[Música] Olá sejam muito bem-vindos eu sou Júlio Este é mais um vídeo do canal leia mais com Júlio no vídeo de hoje vamos conversar sobre este livro que foi indicado para as leituras obrigatórias do vestibular da urgs 2025 mas em que mundo Tu Vives de José Faleiro Este foi o primeiro livro de José Faleiro o qual eu li e fiquei muito surpreso já tinha ouvido falar em esse aqui é o terceiro e já tem outras duas obras publicadas e eu achei maravilhoso nós vamos encontrar aqui a uma crônica de vida uma crônica da da nossa
população de Porto Alegre o o José Faleiro ele vai nos falar aqui sobre violência sobre exclusão sobre preconceito racismo sobre uma porção sobre como vive a população da Periferia e em entrevistas que eu que eu ouvi dele sabe ele sempre ele diz que é quase que 100% autobiográfico ele fala das vivências dele da das dificuldades e é e é uma ele fala muito com muita propriedade de uma população que para muita gente é invisível a gente não se dá conta das dificuldades das coisas sabe que existe mas não se se aprofunda no nesse tema na
Primeira Crônica do livro eh a crônica que tem o mesmo título do do livro mas em que mundo Tu Vives ele relata uma uma situação em que um primo dele havia estava trabalhando na construção civil e saiu saiu do trabalho e foi embora não quis mais trabalhar e contou porque que isso havia acontecido Ele conta que o chefe mandou ele mais um outro um outro funcionário lá com com apenas um martelo um simples martelo para iniciar a demolição de um prédio de um sobrado e ele eles ficaram lá batendo naquele naqueles tijolos o dia inteiro
sem sem ter água para beber com sol quente debol e os dois conversando dizendo mas nós dois com esse martelo aqui nós nem vamos conseguir não vai produzir esse trabalho e eles cheg o Che e por mais que eles Martel assem Eles simplesmente quebravam pedaços pequenos de tijolos era um trabalho inútil não ia fazer diferença Só aqueles dois né para realizar aquela função e o chefe disse para ele o seguinte não vocês podem fazer aí cumprir o turno porque amanhã vem uma reta escavadeira aqui e demule tudo isso aí em meia hora então a pergunta
é para que que eles estavam lá fazendo aquilo ali e o chefe disse simplesmente porque eu vou pagar vocês mesmos vocês vão ficar aí recebendo sem fazer nada então eu ocupo o serviço de vocês nisso um trabalho inútil mas simplesmente para não deixar os funcionários ocupados isso nos lembra eh eu até tenho aqui na trilogia do do o Laurentino Gomes escravidão aonde havia situações em que o o o escravo não não não não podia parar ele tinha que estar sempre de um lado para outro fazendo coisas mesmo que inúteis porque ele era ele tava ali
para trabalhar e esse nem pago era tá então são situações que a gente vai vivenciando que a população vivencia todo dia mas que a gente não não se dá conta então nas entrevistas n entrevistas que eu li do Faleiro ele relata como não é que como ele escreveu essas crônicas tudo coisas do dia a dia vivências dele mesmo ele nos conta que que começou a ler muito tarde ele começou a ler aos 21 anos de idade não gostava não queria ler por insistência de uma irmã e do irmã mais velha que dizia não você tem
que ler você tem que ler ele disse assim Então tá eu vou ler mas o desafio dele era eu vou ler um livro até o final só para dizer para ela depois que não gostei e ela deu para ele um livro chamado besta fera segundo eu não conheço mas segundo ele era uma história sobre lobisomens e ele leu até o fim o que ele queria era ler até o fim e dizer assim ó toma aqui o livro eu não não gostei mas aconteceu o contrário ele gostou e daí começou começou a sua vida de leitor
até virar o escritor maravilhoso que ele tem se demonstrado nessas três obras que ele já escreveu nós vamos aqui ouvir relato de de do Faleiro aonde ele nos diz di que eh Ele não desistiu da escola a escola que desistiu dele Ele estudou lá na Lomba do Pinheiro que é a comunidade dele até o ensino ensino primário depois no ensino secundário ele teve que vim para para um lugar distante porque não havia numa escola distante porque não havia Escola Secundária lá na região dele aí ele tinha dificuldade de pagar passagem era muito longe ele não
almoçava não não não tinha lanchado tava com fome então ele acabou desistindo na naquele momento né Eh ele vai nos relatar a depois que ele passou a estudar à noite o a dificuldade sem sem transporte ele tinha que andar a pé longas distâncias com medo à noite medo segundo ele não de ser assaltado porque ele não tinha nada para roubarem Mas medo de ele ser confundido com um assaltante e a polícia quando entra nessas na entra na na comunidade é só para reprimir o estado não se faz presente nessas comunidades o estado devia estar lá
com saneamento com educação levando cultura mas quando o estado aparece é somente para reprimir nós vamos encontrar aqui uma linguagem muito interessante que ele alterna muito bem ele fala com a linguagem Popular com a linguagem que se fala lá na quebrada mas e e ao mesmo tempo ele faz os diálogos assim com essa linguagem com coloquial e depois ele muda para uma linguagem brilhante uma linguagem maravilhosa e ele conta todas uma uma passagem muito interessante das das coisas que eu li sobre ele que eu que eu vi o próprio Faleiro falando ele dizendo que que
ele adora Pagar boleto quando todos nós dis assim B chegou boleto é mais boleto ele Ele conta que o dinheiro que ele ganhava ele e a família era tudo assim todo aquele dinheiro mal dava para comer então eles recebiam iam lá entregavam aquele dinheiro lá no no armazém no mercadinho lá da da loba do Pinheiro pegavam comida e depois tinham que trabalhar de novo então para repor para comer novamente no outro mês ele conta na nos conta né que ele assim na a água na casa dele era gato a luz era gato tudo era era
usando de subterfúgios para para sobreviver quando ele conseguiu quando ele conseguiu eh ter ter dinheiro para pagar as coisas ele ficou Maravilhado chegava o boleto dis olha aqui ó a internet do meu nome então el dis vou pagar e ele pagava a luz pagava água feliz porque agora ele podia pagar tipo assim agora eu tô no jogo agora eu entrei agora eu tô vivendo então esses temas eles vão estar em todas essas Crônicas do do livro eh a dificuldade que vive o pessoal da Periferia o não ter uma roupa boa não ter um tênis bom
ele tinha uma uma el conta que tinha uma roupa mais ou menos e a roupa de usar o dia todo a a roupa mais ou menos era na possibilidade de ter uma uma entrevista de emprego uma possibilidade de procurar um outro trabalho e nós vamos estar é um livro permeado por por esses temas violência racismo exclusão preconceito eh drogas aquela a luta diária da população da Periferia para ter dignidade para poder para para arrumar um emprego decente para para fazer parte do jogo como ele diz quando ele tava Pagando os boletos então Eh pro vestibulando
que vai ler esse livro e que vai fazer a sua prova sempre os temas recorrentes do começo ao fim nessas crônicas que há moment são esses que eu falei violência racismo exclusão dificuldades vai ser permeado por toda toda toda a história toda a toda a obra as pessoas que não sofrem esse tipo de exclusão esse tipo nem imagina que isso existe e uma frase que que ele falou que eu achei genial não é literati é a vida é a vida de grande parte da nossa população tá aqui ao nosso lado anda anda conosco pelas ruas
no transporte no dia a dia eu achei muito legal a urgs colocar esse livro esse livro nas suas leituras obrigatórias porque vai ser assim um choque gente para as pessoas que não têm nem ideia eu mesmo já trabalhei com pessoas que não tinham nem ideia de do que se passa fora do seu ambiente da sua bolha ali então muito legal a escolha dessa leitura eh são várias crônicas o que eu disse aqui é o que o que diz o próprio autor são palavras dele na na maioria do que eu falei e que conta essa realidade
dessa dificuldade e da luta que tem essa gente brava trabalhadora que tá aí tentando quebrar preconceitos tentando quebrar paradigmas e vem lutando e eles vão conseguir gente se Deus quiser tá Um abraço e até a próxima [Música]