a diferença entre Alucinação e realidade é o Consenso Então o que é a realidade pra psicologia essa questão da existência ela diz respeito à experiência do indivíduo essa característica ela é muito importante e aí que entra a questão da linguagem a linguagem tem uma participação muito grande na maneira como nós percebemos o mundo a principal característica humana não é a linguagem é qual Fábio Perim psicólogo e neurocientista vai nos ensinar tudo sobre existência consciência e percepção de realidade que é saber que tá existindo as nossas percepções elas podem nos enganar elas podem ser ilusões a
ciência ela é uma maneira de a gente construir um conhecimento consensual sem que a gente tenha que estabelecer uma verdade por quê Porque esse consenso pode estar errado a realidade meio que não importa o que importa é o nosso processamento a realidade é o nosso processamento não existe realidade fora do nosso processamento a experiência ela é absoluta não existe nada fora da tua experiência mentira é tão importante pra civilização quanto a verdade existe um discurso tá muito ligado à meritocracia de que a gente tem que sofrer para alcançar algumas coisas que o sofrimento que nos
dá mérito e eu acho que esse é um discurso perigoso em muitos aspectos aproveite a vida o máximo que puder dado que a vida é uma condição que tem exigências a realidade é um comportamento não é uma representação ela é uma construção o existo depende primeiro de eu sentir exatamente eu preciso ter uma percepção de que eu existo o que nós chamamos de corpo é a experiência mais constante que a gente tem as nossas conexões são as coisas que mais nos caracterizam que a gente não abra a mão da vida pelo futuro que lugar melhor
que eu ia tá do que o que eu tô agora se você morrer hoje a a vida valeu valeu a pena ó rapidinho aqui antes da gente começar o episódio Outro dia eu tava olhando as métricas do canal ali e eu me deparei com algo que me intrigou eu percebi que 83,8 por das pessoas que acompanham o sem grosselli aqui não são inscritas Então eu só queria pedir um favor ajuda muito esse canal se você clicar no botão de se inscrever ajuda a gente a escalar os convidados a melhorar a produção dos episódios e trazer
para vocês ainda mais conteúdo de qualidade Fábio o que é existir caramb uma pergunta boa né e o que é existir né eu diria assim mudaria a pergunta di assim como é que a gente sabe que tá existindo né E aí a pergunta a a próxima pergunta seria o que é saber que tá existindo né Então na verdade o existir é um conhecimento é um conjunto de conhecimentos e de coisas que de certa forma modificam a tua percepção né ou melhor a própria modificação da percepção né então eu diria que para nós de uma maneira
geral existir é uma é uma percepção certo uma espécie de sentir a realidade tatear a realidade eu diria que é uma é uma espécie de conhecimento sobre como a realidade ou como algo que tá externo impacta em mim né então eu acho que a questão de existir ela é muito ela é muito interessante porque ela tá muito ligada a essa ideia que de algun de alguma forma eu critico que é a ideia de consciência né de que tem um ser sciente que é impactado pela existência né porque por exemplo a gente pode perguntar assim né
a tua Caneca ela existe né e eu diria que para mim ela existe eu a é uma discussão mais interessante né mas a pergunta é a kadec existe para ela né E aí essa ess é eu não tenho como afirmar mas vou supor que não né Eh então então a a questão que se coloca para nós da existência que é uma questão que eu acho que é bastante profunda que vai envolver uma série de discussões que vão dar da religião pra filosofia e provavelmente chega na ciência a partir da da da Psicologia é diz respeito
a essa construção de uma percepção de um indivíduo no mundo né de um indivíduo existindo e sendo afetado por esse mundo que se modifica né Então essa é uma questão importante e é uma questão central eu acho que para discussões em vários níveis eh de profundidade mas também em vários Campos do conhecimento humano né Eu imagino que a questão da existência ela seja cara que nem eu falei pra religião e em especial eh pra Filosofia mas para neurociências e pra psicologia essa questão da existência ela diz respeito à experiência do indivíduo né ou seja nós
somos eh estruturas que geram experiência n Uhum E o que que eu considero experiência né porque esse conceito de experiência ele pode parecer um tanto quanto intuitivo né eu posso dizer assim experiência é o que eu tô sentindo agora né então experiência é o que você tá sentindo agora mas e quando você pensa em experiência como um conceito ou ou ou ou como uma um construto operacional para você pensar em alguma coisa para você pesquisar alguma coisa a definição dela é bastante relevante né na minha perspectiva por exemplo ela seria uma espécie de pressuposto para
você pensar nas intervenções psicoterapêuticas né então o conceito de existência dentro da minha perspectiva eh assume um papel importante porque ele nos ajuda a pensar na questão do conhecimento ou da ciência a partir de uma experiência né que é uma experiência individual certo tá vou tentar dizer o que que eu entendi disso vai lá Bora lá pra gente ter a pra gente existir Então a gente tem que ter conhecimento sobre a nossa capacidade de interagir com o ambiente de alguma forma e registrar isso e isso seria a experiência isso seria é que a experiência é
um pouquinho mais por exemplo vamos vamos pensar na questão da Inteligência Artificial tá eu posso chegar lá em alguma dessas formas de Inteligência Artificial e perguntar para ela se ela sabe que ela existe Tá certo então a gente estaria perguntando para ela se de certa forma ela tem um conhecimento sobre ela mesma e qual é o grau de conhecimento que ela tem sobre ela mesma né E aí a gente tem duas situações e quem tem de Inteligência Artificial pode falar melhor do que eu que é uma ela apresentar um texto lógico falando da existência dela
a partir de uma pré-programação que foi feito né ou ela poderia de certa forma Juntar uma série de informações de que ela tem e juntando essas informações de uma de uma forma mais ou menos lógica Ela poderia chegar a uma conclusão certo ou abstrair sair de um conjunto de dados e eh mudá eles qualitativamente para um outro conjunto de dados de que ela existe uhum isso acontece essa segunda opção eu acho que acontece mais a primeira elas são treinadas para responder alguma coisa né Mas a questão é será que efetivamente uma inteligência artificial tem uma
experiência pelo menos da forma como a gente está tendo uma experiência agora né como eu e você estamos tendo uma experiência agora e aí tem uma coisa interessante sobre a experiência porque a experiência ela é narrada em primeira pessoa certo então a experiência é sempre pessoal né E essa e essa e essa pergunta que eu acho que vai um pouquinho além nesse caso do do campo da psicologia e da da psicoterapia ela vai ser bastante relevante nos próximos nos próximos anos na medida em que esses sistemas de inteligência artificiais vão ter respostas cada vez mais
parecidas com as nossas certo então quer dizer a gente pode afirmar que uma que um sistema eh sintético de processamento de informação pode construir um uma experiência da mesma forma que um sistema orgânico essa é uma pergunta interessante né eu não vou entrar muito nisso mas só para mas também a gente pode entrar um pouco porque o o que que o que que eu penso assim eu não sei exatamente qual que é o conceito de inteligência nem de Inteligência Artificial mas eu penso que o que o que diferencia uma inteligência artificial de uma calculadora é
que a inteligência ela tá conectando diferentes partes como se ela tivesse elaborando um raciocínio né então ela tem capacidade de dar diferentes respostas eh eu diria que eh é o que a gente chama de Inteligência Artificial não é inteligência artificial né É na verdade é um sistema de análise de multivariável certo assim como a gente usa isso por exemplo na em alguns testes de inteligência a gente usa análise fatorial que é também um processo um processo eh estatístico que de certa forma observa determinados padrões de ocorrência e interrelaciona entre eles e a partir dali tira
um um fator certo que te ajuda aa a prever ou de certa forma ter uma ideia de como é que funciona todo todo o sistema né e é um procedimento matemático né então ele pode ser feito por um por um por um equipamento por um hardware né então de certa maneira eh quando a gente tá falando de inteligência a gente tá falando de um conceito que nós empregamos que poderia ser relacionados com habilidades cognitivas Gerais certo ou seja um cara que que tem um alto desempenho em todas as habilidades cognitivas como memória atenção linguagem raciocínio
lógico velocidade de processamento de informação mas de qualquer jeito é são uma é uma lista de características assim é list estável né isso isso isso mas elas estariam interrelacionadas entre si ou seja um a gente espera que um que um Bom desempenho numa tarefa seja acompanhado pelo desempenho bom nas demais tarefas conso ver algo reconhecer um padrão memorizar lincar ele com outra coisa Falar sobre ele no caso da do conceito de inteligência digamos assim que a gente trabalha na prática clínica A ideia é que se você que você tem eh correlações entre os desempenhos de
diferentes habilidades cognitivas né então a gente vai medir memória atenção linguagem e funções executiv velocidade de processamento de informação praxias né E aí desses vários resultados a gente extrai um único valor que seria representativo de todos espera-se que todos os resultados estejam mais ou menos correlacionados né então o que que você espera que se o cara tem um Bom desempenho num teste de linguagem a gente vai esperar um desempenho mais ou menos ional num outro teste não verbal por exemplo certo obviamente eh na prática a gente vê alguns desníveis e e é exatamente esses desníveis
que a gente tá procurando mas a ideia de inteligência ela é muito complexa porque a gente tem que pensar que inteligência antes de mais nada é uma palavra certo e E aí a gente vai entrar em mais um aspecto dessa dessa questão da experiência né Inteligência é uma palavra e o que que é uma palavra palavra é um comportamento é algo que eh você produz a partir de uma série de movimentações mecânicas né E que te permite mtir sons com diferentes eh com diferentes tons de diferentes formas certo em em especial eh manipulando teu aparelho
ouro bucal eh a palavra enquanto comportamento ela tem como principal característica poder modificar o comportamento de um ouvinte uhum certo então como eles eles concordam que aqueles fonemas emitidos representam tal coisa e quando tu manifesta um tu altera o comportamento do outro a gente exatamente a gente diz que por exemplo agora as palavras que eu emiti tiveram como consequência você respondendo a elas ou seja emitindo mais um comportamento verbal né então de certa maneira a gente a a questão das palavras ela é muito importante para nós por quê Porque as palavras de certa forma são
um comportamento que permite com que a gente troque experiências certo então o que que acontece eu vou tô aqui te passando uma experiência minha um conceito Ou tô te dando uma informação ou te pedindo favor eu tô de alguma forma usando esses comportamentos verbais para modificar o teu comportamento de de forma previsível ou seja para que você faça alguma coisa eh que de certa forma vai reforçar também o meu comportamento né então de certa maneira a gente tem que entender que a linguagem ela ou o comportamento verbal como eu prefiro usar ela nos conecta fazendo
com que a gente tenha a capacidade de delimitar eh a experiência do outro a partir da nossa própria experiência né então Por que que ela é importante bom por vários aspectos mas um dos aspectos mais relevantes para nós é que de certa maneira quando a gente usa a linguagem a gente pode construir uma experiência para outra na outra pessoa então por exemplo se eu te descrevo você pede pergunta onde é que é tal lugar eu te descrevo como é que faz para chegar lá você eh vai de certa forma usar essas instruções para seguir e
alcançar o que você quer né então de certa maneira eu eh construí uma aprendizagem modifiquei o teu comportamento sem que eu tenha que te expor efetivamente ao ambiente né você não precisou sair procurando esse caminho você simplesmente perguntou para mim eu te disse olha cara você desce aqui pega a esquerda passa duas quadras Dobra a direita vai dar uns 100 m acho que 150 Ali você vai chegar onde você quer certo então eu te poupei uma experiência porque de certa eu poupei uma experiência não te passei uma experiência né poupou tempo que te poupou tempo
e que te levou a um determinado lugar então Esse aspecto da linguagem ele é muito importante para nós né Por quê Porque é o aspecto onde a gente converge onde a gente vai construir um consenso Ou seja eu e você concordamos com algumas coisas mas também um aspecto que pode divergir em muitas de muitas formas né ou seja e pode ser que a tua construção de experiência seja diferente da minha construção da experiência Como assim por exemplo eu disse para você ah Você caminha uns 100 150 m e você chega lá né daí você vai
você diz [ __ ] o cara disse que era só para m caminhar 150 m caminhei quase 400 para chegar lá né então pode ser que haja divergência nas experiências E aí uma co interessante Nisso porque daí surge a questão da necessidade da Verdade né porque a gente sempre fala dessa coisa não mas a verdade é relativa Cada um tem sua verdade e tal não mais ou menos mais ou menos se cada um tiver sua verdade a gente nunca vai entrar em consenso né é importante que a gente tenha alguns acordos consensuais sobre algumas coisas
já que o comportamento verbal a linguagem ela é uma característica de process pensamento social ou seja nós enquanto organismos somos organismos conectados organismos em rede certo a partir do momento em que a gente desenvolveu a linguagem cara que papo insano que a gente tá tendo aqui né eu lembro que eu era de certa forma um merda eu tinha comportamentos muito ruins e bebia e fazia um monte de coisa que não me levavam aos meus objetivos de vida até que depois eu conversar com vários neurocientistas aqui incluindo o Fábio eu percebi que eu precisava de muito
mais do que Foco Força e Fé e e força de vontade para poder ser quem eu sempre sonhei em ser eu percebi que eu precisava mexer em algumas variáveis relacionadas a minha motivação e entender isso mudou completamente a minha vida se você quer aprender mais sobre isso Fábio vai dar uma imersão sobre esse tema de motivação e como mudar esses mecanismos para melhorar a sua vida é só clicar no primeiro link aqui na descrição a a a linguagem é uma ferramenta dessa conexão não é a única mas ela é muito importante ela tem várias funções
nessa conexão né de nos aproximar de fazer com que a gente crie vínculos mais estreitos que a gente passe informações que a gente de certa forma eh modifique o comportamento do outro para obtenção de reforços então eh a linguagem tem um tem um um papel bastante significativo e importante eh nessas redes que nós construímos mas obviamente existem outros comportamentos que ajudam e e e vão de certa forma eh participar essa construção das nossas conexões né então eu diria assim que nós enquanto enquanto organismos não somos individos eh autônomos e Independentes né Nós somos unidades de
processamento dentro de um conjunto de redes Eu acho que eu já devo ter falado isso aqui algumas vezes né a gente é mais ou menos que nem os neurônios né estamos conectados com os outros neurônios e quanto mais trocamos informações com eles melhor fica essas nossas as conexões né e a linguagem é que faz muito da troca de informação entre essas diferentes unidades de processamento que a gente tá chamando de seres humanos e E aí essa necessidade de existir a verdade que tu que tu falou a utilidade da Verdade é uma dessas utilidades tá tá
relacionada ao fato da gente concordar em usar a mesma linguagem de certa forma eh tá tá da necessidade da gente concordar certo então Eh por exemplo se eu digo para você pega o copo ou pega a caneca certo e a gente e você não sabe o que que é caneca ou você não fala minha língua o comportamento verbal não serve de nada tem diferença nenhuma né ele nos permite efetivamente modificar o comportamento do outro e muitas vezes reforçar o nosso comportamento pela essa modificação no comportamento do outro ele nos permite agir como eh como equipes
como comunidades como sociedade de uma forma geral né então a linguagem de certa forma ela faz ela tem esses esse papel ela Estreita os laços entre a gente ela eh troca informação ela passa instruções ela descreve situações ela pode de certa forma construir uma série de experiências que o indivíduo Não viveu uhum certo então eu posso ter experiências das quais eu não Vivi diretamente mas ouvi falar ali mas consigo conceber essa essa experiência Porque a partir do que as pessoas estão me falando eu vou construindo a partir da minha própria experiência um cenário uma imagem
dessa experiência certo e isso me permite de certa forma eh armazenar essa imagem dentro dos meus bancos de memória e quem sabe no futuro usar essa essa informação então também tem essa essa Car erística de ser uma estrutura que serve para processamento e armazenamento de informação né e processamento e armazenamento de informação eh em em múltiplas unidades porque Como assim em múltiplas unidades porque você tem vá quando Por exemplo agora eu e você estamos processando informações em conjunto uhum né e e o que que nos permite est processando essas informações o que que permite você
estar pensando de certa forma mas mais ainda pensando sobre eu tô falando é a linguagem uhum certo então a gente não tá mais eu não tô mais pensando sozinho abr aspas né pensando pensando juntos né então eu falo as coisas para você você devolve para mim eu falo para você e a gente pode aí promovendo divergências ou consensos né convergências entre nosso pensamento e Ambos são bastante importantes porque eles vão ampliar esse processamento da experiência né A Experiência social ela é mais mais Ampla que a experiência individual em muitos aspectos certo tá e e e
e como que isso tá conectado com a nossa percepção de existência eu vou chegar lá porque tem vários tô tentando puxar ainda tem vários tem vários aspectos aí interessantes para nós e eu vou ter que dar uma volta bem grande é vou ter que dar uma volta bem grande mas essa é a primeira coisa então PR resumir né como os indivíduos somos estruturas de processamento de informação recebemos transformamos e emitimos informações certo certo eh mas como organismos não somos estruturas de processamento de informação eh que agem de forma autônoma nós Agimos de forma integrada porque
nós compomos uma rede um circuito certo a gente chama essas redes de família comunidade amigo tribo enfim né então a gente tem vários tipos de de redes de processamento de de informação e essa essa característica ela é muito importante e aí que entra a questão da linguagem por quê Porque você tem uma experiência e eu tenho outra experiência certo quando a gente começa a falar existem aspectos que convergem na experiência e aspectos que divergem certo e a gente geralmente eh busca de uma forma geral para fins colaborativos tá buscando pontos convergentes onde a gente possa
atuar de forma mais ou menos organizada e de alguma maneira eh chegar a um objetivo que seja comum né então por exemplo a nossa conversa aqui a gente tá buscando algumas convergências tá tentando entender algumas coisas que eu falo eu tô tentando entender toas dúvidas pra gente chegar num elemento que seja mais ou menos comum certo para mim para você nessa nisso que eu tô chamando de processamento e construção do conhecimento então eh E analisando dessa maneira a gente tem que entender que a linguagem ela cria o que eu tô chamando de a utilidade da
Verdade porque por exemplo se você for passar uma informação para mim é importante que ela seja verdadeira né então se por exemplo usando o mesmo exemplo se perguntar onde é que é tal lugar eu digo Ah vou sacar anel fermento não fermenta Você caminha 500 m para lá depois você sobe aquela loba lá cara fica uns 10 minutos subindo aí você vira à esquerda né E daí você vai achar o lugar você vai lá e você não acha o lugar Provavelmente você vai ter uma resposta emocional aversiva né E vai vai aumentar tua vontade de
gerar algum dano sobre mim né então você vai ficar muito puto né Em resumo né Então nesse caso o comportamento verbal ele não não promoveu um reforço ele não promoveu que você alcançasse ou chegasse numa informma ação adequada né então a gente poderia dizer que é uma mentira né ou uma inverdade se você preferir e é interessante isso porque a necessidade da Verdade ou a utilidade da verdade ela só existe quando a gente pensa nessas redes sociais Ou seja quando nós temos que agir juntos ou coordenadamente daí que a verdade é importante né é importante
que o que eu diga tem efeito para você se não tiver efeito vai produzir ou uma extinção ou uma punição que geralmente vem acompanhado por eh emoções negativas né emoções aversivas Então cara a verdade Ela nasce do comportamento verbal né um comportamento verbal preciso comportamento verbal que descreve bem as contingências que eu vou encontrar ou seja as características ambientais que controlam aquela determinada situação ela permite que o meu comportamento seja mais efetivo Então cara eh a gente tem que entender que o nosso Nossa necessidade da Verdade é a necessidade da gente processar informações socialmente e
consensualmente né então Eh nessa nesses tempos de pós verdade né onde cada um tem a sua verdade onde a verdade é manipulada onde de certa maneira as narrativas prevalecem sobre os fatos muitas vezes é importante a gente lembrar qual é o papel e a utilidade da Verdade certo a verdade ela serve para que de certa forma a gente gere consensos e processe informações de forma a atingir objetivos que são comuns né ou que fazem parte de uma determinada comunidade né então para isso E aí a gente começa a perceber que o compo verbal e a
verdade elas têm um um aspecto político que é o controle de um determinado grupo de uma determinada população para que você atinja um objetivo que é um objetivo comum a todos mas não necessariamente né então por isso que manipular a verdade é tão importante e tem todo esse peso político que a gente que a gente vê hoje né mas eu costumo dizer que isso começou eh quando a gente podia de certa forma ter vantagens dizendo a verdade né mas também ter vantagens não dizendo a verdade uhum né então então a a partir do momento que
surgiu qualquer linguagem dos primórdios provavelmente já existia a mentira sim a mentira mentira surgiu junto com uma mentira se você for ver alguns estudos antropológicos ela surge antes da linguagem né a a a porque antes da linguagem verbal isso porque a gente já tem comportamento social antes da linguagem verbal e de certa forma eh quando você tem comportamento social influenciar no no comportamento dos outros indivíduos do teu grupo é é importante para que você tenha vantagens dentro daquele grupo né então Eh alguns animais que conseguem antecipar determinadas situações sociais eh que consegue de certa forma
reconhecer alguns padrões de comportamento dos seus cons específicos dos membros daquele grupo e antecipando isso eles conseguem obter resultados a seu favor a gente poderia dizer que de uma certa forma eles já estão eh mentindo né então eu costumo dizer que a mentira é tão importante pra civilização quanto a verdade né e e distinguir entre o que é mentira e verdade criou uma classe especial de pessoas que a gente chama de cientistas né verdade né é interessante isso né Eh As instituições eh de dignidade né que nos aponta onde está a verdade é importante também
né então Eh Isso parece irrelevante quando a gente discute a questão que a gente tava discutido que era muito mais Ampla queera existir né Mas por que que por que que para mim ela é importante porque a primeira coisa que a gente só existe em sociedade né somos estruturas sociais não existimos sem uma sociedade que nos suporte e que nos ajude de certa forma a chegar à maturidade e obviamente participar dessa sociedade como espécie tu diz né um ser humano não sobrevive sozinho pelas características dele ele nasce se ele se ele nascer sem uma sociedade
por traz dele se ele tá conectado ele só nasce né então de certa maneira somos extremamente dependentes dos nossos noos cuidadores da da sociedade como um todo e eh nos humanizamos como animais sociais conectados a esses a esses outros indivíduos pelo não exclusivamente mas principalmente pelo comportamento verbal e o comportamento verbal ele tem um papel de controle certo ele serve como uma estrutura de controle né tanto pro falante quanto pro ouvinte né então nós dois aqui um um tá controlando o comportamento do outro a partir do control E aí a partir do do momento em
que então Eh surge um um ser humano novo o o o passo mais inicial para que ele faça parte dessa comunidade dessa tribo é que ele aprenda a linguagem é que ele esteja na comunidade verbal que ele esteja na comunidade verbal isso é é é é o que eu quis dizer basicamente perfeito perfeito só que você não tá na minha comunidade verbal você usou a palavra linguagem por que que tu não gosta da palavra linguagem só fazer esse parênteses rápido é é uma questão teórica e uma provocação também a gente pode usar a palavra linguagem
obviamente né mas a ideia de comportamento verbal é uma ideia que distingue uma perspectiva sobre esse comportamento né porque quando se começou a olhar paraa linguagem a gente começou a estudar a linguagem como uma coisa como uma entidade uma entidade de certa forma que existia por si só né e eh eh no behaviorismo a gente assume que a linguagem Ela não é uma coisa que existe por si só ela é um comportamento existe um indivíduo ela é um comportamento que exatamente né Então as regras de linguagem a gramática tudo isso são Abstrações né É por
causa por conta de algumas regularidades que a gente encontra na forma como a gente fala né então gramáticas são nomes para nomear coisas que existem dentro de um comportamento humano né e que de certa forma se repetem no comportamento humano E aí pessoal tudo bom Estão gostando do episódio Espero que sim passando aqui para explicar o negócio rapidinho para vocês sobre essa questão das regras Morais que eu falo né que são essas regras às vezes que vêm incutidas socialmente ou ou às vezes uma regra que a gente mesmo constrói e que a gente acha que
vai ter força para controlar o nosso comportamento por si essas regras muitas vezes ela não tem essa capacidade de gerar um padrão de controle do comportamento por quê Porque esse padrão é contextual e depende dos motivos que a gente tem para fazer aquilo ou não dos motivos que estão postos pra gente fazer aquilo ou não para explorar um pouquinho mais isso daí eu vou fazer uma imersão de dois dias discutindo sobre neurobiologia da motivação então se você tem interesse em conhecer um pouquinho mais sobre motivação de ver os diferentes aspectos que influenciam ela e como
que ela vai influenciar na tomada de decisão na ativação comportamental para que você Execute uma determinada ação se inscreve no link que tá aqui na descrição entra no nosso grupo de WhatsApp que lá eu vou passar mais informações para você e abrir o carrinho num preço super legal desde que nós nascemos desde que nós nascemos nós estamos imersos nesse eh ambiente social certo que tem esse comportamento altamente relevante pro controle social para que nós controlem uns aos outros né quando eu falo de controle me alcança a água eu tô controlando teu comportamento se você me
alcançar a água certo e o fato de você me alcançar a água eh reforça o meu comportamento de te pedir ela né então é possível que em outra vez eu que tenha um contexto parecido eu repita esse comportamento então Eh essa característica política do comportamento verbal de ajudar cont controlar e de certa forma organizar os comportamentos das Comunidades eí seja uma família um grupo de amigos duas pessoas enfim certo ela permite com que esse indivíduo ele já já nasça imerso na linguagem sendo de certa forma objeto do comportamento verbal mas também tendo vários comportamentos verbais
direcionados para ele né então por exemplo você sabe que você pai agora daqui pouco eu vou est falando que nem um bobo né com um bebezinho né Então essa essa forma de comunicação a partir de comportamentos verbais ela talvez não seja tão estruturada mas ela é muito importante pro desenvolvimento do indivíduo e pro estreitamento de Laços entre o cuidador e o e a criatura e a criatura e e e esse bebê ele ele aprende muito rápido que o comportamento verbal dele você fala inglês Sim quanto tempo você demorou para falar inglês Ah acho que pouco
Sei lá aprendi no ensino fundamental assim ah você aprendeu no ensino fundamental Daí foi mais rápido foi mais rápido porque se fosse fosse aprender hoje você ia aprender demorar muito mais muito mais que um bebê aí entra para aprender a linguagem portugês is a questão da da plasticidade né isso exatamente E aí e esse é interessante né porque olha olha olha só que interessante isso um bebê ouve mais que a gente tem uma ele ouve bem mais que a gente pelo o o o espectro eh não é só o espectro é ele consegue diferenciar determinadas
características tonais que a gente não consegue mais até os se meses de idade mais ou menos né E isso permite com que ele de certa forma eh sintonize a audição aqueles sons que são mais frequentes dentro da linguagem deles né por isso que determinadas palavras em algumas línguas nós temos uma dificuldade muito grande de entender os fonemas de escutar os fonemas de entender eles né e de emitir eles também né então de certa maneira o espaço perceptivo da audição de uma criança é muito maior que o nosso né Com o tempo ela vai sintonizando melhor
dizendo né ela vai efetivamente ouvir aquilo que ela precisa ouvir e algumas coisas vão parar de ser perceptíveis para ela né Por que que isso é importante para nós e porque que a gente entrou toda essa discussão pelo comportamento verbal por eh ao longo do desenvolvimento a nossa percepção a forma como a gente enxerga o mundo a as vai ser influenciado pela nossa socialização certo ou seja pelas redes que eu tô conectado certo então de certa maneira como a gente quando a gente tá falando em existir a gente tá falando de certa forma eh da
consciência que eu tenho de ser um indivíduo conectado num sistema de redes certo ou e E aí eu crio uma dicotomia entre eu e aquilo que tá fora de mim ou o outro certo e essa dicom quando ela é mediada pela linguagem ela cria uma dúvida que é essencial para nós que é será que ele tá me entendendo uhum Será que ele Tá experimentando as coisas da mesma forma que eu tô experimentando que é uma pergunta que a maioria de nós em algum momento se faz né mas pô mas será que ele vê aquela cor
Será que ele pensa daquele jeito Será que ele Experimenta da mesma forma que eu né E aí a gente também tem esses dois aspectos importantíssimos paraa estruturação da sociedade que é a verdade e a utilidade da Verdade e a mentira e a utilidade da mentira né Obviamente as pessoas mais moralistas elas vão dizer que a mentira efetivamente não tem utilidade nenhuma e que ela é um desvio de caráter e que ela de certa forma eh deveria ser eliminada né mas em absoluto a gente jamais resistiria a uma sociedade que falasse sempre a verdade né então
então de certa forma digamos assim algum grau de omissão de imaginação né de gerar imagens que não necessariamente se feti varam são necessários para que a gente possa fazer esse jogo esse jogo político né de de de controlar o outro e ser controlado pelo nosso controle né pela nossa necessidade de controle eh a linguagem efetivamente tem uma participação muito grande na maneira como nós percebemos o mundo na forma como nós entendemos o mundo na forma como nós interpretamos o mundo então e aí essa linguagem ela vira eh a a narrativa dos do nosso pensamento em
alguns aspectos sim tipo eu fico pensando assim né É porque eu gravei um episódio por exemplo daqui a pouco eu acho que a gente pode aprofundar nisso mas eu gravei um episódio com o lucelmo que fala sobre autismo e tem os autistas por exemplo não verbais e aí eu fiquei pensando como são os pens os pensamentos de uma pessoa não verbal é interessante né E isso e isso faz sentido a minha pergunta faz todo sentido e eu não vou falar muito de de de autismo Selmo é vej o episódio dele é um cara que eu
admiro muito né tem hoje tem muitas mais pessoas com muito mais propriedade do que eu para est falando sobre autismo Apesar de eu atender pacientes autistas no momento pacientes adultos né mas não exclusivamente né tem outras pessoas que tão mais se aprofundaram mais nessa nesse debate nessa temática o ancelma é um desses um desses caras Mas uma coisa interessante Eh que que e que você falou é assim é porque você normalmente Experimenta teus pensamentos como uma narrativa como um discurso interno certo então tem um monte de vozz inhas falando na sua cabeça normal é normal
eu acho que é ma parte das pessoas Experimenta isso mas o pensamento ele não se dá exclusivamente a partir de um discurso apesar de a maioria de nós estarem muito sensíveis a esse discurso a gente tem alguns pensamentos que não são verbais né Por exemplo Quando você pensa no mecanismo né sei lá um mecanismo um uma estrutura mecânica mesmo né uma alavanca um uma sequência de de de estruturas que vão uma máquina um Car um carro motor uma máquina uma ratoeira Pode ser né velho esse pensamento ele muitas vezes ele é mais visual entendi Viso
espacial certo então por exemplo você tá aqui de repente você pensa numa solução pra tua porta que não fecha se lá você pensa não mas vou botar só um galinho ali e vou travar ela esse esse pensamento muitas vezes ele tem uma estrutura visoespacial também você visualiza não é Nara ele não é ex não necessariamente a narrativa inclusive pode acompanhar mas não necessariamente Então existe alguns aspectos do que a gente chama de pensamento que é a geração de uma série de imagens né Porque que a gente chama de imagens porque elas formam efetivamente um conjunto
de percepções que podem ter diferentes naturezas ligados à Sensações então você pode ter uma imagem visual ou uma imagem auditiva né então a imagem auditiva seria isso que a você tá chamando de narrativa né eu posso ter uma eh imagem olfativa também né então é a forma como o cérebro ativa alguns circuitos sejam visuais sejam das estruturas verbais ou ou de outras eh ou de outras sensações para construir uma imagem que não tá sendo amparada por uma estimulação externa ou seja do ambiente uhum imaginação imaginação construir imagens Caraca que tinha pensado nisso no na semântica
da da da palavra palavra é e a ideia de de imaginação é porque você pode construir inclusive imagens que não existem externamente então você pode compor uma série de experiências internas de forma a construir algo que não existe no externo uhum certo então eh a a imagem a imaginação e a criatividade Elas têm uma relação né mas aí a a pessoa que não é verbal ela tem essa imaginação mas ela não consegue jamais ter ela vai gerar algumas imagens verbais e eu acredito que algumas imagens auditivas mas não necessariamente ela vai conseguir estruturar isso num
comportamento verbal Então isso é outra coisa que a gente tem que entender a gente variou um pouquinho o assunto mas tudo bem tá Depois a gente porque quando a gente isso porque quando a gente fala em em comportamento verbal a gente fala num falante e num ouvinte e esses se alternam de posição né que nem eu tem hora que eu sou falante você é ouvinte depois você é ouvinte Eu depois você é o falante eu o ouvinte CTO às vezes dá às vezes dá as confusão eh nesse caso eu sou muito falante você é mais
ouvinte n não mas a proposta justamente porque daí o teu comportamento é reforçado por eu falar e não por você responder né mas tudo bem eu eu não vou eu não quero entrar em detalhes sobre o comportamento verbal porque eh eu acho que a gente teria que ter alguns outros pressupostos aqui para para para para trazer uma compreensão melhor disso importante para nós é entender que muitas vezes existem dois tipos de resposta em relação ao comportamento verbal né uma é uma resposta comportamental que não envolve outro comportamento verbal né então eu digo para você sai
e você sai certo então isso mostra o quê mostra que aquele meu comportamento verbal promoveu um comportamento no outro indivíduo de acordo com o meu desejo eu pedi pro cara sair ele saiu certo eh algumas pessoas t a capacidade de responder ao comportamento verbal certo mas não necessariamente vão ter capacidade de emitir o comportamento verbal né então o que que acontece eh com autistas não verbais que vão ter outras características cognitivas Além do fato de não serem não verbais às vezes eles compreendem e compreendem relativamente bem o que nós falamos certo não tem a capacidade
de produzir um comportamento verbal compatível certo por vários aspectos que estão ligados à às diferenças de processamento e de desenvolvimento desses indivíduos né mas você você faz algumas solicitações Ou passa alguns comportamentos verbais alguns mandos por exemplo e eles conseguem responder C certo eles conseguem modificar o comportamento deles eh de acordo com a expectativa do comportamento verbal que foi emitido então quando a gente eh fala de de autistas não verbais não são necessariamente autistas que não se comunicam certo uhum eles às vezes têm limitações Na expressão do comportamento verbal uhum certo mas mas isso quer
dizer que eles têm talvez eles tenham eh pensamentos verbais talvez não tenham pode não tem como a gente afirmar né Mas pode ser que eles tenham eh um padrão de pensamento que em alguns aspectos envolvam imagens auditivas certo até onde isso a gente estaria eh de certa forma sendo inadequado né O que a gente consegue ver é que sim que muitos autistas não verbais né que não eh emitem comport verbais eles conseguem responder a um conjunto de eh a um conjunto de propostas que é feito para eles a partir do comportamento verbal né então esse
esse esse esse é um é um elemento interessante agora afirmar que se eles pensam a partir de imagens auditivas isso daí a gente já tá explorando um pouquinho mais não tem como saber né E aí tem um negócio interessante pra gente voltar porque Exatamente isso a gente não tem como inferir a experiência daquele individo sobre o outro sobre outro não tem como saber o que ele pensa ou como ele pensa certo a linguagem ela permite alguns espaços consensuais né onde a gente entra em consensos obviamente eh indivíduos não verbais eles vão talvez esses espaços consensuais
sejam mais raros e mais difíceis né e o controle do comportamento pela pela a linguagem seja um pouquinho mais difícil certo então Eh é como se de certa forma eles tivessem um pouco mais desintegrados dessa rede neural que a gente compõe assim eles tem é um neurônio com dificuldade éal de dificuldade de comunicação cara Eu não colocaria assim sabe por quê cara porque a principal característica humana não é a linguagem é qual é a conexão conexão afetiva ah entend certo a conexão afetiva é que faz a diferença na vida da gente tanto que às vezes
a gente pode ir para um outro país viver uma experiência sei lá afetiva com alguém sem conseguir falar mes necessariamente e quando eu falo afetiva pode ser amizade pode ser ser ajudado ajudar alguém e assim por diante Então a gente tem que entender que as nossas conexões são as coisas que mais nos caracterizam certo para mim Eh o que a gente chama de pensamento moral ele tem que sempre passar por essa relação da forma como a gente constrói as nossas conexões Então isso é muito importante o que que tu quer dizer com isso ã eu
quero dizer que nesse jogo entre verdade e mentira né O que importa é as nossas conexões É o afeto que a gente gera é os vínculos que a gente produz é isso que de certa forma vai dominar e caracterizar o nosso comportamento né eu falei disso no outro podcast a Vitória fez até um corte sobre isso né que eu falo de que somos essencialmente egoístas né estamos aqui simplesmente para sobreviver o máximo possível e passar os nossos gens e eh fazer com que o nosso organismo fique o mais íntegro possível que nessa perspectiva nós sempre
estamos centrados na nossa existência e na nossa sobrevivência né O que faz com que de certa forma a nossa autorreferência aquilo que nos caracteriza ou nos distingue do mundo permita com que e a gente e cuide desse espaço certo que tá da pele da pele para dentro o que nos faz de certa forma eh mais altruístas são as conexões que nós produzimos com outros porque nessas conexões na medida em que nós nos conectamos com o outro a integridade do outro se transforma num valor para nós por certo porque de certa maneira os fazem com que
o sofrimento do outro implique num sofrimento em nós mesmos né então por exemplo se você tem um amigo que tá mal que tá doente isso de alguma forma vai eh modificar o teu estado emocional e o teu estado afetivo e vai fazer com que você se comporte de alguma forma para eliminar esse desconforto de você né que pode ser isso leva ao altruísmo É pode ser que você mande teu amigo tomar no cu também não quero ser teu amigo você tá me incomodando certo mas pode te levar alro ISO pode levar ir lá ajudar ele
Somos egoístas n e sempre Somos egoístas né por isso que eu não concordo com a ideia de gên egoísta né É óbvio que ela tem muito fundamento né mas nós não somos necessariamente ou exclusivamente orientados pela nossa proximidade genética óbvio que a nossa proximidade genética produz existe porque a gente tem uma proximidade geográfica também né então é muito é é é óbvio que nós de certa forma nos conectamos e nos reconhecemos com pessoas que tenham características ou fenótipos mais ou menos parecidos com o nosso mas não necessariamente mas tu não acredita na ideia de Gen
egoísta Mas tu acredita na ideia de indivíduo egoísta e eu eu acredito na ideia de gên egoísta gên egoísta é uma metáfora para falar do porque o egoísmo é efetivamente algo importante para nós né ou seja porque que nós temos uma existência autorreferente aí a gente volta de novo pra questão da existência né nossa existência é sempre autorreferente está referenciada a um objeto da nossa percepção que é o objeto que tá da pele para dentro uhum né então eh de de certa maneira o que faz com que nós nos movimentamos para cuidar dos outros é
o quanto que o que acontece com os outros nos afeta né por isso que a gente fala tanto de afetos né então o que quando o que que acontece as palavras são incríveis o que acontece com os outros que me afeta É porque tem afeto ali né Tem algo afetando ali então é interessante essa perspectiva porque de certa maneira se a gente se a gente eh se conecta mais com as pessoas né Eh a gente vai se importar mais com elas né então na medida em que a gente se identifica que a gente se sente
pertencente que a gente se sente parte de uma determinada comunidade é muito mais provável que o que aconteça naquela comunidade me afete e me afetando mude minha disposição a minha motivação para fazer alguma coisa para modificar aquilo né e o que a gente costuma chamar de altruísmo né eu chamo de conexão né Tá qual a importância então então a existência eu eu sentir que eu existo o existo depende primeiro de eu sentir eu preciso ter uma percepção de que eu existo examente eu preciso ter uma percepção e isso Então depende da minha capacidade de perceber
que eu estou interagindo com o ambiente isso a gente a gente costuma dizer que eh a ideia que a ideia de processamento de informação por estruturas orgânicas né biológicas ela se dá a partir de uma ideia de Fronteira né que existe uma fronteira que organismo processo no nosso caso Isso quer dizer no nosso caso a fronteira é a pele mas num caso de uma célula a fronteira é a membrana plasmática dela né por isso que eu não me sinto essa caneca isso na verdade você não se sente essa caneca porque essa caneca ela de vez
em quando aparece e desaparece da tua experiência entendi certo Se toda vez se Toda vez que você tivesse uma experiência acordei a caneca tivesse ali tipo um tenista com a raquete né Eu já ouvi falar isso que que que quando tu pergunta para um tenista onde é que a metade do braço dele se tu pergunta rápido ele aponta aqui quer é de certa maneira assim mas você vamos vamos vamos sup uma caneca toda hora que você can toda hora que você tá tendo uma experiência a caneca tá ali velho toda hora ela tá ali ela
tá ali ela tá ali junto de você você tirou a roupa a caneca tá ali você bota a roupa a caneca tá ali você tá almoçando a caneca tá ali você tá jantando a caneca Tá ali tá sempre aqui na mesma posição no mesmo lugar daqui a pouco você vai se identificar com ela você vai dizer essa cadeca faz parte do meu corpo uhum certo que nem a gente se identifica com o nosso cabelo de certa forma não no sentido de se identificar de ser eu sou o meu cabelo mas o meu cabelo faz parte
de mim né faz parte do meu corpo né então então de certa maneira eu costumo dizer que o o que nós chamamos de corpo é experiência mais constante que a gente tem sempre que você tem uma experiência essa experiência parte de uma corporeidade uhum né você não tem uma experiência sem corpo não existe e e e sob efeito de substâncias por exemplo você vai ter um corpo mas tu ele ele bagunça essa percepção ele vai bagunçar tua percepção pode expandir teu corpo pode distorcer O teu corpo pode fazer você parecer que você tá descolado do
teu corpo Enfim pode fazer teu corpo alterar o da percepção de tamanho de peso de forma mas ainda assim é so corpo né Eu brinco que até no sonho Você tem um corpo né É difícil de você sonhar sem um corpo o corpo vai tá sempre presente por quê Porque é a experiência mais fundamental que a gente tem né É É uma é uma experiência que vai organizar todas as outras isso é a autorreferência a autorreferência vai ser organizada a partir dessa experiência corporal Ela depende desse corpo porque a nossa autorreferência ela vai ela vai
localizar gente ela vai fazer uma referência de um determinado fenômeno certo como assim imagina o seguinte eu tenho a xícara e eu tenho o meu corpo tá certo então eu tô com sede e tem a garrafa lá embaixo também para fazer a historinha toda né então tô com sede o que que acontece nesse momento eu tenho que referenciar como é que tá o estado hidratação do meu corpo certo e onde é que eu tenho fontes de água para de certa forma controlar esse estado de hidratação do meu corpo né daí eu lembro né ou seja
tem aciona um conjunto de circuitos de neurônios em um circuito interligado de que tem uma garrafa com água aqui e aí eu programo meu comportamento para pegar para pegar cará então eu fiz uma referência do meu estado interno da minha disposição do corpo no espaço da disposição dos elementos no espaço e construir uma programação motora para pegar água botar na caneca e trazer ela até mim e essa tua capacidade de executar comportamentos como esse inúmeras vezes vai reforçando a tua percepção de existir Vai cada vez mais tem capacidade de interagir com um ambiente vamos dizer
assim tipo uma criança não sabe que existe isso que eu quero dizer eu acho que essa não é uma questão para uma criança sabe que existe todos nós sabos mas Em que momento ela tipo tem esse conhecimento né Eu acho que é no momento que ela constrói Sim essa autorreferência Ou seja que ela se torna eh capaz de emitir alguns comportamentos para manter sua homeostase ou manter alguma garantia de que ela vai alcançar coisas que sejam desejáveis ou importantes para ela né que é essa capacidade de interagir com o ambiente manifestar tem tem algumas Algumas
propostas de que as crianças integrariam isso principalmente a partir dos 3S meses né que seria um processo elas ir integrando é quando ela começa de certa forma assim tudo o primeiro ano de vida é uma revolução cara é uma revolução a o a organização e a organização e aquisição e a modificação de comportamentos que você tem no primeiro ano de vida pega um bebê recém-nascido e um bebê de 1 ano você vai ver que é fantástica cara é fantástico revolucioná É surreal É surreal né então tá e o o quando uma pessoa tem problemas com
essa autorreferência ela entra naqueles casos tipo de personalização e desrealização seria mais ou menos isso tá relacionado de alguma maneira com a percepção de existir eh Tem sim sim eu diria que sim né mas eu diria que toda vez que você tem uma condição que muda a forma como você se autorre refere né Você pode ter uma condição associada a um quadro psicopatológico né tá tipo o quê Porque a autorreferência aí eu te falei que ela é uma localização né então ela é uma localização no espaço e ela é uma descrição do meu estado homeostático
também né do meu estado químico do meu organismo então de certa maneira cara a autorreferência também vai ser uma localização do meu status social certo Pensando que nós de novo o que que isso quer dizer estat social Então vamos lá nós somos animais sociais não somos sim perfeito somos conectados numa rede que eu chamei de família comunidade enim somos conectados somos cérebros conectados entre si certo essas conexões ela estabelecem critérios de valores que a gente chama de hierarquias né então por exemplo para você tem pessoas que são mais importantes do que outras né então nós
de certa forma nos organizamos socialmente em hierarquias né Então essas hierarquias sociais elas são bastante relevantes para nós porque elas nos dizem Qual a nossa capacidade nesse padrão de comportamento político então por exemplo o que que eu posso com o fermento e o que que eu posso com o Gabriel certo a minha relação com o fermento e com o Gabriel o status que eu tenho para eles me permi irem até onde solicitar que coisas conseguir que coisas certo e eh e onde não permite então de certa forma nós tendemos a construir estruturas hierárquicas sociais e
nós de certa forma tendemos a localizar as pessoas e nos localizarmos dentro dessas estruturas sociais o tempo todo a gente calcula isso o tempo todo certo o tempo todo em todas as tuas redes porque você tem múltiplas redes né o quanto que você vale no trabalho quant que você vai no teu grupo de amigos o quanto então de certa forma nós temos a capacidade de gerar não só uma imagem da gente no tempo no espaço mas também numa posição dentro das nossas redes de relação que tem a ver com o que a gente eh costuma
chamar de autoestima certo então em parte a autoestima ela é construída pelo valor que nós pressupomos ter para os outros não é exclusivamente isso é é importante salientar mas isso tem um peso importante na nossa autorreferência né então e esse componente é bastante significativo por quê porque de certa forma a autorreferência ela não é uma coisa ela é um conjunto de dados que são organizados para localizar o indivíduo contar uma história que é do indivíduo se relacionando com o ambiente nesse caso com o ambiente social uhum certo então tipo tá Então depende sei lá dos
Sentidos dele depende dele ter memória depende dessa questão de capacidade interagir com o ambiente do do cálculo social muitas coisas com a autorreferência is muitas coisas Muitas coisas vão estar envolvidas na autorreferência Muito [ __ ] esse papo né velho sabe onde que tem papo [ __ ] também assim e profundo lá dentro do universo cognitivo que é a minha comunidade onde eu trago conhecimento para você aprender coisas [ __ ] e ver o mundo de outras formas e também a gente traz o ambiente que são pessoas todas Reunidas com o mesmo objetivo de caminhar
em direção ao seu potencial clica aqui no primeiro link da descrição que eu tenho certeza que você vai gostar tá e a gente poderia dizer que a autorreferência é existir a percepção de existir eu diria que de existir é contada como uma narrativa Onde existe um protagonista que é desenhado pela autorreferência acho que a gente conseguiu responder a pergunta de certa forma é eu acho que a gente deu uma volta grande mas eu me senti que a gente conseguiu responder a pergunta A grande questão é que essa pergunta é muito Ampla ela enseja muitas coisas
né E aí por exemplo a gente começou falando dessa dessa natureza humana que é uma natureza de um organismo social Sim certo nós falamos dessa característica humana que é de que a gente pode de certa forma nos nutrir a partir das experiências dos outros pela linguagem né mas também falamos que a linguagem ela permite com que determinadas eh narrativas sejam mais Eh mais consensuais ou ou ou ou mais precisas e outras não sejam tão consensuais ou imprecisas né E que isso de certa forma é importante paraa Nossa organização né organização política e econômica por que
que organização é política econômica Porque a gente já falei isso em outro podcast eu acho que aqui mesmo porque nós nos relacionamos sempre de maneira econômica e política Ou seja eu sempre tô me relacionando com você porque eu quero alguma coisa de você e você porque obviamente quer alguma coisa de mim então são relações de troca relações de troca são relações econômicas pode ser inclusive troca de afeto certo eh por exemplo geralmente quando a gente ama alguém a gente espera receber aquele amor de volta o que é um paradoxo porque eu nunca sei o que
que a pessoa tá sentindo certo eu tenho alguns comportamentos que podem me indicar que ela gosta de mim ela tá sempre perto de mim me manda mensagem me faz carinho né então eu posso pressupor a partir disso que tem um afeto envolvido na outra pessoa mas o que ela sente eu nunca vou saber né por isso mesmo que ela manifeste no comportamento verbal tu não tem como realmente saber tem como saber né a pessoa pode dizer é eu gosto muito de você e de certa forma dear uma faca nas tuas costas pode ser né um
exemplo mais is é meio dramático não fica mais claro né mas pode ser pode ser né Eh os os os animais têm autorreferência Eu acredito que sim que uma uma boa parte deles dado a construção do sistema a construção a elaboração do sistema nervoso central é o fato deles terem algumas características em comuns com a gente não digo exclusivamente os primatas né mas o fato de serem animais sociais de eh terem uma estrutura hierárquica de dependerem de trocas internas de alianças me faz crer que eles TM uma autorreferência também eles têm essa esse sistema muito
parecido com a gente que tu falou de uma de uma rede como se fosse tal qual uma rede neural com comunicação animais animais que vivem em sociedade né tendem a a criar algum tipo eh de relação entre si né Essas relações podem ser qualitativamente diferentes mais ou menos elaboradas né mas em geral eh existe alguns Alguns conjuntos de elementos que fazem com que seja mais vantajoso eles eh estarem juntos e alguns sistemas que possibilitam algumas trocas de informações não necessariamente que nem a gente falou do comportamento verbal né e e e quando tu vai eh
pegando animais com menos complexidade de comportamento verbal e sei lá então tu sai dos primatas e dos mamíferos e tu vai pros répteis is isso isso é uma coisa interessante sabe fermento porque e E aí tem uma discussão muito bacana para nós né que que que é muito importante pra gente entender a importância da ciência né porque eu não posso inferir um estado mental né em um organismo M nem dizer como que ele Experimenta a existência certo porque eu não tenho acesso ex eu acho que vai sempre ser impossível acho que a gente nunca vai
ter acesso à experiência do outro porque quando a gente tiver acesso à experiência do outro ela deixa de ser dele começa a ser nossa porque sempre vai ser sempre vai ser influenciada pela nossa própria experiência não tem você tá Você tá preso na tua experiência você nunca vai ter uma experiência que não seja sua certo então de certa maneira e não dá pra gente fazer essa inferência a gente eu não sei o que que se passa eu não sei o que se passa na sua cabeça eu imagin que que hipoteticamente eu conseguisse apagar tua memória
fazer tu viver uma experiência e depois eu te boto de volta e tu tem a soma das duas experiências e tu assimila uma com a outra mas a partir do momento que eu tiver a soma das duas experiências uma interfere na outra noss nossas memórias interferem na nossa experiência interferem na forma como nós percebemos o mundo se prefere efetivamente na maneira como nós construímos a realidade certo no que que nós percebemos o que que nós demos importância o que que passa completamente desapercebido pra gente certo a nossa memória ela vai efetivamente direcionar todos os nossos
sistemas sensoriais e filtrar as informações que são pertinentes o tempo todo o tempo todo certo Por isso que a neurociências Ela traz uma perspectiva epistemológica bastante importante pra gente por quê Porque a natureza dos fenômenos não tá ligado necessariamente é o que tem fora de nós mas assim como essas informações são processadas no nosso cérebro certo então a realidade meio que não importa o que importa é o nosso processamento da realidade a realidade é o nosso processamento não existe realidade fora do nosso processamento mas mas mas então quando a gente concorda que algo é Real
o que que isso quer dizer é um consenso tá é um consenso dos nossos processamentos isso quando a gente não concorda alguém tá tendo uma Alucinação Se eu disser Nossa fermento essa sala tá derretendo né você vai dier Vixe esse aí usou uma droga forte né Por quê Porque daí não existe o Consenso das experiências né mas então então o que é a realidade é o que é possível construir nessa interação entre o organismo e o ambiente e que corresponde a eventos que são eh do qual o organismo é sensível mas que de certa forma
seja um consenso para todos os organismos não necessariamente um consenso mas é bom que seja consensual porque ele nos permite nos organizar como eh como sociedade certo imagina por exemplo você me perguntando uma coisa eu respondendo outra você per perguntando Ah então qual é a o o o qual que é a importância da percepção de si mesm eu dizer cara então aquele dia que a gente tava lá eu acabei saindo então né de certa maneira a gente tem que entender mas mas assim ó se eu digo para ti Cara eu tenho uma ten uma bola
aqui de luz flamejante isso tá aí tu vai dizer cara não tem não tem aí a gente vai olhar pro Gabriel isso Gabriel Gabriel tem uma bola de luz ali não tem não tem mas ISS se eu acho 50 caras que vem essa bola de luz flamejante aí você tem um um consenso mas não é um consenso ao mesmo tempo né porque daí tu pode achar 50 que não vem e pelo menos entre esses 50 que vem tá então tu começa a ter alguma eh assim individualmente sempre é uma Alucinação vamos dizer tipo individualmente é
muito questionável eu diria que a diferença entre Alucinação e realidade é o Consenso tá né então por exemplo por exemplo vou te mostrar isso né E o pessoal vai me chamar de terra planista mas tudo bem eu acho que vale o experimento social os terraplanistas eles partem de uma experiência empírica Eles olham para horizonto e vem o horizonte retinho certo certo eles vem que o céu tá em cima ele diz cara tem uma força puxando as coisas para baixo ou a pizza tá subindo a toda a velocidade certo eh Então deve ser lá ter um
domo ter alguma coisa ali eles vão tentando de certa forma adequar as explicações que eles têm aos dados que eles têm que eles têm eles estão pi realidade com os instrumentos que eles instrumentos que ele tem e com os dados que eles têm certo e daí elez não cara terra é plana né E daí se você consegue uma justificativa para isso de existe um sei lá um governo profundo o governo profundo né que tá alterando as nossas percepções e modificando e que diz que a Terra é plana para ajustar o mundo a uma cosmologia e
nos dominar enquanto escravos de um sistema né somos escravos do sistema eh obviamente que isso para essas pessoas para algumas dessas pessoas vai ser uma coisa interessante e que tendo outras pessoas que estão falando com aquilo gera um consenso e gera um um burburinho naquilo né eu digo que é que é interessante demais a gente chegar em 2024 e as pessoas estarem discutindo o formato da terra eu diria que porque interessante Ah porque aí que que eu ia ia falar que é a questão importante para nós né cara porque na verdade as nossas percepções elas
podem nos enganar elas podem ser ilusões né E aí o que que acontece quando a gente consegue alguns dados adicionais a gente pode inferir algumas coisas por exemplo se eu sei que uma sombra num determinado horário num determinado ponto tem um determinado ângulo né ou ou ou temou tem um determinado comprimento melhor dizendo e n outro pronto ela tem um outro comprimento eu vou inferir que o ângulo de evidência da Luz modificou em dois pontos então quer dizer que já não pode ser plana certo a gente acha que eh a terra Redonda é uma coisa
nova a terra muitos povos muitos antigos já sabiam que a Terra era uma circunferência já já já se Imaginava isso de alguma maneira então Eh inclusive o tamanho da terra já foi calculado na Grécia antiga né é circunferência perfeito então dis de certa forma cara o que acontece é que você tem um conjunto de pessoas que a partir das suas experiências acabam chegando num consenso e dão uma explicação para isso uhum certo elas explicam não olha a Terra é plana Por que que a Terra é plana bom porque o horizonte eu olho daqui até aqui
me parece que tá reto eu olho pra frente eu não vejo curva nenhuma né por isso que que essas explicações baseadas em experiências e não em evidências ela elas são quase que inúteis eu não diria que elas são inúteis elas podem ser importantes ou funcionar em determinados contextos e em determinadas situações né aí a gente pode pensar por exemplo eh do ponto de vista da física na Física newtoniana na física relativista e na física quântica né cada um deles é um é um conjunto de evidências matemáticas que procura descrever um determinado Fenômeno na medida em
que ele descreve o fenômeno e e que ajuda você a prever esses fenômenos ou a manipular eles elas acabam tendo uma importância né então eh a gente tem que ver que a verdade muitas vezes ela é só pragmática não real né então se aquele conhecimento ele ajuda a gente de certa forma a produzir algum tipo de tecnologia é bem provável que a gente dê um valor para ele de verdadeiro né ou que pelo menos a gente utilize aquela teoria aquelas leis aqueles modelos para determinados eh para entender determinadas interações certo e aí que é a
questão da ciência né porque a ciência não se trata de estabelecer uma verdade se trata do quê se trata de estabelecer um conjunto de relações que expliquem eh ou que prevejam determinados acontecimentos né então na medida em que que a gente consegue estabelecer relações que construa essa previsibilidade e nos dê algum controle sobre os eventos eh efetivamente a gente tem um modelo ou ou ou ou e uma teoria né que de certa forma vai dar conta eh desse desse fenômeno então por exemplo mas que tu não pode chamar de verdade você pode chamar você pode
chamar a física newtoniana de verdade não não mas ela tem aplicabilidade ela é importante ela é importante para um monte de coisa certo a física relativista você pode chamar de verdade cara não mas cara não dá para negar Ela tanto em termos dos cálculos que sustentam ela como também da previsibilidade de alguns fenômenos e da ajuda pra gente entender outro né por isso que muitos eh filósofos da ciência vão dizer que de certa forma a ciência tem que ser descritiva ela não tem que explicar as coisas ela tem que descrever né ela tem que ser
focada em dados por isso que a gente costuma dizer que a ciência é indutiva e não dedutiva certo a gente não deduz as relações a gente observa o que tá acontecendo a gente tá tateando mapeando pode usar a palavra mapeando eu gosto muito da palavra mapeando certo a gente tá criando mapas sobre como as coisas coas acontece e a partir desse mapa a gente tenta eh retirar relações que estão implícitas ali e que me ajude a prever e intervir em outros fenômenos eh que tenam características generalizáveis a esse né ou parecidas com esse para deixar
mais claro para as pessoas então de certa forma a ciência ela é uma maneira de a gente construir um conhecimento com sensual sem que a gente tenha que estabelecer uma verdade por quê Porque esse consenso pode est errado certo pode ser que esse conhecimento essa forma de enxergar determinado fenômeno ela tenha sido útil Tenha tenha sido capaz de se reproduzir eh em vários em vários momentos mas não necessariamente é melhor teoria o melhor modelo né pode vir outro isso acontece aconteceu Vas ve acontecendo em alguns aspectos né isso isso mas inclusive assim ó quando eu
penso no questionamento por exemplo da Terra plana eh obviamente que eu acho uma estupidez porque eu eu eu não enxergo neles um um questionamento eu enxergo uma um um negacionismo uma negação das evidências contrárias eu vou eu vou as coisas assim eu acho que é muito importante a gente questionar o conhecimento estabelecido certo sim mas questionar o conhecimento estabelecido pra gente avançar no conhecimento não para recuar uhum a gente tem que dar um passo pra frente não para trás mas eu quero levantar um ponto então eu eu eu vi uma discussão eu não lembro o
nome do cara num podcast mas era um matemático economista bem com uma capacidade intelectual elevada assim Digamos que ele ele partia de um de um de de um pressuposto no discurso dele dizendo que a gente por exemplo não vai conseguir atingir um nível de colonização interplanetária com o modelo de física atual que a gente conhece porque a partir das conclusões dele lá por cerca de 1940 1950 a gente assumiu alguns pressupostos e se envolveu em cima deles caiu numa ramificação de um galho de árvores que a gente tá muito desenvolvido tecnologicamente para um lado que
não importa o quão o quanto a gente se desenvolva nesse ramo a gente nunca vai conseguir atingir sei lá viagens cósmicas intergalácticas Só se a gente fizer uma nave de transgeracional para viajar 10.000 anos que as pessoas vão reproduzindo ali dentro etc tal e que voltar para trás e questionar alguns pressupostos já estabelecidos na visão dele em relação a esses conceitos de física lá que envolve Porque que a matéria é quiral e não sei o que as coisas muito loucas seria essencial e ele acha que a energia por exemplo da do de um Elon musk
da vida que tem muitos recursos muito dinheiros muito dinheiro não deveria est alocada em desenvolvimento tecnológico nesse setor mas sim em revisitar essas questões físicas antigas e fazer novas perguntas para tentar achar outras ramificações bom eu eu acho que faz sentido isso né Eh Talvez o que ele queira colocar é que talvez a gente tenha que revisitar algumas soluções e ver se a gente não tem soluções alternativas para isso né agora a gente tem que pensar que os modelos físicos Eles são muito bem fundamentados na linguagem matemática a matemática é uma linguagem que estabelece relações
abstratas entre os elementos e n e nos possibilita pensar o impensável certo então de certa maneira quando a gente fala nessas teorias a gente fala eh num conjunto de relações que também estão fundamentadas nessa linguagem matemática né então pode ser que voltando a alguns pressupostos desses elementos que que que construíram essa visão que a gente tem eles de alguma maneira pudessem eh melhorar a nossa capacidade de viagem interplanetária Inter interstelar intergalática enfim certo mas eh a questão é que de certa maneira as ideias elas também passam por um processo de seleção né então quer dizer
algumas uma seleção Cultural de certa social pragmática que que tu quer dizer com pragmática ela tem uma utilidade para nós ela vai virar uma ferramenta né então a gente tem que pensar por exemplo com a física que tem hoje talvez a gente não viaje pelos planetas mas a gente consegue olhar dentro do cérebro né a gente consegue ver o quanto que o cérebro tá consumindo de oxigênio ou de glicose a gente consegue ver onde tem fluxos sanguíneos a gente consegue mapear lesões no cérebro né tô dando um exemplo Então não dá pra gente questionar todo
nosso conhecimento por conta da nossa incapacidade de fazer viagens intergaláticas a gente tem que pensar no que que ele construiu porque foi o que ele construiu o que ele criou que de certa forma fez com que esse conhecimento se perpetuasse uhum né então se você quer se você quer se você quer usar essa tecnologia você tem que ter o mínimo de previsibilidade saber como que determinados fenômenos se comportam para que você possa entender determinados processos então por exemplo a capacidade de a gente detectar Campos magnéticos e desenvolver aparelhos sensíveis a isso fo foi muito importante
pra gente desenvolver aparelhos de ressonância uhum certo e os aparelhos de ressonância são ferramentas para investigação em áreas de saúde não exclusivamente em áreas de saúde mas em especial é onde elas têm mais destaque né então a gente tem que pensar que e essa aplicabilidade agrega o valor a esse conhecimento né ela faz com que esse conhecimento tenha e faça sentido eh em termos de que ele seja digamos assim verdadeiro né ou que de certa forma nós temos um consenso na comunidade que se você seguir determinados preceitos ou uma receita você vai chegar em determinados
resultados Então isso é isso é muito importante né cara então a a a a ciência básica ela nutre a gente com uma série de relações que nos permitem construirmos tecnologias uhum certo então as tecnologias que a gente construiu até hoje nos permitiram chegar em Marte né ainda que com sondas nos permitiram chegar em Martes se nós não vamos chegar ou colonizar outros planetas que tão fora da nossa do nosso sistema solar ou fora da nossa galáxia eh Pode surgir uma uma série de outras eh conhecimentos que hoje seriam disruptivos e que vão dar conta disso
ou na medida em que se vai se gerando essa necessidade V se buscando conhecimentos e técnicas que possibilitem isso e talvez esses pressupostos sejam revisitados lá na frente sejam ou sejam de vez abandonados a gente cria outros que não existem hoje mas que dê conta de ISS Exatamente exatamente né então é é uma coisa interessante porque a o que você a perspectiva que você muitas vezes parte é uma perspectiva do Realismo de que existe uma realidade fundamentada eh que independe do sistema de processamento do indivíduo né e eu costumo dizer que a realidade é uma
construção é uma interface entre um ambiente e um ambiente externo certo no sentido de manter homeostase Ou seja no sentido de manter uma garantia de que as reações químicas que mantém aquele organismo processando informações ou seja vivos sejam mantidas e prolongadas pelo máximo de tempo possível mas mas então isso isso quer dizer que na na na tua opinião na tua percepção quando o indivíduo ele ele deixa de existir é como se a realidade não existisse mais sim de certa forma sim eu diria para você fermento Se você morrer a realidade Deixa de existir eu não
tenho como saber se sim ou se não então para mim ela deixou de existir porque eu deixei de experienciar Exatamente exatamente para você ela deixou de desistir mas eu tenho certeza que não quer dizer eu não vou saber mas tipo pelo que a gente sabe as pessoas morrem a gente continua extio vamos vamos vamos eu eu sempre proponho um um um experimento mental né vamos vamos dizer que você tá eh sedado sonhando né E tá né é toda a tua experiência depende desse desse sonho né a gente pode dizer que quando você acordar essa realidade
vai se acabar né então de certa maneira dá pra gente pensar na vida mais ou menos dessa forma né velho é o é um sonho que a gente experimenta desperto e que quando a gente morre a gente simplesmente encerra ele né então a realidade ho gente acorda faz saber não é não não é uma questão para mim eu eu eu eu tenho firme fé nessa vida né ainda que ela seja uma Alucinação né porque é a Alucinação que eu tenho para viver né a Alucinação que de certa forma me cabe e que eu gosto dela
uma Alucinação Zinha bem feitinha em alguns pontos ela é consensual vários pontos espero né A maioria Eu espero que sim né Eu espero que não esteja alucinando Agora sim do trancado do do num quarto acochoado com uma camisa de força delirando que est no podcast né Espero que esper que não talvez no futuro talvez no futuro isso seja possível pode ser que sim Muito [ __ ] esse papo né velho sabe onde que tem papo [ __ ] também assim e profundo lá dentro do universo cognitivo que é a minha comunidade onde eu trago conhecimento
para você aprender coisas [ __ ] e ver o mundo de outras formas e também a gente traz o ambiente que são pessoas todas Reunidas com o mesmo objetivo de caminhar em direção ao seu potencial clica aqui no primeiro link da descrição que eu tenho certeza que você vai gostar através de a explica com isso né mas eu acho que sim que de certa maneira isso tem um elemento importante pra gente né de que é isso que eu sempre destaco né a experiência ela é absoluta não existe nada fora da tua experiência nada existe fora
da tua experiência você vai dizer não mas as coisas existem tem gente agora que tá lá na LCA tomando sorvete tudo bem mas você porque você criou uma imagem disso agora isso se tornou uma experiência para você certo mas mas antes o que tá o que tá acontecendo lá é aleatório a tua experiência tu tu acha desconfortável de alguma maneira esse tipo de pensamento as pessoas costumam achar isso desconfortável sim porque tira muitas seguranças eh de certa forma mexe com uma série de regras internas de crenças que a gente tem e coloca as pessoas numa
sensação de vazio as pessoas elas têm uma sensação de controle que é muito importante para elas né de que ela tem controle sobre algumas coisas de que ela tem controle sobre a vida de que ela vai chegar em alguns lugares né quando a gente mexe nesses pressupostos as pessoas tendem a se sentir desconfortável e muitas vezes a reagir em relação a isso né esse desconforto seja negando esse conhecimento seja buscando mais conhecimento seja reforçando os seus critérios de de realidade de verdade para que eles sejam condizentes com as suas crenças então em geral é é
abandonar os seus valores e suas crenças não é um negócio confortável né A maioria de nós resiste Tu sabe o que que eu acho engraçado é que eu percebo no no na no discurso que tu traz né na na maneira que tu respondeu Tudo o que eu perguntei aqui que eu acredito que tenha uma influência científica muito grande da neurociências principalmente mas não exclusivamente também né um pouco de filosofia filosofia é percebo uma semelhança muito grande com algumas narrativas religiosas entende a a a maneira que tu explica cientificamente que somos uma rede quase neural conectada
é a maneira que algumas religiões é na verdade eu não explico eu descrevo uhum né eu descrevo algumas relações que às vezes não tão tão Claras paraas pessoas né porque a gente tem uma tendência por exemplo a se ver como indivíduos uhum né De que De certa forma nós teríamos uma autonomia estrutural né e de que o outro teria uma influência mas não uma gerência sobre o nosso comportamento né E essas questões para mim elas são questionáveis né porque um Nós não somos nós somos indivíduos enquanto colocados eh nesse sistema de redes que eu falei
né então nós somos em vez de indivíduos eu gosto de falar unidades de processamento né então nós são as pequenas unidades de processamento nesse conjunto de redes né não temos uma autonomia estrutural né as nossas autonomias são muito limitadas Mas é engraçado como isso parece com discursos muitas vezes religiosos não sei se tu já ouviu esse tipo de semelhança assim tipo que as pessoas falam nós estamos todos conectados existe um inconsciente coletivo o que você faz afeta o o comportamento do próximo é eu eu até uma lei do Karma se tu for pensar Então vamos
lá eu acho que a grande diferença diz respeito é que a maior parte desses eh discursos estão são transcendentes que que isso quer dizer isso quer dizer que eles de certa maneira acham que a realidade é algo que transcendem o que nós estamos vivendo aqui entendi certo então de que nossa vida por exemplo é essa vida existe em função de uma outra vida que a gente vai ter que seja uma vida no Paraíso ou reencarnada de alguma forma pós a morte ou que a gente tem uma alma cer e eu parto de uma premissa que
é imanente tá por isso que eu disse que a nossa experiência é tudo tem nada fora da experiência quando você morre a experiência acaba certo a realidade a tua realidade acaba aquele mundo que você construiu que é singular e que é só teu ele acaba certo então eu parto de um princípio de que eh nós somos um conjunto de informação organizados que tem eh organizados no tempo e no espaço certo na medida em que o tempo e espaço vão se modificando ou o tempo espaço vai se modificando a gente vai modificando a nossa organização até
o momento que ela não é mais possível Uhum E daí biologicamente possível biologicamente né E aí acabou para mim não tem uma transcendência nesse sentido né e é o que tudo indica que a gente tem mais evidências de que isso a gente não tem evidência de que que não é só isso né no caso Ah eu eu diria o seguinte velho que essa vida Eu sei que existe então eu cuido bastante para que ela seja bem aproveitada boa né Então essa vida eu não tenho como negar as outras se vier lucro ou não dependendo no
meu caso pode ser que não né Eh mas é mas é mas é interessante isso né porque e aí eu me lembrei de uma coisa cara outro dia me ligaram eu nem respondi me ligaram não me pediram para mim fazer um um vídeo falando para adolescentes o que que eu falaria pro perinho adolescente né O que que eu diria pro perinho adolescente hoje no Alto do meu 52 anos e eu fiquei lá matutando nisso cara né E aí eu cheguei a uma conclusão que é uma conclusão que eu já tinha chegado antes mas eu não
me lembrava dela eu não falaria nada pro perinha adolescente por qu eu não diria nada para ele porque se eu dissesse alguma coisa ele ia viver as coisas diferentes do que Ele viveu e tu gosta do que tu viveu eu não queria que ele vivesse as coisas diferentes do que Ele viveu porque senão quem estaria aqui não seria eu né então eu ficaria bem quietinho e dizia se [ __ ] velho vai Desc as cois você coisa geraria um efeito borboleta terrível né até é porque cara se eu tivesse que viver minha vida de novo
eu ia querer viver ela exatamente como eu vivi Ah mas teve um monte de coisa ruim vida que o niet propõe lá você vai ter um monte de coisa ruim mas tem tem mas nem no meu caso nem tem tantas coisas ruins assim algumas outras pessoas talvez gostariam de prever e mudar algumas coisas porque a vida delas efetivamente talvez tenha sido mais carregada de situações mas no meu caso cara eu o que que eu ia em que lugar melhor que eu ia est do que o que eu tô agora certo então eu fico pensando tá
mas que que podia ter mais dinheiro cara mas P eu tenho eu eu eu eu tenho evidências de que ter mais dinheiro não necessari a a a melhor um monte de qualidade me possibilita um monte de coisa mas também não é efetivamente o que vai fazer uma diferença Sublime na minha vida eu tô no lugar que eu quero né então pô tu tem uma pista de skate em casa tu mora de frente pro mar lá pega a onda tem uma família linda tem uma família linda tem uma mulher fantástica cara [ __ ] vou mudar
o qu velho né tô satisfeito velho eu ten trabalho para preservar isso que eu construí mas o que que tu diria então para esses adolescentes ou paraas pessoas que estão acompanhando que tu não diria para ti né Mas tu diria para elas por Então eu acho que tem uma coisa eu até te falei no começo assim que eu acho que é muito interessante né velho eu já tinha a vida que eu queria antes de ter dinheiro né então isso é para mim foi muito importante porque para mim fazia muito sentido não fazia sentido trabalhar para
viver né fazia sentido viver do trabalho do ponto de vista de que o trabalho tinha que ser alguma coisa que tá ali em conjunto com a minha vida somando nas minhas experiências né só que para isso tu tem que de certa forma ter uma ótica sobre a vida que te permita sentir prazer em coisas que não exijam dinheiro no caso é eu acho que tem muitas coisas que nós não eu tenho certeza porque tipo eu tenho certeza hoje Se eu ganhasse 30 vezes mais do que eu ganho não mudaria tantas coisas assaria tantas coisas é
eu eu eu vou te falar que eu tive uma mudança em termos de acesso financeiro e que cara foi muito legal agradeço a Deus todo dia mas assim a proporção de dinheiro que eu ganhei não Não aumentou proporcionalmente o meu bem viver né aumentou melhorou um monte de coisa tirou um monte de preocupação um monte de preocupação né mas obviamente eh eu já tinha uma vida que tava alinhada com coisas que eram importantes para mim né com preceitos que eram importantes para mim antes de eu ter acesso ou ou uma maior acesso a dinheiro sempre
fiz uma uma trajetória que eu eu gosto de pensar numa trajetória evolutiva assim em termos profissionais e e financeiros também né então que eu acho que é o normal para maior parte das pessoas né a gente começa lá atrás eh com mais limitações e vai se organizando vai eh melhorando no trabalho vai criando redes eh profissionais e cada vez as coisas acabam eh otimizando um pouquinho essa relação com o trabalho com as Finanças né mas eh obviamente assim é muito importante que a gente não não para mim é muito é muito importante para mim né
que a gente não abra mão da vida pelo futuro né mas não quer dizer que a gente não tem que pensar no futuro né o futuro tem que ser um pensamento que tá de certa forma conectado Aliás o presente é o que conecta o passado com o futuro né então você usa tuas experiências anteriores para projetar o futuro e tem algumas coisas que estavam no meu presente que eu quero e Queria e quero que se mantenham no meu futuro né então eh a partir do momento em que eu entendi isso que eu entendi qual eram
as experiências que de certa forma aumentavam a minha vontade de estar vivo e de mergulhar na vida eu fui lá cultivar elas né mas elas já estavam presentes antes digamos assim de eu ter uma situação financeira mais confortável e isso e isso eu acho muito importante porque existe um discurso que tá muito ligado eh a meritocracia de que a gente tem que sofrer para alcançar algumas coisas né que o sofrimento que nos dá mérito e eu acho que esse é um discurso perigoso em muitos aspectos né porque ele coloca a gente numa condição negligência com
a saúde neg negligência com nós mesmos com a nossa vida né com a nossa existência né a gente tava falando do existir né então às vezes quando a gente e e se projetar pro Futuro pro futuro melhor é uma forma de transcendência também porque você sai do aqui agora e te joga lá PR fr certo Apesar de que a gente obviamente tem que ter um planejamento né mas dentro desse planejamento tem que est contemplado a tua existência tua existência nesse mundo ela não pode ser negada nisso em função de uma imagem de futuro que você
que você fez né Então para mim De certa forma esse é um componente importante assim né de que aproveite a vida o máximo que puder dado que a vida é uma condição que eh tem exigências né E que essas exigências elas vão fazer com que você lide com consequências né então eu acho que essa essa essa é um elemento muito muito importante pra gente de certa forma eh educar os nossos jovens né que eles estão eh trabalhando obviamente para ter um futuro melhor né Para dar buscar uma vida melhor mas que isso não não quer
dizer que eles tenham que negligenciar coisas que são importantes para ele né e às vezes as pessoas confundem isso eh com o oba oba tipo assim [ __ ] o futuro vou me jogar curtir torrar todo o dinheiro US todas e é exatamente o contrário disso né porque de certa maneira assim a a a a questão então de estar eh gerando boas experiências Ela depende da tua integridade física já que a gente viu que o corpo é efetivamente a fonte primordial das nossas experiências né então coisas que de certa forma promovem consequências no corpo eles
não te ajudam a potencializar tua experiência né eles na verdade reduzem e limitam elas uhum né então por exemp se você dorme mal se alimenta mal as tuas experiências vão ser reduzidas vão ter que ser de certa forma mais limitadas porque teu corpo não dá conta de suportar essas experiências né então Eh essa ideia ela de certa forma é importante Ou seja você tem que tá focado em quais são as experiências que aumentam a tua potência para viver e não aquelas que diminuem a a potência para viver sim porque senão nessa linha de pensamento a
pessoa pode pensar pô eu vou viver feliz agora então já que o Perim falou e vou me entupir de droga e viver e daí ela diminui a capacidade dela de sentir ela vai diminuir a capacidade a potência dela para para experimentar não às vezes no presente mesmo né no próximo presente no próximo presente no presente imediato é isso é interessante né porque eh é é é uma ideia que eu acho que que já vem lá dos gregos né que é a ideia de que cara para você poder mergulhar na vida para você poder viver bem
você tem que ter um cuidado com o teu prazer né e o que que é o cuidado com o teu prazer é fazer com que o teu prazer não se transforme em desprazer uhum certo é garantir que o teu prazer não vai virar um desprazer né então é perpetuar essa sensação eu tô falando prazer mas eu vou dizer de viver bem né então quer dizer eh se eu se eu bebo todas né então bebo todas provavelmente eu vou ter alguns efeitos disso que é não me lembrar o que que aconteceu tá mal no outro dia
tá com dor de cabeça tá disposto então eu transformei uma uma situação que era inicialmente prazerosa numa situação extremamente desagradável no qual minha potência de existir foi diminuída né então por exemplo se eu bebi para caramba e inclusive se tu fizer isso inúmeras vezes tu pode diminuir a tua vida por exemplo é tu pode ter sei lá eh câncer de estômago por causa da bebida a gente a gente a gente tá falando isso e eu lembrei de uma postagem do João Gordo ele fez 60 anos agora né E o João gordo é um cara que
mudou muito o estilo de vida dele né porque foi um um cara assim que tinha uma vida bem desregrada digamos assim em muito tempo e também teve muita sorte né tá vivo até agora aos 60 né mas nos últimos anos ele teve uma série de problemas respiratórios algumas internações e ele ente foi assumindo cada vez um estilo de vida que preserva mais a vida dele ou seja que faz com que ele tenha mais potência para continuar vivendo as coisas que ele gosta que ele ama e assim por diante né e e eu chamo Atenção para
isso né que é um pouco isso assim como é que as tuas se as tuas experiências elas vão potencializar as próximas experiências ou diminuir ela porque eu posso ter uma experiência bacana com álcool mas ele pode me levar uma semana de experiências ruins né então eh a eu tô potencializando a minha experiência eu tô diminuindo a minha experiência né Tu pensa nisso com frequência ou para ti virou Ah eu acho eu acho que é um pensamento de é uma é é uma coisa que é uma regra importante para mim ela tá na base da forma
como eu olho a vida e como eu me organizo né Ela é uma coisa bastante bastante relevante para mim né de de efetivamente não abrir mão dessa vida em função de uma outra vida de uma vida futura né mas de obviamente Não desprezar o tempo como elemento fundamental da nossa da nossa vida né então Eh é uma coisa que eu penso bastante na verdade na verdade o pensamento e tá muito parecido com isso que eu falava é é um pensamento ligado à morte né que eu gosto muito que é pergunta que eu acho que todo
mundo deveria se fazer assim se eu morrer agora eu tô satisfeito com a vida que eu tive né pensamento interessante se a resposta foi afirmativa eu acredito que você tá vivendo da forma certa né se a resposta for negativa talvez você tenha ida tempo para modificar isso né então eh eu acho que essa Companhia da Morte essa perspectiva de imanência ela de certa forma faz com que que esse pensamento ele eh te direcione te dá um sentido eu é te tem um componente espiritual aí né mas tirando a parte do Espírito existencial existencial né melhor
existencial já que a gente tá falando da de algo mais material mais isso isso mas é é é é interessante né porque a gente fala muito de experiência né dessas coisas da da conexão dos afetos de sermos animais sociais né cara e falamos muito dessa questão da Verdade falamos de evidências né Eh e para mim tem uma coisa muito importante em relação a isso que difere das outras Ciências porque por exemplo eh se a gente for pegar física que a gente falou astrofísica né cara você precisa efetivamente de relações consensuais porque você tá falando de
um fenômeno que é um fenômeno que de certa maneira pode ser compartilhado com as outras pessoas mas quando a gente tá falando de psicologia em especial de psicoterapia a gente tem uma característica muito distinta nele porque a gente fala de um fenômeno que não pode ser compartilhado ele sempre é interno P interno certo e E aí tem um componente que é importante quando a gente pensa nisso a partir da ciência por quê Porque quando a gente pensa a partir da ciência A ciência é um comportamento social ou seja nós construímos primeiro é um comportamento humano
é uma coisa que o ser humano faz segundo é um comportamento social é uma coisa que a gente faz em com outras pessoas certo e por isso que a comunicação é tão importante né E então de certa maneira eh quando a gente pensa nas outras ciências a questão do Consenso ela é muito relevante mas quando a gente pensa na psicologia a questão do Consenso ela é relativa E por que que ela é relativa porque eu tô falando de uma construção individual e absoluta certo então de certa forma a psicoterapia e a ciência que constrói evidências
pro processo psicoterapêutico ela tem que levar isso em conta Uhum que naquele processo a gente tá fazendo uma organização da experiência individual mas ela ela mesmo sendo individual ela tem pontos em comum com outros indivíduos por isso que é possível tu encontrar evidências então eu diria que tem alguns corpos de evidências Primeiro as evidências que dizem respeito a a o que a gente faz certo o que que é a psicoterapia né E como se faz isso né então evidências que me mostram que determinados procedimentos levam a resultados né Essas evidências em alguns aspectos elas podem
sim ser construídas consensualmente então eu posso pegar um grupo de pessoas aplicar uma prática x pro outro aplicar uma prática y e comparar ela de acordo com alguns parâmetros e dizer olha prática x teve uma performance tanto superior à prática Y certo então esse conhecimento é muito importante ele é essencial eh para que a gente escolha métodos práticas e ferramentas que sejam mais seguras pros nossos pacientes por outro lado como eu disse é uma construção pessoal E aí a gente tem que tá atento todas as idiossincrasias que dizem respeito ao indivíduo suas crenças sua vivência
suas capacidades eh capacidades cognitivas e outras questões que podem atravessar o processo certo e de como que ele constrói a experiência dele né Então por quê Porque o psicólogo ele não é alguém que vai de certa forma destituir a experiência do do seu cliente para impor uma nova experiência que seria experiência verdadeira mais certa ou mais correta né ou que levaria ele a ter menos sofrimento vamos é porque bom isso Isso é uma outra discussão Mas é porque assim é difícil de eu afirmar que uma prática terapêutica vai eliminar o sofrimento da pessoa né mas
é o objetivo de certa forma diminuir é o objetivo que ele lide com aquele sofrimento da melhor forma possível que a relação econômica custo benefício que ele usa para L dar com situações que fazem ele sofrer eh se T se torne cada vez mais benéfico para eles certo então é a gente precisa e e e a questão de Sofrimento ela é muito subjetiva certo é difícil da gente determinar um quanto de Sofrimento né é a mesma pessoa numa situação muito próxima às vezes pode sofrer mais e às vezes menos né mas enfim o que importa
aqui é que dentro de dentro desse conjunto eh de idiossincrasias que dizem respeito ao indivíduo a gente tem que construir uma um conjunto de evidências que faça sentido para ele então a gente tem que pensar que o processo psicoterapêutico é um processo de investigação que busca mapear um determinado comportamento certo eh estabelecer relações sobre esse comportamento e construir eh estratégias ou procedimentos que possam de alguma forma modificar esse comportamento para que a relação custo benefício seja mais benéfica seja mais benéfica seja melhor pro indivíduo né então para isso eh a gente usa um conjunto de
técnicas e é importante que esse conjunto de técnicas de certa forma tem uma validade ou seja eles eh cumpram o que eles estão prometendo certo por outro lado quem vai buscar as evidências do que tá acontecendo e das relações entre esses acontecimentos é o cliente porque é ele que tá tendo a experiência então ele vai trazer um conjunto de evidências que tá ligado a experiência dele Óbvio que eu de certa maneira vou instrumentalizar vou vou dar uma série de ferramentas para que ele colete dados certo faça descrições desses dados e Tragam pro contexto da da
discussão né onde a gente vai analisar e discutir esses dados que ele que ele trouxe Então nesse caso a psicoterapia ela propõe novas experiências né e por que ela propõe novas experiências porque a gente Analisa um contexto de uma determinada experiência as relações que existem nesse contexto E aí a gente propõe que a pessoa Experimente mudar alguma coisa então é um nova experiência né Eu costumo dizer que é um experimento né um experimento disposição um experimento comportamental né E aí analisar os resultados desse experimento então o processo psicoterapêutico ele tem um processo de avaliação intervenção
e reavaliação né É é é nesse espaço que a gente vai ver se existem evidências de que aquele procedimento que a gente propôs foi efetivo para mudar a situação de forma que a relação custo benefício pro cliente seja mais positiva e que os resultados de certa forma estejam mais a contento dele uhum certo então isso é muito importante porque senão eu trabalharia eh de forma a impor um conjunto de regras ou de valores para esse indivíduo e de maneira que ele assumisse isso como verdadeiro de antemão e isso tivesse poder de modificar o comportamento dele
né isso infelizmente não funciona será que não funcionaria não não funciona não funciona sen não você tinha sen não você tinha sido educado de acordo com os preceitos que teu pai passou para você né e muitos deles tem é que daí existe daí entra essa questão da indual porque a individualidade é muito complexa ela existe fatores genéticos biológicos comportamentais infinitas situações das min experiência ao longo da vida porque a experiência de cada um é é diferente como ele recebe essas informações como ele organiza essas informações é diferente por isso que você tem que eh de
certa forma eh partir de uma análise que diga respeito a a ao o espaço de experiência daquele indivíduo né que às vezes é divergente inclusive da experiência do terapeut eu nunca tinha feito essa conexão quer dizer eu nunca tinha entendido isso né mas o o porqu de fato a psicoterapia é uma ciência diferente porque ela está diretamente atrelada a existência do indivíduo e a percepção dele de realidade eu nunca tinha feito esse link idade né ela é Ela é por um lado consensual né por outro ela tem essa característica que é efetivamente totalmente individual ela
tem uma série de elementos que são privados que o o o terapeuta não tem acesso que a gente só vai ter acesso a partir do comportamento verbal do paciente quando ele te fala daquilo né E quando ele te fala daquilo você monta uma imagem que é uma imagem sua daquilo né Mas isso não impede que a gente tenha uma intervenção terapêutica por quê Porque eu brinco que no processo eh de psicoterapia existe um cientista e um orientador né o cientista é o é o cliente É ele que vai produzir um conhecimento É ele que vai
ter ação epistemológica eh de testar coisas de de de de coletar os dados de analisar relações de eh propor hipóteses óbvio que o o orientador pode propor algumas hipóteses também e de testar essas hipóteses né A minha pergunta em relação à psicoterapia sempre foi assim a psicoterapia pode ser científica a gente pode usar ciência em psicoterapia a minha resposta eh a minha resposta Provisória é Sim podemos sim E aparentemente funciona muito bem tá caminhando para um sim tu acha é eu diria que tá mais pro sim do que pro não né Pode ser que ocorra
alguma coisa lá na frente que eu diga não olha tá tudo isso tá errado temo que abrir mão de tudo isso Bora rever os nossos preceitos tu acho que isso que abriu muita brecha para para para por exemplo linhas terapêuticas sem evidência Cara na verdade o que abriu muita brecha para linhas terapêuticas sem evidência foi a perspectiva transcendental né de que existe uma transcendência de que existe algo além algo além da experiência né Então essa essa perspectiva ela eu pessoal que é da história da filosofia vai saber falar muito melhor disso do que eu né
mas isso de certa forma fez com que num determinado momento a gente criasse uma dicotomia entre algo real transcendente e as nossas percepções que são irreais e são enganosas certo isso já tava lá no no no platonismo só que isso foi evoluindo com uma ideia de que existe também uma essência que corresponde à verdade das coisas né então a gente acabou criando inicialmente uma ciência que era muito essencialista que ela queria por exemplo a essência da matéria né então criava essa ideia atomista do átomo que você ia chegar numa partícula única né uma verdade absa
e E isso atrapalhou o desenvolvimento da Psicologia por muito tempo né Essa Ideia de que por exemplo eh a gente tem uma estrutura essencial Nossa que às vezes eh foi atrelada à ideia de mente como processo né e isso efetivamente eh fez com que a gente olhasse pros fenômenos abre aspas mentais né ou privados de uma maneira que eles eram eh separados dos fenômenos ditos físicos ou biológicos né a famosa separação corpo mente né que eu acho que chega no auge com o filósofo Descartes né onde ele coloca como fundamento da existência e e e
da filosofia que ele propunha a ideia de que ele pensava né então se eu penso logo existo né cogito ergosum né só que o essa separação ela não não existe evidências que que baseam essa separação essa separação não existe mas não existem também que baseem a não separação tipo existem existem se você tiver uma lesão no cérebro você vai ter uma alteração vai ter alterações perceptivas de raciocínio de personalidade existe um conjunto muito robusto de evidências de que toda a nossa atividade cognitiva tem uma relação muito grande com o tecido nervoso certo essas evidências já
existem há muito tempo né Você tem uma lesão neurológica você vai ter uma alteração substancial do comportamento por isso que que que então seria impossível encontrar a mente né por isso que esse conceito de mente é um conceito ruim sem sentido sem sentido nenhum né sem sentido nenhum lembra disso que eu te falei antes sempre que você tem uma experiência tem um corpo junto você nunca vai ter uma experiência sem o corpo certo então de certa forma eh para que haja uma experiência é necessária uma corporeidade né A Experiência se organiza a partir dessa corporeidade
né um conjunto eh de estruturas que tá ligado a criar mapas do ambiente externo e interno isso é a tal da cognição corporificada não né isso aí outro cara é eu não gosto dessa ideia de cognição corporificada porque se primeiro precisa descorporificação corporificar de novo era é quando eu era instrutor de yoga eu ficava muito puto que o pessoal dizia não vamos fazer a integração corpo e mente digo cara não precisa fazer integração corpo e mente só precisa parar de separar certo para de separar né não precisa integrar só parar de separar Olha tem corpo
acabou e deu deu não precisa mais do que isso certo tem um corpo que é afetado e que se comporta da forma como ele é AD né Essa Ideia dicotômica de separar o corpo da mente ela causou um atraso no desenvolvimento da Psicologia Com certeza Ach que ainda causa eu acho que não cara eu acho que a psicologia a gente tá aí cento e Poucos Anos de uma psicologia científica acho que nos meios da Psicologia em geral essa discussão não diria que tá superada mas ela eh já não é mais uma discussão né a gente
vê essa discussão no âmbito das redes sociais né que é um é um negócio eh interessante né porque são discussões importantes e que estão sendo publicizadas agora mas essas discussões do ponto de vista dos filósofos dos dos cientistas da produção intelectual elas são elas são discussões vencidas já né cara elas são discussões que já ocorreram muitos anos né que na medida em que o público leigo vai de certa forma entrando em contato com isso tendo acesso a essas discussões eles começam a reprocessar essas informações e a gente cria esses ruídos que trazem de volta essa
essas discussões mas dentro do Meio acadêmico essas discussões estão mais ou menos apaziguados mais ou menos por que que a gente tem uma percepção de ter mente né não não que seja mas que percepção é essa que você tem de ter mente porque eu tenho percepção auditiva que tô falando com você eu tenho uma percepção de imagens auditivas que não necessariamente corresponde a imagens sensoriais que eu normalmente chamo de pensamentos né eu tenho alterações fisiológicas que eu posso perceber eh de na forma de Emoções ou na forma de eh Sensações como por exemplo calor tonteira
raiva fome enfim inúmeras mas a gente eu a gente seres humanos eu acho eu espero tem uma uma percepção de ter um um processamento aqui e que não necessariamente estaria na cabeça mas que tá num lugar diferente tu não tem a sensação ou tu sente que tu tá processando as coisas na tua mão Então me descreve a tua percepção de mente como é que você percebe a tua mente por essa pergunta é muito difícil mas eu é difícil você observar um fenômeno que você não consegue descrever eu eu acho Na minha opinião que por a
gente ter uma uma a gente tem uma dependência muito grande dos Sentidos principalmente da visão eu diria e como os olhos estão localizados na nossa Face Face a gente tem uma percepção de que a nossa calma de que a nossa Face ou de que a nossa cabeça tem um processamento diferente das coisas do que o resto do nosso corpo faz sentido de alguma forma o que eu tô dizendo se você me explicar o que que é a sensação o processamento de estímulos perfeito é tem uma coisa que é muito importante para nós assim que é
conceitos operacionais certo então quando a gente vai fazer alguma coisa consensual a gente tem que criar um conceito que seja acessível para todos que tão trabalhando naquela pesquisa um conceito operacional pra gente discutir com a mesma n discutir aquilo ali né então por exemplo se se se acabou de de observar que descrever a mente criar um conceito operacional sobre a mente é muito difícil sim certo porque ele é escorregadio Tem coisas que cabem daí você tenta enfiar uma coisa sai outra é um conceito que efetivamente ele é difícil de ser operacionalizado e portanto tem pouca
utilidade para que você use ele como eh uma ferramenta de pesquisa ou como um conceito para você eh abordar determinados fenômenos certo então isso é isso é uma questão importante agora tem tem um ponto aí que é interessante porque você falou a questão da sensação né em especial você falou das vias visuais né e a gente precisa entender o que que é isso que a gente tá chamando de sensação porque geralmente a gente pensa na sensação como uma representação de algo que está fora de mim né então eu tô o meu eu tô enxergando isso
aquii eu tô reapresentando isso daqui pro meu sistema nervoso central e essa ideia apesar de ela ser intuitiva ela tem algumas falhas porque a gente não reapresenta isso daqui a gente estabelece uma série de relações entre componentes energéticos disso daqui e uma estrutura que vai processar esses componentes energéticos Então vamos pensar na visão né como é que a gente enxerga isso daqui a gente enxerga isso daqui por conta de que o nosso espaço tá preenchido com um conjunto de energias ondulatórias que a gente chama de espectro eletromagnético né dentro desse espectro eletromagnético a gente tem
uma faixa de comprimento de ondas do qual algumas proteínas que estão na nossa retina são sensíveis o que que eu quero dizer que el são sensíveis na medida em que essas que que e essas frequências de ond do espectro eletromagnético entra em contato com essas proteínas com esses receptores elas vão modificar a atividade deles certo e essa modificação de atividade deles vai criar uma cascata bioquímica no interior da célula que vai fazer com que ela possa produzir um fluxo iônico certo que a gente chama de potencial de ação né que é uma corrente que vai
levar isso que vai junto com uma série de outros receptores que nós temos nos na nossa retina vai levar isso a partir de axônios que vão formar o nosso nervo óptico que vão atravessar o nosso quiasma óptico e que vão entrar no nosso cérebro a partir do núcleo de nic lado lateral certo que é uma estrutura do tálamo e daí Eles seguem via projeções ópticas pro suco calcarino que é onde a gente vai ter a área visual primária onde a gente vai de certa forma eh começar a processar essas informações daí a gente tem mais
de 20 áreas de processamento visual né algumas que vão acender pro córtex parietal a gente chama de via dorsal né e outras que vão eh pro córtex temporal inferior que a gente chama de via ventral da visão né então é nessas estruturas que a gente vai ter a construção do que a gente tá chamando de imagem visual certo então a imagem na verdade é uma relação de correspondência a intensidade comprimento de ondas que são refletidas por esse objeto e por características de moléculas que estão nesse objeto que a gente chama de pigmentos certo os pigmentos
fazem por exemplo que O pigmento o abelo fazem com que determinadas determinados estímulos tenham uma cor ou outra ou outra certo certo então eh de de uma de uma certa maneira a gente a construção da imagem ela é possível por causa dessa formulação e e ativação ou melhor ativação que eh o sistema nervoso central faz em função dessa forma de energia tá daí essas essas isso me causa uma sensação uma interpretação num imagem tá isso promove se você preferir o mapeamento um mapeamento vai mapear qual o comprimento a intensidade a localização certo e que vai
fazer com que eu construa uma série de relações que me possibilitem utilizar e eh utilizar esse objeto Uhum mas a sensação aí mais uma vez voltando que eu tenho o é de que isso por alguma razão não acontece sei lá na minha mão não na tua mão acontece outro tipo de sensação que na verdade é integrado com essa senão imagina o seguinte pega a tua Caneca pegou a tua caneca como é que você fez isso com a minha mão porque você estabeleceu uma série de relações entre a sensação visual e e a programação motora uhum
certo ela que te permitiu esticar a mão em tal medida fazer uma determinada pressão correlação isso você não teu cérebro você não fez [ __ ] nenhuma mas eu não sou o meu cérebro é não sei é uma pergunta interessante né porque a autorreferência na verdade ela é uma construção né quando você fala eu sou o meu cérebro eu acho que tem uma certa fid dignidade disso porque E você tá se reconhecendo cedo com essa estrutura de processamento né mas a pergunta é você é o seu Mindinho sou é também né mas eu sou o
meu corpo mas olha só que interessante porque daí você usa eh um pronome de de posse meu tá né o meu remete a um pertencimento né né Eu sou o meu corpo o eu é uma referência né Eu sou o meu corpo é eu sou o meu corpo né as relações que ele estabelece a forma como e essa esses dados são organizados na tua experiência e e eu sou minha mente aí quando uma pessoa faz essa pergunta é uma pergunta sem sentido totalmente Mas tu entende o que ela quer dizer eu não entendo que o
que que uma pessoa diz para mim quando ela é diz que é a mente dela eu não entendo velho eu não entendo eu entendo talvez nessa percepção de essencialidade dela achar que existe uma essência que é ela e que é distinta de todo outro mas isso eu não chamo de é porque eu acho que que esse esse esse processamento de de sentidos a pessoa faz uma distinção do processamento de sentidos que Digamos que mapeia a realidade para o conjunto de imagens mentais que ela forma e que ela já formou mentais de o quê Tiro mentais
tá de imagens qual que era a palavra antes que a gente usou de que ela constrói na imaginação imagem então das das experiências delas somada às imagens que ela constrói eu acho que ela diz que a mente dela essa a experiência é uma imagem tá então a a imagem Ela diz que é um Ah tá agora eu entendi o que tu quis dizer Na verdade o que você vai ver e o que é interessante para nós assim é que quando você fala de mente você tá falando de experiência você tá associando a tua mente é
uma experiência e e que experiência é essa é uma experiência que tá de certa forma limitada ao que é público consensual e o que é privado individual certo então o que você tá me dizendo de certa maneira assim eu tenho uma experiência que é consensual eu e você aqui né uma experiência privada eh só minha certo eu eu costumo dizer experiência absoluta Você tem uma experiência que você da qual você consegue compartilhar alguns aspectos comigo certo eh ou que nós experimentamos de forma mais ou menos parecida e outra que só você tem acesso Mas ess
é a mesma experiência certo só que você é um observador privilegiado de alguma Face dessa experiência que não tem acesso que diz respeito ao que tá acontecendo da pele para dentro que isso a pessoa de alguma forma chama de mente tá mas eu entendi o que tu quer dizer eu entendi porque que é um conceito inútil também totalmente inútil quer dizer inútil paraa investigação científica né no dia a dia é um conceito até útil né você pô tô com negócio em mente né O que que você tá querendo dizer sinônimo de pensamento de que você
tá planejando alguma coisa sim né que você tá relacionando com coisas e que Tá pretendendo fazer alguma coisa né ah passou alguma coisa aqui na minha mente [Música] né chega tá bom então eu diria que por exemplo eu diria que a que a doença mental é uma doença experimental que é uma doença da experiência né uma doença da experiência é a tua experiência adoecida mas tá mas se o cara tá com Mindinho quebrado ele também tá com uma experiência comprometida comprometida Ou pelo menos influenciada pela dor né A dor também é uma experiência eh de
certa forma privada né por isso que é tão difícil de mensurar a dor né E existe uma série de componentes da dor que não tem a ver com a extensão necessariamente com a extensão da lesão uhum componentes culturais Eu já ouvi falar que até sei lá se a mãe da criança está presente ela sente mais dor umas coisas assim existe uma série de componentes cognitivos que vão interferir na experiência de dor né a gente pode dizer que a dor tem um componente que é a lesão certo e o outro que é a informação né eles
não têm uma relação necessariamente proporcional né então você pode ter uma lesão pequena ou inexistente mas uma percepção de dor muito grande né ou você pode ter em alguns casos uma lesão bem extensa com baixa percepção de dor né então eh a dor é a maneira como você processa um conjunto de informações né em geral informações que estão ligadas a ameaça e risco pro organismo né então isso vai influenciar Nossa percepção de dor não só de dor de que mais de tudo de tudo é um faz parte do do do tato vamos dizer assim do
do é o tato é outro sistema sensorial é outro sistema é mas tudo bem mas é também é é um dos um dos instrumentos que a gente usa para mapear a realidade Exatamente exatamente cara uma uma última frente assim de de de conteúdo aqui pra gente encerrar seria quando a pessoa usa uma substância psicoativa isso que Mura ví se não tá nascendo uma criança Tô dando uma olhada aqui se não nascer uma criança sen não uma experiência olha a vitória botou assim amor quando sair avisa viio Nossa a gente já tava indo com câmera e
tudo maternidade fazer um podcast no cast no cast E quando é que vai doar esse podcast Cara acho que daqui umas duas ou três semanas já vai ter nascido já vai ter nascido pouco demais já vai ter nascido mas até perdi o que que acontece quando uma pessoa usa uma substância Olha que legal is isso cara eu imagino que você já usou substância psicoestimulante já ficou muito louco né velho é tipo Eu já fumei várias maconh mas eu não considerei uma experiência que mexeu tanto com com com a minha percepção de realidade quanto uma vez
que eu fumei um negócio muito louco lá eu usei dmt né dmt perfeito aí não existia o eu e tal é acabou com a autre derreteu a aut referência deru aut referência olha só que legal isso né cara eu acho muito eu acho Fantástico né cara porque a gente a gente tá falando exatamente isso né que a realidade Ela depende muito mais da estrutura de processamento do que efetivamente do do que tem fora da gente né E quando você coloca uma substância você não muda a realidade externa você muda é o que tem processamento né
E aí as coisas são reais para quem tá ali experimentando aquilo naquele momento tão reais quanto às vezes da impressão que é até mais real que isso isso é muito louco né Às vezes a sensação porque E aí tem uma coisa interessante a a realidade é um comportamento certo a realidade não é é um mapeamento ela é um comport a realidade é uma coisa que o nosso organismo faz ele faz com base em algumas capacidades deles de detectar formas energéticas tá que foi tudo que a gente discutiu aut referência interferir no ambiente sentidos ex Então
se se a sensação é algo que o organismo faz às vezes ele pode fazer diferente uhum se a realidade é algo que o organismo faz ele pode variar na forma como ele faz a realidade dependente de como tu simula CTO por isso que a realidade não é uma representação ela é uma construção certo quando você bota uma substância diferente você não muda os dados sensoriais mas você interfere na forma como eles estão sendo processados E aí a tua experiência se modifica a tua experiência com isso é diferente né E isso para nós psicólogos é muito
significativo né porque no processo psicoterapêutico a gente tá trabalhando com a experiência individual a gente usa as experiências consensuais sociais acumuladas como ferramentas para ajudar esse indivíduo a organizar essa experiência individual uhum se eu tenho uma pessoa eh que afirma que tem um contato profundo e direto com Deus eu não vou lá chegar para ela e dizer assim cara Deus não existe o Deus é um conceito inútil ou você tá delirando desculpa alucinando né eu vou explorar essa experiência que ela tá tendo com Deus Como É Que Ela implica né na na vida desse indivíduo
como é que isso se intensifica diminui Quais são os problemas que isso pode trazer a relação custo benefício disso para ela e a gente vai tentar acomodar a experiência dela dentro do que do que for mais adequado para ela e com uma relação de custo benefício mais favorável certo mas eu não tenho como contestar algo que a pessoa está efetivamente vivenciando você para ela é mentira mas isso mas quando uma pessoa experiencia algo como é que eu vou dizer É porque religião entra numa questão mais delicada por mas eu não tô eu não tô falando
necessariamente de religião por exemplo você teve uma experiência de despersonalização sim né É É uma experiência se Estendeu inclusive após o fenômeno por mais tempo do que eu gostaria pessoal não usem drogas despersonalização é um negócio que incomoda e acontece com muitas pessoas né muitas pessoas acontecem e efetivamente per tive que ficar até com uma borrachinha no para dar os tem de vez em quando para levar opa Tô vivo tô aqui mas eu tô 100% faz tempo Ah que bom Vel eh mas efetivamente é uma experiência que você vê que que gerou um monte de
significado para você imaginao que trouxe uma um monte de questões algumas inclusive podiam ser muito angustiantes algumas pessoas trazem eh experiências angustiantes com despersonalização associada ao uso de drogas né então então de certa maneira cara é tem como a gente negar essa tua experiência dizer que ela não foi real is isso não você poderia chegar e dizer para mim cara depois dessa experiência eu descobri que o ego não existe eh comecei a meditar comecei a explorar algumas escolas místicas né fui buscar algumas explicações eh no hinduísmo no budismo no xintoísmo no cristianismo né com os
cristões místicos ou qualquer coisa desse sentido né você e isso de certa forma poderia ter alterado a maneira como você observa e concebe eh as tuas crenças sobre o funcionamento da realidade de forma permanente uhum né Poderia ter sido um enviesamento aí que fizesse com que você efetivamente modificasse de forma bastante e Perpétua o teu comportamento porque a experiência é real é real e incontestável Mas o que eu quero di para quem Tá experimentando para quem tava do teu lado Nossa o fermento tá perdido vi tá alucinando né o o mas o o que eu
quero dizer é que se se eu por exemplo sou esquizofrênico não sei exatamente como como funciona mas eu tenho uma uma uma Alucinação não sei também seessa palavra que eu posso ter Alucinação e delírio na esquizofrenia Tá mas eu não sei qual que é a palavra tu me corrige só para tu entender a história eu tenho um Delírio ou uma Alucinação de que existe uma pessoa me perseguindo tá e esse é um um um Delírio persecutório um Delírio persecutório que torna a minha vida Muito desconfortável ruim para caramba ruim para caramba numa abordagem psicoterapêutica tu
vai tentar fazer eu desconstruir isso sim sim vou tentar mudar tua percepção em relação a isso tá Por que isso me faz mal a relação custo benefício não é muito boa eventualmente você gasta muita energia para evitar uma coisa que tem baixa probabilidade de acontecer sim ou do caso Teoricamente Zero isso mas primeiro a gente precisa saber se efetivamente é um Delírio né persecutório eí a gente vai avaliar só só que o que que eu quero dizer se Eu tenho um um Delírio religioso tá Deus um Delírio é vamos supor que eu tenha um um
um Delírio nesse sentido que não seria um quadro de esquizofrenia mas eu tenho uma crença religiosa muito muito forte que me traz de certa forma malefícios pode ser pode aconte muito possível é possível acontece sim com uma certa frequência o o psic psicoterapeuta nesse caso ele também teria a abordagem de confrontar essa construção a confrontação pode ser uma pode ser uma uma questão aí mas não necessariamente ele vai confrontar tu entende o paralelo que eu quero fazer eu entendi o que você quer dizer assim o cara tá com uma experiência que tem baixa probabilidade de
ser consensual Ou seja é só ele que percebe sente eh e pensa essas coisas né E isso tem uma relação de custo benefício muito ruim para ele ele gasta muito tempo ele tem respostas emocionais muito intensas em relação a isso isso eh inviabiliza a convivência com outras pessoas e isso de certa forma tá prejudicando e intensificando essa relação né então o que a gente vai tentar eh fazer a partir da própria experiência indivído é construir um um sistema que possa avaliar isso né avaliar do ponto de vista por exemplo de quais as evidências que confirmam
essas sensações né de quais as relações Eh que que poderiam de certa forma explicar ou não o porque ele tá sendo perseguido né De certa forma tu confronta ele com a realidade mas não com essas palavras não confrontar parece uma palavra muito é eu eu eu eu diria que eu faria ele investigar Essa realidade tá entendi né de buscar evidências e relações que efetivamente eh evidencie o que tá acontecendo no segundo aspecto eu vou ver como é que é que ele responde a isso quais são os padrões compensatórios dele esse ah eu não saio de
casa eu não atendo telefone eu não falo com ninguém eu quando tenho me sinto mal eu me isolo né e o impacto desses comportamentos na vida dele né então de certa maneira o objetivo aí que nem eu falei é construir um sistema de evidências que mostrem pro indivíduo que existem relações mais fidedignas né E que o custo dele para manter esse padrão de comportamento é é excessivo e se eventualmente eu tiver um um um um Delírio que tem alta chance de não ser consensual aí com com a galera que me faça viver bem ou melhor
é o que normalmente acontece quem tá vivendo bem né Eh a gente de certa forma tem uma consonância entre os nossos valores os nossos sistemas de crenças e as informações que vê até nós pelos nossos sistemas sensoriais de certa forma é um Delírio é porque é uma percepção individual da realidade é é geralmente é con porque o que que acontece o raciocínio é um fenômeno social Como assim porque a gente raciocina a partir de estruturas que são adquiridas das nossas relações sociais tá valores crenças a forma como a gente relaciona as coisas Ela depende de
toda a nossa construção social né então de certa forma o raciocínio ele é uma forma de a gente gerar consenso também por isso que a filosofia é tão importante o nascimento e o surgimento da filosofia tão importante pro pensamento ocidental né porque ela nos bota numa esteira de compartilhar um sistema de crenças e de operações eh cognitivas que são comuns uhum a a a nós certo então a gente tem que pensar que de certa de certa forma eh alguns parâmetros de de operações privadas internas que a gente tá usando eles também são compartilhados que foram
compartilhados exatamente pelo comportamento verbal uhum né então esse esse é um componente importante ess parte consensual tá bom né galera já tá com dor de cabeça bem não mas é é muito profundo né vê aí se se a gente a gente matou o que a gente planejado que você tinha adotado aí não tá ótimo a gente planejado não você vem com planejamento pronto eu vim com planejamento o perinho não tinha planejado nada eles chegar aqui eu falar qualquer assunto aqui eu puxar um livro falar hoje a gente vai falar só sobre esse vou escolher até
um aqui cara esse aqui é massa pô deixa eu ver esse aqui é do Thiago que ele é farmacologista el traz as evidências científicas da Bíblia da da química na Bíblia pô ó que legal é bem maneiro mesmo pô pô pux um aleatório aqui fiquei quer levar emprestado a pode levar mas daí tem que trazer de volta P tenho e o Professor Fernando maloi Diniz me deu um bolo de livro lá que eu tô apressado para ler Para ler para fazer umas resenhas né ele ele tem uma editora Editora Ampla se eu não me engano
e aí ele me deu material Fantástico né o professor e você não você não convidou o Malo para vir aqui ainda não H Nosa da hora é o é o cara da neurociências um dos caras da neurociências né um nome muito importante da neurociências e da neuropsicologia em especial da neuropsicologia e é um cara muito produtivo né um cara legal para caramba de falar com ele também massa chamar então então aproveita a brecha e Indica um livro pra gente cara cara tem um livro talvez relacionado a esses assuntos aí perturbadores que a gente conversou hoje
tem um livro eu tô muito interessado na questão do tempo tá né porque no tempo e espaço né porque a gente costuma pensar no tempo separado do espaço né e e a e a física relativista nos bota esse desafio de pensar o tempo e o espaço a mesma coisa né a gente pensa no tempo e no espaço porque o tempo é essencialmente perceptivo né então e a gente tem uma percepção de tempo a partir da mudança eu digo que para que exista o tempo é importante que exista memória você precisa se lembrar que uma coisa
tava aqui e depois ela mudou para cá n Mas ou seja o tempo o tempo S A relação que a gente estabelece da disposição espacial das coisas né e é interessante porque quando a gente pensa na do tempo a gente pensa das coisas congeladas no espaço né paradas né e por isso que nossa representação do tempo ela tão não sei se posso falar isso mas eu vou falar tão relativa né Não mas não relativa no sentido que o ela sempre tem que ter uma referência ela sempre tem que ter uma referência e muda a nossa
percepção de acordo com a referência de acordo com o nosso estado né o tempo uma experiência eu diria que tempo é a modifica o tempo é a modificação do espaço né do ponto de vista da percepção né Ou seja eu posso eu posso dizer que eu posso tirar minha mão de cima dessa dessa dessa chave botar ela aqui e voltar a minha mão aqui para cima dessa chave e e pensar que nada aconteceu com a chave certo que só minha mão se moveu mas é porque o recorte de tempo é muito curto se eu deixar
essa chave aqui sei lá muito tempo milhões e milhões de anos ela vai enferrujar vai oxidar vai ter poeira vai se decompor vai acontecer uma série de coisas para ela por quê porque eh o espaço tá sempre se mudando as coisas no a matéria tá sempre se modificando tá sempre se mudando a tal da entropia né que a gente sempre fala S né então então por isso que a gente não consegue voltar ao passado né porque as coisas efetivamente aquele espaço conforme o tempo passa ele já não é o mesmo espaço não tem como ele
ficar parado mas a gente tem essa ilusão né de que eu poderia voltar a um lugar do tempo como se esse lugar fosse um lugar né o o o tempo Então na verdade ele estaria eh só intrinsecamente ligado a nossa a nosso armazenamento de memórias o tempo todo tipo se a gente não tivesse memória não existiria tempo não existi de tempo né o instante é o tempo também é uma construção perceptiva né uma referência que a gente faz a modificação que as coisas ocorrem uhum né que que que de certa forma eh faz muito sentido
existir o o a memória na seleção biológica né o mais essencial né a memória aprendizado a memória as marcas que o tempo deixa né a memória as marcas que o tempo deixa ex tempo deixa exat você pode pegar um sedimento eh uma camada de sedimento e ali você vai encontrar memória porque você consegue ver as marcas que foram deixadas pelo tempo né das transformações mas mas então nesse conceito seria que que o tempo é uma variação do espaço e que não o tempo propriamente ele existe o tempo é o espaço o tempo não existe separado
espaço né por isso que você não poderia voltar no espaço para um tempo diferente Porque conforme o tempo é a alteração do espaço né E aí ou a alteração da matéria no espaço e que livro que tu tá lendo que tem isso aí cara cara e eu não eu não eu não Ou manda depois que o Gabriel põe aí na descrição eu não li ainda eu comprei eu tô louco para ler ele mas é que eu tô com muita coisa para ler mas é um livro sobre é um físico italiano que ele vai falar da
inexistência do tempo tá né de que o tempo não existe Nessa onda aí só que ele deve explorar isso em 800 pág ag me deu branco do nome do autor Outro dia eu falei dele Deixa eu ver se eu acho aqui não é um livro pequenininho Cara eu tô louco para pegar ele eu acho que é um livro de divulgação Científica Deixa eu ver se eu acho ele aqui pera aí eu fico curioso para saber o que que muda nas equações Tod quando tu ah não mas o conceito do Einstein é que o tempo e
o espaço são S exatamente acho que esse livro aqui deixa eu ver então o wste mais uma vez estaria correto pô a ordem do tempo a ordem do tempo é deixa eu a ordem do tempo Carlos Ravelli né um físico italiano que ele faz essas essas discussões boa indicação pô pra galera eu vou te falar que é interess é interessante isso sabe cara porque eu costumo dizer que tem uma parte importante da Psicologia que vem da física né e e hoje eu vou te falar que as grandes questões na psicologia que me despertam interesse elas
são questões que vão em confluência perguntas da física caraca é muito louco isso né E essa questão do tempo da nossa percepção de espaço também né a percepção de espaço é uma construção muito bacana né a gente tem áreas do cérebro que estão relacionadas a essa distribuição de percepção espacial principalmente no córtex parietal né cara então é um negócio Fantástico né Eh a percepção em si é uma coisa bastante bacana e e daí você perguntou né o que o que o que me desperta interesse eu diria que essas questões assim para mim são bastante bastante
relevantes assim e aí é legal que a gente fica eu fico fazendo vários experimentos mentais um eu já te falei né eu eu eu eu eu fico pensando por exemplo imagina o seguinte né Vamos imaginar que a gente pudesse projetar Nossa Conciência para dentro do fóton né Então teve lá o Big Bang os primeiros minutos pum surgiu os primeiros fótons e eles começaram a viajar a velocidade da luz certo na mesma medida que o universo se expandia tá na na fronteira acho que não dá para chegar na fronteira Mas enfim a luz já mais chegaria
na fronteira Mas enfim essa é uma outra discussão vou deixar pros físicos ch sacania é sacania é melhor para responder essas questões Mas vamos dizer que a gente pudesse projetar a minha é para dentro desse fóton certo esse fóton no momento que ele começou a andar na velocidade da luz do ponto de vista da física relativista o tempo deixou de existir ali então vou pensar que se a minha consciência tivesse lá e ela quisesse saber onde ela está Ela poderia estar probabilisticamente em qualquer lugar do do do universo seja logo após o Big Bang ou
no último momento dele né então a moto a posição dele é probabilística sim é uma nuvem de probabilidades da onde ele vai est externo aí ele vê a luz se projetando [ __ ] velho que loucura velho eu não sei não sei se isso funciona por isso que eu tô lendo esses livros eu quero saber se isso funciona né mas tu tem que imaginar se isso faz sentido ndo alguém fez alguém se fez essas perguntas não sei se tem equações para abordar isso mas eu imagina o que tem o que a gente chama de singularidade
né se você pensa por exemplo num buraco negro né um um um objeto super massivo que dobra o espaço sobre ele de tal forma porque isso é uma coisa interessante o fóton não tem massa ele não é atraído pela gravidade né então como é que ele é absorvido num buraco negro porque ele não é atraído é o espaço que tá se dobrando né aquela luz tá aí do do espaço exatamente ela só que ali tem uma uma curva enorme do espaço o espaço se dobrando sobre ele mesmo a gente não consegue compreender é muito difícil
por isso que a gente chama de singularidade e por isso que eu chamo a experiência individual de singularidade porque é um local que a gente não consegue alcançar na experiência individual Caraca velho olha como chega na semântica mais uma vez é essa semântica é ótima porque ela nos permite Várias Vários erros vários acertos também Tomara Perim muito obrigado por ter vindo aqui cara é sempre um prazer conversar contigo eu vou te falar que eu mesmo velho vamos fazer mais vamos fazer mais misturar uma galera louca é quando você tivesse convidado você me chama velho chama
aí ou chama Unos dois né é quando você quando ninguém quiser vir falar com fermento você me chama chama a gente escolhe um sistema aleatório daí a gente sorteia o o negócio Espero que que a galera tenha curtido aí com certeza curtiram só vão ficar todo mundo perturbado o resto do domingo vai Seme domingo galera vai ficar olhando pras paredes assim mas mas faz parte mas cara eu vou te falar um negócio interessante né eu tenho 52 anos cara putz eh aos 52 anos depois de tudo que eu estudei eu tenho muito mais dúvidas do
que certezas do que respostas né certeza eu nunca tive nenhuma velho a dúvida é minha grande grande companheira né eu ando a vida toda com dúvida as pessoas disz Você tem certeza de alguma coisa você acha que você tá certo eu tenho menor chance de achar que eu tô certo eu tô fazendo o que tá funcionando mas eh eu chego ao alto do meus 53 anos com mais dúvidas mais perguntas do que respostas efetivamente né continuo eh me nutrindo de dúvidas né e não de de respostas eu acho isso admirável é eu Obrigado cara obrigado
por ter vindo aí então pra gente encerrar com uma dúvida né como a gente sempre encerra aqui deixa uma pergunta para pro pessoal ficar refletindo aí já que é para terminar nesse climinha de dúvida uma dúvida pô mas eu acho que eu já deixei tanta dúvida aí tantas n deixa pensar uma que eu gostaria eh ou pode ser uma pergunta boa pra pessoa se fazer não eu vou deixar aquela que eu que eu fiz aqui no programa que eu acho bem legal assim se você morrer hoje a tua vida valeu a pena valeu a pena
né Essa é uma caneca seca aí Pergunta Boa Muito [ __ ] esse papo né velho sabe onde que tem papo [ __ ] também assim e profundo lá dentro do universo cognitivo que é a minha comunidade onde eu trago conhecimento para você aprender coisas [ __ ] e ver o mundo de outras formas e também a gente traz o ambiente que são pessoas todas Reunidas com mesmo objetivo de caminhar em direção ao seu potencial clica aqui no primeiro link da descrição que eu tenho certeza que você vai gostar