LÚCIA HELENA GALVÃO e MURILO GUN - Podcast Alma Talks - #002

34.72k views12361 WordsCopy TextShare
Podcast Alma Talks
O Podcast Alma Talks (@podcastalmatalks) nasce como um espaço de conversas que atravessam barreiras,...
Video Transcript:
Então, para mim, felicidade é isso, é estar em paz com as [Música] relações. Não podemos sair daqui do mesmo jeito que a gente entrou. Então, o ser humano que eu posso vir a ser, aonde eu posso chegar, ou seja, nós nos congelamos, eu tenho medo de ser outra coisa além daquilo que eu sou [Música] hoje. Olá, seja bem-vindo a mais um episódio do nosso podcast Alma Talks. Nós temos tentado trazer aqui conversas de alto nível, onde nós podemos falar sobre um pouco da essência do ser humano, um pouco das questões fundamentais da nossa vida. Hoje
eu trouxe um convidado muito especial, que é um amigo também já de longa data, que é o Murilo Gan. Seja muito bem-vindo, Murilo. Que alegria estar mais uma vez com você. Pois é, quanto tempo, né, que não fazemos nada juntos. Sim, sempre uma alegria nossas conversas. Sim, sempre foram muito boas. Já tivemos algumas entrevistas que você fez comigo, né? Acho que umas duas. Sim. Muito bom tê-lo aqui. Muito obrigada por ter vindo, ter aceito o convite, tá? Seja muito bem-vindo. Eu trouxe algumas perguntinhas para você, mas sempre considerando que é pra gente estar bem livre
e bater um papo, como a gente sempre gosta de fazer, né? Eu queria te perguntar, em primeiro lugar, o tema que eu acho que é um dos mais discutidos hoje, que mais se faz palestra, mais se fala a respeito. O que que é felicidade? É difícil ser feliz ou ainda melhor é possível ser feliz? Que que você acha disso? Felicidade para mim é a média da qualidade das relações. Então, o que define para mim, para mim felicidade é quando as minhas relações, né, é uma média ponderada, né, porque cada relação tem um peso, né, esposa,
filho, pai, mãe, sócios, relação também com o invisível, sei lá, com a vida, com os acontecimentos. Então, quando felicidade é quando as minhas relações estão em paz, como a média das minhas relações estão em paz e eu estou felicidade acho que é aceitar as coisas como são, estar em paz, mesmo quando não são do jeito que eu acho que devia ser, mas é só o que eu acho, né, na minha limitada visão da realidade. Então, para mim, felicidade é isso. é estar em paz com as relações. É uma coisa interessante, esses dias eu tenho feito
uma leitura comentada, terminei recentemente, de um livro de Cícero sobre a amizade. E é impressionante porque aquilo que ele chamava de amizade hoje quase não existe mais. um nível de relação de as pessoas se relacionam lá em cima para compartilhar aquilo que elas têm de mais elevado. Como é raro isso. Chegou ao ponto de pessoas comentarem na minha página. Isso que você tá falando é uma utopia. Não existe. Não existem amizades assim. Interessante, né? Como é que as relações se esvaziam. E é das relações, ou seja, da convivência que vem as maiores alegrias e também
as maiores tristezas que a gente tem. Os maiores dramas vem daí também a maior alegria. Sim. E e se você tiver com as coisas acontecendo bem no trabalho, na parte profissional e com a sua esposa, marido, mas tiver uma relação importante, um filho que a relação está muito mal, a sua felicidade já despenca, né? Aquilo já baixa a sua média ali. E relações importantes, você não tem como esquecer que elas existem, né? Então aquilo vai então esse cultivo das relações. É interessante que eu tenho um sócio Rodrigo e a gente tem assim os protocolos assim
de manter a relação é limpa, né? Então vez quando a gente viaja e a gente pega o mesmo quarto do hotel, aí a cena é assim, a gente fica no mesmo quarto aí o Rodrigo, aí duas camas aqui, eu sento na cama assim, ele senta na outra, um olha pro outro assim. Aí a gente dá sua respirada e faz: "Irmão, tem algum não dito para me dizer? Tem algo aí que tá, né?" Porque isso muitas vezes é o que mina as relações, né? Os não ditos, né? As coisas que eu queria dizer, mas não sei
se eu posso dizer, se vai, como o outro vai ouvir, né? E tal. E aí nisso não fala e guarda. Acha que esqueceu, mas não esqueceu. Tá ali. Isso vai minando, né? Então, a gente tem esse protocolo que é o protocolo de limpeza. Porque quando você cria um contexto que não é no meio da reunião, no meio do barulho, sim, no quarto de hotel silencioso, estamos aqui e há uma proposta clara disso, naturalmente cria-se um um ambiente, né, um espaço adequado para poder falar uma coisa e e ser recebido pelo outro. E isso tem sido
muito importante na nossa relação de não deixar crescer nada, não deixar crescer nada oculto, senão pega por trás, né? Senão você deixa crescer várias coisas, aí um dia uma coisa pequena acontece e aí há uma reatividade desproporcional à aquela coisa. Porque a reatividade não é daquela coisa, foi só a gota d'água, né? é de tudo que tá por trás que foi acumulando. O meu professor de filosofia em Nova Acrópole, que é o mesmo nesses últimos 36 anos, você ainda vai conhecê-lo, professor Ruiz Carlos, ele diz uma coisa muito interessante que existem três tipos de reflexão.
como uma reflexão moral, que é quando a gente reflete a respeito das nossas ações que foram corretas, incorretas, o que esteve coerente ou incoerente com princípios. É a reflexão mais básica que a gente faz sobre o alinhamento da nossa vida com princípios. Uma segunda que seria uma reflexão filosófica, que é quando você vai refletir sobre a veracidade, o quanto você é veraz, o quanto você está mostrando o que você é ao mundo, ou se você está usando uma máscara, ou seja, o que é verdadeiro, o que é falso na sua vida, quando na sua vida
você está sendo você mesmo, que isso é um segundo grau de reflexão. E um terceiro grau de reflexão, que seria reflexão espiritual, seria quando a gente reflete sobre o que é eterno e o que é passageiro, ou seja, o que é real e o que é ilusório. Eu acredito que esses três níveis de reflexão, que são tremendamente importantes, você estabelecer um relacionamento onde você pode compartilhar essas reflexões com alguém nos três níveis, deve ser um uma qualidade de relacionamento que com certeza é uma fonte de felicidade e que é muito raro, né? Sim. Muito raro
você ter alguém que possa ir até o terceiro andar com você. É, a gente tem uma prática na minha empresa, eh, que quando começa as reuniões, a gente faz um pequeno, um pequeno chequinho assim, tipo, como eu estou chegando nessa reunião, ah, bem rápido assim, ah, eu chego um pouco ansioso porque tal coisa, eu chego assim, chego assado, chego animado, chego não sei o quê, chego com um problema aqui para resolver. Cada um fala assim: "20 segundos, não é uma terapia coletiva, vamos ter uma reunião. É só para abrir a reunião e cada um colocar
na mesa qual é o teu estado interno, né? O que é que tá rolando aí dentro? Como é que tá aí dentro? Conta aí. E é interessante porque como empresa você costuma ter reuniões periódicas com certas pessoas, depois de um tempo, aquele pequeno chequinho de 20 segundos, duas, três vezes na semana com as mesmas pessoas ao longo de um ano, aquela fotografia de 20 segundos vira um filme, porque vai todo dia pegando um pouquinho e você vai. Então isso cria, é uma coisa simples que eu tenho experimentado que faz as relações eh estarem de certa
forma aprofundadas, né? Porque acaba que eu tô sabendo um pouco do outro ali. Cada vez mais as pessoas sentem mais confortáveis de falar uma coisa, né? Então ao longo é uma espécie de autoconhecimento organizacional homeopático, né? que é de pouquinho em pouquinho a conta gotas, né? Isso cultiva as relações de uma forma simples, né? É, quebra essa casca, né? vai mais profundamente, vai o coração. Aí, aí, por exemplo, coisas do tipo, sei lá, muitas vezes a pessoa vai começar a reunião e tá preocupado com o filho que tá doente aqui no celular e a gente
tem um combinado de usar celular na reunião. Só que se ela não coloca na mesa, ó, eu estou aqui, estou com o desafio da minha filha aqui, se ela não coloca isso na mesa, vai corroindo a pessoa, né? Ela fica lá, a, será que eu mexo no celular? É capaz de inventar uma mentira, capaz de dizer: "Pessoal, vou ten um cliente fechando aqui, vou dar uma olhadinha". Aí, ó, já abriu a porta para uma mentirinha que não precisava, né? Então, eh, eu acho que isso é bem interessante. E você falou da do ser você mesmo,
né? O segundo, o segundo nível, né, da relação. O ser você mesmo também é um grande indicador de felicidade, né? Com certeza. se pudesse medir assim, né, subjetivo, mas o quanto tu tá sendo tu coerente com teus princípios, com os teus valores. Para mim, essa é a minha definição de felicidade. Quando eu coincido comigo mesma, ou seja, honro os meus valores, honro os meus princípios, sou coerente com o meu sentido de vida. Isso da paz de espírito. Eu costumo chamar de sono dos justos. Você dorme kits com o céu e com a terra. Aí uma
vez perguntaram: Murilo, é possível a gente trazer pro mundo dos negócios eh assuntos mais sutis, né? Ah, espiritualidade, coisas assim, é possível no mundo dos negócios? E aí a Dani, minha esposa falou: "Espiritualidade dos negócios é ganhar dinheiro com pai do espírito." É isso. Assim que você bota espiritualidade, você vi ganhando dinheiro com pai de espírito, você conseguiu trazer espiritualidade pros negócios. É isso, tá? Eh, cada vez que você não é você, você precisa gerenciar as várias versões de tu que não é tu. Isso gasta uma energia danada, né? Fica vazando energia. Cada versão de
tu que não é tu, é uma energia vazando ali, uma força vital vazando. Aí quando vê não consegue ser tu, porque acabou a energia já com as versão de tu que não é tu. disse, é, eu sempre cito que inteligência, a palavra inteligência etimologicamente significa interelegge, eleger, escolher dentre. E a maior inteligência é você escolher dentre um monte de coisas que a sociedade sugere que você seja quem é realmente você. Ou seja, maior inteligência é identidade. Sim, mas deixa eu voltar aqui pro meu roteiro. A questão, você ficou conhecido durante muito tempo por ser um
especialista em criatividade e esse é um dos nosos do nosso momento histórico. Que que você acha que mais bloqueia a criatividade do ser humano? Hum. Hum. O que mais bloqueia? Sinto que o que mais bloqueia é a falta de relacionamento com o desconhecido, ou seja, o medo do novo. Então, a criatividade pressupõe que algo novo vai emergir, vai acontecer. E como é a tua relação? Se é novo, é desconhecido. Então, quantas horas de volto tem de relacionamento com o desconhecido? Muitas vezes, né, a gente é muito comum na educação, sei lá, a criança quer saber,
ah, eu quero saber o que tem embaixo dessa mesa. E aí o adulto fala: "Tem nada aí não, não é sua conta não, porque o adulto sabe que não tem nada". Mas a criança tá curiosa, ué, tá curiosa, tá? Então o adulto quando fala não é da sua conta e bloqueia poder olhar, foi perdida uma oportunidade daquele ser que não sabia o que que era. Aar uma forma muito simples, mas é um desconhecido, sim. Eu não sei o que tem, tô curioso. Auto fala: "Não, eu já fui, já vi, não tem nada que lhe interessa,
então nem vá". Então e ou, né? As minhas filhas, a grande quando não sabia ler, a gente ia jogar assim um jogo de tabuleiro, jogo da vida, jogo da banca imobiliário, que tem que saber ler a maioria, né? Ela não sabia ler, pegava as cartas lá, as coisas e começava a inventar um jogo louco. E aí vinha em mim assim uma uma vontade de até aqui de dizer, não é assim que se joga, mas eu engolia e ficava, bora ver aonde esse negócio vai, aonde vai essa doidícia aí. Vamos só ver, porque o que que
é? Se eu pego e digo: "Não, não é assim que joga, é assim que joga". Aí eu vou trazer o conhecido, que ela talvez não esteja pronta para entender e vou tirar dela a oportunidade de ir no desconhecido e navegar e inventar algo novo e de repente descobrir que não deu certo, que a o negócio dela não ficou atraente para jogar. Então, eh, em geral, né, tem exceções, houve uma, os seres humanos, né, foram educados com pouca oportunidade de se deparar com o desconhecido, com o novo. E aí, mediante a necessidade de criar, automaticamente vai
ter que pisar no desconhecido. E aí, nessa hora que dá meia volta, inventa uma justificativa maravilhosa para não fazer isso em conta com outras pessoas que também não querem pisar no desconhecido e todo mundo concorda que é melhor não fazer isso e aí você finge que foi, mas não foi, não vi, não foi nada. É interessante que inclusive não quer saber o desconhecido que existe em relação a si próprio, porque nós estamos aqui para crescer, para mudar. Não podemos sair daqui do mesmo jeito que a gente entrou. Então, o ser humano que eu posso vir
a ser, aonde eu posso chegar, ou seja, nós nos congelamos, eu tenho medo de ser outra coisa além daquilo que eu sou hoje. E aí, no entanto, a gente tem dentro de nós uma sede de sonhos, de ideais, né, de aperfeiçoar tudo que a gente tem na vida, chegar mais próximo daquele ser humano ideal que a gente gostaria de ser. Tudo isso é abafado. Eu sempre falo pros meus alunos para eles tirarem fotos no ano novo e aí no próximo ano novo olharem para aquelas fotos. E eles têm que olhar e dizer: "Eu não sou
mais exatamente esse ser humano". Alguma coisa aconteceu nesse ano. A gomaresta foi polida, ou seja, eu já não sou exatamente essa pessoa, porque um ano é um tempo bastante significativo. A gente não vive tantos assim para ser exatamente a mesma pessoa de um ano pro outro. É. Eu fiz muitas mudanças, né, de de carreira, de coisa assim, né, e de vez em quando pessoas falam assim: "Ai, eu gostava mais do Murilo que era comediante". Eu pensei assim: "Mano, eu já desapeguei desse Murilo, tu tás desapegada ainda?" Aí aquela outro que até eu já desapeguei, tu
tás naquela ainda? Já foi. Então, voltando na história da autenticidade ser você mesmo, né? Eh, muitas vezes a gente, muitas vezes não, quase sempre, né? encontra no externo resistências pra gente não ser a gente mesmo, né? Que a gente tem que ficar atento para não não cair nelas, né? E o não ser você mesmo, que a gente falou antes, ele também influencia a criatividade. Porque quando você não tá sendo você mesmo, tá muito distante, não tá coincidindo com você mesmo, você tá vazando energia e para pisar no desconhecido tem que tá bem. para adentrar o
novo ou tu vai ser empurrado e cai na doida no novo, mas para tu entrar conscientemente num contexto novo, num projeto novo, numa ideia nova, tu tem que tá bem aí dentro. E quanto mais distante tu tiver de tu, menos preparado tu tás para se aventurar. Uhum. Aí ficamos nos repetindo pela vida fora que a frustração que sugera é enorme, né? É bom. Essa terceira perguntinha que eu trouxe para você, clássica, eu pretendo perguntar para quase todo mundo que vier aqui e ela é bastante delicada. Como é que você vê e como é que você
se relaciona com Deus? [Música] Hum. Eu vejo Deus como tudo. Eu vejo Deus como como tudo. Não, não tem uma visão de Deus como sendo um ser específico, mas como sendo a soma de todos os seres e a força maior que rege e que tá além da nossa capacidade de compreender. Portanto, a gente nunca vai, a gente só vai apontar, né? A gente nunca vai de fato compreender a dinâmica. talvez vai sentir. Então eu eu não entendo Deus, não compreendo. Eu sinto algumas vezes a presença mais clara quando sincronias, sincronicidades totalmente loucas acontecem quando eu
sinto Deus, quando eu solto o controle de certas coisas e vejo a vida me entregar. uma experiência totalmente inimaginável e muito mais interessante do que eu mesmo poderia conceber. Então, eu vejo Deus em muitas coisas, vejo Deus nas coisas simples da vida, né? Sinto que quando na natureza eh vejo Deus, acho que tudo que eu faço assim com muita atenção, assim, com muita presença, eu eu sinto Deus. É difícil explicar, né? Esse é um assunto é um assunto dele, difícil de explicar e porque ele já tem muitas explicações no ar, né? E e tem uma
uma coisa assim de uma de uma personificação de Deus como uma pessoa que eu não sinto isso, mas ao mesmo tempo ela é útil paraa comunicação, né? Ah, que que Deus tá achando disso aí, hein? Ela ela é boa para falar, né? Essa personificação. É, Deus tá achando aí, tem que falar com Deus, né? Chega lá, a vai conversar com Deus, não sei o quê. Então, e acaba que essa facilidade de comunicar de forma do Deus pessoal, acaba reenforçando esse tipo de Deus. Mas não é o que eu sinto de verdade. Sinto um Deus que
transcende um pessoal e tá em todo lugar e a toda hora. Aí essa personalidade que às vezes a gente coloca em Deus é a razão para que muitos o rejeitem, né? Né? Porque se torna um ser muito limitado, muito parecido conosco. Sim. Existe um filósofo do século passado chamado Méele, que ele tem um conceito, ele diz que o sagrado é a função de dar sentido. Você percebe um momento que pode parecer banal quando você se concentra e tá de corpo, mente e alma juntos ali, vivendo aquilo da maneira mais profunda, com a tua maior entrega,
aquilo ali é dotado de um sentido, aquilo se sacraliza e evidentemente você sente a presença de Deus ali. Então ele pode estar em qualquer fresta do tempo, né? Quando você está pleno ali, você encontra às vezes o sagrado em pequenos atos cotidianos. É só você parar, sair da alienação, estar pleno ali, observar os detalhes, coisas incríveis a gente é capaz de perceber. E ao mesmo tempo a gente sente que é a nossa essência é a mesma de todas as coisas à nossa volta. Eu não sei se você tem essa sensação. Eu sempre uso um exemplo
indiano que é do colar, que um fio passa por dentro de todas as contas. E nós somos como uma conta dessa. Temos uma essência, só que isso aqui é só um episódio de um fio que passa por dentro de todo mundo, que em essência somos muito parecidos. Me recordo que uma vez, há muitos anos atrás, eu estava estudando numa mesa e eu tinha ganho, um cravo, uma flor muito bonita, tava num vasinho na minha frente e ele já tinha uns três dias que eu tinha ganho, ele tava começando a querer fechar, né? Tava começando a
querer murchar. E de repente, sei lá por motivo, eu olhei para aquela folha e senti que os as duas, eu e ela, estávamos lutando contra as mesmas coisas. Uhum. lutando contra o tempo, lutando contra a corrupção, lutando contra a deterioração. Me deu vontade de olhar para ela e diz: "Firme aí, companheira, eu tô na mesma luta. Eu te entendo perfeitamente, eu tô na mesma, tô na mesma trincheira". Foi um momento, uma coisa muito simples, mas que para mim foi muito sagrado, muito especial. Alguém me contou que uma fala de um de um indígena, um povo
originário, dizendo que vocês civilizados, né, humanos civilizados aí, urbanos e tal, vocês são muito estranho isso. O indígena fala: "Você é muito estranho porque vocês só conversam com humanos. A gente aqui conversa com tudo. A gente conversa com a flor, a gente conversa com a árvore, com o chão, com fogo, com tudo. Vocês só conversam com vocês mesmo. Que limitação besta. Expandis. Eu tava uma vez em Matu Pito, fazendo eh subindo lá Mattheu Pito. E aí a gente parou para dormir no meio andando lá, tipo um glu assim de plástico assim, uma cabaninha assim, mas
era transparente o teto. E eu passei a noite assim meio fritando, agoniado. Se hoje não conseguia dormir, tinha que acordar cedo eu, ai meu Deus, poder dormir, não consigo dormir. Meu corpo assim também estranhando o os movimentos diferentes. O corpo, aí que história é essa, Murilo? Tá acontecendo o que aí? Subindo montanha. com essa altitude. E aí eu fritando e consegui dormir. Uma hora eu olhei, era transparente, né, o teto e tinha uma montanha gigante com gelo na ponta assim e parecia que ela tava era um camarote para mim. Parecia uma tela de cinema, cela
gigante na minha frente. Eu tava a meia hora fritando lá e não tinha visto ela aqui, ó. Hã, gigante. Aí uma hora eu olhei pr ela assim e a minha sensação é que a montanha falou comigo, tipo a flor, né? A sensação é que naquele momento a montanha como se tivesse falado assim, não é falar, né? Não sei explicar, falado: "Meu filho, onde é que você tá? Pelo amor de Deus, olha aqui, ó. Tô aqui, ó. Tá aqui, amor. Que isso? Olha para mim, ó. Olha onde é que tu tás aqui. Tu tás num wallpaper
do Windows real aqui, ó. A noite aqui tás bem, um negócio meio luxuoso, travesseiro gostoso. Relaxa, meu filho. Essa foi a sensação. E aí eu dormi. Quando eu vi isso, eu fiquei em paz. Então é isso, né? Deus se manifestou com uma montanha gigante ali, né? Na verdade, ele sempre tá manifestado. A gente só precisa estar com a qualidade receptiva de atenção para poder captar, né? Tem que ligar o Bluetooth Discoverable. para poder perceber. Eu sempre cito uma um episódio que se você não viu, vale muito a pena, tá na internet, a última entrevista que
o Kau Jung deu a BBC. Chegou um determinado momento que eles perguntam para ele, você acredita em Deus? Ele disse, eu não acredito. Eu sei. Não é um sistema de crenças a percepção de Deus. É uma percepção realmente, como se fosse uma interação, como eu senti, como se eu sentisse que algo de divino existe dentro de mim e dentro de todas as coisas à minha volta. você tem assim uma algum tipo de experiência direta, né, que você pode ser a montanha, pode ser no parto, pode ser na meditação, pode ser num sonho, pode ser num
ritual de aca, pode ser em qualquer situação que você humar, não precisa ler nada, eu já eu eu senti, pronto, para mim eu captei, consegui sentir a presença, conectou. É beleza, não precisa me explicar mais nada. Eu já acessei direto sua explicação. Bom, próxima pergunta. Você tem medo de alguma coisa? Conta pra gente. Hum. Eu tenho medo de não ver minhas filhas crescerem. Eh, o, eu fiz uma palestra hoje de manhã numa empresa de de moto e aí um um gestor lá falou que, ah, eu moro longe, me avan de moto, não sei o quê,
não tô vindo mais, que minha filha nasceu. A minha filha nasceu e aí eu comecei a ter medo de vir de moto porque eu é, você fica com medo de se acidentar porque tem, então não sei se é comum, mas talvez seja, acontece bastante, né, filho? parece que ative esse medo de novel novelo crescer. Então essa é uma coisa que passa por mim como um medo constante, né? Um medo que tá rodando ali nos bastidores, né? Porque claro, eu tenho os medos do dia a dia, os micromedos que estão a serviço também, né? da gente
com saber o limite das coisas, mas também tenho medo de barata, medo assim irracional assim, que não sei, já melhorou bastante, fiz umas coisas que melhorou. Eu tinha muito medo de de eh coisa fechada, escura. Era muito interessante, né? Como é que os eu eu ia naqueles parque aquático, aí tem aquela negócio de parque aquático que desce assim vertical meio aberto, parece que vai descolar da água e vai cair. Eu ia cinco vezes. Aí tinha outro que era meio infantil, só que era todo fechado, o tobogan. Aí eu não ia porque era fechado e eu
não ia. Mas acabou acontecendo coisas. Fui numa fazenda e tinha uma caverna. Eu entrei na caverna e isso foi muito forte para mim. E isso me, quando você enfrenta, né, você sai, parece que eu aí me chamaram pro Termascal. Sabe o que é Termascal? Uma sauna. É tipo uma tenda de suó. É uma sauna indígena. uma sauna feita com bambu, assim, uma tenda, entra um bocado de gente, bota um fogo e tem um propósito de purificação, mas é escuro, fecha e fica escuro e quente e apertado. E eu passei acho que umas cinco oportunidades que
me convidaram, eu fugi. A minha esposa vai, fica feliz. Tem uma vez que eu fiquei doente. Olha como é, né? Eu adoeci, tava marcado. Essa vez eu vou. Essa vez eu vou. Vou. Todo mundo vai. Vai. pessoal, acordei doente e não fui. E aí, ano passado eu fui e assim, é difícil enfrentar uma coisa assim, mas também quando acaba que você enfrentou, você acaba assim sentindo forte, né? Então esse foi um medo que vinha me acompanhando e que eu continuo com ele. Ele não foi embora não. Ele agora tá mais xoxinho. Ele tá mais no
canto dele. Ele não tá mais me fazendo adoecer não. Ele só tá me trazendo uma atenção. Aí vem o sagrado que você falou, né, de eh uma situação dessa, né, que é uma coisa que me desafia. a forma como eu me preparo e como eu lido com aquilo de forma sagrada, respeito, honra, não desdenhar, ir com atenção, ir com presença, né? Tudo isso também prepara para você se relacionar com isso que te dá medo, né? Bom, e é quem diga que nos nossos medos estão as nossas maiores oportunidades, né? Sim. Que se a gente enfrenta,
a gente sai maior do outro lado. É, o medo é um sinalizador que tem algo para tu colher aí, ó. Tá vendo? Aí faz a lista dos medos, tem algo para tu colher. É uma bússola que aponta exatamente onde está a oportunidade que você mais precisa. Esse assunto que eu falei da da essa coisa de da morte, de não ver os filhos, eh existe filósofos que lidam sobre a morte, vários, né? Imagino, né? Mas algo específico sobre essa questão, como os filhos eh fazem brotar essa coisa de medo da morte. Tu lembra assim alguém? Não
conheço, né? específico sobre isso, não? E sobre a morte como um todo, o que é que a turma fala aí? The best of assim sobre a morte. A coisa, eu acho que mais impactante que eu já li sobre a morte foi o bar do Todol, o livro tibetano dos mortos, que é realmente muito impressionante, porque ele narra desde o momento em que a pessoa ainda está viva, agonizando os últimos momentos. Fala das sensações físicas que se tem, tá? quando vem a morte e vai falando do que você vai vendo momento a momento depois. O que
é interessante é que para todos os seres, segundo essa tradição, logo que a gente desencarna, sai do corpo, existe uma oportunidade de ir na direção da luz. Mas acontece que como durante toda a vida a gente procurou não a luz, mas aquilo que é sombrio, quando você confronta essa clara luz primordial que eles chamam, você tem medo e foge pra sombra. são as oportunidades que a gente vai perdendo de mergulhar no divino, né? Ou seja, ele fala da necessidade da gente criar em vida uma afinidade com a luz. Luz como símbolo de sabedoria, luz como
símbolo de unidade, né? Essa afinidade diz que é a primeira oportunidade que a gente tem logo depois que desencarna clara luz primordial, depois a clara luz secundária de ir pra luz. E a gente identifica mais com as regiões de sombra, né? Imagina a quantidade de posturas que a gente tem durante a vida que nos fazem identificar mais com esse sombrio, com esse cinzento, com esse sem definição, né? Quantidade de fugas da luz que faz com que a gente perca essa oportunidade. Mas enfim, o bar do Tod ele é muito impressionante. Se você não lê, eu
te recomendo porque ele vai falar de todas as etapas que vão acontecer até que o cidadão reencarne, dependendo da situação, do nível de consciência de cada um, até onde ele vai. do que tipo de experiência vai viver. Sabe aquilo que a gente costuma dizer que a gente não sabe o que é a morte porque ninguém voltou para contar? Depois que você leu o bar do Todol, você não vai falar mais isso. Cara voltou, não vai falar mais isso, porque ele descreve com detalhes até o momento em que você volta a entrar num corpo. Tem um
um professor, lembrei agora, do Randas, um professor espiritual, faleceu há pouco tempo que ele ele falou que eh ainda vivo, né? Mas ele talvez captou essa informação, não sei como, falou que morrer é como tirar um sapato apertado, como se tivesse um alívio assim, tivesse uma uma libertação desse desse invólucro aqui, né, que a gente tá. Eu eu tenho uma uma metáfora assim meio brincadeira, meio séria, que é se a vida for tipo ir para um parque da Disney, chega no parque da Disney, tu vai conscientemente para sentir medo. Tu paga ingresso para sentir medo,
cair num elevador, numa montanha russa, sentir alegria. Tu pode ir num num teatrinho das princesas e sentir tristeza, então tu embarca naquela missão para sentir um monte de coisa, a montanha russa de emoções. Agora tu só vai porque te garantiram que tu vai morrer e tu volta. Porque ninguém quer ficar na Disney a vida toda. Disney é bom para ficar um tempo. Você não quer ficar o dia todo na Disney, a vida toda na Disney. Você quer ficar um dia. Então eu acho que antes de vir rola conversa assim: "E aí, irmão? Eu quero ir
lá, mas tu garante que eu vou morrer, né? Pelo amor de Não, não vou não. Eu só vou porque se tu garantir, assina aqui, não quero o contrato. Click sign aqui para dizer que eu vou, eu morro mesmo, porque eu não vou para aquele rolê, viver as emoção toda e ficar lá para sempre. Não, não. Tá garantido, irmão. Você vai morrer assim mesmo. Tá certo? Então, então vou. Pronto. Então, talvez a morte é o motivo pelo qual a gente topa a vida. Talvez, né? É, talvez haja esse alívio, sim. Mas é importante a gente entender
que morte não é promoção. A nossa consciência não fica muito mais elevada do que está só porque a gente morreu. Sim, né? Essa elevação de consciência a gente conquista é lutando contra as dificuldades aqui mesmo. Sim, né? Então não há nenhum pulo de consciência simplesmente porque perdemos um corpo físico. Não temos mérito. Não há mérito para isso. Simum. E e como você falou, né, pelo que você entende aí, a a consciência que você alcançou também nessa experiência, ela define também, não foi você falou, né, o caminho, sim, que pode seguir, né, então, os caminhos que
podem ser tomados depois, até que ponto se chega, tá, quando se tem que voltar novamente. Bom, existe quase que um caminho para cada pessoa, dependendo do seu desenvolvimento de consciência. Se você ler no bar do Todol, você vai ver que existem vários planos que cada um vai alcançar, dependendo do seu desenvolvimento. Bom, levando em consideração que essa é uma tradição milenar, né, e que provavelmente aí, pelo menos se tomamos as tradições a sério, deve ter algo de veracidade. Bom, passando paraa nossa próxima questão. A dor da humanidade é uma coisa que te incomoda? Você sente
em você a dor da humanidade? Eu sinto algumas vezes mais, algumas vezes mais forte e mas busco não me não me hiperidentificar, não não ser levado por isso, senão eu vivo a dor também, né? Então eu busco eh sentir e ao mesmo tempo voltar, não ser embebedado por isso para poder voltar pro meu centro e a partir disso poder de alguma forma colaborar. Porque se você for levado, tragado pela dor, pelas histórias, por esse barulho, eh, você é levado, né? é arrastado para isso. Então, eu busco eh sentir, mas não me enganchar, para poder ocupar
o meu lugar e poder colaborar, cuja maior colaboração é ser eu, é ocupar meu lugar, o meu papel e sendo eu transbordar e poder colaborar. Então eu eu tenho essa atenção assim de eh sentir, acessar compaixão, mas não ser levado e e e sofrer, tragado por ela. É tragado por isso, né? Porque é muito delicado, né? E de vez que eu não me vejo sendo tragado por acontecimento, história que meio que dá uma sequestrada assim no meu centro e fica tudo aquilo ali. E aí eu pensei, bota, observo e não, pera aí, está sendo tragado
assim, não, não tá colaborando com nada, né? não tá ajudando e tá criando. Eu tô só agora, eu acabei de de fazer parte agora da dor, de ser levado, então volto pro meu centro e bem no meu micro mundo universo, como eu posso colaborar? Uhum. É interessante, não sei se você já usou isso, mas para mim funciona muito bem usar essa dor da humanidade como um despertador de consciência em momentos de debilidade. Aquele momento onde você quer se entregar à inércia ou a superficialidade, a banalidade, você para e pensa: "Opa, tá certo, você vai perder
tempo, você tá pagando essa perda de tempo com alguma dor humana que você não vai poder se comprometer, algo que você não vai poder fazer". Então ele é bom você tá ali naquela cama de manhã, não, eu quero ficar mais, eu não quero saber de fazer nada, tá bom? Mas é algum compromisso com a dor humana que você vai deixar de cumprir, tá? Então ele é muito interessante para te impulsionar o compromisso mesmo, te impulsionar estar sempre caminhando, te ajudar a fugir da superficialidade, da banalidade, né? Da banalização da vida, da inércia, da cólera. Então
ele vem diz: "Opa, pera lá, você tá saindo da linha onde você pode contribuir para minimizar a dor da humanidade. Eu uso bastante isso e funciona muito bem. É muito dolorido. É um preço que a gente não aceita pagar. Opa, pera aí. Ficar aqui em nome da dor da humanidade? Não, esse preço é caro demais, eu não pago. Então te prende aos teus compromissos, te coloca muito mais acordado, né? Muito mais esperto. Sim. E sentir a dor, você falou do colar, né? Uhum. Sentir a dor é é relembrar que a gente faz parte desse colar,
né? Que tem algo que conecta todos, né? Uhum. Inclusive a flor e a montanha. Eu me recordo uma ocasião. Eu morava em João Pessoa nessa época e era amanhã bem cedo, tinha mania de caminhar na beira da praia, bem cedinho, amanhecendo. E vinha um rapaz passando, rapaz muito bem vestido, normal, com uma criança e a criança adormecida no ombro dele. Eu fiquei olhando aquela criança com os bracinhos pendentes, tão tranquila, parece que ela tava no lugar mais seguro do mundo. Aí quando você olhava pros olhos daquele rapaz, você via que ele também era uma criança,
também tava precisando que alguém o pegasse no colo para que ele se sentisse eh seguro. Me deu uma sensação de que a humanidade inteira tava precisando de colo, precisando que alguém a aconchegasse para que ela pudesse relaxar um pouco, se sentir um pouco segura, uma dor tão profunda no coração. Aí eu fui entender um pouco melhor uma coisa que sempre me impressionava quando eu vi as imagens, aqueles espinhos cravados no coração de Cristo. Um espinho cravado no teu coração. Ou seja, eu tenho que fazer alguma coisa por essa dor. Eu nunca me esqueci dessa sensação.
A sensação de que eu tinha que pegar a humanidade inteira no meu colo. Tinha que aconchegá-la, porque ela precisava demais disso. E foi como um espinho que foi cravado e ficou aí. e um espinho que me faz ser melhor. Esses momentos especiais que a gente não sabe nem explicar direito, né? Acho que são muito especiais na nossa vida. Sim. Eu tava no barbeiro aí lá fazendo uma barba e tal e eu senti que o barbeiro tava agitado, ele tava meio agitado e uma pessoa agitada com a gilete no seu pescoço não é uma boa ideia,
né? Eu tava lá e eu senti que ele tava assando para um lado pro outro. Alguma coisa mexer no celular, alguma coisa incomodando ele assim. Mas assim, já tava todo montado o negócio lá, até que eu jitei: "Ah, não, eu vou vou pedir para trocar de barbeiro." Mas assim, já tava lá acontecendo. E aí, eh, tem dois caminhos, né? Tem um caminho de você entrar no loop de absurdo. Como é que pode aqui? Um profissional não é profissional e como é que ele pode estar assim? Absurdo, absurdo, absurdo. Ou seja, você entrou na energia do
problema, na energia dele de que tá com esse barulho. Ou eu me lembro que na época eu fiquei estranho que eu ficava, eu ficava assim pensando, irmão, pensando, né? Fica em paz, irmão. Te amo, irmão. Tá na paz, irmão. Vai dar certo, irmão. Ficava assim, fiquei orando por ele assim. Tá certo, irmão. Na paz, na paz, na paz, na paz. E aí quando acabou deu tudo certo, meu pescoço ficou bem e quando acabou assim eu puxei ele assim e falei no dele: "Irmão, vai dar certo, irmão, relaxa." E ele ficou assim, aí sorriu para mim
assim. Eu falei: "Arô". Então é isso, né? Muitas vezes também é é coisas pequenas assim, né? Uma dor sabe o que que é, nem sabe se é mesmo, mas você aposta que tem algo ali. Em vez de entrar na frequência de sei lá, chamar o dono, como é que pode aqui? Eu não sei o quê, não quero mais não, não sei o quê, sei lá. Você simplesmente tenta dar um abraço, né? Um abraço virtual que eu dei nele. Tem algum personagem histórico em especial que te inspira, que você admira, que é um referencial para você?
Você falou de Jesus, é um personagem que me inspira. Yogananda para marrança Yogananda tem um personagem menos conhecido que é um cara chamado Alfred Russell Wallace. Ele ele era um naturalista que era o nome que dava para cientista, né? tipo Darwin, contemporâneo de Charles Darwin, mesma profissão de Darwin, ele era que era meio que catador de besouro, catador de de de bichos, né, para poder estudar. Era o naturalista, que era o cientista. E o Alfred, ele eu me encantei de conhecer a história dele, porque ele, o Darwin era meio que uma família rica e tal,
tinha todo o pai dele era fulano, o avô dele era cicrano e tal. E o Alfred era o contrário, bem simples. E ele viajava pelo mundo para fazer os estudos na natureza. Inclusive veio para Belém do Pará. para Belém do Pará veio, mas na época, na volta pegou fogo navio e perdeu tudo. Mas a viagem da vida dele foi pra Indonésia, arquipélago malaio. E onde ele lá fazendo as pesquisas dele, situações meio precárias, ele pegou uma febre e numa devaneio da febre ele escreveu a mesma tese da seleção natural do Darwin e mandou pro Darwin,
que o Darwin já era um cara conhecido no meio. E quando Darwin recebeu do Alfred, Darwin já tava 10 anos esboçando e procrastinando publicar as ideias dele com medo de represalha, já que ele trazia uma uma visão que podia criar problema, né, com igreja, com coisas assim. E ao receber a carta do do Alfred, foi que o Darvin fez, ixe Maria, os amigos dele tem que publicar, irmão, agora tem que publicar mesmo. Passou 10 anos esperando, aí o cara fez igualzinho, aí o cara publicar vai perder seu trabalho. E o Alfred e o Darwin publicou
lá na Sociedade Científica de Londres lá, eh, como coautoria do Alfred. E durante muito tempo, a teoria da evolução, a seleção natural era chamada de Darwin Wallace Theory, teoria Darwin Wallace, mas ele foi esquecido. E aí entra a parte que eu acho muito interessante que tem a ver com a autenticidade que a gente tá falando, é que o Wallace quando voltou, mesmo ele tendo esse reconhecimento do nada ele virou um cara conhecido. O Darwin deu toda o palco para ele ali e ele virou um cara conhecido no meio lá na Inglaterra, no meio científico. Mas
naquela época começou a ter o fenômeno das mesas girantes, aquela que que foi o que deu início ao espiritismo, Allan Kardec e tal, que era nas casas de Londres lá de o povo se juntava e as mesas levantava e girava. Era isso que acontecia, uma avacalhação do mundo espiritual. O mundo espirva vacalhou. Pode girar a mesa lá. Vamos, né? E e a a e as canetas escrevendo sozinha, uma coisa assim surreal, né? E e o o Alfred ficou assim: "Que história é essa? Não são cientista, eu vou lá ver isso." E começou a frequentar essas
noites e ele chegava antes para ver a cortina, se não tinha um alçapão, se não tinha truque de mágica, né? Cientista, né? V que é isso aqui. Tem uma coisa atrás aqui. Chegava antes para ver se não tinha nenhuma nenhuma truque aqui e aconteciam os fenômenos e ele ficou intrigado e começou a estudar profundamente isso. E aí o que aconteceu? por ele estudar isso, por ele seguir essa esse entusiasmo dele, peru a credibilidade, perdendo a credibilidade no mundo acadêmico e foi esquecido do mundo acadêmico. E aí consequentemente, né, os trabalhos e a renda, né, e
o Darwin teve que pedir pro governo da Inglaterra uma apostadoria para ele especial, um pedido do Darwin, que aí já era um cara grande. E essa história do Alfred, ela tem muitas camadas, que tem toda a história em Belém, na Amazônia, ele passou, o Senado Federal publicou um livro dessa grossura só sobre as viagens de Alfred e outros dois caras na Amazônia. E mas eu acho super interessante assim essa coragem, né, de ele ter bancado assim a curiosidade dele de adentrar um universo muito estranho, muito diferente e isso teve um custo para ele, mas ele
ele foi, né, e ele ficou na história desses estudos, né, o Artur Conandoy, que era o cara do Sherlock Homes, né, um cara que também tava sempre tem um livro grande a história desse momento, acho que a história do espiritismo, que é o Artan Conandol escreveu em que tem uma página inteira só falando do Alfred como a credibilidade que o Alfred já tinha, também trouxe força para esses estudos desses fenômenos diferentes, né? Então ele é um ser muito assim fora do radar que eu tenho os cinco seres livros dele próprios dele, alguns sobre ele e
acho maravilhoso. Um ponto fora da curva no seu tempo, né? Corajoso, ousado, espírito de missão. Sim, garra, espírito de missão. Esses homens que normalmente são um ponto fora da curva tem muito isso, capacidade de honrar esse espírito de missão até o último momento. Vontade assim de ser uma abelhinha e tá lá vendo assim as conversas dele com a mulher dele. E aí, amor, como é que é, hein? Vi o negócio ali, o negócio é muito louco, mas se eu for para lá vai dar ruim. Que é que tu acha? Que teve essas conversas, né? Teve
assim, teve esses momentos, né? Ele, eu não acho que ele foi, ah, teve dúvidas, né, de, e aí, vou ou não vou, né? Como é que é, né? Será que é isso mesmo? Não sei o quê, vai dar ruim para mim e tal, mas eu sinto conversa de alto nível, né? Isso me lembra, eu gosto muito de Cal Gibran, você deve saber, né? Gosto muito dele. E ele teve uma mulher que o apoiou durante toda sua vida, que foi Mary Haskel, que eles foram muito apaixonados, só que nunca se casaram. E eles trocaram cartas entre
eles a vida inteira. As cartas de amor de Gibran e Mary Heskel foram publicadas em livro, inclusive são muito bonitas. Você imagina duas pessoas que se amam, que estão apaixonadas, trocarem cartas? O que que você imagina que se fale sobre coisas do mundo físico, né, emocional? Eles se correspondiam para falar do que era Deus, como eles percebiam Deus, como percebiam as leis da natureza. Você imagina um contato desse nível? dois seres que se unem para tornar um o outro maior do que ele é. Dois seres, eu acho que isso é o conceito de almas gêmeas,
né? Juntos são muito maiores do que seriam separados. Eu tenho vivido com a minha esposa assim, Lúcia, eh, uma experiência muito legal assim de a gente tá um sentimento assim de estamos junto em várias camadas assim, várias assim. E como na minha vida, né, eu quando conheci Dani, ela tinha 19 anos, 20 anos e eu era um empresário tecnologia lá de Recife. E a Dani, ela tava assim, foi educada para fazer direito, passar no concurso e casar com um marido que também fez direito, passou no concurso, né? tinha essa linha do tempo assim para ela,
ela tava seguindo a linha do tempo, já tava no direito e já estudando para concurso. E eu não era isso, mas era um empresário bonitinha, com empresinha, não sei o quê. E de repente, com menos de um ano de namoro, eu falo que quero largar a empresa e quero contar piada, quero ser humorista. E aí começou a ficar muito longe do script dela, né? O empresário tava mais ou menos, mas o comediante quando piada tá longe do script que tava traçado. E ela eh sempre me apoiou assim mesmo nesse desconhecido que foi. E depois eu
saí da comédia, fui paraa educação e ela sempre ali. Então, eh, você tem um parceiro que não tá apegado a nenhuma versão externa. tua e que cria um espaço, um campo, um ambiente propício para tu ser quem tu és. Voltamos a isso, autenticidade de novo. E a mesma coisa para ela, né? Porque ela também de um tempo para cá tá se descobrindo e a minha esposa tá assim uma, meu Deus, tá uma um crescimento assim, uma força assim e que não foi trivial assim. Teve momentos no começo de que eu eu observei assim coisas em
mim da natureza, do tipo eh, eu vou colocar como eu, ela não é, ela não depende mais de mim. E agora como é isso? Depois de 10, 12 anos em que ela tava ali nos bastidores das minhas coisas e tal. E agora quando aquele ser começa a ir assim, eu me vi assim tendo pensamentos assim apegados e tipo assim, ela não precisa mais de mim que agora ela tem força e aí como é que eu vou lidar com isso? E aí fui aprendendo a a ver essa beleza, né? E e hoje em dia tenho um
orgulho assim dela, minha Dani virou um fenômeno assim, a gente faz um retiro para líderes em que junto empresário, retiro de autoconhecimento. É pra gente de negócio, mas não é de sob. E quando lançamos, né, e naturalmente até hoje eu atraio as pessoas, né, mas na hora da entrega tem hora que eu fico vendo Dani assim, porque não é uma coisa que tem um roteiro, é uma coisa que acontece coisas e tem que lidar com o que acontece, né? E a Dani é uma firmeza que eu fico assim, hora que eu choro, eu choro lá
entregando o negócio, olho para ela, choro assim de de ver assim a força, a sensação de que ela ocupa o espaço inteiro. E até pensamento das pessoas, acho que pensação que ela capta assim, ela fala: "Ó, tô sentindo que tem algumas pessoas que estão assim assim, mas como é que tu sabe?" Não, não é o que? Eu falei: "Que isso, irmão? Pegando até pensamento, rapaz". É bonito, velho. É muito bonito uma relação desse tipo, onde a gente é fator de soma pra vida do outro. Esse livro, se você puder, eu sei que eu tô te
recomendando uma tonelada de livros, mas você vai adorar se você ler as cartas de amor de Cali Bran e Mary Hkel. O livro tibetano dos mortos eu tenho em casa e nunca li. Então agora tá bobeando. Vale muito a pena. Sim. Como seria aquele Murilugan que você adoraria ser? Imagina você como você se imagina lá no final da jornada, aquele Murilugan que você consideraria o seu ideal? Hum. Murilugan ideal. Eu acho que é um Murilugan que ele cuida do corpo físico, eh, no mesmo tanto que cuida de outros corpos. Eu sinto assim que parece que
o meu corpo mais mental, mais intelectual e e até espiritual assim, parece que ele sempre pede prioridade nas coisas, né? Então assim, entre fazer uma coisa mais intelectual e fazer uma coisa de exercício, parece que tá sempre tá sempre não, não, isso aqui, não sei o quê, não sei o quê. Então eu eu tenho cada vez cuidado mais do meu corpo físico a nível de alimentação, de exercício, mas ainda com uma luta assim, parece que ainda tem que tenho que negociar, entendeu, com a mente. Senão a mente inventa um negócio aí para para não fazer.
Então acho que um Murilo em que os vários corpos são nutridos do mesmo tanto, né? É uma coisa que eu me idealizo também. Quero o Murilo sempre com criança por perto. Pode ser dos outros, não pode. As minhas vão crescer, pode vir net, mas assim, quero criança por perto. Quero criança, quero, quero sempre ter crianças por perto. Vejo Murilo escritor. Eu comentei ali um pouco antes com você que eu tô escrevendo um livro, né? Depois de uma saga que eu vivi, de vários livros que não saíram e de uma história familiar que tem uma coisa
com livros, mas é uma coisa bacana, mas também com algumas entraves assim, resistências. E vejo também o Murilo em que libera, né, mais assim, né, pode ser assim também, mas libera essa forma de se expressar assim, que a minha é muito pela fala, mas que libera essa forma porque eu gosto e eu faço bem, mas eu só tenho alguma coisa que me Mas agora tá saindo, agora tá saindo o livro Fé no Flow, segundo semestre de 25 sai. Eu vejo Murilo escritor. E e o Murilo que faz diferença na vida das pessoas. O Murilo que
faz diferença. Eu eu vejo Murilo muito conectado com a natureza, com um estilo de vida assim muito de assim e e bebo beber a água que eu acesso diretamente aqui, comer o alimento que eu produzo ou muito perto produz e que esse estilo de vida, como eu penso muito assim, Lúcia, como o a minha maior contribuição ser a forma de viver, ser assim a a o estilo de vida, né? Como encontrar um jeito de vida. Eu tenho esse sonho assim de de água, alimento, energia, ter tudo aqui eh vindo da natureza, né? Eh, e não
é fácil desenhar uma vida assim depois de toda a urbanicidade que tá incrustada, mas uma vez desenhado, compartilhar, ó, dá para ser assim, ó. Tu faz isso, isso e isso, tu pega a energia daqui, a água dali, a comida dali e tu faz isso aqui. E aí, ó, pessoal, faz assim, ó. Tá aqui, ó, vocês copiarem também. e as crianças aqui. Então eu tenho muito essa visão assim de de uma vida pra natureza e que a minha colaboração seja o próprio jeito de viver. É, mas você tem mais uma coisa que eu tenho certeza que
você compartilharia comigo isso, porque você é também um comunicador, a vontade de distribuir qualquer pequena descoberta que você faz sobre a vida. Sim, sim, tem. É, aí tem esse detalhe, né? Nessa nessa minha realidade da natureza tem sempre uma câerazinha aqui. Tem uma câerazinha lá, tipo, uma câazinha fixa que só chega, aperta o botão e começa a gravar. Você meu sonho também um botão assim, ó, tudo pronto assim, só chega, aperta o botão, acabou de ter a descoberta, acabou de ter um uma autoobservação, acabou de ter um insight, já vai ali, aperta o botão e
já fala aqui logo. É, eu também me sinto assim, qualquer pequeno ganho, qualquer pequena descoberta é como se eu tivesse obrigação de passar adiante. Sim. Né? colocar no fluxo da vida, porque também não sei se para você também o próprio ato de falar, eu vivi aquilo, descobri aquilo. Quando eu falo, parece que aquilo se solidifica mais em mim e parece que eu melhor até assim, né? A fala também ela já ela já melhora um pouquinho a coisa e retroalimenta, né? Então assim, mesmo que eu aperte o botão, eh, mesmo que não tenha câmera, né? Eu
falo até sozinho, falo até sozinho para o meu espetáculo de teatro que eu tô fazendo agora, Flow. É um espetáculo que eu comecei querendo descrever, mas eu descobri que no momento o meu melhor canal é o é a o verbo. Então o que que eu fiz? Eu peguei, fiz só assim uns palavras-chaves assim, um roteiro meio que em bullet points assim e fui já pro primeiro ensaio. A gente pegou um teatro para ensaio, né, com o nosso diretor, o diretor que foi o Márcio Balas e ensaiado com a banda, com tudo, sem roteiro nenhum no
primeiro ensaio. Porque a minha tese que funcionou foi como se a fala é o meu canal que eu gosto mais, como é que então que eu vou pro ensaio fingindo que é real? vai começar o ensaio da peça e tem um roteirinho mínimo. Eu começo a falar, a gente grava tudo que eu falar, depois transcreve e aí começamos a ter um roteiro a partir do que eu falei e aí depois vai lapidando, vou falando de novo. Então foi criado muito assim, eh, reconhecendo que o meu verbo é no momento a melhor forma de expressar do
meu ser. Você acredita? Pode parecer uma pergunta boba para você essa pergunta, mas eu gosto muito de fazer pras pessoas porque hoje em dia se tem a impressão de que o ser humano é um produto acabado. Se você é uma pessoa colérica, por exemplo, você vai ser colérica pro resto da vida. Você é uma pessoa que tem estabilidade emocional, vai ter pro resto da vida. Você acredita que um ser humano realmente pode mudar, se tornar outra coisa diferente daquilo que ele é agora? Hum. Eu acredito porque eu já vivi tanta mudança. Oxe, acredito eu, eu
compartilho com essa percepção assim que até mesmo a gente usa no nosso objetivo a palavra autoconsciência em vez de autoconhecimento. Detalhe assim pequeno, mas é porque muitas vezes a questão de ah, eu me conheço, eu não, não, eu não vou fazer aquilo não, porque eu me conheço, eu me conheço, eu fiz o teste, eu sou colérico, nem a grama X, sou não sei o que, não sei o que, não sei o que. Então eu me conheço, me conheço. Então nem me chamo que eu me conheço, eu não vou. Então esse eu me conheço te congela,
ele é ele não expande, ele ele aprisiona. Uhum. Aí, por isso que a gente teve esse cuidado de no palavra autoconhecimento, só por essa sutil contaminação que vem desse eu me conheço que traz o que você falou, né, essa visão paralisada de eu sou assim, assim, assim. Então, eu entendo, Lúcia, que existe uma algumas características do ser, né, de ser mais assim, algumas predisposições, algumas coisas, mas que são só umas predisposições, né? Então, eh, a água pode passar aqui nesse, não dá para ver na câmera não, né? Pode passar nesse, tem uma frestrinha ali, ela
vai passar mais fácil, mas ela também passa pelos outros lugares que não tá mais fácil. Então, eu sinto que dá para ser tudo, dá pra gente ser tudo ou muita coisa. E eu, por exemplo, uma grande mudança radical na minha vida era que eu era muito muito assim, tinha botado na minha cabeça que eu era perfeccionista. e controlador e tudo tinha que ser muito perfeito, muito controle, muito perfeito, muito que ser assim, né? Eh, eu tatuei aqui hard papai, você foi no hardwor papai, né? Então virou uma coisa assim hard work. É como se ser
hard, ser duro, fosse um indicador de que é por aqui mesmo. É tipo assim, tá duro, então é isso aqui porque é radiok mesmo, porque a vida empreendedora é hard. E assim, eu não sou tatuei, eu criei um evento, você foi lá, lembra, né? Grande, 2000 pessoas, 5 anos seguidos, hard work, papá. Então eu virei uma um porta-voz de que e hoje em dia eu eu tem momentos que as coisas precisam de uma intensidade de um pouco de de hard assim, mas hoje em dia eu vejo quase que o contrário, que eh a leveza é
o indicador. A leveza é o indicador. E se e a leveza for indicador? E se a vida for não ser 100% leve toda hora, mas for designer desenhada para ser predominantemente mais leve, mais fluida, de as coisas fluírem sem ter que ser fritando toda hora, né? E o controle, né? A coisa do soltar o controle também, assim, como isso eu mudei pra mim? A premissa era quanto mais controle, melhor. Ponto. E hoje em dia, de vez em quando é bom ter controle. De vez em quando é bom ter o oposto de controle, ter o o
soltar o controle, o se render, né, assim, né? E aí a vida te surpreende com a coisa assim. Olha que louco. Nem na minha versão cheia de controle eu imaginava que isso ia acontecer. Eu soltei e não aconteceu o que ia acontecer, mas aconteceu uma coisa até mais interessante do que eu achava que ia acontecer. A vida te surpreendendo, né? Confiar na vida é um dos princípios lá do estoicismo. Acreditar que a vida não é causa, é cosmos e ela dá a cada um aquilo que lhe corresponde, né? Marco Aurélio dizia: "Nada acontece ao homem
que não seja próprio do homem". Seja nada acontece a a nós, Lúcia, Murilo, que não seja próprio nosso, que não tem a ver com a nossa necessidade de experiência para crescer. E um pouco dessa leveza é confiar na vida, se entregar, se sentir nos braços do pai. Isso é isso é maravilhoso. Você sabe explicar o w do tauísmo? É um bicho difícil de explicar, né? Aquele w sabe W e I, que é uma ação pela não ação, né? Você sabe explicar isso? Não conhece? Hum. Não, não saberia. Um negócio que eu eu já li várias
vezes, mas ele não é difícil de entender assim. É uma coisa do que tem a eu lembrei que tem a ver com essa coisa do soltar, do confiar, né? Eles definem como ação pela não ação, que é é o soltar. É isso que a gente falou. Acho que a gente já explicou. Bom, outra pergunta que eu acho um pouco dura, porque é difícil a gente se posicionar em relação a isso. Você é otimista ou pessimista em relação à situação do mundo atual? Hum. Eu eu sempre fui uma pessoa assim que eu diria otimista, sempre fui
assim muito ah se qu muito muito assim com otimismo. E de um tempo para cá, eu comecei a assim sentir caminhos que a humanidade pode tomar, em que é engraçado quando eu compartilho com alguém, eu fico pensando: "Eita, tô falando isso, então eu sou pessimista". Mas ao mesmo tempo eu não acho que sou pessimista. Então assim, é difícil, né? que vira meio com a dualidade, isso, isso, aquilo, mas eh eu sinto que como espécie a gente vai viver umas treta braba, umas treta. Já estamos vivendo, né? complicado assim, eu sinto assim que assim coisas assim
eh bem assim tipo tipo covid covid é um exemplo, né, de uma coisa que foi buf, uma coisa assim, mas não exatamente isso, assim, coisa do tipo, eu falo para amigos meus próximos, né, agora tô falando para muita gente agora não é mais pra próxima, mas eu falo assim, é, eu não compraria imóvel na beira do mar. Eu acho que essa amarela a água vai subir. A água vai subir e assim não vai ser de pouquinho em pouquinho, não. Pode subir assim, ó. E assim, imagina o rolo que dá na humanidade. Se os litorais, se
Santos, Recife, Miami, tudo acabou. Acabou a orla ali, água nas garagens. E aí a nova realidade é essa. Imagina isso é tipo COVID no sentido de tipo no sentido de mudar a realidade do planeta, né? Muda a dinâmica de os litorais começam a subir água. Então eu tenho no site da NASA um estudo da NASA, no site oficial da NASA eh projetando enchente em todos os litorais dos Estados Unidos na década de 30. Quando eu me mandaram esse link, eu falei: "Não é possível, isso aqui tá no site da NASA, isso aqui tem falar sobre
isso, porque isso aqui é muito sério". Então eu sinto que vai ter essas coisas, mas quando eu comecei a sentir isso, a a eu comecei a falar: "Então quer dizer que eu sou pessimista?" Não, não é pessimista otimista, é o que é. É só coisas, é o que é. É isso que é. E sempre foi assim, né? É um sempre o planeta teve coisas, né? Também assim, quem é a gente, né? Besta para achar que a o mato tem que respeitar a rua que a gente botou na frente. O mato olhando assim, eu quando vou
embora na hora Camburiu, né? Camboriu teve a questão que o mar foi avançando e aí o pessoal fez toda uma obra para colocar areia, para aumentar o mar, não sei o quê, mano. Tá vendo que isso? Tá vendo que isso? O que que o mar tá achando? Quando o mar olha, o pessoal com os caminhão de areia, o mar tá se olhando. Ih, pessoal, não vai rolar, hein, pessoal. Sério mesmo que vocês vão tá tão nessa. Então, deixa eu te falar uma coisa, é mais complexo o negócio aqui, entendeu? Então, eu sinto que vamos ter
grandes desafios e e por isso é aí, voltando para as relações, por isso a importância de a gente cultivar relações eh não só as íntimas, pai, mãe, filho, mulher, não sei o quê, mas cultivar amizades profundas e verdadeiras. Porque quando ocorrem coisas muito desafiadoras, muito mesmo, muito mais do que que tá acontecendo agora, assim, extremos, eh, na hora do extremo não dá pra gente cultivar relações, tem que ter cultivado já. E é isso que a gente vai se vai é o que vai ficar, né, pra gente reagir. E é interessante porque eu sinto que vão
ter desafios bizarros, mas também não sei qual é. Não tô falei da água um exemplo como exemplo assim, não sei qual é. E ao não saber qual é, eu não sei como preparar. Mas a única preparação que serve para qualquer desafio é cultivar relações, crescer como ser humano, né? Sim. Para te falar a verdade, me preocupa. Eu vejo isso que você fala em relação a todas as alterações climáticas da natureza, o aumento do nível do oceano, mas o que mais me preocupa realmente é a natureza humana. Tão egoísta. esse monte de guerras em pleno século
XX, a gente já era para ter superado isso há muito tempo, tão predadura. A natureza humana é que me preocupa, porque ela tem determinados momentos que parece que tá afundando num retrocesso, né, de alienação, de um egoísmo feroz. Isso realmente me preocupa. Eu acho que o ser humano já era para estar um pouco mais maduro do que ele é agora. Esse processo é complexo, é muitas camadas, né? Aí é novamente, né, a gente falando, né, que quando eu vejo também, né, as notícias, coisas assim, bate assim uma dor, né, aí daqui a pouco eu me
vejo, eu tô lá a horas investigando, clicando, não sei o quê, não sei o quê. Uma hora eu não, OK, suficiente. Já entendi, mas não posso me afundar eternamente aqui. Volta para mim, beleza? como eu posso servir na minha mínima proporção a essa a esse retorno, a à unidade, né, a ao fim dessa separação que eu lembro você falando para mim na primeira vez que a gente conversou, que eu lembro que eu já passei esse vídeo no retiro que a gente faz, sei até o texto quase você falou, a raiz de todos os problemas é
o egoísmo. Uhum. Que essa visão de separação de que o outro, o outro é o outro, somos separados e, portanto, o mal do outro pode beneficiar. Isso ficou aqui, ó. Eles é isso. Nosso retiro que a gente faz de empresários, eu mostro esse vídeo, esse vídeo nosso, esse trechinho. É, uma vez eu li uma frase que dizia que a obrigação dos homens de boa vontade é de subir pelo menos na mesma velocidade que a humanidade cai. Agora você imagina o nível de responsabilidade para num determinado momento poder dar uma atração e puxar isso para cima,
né? pessoas que estejam despertas, conscientes, que deveriam crescer como seres humanos, pelo menos na mesma velocidade que a humanidade decai. Nós vivemos um momento muito árduo, é uma tecnologia de ponta e um ser humano menos do que medieval em muitos dos seus comportamentos. E essa separação, né, a heresia da separatividade, né, eh, existe também esse cenário, né, de eu falando que vejo o Murilo na natureza, né, pegando a água, energia, mas existe uma outra linha do tempo de pessoas que vem o futuro como colocar um chip aqui, colocar um chip aqui e se conectar ao
GPT direto pelo cérebro e tal. Então assim, isso também pode criar uma separação mais acentuada ainda, né? Quase que uma divisão de tipo os que querem estar mais natural, mais orgânico e os que querem est, né, com chips, com coisas. E isso quase que cria duas civilizações, né? Pode virar uma coisa quase que homem de neandertal convivendo com homo, não sei o quê, e pode virar dois bichos, dois homos convivendo junto. O fato é que o homem controla muitas coisas e muito pouco a si próprio. E esse processo vai se aprofundando. Eu costumo dizer, a
gente usa como exemplo em Nova Acrópole, se você compara um homem romano que conduz uma biga e um homem atual que conduz um avião a jato. Progrediu a máquina, não necessariamente o homem. Talvez é que ele fosse mais solidário, tivesse mais compaixão, tivesse mais empatia com a sua comunidade. Ou seja, não adianta, porque uma máquina que progride o ser humano não é uma faca na mão de uma criança. E nós temos muitas vezes criado coisas que t sido faca na mão da humanidade. Se a gente parar para imaginar, por exemplo, ultimamente tem se falado muito
sobre isso por causa do filme, né, o Penheimer, que saiu no ano passado. Se a gente parar para pensar o que a energia atômica nos deu e o que ela nos tirou, o prejuízo foi muito maior. Era melhor que a gente nunca tivesse descoberto isso. Ou seja, brinquedos perigosos na mão de uma humanidade muito imatura. E eu acho isso bastante preocupante. Eu fico pensando, né, será que tem alguma coisa que a gente não tá vendo? Quer dizer, lógico que tem, né? Mas assim, será que tem assim? Será que Deus eh tá vendo assim algum tipo
de coisa que eh por algum motivo muito louco tem que acontecer essas tretas mesmo? É porque se tá acontecendo assim, partindo da premissa que a vida não erra, necessidade de experiência para crescer. É isso. Claro que isso é meio conflituoso, né? Não é trivial pensar assim, né? A vida não erra. Como assim a vida não erra? E aquilo tá acontecendo ali. É realmente a vida erra. Não, mas esa aí, mas a vida não erra. Aí você fica a vida. Mas assim, em algum plano, algum tem algum tipo de zoom out muito elevado que o tabuleiro
fica aqui grande, que tudo que tá acontecendo por algum motivo tinha que acontecer. Só não pergunto qual o motivo, não sei. Mas mas ao mesmo tempo não é possível. É possível. E ao mesmo tempo é não, tem que ser. Você pega uma criança, por exemplo, que tem um problema de saúde sério e que tem que tomar um antibiótico injetável para aquela criança, aquilo é uma maldade sem justificativa. Para quem olha de um patamar mais elevado, é a cura. Sim. Para quem olha de um patamar com um pouco mais de maturidade, é a cura. É. Bom,
por último, pra gente encerrar o nosso bate-papo, eu queria que você desse um recado pros jovens de hoje. O que que você gostaria de dizer pra juventude dos nossos dias? Jovens de hoje, jovens, tão dizendo por aí que vocês são o problema. A nova geração é muito difícil, é muito não sei o quê. Mas eu quando olho paraas minhas filhas que são crianças ainda, não são jovens, mas são crianças, eu sempre penso assim: "Ué, se elas vieram depois, elas são uma versão atualizada da espécie. Ué, eu vim há 41 anos, ela veio há cinco. Ué,
eu sou o iPhone 16, ela é o 16, minha filha. tem umas coisas mais precisa de mim porque o iPhone 16 é baseado no seis, mas até certo ponto porque ela tem mais, ela veio com algo a mais. Então eu sinto que os jovens, se vieram depois tem algo a mais, mas ao mesmo tempo que eles têm algo a mais para entregar pro mundo, eles também vieram no mundo com mais distração, muita distração, assim, uma indústria de distração para te distrair de ser quem tu és, para tu poder ser o iPhone 16 e entregar pra
gente esses novos recursos humanos que tu veio trazer. Então, meu recado é atenção com as distrações, atenção com os barulhos, atenção com o excesso do mundo digital, que ele é aéreo. Pisar na grama, jovens. Pisem na grama. É isso. Esse é o recado principal. Pisa na grama pelo fim das placas. Não pise na grama. Temos que pisar na grama porque a grama, a terra conecta. Temos que abraçar a árvore que virou piada, né? No mundo corporativo tem uma piada que é não. Quando tem assim uma dinâmica um pouco mais sutil, o pessoal fala: "Não, essa
dinâmica abraçar a árvore". Oxe, abraçar a árvore é maravilhoso. Abraçar a árvore? Oxe, coisa mais legal que abraçaram a árvore é uma energia maravilhosa. Então, jovens, abracem a árvore, pisem na grama, se aterrem. atenção com as distrações, com os barulhos, as interferências para que vocês possam ser quem vocês vieram ser e que a gente possa se beneficiar das novas tecnologias que vocês vieram trazer pro mundo. É nós. É isso aí, Murilo. Muito obrigada pela sua vinda. É um privilégio poder conversar com você mais uma vez. Muito obrigada, querido. Professora, Deus te abençoe, querida. A sua
obra é maravilhosa. Vou te contar, viu? O seu verbo chega e tudo é impressionante. Assim, eu digo porque eu viajo por aí e as pessoas falam para mim que viram, a gente fez alguns vídeos juntos e como as pessoas falam para mim assim de você assim, é impressionante. Então, salve sua força. Tamos junto. Obrigada. Muito obrigada a todos vocês que estiveram com a gente. Não esqueça, curta a publicação, mas também curta a página. Esteja com a gente. Vamos ter sempre bate-papos muito profundos e muito interessantes por aqui. Até mais. Um grande abraço e não esqueçam
de conhecer a nova Cropri, os nossos cursos, a nossa página do YouTube. Ali nós temos mais de 1000 palestras gratuitas muito interessantes, que com certeza podem ser muito úteis para você. Procure no www.acróle. org.br, a escola mais próxima de você. Venha conhecer um pouco mais de uma filosofia prática, vivencial junto conosco. Um grande abraço a todos. [Música] เ
Related Videos
VOCÊ É MUITO MAIS DO QUE VOCÊ TEM! COM IVETE SANGALO E DRA. LUCIA HELENA GALVÃO
1:59:23
VOCÊ É MUITO MAIS DO QUE VOCÊ TEM! COM IVE...
Daniel Cady
55,695 views
O LADO FILOSÓFICO DOS RELACIONAMENTOS  -  LUCIA HELENA GALVÃO
1:38:49
O LADO FILOSÓFICO DOS RELACIONAMENTOS - ...
MENTE FORTE 100
16,602 views
✨CHOSEN✨The Universe Has Waited Years For This Awakening Of Yours – It’s Happening Now!
39:00
✨CHOSEN✨The Universe Has Waited Years For ...
O Despertar Espiritual
116 views
O QUE REALMENTE TE IMPEDE DE TER SUCESSO NA VIDA! (Com Guto Galamba) | Os Sócios 240
1:52:47
O QUE REALMENTE TE IMPEDE DE TER SUCESSO N...
Os Sócios Podcast
179,509 views
Agora ou Nunca: Evolua ou Seja Banido da Terra! | Henrique Toni | LIN Podcast #131
2:04:52
Agora ou Nunca: Evolua ou Seja Banido da T...
LIN Podcast
99,097 views
Família
32:45
Família
Mayse Braga
19,581 views
MARCOS DEL CASTILHO ''ENSINO HOMENS E MULHERES A SE ENTENDEREM MELHOR'' - PODPEOPLE #224
2:02:08
MARCOS DEL CASTILHO ''ENSINO HOMENS E MULH...
PodPeople - Ana Beatriz Barbosa
29,234 views
PROVOCA | MAITÊ PROENÇA | 22/04/2025
50:42
PROVOCA | MAITÊ PROENÇA | 22/04/2025
Provoca
39,748 views
LÚCIA HELENA GALVÃO E ANITTA - Podcast Alma Talks - #001
1:19:39
LÚCIA HELENA GALVÃO E ANITTA - Podcast Alm...
Podcast Alma Talks
728,581 views
NOVIDADES EXTRATERRESTES  ! OZZIE PENA !
1:01:39
NOVIDADES EXTRATERRESTES ! OZZIE PENA !
Alegria de viver
29,642 views
🚨 COMO É ATENDER UM PSICOPATA? ANDREA VERMONT REVELA EXPERIÊNCIA
32:23
🚨 COMO É ATENDER UM PSICOPATA? ANDREA VER...
Cortes Podcast 3 Irmãos [OFICIAL]
240,281 views
COMO se RELACIONAR com DEUS de FORMA VERDADEIRA | Lúcia Helena Galvão
14:19
COMO se RELACIONAR com DEUS de FORMA VERDA...
A chama da Sabedoria
64,444 views
Como as 7 LEIS HERMÉTICAS podem REVELAR o PROPÓSITO da SUA EXISTÊNCIA | Lúcia Helena Galvão
58:48
Como as 7 LEIS HERMÉTICAS podem REVELAR o ...
A chama da Sabedoria
108,781 views
ANETE GUIMARÃES NO RECOMEÇAR PODCAST ESPÍRITA #148
2:09:56
ANETE GUIMARÃES NO RECOMEÇAR PODCAST ESPÍR...
Recomeçar Podcast Espírita
21,271 views
Dra. Maíra Soliani: ela sabe  tudo sobre jejum intermitente - Os Nagle, Encontro de Gerações
1:40:18
Dra. Maíra Soliani: ela sabe tudo sobre j...
Leda Nagle
13,551 views
THOMAS SCHULTZ (PSICÓLOGO DE RELACIONAMENTOS) - PODPEOPLE #158
1:53:09
THOMAS SCHULTZ (PSICÓLOGO DE RELACIONAMENT...
PodPeople - Ana Beatriz Barbosa
545,262 views
VOCÊ TEM CORAGEM DE PENSAR DIFERENTE? Lúcia Helena Galvão da Nova Acrópole
58:46
VOCÊ TEM CORAGEM DE PENSAR DIFERENTE? Lúci...
NOVA ACRÓPOLE BRASIL
699,171 views
Como se tornar ANTIFRÁGIL e alcançar a ALTA PERFORMANCE? | Guto Galamba | Como Você Fez Isso?
1:13:11
Como se tornar ANTIFRÁGIL e alcançar a ALT...
Como Você Fez Isso?
113,441 views
FOI TORTVR4DA AOS 12 ANOS: UMA HISTÓRIA QUE O BRASIL NÃO PODE ESQUECER
1:28:50
FOI TORTVR4DA AOS 12 ANOS: UMA HISTÓRIA QU...
Dando Voz Cast Por Ana Carolina Oliveira
99,838 views
Evelyn ep2   23 janeiro 2025   01 44 32
57:08
Evelyn ep2 23 janeiro 2025 01 44 32
Alegria de viver
1,222 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com