História da África I - Kemet, Terra Negra

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Prof. Otávio Luiz
Vídeo 3 ("Kemet, Terra Negra") da disciplina de História da África I da Universidade Federal do Para...
Video Transcript:
e quando se fala em antiguidade africana certamente A Primeira ideia que se vem é do Egito faraônico imagens com as Pirâmides de Gizé a esfinge e os templos monumentais estão gravadas numa consciência histórica Popular por outro lado também não é incomum perceber que a historiografia relaciona o Egito faraônico com outros contextos geográficos que não africano como por exemplo aquele da Mesopotâmia ou do Mediterrâneo antigo Eu sou Professor Otávio e hoje a gente vai falar um pouquinho sobre o Egito no contexto da antiguidade africana a e faz parte do senso comum pensar no Egito como uma
das mais antigas culturas conhecidas e não é para menos já que a região do Vale do nilo que hoje compreende o Egito eo Sudão é marcada por culturas arqueológicas que datam desde pelo menos o décimo Milénio antes da era comum essas culturas arqueológicas com uma badari e a na cada são vestígios e sociedades que se assentaram ao longo das margens do Nilo e a gente pode marcar essas sociedades através das chamadas Cataratas do nilo a primeira catarata passa pela antiga cidade de sua né atual a sua e delimita uma espécie de fronteira entre o que
era o Egito Antigo e a Núbia antiga o Nilo Segue até a sexta catarata passando por na pata e meio é que foram importantes entre os núbios marcando o que chamamos de baixa e alta Núbia então pensando nesses com o que o lógicos que se formam ao longo das Cataratas do nilo a gente pode ver que essa antiguidade egípcia entre aspas aqui é também uma antiguidade a Núbia é palco então de várias sociedades africanas que ao longo do tempo foram deixando impressionantes vestígios históricos Heródoto disse que o Egito era a dádiva do Nilo dando a
entender que a terra dos faraós existia porque o Nildo permite a existência quando a gente lembra que o Nilo corre não apenas pelo atual Egito mas também pelo Sudão pelo Sudão do Sul e por Uganda com afluentes e curvas passando pela Etiópia pelo Congo pelo Quênia pela Tanzânia por Ruanda e pelo burundi a gente pode imaginar que sociedades que se formaram ao longo das suas margens não apenas egípcia também eram sal da Diva e diante dessa multiplicidade de sociedades mesmo que a gente costume o Egito em alguma medida na Núbia É possível entender porque que
o historiador senegalês cheik anta diop dizia que esse espaço era origem da unidade e cultural da história da África Negra uma forma superficial de entender esse espaço nilótico como um espaço de Cultura Negra argiope e próprio centrismo pode ser visto a partir da palavra quimet quimet ou na pronúncia reconstruída do Egipto antigo o mate era o nome dado pelos próprios egípcios a sua terra a tradução de kumite é Terra Negra e enquanto uma parte da historiografia defende que esse nome se referia às terras férteis do nilo outra parte entende que se temos se referia a
cor de pele dos egípcios e dos núcleos então historicamente O que foi esse Cumade aqui a gente pode começar a falar um pouco mais a história do Egito faraônico fotografia de vide formalmente a história do Egito antigo em períodos o pré-dinástico que marca a história do Egito antes do ano três mil Antes da era comum mais ou menos o Egito dinástico hoje para o único que é marcado pelo reino antigo o reino médio o reino novo e os períodos intermediários e o Egito greco-romano que é marcado Pela chegada da dinastia dos ptolomeus até o suicídio
da última rainha polêmica Cleópatra a sétima e pelo domínio Romano até a chegada dos árabes no século sétimo da nossa era a partir daí a historiografia aplica ao Egito termos como Egito árabe Egito medieval Egito muçulmano etc durante esse período conhecido como Egito pré-dinástico a gente não tem um Egito mas sim duas formações políticas diferentes o baixo Egito é conhecido como um erro que significa Norte e ela localizado mais ou menos ao longo do Delta do Nilo e o alto Egito ou taxa mal que significa a terra dos juncos ia da fronteira com o baixo
Egito até à Fronteira com a Núbia na primeira catarata do nilo Apesar de que certamente houve momentos de aproximação ou domínio parcial entre as duas terras é por volta do ano três mil Antes da era comum que um líder chamado narmer unificou os dois egitos essa unificação pode ser chamada também de União das duas coroas porque os faraós vocês originar mer usam uma coroa dupla o headset a coroa branca do alto Egito e Odete A Coroa Vermelha do baixo Egito juntas elas formam o cliente A Coroa do Egito Unificado aqui formalmente começa o Egito de
elástico ou como a gente conhece o Egito faraônico esse certamente é o período mais famoso e chamativo do Egito é nessa longa janela cronológica tem mais de 2.500 anos que vai do ano três mil Antes da era comum ao ano 332 antes da era comum que a gente tem a construção dos Famosos complexos funerários como as pirâmides de kung fu de café e de menkaure ou Quéops quéfren e miquerinos os monumentais templos de Abu simbel de Raptor de Luxor e karnak a dinastia de faraós famosos como Ramsés 2º ou Simão Dias at such e akhenaton
e desenvolvimento da icônica escrita hieroglífica durante esses dois milénios de história faraônica a sociedade egípcia passou por várias transformações políticas religiosas e culturais Mas a gente pode identificar alguns elementos que são bastante marcantes durante a o que maneira geral há uma constante preocupação com a mete um conceito egípcio que indica o balanço a ordem cósmica do mundo e que é personificado na deusa de mesmo nome mete que carregam uma pena de avestruz na cabeça a luta constante entre a ordem eo caos está na base das crenças religiosas egípcias que davam ênfase a ideia de vida
eterna e aos Desafios que envolviam a caminhada espiritual até essa vida eterna os textos funerários egípcios como chamado os livros dos Mortos eram um conjunto de instruções para que o Faraó ou usar Os oficiais passassem por todos os desafios do Duarte o além-vida como a pesagem do coração na balança de Anubis a pesagem do coração era a etapa final da jornada pelo do átrio o coração do Falecido era colocado em uma balança compra uma pena derrete E se o coração fosse igual ou mais leve do que a pena isso indicaria que a pessoa teve uma
vida justa balanceada e verdadeira e por isso ele poderia ir ao aro o campo da vida eterna regido por Osíris se o coração fosse mais pesado isso indicaria que o morto não respeitou o balanço cósmico da vida e a deusa ammut devoraria o coração e o morto não entraria no aro na vida eterna a ênfase Nesse balanço cósmico era um preço o uso EA religiosidade era um ponto central da vida egípcia para além dos textos funerários essa religiosidade pode ser vista na própria estruturação social em que o faraó possuía uma função intermediária entre o macrocosmos
e microcosmos isso é entre os deuses EA vida mortal e ele era também responsável pela manutenção da meap isso é da ordem quanto calça O sacerdote também ocupavam uma posição privilegiada na sociedade indicando como o papel religioso é importante o outro exemplo dessa importância na própria escrita que possui uma dimensão sacralizada por tecido segundo a crença inventada pelo próprio Deus de Ruth mais conhecido como Totti um Deus que encarnava a sabedoria e era o esposo da deusa net é pela importância religiosa também que a gente tem um dos mais conhecidos período e para a única
quando a minha rotec terceiro e seu filho a minha rotec quarto que mais tarde assumiu o nome de akhenaton inicia um culto ao disco solar chamado Aton akhenaton levaria esse culto ao seu ápice afirmando que a Tom era o único Deus e acabaria fundando Uma Nova Capital em homenagem a essa divindade uma capital chamada akhetaton essa nova ordem institucional religiosa aparentemente trouxe descontentamento a sociedade e em especial aos sacerdotes dos outros deuses e o fim do culto de Aton veio já no reino de Tutancâmon filho de akhenaton um símbolo marcante desse período é o busto
de Nefertiti que provavelmente reinou pouco depois de aqui na tão com o título real Jennifer nifer o Atom durante o período faraônico o Egito passou por uma multiplicidade de dinastias incluindo uma dinastia de origem estrangeira provavelmente levante é a décima quinta e uma dinastia Núbia a 25ª nesse período faraônico o Egito também se expandiu chegando a exercer influência no Oriente por volta de 1.500 até 1.100 antes da era comum e a entrar em contato com reinos africanos do Sul para além da Núbia como Reino de ponte que provavelmente ficava no chifre da África e teve
uma rainha que foi representada na Tumba da Faraó a hatchepsut também nesse período o Egito desenvolveu Arrojado os estilos literários como os já citados textos funerários mas também outras variadas formas de literatura que podem ser vistas em exemplos como a história de ensino e composta por volta de 1875 antes da era comum ou as instruções de tá rotep um texto de teor filosófico digamos assim composto por volta d2375 antes da era comum mas fotografia o único começa a apresentar alterações políticas mais drásticas quando ele é dominado pelo gemonio o Império Persa dos aquemênidas em525 antes
da era comum e que na época era de longe a maior força política do mundo nesse momento O Faraó Deixa de ser um egípcio e o Trono passa para o próprio Imperador persa entre 525 e332 alguns faraós insurgem contra os persas mas o Egito continua na esfera de influência desse grande Império Persa em 305 um general de Alexandre o Grande chamado Ptolomeu Soter assume a coroa egípcia em sua dinastia renaria até o ano trinta antes da era comum data da morte da última Rainha do Egito Cleópatra a 7 filopator A partir dessa data o Egito
ficaria sob a influência política de Roma e muitas das práticas e crenças sociais do período faraônico E aí eu achei esquecidas em prol da religião Romana depois do cristianismo e finalmente do islamismo que a religião oficial do Egito hoje esta brevíssima passagem por alguns pontos centrais da história do Egito faraônico mostra pra gente como e por que a historiografia tá sempre embate pela tradição do passado egípcio a ancestralidade dos monumentos da religião das formas de governo da literatura e da escrita egípcia que precedem os desenvolvimentos da cultura grega por exemplo em milénios permitiu que autores
afrocentradas como cheikh anta diop africanizada sem a história do Egito e mostrassem como a história antiga da África é marcada pelo recuo no tempo em certa medida esse ar gumento serviria para contrapor as ideias recorrentes em que a África não possui história ou é um espaço Continental sem nenhum senvolvimento do PA e por outro lado correntes historiográficas mais euros entradas foram rápidas em desafricanizar o Egito colocando como um ator histórico quase independente o mesmo em atualizado mostrando que sua cultura e suas ligações estavam mais próximas do oriente próximo do que da África não é à
toa que a gente tipologia surge na Europa como um campo de conhecimento separado da história dos estudos clássicos ou dos estudos africanos essa origem eurocêntrica da citologia permitiu que o Egito fosse visto como uma civilização separada do resto da África e provavelmente isso também explica por que ele é sempre visto como uma entidade separada Danúbia que foi certamente uma civilização Negra africana entre o afrocentrismo que médico e aí gente hoje europeia a gente pode perceber então a luta pela antiguidade africana a gente pode dizer que certa o que essa luta ocorre porque a primazia sobre
uma das mais antigas civilizações do mundo é também a primazia sobre narrativas que na modernidade se tornam racionalizados e hierárquicas colocar o Egito no contexto da antiguidade africana ou retirar o Egito desse contexto diz menos sobre a própria história do Egito e mais sobre a construção de discursos sobre o passado assim quem detém a autoridade sobre essa antiga e poderosa civilização a África o mediterrâneo ou Oriente não há uma resposta para essa pergunta porque ela é dependente de linhas e discursos historiográficos contudo toda essa discussão nos revela como hoje é fundamental falar sobre a antiguidade
africana é fundamental Porque qualquer concepção sobre essa intimidade africana fala também sobre questões muito presentes os principais temas dessa discussão foram antigo o cana e Egito faraônico na tela vocês podem ver algumas sugestões de leitura que estão disponíveis no Padre aqui da nossa disciplina e cobrem tanto a discussão que a gente viu aqui quanto alguns elementos mais específicos da história do Egito faraônico Muito obrigado e vamos isto
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