[Música] eu queria que o manifesto quando se olha se vocês sabem que têm uma polêmica muito grande com relação à publicação do manifesto é uma polêmica que eu não me interessa muito porque na verdade houve uma grande reunião no recife em 20 pouco de 2 mais ou menos 2013 não sei exatamente a data mas por aí o gilberto que acaba de chegar dos estados unidos ou só para recapitular um pouco gilberto sai do recife com 18 anos vai para o texas para uma cidade uma universidade batista no sul do texas não sento e texas 22
anos nessa universidade e dali ele o d'ale e vai para a colômbia em nova york a temporada dele é dividida em dois de 22 pedaços portanto ele volta em 22 e volta de forma estratégica mas numa medida a dupla mas por coincidência e logo depois acontece isso tudo indica barba fortes digamos indícios de que realmente a publicação do manifesto a coisa assim sair do papel tem acontecido bem depois mesmo mas eu acho que é uma coisa que tem que ser levado em consideração segundo ele faz uma reunião muito importante no recife é que ele chama
várias pessoas para falar sobre assuntos ligados à cultura do nordeste que é que é uma reunião uma espécie de congressos naquele tempo não era portanto a formalidade como hoje e eles convoca e não se esqueça o que ele devia ter 20 e 23 anos nessa época era moleque tudo porque é de 900 exatamente ele nasceu em 1900 e ele convoca algumas figuras importantes do meio intelectual além do nordeste claro que a partir sobretudo o que convive ele conhecia dê certo e tal porque era uma pessoa intelectualizada muito cedo né pai dele era sobre a escola
de direito ele vinha de uma família batista quer dizer onde inclusive existe uma certa preocupação intelectual tudo e gilberto com roca alguns rumores já sentados na vida não é pois o diretor do jornal o médico é importante o agrônomo importante para fazerem digamos assim ele distribuiu uma pauta como se diz em jornalismo olha você puder falar sobre esse assunto você fala se você puder falar sobre esse assunto você fã e agora esse programa ou não ele queria saber como é que era um dos aspectos mais importantes da economia do recife o outro era veterinário foram
digamos em quais são as pragas que ameaçam o rebanho eu estou fazendo uma uma reconstrução imaginária porque está tudo publicado então essas pessoas se reuniam famoso pink congresso vamos o congresso regionalista do recife e é aí então que ele põe em andamento e se andou esta carruagem quer dizer ele é muito jovem em 25 exatamente ele é convocado pra fazer um número comemorativo de um jornal do recife ele faz esse número comemorativo e aí eu acho também uma coisa importante e vi ele fazer aqueles números comparativos em dólar como nós somos importantes nós temos 100
anos de jornal é aquela coisa de autolouvação não é que é muito comum veja nossa importância na reeleição chama pessoas algumas dessas pessoas para fazer um depoimento ou um artigo a respeito de determinados itens específicos da cultura do nordeste quando eu falo cultura não é a cultura necessariamente a literária a religiosa é também a religiosa das artes plásticas ou em fins do jornal é cultura no sentido mundo muito grande muito amplo então aí entra por exemplo o cidadão que vai falar sobre aspectos da arquitetura urbana do do recife outro que vai falar sobre as janelas
do recife outro que vai falar sobre o tipo de vegetal mais consumido na cozinha ou até mesmo sobre a cozinha regional então a visão dele com relação a isso é uma visão muito focada e realmente é e que começa agora ele não chama a atenção a meu ver ele não chama a atenção do centro sul porque aí é uma coisa importante é que quer dizer o que a gente sabe que historicamente esse país desde que a capital veio para o rio de janeiro infelizmente um dos desequilíbrios nesse país é exatamente essa coisa da centralização é
parcial do país quer dizer o que lhes são paulo disse não é hoje em dia já um pouco diferente pra gente jornais pela televisão mas é muito e até hoje quer dizer alguns grandes escamas de epsom são paulo e rio de janeiro naquela época ainda então não chega não me lembro de nenhum por exemplo o jornal que aqui no sul no rio ou em são paulo que dissesse a ouvi-la um congresso regionalista no recife que reuniu todas as pessoas que discutiram tais e tais assuntos e esse é que é importante aqui não é importante eu
não me lembro a mãe percussão ela fica mesmo digamos concentrada ali no recife e até o mesmo pergunta por exemplo qual foi aí em contrapartida qual foi a grande repercussão da semana de 22 de são paulo que todo mundo ficou sabendo da semana de 22 aconteceu numa semana três ou quatro dias imediatamente as cidades do entorno como se lá são josé dos campos campinas taubaté sorocaba rio de janeiro e belo horizonte tiveram conhecimento isso a imo mexeu com as pessoas claro que com o tempo isso foi se ampliando a repercussão foi e no caso da
semana de 22 em são paulo a meu ver eu acho que uma das grandes câmaras de eco da da semana de 22 em são paulo é ainda a universidade de são paulo que a partir dos anos 50 começa a atenção bastante grande sobretudo a partir do da literatura não é mas essa é outra história então eu acho que essa repulsa ou gilberto ele se torna conhecido ali naquele momento agora é natural moleque de 20 e 23 anos ouvi por aí era dado por nessa idade e é nessa idade que tem que ser boa tem que
ser incendiário tá certo não é é complicado você pegar um incendiário com 70 anos mas com 20 anos é bem aceitável e recomendável que seja incendiário ele esse olho ele veio dos estados unidos de 4 depois de por que ele ficou quatro anos lá e vou pô ele não ficou em de voltar em quatro anos maggi na saudade que ele sentir certo então criada naquele ambiente doméstico bastante forte eliete os hábitos peculiares de inclusive de roupa que usava aquelas calças pelo meio da canela eu devia usar flanela no recife porque ele veio de uma salinha
de nova york a ansiedade fria então havia aqueles adversários aquelas pessoas que achavam aquilo muito suspeito aquele dande andando pelas ruas do recife que vinha po idéias onde já se viu um moleque de 20 anos tem idéias e houve quem chamasse um momento de raiva dizendo que ele era uma espécie de fruto bichado da cultura brazilian que essa expressão ficou famosa e ele levou uma vida de solteirão também até os 40 anos não é bobô e 1800 na companhia do irmão de outras pessoas quer dizer ele era uma pessoa que incomodar comandava o sistema e
ao ser incômodo é claro que houve muita disputa interna porque não foi um gênio uma disputa interna também dentro do recife de adversários de oponentes e os que digamos assim aplaudiam as ideias novas que trazia o manifesto está muito ligado a esse livro do nordeste publicou o livro nosso livro nordeste exatamente essa é esse número comemorativo de jornal em que as pessoas cada um expõe o seu ponto de vista a partir da sua profissão não é que é um digamos assim é uma espécie de ponto de partida para esse manifesto regionalista que se foi que
na época não foi de qualquer forma que eu acho importante ressaltar é que é esse manifesto na verdade a meu ver eu vejo assim materializam a preocupar mesmo que tenha sido escrito nos anos 40 porque os detrans joão gilberto ta falseando a realidade gilberta mentindo muito vaidoso intelectualmente não era só ele quer dizer intelectual uma raça complicada nesse sentido é ele era muito vaidoso então eu acho que sentiu necessidade de dar um formato com uma coisa feito 20 anos e fez manifestações regionais mas é claro que quando você vê as contribuições por exemplo do livro
nordeste você vê quem é aquele era o assunto era uma coisa do regionalismo no caso de toda essa e se esse movimento regionalista como próprio termo diz eu acho que a gente tinha que começar a pensar é muito mais um caráter geográfico do que histórico em outras palavras não que o histórico seja desprezado não é nada disso quem é quem quem leva digamos em o quem leva o raciocínio quem aguenta o raciocínio quem sustenta o raciocínio de toda essa argumentação porque na sua argumentação de roberta de todos aqueles participantes da reunião regionalista que o recife
essas pessoas elas estão preocupadas a menos que eu esteja errado elas estão preocupadas em marcar o que existe de específico de material que diferencia aquela região do sul ou do norte por exemplo ele pois é o tipo de comida o que tipo de refresco que tipo de indumentária que remédio caseiro que se os remédios caseiros que você usa na amazônia será que são exatamente iguais os remédios caseiros que você usa em porto alegre não pode ser porque porque a vegetação do entorno do portal é o relançou é uma ea legislação do verde do pará o
da mala do amazonas eu como vegetação do seu bom eu vi eu venho te ei eu tenho uma forte formação caipira rural de internação paulo ea minha mãe era uma influência muito cultura popular e conhecia muita medicina popular então eu fico recuperando essas informações e fui vítima de todos aqueles remédios que ela inventou e que me fizeram bem soltou inteiro até aqui porque fizeram razoavelmente bem mas era medicina caseira agora ela se valido que 21 dos matos dos vegetais que tinha no quintal de casa das vizinhas das comarcas das tias é tão então eu acho
que é aí que o gilberto faz a distinção sabe por exemplo quando ele vai falar com ele ele chega nesse livro do nordeste ele chega a ele colabora também ele colabora com dois ou três artigos que são razoavelmente polêmicos que são já germinais do casa grande senzala porque você se lembra que o casa grande senzala vai surgir na década seguinte em 33 que é um livro fundamental nenhuma dúvida apesar que digam o que disserem os meus colegas é ele vai fazer isso dentro é a colaboração dele você percebe claramente que tem dois ou três artigos
que já são digamos que ele vai usar mais tarde para virar um livro dele porque ele traz esse livro bolado já os estados unidos um dos motivos porque inclusive a china do texas e vai para nova york é porque se ele ficasse no texas eu vejo gilberto como um estudioso de língua e de cultura de hoje à luz saxã digamos assim que tinha um professor muito bom de literatura inglesa quando ele se muda para nova york e da guinada para ciências sociais em colômbia que lhe vem à cabeça dele vai virar e vai votar em
mim em cair nas ciências sociais então quando ele faz isso não é dessa dessa preocupação de mostrar essa diferença é exatamente pv e insisti muito nisso quer dizer nós estamos cuidando de regiões estamos cuidando o que importa para ele nesse momento é a geografia mais do que a história à história ver claro que não faz uma coisa assim a outra é a óbvia mas que de qualquer forma a história vem é digamos assim eu usar um termo que pode parecer para a história nesse caso é caudatária da geografia em outras palavras quer dizer vamos considerar
que não estavam no recife está falando de pernambuco e de alagoas e de sergipe não é do ceará e 60 até o limite do ceará que o maranhão já é outra história tanto que por exemplo não tem muita coisa sobre a amazônia o negócio dele é aquele nordeste e claro que como existe uma já disputa surda entre o recife e em salvador que existe até hoje é claro ele puxa sardinha por recife para desgosto né dos baianos mas isso não impediu por exemplo que mais tarde ele fizesse uma grande reunião também foi feita uma grande
reunião de estudos afro-brasileiros a segunda vez que a primeira vez foi feita no recife a segunda já foi feito na bahia que são os dois grandes pólos de cultura negra desse país sem dúvida nenhuma na população negra muito grande e não é só questão de população e da mistura visite os ritos religiosos alimentares não é vestuário que é a cultura transplantada me como é que ela se adaptou então eu acho que nesse caso é eu diria muito mais então reforça a idéia que a preocupação é com as a grafia mais do que com a história
o que não significa que dilma elimina a outra só que a prioridade é falar é como se ele se sentasse na frente do mapa brasil faça olha nós vamos fazer e esse pedaço que só gostar e se pegar o que vem pra baixo que vem do lado que nem pra cima outros façam e foi o grande projeto mesmo outros que façam a decisão é a pressa depois mais tarde os estudiosos e ele claro ele vem por exemplo ele tem um estudo sobre o grande do sul mas curiosamente por são paulo e eu sempre tenho a
imagem de que o pai faz uma viagem a porto alegre uma vez eu sempre lembrar a imagem que se criou na minha cabeça eu sou pessoa de ficar até então eu trabalho com imagem mais do que com um conceito também é que ele é a na viagem ele passa de avião por são paulo e óleo falas e olha que coisa interessante mas não me interessa entendi que ele volta para o recife ou em porto alegre e é essa a grande preocupação são os centros agora isso é provocou é claro muito muita incompreensão muita má vontade
quer dizer aí mas é uma outra história é muito preconceito contra ele às vezes justo às vezes não sei mas de qualquer forma não se pode negar que realmente é um cidadão que põe em tela em discussão nesse nesses anos 20 uma coisa chamada brasil [Música] ah é isso aí o velho que só com essa nossa casas nas cidades grandes sempre tendência é achar modernas não eram atualizadas updates a gente percebe uma nova iorque jamais vai admitir que ela não seja a cidade mais moderna dos estados unidos como países vai ser assim a mesma coisa
como eles vão sempre olhar com certo desprezo para as cidades pequenas que o interior e mesmo nas cidades grandes do interior na casa de quem se o clube sabe disso quer dizer nova iorquino olha pra washington assim com certa piedade sabe a indignação sabe como fazê lo e isso é bom pessoal de são francisco é a mesma coisa com relação a cidades menores ali na califórnia então eu acho que isso é um fenômeno universal que o cidadão urbano grandes centros urbanos ele sempre tende a olhar para os que não são na sua do seu grêmio
da sua do seu grupo com uma seta olhar de condescendência cuidado não teve sorte de morar aqui e cervical então eu penso é um eu acho que é próprio do dessa nessa visão equivocada que o ser humano carrega desde sempre agora no caso de gilberto concreto que existe de fato o que eu acho altamente saudável que no ano nos anos 20 sobretudo pegar o começo dos anos 20 como referência o o o congresso regionalista do recife ea semana de arte moderna em são paulo isso eu acho que é altamente no sentido de ver como as
coisas são complementares quer dizer uma coisa não é não é não se hoje em dia tantos anos depois mais cem anos depois quase cem anos depois a gente não vê é necessariamente que um prejudique o outro então vejamos o seguinte no caso é de fato o gilberto deixa muito claro que ele está preocupado com recorte geográfico do brasil que é uma determinada porção que vai interessar aí ele tinha tido trazia dos estados unidos uma experiência que tem a dupla não se pode esquecer isso a ele vai para uma cidade pequena que até hoje é pequena
você imagina em 1920 o que é era uma cidade onde para onde roberto vai 1918 exatamente chama se eiko o eiko w assim ó é uma cidade no interior do texas que até hoje pequena conheço o beijo foi umas duas três vezes lá porque é perto de uma maior o jogo costuma trabalhar essa cidade é uma cidade de vocação rural algodão é muito forte nessa região que foi nos anos 20 uma rei uma cidade rica inteiramente desequilibrada porque ao mesmo tempo que ela vivia do algodão grandes fazendas 19 fazendas de algodão e de gado ali
nessa cidade gilberto mora no começo já tinha seus quase cem anos da cidade de ho e ele vai para essa cidade por causa da universidade batista nem a família dele tinha ligações batista ele vai para a universidade porque por isso e também porque ele tinha um irmão mais velho estava estudando em um elenco bem nos guarde bem lá que ele sai de uma cidade grande que se chama recife em 1918 que bem ou mal é uma das cidades grandes do brasil eu não sei exatamente ainda até hoje a população se eu sei que é fácil
verificar mas é uma cidade e uma densidade urbana razoável em 1920 ele vai à cidade muito melhor muito melhor o interior do texas que mora na capital nada e uma cidade que tinha além dessa tradição algodoeira e pecuária ela tem uma tradição racista muito forte em mim o ei coal estava sediado uma um dos grandes a os americanos chamam isso de capítulos chapters é uma das é uma das com a famosa ku klux klan pela sociedade racista americana tinha um braço muito forte ali muito forte ali era não é brincadeira não era brincadeira o racismo
ali não era brincadeira basta dizer por exemplo que quando gilberto chega em 1918 em 1916 eles tinham apoiado um menino de 16 e 17 anos que tinha sido acusado por uma fazendeira branca jovem de ter sido porto nada por ele as pessoas caça um menino matam carbonização penduram na árvore e cortam os pés e as mãos e tem fotografias clássicas é um dos um dos linchamentos mais emblemáticos desta cultura do linchamento que existe nos estados unidos e se chamava se jeci wasshington 17 anos e deve ter passado e olhado para a moça que estava sentado
na varanda saber onde ele está e ela com joão e aí caçar mas o cassado não é que dizer matar a fotografias por exemplo a cidade em torno do cadáver balançando as pessoas vão analisar as pessoas não são adultos em adultos a novidade mas tem menino de 56 anos oito anos dando risada esse é um capítulo muito triste e sai dessa cidade que era inclusive caminho e tropa de tropa bovina porque aquelas tropas que subiam do sul dos estados unidos em angola em direção a chicago onde havia os grandes abatedouro c os meus grandes frigoríficos
aquele aquele gado que a virar salsicha mortadela passava por essa cidade necessariamente um ou um caminho né então ele vive um caldo rural muito forte nos estados unidos que ele trazia também do brasil porque recebi por mais que fosse organizado ele tinha aí vai para a colômbia que é outra realidade urbana completamente em uma cidade grande já forte não é uma universidade de peso com grandes nomes e uma cidade que está recebendo atendimento contingentes e contingentes de imigração européia dentre as guerras então são duas experiências muito fortes na vida gilberto não é que a rural
ea urbana sem contar que ele vinha de uma casa que ela alta era muito ruralizada na companhia ainda em 1920 em 1918 com a companhia das duas empregadas negras das cozinheiras das bases é de 70 é isso que pesa na formação dele e de uma vivência muito grande desse mundo ele convivia muito com essa gente nesse sentido teremos muito o jorge amado aquela infância meio largada no meio das empregadas que sabido a deus o que acontece não é o jorge mantém um depoimento muito bonito nesse sentido os 56 anos ler objeto de um carinho das
empregadas da casa imagino que ninguém esse carinho não é sozinho na beira do reasco as duas moças da casa mas essa permissividade sexual não tem espantado era assim mesmo agora no caso do são paulo são paulo é curioso porque eu acho que são paulo não é eu acredito muito em dizer sim a essa cidade tem vocação para isso por aqui no locação é uma coisa que você queria você que eu acho que são paulo como tinha passado por um processo de industrialização muito forte no começo do século muito grande são paulo sempre teve são paulo
e riscos podem observar isso até hoje é tem uma grande vocação acho que tem uma tara pela modernização muito grande e faz a organização sempre afoito vai notar o pelo que a gente está vendo agora por exemplo o são paulo às pessoas que querem modernizar qualquer custo cidade sem levar em consideração os custos sociais dessa organização em suma é sempre a imagem que eu uso em sala de aula quer construir o prédio faz um prédio lindo maravilhoso de aço e vidro mas a rede de esgoto ou péssima é essa nossa mobilização é esse antagonismo nasce
um pouco dessa desse desse inconformismo de são paulo e rio eles são duas cidades que querem ser a vitrine no país a qualquer custo e dava que das vezes que a gente está vendo até hoje né eu sempre gosta de encarar essas oposições essas qualidades esses confrontos nunca no sentido de falar este é melhor do que aquele nunca nunca eu acho que nesse sentido o brasil é fantástico porque ela ajuda a pessoa a esse país já disse uma vez um grande compositor se sabe que seu país é não é país para amadores e profissionais quer
dizer então a cada momento você é surpreendido com certas situações que umas que você já o jaú já julgava sepultadas e que estão vivas e outras que você nem imaginava que estava sendo cogitado então é fascinante de cintos e eu vejo são paulo e ir nesse sentido como cidades que têm essa necessidade muito grande de conter um termo italiano que que o que eu gosto de doá jornal momento quer dizer da atualização é o rio por razões óbvias porque tem uma herança de corte é uma cidade espelho uma cidade muito bonita sem dúvida nenhuma que
foi sede do poder durante séculos não é a e que de certa maneira era o cartão postal geográfico do brasil e essa coisa que é próprio de países equilibrados como o nosso de você ter digamos a preferência mas sempre pra uma cidade para uma região em detrimento das demais custou brasil começar a perceber que isso não ia dar certo é que continua não dando certo é que você não pode favorecer esta região em detrimento daquela que tem que tentar favorecer isso é um vício que eu vejo até hoje eu já assisti a discussões sobre isso
em organismos federais em brasília por exemplo em que a pós graduação do nordeste tinha que ser privilegiada em relação à pós graduação do sul porque o sul tem dinheiro quer dizer eu acho muito discutível esse argumento é eu me lembro inclusive de colegas quem o respeito até hoje de outras áreas de conhecimento que diziam que são paulo não precisa da ajuda de órgãos federais de fomento científico porque nós já tínhamos a fapesp quer dizer ea minha pergunta é sempre bom nós temos a fapesp porque eles não podem ter uma faca e também não é mas
isso é uma outra conversa que a gente vê até hoje na política sobre essa questão da previdência alguns achando que a idéia de levar vantagem eu acho que são paulo e rio de janeiro nesse ponto de impacto porque o rio de janeiro com essa história forte que eles tinham de ser capital encontra é a cidade mais importante porque a sede do poder da vale e são paulo com esse processo de industrialização de são paulo e sempre lembrar isso aos meus alunos são paulo nas cidades com 20 uma vez um funcionário silval que é mas eu
sei que ela foi fundada em 1554 pelo juiz não foi espancado foi mas até o começo do século feliz só que era uma oca não é uma cidade menos um vilarejo de jacko que andava pra baixo pra cima até praticamente um século em século 19 se falava tupi-guarani pelas ruas mora em gato porque nem o português conseguiu o placar que então caipira quer disse pô la em são paulo a corda não é é por circunstâncias históricas a partir do século 20 e torna-se o que é hoje realmente é é a cidade mais poderosa do ponto
de vista econômico nesse país também não vou entrar nessa história é a locomotiva do painel poderosa e eles essa necessidade digamos assim de mostrar a qualidade tecnológica que são paulo tem vocês podem observar isso no seu cotidiano de uma necessidade desesperada de mostrar os prédios mais bonitos as avenidas mais largas não importa se a rua do lado não tem esgoto mas avenida grande ela tem seis faixas pode até o farol um funcionário direito isso detalhe importante que a menina tenha quatro cinco ou seis pistas que vão 45 segundos ip 10 e vai conseguir atravessar o
lance é problema do pedestre o importante é que o carro passe não é o metrô por exemplo tem vários exemplos não é dessa modernização que eu chamo de modernização caolha e afoita pela qual nós estamos há séculos não é é e no caso de são paulo essa modernização se dava nos anos 20 passava pela cabeça desses intelectuais claro uma espécie de modernização cultural literária basicamente quem era uma renda mas ainda era um homem do dnit e literário 8 no gráfico quer dizer então essa modernização que se prega em são paulo é claramente que me perdoe
alguns colegas da usp é claramente uma modernização voltada para o que para o que se fez de o que mais importante na europa ontem qual é o problema mais importante qual é o romance mais importante então é uma modernização superestrutural claro não é de infraestrutura e eu acho uma das coisas mais sintomáticos dessa modernização às vezes apressada é que ela tenha sido celebrada durante uma semana no teatro municipal que se inscrever como th e ainda se escreve com que a guerra porque é porque o que quero tirar o que quero o pequena a pauta do
teatro municipal nos anos 20 e na ópera eram formas artísticas em dados do século anterior aí de repente um bambu e invadir aquele teatro municipal 45 dias e faz uma espécie de hoje chamar se chamaria de performance uma performance ea partir daí o está criado o mundo novo e moderno da literatura então há a digamos aí sim e beija bem é importante isso é importante mas você não precisa enterrar o seu passado eo seu exemplo ali do lado por exemplo quando você pensa na mão do modernismo de são paulo na modernização porque eu costumo eu
prefiro realmente eu prefiro aí quando se fala de modernização eu prefiro falar modernizassem menino não modernismo a bordo por fim na modernização do brasil não é porque eu acho que houve várias tentativas equivocadas deram certo mesmo mas houve foi um desejo mais ou menos generalizada pois em porto alegre por exemplo belo horizonte vai ser no ceará apareceu na bahia apareceu no recife mas são paulo e digamos ela é tá na frente agora é claro porque são paulo está na frente em vídeo porque ela tinha o apoio da grande burguesia cafeína esse movimento modernista que se
não vai conseguir fazer esse movimento sem dinheiro quem estava interessado em quem essa burguesia cafeeiras a burguesia cafeína aquela que viajava para o país quase todo fim de semana a noção de modernidade uma noção de modernidade mais do que europeia parisiense ela vai fechando fechando fechando é o que se ia à cidade de paris que funciona até hoje no imaginário de muita gente neste país como um símbolo da cultura humanizada mais requintada não é depois da guerra sofre um certo segunda guerra sofre uma certa o certo a balas em maio mas até hoje o país
é um sonho de muito intelectual e de muitos estudantes desse país não é lyon não é nice não é besançon no estrasburgo quer é pagar disse as outras cidades inclusive óleo que existe sim um imaginário nosso acho eu esse desejo acentuado de fazer a modernização realmente pela literatura quer dizer nós vamos então se nós criamos um bom poema e um bom um bom romance nós estaremos mostrando pago é um efeito de exibicionismo nós precisamos mostrar para o europeu pan-americano que nós também somos capazes a partir dessa motivação escondida que vem lá no fundo que não
é admitida eu fico me perguntando se essa modernização pode ser autêntica se ela responde realmente as necessidades quando você vê por exemplo um esforço enorme que não moderninho de são paulo se deu pra abafar a contribuição do monteiro lobato que só agora um zoom de uns anos pra cá começa a ser valorizado a gente entende são paulo que escondem que tem caipira são paulo que esconder que têm jeca tatu china uma cidade moderna diz realizada com avenidas largas aeroportos e central é mostrar que já kato que ele fica de cócoras fumando cigarro de palha com
bicho não isso não convém a imagem de modernidade e eu acho que é aí tá um dos pontos de divergência não é quer dizer de você tentar mostrar que a modernização é aquilo que os outros esperam que seja uma organização não que nós queremos que seja uma organização [Música] quem lê com atenção sobretudo a grande marca grande sobretudo casa grande senzala e sobrados em campos que a meu ver são os dois mais fortes o terceiro já é muito técnico não gosta muito do terceiro já é meio que tem ao método e que vai ficando as
questões e fazendo estatístico é o gilberto tinha uma peculiaridade é que ele conhecia e era um bom leitor eleitor de literatura não é não tinha grande apreço por música e esse é um furo na formação deles mas também não querem que faça tudo é a música pra ele era uma coisa meio estranha e conhecer bem artes plásticas então e ele tinha esse conhecimento das ciências sociais porque ele vai para a universidade em 20 que é praticamente um dos criadores da ciência não podendo que seja a colômbia seja a universidade que criou assim a sociedade mas
quando você vê as memórias deles você desconta um pouco a vaidade morrer como disse extremamente vaidoso se desconta um pouco entusiasmo com a idade dele você vê que ele conviveu com pessoas de altíssimo que calibre na universidade colômbia e era vergonha muitos intelectuais ou americanos ou judeus alemães que tinham vindo para os estados unidos depois da primeira guerra a um deles por exemplo é um professor que é na sociologia aí até hoje repercute mais que é ter uma obra pequena mas que teve uma presença intelectual muito forte que é o fantasma é bom havia outros
amigos então ele conviveu muito com essa gente de sociologia de de direito mas sociologia e antropologia e ele consegue realmente misturar tudo isso não é e ele realmente você escrevia muito bem ele inclusive disse que costumava dizer que ele queria ser conhecido como escritor mais do que comum social no outro pólo tudo isso ao mesmo tempo tornedor inclusive e ele é junta todo esse conhecimento e vaza esse conhecimento constrói esse conhecimento desde nos recursos literários onde nada ele realmente e nova a língua portuguesa naquele momento a língua portuguesa do brasil claro estamos interessados no brasil
e claro que essa renovação literária que ele provoca assim como mário provocou o usual provocou celinha do vovô co porque eu acho que às vezes aqui também dentro da universidade de são paulo existe uma certa tendência muito concêntrica em torno do marido andré é importante ninguém vai negar a importância mas eu acho que isso fica repisando repisando ea gente tem de olhar do lado também por ver quais foram souto que esses movimentos não são feitas por uma pessoa é um grupo a uma constelação claro que não tem mais importância que o outro tem que ver
o texto conjunto eo gilberto ele realmente consegue é causal e aí o o impacto eu gosto do termo impacto ele usa que ele causa um impacto exatamente o discurso pela graça estilística quer dizer ele é capaz de mostrar uma realidade social econômica histórica com o romantismo sem romantismo com saudosismo sem saúde de uma forma nova um exemplo concreto um exemplo concreto é uma passagem no casa grande senzala eu não vou reproduzir de maneira literal mas eu vou fazer uma paráfrase mas eu sempre guardo o verbo que ele usava quando dizia que os jesuítas que desciam
no brasil é que vincula de portugal por coisas é o brasil mal de si um das barcaças das canoas na norma na beira da água na praia eles atolavam o pé em carnide e índia se imaginar o que que eu vou sempre imaginando jesuíta com aquela circunspecção com aquela sisudez ratola o pé atolavam os jesuítas atolavam o pé em carne de índia nua em uma festa mesmo esta não é uma festa dos dois lados porque os portugueses curiosa pra ver todos os cidinho arrumadinhos descendo no barco e ver aquele pano vendo do frio não é
aquela roupa de veludo e ex português tudo pelo me contra a crise o pelado sem pêlo ué homens e mulheres balançando pra lá e pra cá na praia eu queria ver um dia um cineasta reproduzir essa imagem que devem ter sido os dois caíram pouco para trás tanto índio tanto como português claro que foi um festival que fosse se imagina o português atravessando o mar dois meses não é na maior abstinência possível chegar encontrar aquela fatura à sua disposição e elas e eles os índios também curiosos para ver se aquele cidadão é igualzinho ou então
um ponto vamos com calma e confrontar os nossos corp ninhos pra ver se é igual e claro que quando se confronta o corpinho no dia a dia e nunca é digamos assim é sempre uma coisa saudável que vai acontecer de preferência no final você pode confrontar pra vc é igual não é eo que vai acontecer depois é atrás da cortina eu acho que o gilberto que ele tinha uma facilidade muito grande a mãe uma leitura muito grande e os romancistas todos tinha uma forte e muitos poetas também e eu acho que essa união que ele
faz essa conjugação entre a preocupação estilística ea preocupação informativa e analítica é porque tem as duas coisas é que dada a peculiaridade do texto dos bancos que se você pegar os textos pronunciou romero que foi do final do século 19 chegou até o 20 se você pegar para o oliveira viana os intelectuais brasileiros que antes no gilberto ou durante a vigência do julgamento com o caso do zagueiro havia escreviam sobre o brasil mesmos a veríssimo intelectuais críticos literários ou gente que fazia assim como mero faziam as pessoas elogia a história é oliveira lima oliveira vianna
hockey mais que eu poderia citar silvio romero josé veríssimo os textos são secos ou duros questão de fundo que é a minha função é esta responde car como se deu a um digamos assim csa miscigenação pode ou não pode é saudável é saudável senão centavo subir em cima da tribuna em que ditava as regras do jogo roberto tem uma forma muito digamos assim envolvente malemolente de seduzir o eleitor quer dizer ele vai mostrando coisas e ele vai ligando coisa o rio branco na verdade a imagem preferida que eu tenho é sobretudo no casa grande e
no canadá casa grande senzala e sobrados e mucambos é uma imagem muito pouco muito pouco acadêmica é mas é um autêntico balaio de caranguejo você puxa o quanto um balé de caranguejo contas e puxa 11 nunca sabe o que vem junto às vezes vem um vazio em 12 227 e tamanhos diferentes e cores diferentes é uma surpresa constante mesmo relendo nossa primeira lei mesmo género que ele se valia de mundo da informação é uma leitura extraordinária às vezes um pouco é falhando demais até mas eu acho que a grande novidade está exatamente nisso de aliar
essa informação histórica antropológica sociológica de fato ele tinha com essa tentativa de seduzir pela pela escrita não é pelo pelo estilo pela graça estilística de que vocês falavam assim então essa essa associação que ele faz é que de certa forma provoca a inserção foi do mais um exemplo que quando ele vai fazer o livro do nordeste em homenagem ao centenário do jornal do recife ou ele vai chamar várias pessoas inclusive um poeta quem ele não conhecia na época para fazer um grande poema que vai ou não ser do livro que se chama evocação do recife
quem era esse poeta manuel bandeira bandeira naquele poema colocado no centro do livro já é significativo abrindo pra lá e pra cá o banal bandeira vai fazer em versos o que todos os outros estavam tentando fazer um discurso [Música] quer dizer ele era uma pessoa extremamente criativa não é quer dizer ele realmente não via limites entre as ciências o conhecimento que ele usava e todo o conhecimento tentado e que às vezes e até chegou a um certo exagero que já nos últimos anos já começou a cometer algumas alguns deslizes do ponto de vista ele tem
por exemplo de tentar fazer um romance que a meu ver é um fracasso de ponta a ponta o romance mas são outros motivos é o establishment literário intelectual usar a vaidade pessoal mas eu acho que um objeto está exatamente nisso como mencionei rapidamente antes que se você juntar vários tipos de informação de várias procedências história antropologia à medicina inclusive na religião e fazer digamos assim uma espécie de com uma maior gama d'eça informação e tentar passá la da forma mais sedutora público quer dizer na verdade há todo um trabalho é quase que de catequização do
ele fala ele briga vive brigando com os jesuítas uma briga que isso tentou durante anos que também foi censurado pelos jesuítas né é mas na verdade os jesuítas eram grandes catequizadores marketing ter a água grande iniciativa do jesuíta é no sentido de aproveitamento das almas virgens para a festa católica sentou no processo histórico mas o gilberto ele acaba digamos assim praticamente a mesma coisa só que há o processo de catequização dele no processo de capitalização pelo verbo que aliás não é muito diferente da catequização da própria igreja católica pela palavra que você vai reduzir não
ele e claro que nesse sentido é você tem vadius exemplo você pode não trouxe assim exceto essa história do índio o português que atolava o pé e em em carnide onde a lua esses exemplos sobretudo no casa grande senzala se repetem de maneira até cansativo às vezes é o no sobradinho campos quer dizer alguma nesse um desejo de é provocar o espanto do leitor quer dizer ele diz a coisa de uma forma tal que ele desarticula e desarmamento nosso eu nunca tinha pensado nisso que no fundo no fundo mar senão também as mesmas iniciativas desses
poetas e romancistas dos anos 20 e 30 em diante no brasil que querem mostrar digamos assim uma realidade uma certa situação através de uma de uma construção verbal nova que todos esses escritores e aí uma com maior ou menor qualidade com maior ou menor felicidade eles estão e é é e empenhados esses brasileiros é por isso que eu gosto de vê-los assim como um conjunto de divergências internas com disputas internas com brigas internas existe nenhuma instituição que não tenha briga interna não é nem escoteiro escapa disso não é nos juntou vai ter briga mas briga
saudável deus e você veja que eles sintam essa gente toda dos anos 20 em diante eles estão propondo até os anos 40 e guimarães rosa iria nos anos 50 eles estão preocupados em mostrar que existe uma coisa chamada brasil que não é aquele brasil oficial que não é aquele brasil do oba-oba do saber do ame o ou deixe o mas que é preciso ao menos uma realidade nova 9/10 por ali mas que as pessoas não viu essa realidade nova só vez enxergado essa é a linguagem que você usar for nova também se você fizer hoje
em dia por exemplo uma eu vejo pela música popular de nené pelo pelo sobretudo pelo rap né se você for falado da favela em termos assim a porque a favela é constituída de pessoas já a renda então tem ao mesmo tempo que tem pessoas de baixa renda ela tem um equipamento tem o bar tem o o o farmácia e se você faz o que fizer isso não é conseguir atrair a atenção de ninguém mas se você puser é isso de uma forma mais vibrante na língua através da língua ou da música não é você começa
a prestar atenção quer dizer é não são não é o discurso conceitual que vai cativar o público é o discurso sobretudo imagético essa é a força da otan da palavra poética e de repente você dizer que por exemplo ele tem gilberto uma página uma página num parágrafo em que ele fala dos senhores de engenho escarrapachadas na rede depois do almoço que é um primor ele constrói aqueles homens que terminava o anúncio depois de o próprio a rede descansar de uma forma até acintosos vezes grosseiro ofensivo não é e ele tem um item duas imagens muito
fortes uma vez que aquele senhor gente jogava em cima da rede depois do almoço calor que fazia claro com as mucamas em torno de deus os serviçais da casa que você tinha que tirá-lo da rede como uma espécie de uma grande colher que você enfiar a cena em que ele saía quiser claro que o cara não saía despedaçado da rede mas o calor era tanto rááá comida que ele tinha comido e aceitando tudo misturado o cara vai ficar o que houve com a posta uma geléia o que será melhor para tirar o gelo é com
garfo com faca na colher então é como se ele consegue se você tirasse o senhor só pode tirar o senhor de engenho com uma grande colher quando estava largado a lina então eu acho que essa essa virtude que o gilberto teve foi a de avaliar essa realidade material digamos assim que ele vivia em torno da qual e dentro da qual ele viveu em torno do qual ele foi dentro da qual ele foi criado entre a de que rodeava esquecer que ele vivia numa semi casa grande né o pai era pessoa de direito a manhã a
dona de casa deu cobrir de o de nobreza rural decadente onde viver rodeado de jeans escravos claro que a gente sabe muito bem qual é o grande contingente de empregados domésticos do país em 2019 a gente não imaginar que houvesse assim alagoas de olho nos olhos azuis em 1898 das casas tinha sido feito é preciso enxergar a realidade nós eu acho que essa grande virtude que ele tinha realmente verificar e ver aquela idade devolver aquela realidade através de uma linguagem que mexesse digamos assim com os brios e com a sensibilidade do leitor [Música] eu acho
que é sempre bom comemorar porque num país de memória cada vez mais curta ano quando eu era mais jovem dizia que o país tinha memória curta agora já estou usando curtíssima não é trazer o cidadão se lembra o que aconteceu anteontem e ontem de noite não tinha ontem de manhã porque o tio de manhã e já é muito longe demais eu acho que essas ocasiões que ser o único cuidado que a gente tem que acho eu sempre não é só essa ocasião em outras ocasiões também não é é você não cair no discurso eufórico nem
cair do discurso eufórico a hora vejo como nós éramos maravilhosos e sessenta e tal que provocava vai provocar fatalmente uma conseqüência que é o discurso depois depressivo de implementar e nós éramos muito melhores antes da hora veja o que nós conseguimos situação estamos hoje né então eu acho que primeiro por causa da memória existem jovens que estão aí que preciso saber que precisa aprender porque eu sempre brinco com os meus sobrinhos pequenos eles sempre acham que a geladeira foi inventado a partir deles que o computador então foi criado só pra eles porque como é que
podia desistir do mundo antes do computador eu acho que essas ocasiões são importantes elas têm e sempre ser vistas assim a comemoração de um ponto de vista crítico seja ressaltando o que houve de bom naquele momento se é que houve resultado o que houve de negativo e aquilo tudo esse raciocínio dialético não é de bom e de negativo e quais as conseqüências desse bom e desse mal nos dias de hoje eu acho que isso é em qualquer situação a comemoração da independência a comemoração da fundação da faculdade de medicina a da fábrica de brinquedos no
tatuapé casa eu acho que nós temos uma necessidade muito grande de 10 materialização histórica porque a meu ver faz parte dessa modernização afoita astro piada e é exatamente a negação do passado a não quero me interessa o que aconteceu interessa a gente sabe que não é assim que as coisas numa sequência se faz sentido essa sequência não tem história mas que faz e é uma história não é obra só de uma pessoa a história é obra de uma coletividade às vezes uma pessoa precisa sobressai é certo mas é um produto um coletivo