Você fuma ou já fumou cigarro, vape ou narguilé? Será que algum deles é mais seguro do que os outros? Embora o cigarro ainda tenha uma reputação muito ruim, o vape e o narguilé vêm ganhando cada vez mais adeptos ao redor do mundo, o que representa um grande risco à saúde pública.
Oi! Eu sou o André, tenho um doutorado em psicologia e hoje quero falar com você sobre os riscos envolvidos no consumo do cigarro, do cigarro eletrônico e do narguilé. Depois de explicar o transtorno por uso de tabaco, vou comparar esses 3 produtos em termos das suas composições e riscos.
Seachou legal a gente abordar esse assunto, clica no joinha aqui embaixo, comenta a sua opinião, inscreva-se no canal e siga a gente nas redes sociais. Quando se fuma um cigarro, são liberadas mais de 7 mil substâncias, sendo algumas tóxicas ou cancerígenas. A responsável pelo caráter viciante do cigarro é a nicotina, um composto químico encontrado em algumas plantas.
Depois de consumida, ela alcança rapidamente a corrente sanguínea e o cérebro. Lá, ela estimula a liberação de dopamina e, inicialmente, muitas pessoas se sentem mais relaxadas, menos estressadas ou ansiosas. O problema é que, na verdade, esse efeito relaxante é um tiro pela culatra.
A tendência é que o consumo regular dessa substância acabe aumentando os níveis de estresse e ansiedade da pessoa no futuro. Em grande parte, isso tem a ver com os sintomas de abstinência. O consumo da nicotina pode provocá-los com relativa facilidade, motivando assim a pessoa a fumar novamente para se sentir bem.
Conforme o consumo progride, a pessoa vai se tornando cada vez menos capaz de permanecer muito tempo sem fumar. Esse ciclo pode ir se fortalecendo até chegar ao ponto da pessoa desenvolver um transtorno por uso de tabaco. Essa é a expressão mais atualizada para se referir ao que muitos chamariam de "vício em cigarro".
Quem vive isso frequentemente fuma mais do que planejava e dedica uma grande quantidade de tempo para obter ou consumir o tabaco ao longo dos dias. Algumas horas depois de ter consumido tabaco, a pessoa tende a sentir um forte desejo de consumí-lo novamente. Vários tentam reduzir ou parar de consumí-lo, mas é comum que eles fracassem nessas tentativas.
Outros indícios dessa condição são a pessoa continuar usando tabaco mesmo que isso esteja prejudicando o desempenho profissional, os relacionamentos, os momentos de lazer, a saúde física ou mental. Duas manifestações comuns de qualquer vício são a tolerância e a abstinência. A tolerância se traduz numa necessidade de consumir quantidades cada vez maiores de tabaco para obter o mesmo efeito de antes.
Já a abstinência pode surgir conforme a pessoa passa mais tempo sem consumí-lo. Alguns sintomas de abstinência são a irritabilidade, a ansiedade, a distração, a insônia e o humor deprimido. O consumo de tabaco aumenta as chances de desenvolver uma longa lista de doenças, tais como diferentes tipos de câncer, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e diabetes.
Ele também reduz a expectativa de vida de fumantes crônicos, os quais vivem cerca de 10 anos a menos do que não fumantes, e de fumantes passivos, que são aqueles que não fumam, mas que são expostos às substâncias porque convivem com quem fuma. Indivíduos com transtornos mentais possuem uma chance muito maior de serem fumantes e de fumarem com maior frequência do que a população geral. Além disso, consumir tabaco se relaciona com maiores níveis de sintomas depressivos, de ansiedade e tentativas de suicídio.
A nicotina também está presente no vape ou cigarro eletrônico e no narguilé, embora existam opções sem nicotina. Os 2 têm se popularizado entre os mais jovens e muitos os consideram menos perigosos do que o cigarro comum. Na verdade, fumar um narguilé pode ser muito parecido com fumar um cigarro, já que as substâncias presentes em ambos costumam ser semelhantes.
Algumas horas consumindo um narguilé pode equivaler a consumir centenas de cigarros. O vape tende a exibir menos substâncias prejudiciais do que um cigarro comum, embora elas também existam nele. Na verdade, é até difícil saber quais são todas as substâncias presentes no vape, em grande parte pela falta de regulamentação do mesmo.
Já se constatou em diferentes estudos, por exemplo, a presença de nicotina em cigarros eletrônicos que suspostamente não tinham nicotina. Quanto aos modelos com nicotina, já se identificou em alguns casos uma concentração maior dela do que a informada pelo fabricante. Um estudo publicado no ano passado sugere que o líquido usado em cigarros eletrônicos pode conter cerca de dois mil produtos químicos desconhecidos e não informados pelos fabricantes.
Dentre os poucos conhecidos, estavam a cafeína, um pesticida e 3 produtos químicos nunca antes identificados em um cigarro eletrônico. Vários casos de doenças pulmonares e mortes têm sido associados ao uso de cigarros eletrônicos. Parece especialmente perigoso usar o vape com líquidos contendo THC, acetato de vitamina E ou usar modelos modificados clandestinamente.
Como alguns modelos têm concentrações maiores de nicotina do que um cigarro comum, o vape pode ser mais viciante também. Mesmo o vape sem nicotina pode causar danos no sistema respiratório e cardiovascular. Ou seja, não importa se é cigarro, cigarro eletrônico, pendrive ou narguilé, nenhum deles pode ser considerado livre de riscos para a saúde, embora essa seja a imagem que alguns fabricantes têm buscado propagar, já que isso é bom para os negócios.
Os mais jovens têm sido um grande alvo da indústria do tabaco, a qual passou a usar flavorizantes e essências para renovar o interesse do público. Muitos modelos de vape emitem aromas doces e agradáveis, por exemplo. Sem o cheiro característico de um cigarro comum, os cigarros eletrônicos vêm tendo uma aceitação maior do público por esse e por outros motivos, mesmo que, na prática, eles também ofereçam diversos riscos à saúde.
Não existe quantidade segura de consumo da nicotina ou de exposição às substâncias presentes em muitos produtos com tabaco. Por isso, o mais recomendável é não se expor a eles ou interromper o uso o quanto antes. Tentar parar de fumar sozinho costuma ser muito difícil e a maioria das pessoas que tentam, voltam a fumar depois.
O ideal é ter um acompanhamento profissional para garantir que a interrupção ocorra de uma forma mais efetiva. Muitas pessoas caem na ilusão de que possuem um controle completo sobre o seu uso do tabaco quando, na verdade, não têm. O problema é que a maior parte delas só começa a se dar conta disso quando o vício já se estabeleceu.
Felizmente, existe tratamento para quem vive isso e muitos dos prejuízos trazidos pelo tabaco são reversíveis. Se você gostaria de entender mais sobre como a mente humana funciona, então não deixa de conferir o meu livro, o "Ser humano: Manual do usuário - As origens, os desejos e o sentido da existência humana". Você pode comprá-lo no link que está aqui embaixo, na descrição do vídeo.
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Hoje descrevemos alguns dos principais prejuízos trazidos pelo cigarro, pelo cigarro eletrônico e pelo narguilé. Explicamos como o consumo da nicotina não é uma boa estratégia de regulação emocional, o que é o transtorno por uso de tabaco e quais são as semelhanças entre cigarro, cigarro eletrônico e narguilé. E aí, gostou do vídeo de hoje?
Se sim, clica no joinha aqui embaixo, comenta a sua opinião, inscreva-se no canal e siga a gente nas redes sociais. Um vídeo que é um bom complemento ao de hoje e que você pode assistir agora é o que a gente fez sobre a maconha.