Esse vídeo é uma iniciativa do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB-UFMG juntamente com os monitores das disciplinas. Nesse vídeo abordaremos os receptores e o processo de transdução dos estímulos que são interpretados como sabores. Para entendermos a transdução, primeiro precisamos entender algumas características das células gustativas que se encontram nos botões gustativos.
Essas celulas possuem microvilosidades em sua porção apical. Nessas microvilosidades existem receptores de sabor que são proteínas distribuídas pela membrana plasmática. A parta basal dessas células é especializada na ativação sináptica, já que cada uma dessas células faz sinapse com um âxonio aferente, o que será abordado posteriormente.
Existem 5 classes de receptores, cada uma delas relacionada com a substância gustativa interpretada como um dos cinco sabores conhecidos. Os sabores salgado e azedo são decorrentes de estímulos iônicos, como íons carregados positivamente. Um exemplo é o íon sódio em sais, para o sabor salgado, e o íon hidrogênio, em ácidos, para o sabor azedo.
As células gustativas responsivas para substâncias salgadas expressam canais de sódio sensíveis a Amilorida. Já as células resposivas a substâncias azedas, possuem canais iônicos da família de canais de potenciais de receptores transitórios, PRT, eles são permeáveis a íons hidrogênio. O aumento da concentração desses íons na superfície da língua promove o fluxo iônico para o interior da célula, ocorrendo uma despolarização da membrana celular.
Já as células gustativas responsivas às substâncias gustativas doces, umami e amargas, apresentam receptores acoplados à proteína G. Receptores para as substâncias doces e umami são heterodiméricos; já os receptores para as substâncias amargas são monoméricos. Com a presença de algumas dessas substâncias gustativas dissolvidas na saliva, os receptores são ativados, desencadeando uma cascata de sinalização mediada pela proteína G.
Posteriormente, a ativação da enzima fosfolipase C, nesse caso a isoforma PLCβ2. Como consequência, há um aumento da concentração de inositol trifosfato, ou IP3, e posterior abertura de canais TRPM5, que permitem um influxo de íons cálcio e a despolarização da membrana celular. Agora que sabemos como a despolarização ocorre, abordaremos o processo de liberação de neurotransmissores.
A despolarização causada pelo influxo de cátion, faz com que canais de sódio dependentes de voltagem sejam abertos, intensificando a despolarização da membrana. Como consequência, canais de cálcio dependentes de voltagem se abrem, criando um fluxo de cálcio. Ainda, o cálcio armazenado no retículo endoplasmático é liberado no citoplasma após a atuação de segundos mensageiros produzidos após o estímulo de receptores acoplados à proteína G.
O cálcio ativa a fusão das vesículas sinápticas com a membrana celular na região basal da célula. Por fim, os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica, se ligando a receptores no terminal pós-sináptico.