[Música] de um lado do conflito sertanejos pobres que seguiam um líder religioso de outro o exército brasileiro servindo a causa de uma república recém-nascida e que trazia mudanças que parte considerável do povo não compreendi a guerra de Canudos foi um conflito que ocorreu entre novembro de 1896 a outubro de 1897 que colocou sertanejos pobres que se organizaram em torno da figura de Antônio Conselheiro que era um líder religioso em rota de colisão com o exército brasileiro e o palco desse embate foi o interior do Estado da Bahia o conflito está encaixado no contexto da república
velha e a compreensão das características gerais desse período são fundamentais para a compreensão sobre o que realmente representou esse evento meio conflito meio massacre que marcou a nossa história a República no Brasil nasce de um golpe militar dado em uma monarquia que não mais agradável como regime político a Poderosas camadas da sociedade brasileira diante disso O setores militares e oligarquias agrárias se uniram para dar início a uma república que por muito tempo manteria as mesmas condições desiguais no campo que eram vistas durante a monarquia se é bem verdade que a influência republicana Francesa e as
ideias positivistas no meio militar ajudam a entender o sentimento profundamente Republicano de muitos militares brasileiros que ampliam sua importância social após a Vitória na guerra do Paraguai não é possível entender a derrubada da monarquia sem compreender a insatisfação da Elite agrária brasileira por causa da perda de controle da monarquia sobre o contexto abolicionista que culmina com o fim da escravidão em 1888 em boa medida tudo que vimos explodir no início da república como as revoltas camponesas mantém as mesmas tendências que já estavam dadas desde o período da monarquia uma vez que se algumas mudanças trazidas
pelo regime republicano contribuíram para as revoltas a verdade é que a maioria da desigualdade que promoveu a revolta dos pobres no país vinha sendo alimentada desde o período da monarquia com uma economia pautada no latifúndio voltado para exportação de produtos agrícolas o Brasil apresentava uma desigualdade enorme no meio rural com gigantescas parcelas da sociedade Vivendo em péssimas condições e mal inseridas produtivamente na sociedade enquanto o governo composto pelos próprios fazendeiros se voltava apenas para satisfazer as elites agrárias que governavam a república brasileira sistema de privilégios não muito diferente daquele do período da monarquia enquanto o
migrantes vinham para o Brasil com uma lógica de livre trabalho e adaptados a um sistema assalariado Ainda que os fazendeiros super explorassem essa mão de obra estrangeira muitos dos nativos dessa terra viviam a margem de qualquer desenvolvimento econômico principalmente com enormes contingentes descendentes de escravos muitos dos quais com poucas ferramentas para se adaptar ao ambiente de suposta concorrência se a república prometia por força da própria palavra uma maior inserção cidadã na política e na economia o que se viu concretamente foi a manutenção de uma intensa exploração do trabalhador rural e o ambiente que reprimia qualquer
tentativa popular de questionamento das péssimas condições de vida do povo o nordeste do século XIX já não apresentava o mesmo crescimento econômico de outros tempos e sucessivas secas abalaram profundamente as condições produtivas da região O que representou um duro golpe para o território que dependia basicamente da agricultura e da pecuária e que tinha um enorme contingência de sertanejos pobres e não inseridos devidamente na sociedade Além do mais a marca de uma região que teve seu ápice econômico fundado sobre um regime escravocrata e Justamente por isso alicerçado sobre bases profundamente desiguais era o ambiente perfeito para
explosão de inúmeras revoltas que foram sentidas intensamente ao longo do século XIX e que também marcariam presença no período da República Velha fruto do cruzamento de pobreza rural com religiosidade forte encontramos os mais variados movimentos messiânicos que apontam no interior do país e do qual o conflito de Canudos é um forte exemplo embora também fosse muito comum encontrarmos o banditismo social como saída para as condições de extrema pobreza e exploração do período não à toa o Nordeste também viveu o contexto do Cangaço que era composto por Pistoleiros salteadores que também faziam trabalhos de jagunço para
os fazendeiros o advento da República no Brasil separou igreja e estado fazendo com que lideranças religiosas e enormes contingentes populacionais no país tivessem uma enorme desconfiança em relação ao regime republicano que surgir Além disso também é importante observar que muitas localidades tinham na figura do padre local um dos poucos meios de influência política para além dos coronéis que mandavam nas regiões é desse misto de pobreza Rural secas abandono super exploração e religiosidade que nasce o que conhecemos como Guerra de Canudos o confronto entre de um lado oligarquias rurais e setores urbanos que não entendiam o
Brasil profundo e de outro sertanejos pobres guiados por um misto de revolta e fé profunda em um líder messiânico em um país com Ampla população analfabeta abandonada e marcada por muitos anos da imposição do catolicismo como religião oficial as revoltas aglutinadas em torno de figuras religiosas brotam quase que naturalmente sobretudo porque as elites agrárias que governam o país voltam cada vez mais a sua política para os seus interesses de enriquecimento a partir da agricultura de exportação enquanto o povo mais pobre se vê açoitado pela pobreza pela fome e pela imposição de um estado que cobra
tributos sem dar nada em troca [Música] O interessante é que a Igreja Católica sabia exatamente da força que o messianismo poderia representar como força transformadora tanto que o Papa Pio nono na década de 1860 iniciou um movimento para combater a influência de pregadores leigos sobre a população mais pobre de pequenas localidades o que era bastante comum no Nordeste e em tantos outros rincões do nosso Brasil profundo conforme a história vai nos demonstrar a igreja não chegou cedo o suficiente para impedir que um pregador leigo tivesse influência sobre o sertanejos do interior da Bahia e é
justamente por isso que podemos falar sobre um evento histórico chamado de Guerra de Canudos no dia 13 de Março de 1830 nasce Antônio Vicente Mendes Maciel filho de um comerciante em uma província do Ceará figura que começou sua vida profissional como professor com a morte do pai e por causa de problemas no seu casamento já que sua mulher o traiu com o sargento passa a mudar se constantemente e a trabalhar em diferentes funções profissionais com o tempo açoitado pela vergonha da traição da esposa que o abandona definitivamente 1860 e pelo insucesso de sua vida profissional
Antônio Vicente perde-se pelos erros do Sertão e abandona sua identidade original errando pelos caminhos a pregar e reunir seguidores em torno de suas críticas políticas religiosas e sociais o que vai desaguar no ajuntamento de uma grande quantidade de seguidores composta por sertanejos pobres jagunços e fanáticos empobrecidos que tinham ódio do Regime Republicano na década de 1870 Antônio Vicente já é conhecido como Antônio Conselheiro figura que vaga pelos sertões a pregar e a propor sermões de cunho político e religioso tendo como um de seus temas centrais a questão da esperança e uma terra prometida questão que
se materializará no futuro em uma jornada e na consolidação da localidade de Belo Monte Conselheiro conseguiu forte apoio já que mantinha um sistema de compaderio em várias localidades uma vez que seu grupo contribuía com a organização de eventos para a arrecadação de fundos para igreja e também trabalhavam na construção e na reforma de obras públicas o que era muito bem recebido pelo menos no início por lideranças religiosas e por coronéis dos mais variados lugares em meados da década de 1870 Conselheiro já é citado em alguns jornais locais como um risco para a ordem pública por
causa de seu carisma e da liderança política que exerce tendo sido preso na Bahia em 1876 para ser novamente solto e recomeçar sua jornada de pregação e contribuição Com obras públicas por causa de uma seca monstruosa de 1877 o contingente de famílias empobrecidas e que vagam pelo Sertão aumenta imensamente muitas das quais irão compor o grupo de seguidores de Antônio Conselheiro que justamente por causa de sua influência crescente é proibido de pregar em igrejas no ano de 1882 Conselheiro reunia discursos Apocalípticos crítica política e jargões populares para fazer suas pregações enfáticas nas quais os seus
seguidores enxergavam representação para suas demandas e insatisfações e o recurso narrativo a questão da terra prometida apontava um caminho esperançoso para um povo que vivia sobre péssimas condições em um ambiente difícil no semiárido brasileiro a proclamação da república golpe militar apoiado pelas oligarquias fazendeiras do Brasil foi um evento que não contou com mobilização popular e as mudanças laicas que o novo regime trazia caíram como uma bomba na percepção de amplas camadas da sociedade pobre e religiosa brasileira e para Antônio Conselheiro isso não passou batido nem para seus seguidores embora seja incorreto e reducionista associar o
movimento de Conselheiro a um grupo de apoiadores políticos da monarquia é totalmente correto dizer que o catolicismo Popular que vigorava no Sertão via com referência a figura do monarca brasileiro sobretudo Porque durante a monarquia a religião considerada oficial pelo Estado era a católica e é por isso que a laicidade do Estado cai como uma bomba na vida de vários setores sociais a carga de tributos em impostos que foram implementados pelo regime republicano irritou enormemente a população pobre no Brasil e isso contribuiu muito para que o povo brasileiro ficasse com uma impressão ainda mais negativa a
respeito da República que nascia já que além do estado pouco fazer pela população ainda retirava o pouco que as pessoas tinham o que frequentemente estava nas pregações de Conselheiro contra o regime tributário Republicano Conselheiro não apenas criticava a questão tributária instituída pelo regime republicano como também liderou o movimentos de rua contra imposição de tributos como que ocorreu no ano de 1893 em várias cidades baianas onde manifestantes incendiaram placas que apresentavam normas e valores dos tributos impostos à sociedade baiana protestos Nos quais a polícia Estadual foi derrotada pelos manifestantes quando tentou conter os atos [Música] após
20 anos de andanças pelo Sertão e também pelo litoral Antônio Conselheiro firma pé numa localidade do interior da Bahia que viria a chamar de Belo Monte o que ocorreu em 1893 local em que o líder e seus seguidores construíram uma cidade de renegados na qual todos eram bem-vindos não havia cobrança de impostos e casas eram construídas para quem ali quisesse morar desde que a pessoa estivesse ciente de que teria os mesmos direitos e deveres que todos os outros encaixada não vale entre Colinas drenado por um rio intermitente e com acesso à estradas surge a cidade
de Belo Monte no povoado de Canudos interior da Bahia com a construção de igrejas escolas fortificações para armas e casas de barro para onde muitas pessoas se dirigem por causa da recepção que o povo mais pobre recebe nesta cidade famílias recebiam alimentos e roupas até conseguirem organizar as suas vidas e na cidade não havia o conceito de propriedade privada sem qualquer conexão com as ordens do estado da igreja ou de qualquer Coronel local a religiosidade a auto-organização e o Carisma da figura de Conselheiro mantinham a população organizada e fazendo a cidade crescer isso além das
doações que eram destinadas ao povo por parte de pessoas que tinham carinho e que confiavam na figura do líder messiânico que tanto atuou no interior da Bahia em benefício das mais variadas causas sociais o fruto da produção de todos que trabalhavam no Arraial era dividido igualmente para satisfazer as necessidades de todos que moravam na cidade a semelhando-se muito ao comunismo dos primeiros cristãos que vivem comunitariamente sem a noção de propriedade privada e partilhando tudo entre todos conforme a necessidade de cada um composta por caboclos pobres índios ex- escravos jagunços trabalhadores empobrecidos e todo tipo de
figura social que se sentir excluída Belo Monte contou com uma população de 15 mil pessoas uma cidade de porte considerável para o interior da Bahia e que preocupava as lideranças políticas já que drenavam parcelas da população de perto de coronéis que utilizavam enormes contingentes empobrecidos como massa de manobra eleitoral em um contexto de voto de cabresto característica básica da República Velha desigual e dominada pelas oligarquias agrárias a cidade contava com uma guarda armada de 1.200 homens muitos dos quais jagunços da região que foram viver no povoado liderados por uma liderança militar chamado João Abade conhecido
como chefe do povo que coordenava a guarda conhecida como Companhia do Bom Jesus que era uniformizada e recebia souldo e as bençãos de Antônio Conselheiro para defender as pessoas que viviam em Belo Monte sinal de que havia uma concepção avançada sobre organização social e de autodefesa inclusive com táticas de guerrilha com foco no conhecimento da região por tudo que Belo Monte representava a República Oligárquica agrária que surgiu no Brasil não poderia tolerar a sua existência já que os princípios de igualdade e de não reconhecimento do Estado ou do Poder dos coronéis poderia contagiar a gigantesca
população pobre que vivia nas mais variadas regiões do país de forma que as bases do regime que nascia estavam sob forte questionamento em um país de Franca a maioria da população pobre e abandonada em 1894 é escolhido o primeiro presidente da República no Brasil através do voto que foi Prudente de Morais uma vez que os primeiros presidentes do Brasil não eleitos pelo voto foram militares que acenderam ao poder no golpe militar que depois Dom Pedro II e que pôs fim ao período da monarquia no Brasil contexto que fortaleceu as mesmas elites agrárias que viriam a
derrubar a família real do poder e herdar um Brasil desigual sobre o qual construíram a sua fortuna e a sua influência embora o cimento que unia a cidade de Belo Monte não fosse a questão monarquista a república surgiu com o Espírito de gatos escaldado já que Prudente de Morais representante dos cafeicultores assumi a presidência ainda com a memória recente do que representou a revolta da armada e tendo que digerir a divisão entre apoiadores e opositores ao governo que foi imposta pela insubimissa revolução federalista no Rio Grande do Sul a cidade de Belo Monte continha em
si tudo aquilo que o restante do país não oferecia o povo pobre que vivia no interior condições de igualdade dignidade moradia alimentação e o direito de ainda ver na religiosidade um eixo central de sua vida elementos que não estavam presentes na tumultuada República que surgir sobre os escombros de uma monarquia que também não oferecia condições muito melhores ao povo brasileiro para além de uma imagem pomposa e de uma visão paternal que se desenvolvia em torno de Dom Pedro II muitos fatores confluíram para produzir a realidade de Belo Monte como uma afronta o regime republicano que
surgiu a insatisfação Popular com os impostos implementados pelo regime republicano a desconfiança do Povo em relação a um estado que se separava institucionalmente da igreja a insatisfação com uma república que surgir sobre o signo da baioneta que reprimia o povo e que era bancada por uma elite agrária que a explorava em Belo Monte foi possível ver o progressivo estreitamento de relações entre setores populares que se rebelavam visceralmente contra a manutenção das desigualdades e da exploração como foi possível perceber na relação entre seguidores de Antônio e Conselheiro e de membros do Cangaço grupo armado que passou
a atuar protegendo a cidade que simbolizava um Oasis social em meio ao ser tão desigual que não diferia do restante do interior brasileiro além da massa de manobra para imposição do voto de cabresto Belo Monte também atraía contingentes populacionais que serviam como mão de obra a ser explorada pelas oligarquias nordestinas que passaram a ver na cidade um grande risco não só ao seu poder político como também aos seus interesses econômicos uma vez que as mesmas elites que detinham o poder econômico também davam o Tom político da Nação já que os governantes eram basicamente representantes desses
setores as altas esferas clericais da igreja também se viam ameaçadas pela influência que Conselheiro representava como líder religioso leigo Conselheiro representava tudo aquilo que a igreja temia e que o Papa Pio XI propôs quando implementou normativas para combater a influência de pregadores leigos que estavam entranhados na realidade social das camadas mais pobres e que representavam uma ameaça para as mais variadas oligarquias e para o próprio poder e Ostentação da igreja o Papa Pio 9 viveu o contexto de agitação na Europa com a emergência do socialismo e de movimentos populares e republicanos na Itália Onde ficava
a sede papal O que significa que o contexto que fervilhava no Brasil era um Eco de muitas questões misturadas ao tempero local brasileiro de forma que é completamente compreensível a preocupação da igreja católica em relação à pregação de lideranças religiosas leigas rivalizando com elementos do topo da igreja que estavam distantes da realidade social dos mais pobres o governo Republicano vendia a população urbana A ideia de que Belo Monte tratava-se de um levante de Bárbaros fanáticos religiosos que eram manobrados pela família real para trazer de volta o regime monárquico ao país o que galvanizou a opinião
pública do setores urbanos contra os seguidores de António Conselheiro garantindo que um levante armado pudesse ser organizado para destruir a cidade em 1895 a igreja envia representantes para Averiguar o que está acontecendo na região do Arraial de Canudos o que tem como resultado um parecer dos agentes católicos de que uma intervenção do governo federal é necessário por causa da campanha feita na cidade pelo não pagamento de impostos logicamente Além do fato dos moradores da cidade plantarem os mais variados cultivos para subsistência e de concilá-los com a criação de cabras a integração bem sucedida cultural e
economicamente do movimento de Conselheiro com outras cidades do interior da Bahia começa a preocupar as oligarquias que tem que o exemplo contagia novos movimentos e sirva de exemplo para Nova Cidade em 1896 para construir uma igreja Belo Monte encomenda Madeiras em Juazeiro pagando previamente pelo material e o atraso da entrega levanta o boato de que o seguidores de Conselheiro iriam saquear a cidade para pegar a madeira o que deságua no chamado de tropas estaduais para proteger a cidade é esse o episódio que dá início ao confronto entre forças militares e o povo de Belo Monte
em novembro de 1896 a primeira expedição militar é organizada recrutando forças do Estado da Bahia com pouco mais de 100 homens para ir até Belo Monte confrontar as forças organizadas por Antônio Conselheiro o que sequer chega a se concretizar uma vez que combatentes ligados a Conselheiro interceptam as tropas do governo no meio do caminho e impõe uma derrota rápida forçando as tropas a retornarem para Juazeiro apavorando a cidade e gerando fuga de pessoas que tem uma invasão dos seguidores do líder messiânico em janeiro de 1897 uma segunda expedição é organizada novamente recrutando tropas do Estado
da Bahia e agora liderada pelo Major febrônio Pereira de Brito Só que desta vez com mais de 600 homens o que não muda em nada o resultado da primeira expedição uma vez que os seguidores de Antônio Conselheiro interceptam mais uma vez as tropas no meio do caminho e impõe uma derrota ainda mais grandiosa do que a primeira deixando soldados sem qualquer condição de combate em 1897 Machado de Assis o grande escritor brasileiro chama a atenção para o fato de que as tropas brasileiras assim como a população urbana do país estão a combater forças sobre as
quais pouco conhecem e que seria necessário conhecer mais sobre o movimento de Antônio Conselheiro sobre o qual se tem uma visão mais caricatural do que real antes de se formular qualquer parecer de apoio ou repúdio A Belo Monte em fevereiro de 1897 o governo federal organiza uma expedição militar robusta com 1300 soldados sobre o comando do Coronel Antônio Moreira César militar sanguinário conhecido por arrancar cabeças na revolução federalista mas nem o contingente nem o coronel que morreu em decorrência de ferimentos obtidos nesse combate conseguem sucesso sendo forçados a bater em retirada diante das dificuldades contra
as tropas de Conselheiro e contra sobrevivência em um ambiente semiárido deixando para atrasar mas que serão utilizadas pelas forças de Belo Monte a essa altura do campeonato o governo de Prudente de Morais já era amplamente criticado pela derrota das 13 expedições militares que foram enviadas ao Arraial de Canudos e nos meios urbanos já pairavam grande desconforto e constrangimento nos meios republicanos por causa da possível derrota para o que esses setores pensavam ser restauradores da monarquia em junho de 1897 é organizada a quarta expedição sobre o comando do General Artur Oscar de Andrade Guimarães que conta
inicialmente com 5.000 soldados sendo reforçado posteriormente chegando a 10 mil homens com batalhões vindos de São Paulo Bahia Amazonas e Pará e será justamente essa quarta expedição que irá derrotar e destruir a cidade de Belo Monte em agosto de 1897 é possível ler relatos sobre como os canhões das tropas brasileiras destroem a cidade com uma atenção especial aos ataques que destroçam completamente as igrejas presentes em Belo Monte símbolos centrais da fé que serve de coesão ao povo que vive no Arraial de Canudos a disposição das casas em Belo Monte dificulcutava o combate servia de barricadas
para entrada de tropas do governo e isso parece ter sido pensado pelos organizadores da cidade assim como a igreja do Bom Jesus que também servia de fortificação com suas paredes grossas e suas Torres que funcionavam como pontos altos para atiradores da Guarda de Antonio Conselheiro mesmo avançando contra as tropas de Antônio Conselheiro o exército brasileiro se vê em séries dificuldades logísticas posto que a comida é insuficiente para abastecer os milhares de homens que compõem as tropas da República o que produz condições de desespero que levam soldados a apelar para a fauna Flora local para conseguir
sobreviver em um ambiente ao qual a maioria dos Soldados não estavam adaptados em setembro de 1897 Os relatos são de cerco total e de massacre dos últimos resistentes das guardas ligadas Antonio Conselheiro Líder que teve sua morte registrada no dia 22 de setembro momento imortalizado pelas lentes de Flávio de Barros que tirou uma foto do cadáver exumado de Antônio Conselheiro que teve sua cabeça decepada após o registro fotográfico e foi levada como prêmio exposto pelo exército brasileiro em 29 de setembro os registros São de uma cidade destruída e quase totalmente dominada pelas forças militares do
governo com crianças órfãs correndo por todos os lados posto que quase toda a população da cidade de Belo Monte morreu em combate defendendo que julgava ser a terra prometida de que António Conselheiro tanto falava em suas pregações no dia 2 de outubro um dos poucos auxiliares Sobreviventes de Antonio Conselheiro negocia com Oficiais do Exército Brasileiro uma rendição para um dos grupos que restaram na cidade e consegue a promessa de que serão poupadas trato que é descumprido posto que todos os que se entregaram foram massacrados e não mais vistos inclusive o auxiliar que negociou com Os
oficiais deserto é importante observar que em sua maioria o sobreviventes que se renderam ao exército brasileiro eram mulheres e crianças no dia 5 de outubro a cidade de Belo Monte é completamente tomada e as suas mais de 5 mil casas São incendiadas tendo resultado ao final do combate um agrupamento de mulheres e de crianças assim como quatro combatentes resistentes que lutaram até o final em suas trincheiras dois homens um menino e um idoso queimaram e não se entregar Euclides da Cunha foi um escritor e jornalista brasileiro que teve vivência no mundo militar e jornalístico e
que a princípio foi um grande entusiasta da jornada Militar do governo brasileiro contra Belo Monte tendo estado em campo como correspondente do Jornal O Estado de São Paulo ele acabou mudando Sua percepção sobre o que realmente o movimento de Antônio Conselheiro representava o que pode ser percebido pela mudança que seus textos apresentam com o passar do tempo Euclides da Cunha deixou um belo registro do ambiente do povo e do conflito em Sua obra os Sertões que foi publicada pela primeira vez em 1902 e a evolução da percepção do jornalista sobre o conflito é um dos
dados mais interessantes da vida dele visto que a crítica de Machado de Assis a respeito do desconhecimento que setores urbanos tinham sobre Belo Monte e sobre Antônio Conselheiro se aplicava ao clides da Cunha em seus primeiros anos de crítica entusiasmada contra o povoado de Canudos porém a obra os Sertões vem para demonstrar que o autor havia mudado completamente a Sua percepção a respeito do que Belo Monte e Antônio Conselheiro representava assim como é perceptível a decepção de Euclides com o Exército e com o governo republicano tanto que a obra recebida com muitos elogios da crítica
assim como lhe rendeu um convite para fazer parte da Academia Brasileira de Letras e para o Instituto Histórico e geográfico brasileiro tendo contato com o que antes era chamado pejorativamente e genericamente como jagunço Euclides percebe que nenhuma diferença substancial havia entre os soldados que lutavam pela república e as tropas de Conselheiro e vai construindo uma percepção heróica sobre os combatentes de Belo Monte no final observando-os como cidadãos brasileiros Valentes base corajosa da nossa nação em setembro de 1897 Euclides da Cunha chega a região de Canudos na qual descreve a cidade de Belo Monte e o
ambiente natural de onde podemos extrair o curioso caso do arbusto chamado de favela planta que serviu de inspiração para alguns soldados que voltaram da Guerra de Canudos e foram morar no Morro da Providência no Rio de Janeiro ao qual deram apelido de Morro da Favela em lembrança ao que viram na região de Canudos o que não demoraria a se generalizar e caracterizar morros com construções precárias no Rio de Janeiro como componente do estado maior além da função de correspondente do Jornal Estado de São Paulo Euclides da Cunha foi forçado a silenciar sobre as péssimas condições
em que os exércitos brasileiros se encontravam e também sobre massacres gratuitos e violência contra mulheres e crianças que foram praticadas pelo exército brasileiro no sertão embora Euclides sonegue muito da verdade nos seus escritos como representante do Jornal Estado de São Paulo outros veículos de mídia se negam a manter silêncio a respeito dos abusos contra mulheres e crianças e das péssimas condições as quais foram submetidas as tropas que vão de questões sanitárias até a falta de alimentos o Jornal do Comércio e A Gazeta de Notícias fazem denúncias e acabaram tendo como resposta a censura por parte
do exército brasileiro diga-se de passagem não é muito habitual na abordagem sobre a história da República Velha observá-la como um regime fortemente ditatorial que restringe as liberdades e promove repressão e censura contra qualquer grupo social ou político que denuncie ou sem surja contra as péssimas condições em que se encontram a maioria do povo brasileiro o que pode ter como explicação o fato de que a República dos fazendeiros está encaixada entre dois golpes militares o de Deodoro da Fonseca e o de Getúlio Vargas em 1930 conferindo um verniz falso de brandura política a um período altamente
violento no momento em que ocorreu parte considerável dos textos e fotos sobre o conflito sofreu uma edição que tinha como objetivo exaltar o exército Republicano e respaldar a conduta brutal levada a cabo contra todos os habitantes de Belo Monte incluindo mulheres e crianças o que só começa a ser esclarecido anos após o fim do conflito quando historiadores reabrem a discussão para entender o que exatamente aconteceu Olá pessoal estou passando para deixar alguns recadinhos aqui para vocês primeiramente para agradecer a você que chegou até o final aqui desse vídeo segundo para me apresentar para quem ainda
não me conhece eu sou professora Kátia eu faço a parte da edição dos vídeos e também a parte da narração dos vídeos aqui do canal Mas além de mim tem uma outra pessoa que ajuda na produção aqui dos vídeos que é o professor Thiago ele faz a parte da pesquisa histórica das fontes e também faz a produção elaboração do roteiro aqui para os vídeos do canal porque que eu tô dizendo isso tô dizendo isso porque tem muitos comentários aqui das pessoas que agradecem ao meu trabalho mas estou avisando então que além de mim tem uma
outra pessoa que participa aí da produção dos vídeos outra coisa que eu queria dizer Muitas pessoas têm perguntado aqui nos comentários como elas fazem para contribuir aqui com o canal bom para aquelas pessoas que têm condições e querem fazer uma doação apoio né fazer uma doação solidária aí para o canal por enquanto a única maneira é pelo pics Então eu vou deixar o endereço do pix aqui na descrição do vídeo para vocês conseguirem acessar Além disso para aquelas pessoas que gostam aqui do trabalho mas não tem condições de fazer essa colaboração financeiramente pode curtir aqui
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