esse livro é que é um motivo aqui no nosso bate-papo ele toca em algumas questões teóricas que são importantes no nosso contexto intelectual acadêmico historiográfico né atualmente é por exemplo a discussão em torno da história global cada vez mais se fala em uma prática global de história a exigir enfoques globais hoje em dia nesta avançada se começo do século 21 é muito mais freqüente que a prática intelectual nosso país nas nas universidades ela esteja muito conectada com centros de pesquisa no exterior né até mesmo estudantes de graduação hoje em dia muita freqüência fazem parte da
sua formação no exterior é cada vez mais freqüente quando eu isto eu estudei história na graduação isso é um raríssimo é dificílimo de ser feito isso tem a ver claro que o desenvolvimento da tecnologia digital isso tem a ver com certos valores políticos e econômicos que estão se consolidando e isso tem a ver também com certos projetos imperiais no nosso tempo é tudo isso então favorece esse diálogo em escala mundial no entanto essa história global quer dizer essa quase que uma imposição de que nós pensemos a história para além das fronteiras nacionais geralmente ela é
uma imposição formal sem que necessariamente ela leve a uma discussão dos fundamentos de se ir além das fronteiras nacionais ir além até onde e quais são os limites da nossa observação até onde um determinado fenômeno do passado chegou portanto qual é a unidade histórica que nós precisamos respeitar na observação do passado e que portanto precisamos entender aí é simples em posição formal das fronteiras não resolve nada então vamos estudar o processo de independência do brasil em relação àquele em relação aquilo que efetivamente ele se relacionava e aí a construção então de uma história global ela
passa né pela recuperação de uma série de práticas de tradições e intelectuais de formas de pensar a história que já existiam antes em décadas anteriores no brasil na américa latina em muitos países em outros países não latino americanos também então aqui eu diálogo com a história global numa espécie de recuperação de uma tradição de se pensar o império português a independência do brasil né nas suas bordas anos nossas fronteiras dinâmicas que são fronteiras concretas não são fronteiras construídas por mim é pelo analista pelo observador e que portanto não se confundem exatamente com o globo como
um todo a globalização aqui então ela é entendida como um processo histórico de constituição de unidades históricas de unidades de ação social concretas não necessariamente corresponde à totalidade do nosso planeta isso foi crescendo ao longo da história hoje em dia o nosso o nosso mundo ele está mais globalizado do que nunca em muitos aspectos no começo do século 19 a globalização não corresponde exatamente esses limites do nosso planeta essa é uma discussão importante eu entro por aí é uma outra discussão teórica é importante diz respeito a uma história do tempo histórico e é uma história
de conceitos históricos ambas é esta a minha inspiração direta para ambas as coisas é um grande historiador alemão reinhard kozelek a sua escola de pensamento né exige uma semântica dos tempos históricos e de um história duas temporalidades históricas né então eu entro também aqui nessas duas coisas reelaborando a idéia de experiência então a experiência como um passado que condiciona a política no presente como que uma realidade presente ela é tributo a área do passado mesmo que ela não se dê conta disso necessariamente então como que o presidente está sempre reelaborando passado coletivo e como que
está projetando formas de pensar a política ea sociedade no futuro né então esse livro homônimo tempos e espaços das independências ele é fortemente tributário de algumas categorias de análise advindas dessa forma a cosec ano de pensar a história eu distribuem então essa influência muito importante pra mim em vários capítulos nós sempre procurando revelar morar é essa essa teoria à luz da realidade histórica concreta que afinal de contas não existe teoria pronta o historiador para o cientista social a teoria é sempre uma reelaboração imposta pela pesquisa empírica então o critério da teorização tem que ser realidade
ao mesmo tempo em que a realidade só pode ser significada teoricamente então aqui a minha contribuição para esse esse movimento duplo é para essa dialética entre a teoria ea equipe iria que constitui o trabalho do historiador temporalidade é um conjunto de atributos de uma determinada realidade social que tem a ver com o tempo o tempo pode ser um monte de coisas né o tempo pode ser uma ideia concreta o tempo pode ser um projeto o tempo pode ser uma noção um parcialmente consciente o tempo pode ser uma representação o tempo pode ser uma noção do
tempo podem se podem ser formas de se expressar com secções de viver o movimento ea duração então temporalidade ela é um conjunto de coisas que numa determinada realidade são explicáveis pela historicidade dessa realidade ou seja pelo fato de essa realidade se constituído historicamente então a temporalidade repito é um conjunto de características que explica com uma determinada realidade social em função das suas formas de viver de sentir de manejar de representar tempo sendo que o tempo nunca é uma coisa única então é uma é uma discussão absolutamente imprescindível o estudo da história né mas é uma
discussão forçosamente teórica na medida em que as sociedades mudam as suas formas de viver o tempo portanto não há uma uma gramática de temporalidade disponível de ante mão para o historiador o historiador precisa ser capaz de analisar uma sociedade buscando o que nessa sociedade se deve ao fato de que ela manejo é de que ela vive de que ela é o que é graças a uma pluralidade de tempos uma espécie de consequência dessa pluralidade de tempos tempos que estão sempre mudando inclusive eu só nas suas relações de importância naquela sociedade então a linha que se
dá a tal da experiência história assim a experiência que ela é entendida como um conjunto de saberes a respeito do passado de noções do passado o conjunto de elaborações acerca do passado capazes de pautar no presente as projeções feitas nesse presente do futuro daquela sociedade então é aquilo que é grupos sociais por meio de ação política buscam no passado ou encontram no passado por vezes essa busca é consciente e deliberada mas por vezes não né o que esses grupos buscam o encontrou no passado que lhes permite visão lembrar um futuro toda e qualquer sociedade tenha
suas experiências históricas aqui então a idéia de experiência ela está colocada basicamente a serviço da revisão de uma velha mas nem por isso caduca na numa velha mas muito vital questão que quem independência do brasil tem a ver não só com as independências da américa espanhola mas também com a independência do haiti com a revolução francesa com a independência dos estados unidos com as guerras napoleônicas onde quem independência do brasil tá então um contexto histórico né que configura uma experiência mas configura uma experiência não porque a gente supõe que as coisas tenham a ver mas
porque a gente encontra os indícios e as relações entre essas coisas que tipo de relação o brasil faz a sua independência depois de alguns outros processos políticos e isso permite que o brasil né claro que o brasil não é uma pessoa é mas é um conjunto contraditório conflitivo de grupos sociais esse brasil busca no passado esse brasil aproveitar na história recente de uma parte da humanidade elementos para projetar o que ele será no futuro essa correspondência também não é perfeito né não é porque uma sociedade projeto futuro que ela alcance efetivamente que veio aquele futuro
mas essa projeção move a sociedade então aqui a experiência é um conjunto de elementos do passado a pautar no presente a ideia de futuro e ao mesmo tempo um conjunto de situações concretas que impõe no presente resoluções em em direção ao futuro então não apenas idéias de história nos guerras questões diplomáticas questões comerciais e tudo isso então junto com figuras que eu chamo de uma experiência histórica só existe história de muitos tempos ao mesmo tempo nunca existe uma história do único tempo então nós temos que dar conta de tempo os longos de tempos curtos de
tempos curtos que pela sua repetição se torna longos de tempos longos que deixam de existir ou que se encurtam a história é como nos ensina fernanda brum dell nos grandes historiadores do século 20 a história é sempre o constituída por uma pluralidade de tempos de durações o nosso desafio é dar conta então dos muitos ritmos de configuração e de transformação da realidade que se processam simultaneamente alguns lentos alguns rápidos eles trocam de posição e estabelecem entre si e hierarquias então para nós historiadores né nós desde cedo aprendemos a relativizar o tempo né não é uma
o atributo exclusivo ou específico os cientistas na natureza dos fenômenos naturais mas os cientistas sociais desde muito mas muito tempo inclusive em diálogo com cientistas de outras dimensões na realidade nós lidamos com a imperiosidade se consciente de que considerarmos que não existe um único tempo o tempo é sempre relativo ao que a sociedade se fazem com a sua realidade [Música]