Dor de cabeça em médium é assunto sério. E é por isso que eu falo com calma, com clareza e com verdade, porque tem muito filho sofrendo por não entender o que o corpo tá tentando dizer. A dor na cabeça pode vir por muitos motivos.
Nem tudo é espiritual. E é bom que isso fique claro desde o começo. Se a dor for constante, intensa, acompanhada de outros sintomas físicos, o primeiro passo é buscar avaliação médica.
Umbanda não substitui medicina. A gente trata o espiritual, mas não abandona o cuidado do corpo. Agora, quando o médico olha, examina, faz teste e não encontra causa, aí sim o médium precisa parar e ouvir o que o espírito tá tentando ensinar.
Dor de cabeça em quem tem sensibilidade espiritual pode vir de excesso de sintonia. Tem médium que vive com o campo aberto demais. Qualquer coisa entra.
Pensamento dos outros, energia do ambiente, carga pesada, tudo vem parar na cabeça. E a cabeça, meu filho, é como um tambor. Quando bate energia errada, ela responde com dor.
Tem dor que vem por acoplamento energético. Você entra num lugar carregado e sem perceber, se conecta com aquilo. Sai de lá com peso, com tontura, com latejo na testa.
Às vezes é encosto, às vezes é só energia desordenada, mas dói. Tem dor que vem por falta de terra. O médium vive no ar, pensa demais, sente demais, sonha demais, mas não se ancora.
E sem ancoragem, a energia fica acumulada na parte de cima do corpo. A cabeça vira depósito de carga que devia ter sido descarregada no chão. Isso gera pressão, confusão mental, irritação e dor.
Tem dor que aparece durante ou depois de um trabalho espiritual. Pode ser resquício de incorporação mal feita. Pode ser médium que puxou energia do guia, mas não sustentou até o fim ou que tentou forçar incorporação sem estar preparado.
A cabeça reage porque faltou equilíbrio. Tem dor que é aviso do guia. O corpo avisa primeiro antes do espírito cobrar.
Dói para você parar, dói para você olhar para dentro, porque tem dor que é acúmulo de emoção não digerida, mágoa, raiva, ansiedade. Tudo isso tem vibração e tudo isso pesa no campo do médium. Agora escuta, não adianta só rezar e pedir pra dor passar.
Tem que mudar postura, tem que aprender a se cuidar. O primeiro passo é aprender a fechar o campo quando não estiver trabalhando. Tem médium que anda aberto 24 horas por dia, como se fosse antena ligada no volume máximo.
Isso esgota. Aprenda a desligar. A respiração é uma chave poderosa para isso.
Respira fundo, prende um pouquinho, solta devagar. Faz isso várias vezes em silêncio e firme. Banho de erva.
Ajuda. Ajuda sim, mas não é qualquer erva. Para dor de cabeça de origem energética, Guiné Arruda, Levante Alfazema.
Costumam aliviar bem. O banho deve ser do pescoço para baixo, mordo, com reza e concentração, mas não substitui o equilíbrio interno. Evita excesso de tela, excesso de barulho, excesso de gente.
O médium precisa de silêncio de vez em quando. Silêncio não é ausência de som, é espaço para ouvir o que vem de dentro. Evita também práticas que bagunçam o campo como bebida.
desregramento emocional e até trabalhos espirituais sem preparo. O corpo sente tudo isso e nunca esquece. Dor repetida sem cuidado vira doença.
A espiritualidade avisa com suavidade no começo. Se o filho não escuta, o aviso vira grito. E grito às vezes vem com febre, com cansaço, com desânimo, com dor intensa.
O médium que quer crescer precisa aprender a escutar. Corpo, mente e espírito tem que andar juntos. Se um tá gritando e os outros dois ignoram, a dor vem para unir.
Então quando a cabeça doer, para, respira, se pergunta: "O que eu senti hoje, com quem estive? O que eu captei que não era meu". Essa pergunta é simples.
Já começa a limpar o campo. Cuida do corpo, dorme bem, se alimenta direito, faz exercício. Umbanda é equilíbrio, não é milagre.
E se a dor continuar mesmo com tudo isso, procura ajuda de guia sério, de terreiro equilibrado, de médico de confiança. O importante é não se acostumar com o que não é natural. Dor é sinal e sinal a gente respeita.
Saravá. Saravazinho, estudando a Umbanda.