e [Música] [Música] eu penso que desde que essa a questão da identidade não é uma questão primeiro identidade Ah é uma nós todos sabemos que é uma construção histórica é uma construção que é uma construção política é uma construção relativa né então não existe essa ideia de uma identidade como um tijolo né ela ela é uma produção também não eu penso que esse tema da identidade seja caro a todos os países e ele é um tema mais importante para países de tradição recente né que quem for pegar o Norbert Elias no processo civilizador ele é
o primeiro a dizer ã um francês e um inglês dizem nós somos franceses e inglêses ponto né então por que que essa discussão começa em por exemplo em países como a Alemanha e a Itália né porque são países de produção recente o que dizer de países de tradição Colonial Como é o nosso caso Então até no momento em que o Brasil não era Brasil era uma América portuguesa o primeiro debate deu em torno do nome ou seja É verdade terra de Santa Cruz né numa homenagem à primeira missa ao lenho sagrado que foi colocado ou
então ah Brasil que lembrava ouv o comércio e lembrava também a seiva do Pau Brasil que era vermelha a gente escreveu isso mas então ol só uma coisa eh você escreveu muito bem eh como que até hoje nós temos essa preocupação da maneira como a gente quer se ver e quer ser visto e eu acho que você falou isso muito bem quando você aborda a questão hoje da abertura das Olimpíadas que que que essa coisa da identidade tá tá contemplada lá dessa maneira não é como somos ou como é a nossa história mas é como
a gente quer que os quer ser visto né Narciso acha feio que não é espelho e como que a gente gostaria quer que o resto do do mundo nos veja né É no livro A gente diz né que a gente em vez de ser ou não ser a famosa máxima do Shakespeare no Brasil é ser É não ser né então enfim ou ser é ser também né Essa Ideia de que a gente tá sempre se projetando né tá sempre querendo mostrar sempre correndo atrás da nossa imagem Então essa questão não para na colônia ao contrário
ah os brasileiros já foram um pouco de tudo né Já foram a os sempre exótico is franceses já fomos franceses já fomos indígenas já fomos americanos americanos já fomos divinamente degenerados depois demos um exemplo pro mundo de divinamente mestiços né um pouco da imagem na abertura dos Olimpíadas foi essa né devolvemos isso de novo né um país Ah da festa um país da Alegria das cores da mestiçagem eu não tô dizendo que não somos né mas somos isso mas somos também um país violento um país com grandes desigualdades sociais um país com grande letramento então
a identidade tá sempre em questão né pros brasileiros né E nós estamos sempre procurando um outro espelho né É tem sempre uma falha né como se e tem sempre essa coisa do querer ser outro né ah o brasileiro quer ser outro ele quer se apresentar como sendo outro então a identidade tem esse corte né como se algo falha algo não não tá bem ali é o que a gente chama um pouco de bovarismo né que vem de Madame bovari que essa ideia da Madame bovari que é a projeção né Ou seja no lugar nunca tá
muito bom nunca tá o o o lençol tá curto Então é bom a gente imaginar vamos para outro lugar Madame bovar tem uma vida pequena mediocre numa província né E aí ela lêu o romance não gosta é não gosta do marido e que essa é outra coisa então um país periférico né na borda no na na borda do mundo querendo ser outra coisa eu acho que tem a ver um pouco com isso né Sérgio Barque tem razão no barbarismo totalmente razão n que Lima Barreto vai usar quer dizer uma série de autores vão explorar essa
ideia de Queremos ser outro né e a idade a identidade é isso é um jogo de espelhos né é uma pro [Música]