O IDEÁRIO DE BRANQUEAMENTO DO BRASIL: HISTÓRIA E IMPACTO | Cortes do História Pública

e agora a gente vai para o nosso ensaio aqui e Antes de tudo eu queria primeiro agradecer as pessoas que têm me auxiliado com a pesquisa Porque como vocês sabem recentemente eu descontini meu projeto de Podcast porque eu achei que não tava dando retorno e eu tô investindo agora em remunerar pesquisadores para me ajudarem Então quem tá me ajudando é a Suede Carvalho militante da up e o Guilherme como Ninja que está aí no chat inclusive né dois cearenses que estão colonizando as minhas pesquisas Porque estão trazendo coisas de Ceará para caramba aqui mas é

isso queria dar os créditos para os camaradas não não para assim para demonstrar para vocês como pesquisa é um processo coletivo e precisa ser não fosse a Suede como Ninja e não fosse os dezenas de pesquisadores que eu tive que ler para fazer essa Live ela não aconteceria o que eu vou fazer hoje é um pequeno ensaio bastante superficial introdutório sobre o que eu chamei de ideário do branqueamento da população brasileira por que que eu tô chamando de ideário porque que eu não tô chamando de projeto Por que que eu não tô chamando de processo

por exemplo porque há bastante debate historiográfico acerca da extensão dessas políticas e dessa desse tipo de pensamento no Brasil esse debate ainda tá muito vivo ele não tá encerrado Mas uma coisa que a gente pode dizer com toda certeza é que havia sim no Brasil um ideário de branqueamento muito extenso que a gente pode dizer que se estende por séculos até então para introduzir esse tema eu vou trazer para vocês um exemplo aqui ó esse quadro É muito famoso quando o assunto é o ideário de branqueamento da população brasileira nome desse quadro é a redenção

de um pintor espanhol chamado Modesto brocos que que esse quadro está representando a gente consegue ver uma avó Negra retinta uma filha negra menos retinta com um bebê branco e um homem branco do lado e a avó está estendendo as mãos para o céu como que em agradecimento o que que esse quadro tá representando primeiro a gente tem que entender o que que é cão é o filho de Noé e é um filho que riu do pai bêbado e no e ele foi amaldiçoado por Deus e pelo pai Para toda eternidade toda a sua geração

O Deus do antigo testamento é uma coisa bastante curiosa né O que que é a marca de cam para alguns intérpretes deu origem a linhagem africana da humanidade depois isso foi interpretado como sendo a cor negra a marca de cam seria a cor negra na época da idade média isso era mais interpretado como sendo a marca dos infiéis não tinha tanto a ver com Raça só que aí no século XIX isso é transformado sim em algo racializado e aqui nós estamos vendo um exemplo de como se enxergava a reversão da maldição de cam que é

o processo de branqueamento mas não é qualquer branqueamento é um branqueamento através da miscigenação é um branqueamento através da mistura gente não se engane o Modesto blocos em 1895 quando ele pinta esse quadro ele é um racista convicto tá ele não é uma fada sensata ele não tava fazendo uma crítica social [ __ ] o Modesto brócolis subscrevia a essas teorias de branqueamento Tá bom então o cara ele era um racista ele estava sendo racista nesse quadro esse quadro inclusive foi usado como exemplo de como será possível E aí com essa introdução vocês vão entender

onde a gente vai querer chegar aqui eu sempre gosto de começar minhas aulas pelo final onde a gente quer chegar a gente quer entender como a gente chegou aqui como que a gente chegou nesse tipo de ideário quando eu lancei meu vídeo no Tik Tok falando por cima branqueamento muitas pessoas reportaram a minha avó dizia que eu tinha que me casar com uma pessoa branca para branquear a família muitas pessoas trouxeram anedotas de terem visto gente falando sobre isso então eu quero trazer para vocês como é que isso começou e qual a profundidade desse diário

beleza e sim o Marcos Feliciano falou sobre os africanos serem descendentes da marca do filho amaldiçoado de Noé Enfim não preciso dizer muita coisa Vocês já sabe onde isso quer parar né Vamos lá vamos falar das origens do racismo dito científico então no século 19 a sociedade burguesa estava se consolidando na Europa e junto com isso veio um discurso da ciência como justificador ideológico então o novo paradigma era explicar a realidade através de um discurso científico e Por conseguinte um discurso neutro nesse momento da história a antropologia começa a se tornar uma disciplina a ela

começa a virar uma área do conhecimento diferente de outras áreas do conhecimento e o primeiro debate que surge nessa época acerca do tema que a gente está abordando agora é o debate de monogenia e poligenia o que que a ideia de monogenia é a ideia de que a humanidade tem uma origem única essa é a nossa tese dominante hoje nós temos uma ideia uma uma um conceito dominante de que a humanidade é monogênica que surgiu na África Inclusive só que nessa época a interpretação dos europeus era de que a sociedade era Originalmente vinda do homem

branco e todas as outras raças eram desvirtuações do branco então Gente o que eu quero mostrar para vocês aqui é que a tese precede as evidências vocês vão ver novas formas de chegar na mesma conclusão de que o negro e as outras raças que não são brancas mas o negro é sempre colocado como inferior não iguais nessa época o que se torna mais dominante principalmente nas teorias racistas é a teoria da poligenia que defendia que Branco negro asiático etc não tinham origens em comum mas eram diferentes raças diferentes raças tá E por que que a

poligenia ganhou tanta força nessa época porque ela simplesmente negava a humanidade das outras raças só que negando essa humanidade eles naturalizavam as desigualdades sociais e as desigualdades naturais ou seja o colonialismo e o imperialismo não é um sociais eram biológicos eram necessidades não tinha como não ser assim uma vez que as origens eram distintas e a origem das outras raças era inferior e para trazer algumas fontes para vocês um dos poligenistas mais influentes e reparem na data que 1799 1851 essa data é importante prestem atenção no período um dos polignistas mais influentes foi o Samuel

morto nos Estados Unidos ele não só defendia a poliggenia Ou seja a origem diferente de raças diferentes como ele tentava provar isso com uma coisa chamada craniometria o craniologia que é isso aqui que a gente tá vendo na imagem era tentar estudar o tamanho e a forma do crânio para demonstrar que as pessoas não eram da mesma raça isso se torna dominante nessa época esse tipo de evidência novamente prestem atenção aqui como a tese precede as evidências E é claro Óbvio eles colocavam a raça branca como sendo superior então nós temos aqui um aparato de

medir o crânio e nós temos literalmente uma estátua grega eu acho que eu preciso avisar que uma estátua grega não tem crânio né aí um homem negro e depois um macaco gente tá explícito que ele tá querendo mostrar aqui tá esse livro aqui ó tipos de humanidade é inspirado nos escritos do Samuel nos estudos né Não só nos escritos do Samuel Morton então eu não errei aquela legenda tá só tava querendo ser preciso porque eu achei a ilustração nesse livro Só que a gente só tá na ponta do iceberg ainda na França isso se tornou

muito dominante também principalmente por conta de uma figura chamada Paul broca 1824 1880 novamente prestem atenção no período é importante aqui tá Por que que o Paul Brock é importante para isso porque ele fundou a sociedade antropológica de Paris em 1859 e a sociedade antropológica de Paris se tornou a mais influente de todo o continente europeu no que diz respeito a antropologia e o Paul broca também era um adepto da craniometria nós temos aqui o estereógrafo de broca que é um aparato que ele criou para medir tamanho e forma de crânio tá e o que

que eles defendiam o que que se tornou dominante a partir da crâniometria e da poligenia na sociedade antropológica de Paris era a ideia de que um o tamanho do crânio era o principal elemento da diferença das raças isso era determinante e uma coisa muito importante que miscigenação diminui a capacidade reprodutiva e isso é uma coisa que talvez você já tenha ouvido porque eles comparavam humanos miscigenados com mulas inclusive existe uma tese de que a palavra mulato vem de mula porque a mula é estéril e o mulato seria também estéril Então esse discurso é muito forte

nessa época tá muito forte só que aí surge uma figura que todo mundo aqui conhece que é o Charles Darwin e quando o Darwin pública a origem das espécies as coisas mudam um pouco o debate começa a sair um pouco da monogenida não quer dizer que não exista poligenistas depois do Darwin né mas a monogenia começa a ficar mais dominante por causa da teoria do Darwin só que o discurso muda novamente a tese precede as evidências a ideia começa a ser de que a das outras raças era porque as outras raças não tinham evoluído tanto

quanto a raça Branca então nós tínhamos uma origem comum mas através da evolução a raça branca é o topo da evolução e as outras raças ainda estão em etapas anteriores da evolução não só isso o que ficou conhecido como Darwinismo Social abarcava outra coisa a teoria da arminiana que é a ideia de seleção natural é a ideia de um determinismo geográfico que não é uma ideia nova tá determinismo geográfico existia já é mas é um determinismo geográfico vinculado a evolução humana que é raças que viviam em partes do planeta que tinha calor excessivo Tô dando

um exemplo só não teriam evoluído com a mesma rapidez Então o que atravencou a evolução das pessoas na África é o calor O que é algo que entre em conflito com um monte de coisas da realidade Mas enfim só para vocês entenderem como esse discurso racista ele foi se apegando as teorias hegemônicas de cada época para se moldar para chegar na mesma conclusão E vocês estão falando aí do Professor Roque Vocês estão entendendo que o cara tá 200 anos atrás da história tá E aí conforme o Darwinismo Social foi se desenvolvendo a gente chegou numa

outra etapa que a etapa que é muito representada por um cara chamado Francis Galton que é um britânico né que ele publica esse livro chamado gênio hereditário o Francis gato é um dos maiores teóricos e uma das principais referências de uma coisa chamada Eugenia Eugenia significa bons genes é uma teoria que hierarquiza as raças e que dizia que havia predisposições inatas e biológicas De determinadas raças como criminalidade preguiça burrice etc vocês já sabem chegar né mas que a gente precisava selecionar os bons genes e evitar os males da miscigenação ou seja segundo Galton segundo os

primeiros eugenistas a mistura das raças enfraquece a raça nós teríamos que selecionar os bons genes e só cruzar bons genes para melhorar a raça humana isso aqui desembocou na principal teoria motivadora do nazismo e do aryanismo só que até agora a gente tá falando da Europa né O que que tudo isso aqui tem a ver com o Brasil que que o Darwinismo Social e a Eugenia tinham a ver com países latinos como a gente falou no começo essas teorias serviam para justificar o imperialismo uma vez que a Europa nos Estados Unidos seriam racialmente superiores cabia

eles civilizar as nações racialmente inferiores e se possível melhorar a raça dessas Nações entenda o pior tá só que não só isso o próprio Brasil internalizou essas ideias de progresso a ideia de um progresso vinculado a raça e isso gente vem desde o segundo reinado passando por toda a república tá não acham que isso aqui começou com a República no segundo reinado essas teorias já estavam aqui no Brasil então eles analisavam o atraso do Brasil através desse Prisma ideológico de um prisma que via na raça na racialização na Eugenia uma trava para o desenvolvimento do

Brasil beleza E lembra que a gente falou da França lembra que a gente falou que a gente falou da sociedade antropológica de Paris eu tô chegando o nome aqui para não errar Essa sociedade foi muito influente para o Brasil Por quê principalmente por conta de uma figura chamada Arthur de gobinot aqui tem uma ilustração da Eugenia né tinha esquecido o Arthur de gobinou ele é um francês que era também é um grande teórico do racismo e do positivismo racial e ele escreve esse livro aqui em 1855 chamado ensaio sobre as desigualdades entre as raças humanas

Eu acho que o título já é auto explicativo né havia desigualdades segundo combinou evidentes entre as raças humanas né e uma coisa que o governo defende é que nenhuma civilização na história foi verdadeiramente civilizada sem a participação atenção da raça Ariana Ariana tá bom prestem atenção nesse nome então ele vai pegando sociedades persa no Mediterrâneo e falando Ariano Ariano junto com não sei o quê Ariano junto com não sei o quê não sei o que lá ele tenta criar um vínculo entre o arianismo e a civilização tá e ele também defendia que mistura de raça

causa degeneração racial portanto a humanidade Estava caminhando para um colapso o gobinou ele tinha uma ideia meio Apocalíptica ele não propõe uma solução prática ele só diz as raças são importantes a mistura causa degeneração nós estamos misturando cada vez mais a sociedade vai colapsar essa é a tese dele ele chega nessa conclusão e novamente que diabo esse cara tem a ver com o Brasil né em 1869 ele foi indicado como ministro da França no Brasil que era tipo um diplomata ele veio e foi recebido por um grande amigo e Admirador da obra dele chamado Dom

Pedro II O Dom Pedro II travava muito diálogo e tem livros de correspondência entre os dois tá é esse momento que os monarquistas começam a tirar a cueca pela cabeça porque eles ficam falando não porque o Dom Pedro II ele refutou dominou e ele não era racista falem de combinou pro monarquista e vejam eles perneai tentando te convencer do inconsiva tá é uma coisa bastante divertida só que assim vocês imaginam um cara que acreditava que a raça superior era a Ariana que a mestiçagem degenerava a raça que a humanidade Estava caminhando para o seu colapso

vindo pro Rio de Janeiro do século 19 o que que esse cara achava do Brasil ele achava que o Brasil era um lixo ele tinha um desprezo imenso pelo Brasil Ele para Ele Era óbvio Porque que o Brasil era atrasado era porque tinha muito negro não tinha nem conversa então Gente esse cara foi diplomata no Brasil esse cara E aí Vocês conseguem entender como isso foi chegando aqui por qual via para além dos brasileiros que liam esses teóricos Eles estiveram aqui eles falaram sobre o Brasil eles analisaram o Brasil e as nossas elites internalizaram isso

Beleza então isso aqui na época do império na época da República nós temos uma figura muito muito fundamental para o racismo brasileiro que é o Raimundo Nina Rodrigues prestem atenção nesse cara o Nina Rodrigues Era Médico Legista e ele foi um dos primeiros antropólogos criminais do Brasil nós temos aqui o livro dele as raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil Agora a coisa vai começar a ficar estranha tá porque o Nina Rodrigues Ele tem uma tese muito louca primeiro o Nina Rodrigues defendia que havia características endógenas de cada raça cada raça tinha prédios posições

genéticas attáticas por exemplo o negro seria naturalmente preguiçoso naturalmente só que segundo Nina Rodrigues isso é impossível de ser mudado não dá para tirar a preguiça do negro não tem como e ele também defendia que o negro estava numa etapa evolutiva anterior lembra que a gente falou do Darwinismo né então por isso que o Nina Rodrigues piano ou seja características transmitidas geracionalmente a causa da criminalidade então prestem atenção no título desse livro aqui as raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil gente o Nina Rodrigues tinha uma tese de que o negro e o mestiço

cometeu mais crimes só que por isso se atávico eles não poderiam ser responsabilizados criminalmente ele defendia que devia haver tribunais raciais que essas pessoas tinham que ser julgadas diferentes com paternalismo condescendência imensa tratando essas pessoas de forma animalesca mesmo é essa tese é loucura e aí vocês imaginam que o Nina Rodrigues foi um dos primeiros legistas do Brasil um dos primeiros primeiros antropólogos criminais e as teses dele surgem no momento que a república estava surgindo e que as instituições republicanas estavam surgindo O que vocês acham que aconteceu vocês acham que isso aqui ficou imbuído nessas

instituições sim ou claro tá esse tipo de aparato surge junto com esse tipo de tese junto com o tipo de tese de que os negros eram naturalmente propensos da criminalidade e que eles eram tão inferiores que eles sequer podiam responder por isso exatamente o que o Arthur falou aí no chat esse essa adicionança cognitiva é impressionante os caras falam que o negro é naturalmente preguiçoso sendo que os caras foram escravizados e trabalhavam de sol a sol foram as pessoas que morriam por excesso de trabalho é impressionante a inversão de valores é magnífica sabe os caras

fazem qualquer malabarismo malabarismo possível para serem racistas uma citação aqui do Nina Rodrigues tá tinha esquecido que eu tinha colocado essa Estação aqui a raça negra no Brasil por maiores que tenham sido seus incontestáveis serviços à nossa civilização por mais justificadas que sejam a simpatias de que a cercou o revoltante abuso da escravidão por maiores que se revelem os generosos exageros do seu dos seus poriferários há de construir sempre Um dos fatores da nossa inferioridade como povo os africanos no Brasil 1932 o livro saiu 32 tá o livro sai da década de 30 então assim

os negros por mais que não sei o quê apesar disso são fator da inferioridade aí a questão é o Nina Rodrigues acreditava que também a mestiçagem eh degenerava raça Tá mas gente lembra que a gente começou aqui a Live falando sobre o ideário do branqueamento a gente falou até agora de figuras que acreditavam que a mestiçagem degenerava a raça Nina Rodrigues Paul broca a gente falou do goobinou todos esses caras acreditavam que a mestiçagem causava degeneração Quando é que a gente chega no ideário do branqueamento Quando é que a gente chega na redenção de Kan

por exemplo é disso que a gente vai falar agora essa é uma das figuras mais importantes para isso o João Batista de Lacerda o João Batista de Lacerda é uma figura que é uma das primeiras a trazer um pouco da Ciência da Previdência acerca do ideário de branqueamento tá que que acontece em 1911 Acontece uma coisa chamada congresso Universal das raças em Londres era um congresso no contexto do imperialismo e do neocolonialismo da Europa nos Estados Unidos estavam se expandindo violentamente pra Ásia para África para a América Latina seja através do imperialismo seja através do

neocolonialismo e o congresso chamado congresso Universal das raças tinha como objetivo entre aspas debater a paz mundial ou seja debater o direito das pessoas de colocarem a bota no pescoço dos outros e os outros ficarem calados né que que acontece no Brasil o governo Hermes da Fonseca nessa época envia dois representantes brasileiros para esse congresso um é o João Batista de Lacerda que é o que a gente vai falar e o outro chama-se Edgar Rocket pinto que é um nome que é bem conhecido aqui no Brasil o João Batista de Lacerda ele apresenta um trabalho

ele faz uma palestra chamada os mestiços do Brasil benetizze Bridge of Brazil ele apresentou com esse nome tá era em Londres que que ele traz ele traz a ideia de que a mestiçagem no Brasil não teria gerado alguém inferior que era uma ideia como vocês puderam ver pela histórico nova tá era uma ideia nova e foi uma das ideias mais debatidas do processo Porque era uma ideia nova ele dizia que os mestiços tinham grande capacidade para letras ciências e política usando exemplos de autores da literatura mas e depois do máximo para ver coisa ruim eram

moralmente voluptuosos e pouco afeitos ao trabalho braçal ou seja preguiçosos atacamente E aí que o Lacerda apresenta uma tese e é uma tese que só o Brasil tem até onde eu consegui checar em todo mundo a tese de que a miscigenação eventualmente vai levar ao branqueamento em todos os outros lugares a tese era de que a miscigenação levaria ao escurecimento que as pessoas metistas estariam mais próximas da pele escura o Brasil inverte coloca de cabeça para baixo essa tese Então olha só isso aqui é um gráfico muito famoso que foi apresentado pelo João Batista de

Lacerda isso aqui é o quão rápido o Brasil por ser um país muito mestiço estaria totalmente branqueado então nós vemos aqui ó Constituição etnológica da população do Brasil daqui a 100 anos Olha o último D ano de 2012 80% Branco 17% mestiço 3% indígena tá escrito em braço embaixo negro zero eu sei que tá pequeno mas tá escrito ali negro zero zero Gente o que vocês acham que ele tava querendo dizer com isso aqui por que que ele fez questão de colocar negros zero ali lembrando que hoje em dia maior parte da população brasileira se

identifica como Negra tá então ele apresenta esse gráfico e a razão é simples o governo estava enviando esse cara para lá para tentar demonstrar uma ideia de superioridade racial brasileira pra Europa era para atrair os olhares europeus estadunidenses pro Brasil dizer assim nós ainda não somos civilizados mas a gente vai chegar lá dá 100 anos que a gente consegue chegar lá o cara justificava isso dizendo o seguinte que os mestiços tendem a buscar parceiros brancos ele diz isso meio baseado na cabeça dele e que a isso sim era verdade que é um grande fluxo imigratório

para o Brasil nessa época a gente vai falar disso mais para frente mas isso era verdade tá Ele termina dizendo Triunfante abre aspas o Brasil caminha para ser um dos principais centros da civilização no mundo por quê Porque seria branco no futuro então a ideia era essa não é civilizado Mas vai chegar lá confia em quando o Lacerda volta ele é duramente criticado pelo que ele falou porque ele era racista não porque ele apresentou para os Estados Unidos e para Europa um Brasil negro demais e que ele apresentou uma tese de que o Brasil ia

ser branquear em tempo demasiado longo o cara foi criticado por não ser racismo suficiente ele não foi criticado por ser racista demais então gente só tô demonstrando aqui toda a linhagem do ideal do branqueamento no Brasil tá bom E aí em último lugar só uma figura que eu vou falar de passagem que talvez você já tenha ouvido falar que é o Oliveira Viana o Oliveira Viana talvez tenha sido o mais conhecido teórico da Eugenia brasileira Ele também era adepto da hierarquia das raças e ele entendia que a miscigenação brasileira Aí sim também no ideário do

branqueamento era positiva e que também a miscigenação no futuro e a branquear raça eliminando que o atavismo negro como a miscigenação branqueia no futuro a preguiça inata dos negros e assumir e isso tudo gente na década de 20 e 30 só para vocês entenderem o contar Dio isso foi tá então só queria demonstrar alguns teóricos brasileiros que foram importantes para Que esse diário Ficasse imbuído na mente dos brasileiros das academias né só que aí a pergunta que eu faço para vocês é isso só ficou na cabeça dos caras foi um monte de cara falando sobre

apresentando o projeto Poxa a maior parte do Brasil é negra Qual foi a extensão desses pensamentos né isso chegou nas pessoas isso teve algum Impacto sobre políticas públicas é isso que a gente vai debater agora e eu só quero adiantar que esse debate está muito em aberto ainda tá isso aqui dá muito pano para manga tem muita treta a respeito disso então só uma eu não vou trazer para vocês o debate historiográfico porque aí é coisa pra academia mas uma coisa que eu vou dizer para vocês é eu vou trazer muitos dados e poucas conclusões

número um número dois esse debate recente e ele é controverso Tá bastante controverso se vocês quiserem se atentar esse debate eu vou deixar toda a bibliografia aqui e saibam que é um debate encarnado mesmo na bibliografia que eu vou demonstrar para vocês Da bibliografia que eu vou trazer para vocês tem coisas que Eu discordo em gênero número de grau da interpretação Talvez eu fale sobre isso no final para não ficar no meio né para não atrapalhar a exposição né Então é isso a pergunta é deu para transformar isso em política pública primeiro o pensamento racista

e o diário do branqueamento impactaram a vida dos brasileiros e é possível dizer sim e provar que isso impactou os aspectos da política brasileira por quê Porque isso surge junto com a república e junto com a república surgiram as instituições que a gente conhece como a gente conhece hoje escola prisão sistema judiciário medicina e em todos esses aspectos que a gente for investigar o ideário do branqueamento tá na medicina eles esteve em um grau muito alto nós tivemos verdadeiros eugenistas propondo esterilização dos brasileiros negros mestiços tá isso só não funciona no Brasil porque o Brasil

é um país muito católico isso e a Contra doutrina católica mas isso chegou a ser proposto só que eu vou falar da talvez que seja mais importante a mais debatida que é a política de migração então a política de imigração é uma coisa que tá muito na cabeça de quem estudou história na escola que é ah acabou a escravidão E aí vem um monte de branco geralmente da Itália e foi para as fazendas e os negros foram abandonados né Vamos estudar um pouco o que que aconteceu de verdade o que que a gente consegue provar

e levantar a respeito disso né é a primeira coisa que eu quero provar para vocês tentativas de substituir o trabalho escravizado do africano e do afro brasileiro pelo trabalho livre europeu europeu tá é anterior as teses do racismo científico e não é pouco anterior é muito anterior tá é isso que eu quero mostrar para vocês agora vamos para um histórico da imigração e das tentativas de substituição do trabalho então aqui 1812 1819 primeiras tentativas de atrair Imigrantes europeus isso aqui é antes do Brasil sem dependente tá desde a vinda da família real portuguesa já se

tentava trazer para o Espírito Santo para São Paulo para o Rio Grande do Sul trabalho livre europeu isso foi minúsculo na época trouxe pouquíssima gente e a galera se dispersou e se misturou entre os nativos é difícil de traçar quem veio nessa época né Depois 1827 1837 depois da Independência segundo a tentativa é o império não conseguia muito oferecer motivo para as pessoas virem para cá o império não tava conseguindo explicar porque que um europeu deveria sair da terra dele para vir para o Brasil nessa época qual que era o destino da maior parte das

pessoas nessa época os Estados Unidos a maior parte dos Imigrantes estava indo para os Estados Unidos nessa época se vinham para a América né Depois 1850 um Marco na história do Brasil lei é Eusébio de Queiroz que proibiu a entrada de escravizados africanos não quer dizer que eles pararam de entrar isso foi só uma proibição né essa lei desenvolveu um sentimento de urgência nas elites cafeicultoras de trazer europeus para substituir porque a escravidão estava começando a dar uma cena de que ia acabar né apesar do investimento o governo buscou entregar terra as pessoas em São

Paulo em Santa Catarina mais ou menos só nesse período só 6.000 Imigrantes vieram para o Brasil só para uma pro critério de comparação nos Estados Unidos foram 96.000 tá 6.000 para o Brasil no mesmo período 96 mil para os Estados Unidos não tinha como competir com os estados unidos nessa época então mesmo com o Brasil fazendo uma política pública para distribuir terra para os europeus europeus não queriam ouvir tá 1855 aí o governo Faz uma série de incentivos para tentar de novo demonstrar o porquê que os europeus deveriam vir para cá então eles fazem um

sistema de parceria com os governos o governo Imperial com os governos provinciais e eles propõem incentivo café e cultura que trouxesse Imigrante cada Imigrante que você trazia maior era um incentivo então o governo ia bancar a passagem Intercontinental e a bancar os custos e O Colono o colônia europeu que trabalhasse poderia dividir o lucro com café e cultura descontando o preço da viagem e o preço sentimentos Mesmo assim eles não vieram isso foi focado mais no sul e no Sudeste Mesmo assim eles não vieram tanto que em 1860 São anos depois eles até São fracasso

dessa política isso funciona mais ou menos malemar no Sul que vieram os primeiros Imigrantes Aí sim porque porque no sul latifúndio do café era menos influente em São Paulo era muito influente aí nós passamos para 1870 até 1889 o Brasil começa assim industrializar um pouquinho tá as primeiras ferrovias as primeiras oficinas Aí sim atraem Imigrantes para trabalhar em obra e para trabalhar nas fábricas esse aqui é o embrião do movimento operário brasileiro que não é só feito de estrangeiros mas também foi feito de estrangeiros Tá bom o que que tava travando tanto essa vida gente

a escravidão O que é travancava tanto a vinda dos europeus para cá era a escravidão porque muitos europeus temiam vir para cá e também serem escravizados tem relatos da época que dizem que o trabalho Livre era quase indistinguível trabalha escravo Então os europeus não conseguiam ver motivo para ir lá da [ __ ] que pariu vim para uma terra majoritariamente de pessoas escravizadas para correr o risco de ser escravizado também só que aí em 1888 acaba a escravidão entre 1890 e 1920 aí tem uma explosão de europeus vindos para o Brasil explosão tá vem muita

gente não só por conta do fim da escravidão e das oportunidades mas também por conta do que a gente acabou de falar que são as políticas eugenistas isso aqui é muito motivado pelo critério racial E é isso que eu vou provar para vocês agora gente eu só vou falar de São Paulo porque porque cada estado era província mas virou estado cada estado tem uma história em particular tá o caso de São Paulo é muito evocado como sendo um caso que é regra para o Brasil todo só que isso é um equívoco a ideia de que

nós tínhamos escravizados eu tô mostrando aí na foto isso aí é uma foto de 1885 em São Paulo no Vale do Paraíba tá eh só para mostrar para vocês existir a gente negra essas pessoas tinham rosto tinham família tinham vontade elas viviam tá elas existiam tá aí a foto a ilusão que a gente tem é tinha essas pessoas chegaram os italianos e substituindo essas pessoas e foi assim no Brasil inteiro primeiro isso mais ou menos só funciona para São Paulo e só para uma certa região de São Paulo a gente vai falar do caso de

São Paulo hoje para falar da perspectiva de branqueamento mas a respeito da colonização da terra é muito complexo Minas foi um Caso Espírito Santo foi outro Rio foi outro Santa Catarina foi outro etc Tá então vamos lá nunca se esqueçam que esse paradigma é só funcionava para São Paulo primeiro de tudo São Paulo era a terceira província com mais escravizados no país ficava atrás do Rio e atrás de Minas lembra que a gente falou que há muito tempo o governo Imperial já tentava trazer Imigrantes então a Assembleia providencial de São Paulo era a que mais

tentava já em 1871 eles alocam recurso para fazer a mesma coisa que o governo Imperial estava fazer que era incentivar quem quisesse trazer europeu então assim se você trouxer você vai ter benefício tá só que aí em 1884 antes do fim da escravidão ainda São Paulo queria uma coisa chamada sociedade para a promoção da imigração que que eles faziam era uma instituição privada mas financiada pelo Estado ela informava os europeus fazia propaganda na Europa de oportunidade de emprego pagava a passagem monitorava a chegada e transportava para plantação isso tudo bancado pelo Estado tá eles fizeram

isso até 1895 E aí eles são substituídos por uma coisa chamada departamento de estado para agricultura só que mesmo com esses incentivos antes da abolição a imigração era muito Sutil primeiro por essa questão de que eles tinham medo de serem escravizados aqui né eles tinham medo de chegar e o trabalho livre competindo com o trabalho escravizado perder e as pessoas serem escravizados o que era muito provável até porque relatos da época confirmavam isso mas também existia uma ausência de mercado aqui no Brasil como a maior parte da mão de obra não grava salário o Brasil

não conseguiu construir um mercado Então muitos imigrantes não viu razão para vir num país que era majoritariamente escravista e que a maior parte da população não tinha poder de compra não constituir a mercado Essas são algumas hipóteses o que a gente tem como fato é o seguinte em 1887 um ano antes da abolição 10.000 Imigrantes europeus vieram para São Paulo 10.000 tá em 1888 ano da Abolição foram 92 mil cresceu 9 vezes então para Além da Razão Para Além de falar foi por isso foi por aquilo existe um fato de um ano para o outro

a imigração explodiu no Brasil isso explodiu entre 1890 e 1914 1.5 milhões de europeus vieram quase todos com a passagem Paga pelo governo E aí eu vou pegar uma citação no jornal chamado diário popular de São Paulo olha só abre aspas um dia depois da Abolição o evento faz um grande bem não porque irá beneficiar a raça negra que por conta do seu atraso Continuará a sofrer tanto quanto antes os beneficiados serão apropriadamente educados e preparados para lidar com os desafios propostos pela Nova Ordem das coisas o homem correto no lugar correto como dizem os

americanos americanos estadunidenses né a mensagem tá clara Abolição não foi boa para os negros Os caras estão falando aqui isso um dia depois da Abolição Abolição é um evento importante mas não para os negros a abolição é importante para os imigrantes porque era o homem certo no lugar certo e para eles o homem certo não tinha pele escura aí a primeira coisa tinha motivação racial sim mas era só motivação racial não não como que a gente sabe disso na Assembleia da província de São Paulo já se discutia há muito tempo a vinda de europeus Tá

o que que se discutia abertamente isso tem nos registros era saturar o mercado para baixar o custo da mão de obra então eles falavam isso se houver a abolição vai ter mais que vocês tão grande de mão de obra que o custo vai subir a gente tem que saturar esse negócio aqui de mão de obra para a galera não ter escolha a não ser trabalhar para um salário de fome eles falam Eles não falam com essas palavras né mas eles falam a respeito de saturar o mercado de trabalho de verdade abertamente tá não tem grupos

então uma das coisas que motivou muito é criar essa essa margem de Exército de reserva chamar gente para caramba só que era só isso não vamos lá no campo em São Paulo o trabalho Branco Imigrante se concentrou nas regiões mais prósperas a região centro-oeste dois terços dos Trabalhadores no campo era europeus dois terços que é a região mais próxima no Vale do Paraíba nas regiões mais pobres era 4% só de europeus agora na cidade da coisa fica mais evidenciada ainda em 1893 teve um senso e o sensor 72% dos Comerciantes 79% dos Operários 81% dos

trabalhadores do transporte e 86% dos artesãos eram estrangeiros em 1913 90% dos Operários de todos os operários da cidade de São Paulo eram imigrantes 80% dos trabalhadores da construção civil eram italianos não eram só Imigrantes eram italianos gente não se deixem enganar havia tantos negros e mestiços quanto estrangeiros em São Paulo nessa época se os imigrantes ocupavam todos os postos de trabalho ocupavam toda a região agrícola Próspera onde é que estavam os negros onde é que estavam os mestiços não tem como dizer que a motivação não era racial é impossível no campo surgiu um verdadeiro

esquema de preferência racial os europeus eram sempre os preferidos para serem colonos tinham os melhores contratos os negros e os mestiços eram um exército industrial de reserva eles fazem um trabalho sazonal que ninguém queria fazer na cidade os negros ficaram com trabalhos intermitentes trabalho de limpeza de carregamento todo tipo de bico que podia surgir Engraxate jardineiro porteiro lavador de carro tem um jornal da época que eu li que fala que os negros criaram profissões que não existiam antes por uma questão de sobrevivência antes não tinha Engraxate antes não tinha varredor de rua não tinha jardineiro

não tinha Sabe eles criaram por necessidade porque eles precisavam trabalhar para sobreviver e os jornais da época a gente os jornais mais racista da época diziam que isso tinha acontecido atenção isso tinha acontecido porque os libertos tinham abandonado as fazendas abandonado porque eram preguiçosos Essa era tese para explicar o porquê a maior parte era Branca Imigrante a explicação para eles era óbvia os negros não quiseram trabalhar não quiseram não tiveram vontade de trabalhar e isso anda de mãos dadas com uma coisa chamada ideia da vadiagem que era bem a ideia de que você só é

pobre se você quiser É a ideia que você é pobre se você é preguiçoso com os postos de trabalho ocupado pelos migrantes obviamente Quem era preguiçoso eu não preciso nem dizer quem era né E lembra que eu falei que nas assembleias era discutido abertamente a vinda de europeus para saturar o mercado eles também abertamente falavam da transfusão de bom sangue isso também era falado aberto tem registro disso gente a motivação racial tá lá tá registrada tá em menor quantidade se falava em maior quantidade a respeito da saturação do mercado mas se a ideia era saturar

o mercado porque da Europa Por que da Europa porque não de outro lugar tem uma olhada nisso aqui decreto número 528 de 28 de junho de 18 se movimentar tá introdução de imigrantes é inteiramente livre a entrada nos portos da República dos indivíduos válidos e aptos para o trabalho que não se acharem sujeitos à ação criminal no seu país e septuados os indígenas da Ásia ou da África que somente mediante a autorização do congresso nacional poderão ser admitidos de acordo com as condições que forem então estipuladas todo o proprietário territorial que desejar colocar Imigrantes europeus

em sua propriedade tem direito aos favores constantes deste decreto desde que sejam preenchidas as condições aqui estipuladas por que europeus porque não da Ásia da África se a ideia era só saturar o mercado se a ideia escassez de mão de obra é porque a motivação na racial completamente e não só isso quando esses europeus chegavam Aqui as pessoas os patrões os proprietários tinham preferência por contratá-los e não contratavam os negros mestiços de propósito as pessoas simplesmente não eram contratadas elas estavam lá olha isso aqui gente decreto lei número 7964 de 18 de Setembro de 1945

não é readata tá 1945 artigo primeiro todo o estrangeiro poderá entrar no Brasil desde que satisfaça as condições estabelecidas por essa lei artigo segundo atender-se-á na admissão dos Imigrantes a necessidade de preservar e desenvolver na composição étnica da população as características mais convenientes com a sua ascendência europeia assim como a defesa do Trabalhador Nacional 1890 1945 quase a mesma coisa isso influenciou a política pública do Brasil muito eu espero ter provado para vocês tá só que aí gente para encerrar eu quero trazer uma coisa que é muito cara para nós historiadores todo mundo era racista

nessa época você já ouviram os malucos dizendo assim não tinha como não ser a favor da escravidão todo mundo escravizava ué se todo mundo era racista Então tinha como você contra tinha vamos falar de vozes dissonantes vamos falar de gente que era contra Então a primeira aqui é o manual Bonfim que escreveu esse livro aqui que é um clássico América Latina males de origem o Manuel Bonfim é ser de pano e ele era médico e no livro ele argumenta que a aceitação dessas teses racistas garantiam os interesses dos europeus no brasil fazendo com que o

brasileiro internalizasse que ele era inferior e achando que a intervenção estrangeira era boa para si próprio então ele fala que a ideia é incontino latino-americano um sentimento de inferioridade que ele próprio acredita só que não se deixa enganar tá não se deixa enganar por mais que ele rejeitasse essas teorias eugenistas ele também aceitava os estereótipos os negros e dos indígenas tá falava que era preguiçoso falava que era insolente falava que era volumptoso só que para ele a razão não é genética a razão é Educacional porque o manual Bonfim era um positivista então ele achava que

a gente tinha que resolver isso com a educação positiva Tá mas é um passo iniciante ele não aceitava as teorias eugenistas tá bom primeira coisa segunda coisa quem mais era contra nós [ __ ] nós nós era contra nós quem Os Comunistas os anarquistas os trabalhadores a gente foi contra tá nós foramos foramos contras só que eu tô usando a foto da greve geral de 17 para ilustrar só mas gente nessa época havia uma verdadeira lógica de dividir para conquistar mesmo era jogar Imigrante contra brasileiro branco contra Negro para impedir organização de classe Então os

trabalhadores principalmente os influenciados pelo anarquismo porque lembrando quando o Brasil importou muitos italianos ele importou também muitos anarquistas e isso compôs a primeira a primeira leva de esquerda radical que o Brasil teve dá uma olhada aqui num jornal de 1900 o jornal chamado grito do Povo no dia primeiro de maio inclusive Nós não estamos mais nos mesmos tempos da escravidão todos os indivíduos branco ou negro feio bonito brasileiro ou estrangeiro de acordo com as leis desse país é um cidadão e assim sendo pode fazer parte dos assuntos do estado e exigir responsabilidade dos seus opressores

em 1900 parte da classe trabalhadora era a ver essa ideias de colocar os negros contra os brancos de colocar os estrangeiros contra os brasileiros eles viam todo mundo como trabalhador Então é isso que eu tô falando quem foi contra foram alguns teóricos sim mas nós fomos contra Só que tem um problema não foi todo mundo que foi contra tinha também jornais Operários Que difundiam preconceito tá tinham jornais que associavam negros a selvageria dizia que o negro ficava melhor quando ele ficava mais branco só que tem uma coisa curiosa Lembra que eu falei que a maior

parte da mão de obra por exemplo nas fábricas em 1913 era 90% italiana gente os negros eram tão marginalizados em São Paulo nessa época que os patrões literalmente contratavam os negros para serem fora a greve inclusive um jornal negro da época chamado getulino dizia que uma das únicas maneiras de um negro acender socialmente em empresas como a light por exemplo era aceitar um cargo de fura greve o cara recebia para ir lá quebrar Piquete isso contribuiu para a visão de que negro era for a greve de que os negros eram contra revolucionários de que os

negros eram reacionários de que os negros eram isso e isso e aquilo então vocês entendem como era uma lógica de dividir para conquistar real assim e aí uma última organização que eu quero falar é uma interessantíssima que dava uma live inteira que a fnb frente negra brasileira a frente negra brasileira é algo assim recomendo tá se vocês não conhecem procurem sobre é muito interessante é uma associação fundada em 31 e ela buscava a valorização do negro brasileiro Inclusive a sede ficava na Avenida Liberdade aqui em São Paulo por isso que a gente fala o tempo

todo que a liberdade ser chamada de Japão liberdade é um apagamento completo da história negra do Brasil tá como aqueles buscavam valorizar o negro brasileiro principalmente focando em educação e a educação como um caminho para a ascensão social então na fnb eles fundam uma coisa chamada Palmares que era uma escola para crianças e adultos que dava primário secundário ensino comercial ensino ginásio ensinava línguas alfabetização etc e você não precisava nem ser associado da fnb nem ser negro para fazer parte Qualquer um podia fazer parte tá não tinha uma ideia de separação de não você só

pode fazer parte se você for associado ou negro não tinha Branco lá tinha anarquista lá tinha gente de todo tipo de origem tá só que aí olha a data 1938 a fnb é fechada a força pelo governo Getúlio pelo Estado novo porque porque o estado novo não queria que houvesse instituições de ensino fora do Estado fora da ingerência do estado novo então eles fecham a fnb para evitar esse tipo de ensino paralelo inclusive na mesma época mais ou menos na década de 20 de 30 surgiram escolas modernas ou escolas libertárias que eram escolas de anarquistas

e comunistas que eram Auto financiadas ensinavam fora do Estado ensinar uma educação libertadora essas escolas também eram contrárias ao racismo e ao segregacionismo do Brasil e aí para encerrar eu queria só mostrar essa imagem aqui do jornal da fnb que a voz da raça abre aspas o preconceito de cor no Brasil só nós os negros podemos sentir é uma frase fantástica aqui da fnb fnb instituição controversa problemática tem muita coisa mas eu não quero trazer essa controversa aqui hoje né Eu queria encerrar aqui com a história Negra tá para a gente não fazer uma história

uma live inteira só mostrando foto de racista rosto de racista história de racista e não mostrar a o contra a contrapartida né quem foi contra Então é isso gente espero que vocês tenham gostado o ideal de branqueamento ainda tá muito vivo dentro da política brasileira a gente vê isso ainda no Brasil Contemporâneo está longe de acabar e é importante a gente entender como isso surgiu e como isso ficou profundamente imbuído nas nossas políticas públicas e aqui eu termino com um resgate da história Negra tá que é importante de ser lembrada certo Pátria raça e família

vocês podem ver que tinha também uma gerência relacionada dentro da fnb mas a gente fala sobre isso outro dia inclusive por exemplo eu só vou dar um exemplo mas depois a gente fala disso a fnb promovia eh processo de alisamento de cabelo então vocês entendem como não é igual ao blacks Beer Fall All Black Power essas coisas assim é alguns até interpretam a fnb como sendo também um processo de branqueamento de aproximar perdão de aproximar um negro da cultura branca para que ele Acenda socialmente O que é uma forma de resistência mas não é uma

forma de resistência passível de ser engolida a criticamente Tá o que que é ser libertário nessa época libertário é associado ao anarquismo Tá sim tinha um grupo católico forte né fnb mas outro dia a gente fala definb fica até o chamado aqui o gancho né então é isso gente beijo boa quinta-feira para vocês fiquem bem estamos junto bebam água e fiquem bem tá não tem o Twitter imediatamente a dica