Todos podemos concordar que o controle de tráfego aéreo atualmente é muito eficiente. Ele só funciona assim porque utiliza uma série de ferramentas e sistemas que monitoram o espaço aéreo e permitem controlar as rotas e as posições das aeronaves. Nas redes de computadores também precisamos de ferramentas que facilitem seu gerenciamento e permitam monitorá-la para manter a qualidade de seu funcionamento.
Esta é a quarta parte do vídeo "Introdução ao Gerenciamento de Redes" feito pelo NIC. br. Gustavo assumiu recentemente a administração da rede da empresa XPTO e seu antecessor no cargo deixou as coisas bem bagunçadas.
Ainda falta muito para organizar completamente a rede da empresa, e para tentar agilizar esta tarefa, ele resolveu pesquisar sobre aplicações de gerenciamento e monitoramento de redes. Algo que o ajude no diagnóstico dos problemas existentes e na prevenção de problemas futuros. Com tanto trabalho a fazer, Gustavo pensava se não teria sido melhor seguir seu sonho de criança e ter se tornado piloto de avião.
Ter trocado as viagens, uniformes alinhados e todo o status por roteadores, switches, cabos e litros e mais litros de café, não parecia mais ter sido um bom negócio. Mas Gustavo sabe que manter um avião no ar não é uma tarefa fácil, na verdade, é bem mais difícil que manter os serviços de uma rede de computadores no ar. E quanto mais complexa a tarefa, mais complexas são as ferramentas e protocolos utilizados.
No controle de tráfego aéreo, por exemplo, para controlar a fila de pousos e decolagens em um aeroporto, a torre de controle necessita de inúmeras ferramentas de monitoramento e o contato com as aeronaves segue um protocolo rigoroso de comunicação. Nas redes de computadores, as tarefas mais complexas de gerenciamento são realizadas pelo SNMP, ou Simple Network Management Protocol, que é o protocolo padrão para gerenciar dispositivos em redes IP. Sua arquitetura é baseada no conceito de agentes e gerentes.
O agente é o dispositivo da rede que está sendo gerenciado, de onde são coletadas as informações que se deseja monitorar. O gerente é o dispositivo que realiza essas coletas, solicitando e analisando informações dos agentes sobre uso de memória e CPU, temperatura, quantidade de pacotes IP recebidos e enviados, e uma infinidade de outras características. Ao estudar sobre SNMP, Gustavo imaginou os agentes como sendo os aviões, que precisam enviar à torre de controle, que seria o gerente, o plano de voo, um documento com informações sobre a aeronave, rota, altitude e velocidade previstas, etc.
A torre analisa o plano de voo, define possíveis ajustes e instrui os pilotos sobre quais ações devem ser seguidas. Em uma rede de computadores, o gerente normalmente é um servidor centralizado, capaz de analisar e tratar as informações coletadas, e enviar aos agentes ações a serem executadas, estes podem ser qualquer outro dispositivo da rede, como outros servidores, roteadores, switches, hosts e até no-breaks. Porém, apesar de dar nome a solução, o SNMP é apenas parte dela.
Ele atua em conjunto com outras duas estruturas: a SMI, de Structure of Management Information, e as MIBs, ou Management Information Base. A SMI é um protocolo que define a estrutura básica das informações que serão coletadas, uma espécie de template, especificando as regras para a criação dos nome, tipos e a forma de como as informações serão codificadas para serem enviadas ao gerente. Como se tivéssemos uma lista com todos os campos que podem existir em um plano de voo e as regras de como eles devem ser preenchidos.
Com base nesta lista os formulários de plano de voo são montados, dependendo do tipo de plano que será utilizado. Do mesmo modo, baseado no template definido pela SMI, é que são construídas as MIBs, os planos de voo do gerenciamento de redes. Elas definem o conjunto de informações que podem ser coletadas nos agentes, sendo estruturadas de forma hierárquica.
Por exemplo, a MIB IP apresenta em sua estrutura mais de 30 tipos de objetos, entre eles o ipRouteTable que armazena as informações da tabela de roteamento IPv4 do dispositivo. O objeto ipRouteTable possui dentro de sua estrutura um objeto do tipo ipRouteEntry que armazena as informações da rota para um destino específico. E abaixo deste objeto há 19 tipos de objetos, cada um armazenando uma característica específica desta rota.
E o SNMP? Na verdade, ele é responsável pela comunicação entre os agentes e o gerente. É ele quem define o formato e os tipos de pacotes trocados nesta comunicação.
É o SNMP também que irá interpretar as informações recebidas dos agentes, “roger that? ” Essa função ele também não realiza sozinho. Para interpretar e analisar as informações coletadas, o gerente depende de um software que trate e apresente estes dados de forma que pessoas também possam interpretá-los.
Mas Gustavo terá que deixar o estudo sobre essas aplicações para outro momento, pois alguns usuários estão reclamando que o acesso a Internet está muito lento. Se alguma ferramenta de monitoramento já estivesse sendo utilizada, ele conseguiria descobrir de forma muito mais rápida se há algum gargalo ou algum equipamento sobrecarregado na rede. E você, quer aprender mais sobre Internet e redes?
Então assista nossos outros vídeos no canal NICbrVideos do Youtube.