meu nome é Zé sou peão de Fazenda desde que me entendo por gente nascido e criado no interior de Goiás eu sempre trabalhei nessas fazendas grandes mexendo com gado e plantação naquela época começo dos anos 2000 o negócio estava mudando por aqui a tecnologia do agronegócio começava a chegar e as coisas estavam prosperando o patrão que era um homem bom e justo cuidava bem da gente eu soteiro ainda não tinha muita preocupação com casa própria ele me cedeu uma casinha depois do migar para eu poder morar facilitava demais era uma vida boa trabalhada mas com
sossego no final do dia certo dia já era de noite eu estava deitado em minha rede descansando depois de um dia pesado a lua iluminava fraco o quintal quando do nada eu comecei a ouvir uma gritaria vindo lá na direção da casa grande no começo achei que era só conversa alta mas logo percebi que o Tom era de desespero Eu vesti a primeira roupa que achei Enfiei o pé nas botas e peguei o facão eu desci a ladeira rápido seguindo a trilha que levava até onde o barulho vinha chegando lá dei de cara com um
dos cinco homens todos peões também e o mais curioso Estavam todos armados com facões estavam meio perdidos com as caras de quem tinha visto coisa ruim me contei o que estava acontecendo que diabos era aquela garra toda um dos caras o Chico me olhou todo suado e ofegante disse que tinha visto um sujeito estranho alto lá no meio dos migos roubo de plantação não era novidade para nós como o migel é verdinho vez ou outra tinha gente que se embrenhar para roubar umas espigas Então o rapaz correu atrás do sujeito para dar um susto e
ver se o cabra fugia só que em vez do sujeito correr ele se virou na direção do Chico e começou a correr atrás dele gritando ainda mais o rapaz falou que nessa hora quem deu no pé foi el achando que não era a gente não era uma assombração aí quando a gritaria começou juntaram os outros e tiraram o rapaz do meio do m a história ela daquelas mal contadas sabe ninguém ali estava acreditando muito que bicho é esse que não foge quando vê o peão todo mundo perguntava e mais que tipo de sujeito invade um
migar e não rouba nem uma espiga a coisa tava estranha demais mas o Chico tava todo zureta então levamos ele para casa para descansar no dia seguinte a padre não falava de outra coisa o trem correu ligeiro pela fazenda muita gente mais crédula Começou a dizer que aquilo era coisa do outro mundo uma assombração das bravas e como é de prax em lugar pequeno esse papo logo chegou no ouvido do Patrão Só que o homem sistemático como era não deu bola pra história de assombração mas não gostou nada dessa coisa de gente invadindo a fazenda
dele mandou reforçar a segurança colocou gente armada nos pontos de entrada e soltou os cachorros toda a noite para ventar qualquer cabra safado que tentasse roubar alguma coisa ainda deu ordem para tirar em qualquer estranho que aparecesse e assim foi por uns seis dias todo mundo ficava atento Mas nada de de ver o tal sujeito ou bicho de novo depois que o barulho passou o patrão relaxou tirou as guardas as rondas e tudo voltou ao normal o pessoal da Fazenda começou até a dizer que o peão tinha era inventado história ou tava vendo coisas e
eu bom também comecei a achar que ele tava só doido aí um mês depois a coisa tomou outro rum tinha sido um dia daqueles de matar carregando caminhão para despachar a carga da Fazenda pros outros estados como a gente sempre tinha que fazer a gente sempre acabava trabalhando até altas horas aquele serviço pesado cansado demais horas e horas no sol quente Só carregando coisa pesada já tava tarde o sol tinha se posto Fazia tempo e eu voltava sozinho cortando a triga no meio do miral Foi aí que eu ouvi de novo aquele mesmo grito de
antes um grito alto lindo lá do meio do migar fiquei gelado no começo achei que fosse coisa de minha cabeça cansaço Talvez mas o grito foi tão claro que não tive dúvida era mesmo um grito fui para lá correndo que nem maluco só que quando cheguei no lugar não vi nada Nem um sinal de gente bicho nada eu fiquei meio encucado mas como tava cansado achei que era só coisa de minha cabeça quando eu estava voltando pra tría notei o migo se mexendo H uns 10 m de mim parecia que tinha alguém andando junto comigo
no meio do mato pensei na hora que talvez fosse um dos peões querendo fazer troça comigo ele sempre faziam de coisa parei e gritei Quem tá aí silêncio ninguém respondeu comecei a ficar cabril falei de novo mais bravo sai logo daí se for brincadeira que eu tô sem paciência hoje nada o mato mexeu de novo só que para trás como se a pessoa ou sei lá o que fosse aquilo tivesse se afastando voltei para a trilha e continuei o meu caminho achando que quem tava ali já tinha desistido de zoar comigo mas não demorou nem
dois minutos e o mato começou a mexer de novo dessa vez mais perto do meu lado eu já estava tremendo de irritado perguntei outra vez quem tá aí só que dessa vez quando comecei a andar para ver o que era senti um arrepio na espinha sabe que aquele negócio que dizem que a gente sente quando tem coisa ruim por perto Pois é me deu na hora lembrei da história do Chico que viu o sujeito alto correndo atrás dele naquele momento no escuro sozinho com alguma coisa me seguindo até o sujeito mais corajoso começa a dar
para trás comecei a acreditar mesmo que tinha algo de estranho nisso tudo travado de medo continuei andando mas o Mig seguia mexendo me acompanhando até que de repente ouvi outro grito bem do meu lado dessa vez não era da minha cabeça o bicho estava lá e estava perto resolvi que tinha que ver o que era eu estava de facão na mão então levantei e ele fui em direção ao milho mexido só que eu nem precisei quando cheguei mais perto uma coisa do meio do migar e caiu na minha frente meu coração quase saiu pela boca
era um sujeito pelo menos parecia mas era alto demais magro e com a pele meio amarelada e muito seca como se tivesse doente o cabelo ralo os olhos todos brancos sem vida e o pescoço pendido para um lado como se tivesse quebrado não parecia vivo nem morto Só estava ali gritando com os braços e pernas tortas na hora eu soube que aquilo não era normal dei uma andada de costas e aquela coisa soltou um grito daí amigo comecei a correr de novo na tril disparada só que como eu morava numa subida e estava completamente cansado
eu não ia conseguir ser mais rápido que um bicho daquele tamanho Comecei a cortar caminho Peg Aral mesmo Ao menos para tentar despistar o bicho podia muito bem conseguir achar alguém que estivesse por ali para me ajudar eu levei um saraivada de milho na cara e comecei a gritar também mas por ajuda enquanto o bicho corri e gritava atrás de mim eu cheguei em outra triga uma que cortava o m garal e levava até a casa grande também o morro vi dois peões correndo na minha direção lá debaixo pela tri graças a Deus eles tinham
me ouvido quando a gente estava bem a Uns poucos metros um do outro um deles apontou para trás e gritou perguntando que desgraça era aquela gritando atrás de mim só quis olhar quando estava perto deles e só vi um pedaço daquilo correndo de volta pro miral sem gritar a gente até juntou outro pessoal e tentamos ver se achávamos aquilo saímos com a e facões mas não vimos mais nada só um disse ter ouvido outro grito mas já bem longe como o patrão não estava lá naquela noite a gente esperou pro outro dia e contamos tudo
ele até desconfiou de novo dessa história de assombração mas quando nós três e mais alguns dissemos que não dava para trabalhar lá com as coisas desse jeito ele levou mais a sério ele até chamou um padre da cidade que benzeu e consagrou aonde a gente tinha visto o bicho e as entradas da Fazenda também depois o patrão até refez aquela ronda de antes e nunca mais ninguém viu nenhum sinal desse bicho por lá