Panorama Bíblico - Novo Testamente - Gálatas

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Igreja Presbiteriana de Pinheiros
EBD de 28 de Agosto de 2016 com o Pr Hernandes Dias Lopes
Video Transcript:
[Música] Uma espécie de introdução à carta de Paulo aos Gálatas. Eu queria que você abrisse, então, sua Bíblia nesta epístola e nós vamos tecer algumas considerações sobre este tão importante assunto: a carta de Paulo aos Gálatas. Eu acho que todos vocês têm ciência de que a disposição das cartas no Novo Testamento não está por ordem cronológica.
Não está por ordem cronológica. Então, Gálatas não está depois de Segundo aos Coríntios porque foi escrita depois de Segundo aos Coríntios. Nós, os que.
. . Esta deve ter sido a primeira carta que Paulo escreveu.
Muito provavelmente, o primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito; o primeiro livro a compor o cânon do Novo Testamento. E eu queria, antes de começar essa exposição, orar com vocês, pedindo a bênção de Deus sobre o estudo desta manhã. Pai, nós te agradecemos o privilégio de mais uma vez estar aqui, compartilhando a Tua palavra.
Agradecemos a presença dos Teus filhos e filhas que, desejosos de receber da Tua parte o ensino, vêm à Tua casa, e nós rogamos que nesta manhã Tu sejas propício a nós, iluminando a nossa mente, aquecendo o nosso coração e dando-nos, Deus, o aprendizado que não apenas satisfaz a mente, mas, sobretudo, que inflama a alma e nos move à ação. Edifica nesta manhã, dirimindo toda dúvida da nossa vida, a fim de que, desta forma, sejamos edificados e cresçamos no conhecimento e na graça do Senhor Jesus Cristo. Propício a nós e assista-os com a iluminação do Espírito Santo.
Em nome de Jesus, amém. Amém. Pois bem, vamos primeiramente fazer uma retrospectiva histórica para depois entrarmos no conteúdo da carta.
Esta carta é uma carta que tem uma peculiaridade: de todas as epístolas de Paulo, é a única que não é dirigida apenas a uma igreja específica, porque Gálatas não é uma igreja; Gálatas é uma região: a Galáxia. E nesta região, nós somos informados no livro de Atos dos Apóstolos, capítulos 13 e 14, que foram quatro igrejas plantadas: Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbi. Portanto, diríamos hoje que esta carta era uma carta para uma coletividade de igrejas, era uma carta circular endereçada não apenas a uma igreja como a Igreja de Corinto, a Igreja de Éfeso, a Igreja de Filipos, a Igreja de Colossos, a Igreja de Tessalônica, mas a um grupo de igrejas que foram plantadas na primeira viagem missionária de Paulo.
Vocês se lembram que, na primeira viagem missionária – e está descrito isso em Atos 13 –, a igreja de Antioquia da Síria, que era a terceira maior cidade do mundo, só superada por Roma, capital do império, e Alexandria, no Egito, o evangelho começa a prosperar ali. E a igreja de Jerusalém manda para lá Barnabé, e Barnabé vai atrás de Saulo, que estava em Tarso, traz Saulo para Antioquia e eles ensinam a multidão de discípulos. E esta igreja, que era multirracial, começa a ter uma visão missionária.
E o Espírito Santo, instando a igreja em oração e jejum, ordena que fosse separado Barnabé e Saulo para a obra missionária. E a igreja, então, ora, impõe as mãos sobre eles e despede esses dois missionários, que vão acompanhados do auxiliar dos dois, o jovem João Marcos, que era primo de Barnabé. Vocês se lembram também que eles saem para a ilha de Chipre, chegam a Pafos, onde o procônsul Sérgio Paulo é convertido a Cristo.
Depois, passam por Perge da Panfília e, em Perge da Panfília, o jovem João Marcos retorna para Jerusalém. E também somos informados em Gálatas, capítulo 4, versos 14 ao 16, que Paulo vai pregar o Evangelho pela primeira vez na Galáxia por causa de uma enfermidade física. Muito embora essa enfermidade não seja descrita em detalhes, nós deduzimos a partir do capítulo 4 que tinha a ver com o problema da visão, porque os Gálatas receberam Paulo como anjo de Deus e, se possível, teriam arrancado os próprios olhos para dá-los a Paulo.
E acreditamos nós que o problema que Paulo enfrenta. . .
Porque ele não sai doente; pelo menos o texto bíblico não consta isso, que ele tenha saído doente de Antioquia da Síria. Mas somos informados que ele chega doente na região da Galácia, muito provavelmente ele contraiu uma malária nessa região de Perge da Panfília, que era uma região alagadiça, pantanosa, com muito incidente de malária. Talvez por isso o jovem João Marcos tenha abandonado os dois missionários e retornado para a casa da sua mãe em Jerusalém.
A partir daí, você vai notar Paulo usando uma espécie de amanuense, de secretário, para escrever suas cartas. Isso reforça ainda mais a tese de que ele teve um problema de vista, e, quando ele via, geralmente encerrava suas cartas. Ele pegava para fazer a saudação final e nessa carta chega a dizer: "Vedic com que grandes letras eu vos escrevo", dando a impressão de que, de fato, ele tinha problema.
Naquela época, não tinha todos os recursos que nós temos hoje da oftalmologia para ter óculos ou lentes para correção visual. E vocês percebem que, quando eles chegam na Galáxia, duas coisas acontecem: primeiro, os gentios acolhem com muita avidez a palavra de Deus; por outro lado, eles enfrentam uma hostilidade radical dos judeus. Radical.
E essa hostilidade chega ao ponto máximo de ele ter sido apedrejado. Em que cidade, vocês se lembram? Cidade Listra.
E arrastado como morto da cidade, por uma intervenção milagrosa de Deus, ele recobra vida e continua seu trabalho. Ele deixa nessas quatro cidades – dá para recordar as cidades? Antioquia da Pisídia, não se confunda Antioquia da Síria com a outra; Icônio, Listra e Derbi.
Então, eles plantam igrejas nessas quatro cidades, constituem liderança nessas quatro cidades e, então, retornam à igreja mãe. Qual era a igreja mãe que os enviara? Qual?
A Antioquia da Síria. E está escrito no capítulo 14 de Atos, versículos 26 e 27, que, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus. E como Deus abrir a porta do Evangelho aos gentios, notem vocês que Paulo dá o crédito do sucesso do trabalho a Deus.
Isso é importante, porque quem abriu as portas foi Deus, quem fez maravilhas foi Deus. Eles foram apenas os instrumentos. Pois bem, temos duas possibilidades, porque os críticos que acham que Paulo não escreveu essa carta à região da Galácia do Sul, que tinham duas Galáxias, a Galácia do Norte, dos celtas, e a Galácia do Sul.
O que nós cremos é que esta carta foi escrita para os crentes da Galácia do Sul, ou seja, da Galácia onde Paulo plantou as igrejas. Até porque na Galácia do Norte, onde viviam os celtas, nem temos ciência de que houvesse igrejas lá. Mas os críticos dizem o seguinte: como Paulo escreve essa carta para combater os judaizantes e não faz referência ao importante Concílio de Jerusalém, registrado em Atos 15, onde esse assunto é tratado?
Porque Paulo não menciona o Concílio de Jerusalém, onde o problema foi levantado, discutido, tratado, e onde se forma um documento do Concílio, onde se nomeiam comissões e se enviam essas comissões para lerem esse documento contra a postura dos judaizantes, libertando ou livrando as igrejas gentílicas das práticas judaizantes da circuncisão e ritos judaicos como condição para salvação? Por que Paulo não menciona essa decisão conciliar registrada em Atos 15? A conclusão a que chegamos é que Paulo escreveu essa carta antes do Concílio de Jerusalém, e que logo que ele chega em Antioquia, acontece um fato.
Que fato é esse? Esse fato está registrado em Atos 15, versículo 1: alguns membros da seita dos fariseus, ao ouvirem que os gentios estavam se convertendo e sendo agregados à igreja sem passar pelo rito da circuncisão, desceram de Jerusalém e disseram para os crentes gentios: "Assim, se vocês não se circuncidarem, vocês não poderão ser salvos. " Depois, em Atos 15, versículo 5: "Se vocês não guardarem a lei de Moisés, vocês não poderão ser salvos.
" E aqui está, irmãos, um ataque frontal ao cristianismo. Aqui está uma ameaça concreta ao futuro da Igreja Cristã, porque se essa acusação não fosse tratada, não fosse resolvida, o cristianismo teria se tornado uma seita judaizante, e mais, o cristianismo perderia o seu vigor. Por quê?
Porque a essência do cristianismo é que a salvação é pela graça, mediante a fé. Agregar, portanto, qualquer obra à obra completa e cabal de Cristo na cruz é adulterar o Evangelho, é perverter a teologia, é matricular a igreja na escola da apostasia. Então, diante dessa concreta ameaça ao futuro do cristianismo, convoca-se em Jerusalém, quartel-general dos judaizantes, onde estava a igreja mãe, um Concílio.
Um Concílio que foi o primeiro Concílio da Igreja Cristã. Quem se reúne nesse Concílio? Os apóstolos e os presbíteros da igreja.
E nesse Concílio, vai para lá Paulo, vai para lá Barnabé, vai para lá Pedro, Tiago, irmão de Jesus, que escreveu a carta de Tiago, é quem preside esse Concílio. E o assunto vem à tona, baila, e o assunto é tratado, resolvido. Comissões são nomeadas e esse documento formulado nesse Concílio é lido não só nas igrejas gentílicas da região de Antioquia, na Síria, mas também uma comitiva é nomeada para ler este documento lá nessas igrejas da Galácia, onde os judaizantes estavam perturbando a igreja e pervertendo a teologia.
Então, nós cremos que Paulo escreve essa carta tão logo ele retorna dessa primeira viagem missionária, antes de ir para o Concílio. É por isso que nesta carta você não encontra alusão ao Concílio de Jerusalém e à decisão tomada nesse Concílio. Eu não sei se vocês estão acompanhando o meu raciocínio.
Agora, você percebe que Paulo escreve esta carta, que é a mais apologética carta de Paulo; nenhuma carta de Paulo foi tão firme, tão dura, tão veemente na defesa do Evangelho como foi nesta carta aos Gálatas. Qual foi o ponto central, o fulcro do apóstolo Paulo nesta epístola? Combater, combater as ideias perigosas dos judaizantes.
Quem eram os judaizantes? Os judeus, membros da seita dos fariseus, que estavam ensinando às igrejas que, se não se submetessem aos ritos judaicos da circuncisão e não guardassem a lei de Moisés, não poderiam ser salvos. Com isso, o que estavam querendo dizer?
Que sua graça não é suficiente, que sua fé não é suficiente, que além da obra de Cristo, é preciso também agregar as obras da lei. Então, Paulo tem como propósito, nessa carta, irmãos, a defesa de duas coisas: primeiro, a defesa do seu apostolado, porque a primeira coisa que esses judaizantes começam a atacar de forma frontal é dizer o seguinte: "Paulo não tem autoridade, Paulo não tem o mesmo cacife dos apóstolos de Jerusalém, ou seja, dos apóstolos de Cristo que caminharam com Cristo três anos, que estavam, agora, depois do Pentecoste, em Jerusalém, com quartel-general. " Porque lembram de Atos 8, com o martírio de Estevão?
Todos os crentes foram dispersos, exceto os apóstolos. Então, eles dizem o seguinte: "Paulo não tem o mesmo cacife, ele não tem a mesma autoridade, ele não tem a mesma confirmação de apostolado que têm os apóstolos de Jerusalém. " Então, Paulo faz uma defesa do seu apostolado nessa carta.
A segunda bandeira de Paulo foi fazer uma defesa do Evangelho, porque não era só a autoridade de Paulo que estava sendo colocada em cheque; era, sobretudo, o conteúdo, a essência do próprio Evangelho. Então, eu quero que vocês notem comigo que, para entendermos essa carta, é que Paulo escreve essa carta. Que propósito Paulo tem ao escrever essa carta?
Então, se vocês notarem, nos capítulos 1 e 2, Paulo está tratando da defesa do seu apostolado; nos capítulos 3 e 4, Paulo está tratando da. . .
Defesa do Evangelho: os capítulos e Paulo está tratando da defesa da ética cristã, basicamente. Esta é a síntese e esta é a essência desta carta. Então, agora abra a Bíblia comigo: a carta aos Gálatas, no capítulo 1, versículo 4.
Ele já resume a essência do Evangelho, antes mesmo de combater o judaísmo. Olha aí comigo o que ele escreve no verso 4. Vamos ler: "o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade do nosso Deus e Pai".
Então, notem vocês que ele atribui a nossa redenção exclusivamente à pessoa de Jesus Cristo. Jesus Cristo se entregou a nós, pelos nossos pecados. Então, não tem remissão de pecados pela circuncisão, nem por guardar os rituais da lei, mas o livramento dos nossos pecados nos vem por meio de Jesus Cristo.
Ele fez isso para nos desarraigar, arrancar todas as raízes da nossa vida deste mundo perverso. Então, a primeira coisa: Paulo já abre a carta dizendo o seguinte: "olha, eu estou mostrando para que eu vim". Já começa dizendo o seguinte: "olha, para vocês já ficarem cientes de uma coisa: a obra da redenção tem a ver com Cristo, com a obra dele na cruz, não tem a ver com a lei de Moisés, mas com a obra de Cristo na cruz".
E agora, irmãos, nos versículos 6 a 9, ele vai tratar de algo extremamente sério, porque aqui ele sintetiza tudo. Vamos ler, por gentileza, o verso 6: "admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho". Bom, vamos ficar só aqui por enquanto.
O que vocês estão notando aqui na palavra de Paulo? Ele está espantado, perplexo, chocado. E o que está chocando Paulo aqui?
O que choca Paulo é que os Gálatas, membros das igrejas de Antioquia, da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe, tendo recebido o evangelho que Paulo e Barnabé pregaram na primeira viagem missionária, ao receberem os judaizantes mudam de casaca tão depressa, saem de uma coisa para outra, tão rápido, abandonando o verdadeiro evangelho para um outro evangelho, tão celeremente. E aí ele vai dizer no verso 7: "para outro evangelho, o qual não é outro, senão que alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo". Agora vamos entender: "outro evangelho", que não é outro.
Não parece complicado isso? Os pregadores de outro evangelho que não é outro! Mas como assim?
Como é que esse negócio é outro, mas não é outro? Para você entender o trocadilho de Paulo, você tem que entender uma palavra grega, porque no grego havia duas palavras para "outro". Para nós, em português, "outro" é "outro", não tem outra palavra para "outro", né?
O outro é outro, e acabou. No grego tinha a palavra "hos" e a palavra "héteros". "Hos" era "outro da mesma essência".
Por exemplo, Jesus Cristo disse: "Eu vou para o Pai e enviarei o outro Consolador. " O outro Consolador, o Espírito Santo, era da mesma essência de Jesus Cristo, era "hos", paretos, o mesmo, da mesma essência, da mesma natureza. Só que ele diz aqui: "vocês passaram tão depressa para outro evangelho", "héteros", o qual não é outro "hos", ou seja, "vocês passaram para um evangelho diferente, de outra natureza, com outro conteúdo, com outra mensagem, com outro foco, que não é o mesmo que eu preguei".
Na verdade, esse outro evangelho que os Gálatas abraçaram, o "héteros evangelion", era um falso evangelho, era um substituto barato do verdadeiro evangelho. E Paulo está aqui denunciando esse fato: que os crentes tão depressa deixaram o verdadeiro pelo falso, trocaram o genuíno pelo espúrio, deixando o evangelho da graça pelo evangelho judaico. Versículo 8: vamos lá, vamos juntos comigo: "mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue um evangelho que vai além do que temos pregado, seja anátema".
Vamos parar um pouquinho aqui. Paulo está dizendo uma coisa importantíssima: só tem um evangelho, esse evangelho é o evangelho apostólico, revelado por Deus aos seus apóstolos. É por isso que a igreja cristã é católica e apostólica.
"Católica" porque ela é universal, não é catolicismo romano. Católica no sentido de que a igreja procede de todas as tribos, raças, línguas e nações. Não importa onde ela está, se ela está em Cristo, ela é uma igreja católica e apostólica.
Não porque hoje nós temos novos apóstolos. É isso que o Nicodemos vai tratar amanhã no culto "Conexão com Deus". Quando nós falamos que somos uma igreja apostólica, não é que nós temos apóstolos novos hoje, é que nós seguimos a doutrina dos apóstolos.
Ela é apostólica nesse sentido. Agora, Paulo está dizendo que, ainda que venha um anjo do céu e pregue outro evangelho diferente do evangelho que os apóstolos pregaram, seja o quê? Anátema, maldito, rejeitado.
O que Paulo está ensinando com isso é que nós não temos hoje novas revelações. Nós não estamos abertos a novidades do "mercado da fé". Nós não estamos abertos a alguém iluminado, entre aspas, que diz: "Eureka!
Descobri alguma coisa que nunca ninguém tinha descoberto e agora sim, encontrei a verdadeira verdade. " Não! Nós não estamos abertos a novas revelações.
Há um único evangelho, o evangelho que Deus deu aos apóstolos, pregado por eles, e a agenda da igreja não está aberta para novidades do "mercado da fé". Versículo de número 9: vamos juntos. "Assim como já dissemos, e agora repito: se alguém vos prega um evangelho que vá além daquele que recebeste, seja anátema.
" Então, o que Paulo está ensinando aqui? Que no evangelho de Deus não há o quê? Acréscimos.
Não tem pós-escrito, não precisa de revisor, não precisa de notas de acréscimo. Ele já está aqui usando uma linguagem bem nossa, chutando a canela dos dois lados. A partir de agora, você vai perceber, no capítulo primeiro, ele vai responder.
Uma acusação dos judaizantes era que Paulo estava tentando agradar às pessoas com um evangelho mais leve, porque é de graça para você guardar a lei, e tal. Então, diziam que Paulo era aquele camarada que fazia o politicamente correto para se sentir bem, para se sair bem. Olha a resposta dele no verso 10: "Porventura procuro eu agora o favor dos homens ou de Deus?
Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. " E aí ele começa a contar, em defesa do seu apostolado, de quando, convertido a Cristo lá no caminho de Damasco, ele não consultou carne, não consultou sangue, nem subiu para os apóstolos que estavam em Jerusalém, mas partiu para a região da Arábia, onde ficou três anos.
A grande pergunta que deve ser feita, está aí no final do capítulo primeiro: por que ele foi para a Arábia? E a resposta que nós temos é esta: ele foi para a Arábia para fazer uma espécie de seminário intensivo com o Senhor Jesus, porque foi chamado fora do tempo. Ele diz lá em 1 Coríntios 15:9 que era o menor dos apóstolos, porque ele perseguiu a igreja de Deus.
E agora ele vai para lá, porque lá Jesus se revela a ele, de tal maneira que Paulo, que tinha estudado aos pés de Gamaliel, aprendendo as doutrinas do judaísmo, não aprende as doutrinas do cristianismo assentado aos pés de um mestre humano na academia, mas recebe as doutrinas por revelação de Jesus Cristo. E, certamente, como judeu zeloso que era da Lei, ele vai reler o Velho Testamento, porque notem que o passado dele foi um passado de perseguição a Cristo, de perseguição à igreja. E ele fazia isso pensando que estava cultuando a Deus, mandando matar os crentes.
Ao reler o Velho Testamento, ele descobre algo maravilhoso: que o Jesus que ele perseguira era o verdadeiro Messias. Isso é tão verdade, irmãos, que no capítulo 1, versículo 18, você pode notar que, depois que ele passa três anos na Arábia, ele volta para onde? Não, Gálatas 1, versículo 18.
Não, não é o 18 que eu quero olhar com vocês. Verso 17, desculpa. Ele voltou para onde?
Depois dos três anos na Arábia, para Damasco. E eu quero crer que é nessa volta para Damasco que se encaixa Atos, versículo 22, que está escrito lá: "Saulo, mais e mais se fortalecia, confundindo judeus, demonstrando que Jesus é o Cristo". Eu pergunto a vocês: me dê um sinônimo do verbo "demonstrar".
O que é demonstrar? Provar. E provar de forma exaustiva, detalhada e meticulosa.
Em outras palavras, quando Saulo, depois de três anos em Damasco, recebendo revelação direta do Senhor Jesus quanto ao conteúdo do evangelho que ele prega, está profundamente convencido dessa verdade que ele perseguira. Que verdade é essa? Que Jesus é o Messias, que Jesus é o Cristo.
Então, ele começa defendendo o seu apostolado, contando a sua experiência de como foi seu chamado e de como foi a sua recepção das verdades eternas. E agora, então, no capítulo 1, versículo 18, é que ele vai contar a sua experiência de como subiu para Jerusalém, experiência essa registrada lá em Atos 26 em diante, de como ele chegou em Jerusalém. Aqui não tem todos os detalhes, mas lá tem o detalhe de que, quando chegou, os crentes não o receberam; não acreditaram na conversão dele.
Pensaram que ele estava blefando, que ele estava sabotando a fé cristã. E Barnabé foi esse grande instrumento de Deus para introduzi-lo aos apóstolos. Pois bem, ele continua sua defesa no capítulo 2.
No capítulo 2, eu quero só chamar sua atenção para a maneira como Paulo, de forma tão contundente, combate os judaizantes. Nós já vimos aí, no capítulo 1, versículos 6 a 9. Vamos conferir agora capítulo 2, versículo 4.
Você pode ler o verso comigo? "E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram para espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo e reduzir-nos à escravidão. " Então, ele chama esses judeus judaizantes da seita dos fariseus que haviam se imiscuído.
Ele diz que esses falsos irmãos têm um propósito: qual é? Espreitar o quê? A nossa liberdade que temos em Cristo e reduzir-nos à escravidão.
Porque a lei reduz a pessoa à escravidão. Por que reduz à escravidão? Quem pode me responder?
"Ah, por causa do jugo da lei. " Mas o que é? A circuncisão?
Os outros rituais? Os outros rituais é que a lei te dá uma ordem: faça! Mas não te dá o quê?
O poder para você cumprir a ordem. Eu pergunto a vocês: a lei é ruim? A lei é boa.
A lei é santa? A lei é santa. A lei é justa?
A lei é justa. Então, qual é o problema da lei? O problema da lei é que ela lida com um material muito ruim, muito fraco.
Esse material é barro, ruim demais. Esse material é você, sou eu, somos nós. O problema não é a lei.
O problema é que você e eu jamais conseguimos guardar essa lei. Se você e eu conseguíssemos guardar 100% da lei, nós seríamos salvos pela lei, e Jesus nem precisaria ter vindo ao mundo. O problema é que você e eu não guardamos a lei; mas a lei não faz concessão, não alivia a carga.
Ou você guarda a lei ou morre por causa dela. Então, impor a lei é reduzir uma pessoa à escravidão. Ele é escravo.
Ele não consegue ser livre. Ele não consegue cumprir. Ele vive debaixo de um peso, de uma canga, de um jugo, de uma escravidão.
Vamos ver outra maneira como Paulo diz isso. Ah, o versículo 5. .
. 25. Vamos.
Lá seguir a leitura aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos para que a verdade do Evangelho permanecesse entre vós. Ou seja, quando os judaizantes vieram botar essa canga no nosso pescoço, nós não nos submetemos a essa canga, a esse jugo, nem uma hora. Vamos para o Capítulo 3, Versículos de 1 a 5, para ver novamente como é que Paulo combate esses judaizantes.
Vamos ler juntos: "ó Gálatas insensatos, quem vos fascinou a vós outros ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como sacrificado? Quero apenas saber isso de vós: recebestes o Espírito Santo pelas obras da Lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos, que, tendo começado no Espírito, estejais agora a aperfeiçoar-vos na carne?
Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes, se na verdade foram em vão? Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura o faz pelas obras da Lei ou pela pregação da fé? " E aí Paulo não fica medindo muitas palavras e diz: "ó Gálatas insensatos, me dê um sinônimo de insensato: tolo, falta de conhecimento, meninice.
" Como é que vocês fazem um negócio desse? Vocês abandonam o verdadeiro pelo falso. Vocês começaram bem e agora vão continuar mal.
Vocês receberam o Espírito Santo, não foi mediante a Lei, foi mediante a fé, a pregação da fé. Vocês começaram no Espírito; vocês querem agora se aperfeiçoar na carne? Aquele que vos concede o Espírito Santo e que opera milagres entre vós, porventura o faz pelas obras da Lei ou pela pregação da fé?
As perguntas são retóricas; a resposta já é automática, óbvia. Então Paulo está aqui combatendo os judaizantes, mas tem mais. Olha comigo lá no capítulo 4.
Paulo ainda continua essa tese dele de defesa do Evangelho, combatendo Judaísmo. Capítulo 4, de 16 a 20: "Tornei-me, porventura, vosso inimigo por vos dizer a verdade? Os que vos obsequiam não fazem sinceramente, mas querem afastar de mim para que o vosso zelo seja em favor deles.
Sempre zeloso pelo bem e não apenas quando estou presente convosco. Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto até ser Cristo formado em vós! Pudera eu estar presente agora convosco e falar-vos em outro tom de voz, porque me vejo perplexo a vosso respeito.
" A acusação dos judaizantes, desses falsos mestres a Paulo é o seguinte: que Paulo era inimigo deles e não amigo deles. Eles acusavam Paulo de estar pregando o falso evangelho quando eles estavam pregando o falso evangelho. E assim são sempre os falsos mestres, irmãos; sempre os falsos mestres.
O falso mestre vai dizer para você: "Não, o que você ouviu até hoje não é verdade, agora eu estou trazendo a verdade para você. Seus pais viveram também, não é verdade? Agora sim, que nós descobrimos a verdadeira verdade.
" Falavam que Paulo não era amigo deles, que Paulo não os amava, era inimigo deles por pregar a verdade. E aí veja o verso 17: "Os que vos obsequiam, insinceramente. " O que é obsequiar, hein?
Tratar a pão de ló, encher de elogios, agradar, tentar agradar. Então, os falsos mestres podem, agora, preste atenção nisso: todo falso mestre é um gentil homem, é extremamente cuidadoso, amigável; ele não quer contrariar ninguém, ele quer agradar. Mas Paulo diz que essa estratégia deles de agradar esses crentes gentios não era o quê?
Sincera. O evangelho, irmãos, às vezes é pesado mesmo, é contundente mesmo, mas quando alguém prega com contundência, não é porque é inimigo, é porque às vezes a verdade de Deus é dura, forte, robusta. Agora notem o Versículo 18: "É bom ser sempre zeloso pelo bem, não apenas quando estou presente convosco.
" Meus filhos, por quem de novo sofra as dores de parto até ser Cristo formado em vós. A linguagem de Paulo é muito forte aqui; Paulo já tinha gerado esses crentes. É como se tivesse uma espécie de aborto e agora Paulo estivesse grávido outra vez e estivesse sentindo as dores de parto outra vez para gerar esses crentes outra vez.
Ele está usando uma linguagem assim muito rude, muito crua, muito forte, para dizer que ele os amava. Ele não era inimigo, ele era uma espécie de mãe que não só gera, mas está agora sofrendo as dores de parto para que aqueles crentes não se apartassem do Evangelho, mas voltassem ao genuíno e verdadeiro Evangelho. Vamos seguir ainda nessas críticas, nessa defesa do Evangelho.
Capítulo 5, agora a partir do verso 2, abre aí comigo, vamos ler o Versículo 2: "Eu, Paulo, vos digo que se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. " Três, de novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar o quê? Toda a Lei.
Para um pouquinho. O problema de Paulo era circuncidar ou não circuncidar? Não, não de jeito nenhum.
Quer ver um exemplo? Quando os judaizantes quiseram circuncidar Timóteo, Tito, Tito com a teologia por trás, Paulo diz: "Não, de jeito nenhum, de jeito nenhum. " Porque se o entendimento é circuncidar como condição de ser salvo, ao se deixar circuncidar, vai ter que guardar a Lei toda e ao tentar guardar a Lei toda, qual o resultado?
Fracasso, fracasso. Porém, quando Paulo sai para a segunda viagem missionária com Timóteo, Paulo circuncida Timóteo. Paulo está sendo incoerente?
Não. Você não deixa circuncidar o Tito e manda circuncidar o Timóteo? Que negócio é esse?
Cadê a coerência? Cadê a consistência? Por que não circuncida o Tito e circuncida o Timóteo?
Por uma razão muito simples: quando os judaizantes queriam circuncidar Tito, a ideia lá era circuncidar porque isso é necessário para quê? Para salvação. E se é condição da salvação, Paulo diz: "Neca, jamais!
" Porque se for circuncidar como condição para ser salvo, então você vai ter que. . .
Que guardar a lei inteira? E você, tentando guardar a lei inteira, você está fracassado. Agora, o problema de Timóteo era outro.
Paulo diz o seguinte: não é nem a circuncisão nem a incircuncisão que nos recomenda a Deus, mas você é nova criatura. Se o problema é cultural, se circuncidar vai abrir porta pro evangelho, vai tirar mil lindr culturais para que eu tenha acesso para pregar o Evangelho, não a lei. Então, posso circuncidar Timóteo porque você não fica nem melhor nem pior.
Se circuncidar, você não é mais agradável a Deus ou menos agradável a Deus por circuncidar ou não circuncidar. Não é a circuncisão nem a incircuncisão que nos recomenda a Deus, é o ser nova criatura. Voltemos ao texto de Gálatas 5, versículo 4.
Vamos juntos: "De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé; porque em Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. " Versículo 7 é um dos versículos mais importantes do Novo Testamento: "Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuar a obedecer à verdade?
Esta persuasão não vem daquele que vos chama. " Um pouco de fermento leveda toda a massa. Confio de vós no Senhor que não alimentareis nenhum outro sentimento, mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá o quê?
Condenação. Então, o apóstolo Paulo está aqui nesta carta. Eu só peço que vocês atentem para isso, fazendo uma defesa do evangelho.
Essa carta é a carta mais apologética do apóstolo Paulo. Deixa eu fechar essa questão de argumentação no capítulo 6, versículos 12 a 17. Vocês estão notando que todos os capítulos Paulo está defendendo o evangelho.
Então, quando lerem essa carta, leiam nessa perspectiva. Vamos juntos: "Todos os que querem ostentar na carne, esses vos constrangem a vos circuncidar somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Guardam a lei, antes querem que vos circuncidem para se gloriarem na vossa carne; mas longe esteja de mim gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.
Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus. " Quanto ao mais, ninguém me moleste, porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.
Então, notem isso, por gentileza. Quando os crentes gentios se circuncidam, isso aliviava a perseguição ou aumentava a perseguição sobre eles? Quando eles se circuncidam, conforme os judaizantes queriam, aliviava.
Por que aliviava? Eu pergunto a vocês: de onde procedia a maioria das perseguições contra Paulo e contra os missionários, dos gentios ou dos judeus? Dos judeus.
Quando um crente gentio se circuncidava, ficava de bem com quem? Com os judeus. O que acontecia com isso?
Ele não era perseguido. Agora, Paulo vai dizer o seguinte: não importa se eu vou ser perseguido; eu vou fazer o certo. Se a minha motivação da vida cristã é evitar perseguição, eu estou com o foco errado.
E ele chega a dizer: "Olha, quanto ao mais, ninguém me moleste. Eu trago no corpo as marcas de Cristo. " E quando ele fala as marcas de Cristo, ele não está falando de forma figurada, não.
Ele está falando de forma literal. Vocês se lembram que ele recebeu, só dos judeus, uma quarentena de açoites menos um? Vocês que são bons de matemática, quanto é uma quarentena de açoites menos um?
São quantos açoites? Quanto? 195 açoites?
5 x 40 = 200 menos um, cada um, 195 açoites. O cara era todo marcado por causa de quê? Do Evangelho.
Pois bem, queridos, a essência desta carta, portanto, é provar o seguinte: que os judaizantes estavam perturbando a igreja e pervertendo o evangelho. São duas coisas diferentes: o evangelho se perverte, a igreja se perturba. Então, falsos mestres na igreja têm dois propósitos: perturbam a igreja e pervertem o evangelho.
E a tese essencial do apóstolo Paulo nessa epístola é aquilo que está escrito no capítulo 3, versículo 11. Vamos ler comigo, todos juntos: "É evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. " É evidente, isso é evidente.
A essência do que ele está querendo dizer é isso: a justificação não é pelas obras, é pela fé. Agora, você pergunta: e aí? Bom, mas então, onde é que entra a lei nesse processo todo?
Para que serve a lei, então? Por que Deus deu a lei se eu não sou justificado por meio dela? Para que Deus deu a lei, então?
A lei é ruim? Então a lei não presta? Então vou jogar a lei do lixo?
Qual a função da lei? Qual o propósito da lei? E Paulo não deixa esse assunto sem resposta.
Paulo não deixa esse assunto sem resposta. Olha, por favor, o que ele vai escrever no capítulo 3, versículo 24. Pode ler comigo: "De maneira que a lei nos serviu de pedagogos a fim de que fôssemos levados a Cristo.
" A lei, como pedagogo, pega você pela mão e diz o seguinte: o meu papel não é salvar você; o meu papel é levar você ao Salvador. O meu papel é convencer que você é pecador e que precisa do Salvador. Eu não posso salvar você porque eu sou muito exigente.
Eu exijo que você seja perfeito, e você não consegue ser perfeito. Mas eu vou pegar você pela mão e vou levar você a alguém que é perfeito. E esse alguém se identificou com você, e esse alguém assumiu o seu lugar, e esse alguém foi o seu substituto, e esse alguém tomou sobre si o seu pecado, e esse alguém morreu por você.
Você e esse alguém pagou a sua dívida. E esse alguém justificou você. Esse alguém salva você.
Eu sou Aio. Eu vou levar você a Ele. Esse Ele é Jesus Cristo, o Salvador.
Esse é o Oel da Lei. Esse Oel da Lei, eu já tenho dito isso aqui algumas vezes. E nessa figura que Paulo menciona em Romanos 7, que eu acho uma das figuras mais comoventes dentro dessa estrutura, a da justificação, é que está escrito lá em Romanos capítulo 7.
A linguagem de Paulo é uma linguagem de casamento, e na linguagem de casamento, Paulo diz que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida. Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido enquanto ele viver. Mas se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal, de sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem.
Porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias. Assim, meus amados irmãos, também vós morrestes relativamente à lei por meio do corpo de Cristo para pertencestes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, para que frutifiquem para Deus. Aí você diz: "Paulo, não tô te entendendo.
Negócio de casamento, lei, morrer, com rado. Não tô te entendendo. " É que Paulo não está falando de casamento; Paulo está falando da nossa relação com Cristo e usa uma figura de linguagem.
O papel da Lei: eu tô casado com a lei, a lei é o marido, eu sou a esposa do marido. E o texto diz que a mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. E esse casamento é um casamento muito complicado, muito turbulento.
Por que turbulento? Porque o marido é perfeccionista, marido é perfeito, o marido é a lei, é justo, é bom, é espiritual. Ele não erra nunca, ele não admite erro nunca.
Só que a mulher é atabalhoada, ela é complicada. Essa mulher é inconstante, e essa mulher sou eu, sou você, somos nós. E esse marido é tão bom, mas tão bom, mas tão bom que ele também não morre.
E a coitadinha não consegue se livrar dele nunca. Como é que sai desse casamento? Seu marido não morre e a mulher não consegue agradá-lo.
E a resposta do texto é a seguinte: já que o marido não morre, sabe quem morre? A mulher. A mulher morta não está mais ligada ao marido.
Não tem negócio de casamento no caixão e nem depois que ressuscita. Então a mulher morre e ressuscita livre do casamento porque ela morre em Cristo e ressuscita em Cristo para casar com outro. E esse outro é Jesus Cristo.
Então essa é a ideia que a Bíblia traz dessa relação. Para que serve a lei? Não é para nos salvar, é para nos levar a Cristo.
Pois bem, depois eu queria que vocês olhassem com vagar as aplicações que Paulo vai fazer nos capítulos 5 e 6. É sobre a nova vida em Cristo: você é livre, você recebeu o Espírito Santo, você pode andar no espírito, você pode viver no espírito, você produz o fruto do espírito, porque mediante a lei você não conseguia isso, mas é por meio da fé que você recebeu o Espírito Santo. Você foi regenerado, você foi selado, agora você anda no espírito, agora você vive no espírito, agora você é cheio do Espírito, agora você produz o fruto do espírito, agora você crucificou a carne com as suas paixões.
Agora você é membro de uma família como membro de uma família. Você agora não é radical, não é legalista com outros. Você carrega as cargas uns dos outros.
Se alguém for surpreendido em alguma falta lá no capítulo 6, versículo 1, você que é espiritual deve ir lá e corrigir com espírito de brandura, para que você guarde a você mesmo, para você não ser tentado também. Em vez de ficar acusando o seu irmão, botando mais culpa e peso no seu irmão, alivia a carga dele. Alivia a carga dele.
Notem isso, irmãos: o judaísmo produz legalismo. Legalismo mata as pessoas, é um caldo mortífero. Mas o Evangelho é o evangelho de toda graça.
O evangelho leva você a cuidar de você e a ser generoso com o outro, a ser abençoador do outro. E assim Paulo conclui essa belíssima carta, dizendo o seguinte: que o evangelho pode nos trazer até sofrimento aqui, as marcas de Cristo. Mas o evangelho nos oferece uma gloriosa esperança, uma gloriosa esperança por toda a eternidade.
Que Deus nos ajude, que Deus nos abençoe. Nós vamos concluir aqui e fica para você e para mim um grande alerta. Eu acho que nunca, talvez na história da Igreja, nesses 20 séculos de Cristianismo, a Igreja foi tão atacada por falsas doutrinas, por falsos mestres como nos dias de hoje.
Basta você ligar sua televisão, basta você ligar o seu rádio, basta você ficar antenado. As novidades são muitas e hoje as pessoas beiram a irracionalidade, a loucura, porque a capacidade que os falsos mestres têm hoje de criar novidades para atrair as pessoas beira a loucura. E como, no Brasil, sobretudo, nós somos um povo de pano de fundo de culturas híbridas, nós somos um povo de muitas raças e, automaticamente, um povo sincrético.
Esses falsos ensinos atraem as pessoas, elas gostam disso. E Paulo chega a dizer que chegaria um tempo em que as pessoas sentiriam coceira nos ouvidos; elas não suportariam a sã doutrina, porque a sã doutrina exige arrependimento, renúncia, vida nova, compromisso, aliança com Deus. Os falsos mestres não exigem nada disso.
Desde que você pague para eles, desde que você encha o bolso deles, desde que você os ajude a construir um império econômico, eles estão prontos a fazer qualquer concessão. Não fazem nenhuma exigência, só promessas, só promessas. E nós precisamos estar atentos.
Irmãos, porque os tempos mudaram, mas o coração do homem não é tão perverso, tão mal, tão corrupto, tão tendente ao erro como sempre foi. A carta aos Gálatas foi uma carta tão importante que foi o quartel-general, juntamente com Romanos, da reforma do século X. É o grande grito da Liberdade Cristã, é a grande plataforma do Reino de Deus, e nós precisamos desta carta, do seu conteúdo, ainda hoje, para que a igreja não seja perturbada e para que o Evangelho não seja pervertido.
Vamos orar: receba, Deus, a nossa gratidão nesta manhã, porque podemos abrir a tua palavra livremente e sermos confrontados e alertados por ela. Glória ao teu nome, porque tu nos deste o Evangelho, e nós precisamos guardar este bom depósito. Mas, mais do que isso, Deus, nós precisamos proclamar essa verdade aos ouvidos do mundo, para que aqueles que são teus venham ao conhecimento da Verdade e sejam salvos.
Levanta esta igreja, cada dia mais, Deus, com este compromisso de levar a tua palavra, de pregar com fidelidade, na dependência, no poder e na unção do teu Espírito. Glória ao teu nome, porque nesta manhã esta igreja abre as portas da sua casa, do seu templo, para que todos, desde as crianças até as pessoas mais avançadas em idade, possam se debruçar sobre a tua palavra e estudá-la. Rendemos ações de graças a ti por isso, em nome de Jesus.
Amém. Deus abençoe. [Música] Queridos, m.
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