Literatura - Aula 03 - Romantismo II

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Na nossa terceira aula de literatura, a proª. Greice encerrará os conteúdos sobre o movimento românt...
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[Música] Oi pessoal então estamos de volta com o nosso curso de revisão aqui do aulalivre.net E hoje nós vamos falar um pouco sobre prosa romântica e no nosso último encontro a gente revisou a poesia mas não falamos sobre o romance e o romance nesse momento ele também vai ter uma importância bastante grande não só como fonte de entretenimento Mas também como instrumento de Formação daquele sentimento de nacionalismo sobre o qual a gente conversou bom eh Por isso mesmo dentro do romance romântico nós vamos ter os romances indianista histórico regionalista e e urbano eh dentro dessa
dessa proposta os romances históricos e e os romances eh regionalistas eles acabam não tendo assim um um valor Val muito grande talvez pela própria questão do idealismo romântico quer dizer ao revisar né a história do Brasil não havia interesses de fazer isso de um ponto de vista tão crítico naquela época e ao tratar da da do regionalismo havia uma preocupação muito mais em salientar os aspectos exóticos e tudo dentro de uma perspectiva Idealista bom mas no que diz respeito aos romances urbanos e aos romances indianistas aí a gente já tem alguma coisa eh bem mais
interessante e e quando a gente fala em em romance romântico obviamente que nós vamos lembrar de José de Alencar de Joaquim e Joaquim Manuel de Macedo enfim e e uma série de outros autores com relação ao José de Alencar Vale lembrar o seguinte ele não só escreveu vários romances como ele elaborou uma espécie de projeto nacionalista pra literatura brasileira então por isso mesmo ele vai ter né romance indianista regionalista urbano e histórico agora vale chamar atenção principalmente dos romances indianistas e dos urbanos No que diz respeito aos indianistas a gente tem Claro Iracema e o
Guarani eh a ideia era tratar sobre e a formação né da da nação brasileira a criação do mito do herói do do mito fundador na figura do índio Então nós vamos ter nesses dois romances Iracema e o guarani a ideia da do surgimento do povo brasileiro através da mistura das raças Então a gente tem uma índia obviamente idealizada Iracema virgem dos lábios de mel e a a Virgem de Tupã e que Em Nome do Amor pelo Guerreiro Branco pelo Martin ela abandona né a sua família a sua cultura e tradição e vai viver o amor
com o Martin eh o final é trágico quer dizer com a morte da Iracema mas uma arte em compensação vai criar o filho deles O Moacir nas terras brasileiras o lugar onde ela tanto amava então desta forma ele fala justamente sobre a formação do povo brasileiro ao mesmo tempo a gente não pode esquecer que no Iracema especificamente o José de Alencar usa uma linguagem altamente poética o que também atribui mais valor pra obra no caso do no caso do Guarani bom aí nós temos a inversão porque aí nós temos o índio né e a mulher
branca eh e nas palavras do Dom Antônio de Maris o pai da cicília ele descreve o Peri como ã uma alma Nobre presa no corpo de um selvagem quer dizer que nós temos um índio mas um índio que lembra a a figura de um cavaleiro medieval quer dizer movido pela honra eh e por aquele amor de devoção que ele sente pela sicília então todo o idealismo a construção né do mito heróico outro detalhe também interessante é no Guarani nós temos o primeiro romance com final aberto da literatura brasileira quer dizer a gente tem um casal
tentando sobreviver a uma enchente eles são levados pelas águas né então fica um final em aberto que chama bastante atenção eh Nos romances urbanos também José de Alencar vai se sobressair nos chamados perfis femininos romances como eh Diva Lucila e senhora que são romances que mostram um pouco da vida urbana no Brasil até de um ponto de vista um pouco mais crítico salientando por exemplo casamento por interesse Ah o preconceito reinante naquela época e nesses romances o José de Alencar consegue criar personagens femininas eh com uma uma certa profundidade psicológica O que é diferente né
dos outros romances da época em que os personagens são sempre personagens um pouco mais planas então José de Alencar um nome Fundamental e acho que vale também nós lembrarmos o Manuel Antônio de Almeida com uma obra chamada Memórias de um sargente milícias que é uma obra que foi escrita dentro do período romântico mas na verdade já uma obra precursora eh do Realismo Ele conta pra gente fala pra gente sobre a vida no Brasil na época da vinda do Dom João VI e e é uma narrativa de costumes Que enfatiza hábitos e costumes daquela época ao
mesmo tempo ele cria o primeiro personagem o primeiro anti-herói da literatura brasileira que é justamente a história do leonardinho que vai ser considerado o primeiro personagem malandro e ele vai contar pra gente as peripécias desse personagem enfatizando o o humor né e enfatizando também eh uma linguagem muito mais coloquial retratando muito mais as classes populares da época então Eis aí a Inovação do Manuel Antônio de Almeida muito bem dessa forma a gente fez uma revisão né dos autores do romantismo e agora gente nós vamos falar sobre a Literatura da segunda metade do século XIX quer
dizer tem uma mudança importante aí e a primeira coisa para nós entendermos a mudança é lembrar o que que tá acontecendo no mundo então assim mais ou menos né né a partir da segunda metade do século XIX dois elementos são fundamentais a ciência o grande desenvolvimento da ciência na época e a as consequências desse desenvolvimento científico que serão a segunda revolução industrial no que diz respeito à Ciência a gente vai ter o evolucionismo positivismo determinismo socialismo quer dizer um surgimento de uma série de teorias científicas que trazem mudanças eh para pra mentalidade da época e
do ponto de vista da Revolução Industrial a gente tem um mudanças práticas no dia a dia das pessoas eu coloquei ali no quadro né é o período do capitalismo desumano surgimento do operariado quer dizer a partir da segunda da da Revolução Industrial nós temos uma oposição entre burguesia e operariado muito mais acirrada e muito mais explícita que que eu quero dizer para vocês Este quadro todo acaba gerando o fim daquela concepção Idealista de mundo Portanto o fim do romantismo e a necessidade do surgimento de uma outra estética que esteja muito mais associada a esse universo
marcado pela ciência e aí então nós vamos ter né os movimentos antirromânticos começando pelo pelo Realismo perdão Vejam o objetivo Qual era uma uma literatura que me ajudasse a compreender melhor a realidade social e psicológica e claro quando nós falamos em Realismo nós falamos em Machado de Assis né o nome fundamental da literatura brasileira e assim sobre sobre Machado gente é assim ele faz uma análise crítica da burguesia urbana da burguesia carioca da segunda metade do século XIX ao fazer isso eh ele expõe né aquela sociedade ele procura compreender aquilo ele faz um desmascaramento dessa
sociedade como é que ele faz isso usando a análise psicológica quer dizer ele me mostra a motivação desses personagens né O que leva eles a desta ou daquela forma e isso traz pra gente um esse sentimento Talvez um tanto amargo por isso a ideia do pessimismo ao mostrar uma uma humanidade movida né pela vaidade pelo interesse pessoal pela hipocrisia quer dizer Machado desnuda a sociedade da época com obras como Memórias pimas de brascubas Dom Casmurro Quim casas Borba Esaú e Jacó quer dizer as obras fundamentais eh no Memórias Póstumas vale a gente lembrar que nós
temos um um um defunto que se torna autor né e justamente por já estar morto ele pode contar a história dele e do mundo que o cerca de uma forma muito mais e objetiva crítica e e desmascarando aquela sociedade no caso do Dom Casmurro nós temos o famoso romance da dúvida né a impossibilidade do Bentinho do Bento Santiago Viver o Amor com a capitul porque ele é atormentado pela dúvida então nós temos o romance da dúvida né que traz a tona a questão do adultério eh outro aspecto importante Nos romances realistas justamente essa o desmascaramento
da sociedade O Ataque à instituições como o casamento a igreja o estado outra obra que vale eh um comentário é Esaú e Jacó né talvez a obra mais política do Machado em que ele faz uma espécie de eh metáfora do Brasil daquela daquela época que vivia o processo de transição entre Monarquia e república então através dos gêmeos né idênticos o Pedro e o Paulo O Pedro um médico conservador e monarquista e o Paulo um advogado liberal e Republicano os dois apesar da semelhança física absolutamente opostos mas os dois se apaixonam pela mesma mulher pela Flora
e a flora representando a própria nação dividida não consegue escolher né entre nenhum dos dois e acaba morrendo então Esaú e Jacó também de Machado de Assis eh uma obra importante mas assim além do Realismo nós vamos ter naturalismo também uma estética antirromântica o naturalismo ele é bastante semelhante ao Realismo quer dizer acontece na mesma época e portanto a gente pega as características do realismo mas insere ali um aspecto fundamental que é a ciência ou cient iic ismo basicamente o determinismo aqui a questão é explicar a natureza humana então Eh de acordo com o determinismo
o ser humano é determinado no seu comportamento no seu caráter pelos aspectos ambientais pelo meio em que ele vive E também pelas questões biológicas quer dizer hereditariedade o sangue e aí então levando em consideração isso esses autores vão criar um universo ficcional criar os seus personagens e explicar o comportamento desses ion aplicando a teoria nós vamos observar assim muitas vezes uma espécie de redução desse ser Human desse ser humano a sua condição animal quer dizer um homem que é muito mais movido pelos seus instintos um outro aspecto que chama atenção é que esses autores vão
privilegiar as classes menos favorecidas se vocês lembrarem a Luiz de Azevedo nome Fundamental e a obra basicamente O Cortiço O que que ele faz Ele conta pra gente a vida dessas pessoas que vivem naquele naquele ambiente eh sórdido corrompido sujo e nós vamos ver o quê cada um desses personagens que vivem nesse ambiente tem a sua vida determinada pelo lugar né então ele está enfocando nesse nessas classes mais eh populares e ao mesmo tempo mostrando que as suas ações né desses personages acaba sendo determinada pelo lugar então o curtiço de luí de Azevedo a obra
prima do naturalismo brasileiro Além disso nós temos o mulato né que é a primeira obra do naturalismo brasileiro e casa de pensão Bom falamos então sobre realismo e naturalismo que são eh a prosa digamos né da segunda metade do século XIX mas nós temos também um movimento poético também um movimento antirromântico que vai ser o movimento parnasiano eh quer dizer os parnasianos eh se colocando contra aquela poesia sentimental e subjetiva dos românticos propõe também uma poesia que seja o o exer o resultado de um exercício muito mais racional né Por influência eh das teorias científicas
da época então o movimento de inspiração clássica justamente né já que a cultura clássica está sentada na na racionalidade na objetividade no equilíbrio então uma poesia que é não só a expressão dos Sentimentos mas o resultado né do pensar de um exercício eh normal eh o parnasiano se Vale da des do lema arte pela arte quer dizer qual é a ideia a arte Vale pelo que ela é né e não por aquilo ela ela não tem nenhum sentido utilitário digamos Então ela vale pela beleza que ela proporciona ao ser humano só que nós não podemos
esquecer que beleza aí é um conceito clássico também então a beleza vai ser determinada pelos aspectos formais por isso a ideia do Rigor formal para o parnasiano o que interessa é a forma né então assim a métrica a rima esses o aspecto formal né do texto literário ou melhor da poesia no que diz respeito ao tema também de preferência temas que não interfiram quer dizer a temática acaba sendo uma espécie de pretexto para o exercício formal então a temática ligada a a a cultura clássica né greco-latina Então falar do templo grego dos deuses da mitologia
uma poesia também voltada para os objetos né Eh eh o corpo feminino a natureza quer dizer temas que se prestam basicamente é um texto descritivo mas que permite o exercício formal tá Então essa é a poesia parnasiana com uma linguagem extremamente requintada com apuro formal No que diz respeito aos autores nós temos a famosa Tríade parnasiana né olav Bilac Alberto de Oliveira e Raimundo Correa Olavio Bilac certamente o principal nome do parnasianismo brasileiro eh o Olavio bilá o interessante nele que embora ele seja um parnasiano ferrenho e defenda eh a proposta parnasiana do aspecto formal
em alguns poemas parece que ele dá uma certa escorregada a gente percebe eh uma certa subjetividade o que na verdade acaba tornando e essa poesia até até mais interessante né No que diz respeito ao aos temas a temática amorosa né Eh principalmente assim a mulher o corpo feminino às vezes um toque de uma certa sensualidade às vezes um amor mais Platônico ah e também Vale lembrar que no no olav blac a gente tem uma poesia também de caráter nacionalista né aquelas descrições que ele faz das matas brasileiras então o nacionalismo ufanista também caracteriza a poesia
do Olavio vque mas para nós nós encerrarmos então a segunda metade do século XIX no finalzinho ali na década de 90 na verdade de 1893 vai ser publicado no Brasil as primeiras obras simbolistas né que textos do Cruz e Souza o simbolismo gente embora ele aconteça neste mesmo período quer dizer na segunda metade do século XIX Este é um movimento que vem remando contra Maré na verdade um movimento de oposição a essa postura racional e objetiva né do do naturalismo e do próprio parnasianismo quer dizer o simbolista ele não aceita essa poesia objetiva e descritiva
então há no simbolismo uma espécie de resgate da subjetividade romântica mas eles vão um pouco além quer dizer a ideia é uma poesia eh que seja capaz de expressar o inconsciente o subconsciente então é uma subjetividade né bem mais profunda a ideia assim de uma poesia que gira os assuntos e os temas não uma poesia que é plástica que é descritiva que te mostra as coisas mas que sugira os significados claro que para isso a gente vai precisar de uma linguagem muito mais eh metafórica de uma linguagem muito mais simbólica daí o nome do movimento
simbolismo né os simbolistas eles vão privilegiar fundamentalmente eh o aspecto sonoro quer dizer a Musicalidade dos versos então Vamos explorar eh por ex exemplo o uso das aliterações das assonâncias né chamando atenção a a a à Musicalidade mesmo eh como é um movimento também de oposição a a essa postura cientificista e racional há nos simbolistas um resgate também do misticismo da religiosidade quer dizer a poesia simbolista é uma poesia que te leva pro mundo das Sensações do vago do abstrato do místico tá bom no que diz respeito aos nomes aqui também nós temos a Tríade
simbolista digamos assim Cruz e Souza certamente o mais importante nome da poesia simbolista brasileira eh aquele poeta obsecado pelo branco né quer dizer sempre nos seus poemas tem assim elementos que se caracterizam pelo branco né tem a brancura presente tipo ó formas alvas Claras de luares de Neves de neblina as formas vagas fluídas cristalinas então Eh eh a Musicalidade e esse universo da brancura que representa a espiritualidade e a pureza então Missal e broque são as duas obras né são as duas primeiras obras simbolistas brasileiras publicadas pelo Cruz e Souza no Alfonso de Guimarães a
gente tem a temática da morte a morte que nos aproxima de Deus né da religiosidade a morte que me me traz o amor o amor puro e verdadeiro outra temática também interessante é o universo da loucura né que é justamente o oposto do mundo racional então também vai ser abordado por eles e por último a gente tem Eduardo Guimarães que é um poeta Gaúcho eh marcado pelas cores do Crepúsculo né então vários poemas eh que procuram traduzir né a beleza das cores e das Sensações do fim de tarde então vejam eh na segunda metade do
século XIX três movimentos Realismo naturalismo e parnasianismo movimentos contrários né ou antirromânticos contrários àquela estética subjetiva e Idealista movimentos Marcados pelo desenvolvimento da ciência eh movimentos embasados numa postura mais racional e mais objetiva e no final do século XIX o simbolismo resgatando e aprofundando lógico a a subjetividade lá dos românticos muito bem então hoje a gente revisou né a prosa romântica e demos uma olhada na no final da da do século XIX no nosso próximo encontro então nós já chegamos ao século XX Ok espero vocês aqui no aula livre.net siga o aulalivre.net nas redes sociais
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