Então hoje eh como eu tinha falado antes nós vamos eh fazer agora o debate do projeto resgatando Os Clássicos né com o professor Roberto Léia debatendo florestan Fernandes e a revolução brasileira muito boa noite a todas e todos saudar a iniciativa do mandato de retomarmos o pensamento crítico brasileiro retomarmos os temas clássicos né pra nossa reflexão acho que é fundamental mais do que nunca Estamos precisando retomar os elementos mais estratégicos do pensamento social e antes de passar paraa fala do da obra do florestan sobre a questão da revolução brasileira também destacar a importância do Companheiro
Emílio todos sabemos como é difícil organizar um sindicato particularmente Nova Iguaçu município difícil pela extensão pelas suas dificuldades políticas também pela tradição de luta que nós temos em diversas áreas né em movimentos de de Nova Iguaçu mas de toda forma construir um sindicato Como é o nosso Sindicado os trabalhadores de educação C exigiu um esforço pessoal Extraordinário de uma série de militantes gerações de militantes em que Emílio seguramente é uma referência que fica sempre pulsando e na nossa memória e sobretudo na memória das lutas dos trabalhadores educação no Rio de Janeiro faço minhas palavras em
homenagem ao querido companheiro Emílio e destacar a importância de fazermos a reflexão dos nossos nosos pensadores do Brasil chamados grandes pensadores do Brasil entre os quais seguramente se destaca florest Fernandes a meu ver um dos mais importantes e brilhantes pensadores da revolução no Brasil da problemática da revolução brasileira e não apenas nisso né florest teve uma obra extremamente profiqua extensa em que ele analisou diversos aspectos da formação Social Brasil desde a questão indígena né com seus trabalhos sobre os Tupinambá sobre a questão do negro na sociedade de classes estudos absolutamente originais e Pioneiros daquele momento
na Constituição da ciência social no Brasil particularmente a sua cátedra de sociologia na Universidade de São Paulo a importância imensa de florestar para pensar a educação pública numa sociedade de classe particularmente destacando a sua luta em defesa da Lei diretriz de bases em 61 posteriormente o seu engajamento nas lutas pela reforma Universitária né no contexto 68 eh e de maneira muito destacada a Interpretação da particularidade do capitalismo no Brasil e na América Latina nos países que conceituou como capitalistas dependentes e posteriormente toda a sua militan né em torno das questões sociais educacionais nos seus mandatos
como parlamentar foram absolutamente Luminosos né foram mandatos muito agregadores de forças diversas da esquerda que atuaram de maneira muito eh articulada viva e instigante em torno da problemática da Constituição em que sabíamos os limites daquela constituição mas o trabalho florestan foi muitíssimo importante ah particularmente para definir alguns princípios gerais na Constituição não só na questão da educação mas na questão da propriedade social da terra né em diversos outros temas sução teve um papel extremamente destacado e posteriormente nos embates em torno da lei de eletr de base já no momento de ofensiva das políticas neoliberais na
déca de 90 né infelizmente eh Tessa morre antes conclusão do processo né em agosto de 95 mas claramente ele já fazia uma indicação precisa do que que estava em jogo naquele momento no Brasil e acho que a sua análise permanece absolutamente viva e instigante para pensar as problemáticas do presente florestan foi Instigado a discutir a problemática da Estratégia da revolução brasileira não apenas como digamos sociólogo que já em 45 fez a tradução de obras do Marx e que já estava vinculado a uma organização trista que posteriormente ele veem se afastar se dedicar a vida acadêmica
mas de toda forma eh a problemática da revolução brasileira e da revolução de uma forma mais geral ela foi desenvolvida na obra florestan a partir de uma absolutamente crucial paraa sua geração que era entender o que que aconteceu em 64 Esse foi o grande problema Essa foi a grande questão que motivou o florestan a mergulhar na na análise da par particularidade do capitalismo no Brasil em especial de como se organizavam as diversas frações de classe no Brasil 63 62 61 nesse período inicial da década de 60 contexto das lutas sociais na América Latina estavam muito
estava muito marcado pela Revolução Cubana no Brasil uma efervescência cultural sem precedentes pensemos num novo teatro uma nova poesia no novo cinema a nos movimentos que estavam apensados né A a a união nacional dos Estudantes mas também um momento em que diversas dimensões da vida social brasileira estava transformação muito acelerada a luta pela reforma Universitária a compreensão de que a alfabetização tinha a ver com a conscientização né particularmente movimento de cultura popular Ah e diversos movimentos de alfabetização liderados por Paulo Freire a movimento de Constituição da universidade Brasília enfim um momento de muita efervescência cultural
em que diversos militantes ditadores culturais professores trabalhadores ah estão em ascensão de lutas é importante destacar né Marcelo Badaró esteve aqui com vocês né Não sei se alguém daqui pode acompanhar a reflexão do Marcelo mas o trabalho do Badaró mostra que de fato no final dos anos 50 nós temos um sindicalismo facista sendo constituído no Brasil não é verdade que aquele er sindicalismo de estado no sentido tradicional é apenas um aparato do do do estado não era isso mais estava em curto em diversos sindicatos enfim temos portanto um momento de muita efervescência política o movimento
estudantil na no pensamento sobre a história sobre a cultura sobre a arte enfim e de forma surpreendente para muitos nós vamos ter um golpe Empresarial militar que muito supõe não ser possível naquele contexto que não apenas mantém durante mais de duas décadas né pensando que a ditadura a Rigor termina em 88 um período extenso da história né uma ditadura que de fato modificou perfil econômico do país e modificou a estrutura de classes do país então compreender o que aconteceu no 64 era um ponto crucial crucial paraa esquerda pro Marxismo e sobretudo para aqueles que tinham
compromisso com a l dos trabalhadores para entender o que que era afinal de contas aquela ditadura até hoje nós temos controvérsias sobre o que foi afinal de contas a ditadura Empresarial militar alguns qualificam como um golpe puramente militar né uma celada outros um revisionismo histórico dizem não mas sou o movimento a sociedade civil que estava pregando mudanças para impedir né a o retrocesso de uma política muito econômico corporativa dirigida por sindicatos enfim compreender a natureza ditadura é um ponal e florestan re examina A Estratégia do que foi foi a principal força da esquerda naquele contexto
né no final dos anos 50 que foi o Partido Comunista Brasileiro e diversas forças políticas que estavam próximas a essa posição como a esquerda do partido trabalhista a intelectuais do isb e diversos outras organizações movimentos culturais sociais que compartilhavam em linhas Gerais de uma análise estratégica sobre o Brasil e essa análise estratégica que estava muito fortemente dirigida por um pensamento que predominou na terceira internacional que vinha lá desde da década de 20 que aqui ficou conhecida como a estratégia de uma revolução Nacional democrática se tomarmos como referência a declaração de março de 58 do Partido
Comunista brasileira nós vamos encontrar nesta leitura Do PCB o uma proposição de que a principal responsabilidade da esquerda dos militantes de esquerda as organizações dos trabalhadores era justamente interferir num processo de revolução burguesa que acelerasse essa revolução burguesa que radicalize aprofundasse essa revolução burguesa de modo a Apagar os resquícios pré-capitalistas ou semifeudal brasileiro e na formação social Brasileira de uma forma geral e posteriormente feita essa tarefa democrática Nacional de natureza antilatifundiária de natureza anti-imperialista abriria se um novo estágio da revolução agora não mais uma revolução vinculada às frações democráticas da burguesia mas uma revolução de
natureza socialista então a organização dos trabalhadores a par partir de uma perspectiva que o país iria se industrializar de uma forma mais acelerada mais intensa capilarizada inclusive no nordeste pensemos a política né de Celso Chico de Oliveira na Sud na região Nordeste e isso tudo iria engendrar condições para que determinados sujeitos da revolução compreendidos aqui como um operariado se robuste e tivessem condições de protagonizar um novo momento da revolução do Brasil que seria a revolução socialista observem que essa proposição na declaração de Maro de 58 do Partido Comunista não era uma proposição absurda florest Fernandes
num texto que ele faz balanço da sua trajetória intelectual diz que a declaração de máo e a estratégia democrática nacional nacional democrática era uma hip necessária de trabalho e essa hipótese de trabalho ou seja não tá desqualificando isso como certo ou errado existia na vida real E era necessário entender o por se defendeu ISO e qual o sentido da organização de classes no Brasil sentido ou não a essa proposição da Estratégia política Ou seja a tarefa dos trabalhadores era apoiar as frações burguesas industrialistas potencialmente ou supostamente antil latifundiárias e com potencial antiimperialista e as reformas
sociais dariam por meio de uma ação mais altiva protônica dos trabalhadores neste processo de revolução burguesa de modo a dar uma afeição social a essas mudanças observem que esta análise não é tão diferente da análise que faz o partido dos trabalhadores na chamada estratégia democrá Popular posterior nós vamos encontrar muitos dos elementos desta reflexão estratégia posteriormente presente embora se dizendo crítica a revolução Nacional democrática mas também com muitos elementos que vão aproximar essas perspectivas estratégicas florestan diz que dois elementos foram fundamentais para sua reflexão sobre essa estratégia o primeiro momento ele diz que levou ele
a problematizar de maneira mais sistemática essa estratégia que veja embora Caio Prado tivesse críticas e outros setores da esquerda já tivessem crítica a essa leitura sobre a formação judicial brasileira também Caio prago não se distanciava tanto da agenda política propugnada pelo partido comunista no que disse respeito às tarefas dos trabalhadores na Revolução Nacional democrática no contexto da declaração de Março 58 florestan observa uma situação para ele muito marcante que foi a sua experiência na luta pela LDB em 61 LDB lei diretriz de base né O que que causa inquietação a Florestal ele diz afinal de
contas nós estamos ali defendendo uma lei diretriz e base Liberal organizada por educadores liberais como an Teixeira Fernanda cevo e ele constata que grande parte das principais frações burguesas no Brasil eram contra uma lei Educacional Liberal burguesa como entender isso o que que os liberais no Brasil se mobilizam se organizam como classe e ele constata que a sociedade civil está robeci já em 61 60 61 ele chama atenção nos texos constatei uma enorme organização da sociedade civil burguesa agindo contra a lei diretriz e bases esse aparente paradoxo traz uma inquietação profunda cores que ele tem
que tentar entender final de contas que que a burguesia é contra uma lei Educacional burguesa que uma primeira grande questão que que florest vai trazer sobre a experiência dele da análise que estava sendo feita na época e a segunda experiência fundamental foi o estudo que florest desenvolveu com uma série de outros pesquisadores na Universidade de São Paulo na cára de sociologia quando ele faz o estudo sobre economia e sociedade no Brasil a medida que florestan vai compreendendo como que se organiza de maneira mais profunda a economia brasileira como é que se organiza as frações de
classe no Brasil florestan começa a perceber de forma mais detida de maneira mais profunda e vivida e sentida que as categorias de análise que até então eles estavam utilizando não se coadunavam com a realidade Brasileira de forma plena em outras palavras ele estava inquieto com uma situação intelectual de produzir um estudo sobre economia e sociedade em que ele constata que era necessário produzir um conhecimento novo sobre a realidade brasileira em outras palavras retomando a expressão do José Carlos Mari Não dá para ser o conhecimento que se aplica em qualquer realidade e muito menos cópia né
Nial cpia a expressão de Maria e portanto era necessário entender a particularidade do Brasil na economia mundial isto traz uma mudança teórica de enorme alcance eu vou falar disso um pouquinho adiante Porque até então pensamento tempo crítico brasileiro tomava como unidade de análise o Brasil o problema científico setores progressistas setores críticos na universidade o pensamento crítico era pensar o Brasil e florest começa compreender que Brasil não é unidade de análise na realidade o que era unidade de análise era o capitalismo E era necessário pensar a especificidade do capitalismo no Brasil essas formulações essas duas inquietações
a burguesia não quer uma lei burguesa e a necessidade de transformar os conceitos e as categorias de análise em categorias vivas vinculadas à realidade brasileira para florestan foram os elementos decisivos digamos de uma inquietação que vai levar ele fazer o seu trabalho eh da sua cátedra sobre a sociedade sobre os negros da sociedade de classes e posteriormente florestan vai adensar esta análise num trabalho que ele vai concluir em 1968 é um trabalho a meu ver junto com a revolução doesa no Brasil são os dois pilares da obra moderna da obra madura com florestar que é
justamente sociedade de classes e subdesenvolvimento neste livro ele vai fazer uma série de revisões históricas sobre a formação social brasileira em que determinados elementos que ele vai trazer da análise de Marx vão ter um peso enorme na reflexão que ele vai fazer eh em especial nós podemos destacar eh três elementos teóricos que ele vai introduzir na construção de sociedade classe desenvolvimento o primeiro ponto eu já me referi de que não dá para estudar o Brasil o Brasil não é tema da pesquisa o Brasil não é uma unidade de análise o Estado Nacional não é uma
unidade se baste e portanto a problemática científica não pode estar centrada no país dejam que isto não é uma questão menor porque naquele momento todo o pensamento crítico da cpal que era digamos a referência do pensamento econômico mais prit e outros era de que existiam Nações centrais e periféricas que haviam trocas desiguais entre as nações industrializadas e as não industrializadas e que essas trocas desiguais explicavam o subdesenvolvimento portanto quando for prant está retomando os seus estudos mais densos sobre a formação social brasileira e diz a nossa análise não pode se dar sobre o Brasil mas
sobre as relações de classes das frações burguesas locais com as frações Mônicas florestan vai constatar uns estudos empíricos que ele fez sobre economia e desenvolvimento já em 64 65 de que no caso brasileiro não dá para explicar o subdesenvolvimento ou mesmo o imperialismo como uma realidade que vem de fora para dentro do Brasil que era essencialmente análise de toda a esquerda aqui no Brasil e que o problema er o imperialismo estadunidense é o problema é a ação do imperialismo externo que temos que somar forças com as trações burguesas locais mais democráticas e plestan vai dizer
Não é bem assim nós temos que entender o que são essas frações portuguesas e ao estudar essas frações burguesas florestão vai constatar que de fato elas estão associadas mas não como um polo passivo elas não são ao contrário que se supunha uma burguesia fraca não são uma burguesia Coitadinha que é vítima defesa do perverso imperialismo Floresta vai constatar distintamente que fundamentalmente nós vamos ter no Brasil frações burguesas ativas no imperialismo protagônico imperialismo ainda que subordinadas então observem que aqui nós temos estamos constituindo um outro campo de análise política um outro campo de análise política tanto
florestando e toma como referência as relações de classe primeira grande ctura Digamos epistemológica que nós vamos encontrar no trabalho do Florestal segundo ponto importante da análise do florestão era de que um outro Prisma sobre o subdesenvolvimento teria que ser discutido florestan não trabalha o desenvolvimento como ideologia Como trabalhou airo florestan no entanto está subendo claramente embora el não explicite isso de que não dá para discutir desenvolvimento e subdesenvolvimento porque isso contém uma teleologia o que seria essa teleologia a teleologia acesso de que os países T graus distintos de entre aspas desenvolvimento e há um suposto
de que as nações vão caminhando do subdesenvolvimento para o desenvolvimento num processo meio inexorável de modo que com a industrialização com maior grau de desenvolvimento tecnológico com multinacionais chegando ao país o Brasil estaria caminhando rumo ao desenvolvimento estaria caminhando rum modernização ISO está presente em diversos tipos de formulação desde super conservadoras e reacionárias de rost até as análises de da CEPAL sobre a questão do desenvolvimento das problemáticas desenvolvimento desenvolvimento o que que é fundamental aqui na análise epistemológica do florestão a retomada de uma perspectiva do Marx que tá na crítica economia política mas particularmente está
presente no prefácio de 1859 em que Marx vai utilizar uma metáfora que é muito importante na análise teórica do Marx que é a famosa de que o estudo da anatomia do homem é a chave pra compreensão da anatomia do macac o que que é essa tese do ma É a tese que bachel chama de atualidade da história da ciência em outras palavras não é o passado que explica o presente não é a situação Colonial que explica o capitalismo no Brasil para entendermos a particularidade do capitalismo no Brasil nós temos que entender o capitalismo E aí
sim nós vamos poder compreender melhor a natureza da situação Colonial brasileira em outras palavras não é o acúmulo de Investigações sobre o passado que nos dá a chave para compreensão do presente mas distintamente é a compreensão do capitalismo Mais maduro e ele está chamando esse capitalismo um nome próprio capitalismo monopolista em que este período já capitalismo maduro monopolista pode explicar melhor as particularidades do capitalismo no Brasil no período que florestan esteve no exílio em Toronto ele vai fazer o estudo sistemático da obra do Lenin vai voltar a estudar os processos revolucionários e investigando len e
particularmente os seus estudos sobre a revolução de 1905 na Rússia florestan vai se dar conta do peso da anares do lenen sobre o desenvolvimento desigual capitalismo e ele vai justamente constatar que é possível processos de mudanças burguesas que não impliquem num processo de revolução burguesa semelhante àquele que determinado países europeus viveram particularmente o caso clássico francês ou a Revolução Inglesa ou mesmo a revolução estadunidense e que o desenvolvimento desigual do capitalismo possibilita uma interpretação claramente não eurocêntrica da revolução Portuguesa em outras palavras florestan começa a compreender de uma maneira mais sistemática que é possível revolução
burguesa usando a expressão do Antônio gram revolução sem revolução Ou seja é possível chegar ao capitalismo maduro chegar ao capitalismo monopolista sem os a mesma via revolucionária que as outras frações viveram na Europa e isto paraa florestan vai ser o elemento que ele vai amadurecer em 75 quando publica a revolução burguesa no Brasil então observem que quando florestan sistematiza em 68 sociedade classe so desenvolvimento a constatação dele é de que o desenvolvimento desigual do capitalismo explica o aparente atraso no Brasil e que aquilo que na formulação da declaração de mar 58 era compreendido como resquícios
pré-capitalistas resquícios semifeudal no Brasil era um capitalismo real ou seja a barbárie do trabalho as relações arcaicas de trabalho são capitalismo real alimentam setores modernos alimentam os setores modernos e os setores modernos da economia se assentam também nessas relações com o século XX nós continuamos Tendo isso há muitos anos atrás né eu creio foi até um exemplo não sei se foi o Sousa Martins que fez ele mostra que numa produção agropecuária na região norte da Volkswagen cada animal tinha um chepe cada boi tinha baca tinha um chepe no corpo que permite da Alemanha acompanhar o
rebanho inclusive ter dados sobre peso idade e outras variáveis que estão presentes naquele ch ou seja você controla da Alemanha o rebanho na Amazônia mas as relações de trabalho eram análogos a escravidão isto acontece permanentemente no Brasil as grifes de luxo que estão nos melhores Shopping Center utilizam força de trabalho aado do escravidão os bolivianos e não só bolivianos compreender isso como não atraso ou seja entender que isso não é um resquício do subdesenvolvimento do atraso do arcaico no Brasil mas iso é capitalo ismo real é um elemento da análise teórica crucial que ele vai
trabalhar a questão de que é possível coexistir tempos históricos desiguais numa mesma formação econômica e social isso compõe uma problemática do capitalismo e ele vai conceituar essa problemática do capitalismo com o seu denso conceito de Capitalismo dependente Observe de Capitalismo dependente não tem a ver com a teoria da dependência de cargoso ou de feto que éos feto o substantivo é o capitalismo a qualificação é que este capitalismo tem uma especificidade é o capitalismo independente mas o tema fundamental Não é a dependência é o capitalismo então A análise dele é completamente distinta da de caroso e
paleto retomando A análise do florestan 68 ele conceitua portanto Brasil como um país capitalista dependente e conclui que duas dimensões são cruciais para entender a par particularidad do Brasil na economia mundial primeira particularidade processos muito específico de exploração do trabalho temos um trabalho fundamental Chico de Oliveira que ele vai mostrar que na ditadura o milagre econômico brasileiro né quando a classe média vai para Disney né realidade que a gente conhece bem né de anos recentes também no Brasil naquele contexto milagre econômico a maior parte de trabalhadores que recebia sal um salário mínimo estava na indústria
completamente distinta da análise que se supunha de que não setores modernos tem um trabalho mais digno de melhor qualidade né temos que lembrar que no período que o Brasil estava com taxas de crescimento muito importantes né Eh 90% dos novos empregos com carteira assinada foram empregos até dois salários mínimos esseo recente presente Dea a forma específica de exploração do trabalho é um elemento crucial da análise do capitalismo independente e a segunda segundo Pilar desse conceito são os processos essos de expropriação dos Trabalhadores expropriação no sentido preciso de Marx de que expropriar é despossuir o trabalhador
de meios de trabalho que leva esse trabalhador a necessariamente vender a sua força de trabalho seja em que condição for não há outro meio de sobreviver senão qu posto de trabalho então florestan vai entender a importância das expropriações no momento em que o pensamento social já estava muito marcado com uma perspectiva evolucionista de que em países como o Brasil esta questão já estava superada e ele vai mostrar que não que o problema segue sendo a expropriação e isto explica como que é possível ter produção de mais valia suficiente para atender a seio das frações burguesas
locais e das frações burguesas dominantes Ou seja a extração da mais-valia tem que se D em tal grau no Brasil que seja possível ao mesmo tempo enquanto um de mais valia para as trações burguesas locais e um quanto maior de mais valia para as trações burguesas dominis então A análise de de Florestal sobre o capitalismo dependente a a meu ver explica a análise que ele vai fazer posterior 75 sobre a revolução burguesa no Brasil qual é a conclusão que o florestar vai chegar de que no Brasil ao contrário de um pensamento eurocêntrico e evolucionista nós
tivemos revoluções pistas processuais com especificidades que tornaram o Brasil um país profundamente estruturado como uma formação Econômica social em que as frações burguesas dominantes estão visceralmente articuladas ao imperialismo mas não como vítimas mas como sujeitos observem que essa questão é uma mudança teórica de enorme alcance todo mundo falar Brasil desenvolvido Brasil vítima do imperialismo o Brasil atualmente mesmo com toda a crise é a oitava economia mundial L na economia mundial ou seja tem um parque produtivo sofisticado etc e florestando diferente das análises daquele momento para mostrar que aquela chamada industrialização etc era um fato concreto
na formação social brasileira em 75 quando ele escreve a revolução burguesa no Brasil parmente a terceira parte desse livro florestan vai mostrar portanto que o golpe Empresarial militar 64 como mostra ren forma brilhante é um golpe para consolidar o capitalismo monopolista no Brasil é um golpe que estrutura relações de classes com basea autocracia e que a burguesia que está se consolidando e estruturando aqui no Brasil as frações burguesas são frações robustas importantes subordinadas mais importantes esta formulação de florestano terá como contrapeso para a esquerda a discussão sobre a possibilidade de frações burguesas no Brasil serem
reformistas e aqui é o grande tema que vai estar presente discussão sobre estratégia do P em outras palavras existem frações burguesas dominantes capazes de empreender um projeto autopro de nação A análise que florest vai fazer é precisa quanto a isso ele vai dizer não não existe frações burguesas dominantes capazes de protagonizar um projeto autopropelido de nação diante disso por suposto estão descartadas políticas de duas etapas de primeiro vamos nos aliar aos setores burgueses modernos as frações burgueses modernas para depois discutir o socialismo desdobramento disso a formulação que o Floresta vai fazer de revolução da ordem
revolução fora da ordem há uma leitura que eu não concordo de que quando florestan fala revolução dentro da ordem revolução fora da ordem ele está trabalhando como etapas de processo da revolução brasileira a meu ver essa leitura não tem sustentação na obra florestando ele está discutindo ele está analisando a simultaneidade dos processos de correlação de forças no Brasil em que desde o presente não cabe conceito de reforma quando ele está falando sobre a educação pública quando o florestana tá discutindo os direitos dos indígenas quando florestana está falando sobre os sexuais quando o florestar está falando
sobre os problemas da saúde pública ou da reforma agrária ele está dizendo de forma a meu ver precisa que todos esses processos não são de reforma porque não estão referenciados em pactos com a burgesia são feitos em enfrentamento com aesia no conflito com aesia e ao mesmo tempo devem ter no presente um conteúdo uma marca revolucionária no sentido que a escola que nós estamos defendendo embora aparentemente seja uma cons Liberal democrática escola pública gratuita laica Universal a Rigor é uma escola que deve conter germes de uma educação do futuro porque que ela embora seja uma
escola vinculada ao estado deve ser uma escola viva que Pulse vida Cultural de modo que tal como Marx está formulando na crítica ao programa tigota referenciado na experiência da Comuna de Paris as escolas públicas devem ser não escolas em que o estado seja o educador mas a escola em que os educadores TM um protagonismo os conselhos sociais os conselhos populares possam dar vida e autonomia a essas escolas se estamos discutindo hoje reforma agrária que é claramente uma consisa Liberal democrática temos que discutir o conteúdo socialista da reforma agrária no presente e é isto que ele
vai caracterizar como uma dialética entre revolução dentro da ordem e Revolução fora da Ou seja quando ele está usando a categoria revolução ele está compreendendo que as tarefas que cem no presente na correlação de forças em que claramente eh vivemos uma sociedade capitalista sobre hegemonia burgesa ainda assim as mudanças que nós devemos fazer no presente não são mais um processo tele lógico de reformas que vão progressivamente ampliando a esfera pública e distintamente devem ser processos protagonizados pelos trabalhadores para no presente colocar a problemática do socialismo em outras palavras a estratégia é o socialismo E para
isso é necessário essa mediação da revolução dentro e fora da ordem então na obra do florestan al nós vamos encontrar uma reflexão profundamente rigorosa e densa da formação social brasileira que nos abre caminho para pensar os desafios do presente não só no Brasil mas na América Latina e no mundo ou seja para que que estamos discutindo escola pública universidade pública reforma agrária saúde pública políticas de habitação políticas para Cidade política de transporte o que que nós estamos debatendo sobre isso discutir a ciência a tecnologia estamos falando sobre o qu Quais são os desafios epistemológicos da
ciência e da tecnologia nós precisamos de tecnologia apenas para reafirmar que o único modelo possível de agricultura é O agronegócio ou podemos pensar usando a expressão do Walter a contrapelo e pensar uma agricultura forte intensidade científica mas que objetiva produção de alimentos saudáveis com outro modelo de organização da Agricultura quando estamos debatendo a educação pública estamos falando sobre o quê sobre a formação e a coisificação dos seres humanos como força de trabalho como capital humano ou estamos falando como queria florestan no desenvolvimento de uma educação capaz de desenvolver a imaginação inventiva de todos que tê
o rosto humano enfim essas problemáticas a meu ver são trazidas na Perspectiva ex estg que Fernandes vai amadurecer nos anos finais de sua vida em que particularmente ele vai fazer crítica ao PT já naquele momento argumentando que a função do partido tem que ser em termos para mim granos uma formação pedagógica de que nós devemos ter no presente estratégias de formação de autoformação dos trabalhadores que potencializem possibilitem a autonomia frente as coerções de uma sociedade opressiva exploradora etc etc então a tarefa fundamental era manter a autonomia dos movimentos dos trabalhadores frente ao estado e ao
par particularismo do capital de modo que os movimentos e as lutas fossem Pando este processo de autoformação Coletiva que potenciar e desenvolveria perspectivas de uma transformação radical da sociedade brasileira na Perspectiva socialista Acho que em Minhas Gerais seriam esses pontos que eu gostaria de pontuar PR gente destacar para que a gente possa prar um pouquin [Aplausos] isso o comentário que eu ia fazer é é é bem simples Até o risco né de eu ser acusado só falar da legalização né É porque o Roberto tava falando sobre essa questão da relação da burguesia brasileira com o
imperialismo e eu lembrei de um negócio que é muito interessante que é muito comum no movimento antiproibicionista as pessoas acreditarem que o Brasil proibiu a maconha porque os Estados Unidos pru maó a gente houve isso o tempo inteiro né tudo que é ruim né foi veio de for só Vejam Só curioso os Estados Unidos proibiu a maconha em 1937 primeiro lugar do mundo aib a maconha foi a cidade do Rio de Janeiro em 1830 mais de 100 anos antes dos Estados Unidos Proibir a maconha Aibi da maconha [Música] século X Pro século XX já existia
uma delegacia de polícia do Rio de Janeiro especializada em prender maconheiro Na verdade era especializado em reprimir os negros porque era inspetoria de tóxicos E mistificações aí prendi o pai de santo o capoeirista o sambista e o macoeiro e o e e a diplomacia brasileira é que foi pras conferências internacionais a partir de 1899 1901 defender que a maconha tinha que ser colocada no rol das drogas proibidas internacionalmente com discurso racista e tal né de que a prova de que a maconha fazia mal é que os negros são nbes mentais porque fumam maconha Ness foi
discurso oficial de de delegações brasileiras né então só queria fazer esse comentário como que é uma das principais estratégias hoje de opressão de classes no mundo não surgiu nos Estados Unidos surgiu no Brasil uma tecnologia de criminalização e repressão de grupos políticos de grupos étnicos né de segmentos de classe que foi produzida pela né pelas classes dominantes do Brasil e então eu queria convidar vocês a fazerem uso da palavra sei que o primeiro sempre fica mais tímido depois é uma enchurrada de discuções o Cláudio tác falei sou a Bara Cláudio O Cláudio é uma pessoa
que me fez me sentir muito velho porque foi o primeiro presidente de associação de [Música] doove aprofundar o debate a questão da expropriação obviamente a partir do que vem acontecendo com a política educacional né Eu acho que isso é importante como que inclusive as frações de empresariado da educação né vem crescendo em cima da própria expropriação da educação pública não tem como a gente não eh aproveitar para debater isso um pouco mas acho que vale a pena também a gente estava aqui da última vez naquela reunião debatendo sobre a questão do projeto da prefeitura novo
sobre reputação e tudo mais acho que destacar como que a fração burguesa que trabalha com construção civil planejamento de cidades e tudo mais uma das mais dinâmicas que tem como que ela sempre se aproveita pela própria constituição né da do modo de produção da construção como que ela aproveita dessa fragilidade da força de trabalho né organizada a organização do trabalho né da constução Civil que representa de uma forma muito dinâmica essa contradição né Desse capitalismo dependente a partir da desorganização do da informalidade né da construção civil com que isso tem também reforçado bastante a piora
da situação das nossas cidades é uma outra forma de expropriação do direito à cidade né ao Rio de Janeiro nos últimos anos vem produzindo espaços que se colocam de uma forma cada vez mais intensiva e expropriando o próprio espaço popular da cidade nessa contradição também uma contradição importante destacar já que obviamente as empr inteiras e tudo mais são uma das forças mais dinâmicas internacion internacionalizadas também do do país eu acho que são dois elementos aí aproveitando composição da mesa que vai Talvez fazer um debate qu quer falari Boa noite eh bom Sou professora da rede
Municipal rede pública e feliz da gente ter esse debate aqui principalmente no momento que a gente está hoje né e tanta despolitização não consigo olhar PC eh no momento de tanta despolitização né dentro da educação e de repente né e vendo a história do do florestan junto com o momento político que a gente tem hoje né de pressão de de uma despolitização aí vem a história né do resultado O que foi a postura mais política dentro do Enem a gente tem essas forças né dentro da educação eh uma coisa que a gente tem debatido ultimamente
é esse projeto de base curricular nacional e infelizmente eu posso avaliar diante da minha matéria que é geografia e a gente vê uma uma uma assim um esvaziamento eh forte da política que se tinha até no PCN que foi tão criticado a gente a gente tá no momento avaliando e vendo que isso pode ser até mais prejudicial ainda então se puder de repente fazer um paralelo dentro o que que é essa nova proposta de educação e o que el também obitado acho que tanto a questão de Cláudio como de andress tem a ver com um
debate que quem tem dado uma contribuição a meu veem muito positiva que aliás teve aqui também né a professora Virgínia fondes de que no tempo presente Nós temos duas formas de expropriação de desp possuo dos trabalhadores a primeira forma obviamente os me de trabalho né Nós temos um retrocesso na reforma agrária nós temos como lembra Cláudio eh política de expropriação de territórios onde habitavam trabalhadores né e habitam Trabalhadores em prol da especulação né e da acumulação do Capital deslocamentos que vê né desde os tempos eh da Fundação Leão 13 né das políticas remocion que seguem
expropriando um contingente enorme de trabalhadores para a inserção em circuitos que exigem a venda de forço de trabalho que mesmo programas como minha casa e minha vida o trabalhador tem que pagar e portanto tem que ter alguma fonte renda e isso novamente é uma maneira de manter os trabalhadores vulneráveis frente ao capital forçando os trabalhadores a vender sua força de trabalho em qualquer condição os mais brutais seja mas temos também uma expropriação de segunda ordem como mostra reg quando o trabalhador não tem educação pública saúde pública política de transporte tornam-se obviamente trabalhadores mais dependentes e
vulneráveis e novamente exigindo que vendo a força de trabalho ainda que nas piores condições as expropriações secades educação saúde transporte etc hoje são dimensões cruciais para explicar por que no Brasil nós temos processos de exploração tão brutais e que não se alteram estruturalmente a falácia daquela dita categoria sociológica da nova classe média ela é não tem nenhuma sustentação teórica empírica os trabalhadores seguem brutalmente expropriados e explorados no Brasil Grosso da post trabalho está despossuída de condições que assegurem melhor interação no mundo do trabalho e barganha na relação ao capital trabalho a mudança curricular a meu
ver está inserida dentro de um circuito de questões da educação que nós não podemos secularizar a padronização minimalista que é isso do da nova base curricular Nacional ela reduz o conhecimento científico cultural artístico a determinadas competências determinadas competências encolhendo o campo de reflexão das escolas públicas no sentido de uma reflexão sistemática e rigorosa sobre os grandes temas da geografia da história eh particularmente da história há uma devastação de conhecimentos históricos sem precedentes sem precedentes porque o sistema de avaliação foca as chamadas competências em português e matemática e não português como linguagem e nem matemática como
uma forma de pensamento simbólico mas como habilidades minimalistas tanto em português que matemática é isso que define o IDE o Ideb essencialmente é um descritor de competências as diretrizes as diretrizes não né agora Pior né a base Nacional curricular ela restringe o campo de do que é dado a pensar na escola operacionalizando e intensificando o controle do que dá para pensar por meio de sistemas de avaliação e o sistema de avaliação por sua vez está apensado a um processo novo novo de controle do que é dado a pensar por corporações que fazem apostilas temos um
sistema de apostilamento que não é exclusivo do Brasil deess exemplo outro dia essa semana no CEP Lembrando que na cidade de Nova York quem distribui as cartilhas das escolas públicas é um grupo econômico grupo piro que também está aqui no Brasil onde as apostilas são também de escritores de competências que vão ser aferidos pelo sistema de avaliação no caso da Prefeitura de Nova York acabaram ah publicando a lista dos professores incompetentes botaram nome e sobrenome dos professores que não batem as metas para que a população saiba quem são os professores incompetentes da cidade e se
Seu filho estuda ou não com competente você deve ir lá brigar para que ele vai embora da escola porque é intolerável professores que não conseguem bater metas então a mudança curricular significa conforme propõe Luis Carlos Freitas a uma lógica de empresariamento em que os homens de negócio passam a definir o conteúdo do que é dado a pensar na escola então é um processo de novo tipo de controle empresarial sobre a educação por meio de coalizões empresariais muito bem estruturados como Todos Pela Educação Associação Brasileira do abre o negócio o sistema S enfim é uma mudança
estrutural que está em curso e conforme lembra a Andressa são eh paradoxalmente ironicamente um retrocesso em relação às próprias diretrizes curriculares anteriores nós paremos curriculares nacionais a educação básica e diretrizes no caso educação superior então é uma mudança muito preocupante que se coaduna com a diluição e o esvaziamento da polarização entre o público e o privado é importante destacar que está em curso no Brasil V Claud fez referência a isso um processo de mudança da Constituição Federal em que um dos princípios constitutivos da formação Nacional da formação de uma nação entre aspas democrática que é
a educação pública ser gratuita está sendo relativizado e essa relativização que é a mudança do Inciso 4 do artigo 106 é o prenúncio de novas ações contra a gratuidade da educação pública brasileira quando foi apresentado o projeto o argumento era que seriam cursos de aperfeiçoamento cursos de extensão são já são pagos mesmo né nas universidades Então é só uma regulamentação do que já acontece no entanto quando examinamos o texto vamos constatar que já foi inserido a pós-graduação em estritos seus como possível ou como passível de ser uma pós-graduação paga no caso dos mestrados profissionais obviamente
isto abre caminhos perigosíssimos por fim da gratuidade porque em contextos de crise econômica em que ajuste a lógica do ajuste fiscal Preside as políticas econômicas nós vamos ter seguramente o incentivo para que as Universidades cobrem cursos façam não mais mestrados academ mais mestrados profissionais para arrecadar dinheiro e assim poderem custear suas despesas com a pós-graduação foi esse o processo que levou o fim da gratuidade da pós-graduação na Argentina foi esse o processo que levou mens idades que eram simbólicas né no em Portugal particularmente na Espanha mas em especial em Portugal também na Inglaterra que hoje
são mensalidades absolutamente astronômicas né dos padrões dos trabalhadores médios levando gerações e gerações de jovens estar endividados no sistema financeiro para poderar as suas matrículas né inclusive jovens que são forçados a prostituição etc para pagar as seus mensalidades das instituições que eram até então gratuitas ou então que tinham mensalidades que eram simbólicas né então a quebra do artigo 206 a meu ver é algo que deve ser profundamente debatido problematizado e me surpreende uma certa eu não diria passividade mas pelo menos um adormecimento dos movimentos de juventude sobretudo diante da situação de quedra naturalidade que não
é uma questão secundária mudar a constituição não é algo secundário da Constituição é algo estrutural né que tem prenúncios aí importantíssimos quando nós abrimos mãos daquilo que foi Conquista né E aí lembramos flest fundamental paraa escola pública algo muito grave é você fez um debate que todo mundo elogiou muito ontem no no encontro de sempre que infelizmente pin eu cheguei atrasado não sou Fernandes mas quero aproveitar um pouco a preocupação da professora que veio aqui falar eu eu fui professora 27 anos da B da Fluminense e eu trabalhei comecei a trabalhar com História e depois
lembro aquele período de estudos sociais em que você trabalhar na história geografia você trabalhar na geografia humana geografia social né porque pegava as duas coisas eh e ali eu me lembro que quando comecei a trabalhar e eu adotei oar off das minhas turmas lá no terceiro distrito de Caxias e depois voltei chorar vingando para minha professora puxa é muito difícil não ent e ela é muito difícil fazer esse trabalho ajudar a mudar a sociedade trabalhando né com jovens e tentando mudar a consciência espaço para que ele percebesse isso ela me deu um puxão de orelha
né Lembrou que formações sociais não seão e nem uma década senão em século 16 florestando Quando pensou E aí eu cheguei a trabalhar só chamando lembrar isso eu chamei atenção eu eu trabalhei com esses conceitos de desenvolvimento desenvolvendo depois chegou o momento em que esses conceitos saíram praticamente mudaram alguns autores né já começaram a questionar etc e você falou nisso me lembrou muito eu não sei exatamente em que época foi se deu e e eu queria perguntar para você assim a menos que você queira que eu atravesse aquela Rua Forte os pulsos o seguinte L
nós estamos vivendo nesse momento um ataque Total Eu acho que o florestan não podia imaginar o que está acontecendo agora o retrocesso que a gente tá vendo projeto de escola sem partido e os parâmetros curriculares nacionais que já foi citado os profess repeti lançar Matinha ali tem que lançar botara do en não poder provar muita gente etc Acho que tudo que é educação tudo que a sociedade brasileira tá vivendo hoje né o desemprego crescente a exploração máxima máxima do Capital sobre trabalho tudo isso e dentro da educação é muito grande mas chegou a a pensar
que isso poderia acontecer em algum momento no Brasil ele chegou a falar um pouco sobre isso e por último assim ajuda o que mais a gente vai fazer porque tá difícil junar gente no sindicato por exemplo eu falo de um sindicato que ainda coloca uma grande quantidade de pessoas e de um município que consegue fazer Assembleia com 1200 pessoas ainda então assim você como é que a gente vai fazer agora o que é que nos resta vamos fazer formação estamos aqui ó estamos aqui acho maravilhoso o trabalho que o m tá fazendo né mas assim
além disso tem alguma você tem alguma dica Você que vive pesquisando que tá passando um momento difícil lá naquele não FJ como é que é então só para cumprimentar a fala do de alguns que já falaram aqui eu tenho uma irmã que estuda e no município do Rio no colégio que o prefeito chama de colégio referência que ah está acontecendo um processo que eu como professor de história né apesar de m trabalhar na área eu fui me interar mais próximo acompanhando o desenvolvimento a formação daquela criança que eu vi crescer desde criança e que os
professores agora eh eles estão acumulando funções além do da sua formação ou seja professora de português da aula de história da aula de geografia a professor o professor de matemática da aula de biologia da aula de matemática eu queria que vocês falassem um pouquinho sobre isso para complementar a o que já foi dito a questão seria um pouco em relação em relação ao partido né Esse instrumento da revolução você mencionou que o o florestan fez crítica já fazia crítica na época década de 90 já o PT já Tend TV estando no meio já da degener
sência do do partido né e seria possível fazer falar um pouco nesse nesse aspecto né do partido do florestão e talvez um comparativo em relação à situação atual pessol não sei como é que poderia fazer esse paralelo a reflexão que florestão fez em 75 sobre a revolução burguesa ele permanentemente está trabalhando com uma perspectiva de que as trações burguesas dominantes mantém uma autocracia burguesa naquele momento muitas das críticas que foram dirigidas ao florestano era de que ele tinha pesado na caneta como falava em autocracia porque ele escreveu num momento duro da ditadura anos 70 mas
que as lutas dos anos 80 particularmente a luta que gera a constituição o asenso das lutas sociais nos anos 80 a própria ideia de uma constituição cidadã estaria negando este conceito do florestão na minha interpretação essa crítica ela ao contrário do que supunha era o seu objetivo é que foi datada FL estão tá analisando uma longa duração da formação social brasileira ele não estava circunscrito apenas a questão da ditadura Empresarial militar ele tava retomando os anos 50 e 60 por que que a burguesia não faz mudanças próprias da história Burg Essa é a questão ele
vai ao contrário argumentar no sentido de que a natureza do capitalismo independente que exige uma extração de mais valia robusta suficiente para ser dividida entre as frações locais e as frações santes impedem processos reais de reforma social observem que mesmo no momento em que nós vamos ter mudanças no perfil social dos setores mais palpados da classe trabalhadora do Brasil não são e não foram mudanças estruturais nenhuma mudança no Brasil foi feita no trabalho a política de entre aspas inclusão social foi por meio de bolsas que não alteram de forma direta a situação do mundo do
trabalho então na minha interpretação isso que nós estamos vivendo agora é uma expressão do que florestan conceituou como autocracia Ou seja é uma FR são burguesias que não são abertas a reformas sociais e não porque são especialmente perversas maldosas né feias sujas e Malvadas não é isso a tá forma de organização padrão de anulação né então acho que a análise que floran fez eh que está corroborando a sua interpretação de que essas frações burguesas não vão protagonizar um projeto autopropelido de noção que abr possibilidades democráticas Ou seja a democracia no Brasil os direitos sociais as
políticas sociais universalistas estão na mão das praas trabalhadoras acho Por isso que fo esta discuti Então acho que essa reflexão que Sona traz ela é importante para nós atualizarmos essa situação né então escola sem partido né todo esse ataque Frontal à gratuidade a relativização entre o que é público e privado no plano nacional de educação conceituando como público as parcerias público-privadas né tudo isso acho que são pontos eh importantes hoje né da nossa reflexão a polivalência que foi trazida aqui né professor de português pode trabalhar matemática história química física etc é a lógica da expropriação
do conhecimento dos professores isso é o ponto crucial para pensarmos hoje a problemática da educação brasileira os trabalhadores da educação estão sendo vigorosamente expropriados daquilo que deveria ser o fundamento do trabalho docente que é a a possibilidade de processos mais sofisticados e complexos de produção e socialização de conhecimento nas escolas em que o trabalhador docente é um trabalhador intelectual organizador da cultura que sistematiza reflexões no campo da Ciência da arte da cultura da filosofia enfim e distintamente a ideia que o professor pode trabalhar toas disciplinas que ele vai simplesmente aplicar as apostilas muitos de vocês
devem lembrar uma expressão do ex-secretário Estadual de Educação o risolia que conceituou o professor como aquele profissional que entrega é entregador de conhecimento que conhecimento é ise conhecimento que está subsumido nessa apura que está subsumidos nos recursos entre aspas tecnológicos isso significa né a expropriação e o aprofundamento da subordinação real do trabalho Outro ponto que foi trazido para nossa reflexão muito importante né é a reflexão que florestan fez sobre o partido o tempo todo florestan está debatendo a necessidade que o partido Tem uma função intelectual mas não uma função intelectual dogmática ou uma função intelectual
de dirigir Trabalhador de dar a mensagem da Verdade e o caminho preciso para os processos históricos sociais ao contrário ele está sustentando que um partido fundamentado no socialismo tem que ser necessariamente um partido que Organize espaços de autoaprendizagem da classe e daí a crítica que ele faz a pt como um partido que está mirando a institucionalidade tá mirando a ocupar postos no Parlamento nas prefeituras né e nos governos eh abandonando todo o processo de autoformação da classe que é o ponto nodal para por ex é Claro que todo o partido na ordem social existente vive
essa tensão e essa contradição a questão que nós temos que nos colocar hoje né e eu acho que é uma reflexão que todos nós temos que nos fazer é se de fato temos hoje condições de afirmar a forma partido como espaços de autoformação esclarecida consciente e crítica do conjunto dos que vivem do próprio trabalho são explorados Então acho que esse é o debate claro que temos elementos da conjuntura política né do Parlamento da importância do Parlamento da importância dos governos municipais estaduais etc são elementos que devem estar presentees nas nossas reflexões é óbvio é óbvio
que deve estar é a perspectiva de apontar de maneira objetiva que é possível desenvolver outros projetos paraa cultura paraa arte etc mas tudo isto só tem sentido se de fato Houver mudanças na forma da militância organizada no sentido de forjar uma outra correlação de forças da sociedade né então eu acho que a reflexão aqui cor fez sobre a crise do PT já naquele momento ela segue sendo muitíssimo atual pro conjunto da esquerda brasileira muitíssimo atual em especial eu diria No que diz respeito à formação né a o trabalho de Formação ainda é muito incipiente e
é importante destacar que eh há ainda dentro da esquerda algo muito arraigado de que também na luta política nós temos uma divisão social do trabalho né em que alguns são digamos militantes mais braçais né são mais musculares e outros militantes são mais neuronais né obviamente essa é uma disjunção inaceitável para quem está forjando uma outra perspectiva de sociedade com outra perspectiva pra educação paraa formação humana enfim Então esse é um tema hoje Mundial né em que nós temos est permanentemente discutindo Como podemos produzir conhecimento rigoroso em conformidade e articulado à lutas cotidianas né as lutas
sociais Qual é a particularidade da escola da Universidade os espaços né que são chamados formais e quais são as particularidades dos espaços de aut formação na própria luta social né tal como vem acontecendo em diversos movimentos no mundo inteiro né então acho que eh é uma reflexão extremamente necessária extremamente atual o próprio esforço né do mandato companheiro C CCO né E de de diversos setores da militância mantermos eh de maneira mais permanente uma apresentação sobre como se diversos autores pensaram de maneira original o país né que aportes teóricos trouxeram né mesmo que ainda em grandes
linhas eu acho que é um elemento importante que temos que nos apropriar também de pensamento social crítico que foi produzido no país para pensar a particularidade do país no caso das relações de classe melhor dizendo que temos em nosso país né e flé Fernandes seguramente foi um dos autores mais importantes Luminosos destacados do pensamento crítico brasileiro acho que tem uma obra vastíssima eh obviamente com muitas tensões internas né uma obra muito extensa né que vem lá dos anos 40 até a década de 90 mas eh florestan foi a meu ver capaz de fazer uma interpretação
rigorosa muito fundamentada nos seus estudos empíricos embora isso não apareça de maneira explícita nos seus trabalhos particularmente nos seus últimos trabalhos muitas vezes al florestan foi injustamente criticado porque ele não mostra todas as tabelas noas tabelas Eu já trabalhei 20 anos os meus trabalhos anteriores eu estou fazendo sínteses é importante destacar na Perspectiva marxiana que existe momento na produção do conhecimento que é de Interpretação da empiria na teoria e há momentos de síntese sobre o que está sendo buscado na empiria né e eu acho que o flest se destacou fazer uma síntese magistral brante sobre
o processo de formação histórico social da realidade brasileira e é uma obra obrigatória para todos que querem ter um pensamento crítico sobre a formação social econ Bras acho que eh junto com outros autores do pensamento social brasileiro a opera Florestal é absolutamente crucial para termos um pensamento original Como reiterando José Carlos Mari que não seja nem de C sobre um drama histórico que nós temos que no dedurar e só nós podemos nos dedurar en que vivemos essas lutas um cotiano parabenizar a todos agradecer a oportunidade né E também a participação de vocês a atenção que
vocês tiveram junto essa esse momento de reflexão agradeço muito perspectiva e a h de ter estado aqui com [Aplausos] vocês P obrigado então presença de todos e todas quer agradecer especialmente a presença da Naira da Júlia do Vinícios ter permitido que a gente fizesse a homenagem ao Emílio aqui no nosso espaço e agradecer também muito ao Roberto l a gente sabe a loucura que é agenda de um reitor nãoé reitor da frj é um privilégio muito grande pra gente ele ter aberto a agenda dele para participar aqui conosco resg Obrigado aí para todo mundo B