E aí [Música] [Música] e pode ser Como já aconteceu outras vezes na história ocidental aonde uma tecnologia de mídia nova que se espalhou muito rapidamente pela sociedade como foi por exemplo a frente a mecânica do século 16 aumente a viscosidade do sistema sociotécnico a ponto do resto da sociedade não conseguiu acompanhar então mudanças sociais que em outra situação teria acontecido de forma mais lenta aconteceu de forma muito rápida e é possível sim que as estruturas não aguentem é no sentido de acompanhar esse fluxo muito intenso né muito rápido por conta de uma nova mídia que
ficar te Larissa muito rápido nesses casos não é impossível de haver uma ruptura de fato no a imprensa o resultado além da reforma protestante foram cem anos de guerra civil na Europa Se temos só conseguiu o serviço deles lá no século 17 com a paz de vestfália no modelo de sociedade Fascinação que a gente tem hoje não é impossível que algo assim aconteça seja pela frente uma ruptura digamos assim que transborde de um online para o offline que o próprio infraestrutura de rede não consigo conter as tensões que ele mesmo cria Oi e aí a
gente é realmente tem uma situação a bastante dramática e imprevisível então então a quem acha que a gente está No Limiar de uma mudança histórica dessa monta né E que infelizmente poderia ver envolver a eventos traumáticos de violência de guerra civil ou de guerra geopolítica e o perigo disso é que quando o sistema estão longe do equilíbrio né como os nossos parecem estar pequenos eventos podem ter grandes consequências né então realmente é a instabilidade ela é um perigo deixa o horizonte de futuro muito incerto Olá meu nome é Letícia Cesarino Esse é o antropólogo a
professora e pesquisadora na Universidade Federal de Santa Catarina que a gente vai ter uma conversa sobre as novas mídias internet e os impactos sobre a sociedade pensando cenários futuros e não existe um grau de alienação técnica que a gente chama Keké do usuário mas existe um certo grau de alienação técnica que é São dos próprios trabalhadores da indústria desenvolvedores individualmente né porque a esses algoritmos de segunda geração né que são algoritmos que aprendem sozinhos realmente o chega um certo. Onde a própria lógica do aprendizado deles capa do desenvolvedor que fez o código Inicial né então
a gente sabe o que entra a gente sabe o que sai né do algoritmo Mas a gente não sabe exatamente como que a máquina né como que é sério você ficou internet que fez aquela cauterização aquelas recomendações dá certo então isso é é um problema né às vezes para a própria indústria de como tá entendendo intervindo nesses processos né a causalidade ela é circular então ela não tá nem a tecnologia nem na máquina né E nem o usuário ela tava interação entre os dois né então às vezes o mesmo algoritmo na interação com o conjunto
de usuários pode levar a radicalização e outros não por isso que fazer é muito especial de pesquisa sobre isso né porque o Veríssimo ele não é um comando linear ele é um comando que vai ser ajustando a interação com o usuário então Parte da responsabilidade digamos assim da causa para a radicalização e sabe certa forma a gente pode supor também uso às vezes é um usuário que tende a ficar mais e nesse vo em certos ecossistemas e isso faz o algoritmo que o algoritmo tenda para um caminho de que tiver que positivo desde que não
é o sistema mais radicalizado é às vezes o mesmo canal sendo assistido por uma pessoa que que tem uma dieta digamos assim de ninja mais Ampla mais diversa não vai gerar esse efeito agora é dito isso a visita em razões pelas quais a gente acredita que D o aval alguns algoritmos que são preferidos pelas plataformas hoje eles têm um viés tem um significa causa que eles vão causar necessariamente Mas eles têm um viés processo os tipos de interação social de produção de identidades que vão contra o modelo de democracia Liberal que a gente tinha no
período pré-digital porque são algoritmos por exemplos que tendem a segmentação né e no limite podem levar até uma bifurcação que são os casos extremos por exemplo de sistemas consignatória onde a pessoa já tá ficou totalmente fora da esfera pública e ver que a licitação pública de uma forma invertida né como é aquela metáfora da pílula vermelha doméstico é muito comum e temos conspiratórios né entendemos isso em termos espaciais em termos temporais para vir bastante importante parte dos problemas que a gente vê e eu acho que esse já está relativamente bem estabelecido tem a ver a
cidade dos algoritmos é a sair faz uma cronologia imediata é então porque isso coloca o usuário num certo estado mental de de pouca reflexão né dê muita reatividade aos conteúdos né então você pode se tornar assim mas influenciável aos conteúdos que você tá recebendo dependendo do ecossistema Onde onde você tá é o que uma autora que eu gosto muito além de ter um chama de temporalidade de crise permanente e essa temporalidade de crise permanente que é o que o tempo todo exemplo eventos a gente recebendo evento serão interpelados por acontecimentos que exigem uma intervenção para
ver se não tem tempo para parar para refletir para tomar nossa decisão o nosso olhar mais condenado ele é proposital né Ele é a forma como as plataformas chegam a uma das suas metas né principais que é o tempo de tela né é um modelo de negócio né que a a economia da atenção o quê que a economia da atenção e modelo que existe os a 200 anos e é ao invés de você vender conteúdo de qualidade para o seu cliente que é o leitor ou usuário nos termos de hoje Você vai vender fazer conteúdo
de baixa qualidade para capturar a atenção do usuário e vender aquela questão que o cliente né esse é o modelo com jornais e os primeiros jornais ali nos Estados Unidos está no início do século 19 que desenvolveram esse modelo para modelo alternativo ao dos jornais convencionais então você vem de um jornal muito barato com notícias de fofoca de crimes até assim é para onde os mesmos como uma reportagem que o tio ou conta no livro dele que chama os Mercadores da tensão aonde né foi publicado como uma matéria e serviços século 19 com um telescópio
eu tinha observado uma nós na lua e eles pareciam como seda cetim um desenho lá isso vendeu Como Se Fosse Verdade né você já é um um negócio que prescinde Ou pelo menos que deixa muito em segundo plano agora a cidade a qualidade do conteúdo Então esse é o modelo das plataformas só que em vez delas produzirem conteúdo que era o caso dos jornais ela circula esse conteúdo de má qualidade que é produzido pelos próprios usuários ela tem um viés favorável à conteúdo de má qualidade porque ela não tá vendendo o conteúdo ela tá vendendo
atenção do usuário Então o que quer que captura a atenção né em termos do modelo de negócio é o que vai ser valorizado cobertos pelo mesmo guarda-chuva vamos assim Rio para resolver esses diferentes problemas a gente vai ter que a gente fez diferentes bom então e por vezes essas agendas vão ser contraditórias então a gente tem um problema por exemplo de poder excessivo das plataformas digitais pelas empresas grandes estados esse às vezes ligadas informação né às vezes é ligado ao debate público sobre informação só que seu problema diferente por exemplo da crise de legitimidade que
fazer empresas têm é de tomar decisões sobre conteúdo seus usuários pode estar ligado uma coisa com a outra né mas que braço empresa do Meio não necessariamente resolve é por exemplo é a raiva que o usuário vai sentir quando tiver seu conteúdo retirado da internet pode ser que só tem luz mas não necessariamente o mesmo problema mesma coisa com outras divisões por exemplo regular de sete dos agentes públicos e regular a atividade dos agentes privados então uma coisa que você acha que você vai resolver o problema da informação regulando que fazer para ele pô mas
e que os os políticos estão falando nessas pacotes será que é suficiente relação a gente Privado não tem que pensar que esse político tem cargo eletivo tá usando o dinheiro do Estados muitas vezes para fazer sua propaganda na internet é ele também não tem que ser tutelado de alguma forma pela regulação Então essa Tem vários tipos de questões diferentes que vão emergindo muitas vezes as pessoas querem ver as plataformas de um Poderosas demais para resolver um problema e ao mesmo tempo que a ligação poderosa de menos porque elas são monopólio as pessoas e quebrados né
em termos eleitorais eu acho que no litoral da tem um desafio ainda maior é porque o eleitoral no sistema próprio né de regulação de comunicação política para esses momentos de maior temperatura de maior tensão a imaginação é esse tema Democráticos são os momentos das eleições né e é de tutela foi construída a partir da da mídia de massa né ela foi construído a partir da TV do rádio então é o que eu acho mais desafiador no âmbito eleitoral como a gente deixa a regulação construída para te ver que o rádio Tudo bem pode ficar mesmo
se constrói alguma outra regulação a partir de outros paradigmas né se tem problema grave eleitoral que você somente na internet o que que você não sabe exatamente o que que é o apoiador o que que é o militante espontâneo o que que é parte da campanha é muito mais difícil de saber eu acho que emendar o que existe não vai ser suficiente para resolver todos os problemas e e a tecnologia cibernética sal são tecnologias triviais elas são infraestrutura e elas são infraestrutura cibernéticas ou seja são máquinas foram criadas À imagem e semelhança de uma certa
camada da cognição humana que elas são feitas para ser popular em Poconé só humano só que o que que tá acontecendo ao invés das máquinas ficarem mais inteligentes né alguns diagnóstico e eu concordo que a nossa ou ignição a nossa atenção que tá sendo certa forma rebaixada para o padrão na máquina que é um padrão que é humano também Nós pensamos algoritmicamente também mas ele é um padrão de limitado né nossa capacidade existencial cognitiva é muito maior do que a da máquina Mas se a gente tá no interação muito capilar muito envolvida muito mês de
Siva M e a coprodução entre a nossa posição e na máquina fica muito esteja em isso a gente ver direitinho no USA coisas temos mais fechados mais conspiratórios as pessoas utilizam literalmente um raciocínio algoritmo que é o que que são aqueles enunciados que podem ser reduzidos a uma fórmula se então dá um tá só um exemplo de uma bem bem frequente no repouso tema do tratamento precoce que é se a mídia contra o só favor se a esquerda é contra eu sou a favor então você vê que eu conteúdo interessa pessoa já parou e refletiu
sobre aquele conteúdo ela decide o que é verdade ou não ela escolhe em que confiar ou não simplesmente pela posição né do emissor que ele classifica de forma binária uma gente diz né como amigo ou inimigo então esses vieses de bifurcação de crise e permanentes estão algoritmo Então não é que o o algoritmo não tem essa essa neutralidade é né como uma posição a mais ingênua que muitas vezes a posição da própria indústria para tentar se defender né ela ela coloca [Música] o impacto dessas tecnologias de comunicação e informação sobre tudo as digitais elas não
tão somente nos processos educacionais e talvez não Principalmente nos educacionais mas também chegam no campo da educação com muita força como preparar os alunos para aprender aprender sempre nas redes o que eu acho que tá na base disso tudo Letícia é o fato de que há uma concepção errada do que seja a internet e Essas tecnologias digitais de forma geral Eu vejo muitos educadores repetindo que Essas tecnologias são ferramentas né isso vendo tu da tradução do termo Sul em inglês eu acho essa concepção errada eu acho que é um ponto de partida errado a encarar
os desafios né o quilo digital traz é uma tecnologia de pensamento é uma maneira de estruturar o pensamento de forma diferente a A estudiosos como Pierre Levy que dividem oralidade a escrita e o digital como três etapas de desenvolvimento do nosso inteligência do nosso cérebro o que que o digital Traz ele por exemplo Explode a concepção de narrativa linear a gente quase nunca mais veio uma escuta ler ver uma narrativa com começo meio e fim nessa ordem a gente tá numa narrativa caleidoscópica isso nos estimula a produzir via internet via tecnologia digital uma cultura diferente
uma cultura digital então de certa maneira eu me enxergo digital como uma linguagem e não como uma ferramenta ferramenta não temos muito pelo sionismo a educação midiática na passa por isso porque ela passa pela leitura análise pensamento crítico e produção midiática nos tempos de hoje a nossa expressão [Música] sim com certeza eu acho que é essa ideia do aprender aprender Eu também trabalhei bastante com ela com conceito da cibernética que chama de eu ter o aprendizado né Eu acho que ela tá cada vez mais relevante porque ela medida em que você tem uma crise transversal
que inclui o sistema educacional simplesmente mudar o conteúdo realmente não vai jantar né você tem que mudar a prática pedagógica e as práticas de aprendizagem Então você tem vários modelos possibilidade de cenário só aparecendo aí né na questão da educação para desinformação digamos assim um letramento midiático para atuar dentro das novas mídias tal qual ela vezes eu considero isso bastante é porque não adianta você né regular plataformas por fora tentar mitigar os danos do próprio design do próximo dentro de um negócio se você não tem né um conjunto de usuários dos cidadãos conscientes do que
que está em jogo inclusive para ajudar a fomentar uma governança democrática dessas plataformas porque na medida em que você não tem uma legitimidade desta regulação a tendência é que qualquer regulação seja Vista na chave da censura da censura ao usuário é isso certa forma coloca usuário como uma espécie de linha auxiliar das plataformas que não querem ser regulares então usuário precisa dessa autonomia Ele precisa saber o que que é plataformas as plataformas fazem com ele o que que está implicado quando ele está interagindo com Essas tecnologias não só para se desalienar Tecnicamente digamos assim mas
para poder estar ajudando nem quanto sociedade civil a construir ahm a herança para essa indústria que seja do seu melhor interesse não não melhor interesse das plataformas que é o outro já então eu acho que a o letramento digital ela tem um componente importante suco O que é um componente político também a gente precisa trazer a sociedade não adianta Só nós especialista estarei lá dando conselhos né que os reguladores a e e as plataformas do outro lado a gente precisa de um peso da sociedade também junto e só com letramento e uma autonomia um conhecimento
de como Essas tecnologias funcionam Por parte dos próprios usuários é absolutamente essencial [Música] não me parece que hoje a gente consiga pensar o mundo online separado do mundo offline né esses dois mundos eles estão completamente interligados eles são completamente porosos uma outro a gente já ultrapassou aquele momento eu falava eu vou entrar na internet eu vou me conectar nós estamos o tempo inteiro conectados recebendo mensagem sabendo notificações mesmo quando não estamos olhando o celular ou computador o tablet ou algum outro dispositivo Nós estamos Nós temos uma resistência nesse mundo digital né E isso tem consequências
muito concretas na vida das pessoas então a gente precisa assim pensar nesses impactos sociotécnicos digamos assim é claro que isso não significa que existe uma correspondência total e absoluta entre um offline e online né a gente já sabe hoje tem várias pesquisas que mostram como a gente consegue falsea determinados comportamentos no mundo digital de forma que a gente não conseguia fazer no mundo offline então por exemplo a gente tem contas automatizados a gente tem robôs que estão ali para cumprir uma determinada função como por exemplo divulgar amplamente uma mensagem e faz as pessoas acham que
ela está sendo mais comentado do que ela realmente está né mas o fato é que mesmo que esse comportamento não seja autêntico né não sejam pessoas reais que estejam ali propagando essa mensagem isso tem impacto na vida das pessoas Então se tem um robô propagando que cloroquina salva-vidas isso tem impacto na forma como as pessoas vão se tratar da couve 19 isso tem um impacto por exemplo na quantidade de mortes que houve durante a mania que continuar vendo aliás então é claro que a gente não tem uma correspondência absoluta né que o mundo digital e
o mundo offline assim como a gente também tem dinâmicas offline que não se reproduzem no mundo é digital mas a gente tem uma porosidade muito grande Entre esses dois mundos precisamos construir regras multiplataforma né a gente tem visto uma série de estudos que e a atuação em apenas uma plataforma por exemplo o YouTube que tira um vídeo do ar ou o Instagram que coloca ali aviso sobre uma determinada palavra-chave não garante com que um determinado conteúdo deixe não garante que esses conteúdos uma digamos assim de outras todas as formas ou seja um vídeo no YouTube
que é compartilhado em grupos de WhatsApp ele vai continuar ele pode continuar sendo compartilhado ali com seu também né Eu com seu título de certa mesmo que ele tenha sido retirado da plataforma original isso acaba na verdade aumentando a vida útil desse conteúdo naval atividade do conteúdo tem sido usada como uma estratégia de perenização né de aumento da duração de conteúdos de informativos por exemplo conteúdos de má qualidade de forma geral e eu acho que um desafio Central nesse sentido é de está pensando na relação público-privado por exemplo um aplicativo de transporte que está sendo
implementado na cidade de Araraquara como alternativa ao modelo do Uber que é o modelo de plataforma clássico que a gente já tá vendo que não tá funcionando bem nem para motoristas e nem para os usuários que seria uma parceria público-privada entre os próprios motoristas individualmente EA prefeitura Então você tem o poder público não regulando totalmente Não tomando conta né do aplicativo mas auxiliando essa organização dos motoristas a construírem um aplicativo próprio que aonde eles vão ter se não me engano noventa e três por cento das corridas que é uma diferença brutal com relação ao que
os aplicativos de contar forma paga hoje então a prefeitura ela recolhe uma pequena taxa né de e de participação do poder público nisso mais o peso maior ainda é o da iniciativa privada mas não de uma grande empresa não usa uma plataforma que sim dos próprios dos próprios motoristas é algo que eu boto mais há mais esperança porque aí você tem também uma autonomia maior né tanto de usuários como de provedores de serviço pequenos ao invés de você empreendedores pequenos é a inveja de você tá botando concentrando tanto poder né dentro de grandes empresas como
é o modelo da plataforma de ação hoje e você pode estar mudando não um núcleo das tecnologias e mais aspectos do Design dela para estar mitigando alguns dos efeitos nocivos então por exemplo você pode construir algoritmos que sejam menos segmentadores de algoritmos que amenizem o viés homofilico que a gente chama que eles têm hoje essa tendência desde juntar igual com igual você pode tu tá igual conferência você pode fazer o dores mais aleatórios você pode fazer algoritmos mais lentos que também ajuda a amenizar essa temporalidade de crise permanente que também é fonte de alguns desses
efeitos nocivos a gente tem alternativas ao vários feliz mas que é o que eu modelo chinesa modelo Russo onde eles constroem grandes Barreiras né na internet e controla o like plataforma pode funcionar qual que não pode então um direcionamento muito grande aqui ah não não é o desejável Né para sociedades democráticas como as rosas o interessante Já tá pensando de novo soluções no meio do caminho né que não seja nenhum libera geral quando tem sido até hoje o trem busca fazer o que ela quiser e nem um controle fortes como tem sido a em alguns
desses países é E aí [Música] E aí [Música] E aí [Música] E aí [Música] E aí [Música]