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Um bom dia, meus caros! Sejam bem-vindos à nossa meditação. Peçamos a Deus a Sua bênção sobre nós.

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome; venha a nós o Vosso reino; seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Que o Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, hoje e sempre.

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. No dia de hoje, meus caros, começamos o capítulo 39 do livro "O Caminho de Perfeição".

O título nos diz o seguinte: continua a falar do mesmo assunto, as tentações, e faz admiráveis considerações sobre algumas tentações, indicando os meios para se libertar delas. Nos diz aqui Santa Teresa: guardai-vos também, filhas, das humildades que vêm do demônio, acompanhadas de grande inquietação a respeito da gravidade dos nossos pecados, que devem afastar as almas das comunhões e da oração particular, por não se considerar digna, sugere-lhe o demônio. E quando a alma se aproxima do Santíssimo Sacramento, perde todo o tempo em que deveria receber graças, pensando se está ou não bem preparada.

A coisa chega a tal ponto que a alma tem a impressão de que, por ser como é, está tão abandonada por Deus que quase duvida da Sua misericórdia. Tudo que ela faz lhe parece perigoso, e o seu serviço, por melhor que seja, infrutífero. Vem-lhe uma desconfiança que a impede de fazer qualquer bem, por pensar que o que é bem nos outros, nela é mal.

Observai, filhas, o que vou dizer, pois algumas vezes considerar-se tão ruim pode ser humildade e pode ser virtude, e outras vezes, uma enorme tentação. Eu sei disso, pois tive experiência. A humildade não inquieta, não desassossega e nem deixa a alma em alvoroço, por maior que seja.

Ao contrário, vem com paz, com contentamento e tranquilidade, mesmo que a pessoa, por se considerar ruim, entenda, com clareza, que merece estar no inferno, afligindo-se e tendo a impressão de dever ser justamente condenada por todas as pessoas, quase não ousando pedir misericórdias. Se a humildade for boa, esse sofrimento trará consigo uma suavidade e uma alegria das quais não gostaríamos de nos ver privadas. Quando a humildade é assim, não traz alvoroço nem angústia, mas amplia o coração, tornando a alma capaz de servir mais a Deus.

Aquele outro sofrimento tudo perturba, tudo agita, revolvendo a alma inteira, e é muito penoso. Creio que o demônio pretende com isso que pensemos estar tendo humildade e, se puder, levar a desconfiar de Deus. Quando vos achardes assim, interrompei o quanto puderdes o pensamento sobre a vossa miséria e ponde na misericórdia de Deus, pensando no quanto Ele nos ama e padeceu por nós.

Se for tentação, nem isso podereis fazer, pois ela não vos deixará sossegar o pensamento e nem fiai-vos em coisa alguma, fatigando-vos cada vez mais. Já será muito se vocês perceberem que é tentação. O mesmo faz o inimigo, incitando-os a penitências exageradas, que só servem para que pensemos que somos mais penitentes do que os outros e que fazemos alguma coisa a mais.

Se andais vos escondendo do confessor ou da prelada, ou se ordenando-lhes que deixem estas penitências, não obedeceis; está claro que é tentação. Procurai, mesmo que sofrais ainda mais, obedecer, pois nisso está a maior perfeição. Então, nós temos aqui, nessas páginas, não é claro, todos os escritos de Santa Teresa são um tesouro, mas algumas páginas do "Caminho de Perfeição" são especialmente claras e muito profundas.

Então, Santa Teresa aqui ensina como identificar algumas tentações. Primeiro, ela vai falar sobre a virtude da humildade. Santa Teresa fala de uma humildade que vem do demônio, uma humildade que não é genuína.

E como identificar a humildade que não é genuína? Ela traz desassossego. Aliás, Santa Teresa usa isso como um critério para tudo.

Tudo que ela vai falar na vida espiritual, ela sempre se volta, sempre fala desse critério que é o desassossego interior. Tudo que acontece na nossa alma, no nosso interior, e traz desassossego pode vir da nossa falta de virtude ou pode vir de tentações demoníacas, mas não é ação de Deus. Aquilo que Deus faz, por mais duro que seja, traz tranquilidade, traz paz interior.

Eu não estou dizendo que não traga, às vezes, sofrimento; que não traga, enfim, outros problemas. Às vezes, Deus não nos priva disso, dos problemas e dos sofrimentos. Mas se é de Deus, traz paz interior.

Paz interior, mesmo a morte, por exemplo. Enfrentar a morte de um ente querido, às vezes a gente fica se perguntando: "Mas será que agora era a hora? " E aí, quando a gente vai examinar, por mais que sintamos falta, por mais que soframos a ausência, se temos aquela paz interior, nós sabemos: realmente, Deus chamou a pessoa.

Era para ser assim. Então, ou se quando rezamos, nos vem em mente que alcançamos alguma coisa, alguma graça especial de Deus, e começamos, então, a olhar para isso, e isso nos traz paz interiormente, nos traz paz, então realmente veio de Deus. Agora, existe uma falsa humildade.

A humildade é o que Santa Teresa diz aqui: ela às vezes aparece, sobretudo, quando a pessoa vai comungar. No tempo de Santa Teresa, não se podia comungar frequentemente. Então, as irmãs, mesmo aquelas que haviam avançado muito na perfeição, não comungavam diariamente.

Então, havia ali pelo menos alguns momentos de comunhão. Intervalos ali para que pudessem comungar. Então, Santa Teresa fala: "Tem algumas irmãs que, quando comungam, que já era raro, ao invés de pedir muitas graças a Jesus, aproveitam aquele momento; elas ficam pensando em 100 coisas: 'Ah, eu não sou digna.

Será que eu confessei direito? Será que eu accusei todos os pecados que eu deveria acusar? Será que eu não deixei alguma coisa para trás?

' E vai pensando, e pensando, e pensando. E aí o que acontece? O tempo da presença de Jesus no nosso coração dura quanto duram as espécies eucarísticas.

O que isso significa? Que a presença de Jesus, quando nós comungamos, ela não fica conosco o tempo todo. Quando o nosso organismo vai fazendo a digestão natural da partícula consagrada, a presença real de Jesus vai se esvaindo.

Então, dura cerca de uns 10 minutos. Então, é hora de pensar apenas em Jesus, falar com Jesus, pedir tudo que tem para ser pedido. E aí, Santa Teresa fala das tentações.

É nessa hora que muitas irmãs começam a ter grandes tentações: 'Mas será que eu sou digna? Será que eu confessei direito? Será que…' E aí a pessoa pensa, pensa, pensa em mil coisas, não pede graça nenhuma, e a presença de Jesus se foi.

Santo Agostinho dizia: 'Eu não tenho medo de Deus; eu tenho medo da graça que passa. ' O que é a graça que passa? É aquilo que Deus queria me dar, mas passou.

Eu não rezei como deveria rezar, eu não prestei atenção nas coisas de Deus como deveria prestar. E pronto. Isso aqui é o quê?

É a colheita do diabo. Ou seja, o demônio vai atrás daqueles que já estão decididos por Deus, não tentando com tentações absurdas, oferecendo, às vezes, pensamentos ou pecados absurdos que a pessoa não vai cair. A pessoa não vai cair nisso.

Mas onde que o demônio vai tentar? Onde o demônio vai tentar a sua colheita? Sugerindo coisas, sugerindo até aquilo que parece humildade.

Então, o demônio começa a sugerir: 'Não será que você é humilde? Será que você é virtuoso de verdade? Será que você se confessou direito?

' E aí vai, vai, vai, e a pessoa se distrai, pensa em outras coisas, e não reza. E aqueles 10 minutos do pós-comunhão passaram; eles passaram e não voltam mais atrás. E pronto, o fruto que você poderia obter, você já não obtém mais.

É a colheita do diabo. A colheita do diabo é tentando nos desviar, tentando nos fazer não receber as graças que nós poderíamos receber. E Santa Teresa fala, então, dessa falsa humildade.

Naquele tempo de Santa Teresa, de comunhões raras, o demônio tentava com escrúpulo, tentava com muitos pensamentos, no sentido de desviar. Agora, hoje, como que o demônio tenta as pessoas? Naquela época, era fazendo as pessoas se sentirem tão indignas que elas pensavam só nisso e não aproveitavam as graças.

E hoje o demônio tenta com o inverso: ele faz as pessoas se sentirem tão dignas, tão santas, tão certas de possuírem virtudes que elas não se confessam. As filas de confessionários nas nossas paróquias são pequenas, e as filas de comunhão são lotadas. Alguma coisa está errada.

Então, hoje a tática é outra: o demônio convence as pessoas de uma dignidade, de uma virtude que as pessoas não têm. 'Não, hoje pode comungar tão comum. ' E aí, as pessoas não se dão conta de que comungam mal e profanam a presença de Jesus.

E isso se reflete nas vidas das pessoas. São Paulo, no capítulo 15 dos Coríntios, dizia assim que existiam muitas mortes e desgraças entre os coríntios porque eles comungavam mal; eles não distinguiam entre o pão comum e o corpo de Cristo. E aí é por isso que São Paulo fala que eles estavam comendo e bebendo a própria condenação.

Veja bem, São Paulo fala de doenças, de males provenientes da justiça de Deus que caía sobre as pessoas para despertá-las para o fato de que estavam comungando mal. Então, hoje o problema é outro: o demônio convence as pessoas de uma virtude que elas não têm. E veja bem, eu não estou dizendo aqui que somente os santos, puros e sem pecados, imaculados, poderiam comungar.

Não. Mas, pelo menos em estado de graça, todos devem estar, pelo menos com a confissão em dia. Todos devem estar.

E muitos, muitos até que rezam e às vezes cometem pecados e não confessam, vivem em pecado e comungam. Então, essas pessoas fazem um grande mal a si, à sua família, à sua casa, e não percebem que a causa desses males é justamente aquilo que São Paulo fala no capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios: eles não distinguem o corpo de Cristo, comem e bebem a própria condenação. Não só na outra vida, mas já agora.

Então, se somos amigos de Deus, nós devemos buscar a santidade, e a santidade começa pela humildade. E Santa Teresa diz: o verdadeiro humilde não é aquele que fica diante de Deus dizendo: 'Eu não sou digno, Senhor. Eu não sou nada, eu isso, eu aquilo, eu aquilo.

' Não. O verdadeiro humilde é aquele que tem uma consciência de si, sabe o quanto é merecedor da misericórdia de Deus, o quanto não faz nada de bem por si mesmo. Só que ele não se inquieta.

O verdadeiro humilde não se inquieta quando ele é humilhado pelos outros, quando ele é caluniado. Ele, às vezes, até se alegra com isso, dizendo: 'Se Deus permitiu, é porque eu realmente mereço. ' E ele não se abala, porque ele sabe quem ele é e ele sabe quem ele é diante de Deus.

A humilhação – Santa Teresa falou isso esses dias atrás – ela pode até, num primeiro momento, trazer uma dor, a dor, às vezes, né, de querer ser estimado e não ser, de querer ser respeitado e não ser. Ela traz uma dor. .

. A humilhação, mas essa dor, como dizia Santa Teresa, ela passa num instante, porque o verdadeiro humilde sabe que o que realmente importa é o que Deus pensa dele. E aí já não é Santa Teresa de Jesus, é Santa Terezinha que nos diz isso.

Santa Terezinha do Menino Jesus, olha como ela se define: ela diz: “Eu sou aquilo que Deus pensa de mim. Eu não sou aquilo que eu acho, aquilo que os outros acham; eu sou aquilo que Deus pensa de mim. ” E aí, rezando, nós descobriremos o que realmente Deus pensa de nós.

E, às vezes, isso vai nos trazer uma certa dor, uma certa decepção conosco mesmos. Mas, às vezes, acontecerá que, rezando, nós nos daremos conta de que aquilo que Deus pensa de nós não é tão bom assim. Nós não estamos agindo tão bem, correspondendo tão bem; muitas vezes, nós estamos sendo, assim, uma lástima de filhos para Deus.

Mas, ainda assim, Deus nos ama e, misericordiosamente, nos quer. Por isso, Santa Teresa fala como afugentar essas tentações, mesmo aqueles que estão em uma tentação muito forte e que não conseguem nem afastar os pensamentos. Nesse caso, ainda nessas tentações tão fortes, nós devemos olhar para Deus e dizer para Deus: “Meu Senhor, misericórdia!

Misericórdia de mim! Olha para mim, Senhor; sabe quem eu sou. Misericórdia!

” Confiemos na misericórdia de Deus, que é nosso pai, que nos ama e nos quer ao seu lado. Nós precisamos apenas pedir essa misericórdia, colaborar com essa misericórdia e fazer aquilo que nós podemos com aquilo que nós temos. Deus nos abençoe nesse domingo; rezemos uns pelos outros na Santa Missa e que tenhamos em mente essas lições de Santa Teresa no dia de hoje.

Deus abençoe! Fiquem com Deus e até amanhã, se Deus quiser.