então Eh bom dia boa tarde ou boa noite para você que tá nos acompanhando ao vivo ou para você que vai ter a oportunidade de nos acompanhar no nosso no nosso canal no YouTube Eu queria agradecer muito a presença de todos vocês hoje é dia 18 hoje é dia 20 de novembro de 2024 eh nós estamos hoje num dia muito especial on a gente vai receber a minha querida amiga minha querida colega mer FL da Universidade da pennsylvania eu vou pedir autorização para vocês para eu compartilhar com vocês e os slides e para vocês tá
aparecendo os slides aí para vocês tá abrindo aí abri tela cheia para vocês tela cheia para vocês passo o próximo para ver Ótimo então V ver se tá apareceu para vocês sim perfeito então perfeito Muito obrigado Paula Muito obrigado Paulinha obrigado mesmo pela ajuda tá então hoje a gente vai ter o privilégio de receber a professora Mércia fener da Universidade da Pensilvânia eh sobre o tema português para estrangeiros e Raça eu queria destacar que essa é uma iniciativa do gecal o grupo de estudos críticos e avançados de linguagem e também né né le uma iniciativa
do lac laboratório afro centrado das relações internacionais da unib eu queria em nome de Paula cubus saudar todos os colegas que estão aqui presentes eh acreditamos né M que vários colegas vão assistir também na parte da tarde na parte da noite a belíssima fala de imersa que vai conduzir nessa manhã agora eh dia 20 de novembro de 2024 eu coloquei para vocês aí justamente o nosso link no YouTube eh onde vocês podem acompanhar toda a nossa produção intelectual como grupo de pesquisa em que eu e Paula o bus estamos coordenando e também nós temos o
nosso canal que é o canal PR formação que é uma iniciativa da professora Cátia que atuava na universidade de York e hoje está atuando em escolas eh ensino de português eh no Canadá Então queria mais uma vez saudar todos os colegas eu acredito que Mercia Santana flanery eu acho que ela dispensa né mera qualquer apresentação eu acho que Mércia eh eu coloquei para vocês aí justamente uma apresentação mais acadêmica de Mércia flanery mas eu queria destacar que Mércia flenner Na minha percepção tá Mércia eu acho que você desempenha um papel fundamental naquilo que eu chamo
de uma diplomacia e de uma de uma diplomacia intercultural e transcultural eu acho que Mercia flery tem sido fundadora e no estado da pennsylvania para ser mais preciso na filadelphia no repensar acerca do português do Brasil eu acho que Mercia flen né mer eu acho que você desenvolve um papel como embaixatriz e como Embaixadora né como acsol do Brasil e disseminando a língua e a cultura brasileira eu tive um imenso prazer de conhecer Mercia eh no lançamento do seu livro que eu vou falar daqui um pouquinho do livro da Mércia aquele livro gente belíssimo chamado
nós versus eles eh quem não leu esse livro eu Cléber recomendaria a leitura desse livro mera flen nesse livro me ensinou a importância da gente compreender o discurso discriminatório o preconceito e a linguagem agressiva nessa comunicação digital no Brasil acho que Mércia flen é um livro belíssimo gente acho que vale a pena recomendo a leitura desse livro Eu também queria destacar que Mercia flenory lançou recentemente um dossier temático na revista Critical enquiry language studies onde eu tive o privilégio de trabalhar com Mercia frener e o Oseias Bezerra Viana Júnior onde a gente discutia um pouquinho
sobre a translinguagem e educação no su Global né e a mera Tem trabalhado fortemente na Perspectiva da sociolinguística né então acho que a mcia vai trazer vários vários ah várias coisas para nós refletirmos eu queria só terminar também mcia nessa breve apresentação sua eh destacando duas coisas que eu queria destacar de Mércia uma é o seu ativismo eh na na disseminação na promoção eh disseminação e valorização do português brasileiro nos Estados Unidos eu acho que é uma coisa que eu queria destacar comercia e uma outra coisa que eu queria destacar comercia Mércia também por ser
um corpo negro como o meu ela tem justamente defendido as minorias mas não num aspecto mais radical mas Mércia tá muito no aspecto humanizador dialógico responsivo agenti e assim por diante Então eu queria destacar que m por ser Pernambucana eu acho que ela é um patrimônio de Pernambuco mas eu terminaria essa apresentação de mcia destacando que Mércia para mim ela desempenha um papel fundamental como uma Embaixadora linguística e cultural alguém que está num Universidade noa Evely e tem pensado na promoção difusão e valorização do português brasileiro nosos então sem mais delongas eu vou passar a
professora estamos aqui para aender com e certamente fazer diferença social onde nós estamos inseridos no mundo seja muito bem-vinda mér é um prazer recebê virtualmente na Universidade de Brasília eu queria agradecer não é como é que a gente continua a falar depois de uma introdução dessas não é a a uma característica inegável dober é essa gentileza não é gentileza esse mod de de abraçar a todos eu agradeço muitíssimo pela introdução eu acho que nos Estados Unidos realmente todo mundo que trabalha com língua portuguesa de certo modo é Embaixador também dessa língua e cultura não é
e eu eu eu gostaria de agradecer o reconhecimento é um trabalho que a gente já faz aqui há quase 20 anos né só nessa instituição e no próximo ano são 20 anos que eu trabalho na aniversário da Pensilvânia E como eu vou comentar no curso da minha conversa com vocês que eu eu formulei isso mesmo em termos de de uma conversa de um diálogo não é de questões que eu acho que são importantes de serem refletidas e e e tratadas eh é é realmente não se não se fala sobre ensino de língua sem se falar
sobre cultura não é Mas quais são as repercussões disso mas eh mais uma vez muito obrigada pelo convite eu quero agradecer ao Cléber a todos os organizadores do gcal a presença de vocês hoje não é aqui para conversar comigo eh eu vou tentar compartilhar minha tela agora com vocês eh eu espero que vocês estejam vendo os meus slides coloquei o meu e-mail para contato eu acho a oportunidade de eh de trocar ideias com com outras pessoas que pensam sobre as mesmas questões importantíssima né porque às vezes a gente se depois de uma determinada fase da
carreira eh não sei talvez se isole muito desse contato com as pessoas eu acho que é muito importante o contato a conversa por isso que eu aprecio tanto essa oportunidade eu agradeço bastante a você pelo convite clé de de trocar ideias pela oportunidade de trocar ideias com você e com o seu grupo eh eu coloquei nesse slide mais ou menos a ordem né a sequência do que eu gostaria de fazer e a o Cléber Já falou um pouco sobre a a minha formação não é eu sou fui aluna da Universidade Federal de Pernambuco tanto no
Na graduação como na após eu fiz o mestrado em linguística depois disso eu vim paraos Estados Unidos e foi aí que eu me interessei mais por questões relacionadas à linguagem a identidade discriminação eh no discurso né o último trabalho que eu fiz relacionado a esse tema maior foi o livro que o que o kéber mencionou Ah e acho que no ano que vem não é se tudo der certo há uma outra um outro trabalho meu que de certo modo retoma o interesse que eu tenho que é o interesse no estudo das narrativas orais e é
um estudo de um texto a biográfica mas Ah enfim um pouco mais sobre isso depois eu queria lembrar não é que hoje é dia da consciência negra e eh eu me sinto honrada pela oportunidade que o kéber me deu de falar hoje sobre essa relação entre essa noção de raça e ensino de língua não é um dia que é importante um dia que a gente reflete Nessas questões relacionadas à à nossa herança a africana que não deixa de ser também colonial e colonizada não é e eh acho que eu vi você falar sobre isso mas
na sexta-feira da semana passada nós tivemos o privilégio de receber aqui no Campus a universitário da Pensilvânia o diretor e ator Antônio Pitanga com a Camila Pitanga que vieram divulgar o filme males que é um filme que eu recomendo muitíssimo o que revela um lado da da dessa história que muitos de nós eh realmente desconhecemos não é é interessante que em 136 depois de 136 anos de Abolição que não é muito tempo não é se a gente for pensar no não tem nem 200 anos a abolição das da desse da da escravidão no Brasil eh
nós desconheçam tanto sobre a nossa própria história né então eu recomendo malê como eh um modo de de se reconectar com esse lado da nossa da nossa história focalizando pelo lado das pessoas que viveram essa experiência não é mas eu fiquei pensando aqui quando o Cléber me passou o o título da da minha fala para hoje não é o que que se pode dizer sou e eh português como língua estrangeira e Raça não é o que que nós podemos dizer sobre isso porque que é importante refletir sobre isso e as considerações que eu trago elas
eh refletem muito essa ideia de que é preciso pensar em algumas questões quando nós eh nos preparamos para para ensinar uma língua não é o que que a gente quer que os alunos façam com a língua então Eh eu pus aqui algumas questões foram indagações que eu me fiz diante do título raça cultura e ensino de línguas Por que que nós precisamos falar sobre isso como profissionais que trabalham com ensino de língua né qual é o lugar desse conceito de raça entre aspas na sala de de aula no ensino de língua porque que é importante
refletir sobre isso não é se fazemos linguagem inclusiva com o gênero como é que nós fazemos linguagem inclusiva eh e considerando a nos nossa noção como a de raça por exemplo não é a gente a gente hoje pensa muito em fazer eh quando quando se trata de ensino de língua devemos fazer linguagem inclusiva como é que nós levamos em consideração a questão da raça nas nossas práticas como como professores de língua que raça ou raças nós queremos mostrar não é e o que é que nós estamos fazendo com a linguagem que nós ensinamos que nós
mostramos na sala de aula então essas foram algum alguns dos pontos de partida da das minhas reflexões para essa fala de hoje e eh inevitavelmente quando a gente vai falar sobre isso é importante definir alguns conceitos um desses conceitos talvez importantíssimo é o conceito de raça né Eh vocês vão notar que eu usei várias imagens nos meus slides e eu acho interessante quando a gente faz uma busca por algumas palavras o que é que aparece né então por exemplo quando eu busquei raça quando eu fiz uma busca no Google eu eu um dos uma das
primeiras imagens que me que apareceu foi essa aqui né e eh Talvez nós possamos falar sobre isso depois Mas é interessante que quando aparece a a gente busca a raça que aparece são pessoas com fenótipos diferentes não é então por que que essa noção é importante para para quem trabalha com educação é importante considerar por exemplo inicialmente que existe uma distinção entre a noção popularizada de raça aquilo que a maioria de nós entendemos como raça não é e que é exatamente essa esse reconhecimento e Associação de fen ó tipos incluindo cor da pele formato dos
olhos textura do cabelo não é traços faciais e o conceito cientificamente determinado porque na verdade eh raça é uma construção social O que é que se quer dizer com isso é que geneticamente vocês podem ler isso nessa introdução do livro da kubota Elin a Ana também fala sobre isso e é exatamente essa noção de que ah quando nós Ah quando os pesquisadores falam sobre o conceito de raça eles constatam que 99,9 dos gênes da da do do da dos humanos são compartilhados o que não justificaria uma distinção genética uma definição genética desse termo não é
na verdade é que a as pessoas gostam de buscar eh aquilo que nos possa eh caracterizar de modo diferente né Nós gostamos nós temos essa tendência de caracter D com base na diferença mas raça é uma construção eh social não é na verdade a raça é a raça humana eh e Ah nós é que fazemos esse essa esse essa diferenciação no modo como tratamos as pessoas nós gostamos de fazer isso eu acho que tinha mais alguma coisa aqui enfim e quais são as repercussões desse conceito de raça Não é eh bom popularmente essas diferenças visíveis
são usadas para categorizar pessoas para instanciar diferenças para legitimar divisões e para até justificar conflitos e interesses de grupos não é isso então sabemos que eh ao longo da história vários são os exemplos até no nosso dia a dia não é com o nosso legado perdão com o nosso legado eh Colonial eh a evidência e mais evidência né de que nós usamos esse conceito de que esse conceito é usado e que tem sido usado para justificar a a manutenção até de interesses do grupos a permanência de determinados grupos em determinadas esferas na sociedade né como
nós sabemos um outro conceito importante para ser definido quando nós eh discutimos essas questões é o conceito de etnia eu fiz aqui outra busca e quando a gente procura etnia eh aparecem também imagens diferentes é fácil confundir isso com Raça Não é com a questão de raça mas esse Por isso que eu digo aqui que esse conceito às vezes eh remete a noção de raça também é um termo usado para diferenciar pessoas mas eh no caso da etnia existem outros elementos que são levados em consideração a saber as características socioculturais incluindo religião ancestralidade costumes língua
estilo de vida então quando se fala de etnia fala-se um pouco mais sobre esses esses outros aspectos que também são usados para caracterizar pessoas não é vocês vem tem aí nas imagens eh Por exemplo quando a gente fala de de etnia as imagens eh mostram pessoas com características que remetem à sua religião por exemplo aos seus costumes ao seu modo de vida não é eh na Ana também acrescenta que o conceito de etnia permite mostrar o que que os grupos compartilham em termos de sua história de sua nacionalidade cultura língua também mas é também um
termo que instancia diferenças entre grupos e que também pode ser confundido ou cruzado com o termo cultura não é na verdade eh esse termo etnia é mais uma dessas formas que a gente usa para categorizar pessoas essa velha busca de tentar diferenciar as pessoas e mostrá-las de modo ah diferente bom isso então nos leva a esse termo cultura que é um termo essencial hoje em dia para quem quem quer que trabalhe com o ensino de língua inevitavelmente vai lidar com essa noção de Cultura né eu coloquei do lado do lado esquerdo da tela esse a
essa ilustração que vem do actf do 56 da da do actf não é que define aquilo que nós devemos considerar como como a norteador das nossas práticas pedagógicas do ensino de língua estrangeira né que a nossa prática deve permitir que que os nossos alunos eh criem comunidades estabeleçam comunicação tenham contato acesso a culturas diferentes possam estabelecer conexões e fazer comparações Então esse elemento cultura é bastante ah eh importante eh senão fundamental o ensino de língua mas também é um conceito que não deixa de marcar diferenças não é isso então também ah em alguns casos é
possível que esse esse termo até substitua a noção de raça né é necessário observar o que que nós fazemos eh quando nós falamos sobre cultura porque às vezes falar de Cultura envolve implicitamente uma diferença que talvez a a remonte remeta a ideia de raça e eh parece um termo mais Benigno não é mas não deixa de ser um termo que também ah pode identificar diferenças marcar diferenças entre grupos de pessoas e até diferenças intragrupo não é então por exemplo a gente fala sobre a cultura brasileira mas dentro dessa cultura brasileira pode se apontar diversos diversos
níveis ou diversas ah diversas culturas não é por assim dizer bom um outro tema um outro termo importante aqui na nossa consideração são os termos outros termos importantes são os termos racialismo e racismo então racialismo tem a ver com sentidos que são extraídos a partir de diferenças observáveis Então aquela tendência que existe para explicar a conduta das pessoas com base no que elas eh são ou que você acha que são não é então é dizer que todo brasileiro é feliz ou que gosta de futebol não é Ou dizer que todas as pessoas que pertencem a
um determinado ah grupo não é se comportam de uma maneira ou de outra então existe também essa essa tentativa de explicar a conduta das pessoas com base na sua na sua origem e até fazer essa associação entre o seu fenótipo e e um e o o seu ah modo de de existir não é cubot Elin falam sobre o fato de que esse tipo de explicação na verdade ah carregam o legado Colonial não deixa de ser não é então só só uma breve reflexão naquilo que Nós pensamos Quando pensamos no outro e no outro que é
diferente mostra que muito disso eh sobrevive essa história não essa história Colonial esse esse essa herança colonial que nós temos e é uma herança colonial tão enraizada na nossa no nosso modo de ser que às vezes a gente nem percebe Não é eh eu coloquei aqui também o a a questão do racismo que a a diferença do racismo é que cria e reproduz estruturas de dominação não é excluindo alguns grupos e favorecendo outros e o que é interessante no caso do racismo é que se você mais uma vez falando sobre a busca pelas imagens Ultimamente
eu tenho me interessado muito sobre o que é que as imagens revelam o quando você faz uma busca por imagens no Google A maioria daquilo que aparece sobre racismo é negativo Porque apesar de existir ninguém quer dizer que é racista não é isso é interessante me faz lembrar sobre uma pesquisa da no livro da professora Lilia schwarz a historiadora e antropóloga brasileira da USP e ela tem um livro racismo no Brasil um livro pequenininho acho que foi de 2000 2002 e nesse livro ela fala sobre uma pesquisa que foi feita com era uma professora da
USP e e acho que talvez uma pessoa que fazia o senso perguntou essa pessoa eh como é que ela se identificava ela dizia que era Negra e a professora disse e a pessoa disse professora mas é professora a senhora é professora da USP né então ah e também esse mesmo livro conta o f menciona uma pesquisa na na qual as pessoas pergunt as pessoas se elas eram racistas 90 acho que 98% das pessoas dizem que não era racistas mas perguntaram essas mesmas pessoas se elas conheciam alguém que fosse racista e coisa como 97% das pessoas
disse que que sim então o resultado né a a é que de acordo com a professora schwarz é que os brasileiros se enxergam como eh um uma ilha de democracia racial cercada por racistas isso é curioso não é Ah bom o o a as imagens que eu pus aqui dispensam comentários não é vocês veem a a que a charge diz do policial de Parei porque você parece um ladrão e Mas relaxa não tem nada a ver com preconceito racismo é coisa da sua cabeça que refletem tanto a questão do racialismo como a questão do racismo
né Eh e ainda tem essa justificativa de Que bom você pode achar que eu tô sendo racista Mas não é nada disso Isa coisa da sua imaginação não é como se a pessoa tivesse agindo realmente de acordo com aqueles preceitos e aquilo que é de certo já eh herdado da sua própria sociedade do sistema social onde a pessoa se encontra né bom e existem vários tipos de de racismo a maioria das pessoas podem pensar a a maioria das pessoas podem pensar no racismo apenas na sua modalidade explícita mas existem outras maneiras não é em que
uma o o racismo se expressa é é importante analisar o racismo em suas múltiplas facetas Porque existe um racismo estrutural ainda hoje de manhã eu vi uma referência na fala do professor Cléber não é a a essa essa presença do racismo estrutural não é que permeia instituições orienta práticas e reflete vieses adquiridos no curso de nossas histórias pessoais não é isso eh e nessa minha tentativa de ilustrar os meus slides eu encontrei esses quadrinhos não é racismo que chama de racismo sem que querer o que é que isso reflete isso reflete que existe uma série
de modos de pensar e várias expectativas que são geradas não é na na história da nossa da nossa sociedade que nós herdamos e talvez eh repr produzamos sem uma consciência Clara disso por isso que é necessário muita reflexão esse diálogo sobre essas práticas ele pode parecer eh bom eu espero que não pareça cansativo excessivo Recor mas ele é necessário é importante que a gente reflita não é Vejam o que a pessoa diz eh para uma aqui você lava o cabelo não é ou eh Como assim você não sabe sambar nãoé Então essa coisa das expectativas
para pras pessoas são são exemplos de racialismo e de um tipo de racismo implícito nãoé aquilo que a gente tem ah como herança desse legado Colonial histórico né É difícil às vezes se desfazer disso mas é bem presente nas nossas práticas e quer que nós pensamos isso e façamos muita reflexão existe também uma necessidade de nós falarmos sobre o racismo como discurso né que permite permeia vários aspectos da sociedade por exemplo nós sabemos que a nas em práticas empregatícias não é quem são as pessoas por exemplo no caso de ensino de línguas quem é que
tem o direito de ensinar determinadas línguas quem nós esperamos que ensine inglês no Brasil ou que ensine eh português nos Estados Unidos Por exemplo não Ah então tem tem um pouco dessa essa noção das das perspectivas ou expectativas que nós temos sobre quem são os falantes de uma determinada língua não é há também estereótipos para quem ensina a língua e partilha a cultura então ah eu me lembro agora de um colega que eu encontrei no final de semana um colega negro ele é sociólogo carioca e ele disse que não nas no no nos corredores da
Universidade as pessoas se dirigiam a ele em inglês é como se pensar que houvesse um um um intelectual não é um profissional nessa esfera não fosse possível era mais fácil pensar sobre essa pessoa como um americano do que pensar nele como brasileiro não é que é que é realmente mais uma vez um pouco um pouco mais essa coisa da herança Desse nosso legado Colonial aquilo que a gente faz às vezes sem nem pensar né Ah então práticas epistemologias conhecimentos que privilegiam certos grupos Então essa reflexão sobre raça ensino de língua também deve nos motivar a
pensar naquilo que nós fazemos quando nós ensinamos as línguas que nós ensinamos de quem é essa língua que nós ensinamos né quem são as pessoas que aparecem eh quando nós mostramos a língua e cultura desse desse local né então por que que refleti em raça racismo e racialismo na nossa nas nossas práticas pedagógicas Por que que é importante por causa de tudo isso que nós vimos dizendo até agora não é porque esse legado Colonial ele permeia nossas práticas Pode ser que a gente até nem queira às vezes e reproduza discursos atitudes que são na verdade
a fruto de resquício dessa história não é eh essa essa essa prática que legitima alguns grupos em detrimento de outros não é importante refletir no no no modo como os nossos currículos os materiais que nós nós usamos para falar sobre cultura eh e e em sala de aula de que modo eles reforçam ideias prevalentes e duradoras sobre grupos Às vezes isso pode ser feito de modo muito natural ah eh né sem sem muita reflexão não é e acaba se reproduzindo estruturas que simplesmente mantém esse esse legado Colonial não é deixa eu ver aqui que mais
bom então quem é que aparece nos nossos materiais eu fiz também essa história das das das imagens né desse meu interesse nas imagens eu fiz uma breve busca por eh materiais de ensino de língua portuguesa como a língua estrangeira aqui nos Estados Unidos Encontrei algumas capas não é vocês podem eh derivar as próprias reflexões Mas quem são as pessoas que aparecem aqui não é quando é quando nós preparamos esses materiais esses materiais ensinamos sobre cultura quem é que aparece nesses contextos quem é que quem é que ilustra as nossas discussões os nossos slides não é
eu achei o do Samba interessante samba né com com ponto de interrogação ah vocês vocês podem derivar as próprias as próprias ah impressões não é e também há outros materiais que tem t tentado ser mais inclusivos não é mas bom a a ideia disso é exatamente estimular uma reflexão sobre quem é que nós mostramos quando falamos sobre cultura não é São predominantemente indivíduos de um grupo fazendo atividades que são associadas àquele grupo quem é que aparece fazendo o quê nas nossas práticas não é quais são as realidades retratadas nas nossas aulas e e nas nos
nossos materiais e quando falamos como a maneira como nós falamos e o que dizemos sobre indivíduos de diferentes regiões classes sociais espaços de vivência refletem o quê sobre o Que Nós pensamos sobre isso então é importante refletir isso porque nós temos uma responsabilidade interessante né acho que é importantíssima a nossa responsabilidade então o Cléber falou algumas vezes sobre o papel falando sobre o meu papel como professora eh de língua portuguesa nos Estados Unidos ele até usou o termo Embaixador então é uma é é é interessante pensar nessa responsabilidade que nós temos porque quando nós falamos
sobre o Brasil qual é o Brasil que nós mostramos não é a qual é qual é a classe Qual é a região que nós privilegiamos quando nós tratamos esses aspectos culturais e como é que a gente pode fazer uma prática que seja mais inclusível que dê conta desse contexto maior mais diverso mais amplo do Brasil não é eh uma outra questão que eu acho que é importantíssima é a questão do que nós dizemos sobre as variantes não padrão então se nós ensinamos a variante não padrão o que que nós deixamos passar não é pros nossos
alunos sobre o que nós realmente pensamos sobre as variantes não padrão e o que é que isso pode levar os nossos estudantes as pessoas com que nós interagimos a pensar sobre determinados grupos né Nós temos um papel que apesar de talvez ser apesar da nossa esfera de influência ser pequena com professores é importante que nós reflitamos sobre isso não é sobre o modo como nós falamos sobre determinados grupos pode levar as pessoas a criarem determinadas opiniões que acabam por ser muito negativas não é sobre os grupos Ah bom então como educadores eh eu citei aqui
uma declaração da fal que é que educadores podem ter exposição a sem ter consciência de fatores profundos que afetam o acesso a oportunidades acadêmicas e econômic is é questão do privilégio por exemplo isso me recorda um pouco de um livro que eu uso em algumas aulas n nas minhas aulas de português avançado que é um livro que trata de viagens não é então é apenas viagens e as discussões que são geradas não é para fomentar a conversação entre os alunos que é um aluno de é um curso de riqueza avançada de conversação muitas vezes giram
em torno de viagens então a expectativa Pode ser que todo mundo aqui naquele espaço tenha viajado muito não é mas será que esse é o caso mesmo de todos os nossos alunos todas as pessoas que estejam participando daquele diálogo e como é que as pessoas que talvez não tenham tido essa experiência de viajar amplamente não é vão vão vão participar dessas aulas então eu confesso que até recentemente Eu Tenho pensado mais nisso né Essa coisa da expectativa a minha expectativa quando eu crio esse material quando eu Gero essas perguntas eu espero que a maioria das
pessoas que interagem na minha sala de aula tenham tido essas experiências Mas isso é verdade não é o que que eu posso fazer eh para incluir mais aqueles que que talvez não tenham tido essa experiência né em relação ao ensino de línguas também a Quais são as quais são as práticas pedagógicas que que legitimam eh perdão aqui deixa eu só ver uma coisa aqui Desculpa pessoal e agora minha tela sumiu que são consideradas legítimas que práticas pedagógicas são essas não é que Quais são os saberes que que nós decidimos mostrar ou não mostrar não é
quais são os julgamentos de valor que nós fazemos explícita implicitamente sobre modos de ser de viver de usar a língua porque que eu digo isso então eu tenho alunos eu tenho tido vários alunos anos que a gente dessa experiência de ir a Portugal e lá chegando eh recebem comentários sobre modo como falam já vi muito isso né que você você não fala português você fala brasileiro isso não deixa de ser um julgamento de valor não é então é dizer e eu achei isso aqui interessante que durante a o covid a Eu já vi alguns colegas
dizer e há vários alguns comentários artigos que falam sobre isso durante a a pandemia do covid-19 eh muitas crianças portuguesas ficaram muito mais expostas a vídeos de de ah influenciadores brasileiros por meio do YouTube e havia esse comentário de a crianças portuguesas que só falam brasileiro não é então is é um artigo no Diário de Notícias é é um dado não é dizer que que as crianças falam brasileiro não é que é que isso reflete que que que julgamento isso legate né ah um outro um outro comentário que eu acho interessante eh refletir É esse
aqui perdão Deixa eu voltar para cá eh Nós temos muitos modos de desafiar não é a maneira como os nossos estudantes pensam de ampliar seu conhecimento aumentar essa consciência para questões de justiça social de responsabilidade não é Então dependendo daquilo que nós digamos na nossa sala de aula nós podemos reproduzir ou não reforçar ou não ideias que os nossos alunos tenham sabe se lá o que que eles aprenderam por exemplo sobre o português se eles acham que a variante europeia tem mais prestígio do que a brasileira então cabe a você como profissional que estuda que
trabalha estuda e trabalha né com ensino dessa língua eh trabalhar essas questões de uma maneira ou de outra não é eh como eu coloquei aqui é importante com base nach é importante que facilitadores professores participantes evitem essencializar pessoas línguas e culturas não é Então essa noção de que aquilo que determinados grupos de pessoas agem de determinada maneira falam de determinada maneira nós geramos essas expectativas com as nossas práticas não é então é simplesmente aquele comentário as pessoas que vem de determinada parte do Brasil Falam assim ou e você não deve dizer isso porque isso vai
fazer você soar como se fosse Ah isso não serve a propósito algum a não ser essencializar pessoas forçar diferenças não é então para uma prática mais inclusiva é necessário refletir nisso ah eu coloquei aqui um um outro slide essa essa noção do português como quando se trata de português como língua estrangeira nós representamos que língua portuguesa não é são as variantes de Prestígio que nós ensinamos nós incluímos eh outros países e contextos onde a língua portuguesa é falada não é porque eh por muito tempo tempo pensou-se muito sobre o português europeu a e o português
brasileiro como as variantes que precisavam ser mostradas como as culturas precisavam ser mostradas mas hoje em dia existe mais uma abertura para se considerar que não se pode falar sobre a Língua Portuguesa no âmbito Global descontando a presença dessa língua em outros continentes não é por exemplo o continente Africano e e a enorme quantidade de material eu vou dizer aqui mat matal cultural não é que se gera eh nessas esferas né importanto inclui isso e nós por exemplo nos cursos que eu ensino eh existe essa tentativa de mostrar também a língua portuguesa nesses outros espaços
Angola Moçambique cabur não é um pouco macal também ã que mais ã Além disso eu coloquei aqui eh com base em com bot lin algumas reflexões críticas que nós precisamos fazer sobre as há algumas reflexões críticas que nós precisamos fazer com base na nossa própria experiência não é como é que eu me identifico sou percebido no âmbito da minha sala de aula eu confesso que por muito tempo não pensava nisso ah mas por uma razão ou por outra eh e e sobretudo mais recentemente talvez não pelas razões nas razões mais positivas não é mas isso
tem tem sido eh um uma uma reflexão importante para mim né como é que como é que como é que eu me identifico como é que as pessoas me percebem e que Impacto essa percepção que as pessoas têm de mim pode ter naquilo que eu faço na recepção do que eu faço não é a outra reflexão importante como é que o racismo é manifestado na minha vida diária talvez não dirigido a mim diretamente Mas aos outros com quem eu interajo não é a quem ensino com quem eu convivo porque que é importante que nós pensemos
nisso é importante que nós reflitamos isso porque aquilo que nós mostramos eh pode ter um peso não é e que que ah que cujo o valor se relaciona a própria experiência das pessoas com quem com quem nós lidamos não é então por exemplo eh os meus alunos leem maxos felinos eu não sei se vocês conhecem a narrativa do M Clear e na na na última aula que nós tivemos na segunda-feira nós falávamos sobre o quando o Max que é um personagem do do livro ele sai da é nazista na década de 30 e vem pro
Brasil e ele tinha um professor alemão que fazia experimentos horríveis não é com determinadas populações E isso gerou nos meus alunos visivelmente um desconforto não é era foi desconfortável para eles tratar disso é importante perceber isso é importante ser sensível a isso é importante saber o que sobre o que que você pode falar e como não é e como você vai tratar dessas questões eh que são questões importantes por isso que é importante refletir não só na sua no seu papel e na maneira como você é percebido mas também em quem qu quem é o
seu quem é a quem é o o quem é o seu grupo de estudantes não ia dizer audiência mas isso coloca muita ênfase no papel do do professor e nó sabemos que o professor atua como facilitador sobretudo né quais são exemplos de práticas que talvez privilegiem determinado saberes em detrimentos de outros não é a outra reflexão importante é que né falar sobre cultura Talvez o que é que nós mostramos quando nós falamos sobre cultura por exemplo a cultura eh da área urbana eh eh das grandes cidades do Brasil não é por que que por que
que faríamos isso porque existem tantos saberes nesse país não é a maneiras de incluir esses outros saberes na exposição que nós fazemos dessa língua desse país dessa cultura eh e coloquei aqui o que que se pode fazer para evitar reproduzir práticas de atrias é outra questão que é importante Ah que requer não é que nós Ah reflitamos um pouco né que que nós podemos fazer nesse sentido Ah e aqui eu coloquei para ilustrar é outra questão daquelas que tem me ah importado muito não é né o artigo um outro artigo que dizia no jornal português
que dizia que os brasileiros TM entre aspas meia língua portuguesa e e fala sobre o fato que algumas dessas palavras são motivo de discriminação para essa população eh de de brasileiros imigrantes em em Portugal né então um caso muito recente reflete essas noções de de preconceito linguístico não é mas não são só preconceito linguístico não n uma carga eh social enorme que trata--se mu em muitas vezes né do que se chama de cheno racismo não é não é só Ah nãoé não só são questões relacionadas a à fala propriamente dita eh essa aqui são as
minhas referências com isso eu termino a as minhas considerações e eu eu eu quis Mesmo que nós fizéssemos Ah mais algumas indagações né quis que nós Ah refletível não é eu agradeço a vocês eu fico agora aberta para que nós conversemos um pouco queria parabenizar e agradecer M muito a professora Mércia fen pela belíssima apresentação eu acho que né Mércia a sua apresentação ela ela contempla justamente questões muito caras para nós né e precisamos de discutir essas questões de uma forma bem didática para sociedade acho a gente tem que pensar em mecanismos para ter letramento
racial né esse letramento pedag pedagógico para as pessoas entenderem aquilo que a gente tá defendendo Ô mcia eu queria iniciar Talvez o diálogo a gente vai abrir pro público aí se os colegas estiverem presentes quiserem Abrir suas câmeras seria interessante que puderem né pra gente ter um momento pra gente se ver dialogar um pouquinho né de conversa Quem puder automaticamente ligar as câmeras seria interessante e pode manifestar se quiser com a mãozinha aí seja mãozinha assim ou seja mãozinha online virtual e eu queria pontuar dois duas coisas que Mércia falou que eu acho que é
bem interessante pro nosso grupo eu acho que uma coisa que você falou Mércia eh dois pontos eu queria realçar o primeiro era justamente acerca do daquilo que eu tô chamando baseado em Júlio de Araújo de o racismo algorítmico então eu acredito né meu projeto agora pela bolsa de produtividade do CNPQ vai ser voltado paraa ia e a questões de racismo presente na ia e eu acho que a Mercia me deu ingredientes para eu repensar um pouco naem acerca desse desse racismo algorítmico né já que você falou do racismo presente nos livros didáticos acho que a
Irene pode falar Irene né com muita propriedade os livros didáticos eles apagam as nossas ancestralidades mas eu acho que tô achando também viu Irene que os livros didáticos eh seja el de português para estrangeiros ou os livros deidade de uma maneira geral e agora com a ia eu acho que as tecnologias digitais têm apagado também e esse apagamento o juro Sérgio araus chamado isso de racismo algorítmico E aí eu acho que a gente poderia discutir um pouquinho mais sobre ess assunto esse seria o primeiro ponto e o segundo Ô Mércia eu queria que você pudesse
falar um pouquinho fazendo um favor sobre aquela análise que você apresentou você apresentou uma perspectiva de alguns livros de idade de português para estrangeiros E aí você trouxe a tona algumas questões referentes a visão de negro de raça abordada no livro e eu fiquei pensando Mércia é uma pergunta eu tenho uma resposta Mas eu queria te ouvir tá eu tenho uma ideia uma hipótese mas queria te ouvir se a gente pegasse M os livros de português para estrangeiros e avaliasse eles a partir dos critérios do PNLD o plano naal do livro didático você acha aqueles
livros que você apresentou eles seriam aprovados no PNLD eh partindo daqueles critérios que a gente tem os critérios eliminatórios critérios que são optat no PNLD em outras palavras mer eu tô sendo bem assertivo hoje eu posso né Hoje é o dia e um dia importante pra gente se posicionar Será que esses livros que a gente tá tá sendo adotados hoje nos Estados Unidos em Europa que fala sobre o Brasil será que eles seriam aprovados na na na política brasileira a partir do aspecto de raça eu queria te ouvir aí eu abro para os colegas também
eu eu acho que eh talvez eu precisasse me aprofundar mais nesses critérios não é que você menciona que são critérios que são hoje ah necessários talvez essenciais para que o material a seja aprovado Mas o que eu posso dizer é que a prof ionais hoje em dia que T eh um olhar mais crítico não é e que tem tentado eh talvez fazer uma inclusão de de outras populações de outras comunidades às vezes até parece às vezes essa tentativa é tão proposital talvez a gente corra o risco de que ela seja eh soi um pouco artificial
entenda às vezes me parece me parece E isso não é mas eu acho que já existe na produção de materiais atualmente existe uma tentativa maior de fazer uma uma uma inclusão eh de daquilo que se considera ser diverso mais diverso não é mas eu concordo com que o comentário que você fez que no passado eh existia quase que um apagamento da da diferença então é como se a a língua eh existisse num vácuo e fosse falada por quem não é por que que essa língua é é falada ou ou por que que ela é Ela
é uma é um instrumento para mediar as ações de quem quem é essa população quem são esses falantes não é mas eu acho que hoje em dia ou talvez eu eu esteja me referindo à própria bolha em que eu sobrevivo que essa a gente acaba existindo numa bolha a academia às vezes cria uma bolha não é E você acha que porque você tem colegas que vê de outras partes do mundo onde se fala essa língua eh isso seja uma prática mais ou menos ah generalizada e às vezes a gente leva um susto quando percebe que
não é bem assim não é que ainda existem práticas que de certo modo contradizem a até de uma maneira muito mais simples Até todo a qualquer qualquer sentido de bom senso não é ah e e e quanto quanto menos ainda essa noção de de manter um olhar mais aberto para ser inclusivo em relação a essa comunidade a essa população porque é interessante como no país no Brasil um país que tem uma população sobretudo mestiça não é a reprodução que se faça de imagens desse país não não não dê conta nem dessa população a população que
é muito quando quando é mostrada parece um pouco ah reduzida você falou sobre a a inteligência artificial isso Isso é uma outra fala que eu tenho no final de semana que falando exatamente sobre como a gente pode usar a inteligência artificial para a eh promover justiça social em práticas de escrita e um exercício que eu que eu que eu fiz essa semana com os meus alunos inclusive foi mostrar eh imagens geradas pela Inteligência Artificial do Brasil de brasileiros não é então uma imagem era eu a o input o que eu pedi da do da da
Inteligência Artificial não é do do da ferramenta que eu usava era imagem de brasileiros na praia e vocês se vocês vissem isso n e aberrante não é que a maioria das pessoas eram todas pessoas muito musculosas todo mundo era muito moreno as mulheres tinham um corpo muito definido então Eh você disse que é racismo algorítmico não é isso e é é um reflexo disso porque na verdade o que ah o que se faz o que a inteligência artificial faz eh transmitir a imagem de alguém alguém alguém alguém colocou essa imagem lá tinha isso como ideia
não é é bom CL eu espero que eu tenha pelo menos parcialmente respondido a sua pergunta não agradeço mer agradeço acho que respondeu super bem eu vou colocar se os colegas concordarem eu vou colocar duas referências de textos de um colega que publicou recentemente sobre o racismo algoritmo que é o Jú Sérgio Araújo da Federal do Ceará e aí Se alguém quiser depois ler vou colocar no chat aqui Pode ser aí uhum ótimo Eh agora josemara por gentileza Olá Mércia obrigada pela sua fala Obrigada Cléber por passar o esse eh o link para que possa
assistir eh meu nome é jocemara eu não conheço a maioria de vocês trabalho com Cléber na comissão diversidade inclusão e igualdade na bralin eh moro na Alemanha e também sou professora de língua e cultura brasileira aqui há quase 5 anos e mas à medida que você ia falando muitas coisas vieram assim à minha cabeça muitas eh experiências que tenho tido junto com com o alunado aqui né A maioria são sim alemães porque eu dou aula no instituto de romanística da Universidade de iena eu não dou aula no instituto de línguas né Eu dou aula no
instituto de romanística que eh tem um curso chamado Economia em línguas eh e uma das línguas né que pode ser acessada para que eles possam fazer a especialização deles é língua portuguesa quando eu entrei eu tinha cerca de 10 a 15 alunos né no nos cursos no curso hoje se a gente consegue cinco para fechar uma turma é chorando é muito para vocês verem como infelizmente a gente teve um um um decréscimo né Na procura de língua portuguesa mas uma coisa que me chamou atenção na sua fala e aí eu queria te perguntar como é
na tua vivência na tua experiência né Eh quando eu dou aula quando quando eu leciono uma das coisas que eu tento colocar é essa essa interseccionalidade dos assuntos eh por exemplo vou falar sobre educação no Brasil ao falar de educação no Brasil eu falo de raça etnia territorialidade classe social então eu trago todas essas questões aí à medida que o nível avança da discussão por exemplo se eles têm nível B1 ou B2 essas discussões vão ser mais difíceis ou mais menos difíceis né mas eu uma das coisas que que eu fiquei perguntando que você falou
muito sobre diferença e eu não sei se eu entendi muito bem e aí eu queria que você pudesse me esclarecer para mim talvez eu não tenha compreendido se você tá entendendo diferença como algo ruim no sentido assim você falou raça é uma categoria que produz diferença né que se dá a partir da diferença cultura se dá a partir da diferença etnia se dá a partir da diferença e aí eu não consegui capturar na sua fala se você o que que você acha que isso é bom ou ruim porque no caso Como Você demonstrou no caso
do racismo que também se dá pela questão da diferença me pareceu como se fosse ruim e aí eu queria te perguntar Será que trabalhar a diferença ou mostrar que existe diferenças culturais étnicas eh sociais é necessariamente algo ruim né ou O que torna ruim a diferença é o discurso sobre o como essa diferença é trabalhada tratada relatada valorada né hierarquizada eh assim aí eu queria só esse entender melhor o que que você tem pensado e como você Tem trabalhado essa questão da diferença na na na sua experiência então Eh josemara muito obrigada primeiro por descrever
a sua própria experiência né no âmbito completamente diferente do nosso Imagino que as nossas experiências talvez ah tenham alguma similaridade em alguns aspectos em outros não eu acho que a resposta paraa sua pergunta se encontra implícita na sua própria pergunta não é eu acho que você falou sobre isso nós estamos falando sobre eh o estabelecimento de diferenças como uma tentativa de fomentar eh hierarquias eh de fomentar tratamentos diferenciados é isso né então eh o racismo é isso o racismo é uma tentativa de justificar ações com base na diferença Então eu acho que quando você você
tratou a maneira como você parece tratar dessa questão na sua prática parece ser a maneira ideal não é porque nós existimos na diferença as imagens que eu mostrei aquilo que eu falei é a maneira como essas diferenças são usadas para justificar determinadas ações e condutas que eh e aquilo que nós daquilo que nós discutimos como algo negativo mas eh não há como promover uma prática que seja inclusiva sem celebrar a diferença é quando essa essa essa diferença não é celebrada mas é usada como recurso para eh privilegiar alguns grupos em detrimento de outros como eu
acho que falei no início da minha fala que aí a gente precisa eh eh questionar criticar pensar de modo mais crítico não é mais afinado eh sobre sobre aquilo que nós por que que nós estamos tão interessados em marcar as diferenças não é usar isso como critério para justificar um tratamento diferenciado mas eu acho que todos nós que trabalhamos com língua com cultura que somos linguistas nós eh eh nós existimos por assim dizer nesse espaço onde idealmente nós gostar amos que as culturas as diferenças as etnias fossem celebradas não é Ah então a primeira coisa
que se a primeira coisa que eu fiz ao tratar do conceito de raça foi exatamente explicar que não existe base genética para isso não é isso quem quem define nós é que gostamos de eh apontar as diferenças para justificar modos de agir eh de um e de outro justificar ações mas é que no final das contas nós somos todos humanos não é isso é diferentes somos humanos eh nas nossas especificidades agindo de maneiras diferentes por causa das nossas vivências mas que eh eh como o os cientistas eh sociais não é L schs começa dizendo isso
a kubota lin falam sobre isso ania fala sobre isso também é a ideia de que geneticamente não existe justificativa para isso não é eh para essa tentativa de diferenciar grup GR com o objetivo de justificar tratamentos diferenciados eh privilegiando grupos em detrimento de outros eu acho que é isso muito clar colocou um comentário interessante né assim quando vamos discutir se as identidades estão sendo deslocadas devemos ter em mente a forma pela qual as culturas nacionais contribuem para costurar as diferenças numa única identidade acho que a Camila tem uma pergunta agora nós saímos da Alemanha nós
vamos agora para África África do Sul correspondente internacional de todos os lugares né clé verdade verdade verdadei na última Live pela sua cara hoje conhec eu eu falei ela tá em África o jeito dela olhar tá de África hoje tá né gente dia de dia de consciência negra na África que privilégio né tá tá podendo ter essa vivência né Eh Obrigada viu professora pela sua fala foi bem interessante e uma coisa que eu tô conhecendo o grupo agora né Então só me apresentando para quem não me conhece eu sou pesquisadora de pós-doutorado da Unesp e
tô fazendo um trabalho que eh em colaboração com a university of Western Cape aqui da África do Sul no centro de multilinguismo e diversidades mas já foi foi achei essa fala muito interessante porque já fui por muito tempo professor professora de português como língua estrangeira e e muitos muitas questões né é um é um é um lecionar é é incrível né português para estrangeiros mas ao mesmo tempo tem um momento que parece que a gente chega num num dilema existencial dentro da da própria língua né e dentro do do do existir né como como pessoa
negra no Brasil e fora do Brasil também né e uma coisa que eu penso muito e e e eu tive várias experiências em ensinar língua estrangeira além do português como eh como língua estrangeira no Brasil mesmo em São Paulo e e depois ensinar inglês também como língua estrangeira só que num numa perspectiva afrocentrada num projeto social que a gente tinha para mulheres negras na cidade de São Paulo também eh e ter essas duas experiências com com ensinando língua estrangeira em contextos parecidos mas diferentes me fez pensar muito aquela questão que a Bel hooks levanta né
Eh Essa é a língua do opressor mas eu preciso dela para falar com você né então tem essa questão que me me inquieta muito no ensino de de língua portuguesa para estrangeiros que é o fato de a gente tá ensinando de certa forma a língua do colonizador E aí eu me volto muito para aquela questão da Léia González de que a gente também fala um prets Então até aqui na África do Sul eu sempre enfatizo eu falo Brasilian portugues né para mim é muito importante marcar essa identidade do nosso português que é um português africano
também né um português que com essa influência das línguas banto tão faladas aqui nessa região né então e também é um link para pra gente poder eh conversar sobre isso com com pessoas que falam português aqui né os país vizinho Moçambique por exemplo né E que tem uma relação muito negativa com a língua portuguesa muito impositiva né então e que a gente acabou perdendo essa esse questionamento naturalizando até a questão me incomoda muito o termo lusofonia quando a gente conversa com os os colegas né de de que são professores de língua portuguesa para estrangeiros e
eu e eu não sei se todos têm esse mesmo essa mesma inquietação mas essa questão da lusofonia me incomoda muito porque me parece ainda ser um termo muito colonialista porque explica a língua a partir de Portugal né E essa língua ela já não é mais de Portugal a partir do momento que Portugal passa a impor ela para outras pessoas e ela se torna glocal também né kéber que ela se torna o nosso português ele ele é glocal ele é o português mas ele não é o português europeu ele é o nosso português brasileiro que é
africano que é indígena que é Guarani que é que é quimbundo que é que cono né então eh eu queria saber a a a opinião da professora sobre isso e como a professora tem abordado essas essas essas questões em sala de aula na prática né porque são questões muito particulares e também tem muito a ver com que que sala de aula a gente tá dialogando também né se é dentro do Brasil se é fora do Brasil Quem são nossos interlocutores nossos alunos né e eu queria saber a opinião da professora sobre isso Camila antes de
mais nada muito obrigada pela sua contribuição na sua na sua pergunta no preâmbulo da sua pergunta você já ofereceu tantas informações interessantes não é para mim é interessantíssimo que você se encontre na África do Sul fazendo essas observações de fato eu nem usei o termo lofia Hoje ele é muito usado aqui correntemente mas é um termo muito problemático e problematizado não é o texto que eu acrescentei no chat é um texto da professora Ana Fan é uma professora Portuguesa que inclusive eu até convidei uma vez para para conversar um pouco com os meus alunos o
título do artigo é em português nós entendemos e ela questiona também esse conceito de isofonia né falando sobre quem é a quem serve esse conceito de lusofonia a quem serve a a cpnp não é Ou ou a cpnp o a comunidade dos Países de Língua Portuguesa quem serve E essas e esses eh eh esses agregados de de pessoas observem a que propósito né E ela fala um pouco sobre isso que você falou como se nisso na lusofonia eh o que se tentasse ter na verdade era uma manutenção cultural do status português mas ainda como uma
espécie de recolonizadoras dessa de outra maneira né como se detivesse eh aquilo que tem a ver com uma língua ai como é que eu vou vou usar dizer mas por entre aspas né como se aquele fosse o ideal então é como se Talvez esse conceito que fosse uma tentativa de fazer isso a sua fala me lembrou também do Amil Car Cabral não é foi ele que disse que eh o português foi a melhor coisa que os tugas nos deixaram não sei se você lembra dessa citação do Amilcar Cabral mas é um pouco isso que você
acaba de dizer que nesses países em Moçambique em Angola ah eh o o o a os os povos colonizados mantiveram essa língua como uma uma forma de de de de acesso não é a a outro a até a recursos né outros recursos por assim dizer e você tem razão que é no caso do Brasil também nós falamos a língua portuguesa por uma imposição não é que não foi até até 1755 que o Marques Pombal baixo decreto e diz não se fala mais em Eng gatu porque era isso que se falava no Brasil agora a gente
vai falar a língua portuguesa vai ensinar essa língua portuguesa ah nas escolas não é isso e enfim existe uma comunidade mas uma comunidade no Amazonas que ainda fala em Eng gatu parece que sim mas fe aí um exemplo de resistência Mas isso é também evidência que no no próprio caso do Brasil essa herança que nós temos a língua portuguesa que sobrevive Com todas essas influências que você descreve descreve bem Ah ela a mesmo assim não é apesar de ter gan de ter recebido todos esses outros contornos ainda nos foi imposta não é isso ainda nos
foi nos foi imposta mas é aquilo que a gente faz eu acho que aquilo que a gente faz com a o Mia coto você Já assistiram aquele documentário línguas vidas em português o m coto o escritor mons bicano abre de dizendo que o português é como um um pai que se misturou no Brasil teve um filho ele diz que foi que se tornou maior do que o pai ele fala sobre português brasileiro e fala sobre essas outras eh essas outras ah experiências por assim dizer com a língua portuguesa então ah eh quando eu trato da
língua há um curso em que eu ensino eu do curso que é de introdução à cultura do mundo lusófono não é a gente começa para problematizando a noção de lusofonia primeiro não é um texto é o texto da Ana Fonseca a quem serve essa lusofonia O que é existe mesmo lusofonia onde ja que é um escritor ah angolano ele diz existe lusofonia para quem que existe lusofonia existe para escritores Portugueses e brasileiros existe lusofonia também para escritores africanos de lía em língua portuguesa não é ele faz esses questionamentos então eu eu começo assim eu trato
essas questões assim mostrando que existem outros falares não é ah e são questões muito interessantes também ah que a gente precisa trazer mas no final das contas a gente tem uma uma uma função e uma missão a gente tem uma função e tem uma missão não é então tem essa missão como divulgador dessa cultura e como como pensadores que questionam aspectos dessa realidade que são muito injustos não é esse legado cultural eh Colonial ele ele ele gerou injustiças enormes que se que se prolongam até hoje mas por outro lado a gente tem aquela função de
de ensinar essa língua e nessa língua não então eu acho que é o equilíbrio entre essas duas entre essas duas vertentes da da nossa da nossa posição e da nossa identidade não é e é é trabalhar nessa missão e nessa função com essa missão eu acho que é encontrar esse equilíbrio Camila Obrigada pela pergunta e eu acho que são questões em que a gente continua pensando eu eu confesso que eh eu acho que seria muito injusto injusto né Eh suprir aqui o que eu achasse que fosse uma resposta definitiva acho que é é mais um
questionamento que que que que fomenta mais a reflexão do que qualqu qualquer outra coisa e por isso muito obrigada pela sua sua pergunta eu que agradeço professora até até você falando me lembrou da que a professora Ieda né da tem o termo africania né para combater essa ideia de de lusofonia também e também tem aquele livro do calafia palanga angolano que é minha Pátria a língua protuguesa o que eu acho muito legal e eu fui no lançamento desse livro em São Paulo onde ele falou que foi uma maneira dele fazer as pazes com a língua
portuguesa porque ele como angolano tem Esse aspecto muito forte ainda muito recente que eles têm da imposição da do do português como língua oficial em detrimento de tantas outras línguas faladas no país né que é uma problemática muito grande que a gente teve a séculos atrás né E que acabou se naturalizando depois e e o português também absorvendo essas essas outras influências o português do Brasil né absorvendo essas outras influências mas que ele fala que a a o quando ele lê Léia Gonzales é um é uma forma dele pensar de fazer as pazes com a
língua portuguesa entender que a língua que eles falam também em Angola não é a portuguesa mas é a protuguesa né achei muito interessante esse olhar dele também esse olhar africano né Obrigada professora Ô Camila eh assim Eh manda para manda para mim fazendo por favor essa referência pode ser eu queria ler tá se eu poder mandar eu compartilho com os colegas aqui fazend um favor tá naquele grupo Nosso no grupo eh um muto tá se puder mandar para mim eu ficar grato tá bom então josemara depois kéber josemara primeiro eh eu só queria fazer um
um um comentário não é nenhuma pergunta é mais falando aqui da da posição que me cabe eh eu sou uma mulher amazônida nascida na Cidade de Parentins né lá no Amazonas e uma das primeiras coisas que eu faço nas minhas aulas é marcar esse meu lugar né a territorialidade da qual esse português parte eh e como pesquisadora também atuando dentro da análise do discurso e pensando como é que a gente se refere a essa língua né a fala da da Camila Camila foi Camila é né Eh me levou muito a pensar nisso e é uma
coisa que eu ouço recorrentemente e em todos os lugares que é possível eu fazer esse comentário eu faço assim com como um comentário pra gente fazer deslocamento também Eh vou dar um exemplo eh uma pessoa que eu admiro muito uma ativista Negra eh eh pessoa que eu conheço Que conversa e dialogo que é não vou citar o nome agora mas muito conhecida no Brasil tem uma quantidade muito grande de pessoas que que que a seguem nas redes sociais uma vez ela postou repostou junto com uma outra entidade que era uma entidade de movimentos negros e
eles postaram algo no sentido de dizer como era que estava feita a distribuição eh das pessoas né como elas se autod declaravam no Brasil e nessa nesse quadro de distribuição tinha mais ou menos assim 51% alguma coisa branco e 49% negro e aí uma chuva de pessoas começou a perguntar e cadê as pessoas indígenas Cadê as pessoas eh eh pardas de origem indígena cada então começou se perguntar e questionar como é que numa numa discussão de um Brasil tão plural tão diverso que a gente sabe que que existe uma uma um apagamento histórico justamente daquelas
pessoas que não são brancas eh como é que a gente podia nas nossas lutas também fazer outros apagamentos e eu questiono isso porque como mulher amazônida na qual meu português tem sim muito de protuguês mas também tem muito de língua indígena e às vezes na hora de a gente fazer a nomeação gestos de nomeação eles são muitos muito importantes porque eles produzem memória Eles marcam territorialidade Eles produzem memória e eles são ato políticos também nemhum gesto de nomeação não deixa de ser um ato político né tanto é que lélia quando faz esse ato de nomear
prug guês é um ato político e ela diz isso mesmo sendo filha mulher de de de origem indígena Mas a questão Negra naquele momento naquele período naquele contexto era muito mais forte e era onde ela estava se articulando como uma pessoa política também né esses movimentos políticos em em que o silenciamento indígena Deixa de ser silenciamento e passa a ser tomado como uma voz é muito recente infelizmente né a partir dos anos 2000 para cá em que eh os grupos indígenas começam a se articular da forma como os movimentos negros começaram se articular muito antes
né então a gente só vai ter essa discussão do movimento indígena já depois então entender esse contexto histórico onde lélia vai produzir essa fala de que no Brasil se fala português é importante mas também entender que hoje existe um outro contexto em que talvez ao falar que nós não falamos português mas português infelizmente pode aí fazer outros silenciamentos dos quais a gente não quer fazer então é é mais uma provocação mesmo que eu faço e que tenho feito nas minhas pesquisas e tenho que produzido reflexão dentro da comunicação científica que eu faço eh para que
a gente evite reverberar práticas de silenciamento mesmo dentro das nossas práticas como pesquisadores de ensino de língua ou pesquisadores de língua de discursos né é isso eh é mais assim Nesse sentido porque vocês me me provocaram nesse sentido né de refletir sobre isso e agora também gostaria de jogar essa provocação posso fazer mais uma provocação aí já que ela tá provocando a ela me provoca o tempo todo então eu vou ter que fazer mais uma provocação pode serar assim a partir do que você falou queria ouv um pouquinho sobre esse assunto Mércia eu fico um
pouco chateado eu vou F um pouco chateado de ver o que eu deiz dasis entende uhum por exemplo as pessoas nunca leram lera Gonzales mas pegou o slogam dela que é que a língua que a gente fala é progs entende protuguês e eu eu não sei Eu ultimamente não sei se tô ficando velho mas eu tô fado de ver como que as pessoas não leem elas não leem e se apropriam de alguns slogans para falar de alguns teóricos é E aí eu queria te perguntar o seguinte Mércia eh eh Você não acha eh a pergunta
assim que mecanismos Você acha que a gente deveria fazer paraa comunidade acadêmica e não acadêmica ler as fontes dess dessa desses pensadores por exemplo eh me irrita profundamente na área da linguística eh pessoas que nunca leram a Rosa Virgínia por exemplo da UFBA que falou dis H muito tempo atrás as pessoas elas não leram labov na Perspectiva basilar de labov que labov todo mundo sabe que foi totalmente um conhecimento Preto estadunidense ele teve diálogo fortemente Comic fã por exemplo Então eu não sei queria fazer essa pergunta não sei se faz sentido O que que você
acha que devia fazer pessoas pararem de legitimar slog falou disso sabe eh eh leira Gonzales falou do preto GS eh ci Carneiro fala de epsic entende só que as pessoas nem sabem o que que é isso entende só que elas pegaram isso no discurso da mídia eu não sei se ficou clar onde eu quero chegar não sei Jara é essa coisa o slogam sabe é o slogam das coisas e que as pessoas não leem o contexto nem sabem por foi escrito aquilo entende em que contexto foi escrito aquilo aí para terminar vercia é aquele diálogo
que eu fiz que eu eu descui recentemente com meus alunos da graduação e na pós todo mundo cita spivak o livro pode o subalterno falar mas ninguém leu a origem de spivak ninguém leu o spivak na na originalidade primeiro que spivak não escreveu o livro pode o subalterno falar spivak era mulher ela escreveu Pode a subalterna falar é isso que tá na origem só que as pessoas começar agora não pode o Sil alterno falar e as pessoas nem leram a base entende então assim ai me poupe sabe me poupe mas eu desses discursos de slogam
dessas coisas Sabe E aí você dá desculpa Cléber mas assim aí quando a gente faz isso a gente desloca inclusive o que essas esses autores com Mita política e com muito cuidado epistemológico produziram que não é tentar fazer o que a mcia falou fazer essa diferença como hierarquia dentro da própria língua dentro da própria dentro do próprio pensamento Então você desloca e você você esvazia o conceito tão produtivo e Rico que é esse de de de de pret eu não tô dizendo que alguém falou aqui eu tô só dizendo que ouvindo vocês falarem me lembra
que isso é muito comum de ver principalmente nas redes sociais o que mais me viam dentro do empoderamento linguístico é sobre isso Ah então eu falo português eu falo português eu falo assim mas você já leu lélia você já entendeu o que que significa esse português e assim entenda que esse português não tá apagando as línguas indígenas e tudo mais Então esse é o meu essa minha provocação quanto exatamente no que você falou esse slogan acaba esvaziando a reflexão riquíssima dessas dessas pessoas que tiveram uma abilidade política muito grande de produzir isso no tempo que
produziram né ah Clever eu queria agradecer mais uma vez eu queria dizer a todos vocês que essa é uma discussão interessantíssima que ela renderia muito mais tempo eu infelizmente tenho que fazer da aula né não vou poder ficar mais muito tempo mas eu queria responder à pergunta do Cléber eu acho que a pergunta do Cléber se a gente descobrisse o que é que a gente ah poderia fazer não é Ah para que as pessoas para par assem de reproduzir linhas vazias que elas dis eu acho que a gente responderia muita coisa hoje em dia relacionada
à natureza que nós fazemos a importância do nosso trabalho porque de fato nós nos encontramos num período eh complexo para dizer o mínimo não é em relação a como as pessoas como é que os nossos alunos leem enquanto eles leem ainda hoje a gente ontem a gente teve uma discussão sobre a expressão aberta Open Expression eh em inglês não é aqui Era exatamente isso o fato de que o nosso alunado o nosso eles as pessoas não leem tão tanto quanto quanto Liam antes então essa essa pergunta ela vale vale tanto a sua pergunta né O
que é que se pode fazer mas ah eu eu eu acho né que o que a gente tem que fazer como educador é insistir nas na na nossa na nossa prática pedagógica né a nossa prática de de de de criar eh espaços onde onde esse ento seja difundido ela é é é uma base não é sem dúvida mas eu acho que hoje em dia nós temos um um problema sério com eh a maneira como as pessoas consomem informação né então alguém falou sobre as mídias sociais pode ter sido a pior coisa que nos aconteceu como
educadores ou a melhor coisa não sei eu eu tenho muitas dúvidas quanto ao que aos efeitos que as mídias sociais a maneira como isso tem eh de certo modo a forçado ou talvez Ahã eh condicionado as pessoas a lerem absorverem informação os efeitos disso nas pessoas tudo muito rápido não é ler-se muito rápido aprendizagem aprender leva tempo obter conhecimento leva tempo a gente precisa de tempo para processar a informação para pensar para refletir leva tempo pra gente aprender alguma coisa de fato não é então Eh mas essa velocidade essa rapidez com que se fazem as
coisas se consome informação esse Universo de de material que existe às vezes eu acho que vale a pena eh sabe parar um pouco e refletir como se fazia no há algum tempo né Talvez eu esteja ficando velha clé você diz Talvez eu esteja ficando velha impaciente eu me lembrei disso mesmo mas é que conhecimento e absorção de conhecimento ela não acontece rapidamente e hoje o que nós temos é uma série de mecanismos que tentam eh nos comprar tempo e nos roubam do acesso a essa reflexão mais aprofundada e consequentemente a ao ao ao conhecimento é
isso que eu tenho dizer mais uma vez eu acho que a sua pergunta custa mais de 1 milhão né Ela é uma pergunta cara para quem trabalha com educação e se e se e se incomoda e se preocupa com essas questões atualmente né Gente eu vou quase que me me agradecer não sei se você Cléber se vocês vão continuar a discussão sem mim porque daqui alguns minutos eu preciso ir não não vamos lá só pra gente agradecer só para finalizar aqui Mercia então primeiro lugar eu queria em nome do nosso grupo agradecer muito Mercia flery
pela sua existência tá Mercia eu acho que eh a sua existência para mim ela ela me agrada sabe ela me motiva E aí várias coisas marquei aqui M pra gente retomar nosso diálogo do nosso livro A gente vai marcar o encontro semana que vem a gente retoma então eu queria agradecer muito eh em nome de Camila Edineia josemara Paula Ana Paula Irene le Leide Rosana Ricardo Adrian Tida eh tem mais gente i i Elenice Marcos eu acho que a presença de vocês e e a centenas de colegas que vão ouvir agora à tarde viu Mercia
já tem muita gente perguntando que horário que já vai est a mcia já na no YouTube Para justamente e assistir você acho que vai ser um prazer imenso Eu pediria então agradeceria muito a presença de todos vocês vou pedir pra leid a gente parar a gravação leade eh fazendo um favor