A última e mais elevado teoria é o monismo puro, ou como é conhecido na índia, Advaita (não-dualidade). O monismo, ou absoluta unidade com Deus, é a alma do Vedanta. De acordo com a teoria do Advaita Vedanta, tudo o que vemos ao nosso redor (o universo inteiro, na verdade) é a manifestação do Absoluto Uno.
Em sânscrito, isso é chamado de Brahman. Você e eu somos Um com Brahman. Os Vedas não podem nos mostrar Brahman, pois nós já somos Aquele; eles só podem nos ajudar a levantar o véu que oculta a verdade aos nossos olhos.
O primeiro véu a destruir é a ignorância; quando ele é erguido, o pecado desaparece, em seguida cessa o desejo, termina o egoísmo e todo o sofrimento se esfuma. Esse “acabar com a ignorância”, só pode acontecer quando sabemos que Deus e eu somos Um. Em outras palavras, identifiquem-se com o Atman, não com as limitações humanas.
Não se identifiquem com o corpo e toda a dor passará. Este é o segredo das curas. O Universo é um caso de hipnose.
Ao desipnotizar acabará o sofrimento. “Aham Brahmasmi” (Eu sou Brahman). Quando um homem realiza isto, todas as suas aflições se aliviam e todas as suas dúvidas se desvanecem.
O conhecimento do Absoluto não depende de nenhum livro, nem de coisa alguma; é absoluto em si mesmo. Por muito que se estude não se consegue este conhecimento; não é teoria, é realização. Limpem a superfície do espelho, purifiquem suas próprias mentes e, instantaneamente verão que são Brahman.
O que existe é Deus; não existe nascimento, morte, dor, miséria, crime, mudanças, nem o bem nem o mal; tudo é Brahman. Confundimos a “corda com a serpente”. O erro é nosso.
Atman nunca muda, nunca vai nem vem. É o eterno testemunho das suas próprias manifestações, porém, o confundimos com a manifestação, e esta é uma eterna ilusão sem princípio nem fim, que continua sempre. Esse conhecimento é conhecido como Advaita - A Filosofia da Não-dualidade.
Swami Vivekananda. O Vedanta diz que todo o universo é uma mera aparência, que não é a realidade; e que a noção das partes, pequenos seres e diferenciações é apenas ilusória, não é a verdadeira natureza de cada coisa. A teoria Vedanta, portanto, chega a isto: Você e eu e tudo no universo é o Absoluto, eles não são partes dele, mas o todo.
Todas as divisões aparentes, todas as limitações, são ilusórias. O Vedanta prega com ousadia que você e eu somos um com Brahman, completos e perfeitos. Você nunca foi limitado.
Se você pensa que é limitado, permanecerá limitado; Se você sabe que é livre, será livre. Portanto, a finalidade e o objetivo desta filosofia é nos fazer entender que sempre fomos perfeitos e livres, e que permaneceremos perfeitos e livres para sempre. Isso é o que o Advaita nos diz: Todos esses nascimentos e renascimentos, esse ir e vir, são apenas partes de um sonho, você é infinito.
Como você pode nascer um morrer? O Ser nunca nasceu, nunca nascerá, nunca teve pai ou mãe, amigos ou inimigos, você é Existência-Conhecimento-Bem-Aventurança (Sat-Chit-Ananda). Qual é o objetivo de acordo com esta filosofia?
Aqueles que recebem este Conhecimento são Um com o Universo. Todo sono desaparece e eles encontram o Deus eterno do Universo. Eles alcançam sua verdadeira identidade, infinitamente além desses pequenos eus que você agora acha que são tão importantes.
Estamos encontrando o prazer neste pequeno corpo, nesta pequena individualidade, quanto maior é um prazer quando todo o Universo está em nosso único corpo? Se há prazer nestes corpos separados, quanto mais quando todos os corpos são Um? O homem que percebeu isso alcançou a liberdade, foi além do sonho e se conhece em sua verdadeira natureza.
Este é o ensinamento do Advaita, o vedanta não-dualista. E não podemos ir mais longe, porque não podemos ir além da unidade. Quando uma ciência atinge uma unidade, ela não pode ir mais longe, não podemos ir além dessa ideia do absoluto.
A palavra final do Advaita é: Tat Tvam Asi, “Tu És Aquilo”. Você é eternamente puro, eternamente perfeito. Por tanto, no Advaita é dito: Conheça a verdade e seja livre num instante.
Todas essas trevas desaparecem quando nos vemos como Um com o Ser divino, quando toda separação cessa, quando todos os homens e mulheres, todos os deuses e anjos, todos os animais, plantas e todo o Universo se fundem nessa unidade, então todo medo desaparece. A quem vamos temer? No Vedanta é dito que este é o único caminho para o Conhecimento: Livre-se dessa diferenciação, livre-se dessa superstição de uma existência múltipla.
Quem vê o Um neste mundo de multiplicidade, quem vê aquele Ser Senciente nesta massa de sensações, quem apreende a Realidade neste mundo de sombras, a paz eterna pertence a Ele, a ninguém mais. A prova de que isso é verdade, consiste em seguir um método; vocês constatarão por si mesmos. Cada ciência requer seu próprio método particular e seus instrumentos.
Um astrônomo não pode mostrar-nos os anéis de Saturno com a ajuda dos apetrechos de cozinha; ele precisa de um telescópio. Do mesmo modo, para ver os grandes fatos da religião deve ser seguido o método daqueles que o viram. Praticando a meditação, eles perceberam aquele Ser que é o Deus da religião, o Ser da filosofia e a Energia da ciência; Que existe como o poder auto-luminoso em todos; Quem é a fonte do intelecto, emoções e vontade; Quem é um sem um segundo; Que preside todas as causas, começando com o tempo e terminando com a alma individual; e Quem antes era incompreensível devido às limitações de seu próprio intelecto.
Quanto maior é uma ciência, mais variados são os meios para estudá-la. Antes de entrarmos no mundo, Deus nos havia dado os meios para sair dele; por conseguinte, a única coisa que devemos fazer, é encontrá-los. Mas não discutam acerca dos métodos.
O dualista tende, naturalmente, a se mostrar intolerante, pensando que seu caminho é o único. Um Vedantista verdadeiro deve simpatizar com tudo. Todas as Escrituras, todas as Verdades, são Vedas, em todos os tempos, em todos os países; porque essas verdades haverão de ser vistas e qualquer um pode descobri-las.
Busquem, apenas, a realização e elejam o método que pareça mais propício para cada um de vocês. Comam as mangas e deixem que os outros discutam sobre os cestos. Vejam o Cristo, então serão cristãos.
Tudo o mais são palavras e quanto menos palavras, melhor. Primeiro ouvir, depois raciocinar e descobrir tudo que a razão possa conhecer sobre o Atman; o que o inundará de razão, passe sobre Ele, depois, pegue o que restar. Se não sobrar nada, dê graças a Deus, por ter escapado de uma superstição.
Quando estiverem convencidos de que nada pode arrancar-lhes o Atman, que ele resiste a todas as provas, aferrem-se a isso e ensinem a todos. A verdade não pode ser parcial, é para o bem de todos. Finalmente, em perfeito repouso e paz, meditem sobre Ele, concentrem suas mentes Nele e se façam unos com Ele.
Então, nenhuma palavra será necessária; o silêncio conduzirá para a Verdade. Não gastem suas energias falando; meditem em silêncio e não permitam que o burburinho do mundo externo os perturbe. Depois de muita austeridade eu entendi a Verdade: Deus está presente em cada ser.
Ele, é o único, Nele tudo existe. Ele está perto e longe. Ele está dentro de tudo.
Ele está fora de tudo, penetrando tudo. Quem vê o único Espírito Infinito em todos os seres, e quem vê tudo nesse único Espírito Infinito, nunca se afasta dessa Unidade. Aqueles que veem toda a vida e todo o universo em Deus não têm mais ilusões.
Onde está a miséria para aqueles que veem esta Unidade em todos os lugares? Toda nossa miséria vem da ignorância, e essa ignorância é o conceito de multiplicidade, essa separação ilusória entre um ser humano e outro, entre uma nação e outra. O Vedanta diz que essa separação não existe, que não é real.
É uma mera ilusão, na superfície. A unidade está no centro das coisas. Se você mergulhar profundamente, verá que todos são apenas variações do Um.
Quem conseguiu chegar a este conceito de Unidade conhece a Realidade de tudo, o segredo de tudo. Eles traçaram a realidade de todas as coisas até o Senhor, que é o Centro, a Unidade de todas as coisas que é Existência Eterna, Conhecimento Eterno e Bem-aventurança Eterna. Aqueles que adoram o mundo material tateiam na escuridão, no mundo que resulta da ignorância.
E aqueles que passam suas vidas neste mundo sem nunca descobrir nada melhor ou superior, tateiam em uma escuridão ainda maior. Mas aqueles que conhecem o segredo da natureza, aqueles que veem a Unidade que está além da natureza em todas as partes dela, são os únicos que desfrutam da Bem-aventurança Eterna. Vocês devem se manter firmes e constantes na investigação da verdade.
Avancem resolutamente para a verdade, mesmo que tenham que atravessar o inferno. Levantem-se, oh leões, e abandonem a ilusão de que são ovelhas; vocês são almas imortais, espíritos livres abençoados e eternos; vós não sois a matéria, vós não sois corpos; a matéria é sua serva, e não vocês, os servos da matéria.