Várias pessoas me pediram para falar sobre o transtorno da personalidade borderline. Então, hoje nós vamos conversar sobre as semelhanças e sobre as diferenças entre o autismo e a personalidade borderline. Como sempre, eu vou usar aqui os dados do DSM-5, agora DSM-5-TR, e os artigos científicos que eu sempre trago para vocês.
Eu devo dizer que esse é um tema para dias de debate, mas hoje eu quero trazer as informações de uma forma mais breve. Aí, se vocês quiserem, depois a gente traz mais conteúdos sobre esse assunto. Antes de nós entrarmos aqui, efetivamente, na discussão, é importante também dizer que este vídeo não deve ser usado como um instrumento diagnóstico, porque, na realidade, ele não é mesmo a que o objetivo, então, é elevar a sua consciência sobre as suas características.
Caso você se identifique com as descrições que eu vou trazer, a ideia é que você busque ajuda, ajuda psicológica, e que você saiba solicitar algum esclarecimento, se for necessário, né, durante essa conversa com esses profissionais, porque é bom compreender e até saber verificar o que você realmente tem e o que você não tem. Às vezes, eu atendo mulheres que tiveram diagnóstico de borderline e elas não concordam, mas não conseguem expor as suas dúvidas ou as outras hipóteses que passaram pela mente delas. Elas não conseguem conversar com o médico a respeito disso e quase sempre elas dizem que, mesmo discordando do diagnóstico, continuam com o mesmo profissional; às vezes fazem tratamento, mesmo discordando, em silêncio.
Até porque, se ela for autista, talvez seja essa exatamente a dificuldade dela se expressar com clareza e estabelecer as interações produtivas. Agora, se você é um profissional da saúde, nós também queremos deixar esse alerta sobre diagnósticos equivocados. E isso não sou eu quem diz; temos vários estudos indicando que um dos caminhos frequentes para o diagnóstico correto de autismo é justamente ter tido o diagnóstico prévio de transtorno da personalidade borderline.
E qual é o problema disso? O problema é que a pessoa, às vezes, não se identifica com essas características; ela pode ficar perdida, desconfortável, não receber suporte correto e, aí, também não ter a evolução esperada. Então, essa conversa é para todos nós e a ideia não é culpar ninguém; é só mesmo mostrar como o diagnóstico correto pode ser realmente um desafio, e cada um de nós pode ajudar da sua forma.
Inclusive, o cliente ou a cliente pode e deve ter uma participação ativa com as suas listinhas, levar os seus diários para as conversas. Isso é ótimo! Dito isso, para começar essa distinção aqui, essas duas condições estão bem distantes.
No DSM-5-TR, o transtorno do espectro autista está no início do livro, na parte que trata dos transtornos do desenvolvimento. Ou seja, como você já sabe, o autismo aparece na infância, mesmo que os sinais não sejam nítidos e que os pais e os profissionais até não consigam interpretar as dificuldades da criança como sinais do espectro. Ainda assim, o autismo é algo que afeta bastante o cultivo de habilidades sociais e outras habilidades, como o gerenciamento das emoções, por exemplo, já na infância.
Já o transtorno da personalidade borderline, embora também tenha um componente hereditário, é uma condição que, por pouco, definição tem um diagnóstico mais tardio, geralmente após a adolescência. Na semana passada, nós conversamos sobre o transtorno da personalidade histriônica, que também está no grupo B dos transtornos de personalidade e tem diagnóstico no início da vida adulta. Está aqui no DSM-5; eu vou deixar o link aqui do vídeo nos cards para vocês.
No caso do borderline, a manifestação também tende a acentuar no início da vida adulta, então o diagnóstico tende a ser feito nesse momento, embora também haja discussão sobre isso. OK, agora vamos ver, então, os critérios diagnósticos do transtorno da personalidade borderline, de acordo com o DSM-5-TR, que eu vou ler aqui para vocês. O trecho inicial do capítulo sempre traz um resumo dos critérios.
Então, na página 754 da versão em português, você vai ler o seguinte texto: "Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, autoimagem e afetos, e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco ou mais dos seguintes critérios. " Aí, em seguida, nós temos nove itens descritos que são: 1. Esforços desesperados para evitar o abandono real ou imaginado.
Quer dizer, a pessoa com transtorno da personalidade borderline tem um enorme medo de não ser amada, e o pior é que a pessoa tende a nos testar. Então, se o seu aluno, a sua aluna, a sua cliente tem esse tipo de personalidade, talvez ela ou ele se atrase um pouquinho ou falte mesmo às consultas para saber se você se mantém firme lá, se você mantém firme o vínculo. Isso quase nunca é consciente, claro, mas costuma ser um problema mesmo assim, porque a pessoa entra numa profecia autorrealizadora.
Primeiro, ela tem medo da rejeição, aí ela abandona o outro primeiro, né, para não ser abandonada, mas o que acaba acontecendo é essa antecipação do evento que ela mais temia, a rejeição. Ou seja, o pesadelo dela acaba se tornando realidade, porque as pessoas não gostam de ser testadas, não gostam desse comportamento abando, né, de vai e vem, enfim. A questão é que ela acaba tendo motivo real para sofrer, e esse jeito de padecer tende a ser bem extremo, às vezes vitimista, às vezes acusatório, mas a pessoa sofre muito de verdade.
Então, eu já adianto que a terapia mais indicada é a terapia comportamental dialética, que foi criada justamente por uma mulher diagnosticada com transtorno da personalidade borderline, a Marsha Linehan, e hoje essa terapia tem o respaldo da APA. Nessa terapia, a pessoa vai aprender a questionar os seus pensamentos automáticos e os seus medos para elaborar com mais calma, com mais paciência, com mais pré-frontal, as respostas mais compatíveis. Para cada situação, o prognóstico tende a ser muito bom.
Em geral, a pessoa, com o tempo, deixa de ser tão sensível e tão reativa. As circunstâncias no ambiente social dela têm de não a afetar tanto por esses sinais que, às vezes, dão a impressão de abandono, descaso, desamor. Mas, antes disso, se o terapeuta tem um imprevisto e, às vezes, precisa desmarcar a consulta, isso pode ser visto como um descaso real e como um ataque pessoal.
Até um simples atraso pode ser motivo de afastamento da terapia, às vezes até abandono da terapia. E, aí, para deixar o cliente mais seguro, o profissional vai ter que tratar disso tudo antes, né? Com muito cuidado, com muito respeito.
Agora, o segundo item aqui do DSM-5 é um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização. Esse padrão fica muito nítido nos relacionamentos, como amizades, no amor e também nos relacionamentos familiares dessa pessoa que tem borderline. Mas, no consultório, nós também percebemos que a pessoa, às vezes, nos coloca em pedestal; nos conta detalhes da sua vida; necessita muita atenção e, aí, depois, pode derrubar o terapeuta, né, o educador desse pedestal, se ela sente que você não responde às mensagens dela imediatamente ou se sente que tem algum questionamento.
Enfim, os motivos são variados, mas essas pessoas são muito intensas. Então, o ideal é já quebrar um pouco dessas expectativas elevadíssimas logo no início da conversa. Tem que ter cuidado, porque às vezes a pessoa precisa dessa imagem elevada do outro, né, para fazer o vínculo profissional, mas, ao mesmo tempo, nós temos que evitar essa relação desgastante de ódio e amor, esse pensamento em preto e branco.
E, para isso, nós podemos trazer sempre um pouco de humor para as conversas. Isso é ótimo! E, claro, se você for educador, por exemplo, é fundamental encaminhar o seu aluno ou a sua aluna a um bom terapeuta da DBT, que é a terapia comportamental dialética, porque a pessoa sofre muito.
A pessoa com borderline é aquela que diz que faz tudo pelo outro, que se doa demais, mas, quando precisa, não tem o retorno. E ela faz, mesmo, tudo. É muito intensa.
Ela tem muita empatia, é muito empatia de verdade. Mas, se ela sempre tem ciúmes ou se você não concorda com o que ela disse, né, aí essa pessoa tem uma intensidade de fúria também muito forte e, às vezes, pode, como um vulcão. O terceiro aspecto aqui é a perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo.
E aqui nós vamos perceber uma dificuldade para construir uma identidade própria, com uma consciência preservada e integrada sobre valores, características, sobre a essência da pessoa, a própria personalidade. Na prática, a pessoa pode ser, às vezes, nem sempre, que ela costuma ser inconstante nas metas; às vezes, assume para si os gostos e desejos de outra pessoa, uma pessoa próxima, de uma amiga, do namorado, da esposa. E olha só que interessante: essa base do que leva a pessoa a correr atrás da construção da personalidade borderline é uma busca infinita por algo que traga um certo conforto ou estabilidade, uma integração, né, de quem ela é; pode acabar combinando compulsões, padrões repetitivos de comportamento e em dificuldades para cultivar relacionamentos, que são características também do autismo, né?
Mas as causas desses padrões repetitivos não são as mesmas do autismo. Agora, o quarto item é a impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas, como gastos, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente e compulsão alimentar, por exemplo. E aqui, essa sensação de vazio, somada à intensidade dos afetos, pode levar a pessoa realmente a buscar fortes emoções sem pensar sobre as consequências do que ela faz.
E isso quase sempre deixa a pessoa em risco, deixa a pessoa vulnerável. O quinto item é a recorrência de comportamentos, o gesto, ameaças suicidas ou de comportamento automutilante. Esse é o comportamento mais assustador e que muitas vezes leva a pessoa ou a família a buscar ajuda.
E por que a pessoa faz isso? Bom, segundo o próprio DSM-5, esses comportamentos podem ser precipitados por uma ameaça de separação, por uma rejeição real ou imaginária e por expectativas dos outros de que esse indivíduo assuma maiores responsabilidades. Ou seja, se os pais querem que o filho ou a filha estude mais ou que ajude em casa, que limpe um banheiro, que arrume uma cozinha, isso já pode ser motivo para crise.
E, às vezes, as crises são muito graves; e a criança pequena faz isso mesmo. Faz. .
. Já esperam, né? Às vezes, a criança não quer fazer alguma coisa e ela faz birra, tipo: "ninguém me ama, eu vou embora dessa casa".
E a pessoa com características da personalidade borderline pode fazer o mesmo tipo de cena, só que aí vai ser do tipo: "ninguém me ama, eu vou embora dessa vida". E isso é muito drástico, é muito impulsivo, também é assustador para os outros e para a própria pessoa. E, de fora, parece que é uma bobagem, que é mimimi, que é vitimismo, só que a pessoa sente de verdade essa dor infinita e muito intensa quando ela interpreta que o mundo não a compreende, não entende que ela não consegue fazer aquilo que é solicitado.
O sexto item é a instabilidade afetiva: uma acentuada reatividade de humor. Os exemplos são disforia, episódios de ansiedade muito intensa, com a duração geralmente de poucas horas e, apenas raramente, diz aqui, tem uma duração mais longa, das vezes de dias. Eu li no livro "Marido", contando que a esposa brigava com ele e mandava ele sair de casa.
E um dia até ela chegou a jogar as chaves nas costas dele, quando ele já estava no jardim, saindo com as crianças, porque ela disse que talvez ela não estivesse em casa na volta. Então, isso ameaça um pouco, né, e deixa o outro assim, com receio. Ele, sem alternativa, né, foi passear com as crianças, conforme ela mandou; só que ficou morrendo de medo de que ela fizesse uma besteira.
E, depois de algumas horas, quando eles voltaram para casa cansados, despreocupados, a esposa estava lá, tranquila, alegre, falante, mostrando o que ela estava produzindo na cozinha. Esse exemplo ilustra bem a oscilação de humor, nessa oscilação rápida que vai, às vezes, da ira com agressão física em um minuto até empolgação e tranquilidade em outro, que é diferente, por exemplo, do transtorno afetivo bipolar. A questão aqui é que esses sentimentos podem evoluir muito rápido na mente da pessoa borderline, mas o outro tem que ficar magoado, e, às vezes, o pedido de desculpas nem bem isso; não é garantido.
Se ele propusesse uma conversa, a esposa, é bem provável que isso fosse um estopim para uma nova briga. Então, não é fácil para ninguém. Às vezes, a pessoa tem que ficar pisando em ovos.
Agora, o sétimo item aqui são sentimentos crônicos de vazio. As pessoas de personalidade borderline podem se sentir entediadas muito facilmente, ter uma sensação crônica, mesmo sozinhas. Não à toa, elas buscam ambientes mais estimulantes e solicitam muito a presença do outro para ter uma certa forma de preenchimento, né?
E, mesmo que elas tenham a companhia de alguém que goste desse estilo mais quietinho, grudado, amoroso, talvez elas se sintam muito sozinhas. Isso costuma ser motivo de cobranças, muitas cobranças, nos relacionamentos, porque o que o outro oferece nunca parece ser o suficiente. Ela está sempre desconfiada e acaba gerando um atrito também, porque ninguém gosta de ser cobrado.
Mas, no caso do borderline, a raiz do vazio costuma estar na infância, na invalidação, na negligência dos pais. Tudo isso pode ter relação com a dificuldade de se acalmar sozinha, de ter recursos próprios para se sentir bem. Os abusos também entram como fatores de risco para o desenvolvimento da personalidade borderline.
Nem toda pessoa que tem uma infância difícil vai ter um transtorno de personalidade, vai ter traumas, mas o estresse tóxico, com certeza, nos primeiros anos de vida aumenta muito as chances de problemas na fase adulta. Então, geralmente é por isso que a pessoa não se sente segura; ela demanda mais a presença do outro. O oitavo item é a raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la.
Os exemplos são mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes, deboche, sarcasmo, amargura persistente. A pessoa emburra à toa, explode com facilidade, sem aviso prévio; e por aí vai. Quando eu era adolescente, teve um dia em que eu estava no mercado com uma amiga e o ex-namorado dela passou por nós.
Aí, eu o cumprimentei, porque ele também era meu amigo, no caso; uma coisa trivial que poderia até deixá-la desconfortável. Depois, eu entendi isso, mas naquele momento, ela não deu nem tempo e nem me deixou refletir sobre isso; ela começou a gritar comigo e dizer que eu não tinha o direito de ser amiga dele se eu já era amiga dela, que eu era mais amiga dela. Eu fiquei congelada, paralisada ali no mercado, e ela foi embora, deixou-me plantada lá.
Eu tinha dado um chocolate de presente a ela e, claro, ela saiu marchando, pesada, com raiva, mas um bom chocolate, esperta. E, aí, quando eu cheguei em casa, estava assustada, sem entender, né, o que tinha acontecido. Mas ela estava lá, linda, sorridente, comendo o seu diamante negro, feliz da vida.
Ela estava me esperando como se nada tivesse acontecido, e ela é uma pessoa maravilhosa, né? Depois, descobri o diagnóstico e tudo ficou mais maravilhoso ainda, depois que recebeu o suporte correto. Mas, de vez em quando, ela tinha, antes, né, de estar mais madura, muitos ataques de ciúmes.
Então, se você tem um amigo borderline que ainda não passou pela terapia, o que não vai faltar na sua vida é muita emoção, com muita treta, barraco, de vez em quando, e bastante drama, mas com amor e paciência, muitos desses problemas tendem a sumir. E, claro, a pessoa com o transtorno precisa aprender; ela precisa ter a consciência de que tem esse comportamento e precisa aprender a fazer o gerenciamento das emoções dela. E, mesmo que ela tenha raiva, mesmo que ela tenha a fúria, ela precisa aprender que a ira não lhe dá o direito de ofender os outros.
E essa habilidade, felizmente, é cultivável; olha só que maravilha! Um outro detalhe é que a pessoa pode sentir bastante vergonha e culpa depois desses ataques; algumas esquecem, nem se lembram, mas às vezes elas se sentem muito culpadas. Não foi o caso da minha amiga, que nunca pediu desculpas, mas, muito frequentemente, você é xingado, humilhado, abandonado e, depois, ainda tem que consolar a pessoa borderline, porque ela fica arrasada e se sentindo o pior ser humano do mundo.
Percebeu como é muito intenso, né? E ela depende desse ambiente para se acalmar. Agora, para fechar, o nono item: a ideação paranoide transitória, associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.
Aqui, a pessoa pode sofrer com a dissociação entre a mente e o corpo quando está insegura. Então, ela pode entrar em pânico, porque tem ilusões de abandono, ciúmes, porque imagina algum tipo de traição. Mas, para a pessoa nessa fase de paranoia, tudo que ela imagina é muito real; não adianta mostrar a falta de lógica do que ela fala nessa hora.
Mas, às vezes, quando ela tem novamente a dedicação real ou percebida do outro, ela tende a melhorar. Então, é preciso de apoio também nessa fase. Às vezes, as pessoas falam: "não, ela que tem que se responsabilizar.
" Não! Às vezes, é nessa fase que ela precisa do seu apoio. Agora que você já sabe quais são os critérios básicos para o diagnóstico do transtorno da personalidade borderline, vamos ver as semelhanças entre as duas condições.
Bom, uma metanálise publicada em 2021 aponta. . .
Uma prevalência que ele chama de "agrupada" de pessoas autistas de quatro por cento e de "teia" nas pessoas borderline de 3%. E, até aqui, o que tudo indica é que esses são dois diagnósticos completamente distintos, como a gente já havia dito. Mas então onde eles podem se confundir?
Bem, em dois pontos principais: na tendência a ter uma desregulação emocional e nas dificuldades sociais. Principalmente, as mulheres autistas podem receber diagnósticos de borderline porque elas podem ter essas oscilações frequentes de humor, por causa de hormônios, reatividade sensorial e atividade aos estímulos sensoriais. Elas podem ter metal pós-estresse, por exemplo, em socialização; às vezes, elas podem se sentir incompreendidas.
Também os comportamentos alterados podem estar presentes, e as dificuldades identitárias costumam levar a pessoa autista a ser muito camaleônica, às vezes excêntrica. O autista também pode ser muito empático e ter mania de agradar para ser aceito, e os problemas no relacionamento também são clássicos no autismo. Então agora vamos às diferenças.
Bom, o autista costuma amar a própria companhia e, às vezes, quando ele tem um tempinho para ficar sozinho, ele fica super feliz. A sensação de vazio nem sempre está presente; então, em geral, eles não demandam muita validação e prova de amor. Pelo contrário, se você disse que ama uma pessoa autista uma vez, parece que isso, talvez, seja suficiente e já seja uma questão resolvida.
Os autistas costumam evitar fortes emoções, ao contrário da pessoa borderline, e quando eles buscam essas emoções, geralmente há um cuidado. Além disso, se eles se colocam em risco, costuma ser mais por causa da ingenuidade. Outra coisa no autismo é que a dificuldade na comunicação e na interação social é um critério necessário, então precisa estar presente.
É o critério A, que fala da falta de reciprocidade social; por exemplo, são três itens: falta de reciprocidade, tipicidade na comunicação não verbal, coerência entre esses dois tipos de comunicação, e o terceiro item do critério é a dificuldade para iniciar e para manter relacionamentos. Ou seja, para ser autista, os profissionais precisam constatar a presença desses três itens. Já as pessoas borderline não têm necessariamente esse tipo de dificuldade.
Dificuldades nessas áreas da socialização, pelo contrário, às vezes elas estão bastante sociáveis, e as dificuldades no relacionamento não costumam aparecer por falta de traquejo social. Essencialmente, por falta de traquejo social, às vezes a pessoa borderline é até muito articulada, empolgada com festas e conversas; ela gosta de conhecer as pessoas, e para os autistas essas situações podem ser desconcertantes. Além do mais, como nós já conversamos, o transtorno do espectro autista é um transtorno do neurodesenvolvimento.
Então, os profissionais vão buscar sinais de atrasos no desenvolvimento, na comunicação, na socialização, no processamento sensorial e nas funções executivas, como a flexibilidade mental. Então, é isso que vai ser investigado. Neste momento, eu sinto que nós já sabemos um pouquinho mais sobre o autismo e sobre o transtorno da personalidade borderline.
Agora quero saber sobre os seus estudos, sobre as suas experiências nesta área, sejam experiências pessoais, no trabalho, nossas leituras. O que você tem para compartilhar? Conte aqui para a gente!
É ótimo estudar em excelente companhia. Então, aproveite também para curtir o vídeo, compartilhar com os amigos e se inscrever no canal, né? Um grande abraço!
Até breve! Tchau tchau!