nesse filme aqui a gente acompanha dois primos que após um tempo separados distantes no caso se reencontram para viajar pra Polônia a viagem é a tentativa dos dois se conectarem com o passado da sua família e a partir disso o filme vai discutir as hipocrisias e contradições que vivemos quando tentamos absorver as dores alheias em sua Plenitude a verdadeira dor é dirigido escrito e protagonizado por Jess Heisenberg né de a rede social e traz o kyan calk ali do succession como o seu primo tá esse é o tipo de filme que eu adoro né mas
vamos por partes porque tem muita coisa aqui já deixa um like se inscreve no canal fique livre para comentar também e vamos lá oo que [Música] interessa o roteiro do Jess Heisenberg merece destaque Esse é o segundo filme dele nessa posição antes ele escreveu o quando você terminar de salvar o mundo e de novo ele demonstra competência muito grande de escrever diálogos aparentemente comuns e complexos no mesmo nível assim diálogo é comum mas também é extremamente complexo ele gana a gente e acredite tá criar conversas cotidianas no texto escrito daquelas que parecem poder acontecer na
mesa ao lado é muito difícil é muito complicado manter a naturalidade evitar que o artificial invada o momento ali aliar isso a fluidez que a vida precisa exige muito e a verdadeira dor vende muita honestidade nos seus sentimentos por conseguir atingir bem essa questão né de fazer textos simples diálogo sobretudo simples mas complexos demais ao mesmo tempo tem uma cena em que os primos discutem brevemente quem vai tomar banho primeiro e um deles pede ali o celular do outro emprestado para ouvir música Isso é algo trivial né é algo banal só que ao mesmo tempo
é muito real e é muito difícil quando você tá construindo uma cena de lembrar de colocar isso nela pois bem mais à frente isso vai ser usado para realmente aprofundar a parte das Entrelinhas em um assunto bem mais interessante do que essa abordagem mais ordinária da cena inicial da primeira cena ou seja não é só simples idade pela simplicidade ele ganha autenticidade porque essa Simplicidade mais à frente ganha uma complexidade que não conseguimos prever não conseguimos prever para isso é preciso entender como que a montagem desse filme funciona a montagem está normalmente encerrando as cenas
um pouco antes que é para deixar apenas o essencial do Diálogo ocorrer naquele momento específico mais tarde o texto resgata essa informação retirada e sugere ou revela um pouco mais daquela cena anterior sendo assim é como se o texto estivesse forçando o filme a dizer tudo o que queria dizer contrariando a montagem que queria tirar um pedaço daquilo dali o filme ele vai se lembrando de si mesmo o tempo todo tanto que um último fragmento dessa cena do banheiro é mostrado só mais à frente noutro diálogo noutro contexto quando um personagem explode tornando aquele pedaço
subtraído pela montagem bem mais impactante no contexto da nova cena esse fragmento de informação não seria tão legal na cena de onde ele foi retirado ele não traria nem tanto continuidade o diálogo que foi colocado na cena é o suficiente Só que mais à frente ganha outra complexidade ganha outra profundidade quando é resgatado no momento de rompante para ficar mais fácil de entender tá é quase como uma discussão fria de um relacionamento algumas coisas ditas meio que passam despercebidas mas quando o clima esquenta esses detalhes ressurgem como munição ali dentro da argumentação o filme faz
Exatamente isso né para argumentar a favor ou contra um personagem ele vai resgatando coisas que ficaram de Fora noutros momentos eh o filme ele é o sujeito dessa discussão que tá atento aos detalhes e traz a informação inteira que a montagem deixou para trás quando lhe convém para gerar algum Impacto outro exemplo disso ocorre quando ao final ali o guia retoma uma conversa que teve com o Benji lá no meio da trama além de entregar o restante daquela história o texto vai além quando vemos a exemplificação de como a sensatez do David é muitas vezes
ofuscada pelo Carisma do Benji coisa que já havia sido reclamado num outro contexto diferente desses dois contexto que eu tô fazendo então o filme Ele olha para ele o tempo inteiro todo o tempo ele não tá esquecendo do que ele deixou para trás nemum momento a fotografia também tá nessa só que ela age como contraponto do texto né diferente né o texto tá brigando ali com a montagem e a fotografia tá agindo como um contraponto do texto é quase que um impasse mexicano né Ela completa muita coisa que o texto deixa no ar bem como
às vezes também o contradiz O trevel que é um movimento de câmera que vai horizontalmente montando ali o plano mostra Em alguns momentos como enquanto conversas triviais estão acontecendo os personagens pisam em uma grande história e nem percebem eles pisam no seu passado que foram buscar e não se tocam daquilo dali e eles estão falando justamente sobre isso sobre a experiência daquela viagem sobre os objetivos dele e eles estão pisando em algo que eles foram buscar né a fotografia percebe ela tá ali colocando algo que o texto não percebe que o texto não se liga
tem um momento que ela filma várias locações vazias sem ninguém né e intercala isso com uma voz explicando a história só que dessa vez ela tá contradizendo as informações porque ela mostra que uma farmácia não é mais uma farmácia que uma casa não é mais a casa que o texto tá falando e assim sucessivamente Então ela mostra a fotografia que aquilo que os personagens estão indo buscar não tem como eles conseguir é como roteiro e imagem é como se eles tivessem também numa relação muito parecido com a relação dos dois primos né muito parecido como
os dois primos se relacionam dentro dessa história um primo por exemplo fala sobre a dor e o outro primo mostra a sua dor de maneira Sutil e também por caminhos bem diferentes é como se um primo fosse o texto e outro primo fosse a imagem muita coisa que acontece de maneira direta na verdade tá tentando esconder o que acontece em uma segunda camada não é que que o filme tá querendo nos enganar acho que não é isso é que ao falar sobre uma dor mais Óbvio como quando vai falar sobre o Benji ele sempre deixa
margem para pensarmos que há também uma dor menos óbvia acontecendo noutros ambientes noutros aspectos por exemplo com David e a partir disso pergunta qual é a verdadeira dor Ele pergunta é verdade mas não responde com a sua resposta e acho que mais ainda ele nos entre aspas aí nos engana com as respostas mais óbvias que vai dando ele desvia a nossa atenção Esse é o ponto quando o letreiro Aparece ao lado do personagem do kiran ckin o filme ele finge deixar óbvio que ele é quem sente a tal verdadeira do porém em diversos momentos o
que um personagem diz acaba aparecendo no outro de maneira muito velada quando benj diz que ninguém quer ficar sozinho sobre uma personagem terceira do grupo a gente vê o David repetidamente se isolando como na cena em que ele vai comer uma sopa e senta numa mesa diferente do grupo isso acontece porque a verdadeira dor não tem um rosto e não tem um jeito definido é verdadeira dor do Benji é verdadeira dor do David Por mais que você nem a perceba todas as dores são legítimas independentemente de como são vividas ou até mesmo performadas expostas é
tanto que uma terceira verdadeira dor vai sendo discutida pelo filme o tempo inteiro e esse é o mais complexo por aqui que dor que sentimento que experiência é essa que o benj tanto busca e tanto força a alcançar que Auto flagelo é esse que ele quer achar para responder isso falemos sobre pertencimento isso é tratado com muito cuidado paciência e muito carinho mas também com uma abordagem bem pontiaguda para gerar desconforto Por exemplo quando pergunta do que que adianta viajar para compreender as suas origens se o contexto atual é completamente diferente daquele que se busca
atingir então a ideia de revisitar o passado parece uma tentativa de emular algo mas isso é feito cercado de privilégios modernos Isto é deitado e uma cama macia ou como mostra bem uma cena que faz esse assunto surgir com força viajando na primeira classe de um trem que Segue o mesmo percurso que um dia foi usado para transportar pessoas para campos de concentração por isso o filme contrasta duas formas de conexão com a dor histórica com a memória um personagem que se relaciona com ela de maneira quase turística quase e observando como se fosse um
quadro por is com mais distanciamento e outro que parece necessitar sentir essa dor de forma visceral como se fosse a única maneira de se conectar com as suas origens mas que também não consegue manter isso dada a sua origem de fato não a origem que ele quer ter mas a origem dele de fato Benji busca absorver a dor alheia porque a sua própria já não lhe basta ele acha que precisa sentir plenamente o sofrimento do outro como quem coloca o dedo na tomada para experimentar o choque que outra pessoa levou o relato não lhe é
sufici cente e essa busca o impede de encontrar paz no sono como se não tivesse direito a Uma tranquilidade contudo perceba ele vive a contradição de ter que adormecer repetidas vezes porque é algo inerente à condição humana mesmo desprezando o primo por ir dormir cedo mesmo criticando o primo porque vai dormir cedo ou seja essa dualidade do Benji de não querer viver algo mas ser forçado a viver esse algo porque é natural faz parte da sua origem enquanto ser humano essa dualidade é o conflito entre querer abraçar e ao mesmo tempo ceder aos confortos e
privilégios da vida que ele vive Benji é a total incoerência que molda a nossa essência Ele É sensato e Rude ao mesmo tempo ele pode ensinar sobre ética e a importância da memória mas também reproduz os comportamentos que criticava na cena atrás na cena anterior deseja viver como um local mas nem entende polonês quando um local fala com ele e ele até tira onda com isso forçando o seu inglês ele justamente se entrega a Ao jeito americano que tenta evitar tanto e talvez nem perceba ou perceba e viva essa hipocrisia mesmo né Ele é um
personagem tão sem rumo né E ao mesmo tempo de rumos tão precisos que prefere ficar no aeroporto observando o ir e vir das pessoas que passam e não ficam porque ele mesmo não se encontra em si Assim como as pessoas não se encontram no aeroporto elas apenas passam por ali o Benji quer passar pela sua vida mas ele acha que precisa ter a experiência total de outra vida para conseguir fazer isso não precisa essa dicotomia que define o benj traz de forma honesta e Muito desconfortável a nossa incapacidade de realmente ocupar o lugar do outro
por isso que eu digo que o filme Além de tudo também é muito pontiagudo nos assuntos que ele traz Podemos sim nos compadecer revisitar momentos históricos buscar entender caminhar por lugares de memória sentir a atmosfera Mas jamais experimentar a essência daquela dor podemos sentir outra dor também verdadeira mas não a mesma dor por isso benj não se encontra ele quer o que ele não conseguirá ter quando os personagens observam roupas de prisioneiros através da vitrine né eles sentem o pesar É verdade mas eles não vestem aquelas roupas eles sequer chegaram ali açoitados a pé eles
chegaram num vã confortável portanto Essa desconexão é inevitável e paradoxalmente necessária porque é nela que entendemos a nossa dor e assim é nela que a gente consegue nos encontrar nessa jornada de luto ou seja lá do que esteja causando esse momento dentro da sua vida buscar aquela dor é como encontrar uma casa e não poder entrar apenas vê-la pelo lado de fora sem realmente ir nas entranhas daquela experiência não se trata de colocar-se no lugar do outro eu acho que nem dá para se colocar no lugar do outro tá o máximo que você pode é
reconhecer que o lugar do outro é único coisa que o guia não entendia ao transformar tudo em objeto de análise coisa que o casal mais turístico também não entende ao apenas querer viver aquela experiência para validar o seu próprio passado num dos diálogos lá que tem com o David o elogio Por exemplo fala que não gosta de todas as tradições relacionadas ao judaísmo David disse que também inclusive que é bem desconectado disso tudo Eló parece tirar daquilo tudo o que lhe é bom o que lhe convém ou seja do verdadeiro sentimento da memória tiramos o
que nos convém Jamais ela inteira porque ela inteira vem com vários percalços e portanto várias verdadeiras dor que evitamos ou sequer entendemos para que viv vamos a nossa dor em Total verdade a pedra deixada ao final é uma forma do David deixar a dor para trás e mostrar que ele também carregava no seu bolso uma dor verdadeira que compreendeu e que agora resolveu agora ele vai construir novas memórias com a sua família e por consequência novas dores também novas dores que não serão plenamente alcançadas pelos próximos e assim sucessivamente vivemos dores verdadeiras o tempo todo
e são nossas e portanto são mais do que o suficiente para a partir delas nos tornarmos sujeitos completos em nossa própria experiência desse negócio chamado vida não é a vida do outro que nos define por completo A verdadeira D é um filme que constrói a sua honestidade com a simplicidade rara de alcançar na arte enfim na construção de produtos artísticos quer que seja diálogos profundos são escritos a partir do banal a fotografia e a montagem respondem a muita coisa que o texto oculta inicialmente ou até mesmo que chega a tentar mentir ele reflete muito bem
sobre as várias dores a minha a sua a do outro e a do passado conversa sobre os espaços de memória e além disso sobre como é impossível ter uma experiência completa quando não se julga a própria experiência e a própria dor como propriamente completas e por isso imensamente verdadeiras Jess Heisenberg faz um roteiro cru e Cruel que nos coloca diante de nossas contradições desse desejo de buscar viver o pesar alheio para só assim validarmos o nosso discutindo eu e o outro o tempo inteiro a verdadeira dor é muito potente e muito singelo ao mesmo tempo
o roteiro que entrega o que a monade resolver ocultar aqui AC é o ouro dessa questão inteira de que existe tanto sentimento naqueles que não falam quanto naqueles que deixam bem claro em alguns momentos até demais é isso muito obrigado por chegar até o final desse vídeo agora se inscreve no canal deix seu like Espero te encontrar numa próxima oportunidade forte abraço em vocês e tchau n