Enfrentamento da Violência Doméstica pela Estratégia de Saúde da Família

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Ministério Público do Estado de São Paulo
O documentário mostra projeto desenvolvido pelo Ministério Público de São Paulo, em parceria com as ...
Video Transcript:
[Música] cá Estou à frente de um espelho meu coração descompassado revela a nudez da Alma estou despida quase sem vida cadê minha integridade cá Estou à frente de um espelho que você quebrou catos Cacos de um amor bem-vindo que você destruiu sem querer ou por querer esse amor me feriu por acreditei cá estou so quatro paredes brancas que estampam nódoas permanentes Minha revolta desperta fazendo-me esperta Cadê minha dignidade a mulher que ela sofre violência doméstica ela é uma mulher fragilizada humilhada né e muitas vezes sem autoestima sem cuidado porque ela acaba aceitando no seu dia
a dia essa violência como normal meu marido me chama de gorda o tempo todo isso também é violência [Música] é o poder de achar que a mulher é uma coisa e que sobre ela o homem tem a posse que por isso ele pode fazer qualquer coisa ele pode decidir pela sua vida ele pode decidir sobre os passos que ela dá ele pode decidir sobre a sua sexualidade se ela deve ou não ter amigos se ela deve ou não falar no telefone se ela deve ou não sair determinada hora se ela deve ou não vestir determinada
roupa Esse é o jogo de poder e muitas dessas pessas não sabem que estão numa situação de violência porque elas não se reconhecem a nossa sociedade infelismente revela em relação às questões de gênero um preconceito que precisa ser superado é lidar com a dor humana éd com a dor da Mulher em razão do gênero em razão de uma sociedade patriarcal em razão da cultura do machismo a desconstrução do machismo ela tá na estrutura da sociedade é cultural né tá isso tá dentro da escola isso tá dentro da igreja isso tá na nossa família nós estas
relações afetivas entre marido e mulher é mãe filho é o agir humano alimentado por um preconceito ou por um ódio uma manifestação de intolerância em relação àquele que é por qualquer razão desigual são assassinado dentro de casa aonde deveria ser o local de proteção e de seguro para essas mulheres uma vez foi uma mulher na promotoria e ela não sabia ela precisava sair de casa levar os pertences dela e chegou na delegacia o que que aconteceu o delegado falou não tem o que fazer sendo que na lei tá dizendo que ele tem obrigação de com
ela até a casa dela para buscar pelo menos os pertences o maltratar desta questão na sociedade brasileira é histórico e é preciso que façamos uma emancipação da Cidadania para incluir na pauta de atuação do Estado como um todo mas sobretudo do Ministério Público do sistema de Justiça este como prioritário é óbvio que nós não vamos corrigir este fator que é muito mais sociológico e cultural do dia paraa noite Mas o pior é se omitir frente a uma tragédia como [Música] esta violência sempre chega em algum momento pras instituições chega no judiciário porque aconteceu algo e
o judiciário tem que dar uma resposta punitiva eh chega no Ministério Público porque houve um crime e ele precisa investigar precisa processar chega no sistema de saúde agora como lidar com essa violência antes dela chegar na Instituição como fazer reconhecer a existência dessa violência é o ministério público resolutivo de conflitos sociais não basta formalmente declararmos a intenção de promover justiça é preciso encontrar justiça é eu preciso assistir a sua concretização o processo já é o mal acontecido processo já vem com uma violência que aconteceu a gente não quer que a violência aconteça a gente quer
que essas mulheres não sofram violência a gente quer mostrar para elas que elas têm que dizer não à violência tem que dizer não aos obstáculos institucionais tem que dizer o poder público Esse é meu direito Qual foi o desafio multiplicar o conhecimento da Lei Maria da Penha levar as mulheres informações como que uma mulher rompe a violência ou ela não entra na violência porque que acesso que ela tem que conhecimento que ela tem acesso para ela não viver uma violência né não sofrer uma violência dentro de casa ou fora dela Preciso trabalhar Pôr a mão
na massa e enfrentar até os preconceituosos meu pai é médico da da estratégia de saúde da família ele hoje tem 83 anos trabalha muito apaixonado pelo que ele faz e violência contra a mulher é considerado grave problema de saúde pública e meu pai veem me perguntar o que que a ag gente Comunitária poderia fazer aí que eu descobri né O que que é antes era o programa de saúde da família e aí eu achei assim pai nós precisamos fazer uma prevenção de violência com essas pessoas essas pessoas estão aonde onde a polícia não chega aonde
o sistema de Justiça não chega Comunitária ela é um ela é um articulador né de uma forma bem Sutil né de poder falar olha você pode procurar esse caminho você tem esse serviço que pode te dar um suporte um apoio aí alguém que se encontra numa posição estratégica para contribuir na prevenção da violência doméstica e familiar trabalhando como agente de saúde eu tenho mais ou menos 5 anos eu vou de casa em casa eu converso com as pessoas eu sinto suas necessidades eu posso orientá-la a violência do doméstica contra a mulher acontece dentro de casa
e aonde que a agente comunitária de saúde acessa a casa eu consegui entender o como é que essa mulher que tá sofrendo essa agressão como é que ela se sente eu comecei a entender que muitas dessas mulheres que sofrem essa agressão ela não quer agressão Dona Maria mulher vira a página é uma cartilha que fala sobre a violência doméstica né vendendo muleres em todas as regiões então aqui nessa cartilha vai explicar como que acontece a violência doméstica dentro de casa como que a mulher deve fazer para se proteger da violência doméstica né fala sobre todas
as etapas os estágios da violência cade é é um bairro dormitório então a gente sai de manhã cedo chegamos à noite tarde algumas pessoas muito tarde a gente não consegue acompanhar nossos filhos nem consegue conhecer a nossa comunidade são mulheres jovens né mulheres que são chefes de família né mulheres que tiveram pouco acesso ao ensino Educacional né E que estão em trabalhos informais então uma boa parte é de arissa empregada doméstica quando você faz parte da comunidade Você conhece a dificuldade de cada de cada morador e também conhece o que você tem dentro da comunidade
fica fácil de você é na verdade criar um elo e tentar ajudar essas pessoas então o agente comunitário de saúde é isso ele é um agente de transformação para mim é muito gratificante poder entrar numa casa hoje levar uma informação fazer uma orientação e amanhã ver que aquilo causou frutos que a pessoa conseguiu entender que a pessoa tá fazendo a diferença a partir do momento que eu coloquei os pés ali e tentei ajudar de alguma [Música] formaa Ministério Público sai dali da tua daquela daquele teu quadrado né de só tá ali não vamos vamos trabalhar
só na na consequência Ministério Público não quer os feminicídios para isso a gente tem que pensar em quê interromper esse ciclo de violência é tão bom tão valioso quanto a mulher saber quais são os seus direitos é que todo o restante saiba Quais são os seus limites não é porque melhor é não termos vítimas Bruna algumas não relat o que tá acontecendo tudo bem independente dessa mulher relatar ou não como é para todas as casas a gente já chega entregando essa cartilha e falando com o ministério público realmente que tá entregando para todas as mulheres
e nesse retorno quando a gente retorna algumas mulheres conta que realmente sofre outras não né E quando é outras querem tirar dúvida né fica mais curiosa para tirar dúvida Nossa mas será que eu posso fazer isso olha será que eu posso realmente eh eh ir na delegacia Será que eu posso realmente ter ajuda aqui nesse lugar na casa na estaa lá lá serve para quê mesmo e a gente começa a entrar muitas vezes ela não cita que tá acontecendo com ela mas começa a ter o conhecimento só descobri que estava sendo violentada depois que lhe
a cartilha a cessa entrega a cartilha para a mãe e a filha imediatamente adverte olha mãe eu não preciso dizer mais nada as mulheres que chegam aqui elas já vem com um olhar um pouco mais sensiv no sentido assim elas sabem que Porque estão aqui né porque às vezes a mulher vem aqui ela chega e fala não sei direito que mandar eu aqui né aí a gente vai sentar a faz esse acolhimento com a mulher vai explicar Olha esse é o trabalho que a gente faz vai explicar um pouco ela vai se percebendo né que
e vai tendo confiança de falar que tá sofrendo violência porque não é simples aqui chegar aqui e falar olha eu tô sofrendo violência 10 anos existe o Código de Defesa do Consumidor né agora pra gente existe a revista de defesa da mulher Então a gente tem que andar com aquilo para cima e para baixo pra gente entender que a gente realmente tem poder porque a gente faz valer nossos direitos em todos os fins de semana existe plantão no fórum da bara Funda funciona das 9 à 1 e depois à distância qualquer mulher que tiver algum
problema que precisar uma medida protetiva pode se dirigir ao Fórum da Barra profunda promotor de justiça tá lá para atender essa mulher isso que ela tá vivendo ela pode continuar se ela quiser só que ela tem que entender que ela pode querer ou não querer que aumentou o acesso das mulheres até nós né porque nós não vamos até as mulheres as mulheres que vêm até a gente abre lá na lei Maria da pem onde tá dizendo Quais são as funções do Delegado abre lá onde diz que olha você não precisa representar você pode pedir a
medida protetiva você não precisa de advogado para pedir o delegado tem 48 horas para encaminhar tá tudo ali às vezes não quer ir aqui porque acha que ele vai seguir porque alguém vai ver né vai lá em São Mateus vai emian procura o serviço não é uma delegacia vai lá conversar com as meninas a vida é dela o corpo é dela a história dela eu consigo mostrar que ela pode muito mais que o mundo dela não é só aquilo que ela tá vivendo eu quero falar meninas para vocês quando vocês forem distribuir a cartilha abrir
na página mostrar os endereços pras mulheres falar pras mulheres não é uma delegacia assistente social lá da psicóloga tem uma advogada o serviço é gratuito vai lá conhecer essas mulheres não estão Preparadas no primeiro momento para ir para uma delegacia vocês são a ponte principal é o intermediador principal de a gente poder acessar essas mulheres e poder contribuir colaborar pro rompimento da violência esse momento no qual estamos aqui não era possível se muitas mulheres não tivessem morrido Então tem que ser valorizado cada momento cada espaço desse aqui entendeu muito tem que ser cobrado tem que
ter mais mais e mais o estado eh encontra sua razão de ser quando reconhece no ser humano o seu eixo Fundamental e o e o ser humano nas situações sobretudo de maior vulnerabilidade as mulheres Apesar de todas as dificuldades que elas enfrentam elas sempre são muito guerreiras sempre vão muito atrás não eu eu vou atrás né Vão buscar é a melhor delas é a mulher que consegue romper o o silêncio é a mulher que consegue romper o ciclo de violência aquela mulher que você é mal atendida ela vai e dizer não eu não aceito isso
vai procurar o ministério público para fazer a diferença é aquela mulher que solta sua voz que vira página Hoje Somos nós que estamos fazendo história no passado tiveram outras mulheres que fizeram para nós estar aqui nós estamos fazendo futuramente outras mulheres vão estar aqui também tá [Música] bom di [Música]
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