito simples como e o que a sociedade as pessoas fazem para conseguir viver e sobreviver ao longo

do tempo tanto do ponto de vista biológico quanto sociológico esse ponto é absolutamente Central no pensamento de Marx e do Windows Então se a gente pensar nessa questão básica que a vida EA reprodução da sociedade a gente vai encaixar questão cidades também para a gente se manter vivo a gente precisa ter as condições materiais para isso Ou seja comida a água uma casa mas não é só isso em cada sociedade em cada período histórico essas necessidades vão mudando Porque não basta apenas satisfazer as nossas necessidades biológicas é mas também as necessidades sociais cada nova técnica

cada nova tecnologia e cada novo produto que surge alteram as nossas possibilidades de vivência cidade hoje a gente nos comunica solo com a voz eo corpo mas com celulares computadores TVs várias coisas que nem existiam 100 Anos Atrás da 500 anos muito menos ainda então em cada época em cada sociedade existem necessidades sociais que devem ser atendidos e como a gente faz isso transformar natureza ou seja produzindo essas coisas a gente pega o petróleo e transforma em plástico o lítio e faz a bateria pega mais Monte dessas coisas e faz o celular só que as

produção Antes Só do celular né é de tudo aquilo que a gente consomem e ela também não é feita de qualquer jeito mas organizada de formas diferentes em cada período histórico e depende de pessoas as posições que cada pessoa ocupa na organização da produção dá para gente a organização da sociedade e por isso a gente consegue observar que em países como o Brasil a maior parte dos cargos de liderança são ocupados por homens brancos enquanto as pessoas negras se concentram em outras atividades é por isso que tem aquele Tiozão que com certeza você se conhecem

que acha que tem trabalho de homem e tem trabalho de mulher ele pode até discordar de tudo que eu tô falando nesse vídeo mas quando ele fala esses Absurdos ele tá demonstrando exatamente o que eu tô falando mesmo que a gente não tem esse conhecimento teórico a gente percebe que na sociedade tem trabalhos que são mais feitos por mulheres e outros mais feito por homens que têm trabalhos mais feito por pessoas negras e outros mais feito por pessoas brancas e não tá tudo bem isso não é natural não é um dado na natureza é uma

forma que a gente se organiza que já foi diferente e com certeza vai mudar de novo e tudo isso não fica parando no ar Nem a produção nem as relações sociais Olá Tudo tem alguma materialidade e tem um espaço onde acontece esse espaço hoje em dia é o campo ou a cidade quando a gente começa a juntar algumas fábricas elas precisam de ruas para trazer a matéria-prima e para levar as mercadorias e para ir de uma fábrica para outra também precisa de pessoas para produzirem para consumirem essas pessoas preciso de uma casa para morar Preciso

das ruas de transporte para ir trabalhar e precisando comércio de serviço para poderem viver suas vidas e precisamos também de descansar e se divertir estudante ver um jogo de futebol on1 a peça de teatro por aí vai E assim a gente vai juntando fábrica as pessoas comércio serviços e pronto a gente tem uma cidade aí você tá pensando tá mas esse vídeo não era sobre o direito à cidade Sim ainda é sobre isso e tudo que eu falei até agora foi uma simplificação do pensamento do lefevre Ace que existia muito antes de surgirem as indústrias

o Google faz diz é que quando as indústrias passaram a ser o principal meio de produção aconteceu uma crise Urbana para ele até mais ou menos e quando teve a Revolução Industrial a gente tinha cidades que ele chama de cidades tradicionais desde aquelas muito antigas da Ásia da Mesopotâmia da Grécia até as que não são tão velhas assim na Europa durante o final da idade média e que essas cidades foram destruídas pela industrialização e não só do ponto de vista físico dos países das ruas mas no sentido cultural dos hábitos das relações sociais para usar

os termos dele na cidade sofreram uma implosão e explosão porque foram destruídas e cresceram muito e ele entendia que hoje a gente vive sobre as ruínas das cidades tradicionais para tentar exemplificar um pouco isso eu vou falar de São Paulo e do Recife mas isso vale para todas as grandes cidades brasileiras ti o que surgiram de algum projeto como Brasília o que aconteceu nessas idades ela já existia Muito Antes da industrialização começar no mundo e mais ainda no Brasil e quando esse processo chegou por aqui essas cidades foram literalmente destruídas olha só essas imagens aqui

do bairro do Recife no começo do século 20 hoje essa parte do centro do Recife tem um grande conjunto de prédios que foram construídos logo depois dessa demolição toda em São Paulo aconteceu alguma coisa parecida e não foi só uma vez o professor Benedito Toledo de Lima escrever um livro que chama São Paulo três cidades em um século porque cada mudança nas técnicas e outros fatores fez com que a cidade fosse demolida e reconstruída sobrando algumas ruas para voltar a história Então teve a cidade da tá e quando os tijolos e depois eu do concreto

tudo no mesmo lugar no centro histórico e depois que nem como aconteceu no Recife a gente parou de destruir e reconstruir a cidade no mesmo lugar e começou a construir prédios novos em outras localizações nesse processo muita coisa mudou não só os prédios e as ruas mas as relações pessoais os hábitos a cultura tem um livro muito bom sobre isso que chama o da rua da praia frase a modernidade essa construção social essa forma de ser e agir que surgiu a partir do processo de industrialização e que prolifere é o grande problema das cidades ele

chega a dizer em um certo ponto do livro que a sociedade moderna é por capaz de fornecer soluções para a problemática Urbana e de agir de outra forma que não através de pequenas medidas técnicas que prolongam o estado atual das coisas e essa modernidade a também a consolidação de uma forma específica de relações sociais de uma organização social e da produção o capitalismo então problema febre o capitalismo produziu a crise da cidade essa crise aconteceu a partir do que ele chamou de um processo duplo de industrialização e urbanização que causou a ruptura com a cidade

tradicional o direito à cidade então é relativo a necessidade ao direito de recriar a cidade e a urbanidade porque ela deixou desistir o lefevre fala que o direito à cidade se afirma como uma pelo como uma exigência Só que essa cidade nem tem como ser do mesmo jeito que foi no passado por David raiva e outros pesquisadores brasileiros essa outra urbanidade já tá sendo criada a partir de movimentos sociais da contestação das contradições urbanas econômicas e sociais e capitalismo é nesse sentido que muita gente entende que vários protestos lá por volta de 2013 no Brasil

e no mundo foram tão importantes tem dois livros bem legais sobre isso os dois chamam-se é um e do David Harvey e o outro é de diversos autores depois de todo esse percurso de entender que as cidades correspondem uma organização social e da produção a gente consegue imaginar que não existe a possibilidade concreta de se garantir o direito à cidade sem a superação do machismo e do patriarcado sem a superação do racismo das desigualdades e da segregação Inclusive a gente ter uma noção de que essa gregação desrespeito quem tá do lado de fora que os

agregados são os mais pobres mas exatamente o contrário e quem explica isso é o professor Flávio Villaça no livro espaço intra-urbano no Brasil então no asfalto população mais pobre que não tem garantir o direito à cidade a classe média e os mais ricos também não tem até porque a inclusão na cidade que o recebe falo foi da cidade inteira A diferença é que as elites conseguem simular o direito à cidade através da segregação de criar uma parte e antes que eles podem aproveitar mais ou menos livremente Só que essa simulação tem ficado cada vez mais

aparentes porque a segregação tem se restringido alguns espaços muito específicos como condomínios fechados shoppings clubes esportivos festas privadas etc Vamos pensar aqui e urbanidade que possibilidade de troca existem nesses espaço eles são completamente restritos por um forte esquema de segurança muros altos câmeras e tudo mais a gente costuma Romantizar os condomínios fechados porque a ideia genérica deles lembra os subúrbios dos Estados Unidos que aparecem nos filmes com casa grandes Gramados bem verdinhas mas essa aparência de luxo tranquilidade esconde uma série de problemas sociais como a substituição da Justiça pública por outras privadas esses condomínios não

são o lugar onde os encontros podem acontecer eles são usar o oposto disso eu sou uma negação de encontro da troca são uma das maiores provas e o que ele tá ele tá certo quando ele diz que a industrialização EA modernidade acabaram com a vida urbana que Analisa muito bem essa questão da segregação é a Teresa Caldeira no livro cidade de muros é exatamente nesse ponto que tá um problema das visões Quem tem direito a cidade mais como acesso à cidade as formas de organização produtiva social e urbana do capitalismo são por definição desiguais é

sem possível mudar a sua organização em romper com a desigualdade mas aí a gente vai ter um outro sistema que não capitalista o capitalismo não é definido por ideias genéricas ou se chama de capitalismo é uma série de relações produtivas sociais e espaciais como elas existem no nosso período histórico em outras palavras o capitalismo é definido a partir de como umas coisas são Então se essas coisas mudam a raiz e dá um outro nome a mesma coisa vale para outros sistemas como o feudalismo o modo de produção asiático Romano egípcios antigos mudam as relações uma

do sistema a gente dá outro nome o capitalismo vai acabar um dia existem infinitas possibilidades porque vem além dele as visões dos filmes de ficção científica não são nem um pouco animadoras porque elas não se baseia na superação das contradições do capitalismo mas não aprofundamento delas os filmes mostram carros voadores e humanos caçando robôs em cidades obscuras tipo Blade Runner Mas essa não é a única possibilidade futuro que está sendo construída nesse exato momento uma outra via é a socialista a construção do direito à cidade proletaire é necessariamente através do socialismo porque presença operação de

contradições muito específicas do capitalismo como a propriedade privada dos meios de produção e da terra urbana essa saída que ele é pra viver I love dar um novo sentido para a industrialização que seja de verdade o de satisfazer as necessidades sociais dentro de uma perspectiva ambiental que considere os limites do planeta também é uma saída que crie uma cidade onde a qualidade dos espaços Seja superior a possibilidade de lucros o contrário do que é hoje que seja uma cidade onde a festa o jogo a diversão lúdico façam parte do cotidiano e não fiquem restritas ao

momentos específicos como os finais de semana as férias e algumas datas festivas nem os parques academias os clubes e os shoppings é uma cidade em que o ritmo EA velocidade e o tempo seja humanos e não mecânicos em que se trabalha e sim porque eu trabalho a condição fundamental para a existência da sociedade mas que a vida seja prioridade enfim para o leite febre o direito à cidade é uma forma superior dos direitos que engloba os demais e o direito à moradia ao habitaria o habitat a liberdade a individualização na socialização a garantia de apropriação

em vez da propriedade privada por isso tudo o direito à cidade não é mar a mente a garantia do acesso à cidade e a tudo que existe nelas que permite uma vida urbana plena não é simplesmente transporte de qualidade para o Centro para o trabalho não é só garantir moradia adequada para todo mundo também não é só a garantir espaços de Participação Popular na política estudo faz parte sem mas é muito mais isso tudo não vai ser possível sem uma mudança social e econômica radical no fundo o que ele faz ele dizia com direito a

cidade é a necessidade de que se refunde as cidades a sociedade e economia através de um processo revolucionário que supere as contradições do capitalismo e nos recria encontra uma sociedade Urbana efetivamente deixa o like no vídeo compartilha com os amigos se escreve comentários e se puderem façam contribuições com esse trabalho através do após todas as referências que usei para fazer o vídeo tão aqui embaixo nos comentários fiz até mais é [Música]