ARCA DE NOÉ | O Mito do Dilúvio Antes da Bíblia e seu Significado!

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Matheus Benites
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Video Transcript:
os deuses decidiram exterminar a humanidade mas um homem justo foi avisado ele recebeu instruções para construir uma grande embarcação onde deveria colocar sua família e todos os animais então veio a grande tempestade durante dias e noites as águas cobriram a terra até que finalmente a embarcação pousou em uma montanha para verificar se as águas haviam baixado o homem soltou um pássaro essa história parece familiar parece a história da Arca de Noé não é verdade entretanto esse relato Vem de um mito muito mais antigo da epopeia de gilgames da Cultura mesopotâmica a epopeia de Gil Gamas
é aproximadamente 1000 anos mais antiga do que o relato bíblico do dilúvio as primeiras versões do épico surgiram por volta de 2100 antes da era comum quando a redação final da história de Noé em Gênesis é geralmente datada do período do exílio babilônico século vi antes da era comum embora possa ter origens mais antigas ambas as histórias são relevantes foram preservadas por inúmeras gerações E isso não é trivial não ocorreria se elas não tivessem um pingo de compreensão da realidade culturas que não cultivaram sua sabedoria através de Mitos desapareceram O que será que esse mito
tem a nos ensinar em suas diferentes versões Como a versão bíblica traz uma mensagem diferente da mesopotâmica hoje Vamos explorar as origens desse mito do dilúvio decifrar seus significados e entender como ele evoluiu ao longo do tempo de onde veio a história do dilúvio teria sido um evento real ou apenas um mito antigo fique até o final deste vídeo para conhecer detalhes surpreendentes sobre esta história [Música] na versão bíblica Deus decide destruir a humanidade devido à sua corrupção mas poupa Noé sua família e um casal de cada animal para repovoar a terra Então Deus disse
a Noé o fim de toda carne é vindo perante mim porque a terra está cheia de violência faz para ti uma arca de madeira de se preste Eis que trago um dilúvio de águas sobre a terra para destruir toda a carne o que essa história significa ela ecoa temas como Purificação renovação e obediência à vontade Divina mais profundamente fala sobre o perigo da inundação do caos da Tempestade a qual se não cuidarmos a tempo sucumbirem é um alerta sobre os problemas que devemos resolver em nossas vidas antes que seja tarde demais e o caos ir
rompa O perigo está sempre a espreita e preservar a ordem sem incorrer em tirania é sempre uma responsabilidade existencial ainda mais profundamente é uma história sobre o conhecimento do Mal repare culturas que não desenvolveram conhecimento sobre o sofrimento e o mal foram extinguidas ele que o abismo viu é o título de uma das versões da epopée gilgames que discutiremos a seguir precisamente enxergar a sua mortalidade e ter consciência da sua condição é enxergar o abismo é sintomático que a história mais antiga da Qual a nossa civilização dispõe é a história de um homem conhecendo o
mal conhecer o mal é conhecer a sua própria humanidade o problema do mal é um problema sobretudo se se supõe um Deus onipotente e onibenevolente se não há tal Deus ele é apenas uma constatação o problema está em nós ou no mundo o mundo é plenamente ordenado e nós que não o compreendemos ou nós somos a única coisa de ordem em o mundo caótico eu não sou o tipo de ateu que quer descartar as histórias bíblicas e outros mitos como se fossem meras superstições bobas a cultura religiosa É de fato supersticiosa mas os mitos são
muito diferentes disso O Mito precede o raciocínio lógico é a sua matriz é a abstração humana promovendo compreensão da realidade há sempre muita sabedoria para extrair de Mitos como o de Noé muito embora nós não acreditemos em sua realidade factual Há outras maneiras pelas quais ele pode ainda ser real mitos como Esses são ancestrais a níveis inimagináveis foram passados de geração em geração por inúmeras culturas isso não aconteceria se não houvesse um mínimo de compreensão da realidade neles culturas que não se preocupam em cultivar uma por meio dos mitos foram extinguidas sucumbiram ao dilúvio por
assim dizer na história Bíblica do livro de Gênesis a geração de Noé está marcada pelos descendentes de Caim que matou seu irmão Abel anteriormente neste mesmo livro Abel era um homem bom como Noé Caim é o primeiro assassino o primeiro recenti portanto a sua linhagem está por toda parte no tempo de Noé que se assemelha mais a Abel do que Caim e por isso Noé tem um destaque por isso ele é uma espécie de escolhido arquetípico que a gente vai ver em muitos outros mitos é interessante observar que no mito bíblico A linhagem Messiânica que
leva de Davi a Jesus está ligada a CF um dos filhos de Adão e Eva que teria vindo para substituir Abel que representa o espírito do homem bom e não está ligada a Caim que representa o espírito do ressentimento do orgulho e da vingança Noé descrito na Bíblia como um homem bom e simples descendente de CF e não de Caim é uma antítese de seu próprio tempo e justamente ele tem intuições de que uma catástrofe terrível está por vir e justamente ele é escolhido por Deus para salvar as espécies E reiniciar a história após a
purificação por isso é dito na Bíblia que Noé caminhava com Deus em seu livro WH Who wrestle with God Jordan Peterson explica andar com Deus é habitar aquele espaço edênico caracterizado pela ausência da autoconsciência que é ao mesmo tempo presunçosa e neurótica como Adão antes de tomar consciência de sua nudez poderia fazer o mesmo o homem que mira no mais elevado e se concentra na verdade em vez de focar e promover seu próprio interesse egocêntrico carece de autoconsciência porque aquilo a que ele está atento não diz respeito a ele pelo menos não como um ser
isolado preso ao agora carnal a tradução é livre porque o livro ainda não está disponível em português mais uma razão para você curtir o vídeo e se inscrever nesse canal que traz conteúdos exclusivos segundo mito Noé recebeu a ordem de construir uma arca uma embarcação gigantesca feita de madeira de ciprest com compartimentos para animais de todas as espécies e ele trabalhou dia após dia sob o olhar incrédulo de seus vizinhos advertiu-o mas ninguém lhe deu ouvidos então no dia marcado as portas do céu se abriram e as fontes do Abismo se romperam a chuva caiu
torrencialmente e as águas começaram a subir engolindo cidades florestas montanhas Noé sua esposa seus três filhos sem cam e Jafé e suas esposas estavam seguras dentro da arca junto com os animais durante 40 dias e 40 noites o mundo foi varrido pelo dilúvio e toda a vida fora da arca desapareceu quando por fim as chuvas cessaram a arca flutuava sobre um oceano sem fim Noé enviou um corvo para procurar Terra Firme mas ele não encontrou nada depois soltou uma pomba que também voltou mas dias depois a pomba retornou com um ramo de Oliveira no bico
o coração de Noé s encheu de esperança as águas estavam recuando por fim a água repousou sobre o Monte Ararat Noé e sua família saíram para um mundo renovado e a primeira coisa que fizeram foi construir um altar e oferecer um sacrifício a Deus o senhor sentindo o Aroma do sacrifício prometeu que nunca mais destruiria a terra com um dilúvio Então como sinal de sua aliança com a humanidade Deus colocou o arco-íris no céu para que todas as gerações futuras soubessem que a fúria das águas nunca mais consumiria o mundo e assim Noé e sua
família tornaram-se os ancestrais de uma nova humanidade mas o eco daquela grande destruição nunca seria esquecido sua história contudo também não acabaria ali após o dilúvio Noé e sua família se estabeleceram na Nova Terra tornando-se os ancestrais da humanidade Renovada Deus abençoou Noé e seus filhos Sam cam e Jafé dizendo-lhes sede fecundos multiplicai-vos e enchei a terra Noé tornou-se agricultor e plantou a primeira vinha um dia após colher as uvas e produzir vinho Noé bebeu até se embriagar e adormeceu nu dentro de sua tenda seu filho kanan ao vê-lo naquela condição zombou dele e contou
a seus irmãos Sam e Jafé ao contrário pegaram o manto andaram de costas para não ver a nudez do pai e o cobriram respeitosamente quando Noé despertou e soube do ocorrido amaldiçoou Canaã filho de C dizendo que ele seria servo de seus irmãos por outro lado abençoou Sam e Jafé declarando que a descendência de Sam teria um papel especial na história e que Jafé prosperaria justamente os irmãos que se recusaram a participar do desrespeito e da desonra do pai Jordan Peterson comenta que essa subtrama narrativa e caracterização ensinam uma lição muito dura os filhos descendentes
físicos e espirituais daqueles que não têm nenhum respeito por seus pais serão governados tanto inevitável quanto justamente pela descendência daqueles que devidamente honram e reverenciam suas mães e pais ancestrais e tradições após esses acontecimentos Noé viveu ainda muitos anos até à idade de 950 anos e então faleceu seus filhos se espalharam pelo mundo tornando-se os Patri arcas das grandes nações sem foi considerado o ancestral dos povos semitas como os hebreus e árabes cam dos povos do Egito Canaã e África e Jafé dos povos indo-europeus é interessante que c é considerado o ancestral dos cananeus porque
na Bíblia mais tarde leremos que yavé ordena o genocídio dos povos cananeus que habitavam em Canaã a terra que ele prometia aos israelitas historicamente nenhum genocídio aconteceu nesse contexto que fique claro é uma mensagem fictícia de purificação encapsulada nesse mito e o genocídio não é o ponto da história e sim a liberação da terra da posse dos perversos e ressentidos descendentes de C eu compreendo isso porém não posso deixar de observar que se o livro é uma revelação filosoficamente Deus poderia e deveria ter sido mais ético se ele comanda a moralidade e é onibenevolente antes
de passarmos para o dilúvio mesopotâmico aproveito o gancho sobre os filhos de Noé para comentar outro relevante mito desta última cultura para discussão filosófica sobre o dilúvio o enum enel significa quando no alto em acadiano a língua da antiga Babilônia Esse é o título da epopeia porque essas são as palavras iniciais do poema inel lá Nabu Samam quando no alto o céu ainda não tinha sido do nomeado essa abertura é semelhante a outras narrativas antigas como Gênesis No princípio era o verbo estabelecendo um contexto primordial antes da criação do mundo o enumelo um mito cosmogônico
que descreve a origem do universo dos Deuses e da humanidade além de legitimar o poder do Deus mardu sobre os demais Deuses babilônicos exatamente como o gênesis bíblico com yahvé a criação do mundo dos humanos e sua contenda com outros povos e suas divindades esse mito além de narrar a origem do Cosmos e a ascensão do Deus marduk ao poder traz elementos fundamentais para compreendermos a visão mesopotâmica sobre a relação entre ordem e caos tema que ecoa no dilúvio e nas histórias de Noé e atrahasis que Veremos em breve na Trama o universo começa num
estado primordial de desordem representado pelas águas misturadas de apsu águas doces e tiamat águas salgadas dessa fusão Nascem os primeiros Deuses mas apsu se irrita com o barulho de sua descendência e planeja destruí-los o plano falha e EA o Deus da sabedoria derrota apsu sem apsu para controlá-la tiamat se revolta E cria um exército de monstros para restaurar seu domínio caótico os deuses temendo sua Fúria elegem marduk como seu campeão ele aceita com a condição de que se vencesse se tornaria o Gover an supremo o combate entre marduk e tiamat é grandioso o jovem Deus
usa sua rede para prender a deusa Dragão sim é assim que ela é arquetipico caos a serpente maligna muk lança ventos contra ela e finalmente parte seu corpo ao meio com uma metade ele forma o céu com a outra a terra assim a ordem nasce do Caos e marduk estabelece um novo equilíbrio no cosmo mas um problema permanece quem cuidará do mundo recém-ordenado para isso marduk decide criar os humanos moldando-os a partir do sangue de Kingo o líder dos Monstros de tiamat a humanidade nasce assim como serva dos Deuses garantindo que a ordem continue essa
cosmovisão tem implicações Profundas para a filosofia sobre o dilúvio no enum elish o mundo não é um dom divino para os homens mas sim um campo de batalha onde a ordem precisa ser constantemente reafirmada contra as forças do caos da mesma forma os mitos do dilúvio tanto de atra razes quanto de Noé mostram um mundo que pode ser desfeito quando a desordem cresce demais exigindo uma nova Fundação em seu livro Jordan Peterson faz um paralelo deste mito com a descendência de Noé evidenciando mais uma vez a interligação entre todas essas histórias talvez diferentes ângulos sobre
uma mes verdade a ideia de que o desprezo pela tradição parental ou de outro tipo será severamente punido remonta mais uma vez ao enum elish a história dos Deuses mesopotâmicos originais contra os quais a grande dragão do Caos tiamat reúne suas terríveis forças são esses primeiros filhos os espíritos contenciosos Poderíamos dizer do próprio instinto primário que imprudentemente e arrogantemente matam apsu o espírito da ordem habitável e então tentam viver de forma Ingrata e improdutiva sobre o cadáver resultante este regicídio essa inversão parasitária da estrutura social esse desprezo pelo sacrifício ancestral resulta na visitação de um
castigo terrível sobre a proli extraviada de chamat todos os horrores da existência se aliam Contra Eles na forma de todo tipo imaginável de demônio e monstro isso é certamente o equivalente metafórico de um dia dilúvio os assassinos de Apso representam o mesmo símbolo que o filho corrupto de Noé que zomba do pai em um momento de vulnerabilidade e a punição divina se dá na sua exclusão da prosperidade de que desfrutarão os demais filhos passemos agora ao próprio mito do dilúvio mesopotâmico a história de atrahasis começa em um tempo primordial quando os deuses governam a terra
e os deuses inferiores cham igigi eram encarregados do trabalho árduo de cavar rios e cultivar a terra exaustos e revoltados os igigi se amotinam contra os deuses superiores liderados pelo grande em Liu Senhor da Tempestade para resolver o conflito os deuses decidem criar os humanos seres Mortais que assumiriam o fardo do trabalho com a ajuda da deusa ninto ou mami o sábio EA en mistura argila com o sangue de um Deus sacrificado e assim nasce a humanidade durante gerações os humanos prosperam multiplicam-se e constroem cidades mas seu crescimento também traz problemas eles se tornam barulhentos
perturbando o descanso dos Deuses em Lio irritado decide puni-los primeiro ele envia pragas e fome mas EA o protetor da humanidade ensina o sábio a trazes a realizar rituais para apaziguar os deuses Salvando sua gente mas em Lio não desiste ele decreta o fim da humanidade por meio de um Grande Dilúvio dessa vez EA em segredo avisa atrases e lhe dá instruções para construir um barco gigantesco ele deve encher a embarcação com sua família artesãos e animais de todas as espécies quando o dilúvio chega as águas engolem a terra e destróem tudo o mundo inteiro
é reduzido a um vasto oceano os próprios Deuses vendo a destruição se desesperam e estar a deusa do amor e da fertilidade lamenta chorando pela humanidade perdida quando as águas finalmente recuam atrases solt um pássaro para encontrar Terra Firme e faz um sacrifício aos Deuses arrependidos os deuses percebem que a destruição completa da humanidade Foi um erro em Lio embora furioso com a intervenção de Ea concorda em permitir a sobrevivência dos humanos mas impõe novas restrições para controlar sua multiplicação ele decreta a mortalidade a infertilidade de algumas mulheres e a criação de sacerdotisas que não
terão filhos assim a humanidade renasce mas com a certeza de sua fragilidade e da necessidade de equilibrar suas vidas para não Despertar a ira dos Deuses novamente um motivo muito comum nas histórias da antiguidade que os gregos chamam de ibris essa desmedida orgulhosa vamos agora investigar os Paralelos deste relato com o relato de Noé que vocês já devem ter observado para depois retornarmos ao mais especial deste vídeo ensaio que é uma constatação de Visões de mundo radicalmente diferentes a partir do estudo da epope gilgames não saia daí nos dois relatos O Dilúvio é um castigo
Divino mas as razões diferem em atrases os deuses enviam o dilúvio porque os humanos se tornaram numerosos e barulhentos perturbando o descanso dos Deuses na Bíblia Deus de destruir a humanidade devido à sua corrupção e maldade nos dois casos há uma percepção de que a humanidade cresceu Fora de Controle e os deuses ou Deus precisam intervir para restaurar a ordem em ambas as histórias um único homem justo recebe um aviso Divino e é instruído a construir uma embarcação para salvar a vida na Terra o arquétipo do escolhido atrahasis é avisado pelo Deus EA em que
que age em segredo para proteger a humanidade Noé recebe ordens diret de yavé para construir a arca nos dois casos o herói constrói a embarcação e enche-a com sua família e pares de animais garantindo a sobrevivência da criação O Dilúvio em ambas as histórias cobre toda a terra destruindo cidades e civilizações em atrases as águas engolem tudo e até os deuses entram em pânico ao verem a devastação em Gênesis a chuva dura 40 dias e 40 noites submergindo montanhas e aniquilando toda a vida vida fora da arca os deuses mesopotâmicos arrependidos de sua decisão se
desesperam ao ver o mundo destruído Assim como Deus na Bíblia Promete nunca mais devastar a terra com um dilúvio a história de Noé parece ser uma versão Hebraica reformulada do antigo mito mesopotâmico as histórias circulam são Memes A Teoria memética de Richard dawkins descreve isso então é uma apropriação Claro mas não é uma apropriação perversa é uma coisa inevitável culturalmente as histórias se espalham de Boca a Boca ouvido a ouvido e daqui a pouco cada cultura tem a sua própria versão da mesma história então é claro que os sacerdotes que escreveram a história de Noé
tiveram em mente um protótipo mesopotâmico isso para mim é bastante Evidente enquanto atrahasis reflete um mundo politeísta onde os deuses têm disputas e tomam decisões impulsivas a Bíblia molda a narrativa dentro de um monoteísmo ético onde o dilúvio serve como uma Purificação moral Mas isso não é tudo acompanhe-me por um aprofundamento no horizonte mesopotâmico a partir de seu mito mais antigo a epopée gilgames a mais antiga narrativa conhecida da humanidade foi escrita em tabuletas de argila por volta de 2100 antes da era comum durante a terceira ter a dinastia de ur na suméria ela é
tão antiga que espelha a nossa distância do século I se estamos no século XX ela pertence ao século XX antes da era comum aproximadamente seu relato do dilúvio presente na 11ª tabuleta é uma das versões mais bem preservadas do mito entretanto aqui faço questão de abordar o mito por completo porque é assombrosa a sua ressonância filosófica em comparação à versão do dilúvio em Gênesis Foi redigido em sua forma final por volta do século vi antes da era comum durante o exílio babilônico dos judeus embora possua tradições orais e fontes textuais mais antigas como o documento
sacerdotal e o javista embora eu esteja focando no poema épico de gilgames ressalto que ele não é a única versão do mito nem mesmo na cultura mesopotâmica contudo o mais crucial na comparação é que os mitos parecem oferecer mensagem Opostas o mito mesopotâmico aponta para a aceitação da mortalidade em um mundo trágico o mito bíblico reformula a história e diz não tem nada de trágico é uma inteligência Divina purificando o mundo tá tudo em seu lugar a epopeia de gilgames começa em uruc uma cidade antiga e Próspera governada por um Rei poderoso mas arrogante e
tirânico Guil Gamas ele é dois teros Divino e 1 terç humano e seu poder é imenso mas seus súdito Clamam Por alívio de sua tirania para Balancear sua força os deuses criam en quido um homem selvagem tão forte quanto gilgames para desafiá-lo quando gilgames e enido se encontram começam como inimigos mas após uma batalha épica acabam se tornando grandes amigos juntos eles partem em Aventuras ousadas derrotam o monstro umbaba Guardião da floresta e matam um touro Celestial enviado pela deusa estar essas conquistas no entanto enfurecem os deuses que decidem punir gilgames en kido é condenado
à morte e sua perda devastadora faz gilgames confrontar sua própria mortalidade é aí que ele vê o abismo e Como disse Nietzsche em Além do bem e do Mal podem falar comigo vocês conhecem quem luta com monstros que se cuide para não se tornar um monstro ao fazê-lo e se olhar por longo tempo para dentro de um abismo O Abismo também olha para dentro de ti Guil games lutou precisamente com monstros e olhou o abismo e precisamente O Abismo olhou para dentro de gilgames agora veja só uma passagem da Tábua no da epopeia em que
Gil Gamas constata a sua mortalidade repare Na ressonância filosófica deste poema de 40 séculos atrás é algo que vai te deix perplexo aqui vai Guil games a ela disse a taberneira enido amigo meu que nos unimos e Subimos o monte o touro pegamos e o touro matamos tocamos um baba que a floresta de Cedros habitava na passagem dos Montes matamos leões a taberneira a ele disse a Guil Gamas se tu e en quido sois os que o guarda matastes tocaste um baba que a floresta de Cedros na passagem dos Montes matastes leões o touro pegastes
e o touro matastes que do céu desceu porque consumidas te estão as têmporas cavada tua face desafortunado teu coração aniquilada tua figura há um luto em tuas entranhas a de quem chega de longe tua face se iguala com frio e calor está queimada tua face em uma Face de leão te tendo posto vagas pelas espcie Guil games a ela disse a taberneira porque consumidas não estariam as têmporas não cavadas a face não desafortunado o coração não aniquilada a figura não haveria luto em minhas entranhas a de quem chega de longe minha face não se igualaria
com frio e calor não estaria queimada a minha face e uma Face de leão me tendo posto não vagaria pela stepe ao meu amigo mulo fugido asno dos Montes pantera da stepe a inido amigo meu mulo fugido asno dos Montes pantera da stepe ao amigo meu que o amo muito comigo enfrentou todas as penas a en kido amigo meu que o amo muito comigo enfrentou todas as penas atingiu o Fado da humanidade por seis dias e sete noites sobre ele chorei não entreguei ao funeral até que um verme lhe caiu do nariz tive a morte
temi vago pela stepe um abismo de tempo nos aparta de gilgames mas uma mesma condição uma mesma aflição nos irmana nós que somos Mortais nós que o abismo vemos desesperado para evitar seu destino e buscar a imortalidade ele embarca em uma jornada até aos confins do mundo em busca de utn chitin o único homem que foi concedido a vida eterna após sobreviver ao Grande Dilúvio uma história que antecipa de Noé conforme vimos ao encontrar o naap chitin Guil games aprende que a imortalidade é um dom divino e inatingível para os humanos hnap shiin Então conta
a história do dilúvio revelando como os deuses destruíram a humanidade e um cataclismo Mas ele foi salvo devido a sua sabedoria Gil games é desil mas retorna a uruc onde finalmente aceita a inevitabilidade da Morte ele reconhece a importância de deixar um legado e ao olhar sua cidade compreende que sua verdadeira imortalidade reside nas grandes realizações e na construção de um futuro para seu povo aqui vai outra passagem da Tábua 10 tive medo a morte temi vago pelela stepe o caso do amigo pesa sobre mim um longo caminho vago pela stepe o de enido amigo
meu pesa sobre mim uma longa jornada vago pela stepe Como calar como ficar em silêncio o amigo meu que amo tornou-se Barro en quido o amigo meu que amo tornou-se barro e eu como ele não me deitarei e não mais levantarei de era em era a epopeia termina com gilgames compreendendo que a busca pela imortalidade é vã mas que a vida com todos os seus defeitos e significados é um presente precioso ele se torna um governante mais sábio respeitado por seu povo e encontra paz na aceitação do ciclo da vida e da Morte me intriga
a diferença de lição desta história com a história de Noé e é a este ponto que eu queria chegar com vocês neste vídeo de uma maneira nitia podemos acusar os sacerdotes do exílio judaico de interpolação de um mito ancestral para favorecer seu novo ideal o que o niet chama de inversão de valores sem é claro depreciar o mito judaico Cristão também como eu disse antes era mais interessante para o sacerdote para assegurar seu poder social se ele Contasse as pessoas que havia um Deus bom por trás das tragédias como o dilúvio e que se elas
se comportassem esse Deus iria recompensá-los Veja meu vídeo sobre o Anticristo de nieta para compreender a fundo o parasitismo do sacerdote e sua inversão de valores em suma a epopée gilgames é uma história que afirma a vida um registro de antes da inversão de valores a história de Noé embora profunda e também relevante Poderíamos dizer Que calunia a vida a partir de uma interpretação nitia Guil games assim como Aquiles heróis anteriores a moral dos escravos como diria Nietzsche sobre a moral judaico-cristã abnamro a mortalidade a partir da Consciência do sofrimento e da Morte reparem como
o movimento é oposto os autores judaicos fazem Noé viver 900 e tantos anos quase que tornando Imortal recompensando pela virtude já a história de gilgames é muito mais Humana porque ele não vira Imortal ele abraça sua mortalidade é uma história muito mais Sublime e verdadeiramente humana a partir do momento que ele abraça sua condição a partir da Consciência do sofrimento e da morte abega a pretensão de imortalidade É impressionante como as principais histórias são sobre autoconhecimento um processo que envolve a consciência da Morte e do sofrimento a tragédia grega com edpo Rei com prometeu acorrentado
as epope de Homero as obras de Hildo falarão muito disso então são duas visões a partir do mesmo mito estrutural passemos ao próximo item muito além da Mesopotâmia o mito do dilúvio aparece em praticamente Tod as culturas mais proeminentes do mundo antigo na verdade o mito parece estar por toda parte do Brasil à China aqui vão alguns exemplos no antigo hinduísmo Manu foi avisado por um peixe Divino sobre um dilúvio que destruiria a humanidade o peixe lhe instruiu a construir um barco e seguir seu caminho até as águas baixarem Manu obedeceu e quando dilúvio cessou
ele foi o responsável por renovar a espécie humana na mitologia grega Zeus decidiu punir os homens enviando um Grande Dilúvio coisa de cotidiano PR Zeus apenas de calão e sua esposa pirra sobreviveram ao cataclismo pois haviam construído uma embarcação sob a orientação de quem prometeu após o recuo das águas lançaram pedras atrás de si das quais surgiram novos homens e mulheres recomeçando a humanidade do outro lado do mundo nas Américas diversas tribos indígenas relatam histórias semelhantes algumas falam de um grande Espírito que alertou um homem sobre a inundação e lhe disse para se preparar outros
mitos descrevem montanhas sagradas onde os Sobreviventes encontram Refúgio até as águas retrocederem os antigos Tupis acreditavam que Tupã o grande Deus dos trovões e criador de todas as coisas observava a humanidade com tristeza os homens haviam se tornado violentos e ingratos desrespeitando os espíritos da natureza e destruindo as florestas sagradas eles caçavam mais do que precisavam e ignoravam os ensinamentos dos pajés diante disso Tupan decidiu purificar a terra com um Grande Dilúvio ele avisou a um homem sábio E justo chamado Tamandaré que vivia em harmonia com a floresta e respeitava os espíritos em um sonho
Tupan revelou que enviara chuvas intermináveis para cobrir a terra mas que Tamandaré deveria se preparar Tamandaré um Pajé conhecido pelas gerações seguintes como tamo indar do Tupi tabm indar que significaria o repovoada Tupan recomenda que ele se proteja em uma canoa sua familiar e assim ele e sua esposa sobrevivem ao dilúvio e recomeçam a civilização Há outras versões Como aquela em que o próprio Tamandaré é quem causa o dilúvio batendo muito forte com os pés no chão abrindo uma rachadura de onde vem as águas Tupan recomenda que ele se proteja subindo em uma palmeira Vejam
Só um detalhe que não poderia ser mais brasileiro Tamandaré Alerta o povo que em vez de se socorrer na palmeira acha ser melhor correr para os montes mas somente Tamandaré e sua esposa que se refugiam na palmeira sobrevivem até as águas baixarem e depois reiniciam a civilização também é possível em interpretar o mito de Tamandaré a partir de uma chave ecológica a partir de uma chave preocupada com a depredação ambiental com a falta de respeito e cuidado com as outras espécies e com o próprio planeta sobretudo as florestas é possível que o próximo dilúvio não
tenha nenhuma arca e não sobre ninguém para passar o mito adiante porque tantas culturas com cont esta história seriam ecos de eventos reais lembranças de grandes inundações do passado ou será que esses mitos refletem uma necessidade humana universal de entender e lidar com o caos da natureza alguns geólogos sugerem que um evento catastrófico ocorreu há cerca de 7500 anos quando o mediterrâneo rompeu o Timo que separava o Mar Negro então um lago de água doce provocando uma inundação massiva que pode ter inspirado mitos de dilúvio na região e além evidências arqueológicas apontam para Aldeias submersas
e mudanças abruptas na fauna Marinha dando suporte à teoria de um evento de grande Impacto mas eventos assim certamente ocorreram diversas vezes na história do Sapiens é de se esperar que construíssemos histórias a partir desses eventos pois as histórias sempre foram uma de nossas principais ferramentas para compreender o mundo e a nós mesmos obviamente nenhuma evidência científica que corrobore a versão judaico-cristã da história de uma arca de Noé Jamais foi encontrada e comprovada como no caso do Êxodo e da própria existência de figuras como Moisés e Noé alimentar conspirações sobre descobertas assim é pura desinformação
que só pode afundar uma pessoa em seu poço já transbordante de ignorância causando um verdadeiro dilúvio de dissonância cognitiva Além disso é errar o alvo deixar de observar o mais fundamental da história que é o simbólico não a factualidade Zinha da história isso sim se torna uma bobagem frente ao simbólico mito ou memória ancestral a história do dilúvio continua a nos fascinar e nos fazer questionar o que mais pode estar escondido nas águas do passado quais perigos Residem abaixo da superfície do presente fiquemos alertas com contemplemos O Abismo abracemos A nossa condição se você gostou
de mergulhar nesse mito comigo e navegar sobre o caos com um pouco de Filosofia e cultura deixe a sua curtida e um comentário simples pois isso ajuda muito a nós criadores de conteúdo nos protegermos do dilúvio da divindade algoritmo continue curioso a verdade começa na dúvida
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