É em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém. E se inspirar é o Senhor!
As nossas ações ajudar-nos a realizá-las, para que em vosso comecem para vós em mim. E tudo aquilo que fizermos por Cristo, Senhor nosso. Amém.
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, Senhor, meu Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém. A alegria de estarmos juntos aqui, nesse programa ao vivo, mais uma vez, e agora estamos iniciando o mês de setembro.
Mês de Setembro! Aqui no Brasil, nós trabalhamos um mês da Bíblia. A Igreja Católica no Brasil quer dedicar esse mês de forma especial, porque é o mês em que celebramos também a memória do grande bíblico São Jerônimo.
Para nós podermos exatamente meditar mais nesse grande dom, nesse presente extraordinário, esse precioso presente de Deus que são as Sagradas Escrituras. Agora, um fato triste que aconteceu nesses últimos dias e foi uma polêmica, um pouco, a meu ver, um pouco gratuita, do Pastor Silas Malafaia com o Dom Henrique Soares da Costa. Veja, eu, Pastor Silas Malafaia, fiquei perplexo diante de um ensino do Dom Henrique, em que o Henrique, gravando um vídeo ali para alguns amigos que estavam ali presentes, ele estava falando para um grupo de jovens.
Os homens gravaram aquilo e ele estava ali falando o que é doutrina católica, que sempre foi a doutrina católica a respeito das Sagradas Escrituras. O Pastor Silas Malafaia reagiu, e eu não sei se assim, mas o que me causa mais surpresa, né? Se foi o modo como ele reagiu ou se foi o assunto, né?
Porque, assim, eu acho que faz 500 anos que estamos de acordo que não há acordo. Você me causou um pouco de perplexidade o fato de ignorar a posição da Igreja e de achar que aquela era a posição de um padre, quando não, a posição de um padre era a posição do Magistério da Igreja Católica faz dois mil anos. Nós vamos, daqui a pouco, dizer do que se trata.
Quem não assistiu ao vídeo saberá qual é o conteúdo. Mas eu gostaria de dizer logo, no início deste programa, que nós vamos, então, refletir sobre qual é o relacionamento entre Igreja e Bíblia. Nesse relacionamento de Igreja e Bíblia, saber qual é o pensamento da Igreja Católica.
Por isso, eu convido os os trólebus aqui a estudar em nós, de forma bem tranquila, e entendermos qual é o ensinamento da Igreja de dois mil anos. Quero dizer também que nós, católicos, principalmente no mundo em que nós nos encontramos agora, estamos aqui no Brasil, bem concretamente, bastante próximos dos evangélicos, e no sentido político. Ou seja, nós temos discordâncias religiosas, e inclusive disse isso no próprio Congresso, quando o Pastor, né, o Silas Malafaia, coloca ali toda essa perplexidade dele.
Eu acho que isso tudo só criou dificuldades para nos mantermos em um relacionamento sadio. Quando estive no Congresso, eu vejo claramente as vezes que a gente tem que lutar pela família, quantas e quantas vezes a bancada evangélica é uma aliada bastante forte, bastante importante para nós. E eu acho que ficaram agora jogando pedras nos outros, não é?
Não vai ajudar em nada! Eu acho que a gente tem que, com clareza, saber que nós não temos um acordo com relação a isso. Ou seja, não há acordo entre a Igreja Católica e a Igreja Evangélica.
Está muito bem! Vamos nos respeitar mutuamente, mas os nossos inimigos, ou seja, os inimigos do cristianismo, estão bem unidos contra nós. E, se nós nos unimos politicamente para defendermos o cristianismo como um todo, eles vão vir com trator em cima de nós.
Então, acho que não é conveniente, não é oportuno, ficarmos agora com rixas desnecessárias. Agora, claro, dentro do debate teológico as coisas podem acontecer. E qual é, então, a doutrina da Igreja com relação a essa realidade da Bíblia e da Igreja Católica?
Qual é? De onde veio? Quem veio antes, né?
Essa construção de base, assim. Foi o ovo ou foi a galinha? Quem veio antes, a Igreja ou a Bíblia?
O Dom Henrique Soares da Costa colocou com grande clareza que há uma presidência da Igreja. Ou seja, antes da Bíblia existe a Igreja. E, porque aqui, antes da Bíblia, existe a Igreja.
E pronto! Muito simples. Porque a Igreja Católica compreende que nós só aceitamos a autoridade das Sagradas Escrituras exatamente porque é o que foi recebido pela tradição da Igreja, pelo Magistério.
Mesmo aqui, vamos colocar as coisas com clareza. E veja só, o Pastor Silas Malafaia comete um grave erro de lógica, aquilo que a gente chama de sofisma do termo médio. E qual é o silogismo, o raciocínio do Pastor Silas Malafaia?
Gente! Jesus é a palavra de Deus. Jesus é anterior e é mais importante do que a Igreja.
Em conclusão, a palavra de Deus é anterior e mais importante que a Igreja. É, sim! Só que acontece o seguinte: o problema é que, uma vez você considera a palavra de Deus como sendo o Verbo eterno, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, ah, e outra vez você considera a palavra de Deus como um livro, as Sagradas Escrituras.
A hora evidente que isso aqui é um sofisma! É evidente que todos os católicos estão de acordo com os evangélicos quando nós dizemos que a palavra de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, o que se encarnou, é muito mais importante do que a Igreja, porque ele é a cabeça da Igreja, ele é a origem da Igreja e, sem Jesus Cristo, na virilha e sem a palavra de Deus na virilha. Mas não estamos discutindo a respeito da palavra de Deus.
Se você for prestar atenção no vídeo do Dom Henrique, o Henrique não usa a expressão palavra de Deus; ele usa. . .
A Bíblia, ele usa, Sagrada Escritura; não é, portanto, não vamos aqui confundir as coisas, não é? Ou seja, a Igreja nasce da Palavra de Deus, porque a Palavra de Deus é uma pessoa, e essa pessoa é Jesus Cristo. Bom, então a Igreja nasce e dá para ver Deus, que Jesus Cristo é o esposo da Igreja e, portanto, a Igreja Divina, que saiu do peito aberto de Cristo, como Eva saiu do lado de Adão.
A Igreja tem essa, é a realidade da independência de Cristo. Mas acontece que Jesus morreu, ressuscitou e subiu aos céus; enviou o Espírito Santo, veio a gente em Pentecostes, e Jesus não deixou nenhuma linha escrita. Eu tenho aqui uma cópia grega original do Novo Testamento; aqui estão, nesse livrinho, os 27 livros do Novo Testamento.
O que está aqui é totalmente, absolutamente igual, tanto para os católicos como para os protestantes, e não há nenhuma discussão a respeito dos 27 livros do Novo Testamento. Tanto católicos quanto protestantes aceitam os livros do Novo Testamento. Eu vou deixar de lado a discussão a respeito do Antigo Testamento, porque nós, católicos, pegamos uma lista que é mais parecida com a lista da septuaginta, e os protestantes pegaram a lista judaica.
Nós não vamos entrar nessa discussão aqui; quem quiser entrar nessa discussão, temos uma aula do Catecismo da Igreja Católica no nosso site, aula número 14. Para quem quiser entrar lá, eu irei mostrar detalhadamente a história da lista dos livros da Bíblia. Estou procurando um atalho, porque senão vamos ficar nessa discussão aqui.
Sim, então quem quiser ver um estudo científico a respeito do cânon das Sagradas Escrituras, você vai encontrar lá no nosso site, a aula 14 do Catecismo, em que apresentamos um grande estudo que devemos enormemente ao trabalho e à pesquisa de Alessandro Ricardo Lima, que escreveu um livro chamado "Cânon Bíblico: a Origem dos Livros Sagrados", publicado em 2007 pela Editora Com Deus; está à disposição também no site da Editora Eclésia, para quem quiser comprar. Isso, porém, vamos deixar de lado; vamos resumir a nossa conversa aqui, né? Para você católico ficar sabendo, esses 27 livros que estão aqui para nós católicos são idênticos aos 27 livros de uma das Bíblias protestantes.
Estou falando só do Novo Testamento. Olha, quando Jesus subiu ao céu, Ele não deixou nenhuma linha escrita. A única notícia que nós temos de que Jesus escreveu alguma coisa foi na esplanada do templo, em que Ele traçou na areia alguma coisa lá, mas o vento levou.
Pronto, acabou o que Jesus escreveu; nós não temos. Portanto, o que nós temos é um livro que não foi escrito por Jesus, e esse livro foi escrito por autores sagrados que nós costumamos chamar de hagiógrafos. Por exemplo, o primeiro livro que está aqui a tradição diz que foi escrito por Mateus, o Evangelho segundo Mateus.
O segundo Evangelho foi escrito por Marcos, o Evangelho segundo Marcos; o terceiro foi escrito por Lucas, o Evangelho segundo Lucas, e assim por diante, até chegarmos aos 27 livros, até chegarmos no Apocalipse. Pergunta: E quem disse que esses 27 livros são os livros inspirados por Deus? Jesus?
Não foi, porque não tinha nenhum inscrito quando Jesus estava aqui neste mundo. E quem foi que disse: "Ah, não, isso foi uma inspiração divina"? Não foi nenhuma autoridade humana.
Quem definiu esses 27 livros? Essa resposta é que os protestantes não têm. Não foi nem autoridade humana, foi a inspiração divina!
Esqueçam! Inspirou quem? As pedras?
As flores do campo? As árvores? Os chimpanzés da África?
A expressão divina, inspirou quem? E foi uma unanimidade. Não é a verdade histórica.
O pastor Silas Malafaia, me desculpe, mas o senhor perde até um pouco a moderação, porque quando o povo descobrir a Palavra e o povo tem acesso à Palavra, as Bíblias estão aí nas bibliotecas, nas livrarias; na sua casa tem a Bíblia. O povo não precisa descobrir a Bíblia; o povo precisaria descobrir a história da Bíblia, e é isso que está escondido do povo. E o que o povo precisa descobrir é que a Bíblia não caiu do céu de paraquedas!
Como foi que apareceram esses 27 livros? Quem fez essa lista foi uma batalha das mais encarniçadas durante séculos, nos primeiros séculos da Igreja. E havia os gnósticos que queriam produzir muito mais do que esses 27 livros; queriam colocar, por exemplo, qual é a grande trunfo do Dan Brown no seu "Código Da Vinci"?
Como é que ele está escandalizando as pessoas? É porque imagina: havia outros Evangelhos! Ah, o evangelho de Maria Madalena!
E a Igreja Católica jogou fora! Vejam: sim, e daí? Mas os católicos sabemos disso há dois mil anos.
O presidente é que havia muito mais Evangelhos do que esses quatro que estão aqui. O evangelho de Maria Madalena, o evangelho de Tiago, os Evangelhos da infância; havia o Evangelho que era atribuído a um apóstolo. Havia tantos outros Evangelhos e outras epístolas, como a epístola de Barnabé, e outros Atos dos Apóstolos.
Ah, e não entraram na Bíblia! É, mas não entraram na Bíblia porque os gnósticos queriam colocar tudo isso na Bíblia e queriam colocar lá o evangelho de Maria Madalena que fala que Jesus beijou Maria Madalena, que Maria Madalena era a discípula amada de Jesus. A Igreja não aceitou esse Evangelho como sendo canônico.
Ele não é inspirado, ele não é Palavra de Deus. Enquanto os gnósticos queriam colocar muito mais livros aqui, havia outros, como os marcionitas, que seguiam o herege. Marcião, o que queriam tirar?
Eles queriam, não era quatro Evangelhos. Ele só aceitava o Evangelho de Lucas. Ah, e ainda com censuras; ainda tem alguns pedaços de Lucas.
Aceitavam suas cartas e São Paulo, e o resto jogaram fora. Ah, então quer dizer que, se fosse por Marcião, o filho, teríamos muito menos livros. Se fosse pelos gnósticos, seria muito mais livros.
E esse debate, esse arranca-rabo, essa disputa, né? Ela é uma disputa encarniçada e dura durante séculos. Bom, vamos lá.
Você é fiel católico, me diga: quem foi que fez a lista dos 27 livros do Novo Testamento? Eu não estou querendo entrar no debate do Antigo Testamento, porque ele nos levaria muito longe. Essa história lá é um debate com os protestantes, não ficarão em acordo.
Nós estamos de acordo, todos, absolutamente todos os católicos, absolutamente todos os ortodoxos, absolutamente todos os protestantes da face da terra; todos os que se dizem cristãos, todos, absolutamente todos aceitam os 27 livros do Novo Testamento sem discordar. E essa unidade vem de onde? Já que nos primeiros séculos havia um grande debate.
E não me venha dizer que foi unanimidade, que os apóstolos, bingo, iluminados, disseram: "é isso"! Não. E se você for ver nas primeiras listas canônicas, por exemplo, o livro do Apocalipse quase não estava presente, porque em muitos lugares era tido como um livro erótico.
A segunda e terceira carta de São João não entrou. Em compensação, havia um outro livro, O Pastor de Hermas, que era muito popular e era lindo em muitos lugares; aceitavam-no como sendo um livro bíblico. Então, quem foi?
Essa pergunta não quer calar! Não há por onde escapar: ou você crê que a Igreja foi inspirada a escolher esses 27 livros, ou então, de onde veio isso? E se houve tanto debate, se houve tanta disputa por tantos séculos, quando a coisa só se foi esclarecer, né, no canon do Novo Testamento, e lá no final do século II você encontra já algum fragmento?
Ali, o fragmento de Muratori tem uma lista parecida com a nossa; mesmo assim, ela não está completa. Você encontra algumas coisas, tal forma que o próprio Santo Agostinho, né, ele ainda fala dos livros do Novo Testamento como se fosse ainda uma coisa debatida. Ele põe lá um critério: ele diz: "Olha, vamos adotar os livros que a maior parte das dioceses aceita, pessoalmente, as dioceses mais antigas e os césares de origem apostólica".
Oi, mano, como é que Santo Agostinho já está falando no final do século IV, início do século V? Bom, então não tem problema da capa. Esse é um problema dos protestantes, não é um problema nosso.
O problema é que Martinho Lutero, Calvino e os primeiros protestantes resolveram não crer na Igreja. Eles optaram por essa novidade de crer na Bíblia. E aí o que acontece?
Eles não têm como querer que um homem fique de pé em cima dos próprios ombros, ou seja, quem dá fundamento à Bíblia é a própria Bíblia, não pode ser quem está fundamentado na Bíblia. E esse livro aqui não foi, e não é, assim, encadernado, bonito, impresso, num formato tão manuseável. Se você for copiar esses 27 livros em manuscritos, vai ter um volume enorme, e evidente que isso não estava num volume só.
Essa era uma biblioteca, eram 27 livros mesmo; é por isso que a palavra Bíblia é plural. Biblion é um livro; Bíblia são os livros. Bom, então, as Sagradas Escrituras, os livros do Novo Testamento, foram os escolhidos pela Igreja.
Portanto, vamos agora responder: como é que nós temos os livros do Novo Testamento? Nós temos o livro do Novo Testamento porque a tradição da Igreja, ao longo dos séculos, foi com a inspiração divina, fazendo a lista dos 27 livros. E a partir disto, quando essa tradição já estava solidificada e havia uma quase unanimidade por parte do orbe católico, bom, então o magistério da Igreja já fez a lista, né?
De tal forma que nós temos uma lista das mais antigas feitas pelo Papa Dâmaso, né? Está aqui no Denzinger-Hunermann, onde ele coloca, pode olhar lá: nº 179 dos Denzinger: os livros das Sagradas Escrituras. E nós temos aqui uma lista: o que é isso?
Nós temos; ele diz: "Os Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, usados por apóstolos, as epístolas de Paulo, que são 14, como nós temos hoje, né, contando com Hebreus como sendo de São Paulo". Bom, ele coloca o Apocalipse de João, coloca as epístolas de Pedro, de Tiago e as três epístolas de João, de Judas, e pronto. E aí terminou o Canon do Novo Testamento.
Está aqui no meu 180 do Denzinger, pelo Papa Dâmaso. Mas vamos lembrar, vamos lembrar: não está aqui o Papa Dâmaso? Ele foi Papa, e essa lista aqui do Canon do Decreto de Dâmaso é do ano 350.
Estamos aqui no quarto século. Bom, então veja só que coisa, né? Nós temos que crer na Igreja, você ouve uma tradição, e depois o Magistério bateu o martelo.
Então, veja: quais são as fontes da Revelação Divina? É a Bíblia e a Tradição. Mas, antes que a Bíblia existisse, havia a Tradição.
E aí, repito: antes que a Bíblia existisse, havia a Tradição. E, por exemplo, o próprio São Paulo, vamos pegar aqui uma Bíblia em português para facilitar nossa vida. Em São Paulo, vamos pegar a carta de São Paulo aos Coríntios, que, segundo os estudos exegéticos mais recentes, foi escrita mais ou menos no ano de 52 depois de Cristo.
52, depois ele disse: vamos fazer as contas. Aí, de 20 anos depois que Jesus, 19 vá, mas 20 anos arredondar. 20 anos depois que Jesus tinha morrido e ressuscitado, subiu aos céus.
20 anos depois, nós temos a primeira, é a primeira atestação da Ressurreição de Jesus colocada por escrito. 20 anos depois, bom, então olha lá: na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 15, ele diz assim: "Irmãos, quero lembrar-vos o evangelho que vos anunciei e que recebestes, e no qual estais firmes. Pois, nele sois salvos, se o estais guardando tal qual ele vos foi anunciado, a menos que tenhais abraçado a fé em vão.
De fato, eu vos transmiti, antes de tudo, o que também tinha recebido". E ele começa a falar e a saber que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras. É interessante essa menção de "segundo as Escrituras".
Aí você vai buscar no Antigo Testamento, porque, tá aqui, para São Paulo no Novo Testamento, não tinha sido escrito ainda. Só tinha sido escrita a carta aos Tessalonicenses e a carta aos Coríntios. Bastam os Evangelhos.
Ainda nada. Essa é a primeira notícia escrita que nós temos da ressurreição de Jesus. E é interessante que São Paulo, então, cita as Escrituras como sendo Escrituras judaicas, aquelas do Antigo Testamento, e diz: "Jesus ressuscitou dos mortos, segundo as Escrituras".
Você vai lá procurar no Antigo Testamento e não encontra nenhuma referência à ressurreição do Messias, segundo as Escrituras. Você não encontra nada de que o Messias iria morrer pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, a não ser que você leia a Bíblia do Antigo Testamento como a Igreja Católica sempre leu, e com uma chave tipológica, ou seja, uma chave espiritual. Mas isso é só uma pequena dica para você que quiser aprofundar e olhar o nosso curso de introdução à Bíblia que está no nosso site.
Ricardo, ordem, né? Eu vou ensinar em cima para você como é que nós lemos o Antigo Testamento. O Antigo Testamento não é para ser lido ao pé da letra; é para você encontrar no Antigo Testamento o Cristo, mesmo que não esteja lá no sentido literal.
Existe sentido espiritual, mas isso é um outro curso. Então, veja só: eu vou fazendo aqui. Eu vos transmiti aquilo que eu tinha recebido, que a Ser.
Nós estamos, há 20 anos, na morte, ressurreição e ascensão aos céus. Há 20 anos de Pentecostes e São Paulo já está falando em tradição. E por quê?
Porque não tinha Bíblia e havia só o Antigo Testamento. Essa que é a tua ajuda aqui, mas não havia Novo Testamento. E o que aqui fez com que nós continuássemos crendo ao longo dos séculos, desde que começaram a ser escritos os livros do Novo Testamento?
Vamos lá. O primeiro foi escrito, o primeiro livro a ser escrito do Novo Testamento, os estudiosos estão de acordo, que é a primeira carta aos Tessalonicenses. O último livro a ser escrito, os especialistas estão de acordo, foi o Apocalipse.
Nós temos aqui um arco de tempo de 50 anos. Só para escrever isso aqui levou 50 anos. E não é, mas são 50 anos em que esses livros foram escritos, estavam espalhados por muitos lugares.
Esse vídeo estava espalhado. São João escreveu o Apocalipse para as igrejas da Ásia, sei lá, Marcos escreveu o seu evangelho para a igreja de Roma, Lucas para a igreja dos gregos e assim por diante. Então, o que é que acontece?
As Sagradas Escrituras foram sendo escritas, estavam espalhadas por toda a bacia do Mediterrâneo. Agora, imagine só que negócio. O negócio estava lá espalhado na bacia do Mediterrâneo e, para corrigir isso tudo e para fazer uma lista só e praticar tudo, virar um único cânon do Novo Testamento, levou quantos séculos?
Só para escrever, levou 50 anos para terminar o debate. Levou pelo menos dois séculos. E como é que a Igreja viveu durante dois séculos sem um Novo Testamento?
E aí, você já se perguntou isso? Ou seja, não estamos falando aqui da época de ouro, da época dos mártires, da época da Igreja em que os mártires verdadeiramente derramaram seu sangue. Gente, a Igreja dos mártires não tinha um Novo Testamento como nós o conhecemos.
Tinha fragmentos, tinha um livro aqui, outro lá espalhado. Você já parou para pensar nisso? E, ora, se é assim, se a Igreja e, no seu alvorecer, no seu início, da Igreja, não se momento mais próximo da fonte, se a Igreja com aqueles luminárias de santidade que eram os mártires da Igreja, com tantos e tantos, centenas, milhares de cristãos derramando seu sangue por fidelidade a Cristo, não tinha uma Bíblia para ler, do que é que vivia esta Igreja?
A Igreja vivia da Palavra de Deus. E aí, mas a Palavra de Deus não é a Bíblia. A Palavra de Deus é o Cristo.
E quando Ele subiu aos céus e virou o Espírito Santo, Ele veio fazer morada em nós. Portanto, a Igreja, corpo vivo de Cristo, vivia neste mundo. A Igreja dos santos, a Igreja dos que tinham fé, não precisavam de Bíblia.
E esse princípio da "sola scriptura" é tão alheio à tradição e à história da Igreja que jamais poderia sequer pensar em dizer que a Bíblia é o único critério da fé. E, antes de acontecer um fenômeno, o que aconteceu antes do nascimento de um rapaz chamado Martinho Lutero? Porque antes de Martinho Lutero nascer, Gutenberg inventou a imprensa.
Então, a partir daí, tudo bem, ótimo, né? Se a sua Igreja nasceu há 500 anos atrás, quando nasceu a imprensa. Entendo que a sua igreja precisa de tanto de volumes impressos escritos, mas aí eu pergunto para você: como é que a igreja viveu os outros 1.
500 anos se não tinha? Intensa! Aí fica fácil Lutero, com um instrumento chamado imprensa, dizer que agora precisamos colocar uma Bíblia na mão de todos os cristãos e para que todos os cristãos façam livre exame das escrituras.
Eu faço. E por quê? Eu pude.
Afinal, você tem imprensa. É, mas você só pode imprimir a sua Bíblia. Lutero é porque monges católicos, durante séculos, realmente copiaram.
E essa Bíblia, um dos manuscritos, ficou velha e se deteriorou. Eles haviam escrito e copiado em outros, de tal forma que, se não fossem esses copistas, nós não teríamos Bíblia. Bom, então é evidente que nós estamos aqui, né?
Diante de uma realidade: não haveria Bíblia sem tradição, não haveria igrejas em tradição. A igreja católica crê que a Bíblia é um instrumento preciosíssimo para fazer com que nós conheçamos a palavra de Deus. Gente, o que seria de nós sem a Bíblia?
O que seria de nós sem a Bíblia? É um instrumento preciosíssimo, preciosíssimo, preciosíssimo! Mas é um instrumento, um instrumento para nós termos acesso àquilo que é a revelação divina, que chega até nós pela Bíblia e pela tradição, pela Sagrada Escritura e pela tradição, como fontes da revelação divina.
E o que é que diz que a tradição é a verdadeira e autêntica tradição da igreja? E o que é que diz que a Bíblia é a verdadeira e autêntica Bíblia da igreja? É o selo do magistério, que é o servidor, o servidor dessas duas fontes.
E então a coisa só fica de pé se houver um tripé. O tripé não é só a Escritura, um pé só em pé só não sustenta. Os três pés: tradição, Sagrada Escritura e Magistério.
A tradição, ela prefere porque é a própria vida da igreja. Depois, a tradição foi colocando por inspiração divina, por escrito, alguns livros. Esses livros espalhados depois foram sendo, né, escolhidos pela própria tradição.
A própria igreja, iluminada, ia escolhendo esses livros até que, finalmente, quando você chegou a um quase consenso, o próprio magistério disse: "não são esses 27 livros? ". Sim!
E a partir desses vinte e sete livros, nós temos o cânon do Novo Testamento. E essa história da Bíblia, pelo menos do Novo Testamento, naquilo que é o que nós temos de mais importante, e, portanto, a palavra de Deus e Jesus, o verbo encarnado. A Sagrada Escritura é um instrumento para fazer com que nós possamos ter acesso a Jesus.
E por quê? Porque Jesus vive em nós, membros da sua igreja. E ele está vivo nos membros da igreja.
É por isso que, no caminho de Damasco, em São Paulo, houve a manifestação de Jesus: "Saulo, Saulo, por que me persegues? ". Mas Saulo não estava perseguindo Jesus, absolutamente.
Não! Jesus estava no céu. Muito tempo, Saulo estava perseguindo os cristãos.
E Jesus disse: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues". Bom dia, que coisa fantástica! Olá, eu sou Jesus, a quem tu persegues!
Então essa é a realidade mais importante que nós temos: é do Cristo que realmente vive, está vivo na vida da igreja. Então, aqui nós temos Jesus, o quê? Ao vivo, nos seus fiéis, falando conosco o tempo todo.
E a Bíblia, então, é uma ocasião extraordinária de nós prestarmos atenção no que Cristo está dizendo dentro de nós. Como diz São Tomás de Aquino, existe a palavra externa, que está aqui, e esse livro está na pregação, na tradição da igreja. A palavra externa, que é coala, fora, na história, ela é cura lá fora para fazer com que nós prestemos atenção na palavra interna do Cristo vivo, na vida da igreja, que está falando a cada um de nós.
Bom, então é isso o caminho. O que é assim que nós temos? Bíblia, igreja, ou seja, Jesus.
Essa é a palavra de Deus. Essa palavra encarnada tem um corpo, que é a igreja. Bom, e este corpo vive e não é a partir da palavra!
E foi quem escreveu os 27 livros do Novo Testamento? Foi quem escolheu esses 27 livros, né? E aí é que nós temos lá na Bíblia, tal qual nós reconhecemos.
Começamos com uma pergunta: Davi Vasconcelos, padre, além da oração com as leituras diárias disponibilizadas pela igreja, como ter mais intimidade com a Bíblia? E, veja, Davi, uma das coisas que, talvez possa parecer estranho, é ser importante você, em primeiro lugar, né, ter intimidade com aquilo que é a vida espiritual da igreja. Então, a vida dos santos é muito importante.
Além da vida dos santos, livros como "A Imitação de Cristo" e "Reseta" são livros que vão fazer com que você tenha a intimidade e com a luz sobrenatural. O importante é que você, em primeiro lugar, na sua vida, faça a experiência, né, ser iluminado pela luz sobrenatural. O porquê?
Porque é uma experiência básica e fundamental para a vida espiritual. Se você quiser saber um pouco mais sobre isso, nós temos vários cursos aí falando. Um deles é "Ensina-nos a Orar", mas também o nosso curso sobre o "Caminho de Perfeição", de Santa Teresa.
É importante que você tenha uma vida espiritual e, a partir dessa vida espiritual, você se acostume a receber a luz do Cristo ressuscitado. É uma vez que você começou a ter essa experiência dessa luz que te ilumina, aí você começa então, você pode, então, ler a Sagrada Escritura. Mas, para ler a Sagrada Escritura, é necessário também, muitas vezes, você ir atrás de alguns comentários de exegetas, né, conhecidos, os doutores da igreja.
Por quê? Porque isso também ajuda você a aprender uma das coisas fantásticas, um dos instrumentos fantásticos para você aprender a Bíblia com essa chave de leitura espiritual da igreja, do chamados. .
. Os quatro sentidos da Escritura são a Catena Áurea de São Tomás de Aquino. Bom, então, através da Catedral, coloca ali para cada versículo dos Evangelhos comentários.
Ver padres da Igreja e, através desses comentários, você vai lá e consegue ver como se lê. Então, se medita aqueles comentários mais do que ficar somente no texto. A seguir as escrituras é porque você aprende a ler com a Igreja.
Na Felipe Melo, Padre Paulo, quais os critérios básicos para interpretar a Bíblia como a Igreja interpreta? Felipe, veja aquilo que eu estava dizendo: a Igreja interpreta a Bíblia no chamado sentido literal e sentido espiritual. Portanto, nunca devemos ler a Bíblia somente no sentido literal.
Infelizmente, é isso que fazem os exegetas modernos; eles pegam a Bíblia como se fosse um livro do passado e desconsideram aquilo. Mas o sentido literal, embora seja muito importante, São Tomás de Aquino disse que o sentido literal é a base de tudo. Em cima dele, temos que enxergar os outros sentidos, chamados sentidos espirituais.
O sentido espiritual é, basicamente, três: o sentido moral, em que eu consigo ver ali naquilo que está sendo narrado uma norma divina, como eu devo me comportar; depois, um chamado sentido alegórico. No sentido alegórico, você vai buscar sempre Jesus e deve procurar sempre Jesus que está ali, né? Embora não esteja especialmente presente, a Igreja sempre viu Jesus presente.
Então, por exemplo, na criação do homem, você tem aqui no bloco passado, sei lá, Adão dormiu e Deus tirou Eva do lado de Adão. E o Cristo dormiu na cruz, e Deus tirou do lado do Cristo que brotou água e sangue. A Igreja não entrou na arca, aquela de madeira, e a cruz de Cristo que salvou a todos nós do relógio.
E Abraão sai da sua terra e vai, e com a grande fé sacrifica Isaac. No Isaac sacrificado, vemos o que o Pai daqui entrega o seu Filho na cruz, e assim por diante. A gente sempre encontra Cristo, o sentido alegórico, né?
Que deve estar presente. E o terceiro sentido espiritual é o sentido chamado anagógico, porque nos fala da realidade do céu. Quando diante de um texto bíblico, então, você deve pegar esse sentido literal, entendê-lo; por isso a exegese é importante, compreender com profundidade.
Mas depois você deve sair buscando e procurar o sentido espiritual. É por isso que eu dizia na resposta anterior que você precisa primeiro se habituar com a luz sobrenatural da graça, seja com a luz do Cristo ressuscitado, que ilumina a verdade. Se não, você não vai conseguir encontrar isso lá nas Sagradas Escrituras, né?
Então, nem sempre as pessoas estão prontas para ler as Sagradas Escrituras. O Gabriel Henrique, Padre, sou seminarista, venho perguntar para o senhor: qual a melhor tradução da Bíblia para estudos? Veja, Gabriel, é difícil a resposta.
Vou dizer por quê: porque todas as traduções que nós temos atualmente, todas elas têm algum defeito. Para estudar, eu gosto muito das notas, atenção à palavra, as notas da Bíblia do Peregrino, né? Essa Bíblia aqui, ó.
E por quê? Porque o Padre Alonso Chequer que fez essas notas aqui, ele fez essas notas com uma sabedoria espiritual muito grande, fazendo algo que hoje os exegetas não usam fazer, que é comentar a Bíblia com a Bíblia e ler a Bíblia como um todo. Hoje, os exegetas têm essa mania de fatiar a Bíblia.
Então, o que acontece? Eles dizem: "não, essa aqui é a teologia de Marcos, a teologia de Lucas é outra". Então, você já não pode pegar um versículo de Marcos e usá-lo para interpretar Lucas sobre o pecado mortal, porque é outra teologia.
O autor é o mesmo: o Espírito Santo. Bom, então, o Padre Alonso Chequer lê a Bíblia com a Bíblia, e isso é muito bom. Estou falando das notas e do rodapé.
A tradução do Padre Alonso Chequer não é uma tradução literal, e essa dificuldade dela é uma tradução que tenta expressar, dentro da cultura hebraica ou da cultura da língua grega, o que ele está dizendo. Então, ele faz adaptações. Bom, então tem essa dificuldade.
A Bíblia de Jerusalém, não a edição antiga, era um pouco melhor. A edição atual fez opções textuais, às vezes, um pouquinho usadas, assim, meio liberais. A Bíblia de Jerusalém é meio problemática, e a Bíblia da CNBB não é a tradução da CNBB.
A própria comissão, né, o próprio Padre Iconix, que dirigiu a comissão de tradutores, diz que não está pronta. Ou seja, ela está sendo ainda revista, porque nem tudo aqui foi feito de forma criteriosa. Então, ainda não é uma obra unitária.
A Bíblia da CNBB ainda é uma obra de um pouco de retalhos, porque, claro, cada autor pegou um livro e foi traduzido. Vou tentar fazer uma revisão para unificar as coisas, mas ainda há coisas assim que causam um pouco de perplexidade, embora seja uma tradução muito boa. Todos são boas, porém, os próprios autores dizem que ela ainda não está terminada.
E a Bíblia da Ave Maria tem um aspecto interessante, porque ela tenta ficar naquilo que são as formulações mais tradicionais que nós estamos acostumados. Por quê? Porque, na realidade, uma Bíblia católica deveria ser traduzida usando as opções de tradução da chamada neovulgata.
Eu tenho aqui a Vulgata Clementina, né? O que as regras usaram durante séculos. Esse texto aqui da Vulgata foi revisto e depois vai ter um segundo, pelos exegetas, nas opções textuais.
E assim se tornou. Então, o que temos de novo, gata? Eu não trouxe aqui a nova Vulgata, só me lembrei quando cheguei aqui hoje.
Podia ter trazido para vocês verem, né? O gato tem lá em casa, mas eu não. .
. É ovo, gata. Eu precisaria ser o parâmetro das tradições católicas, mas aqui no Brasil não temos nenhuma tradução que siga as opções Daniel, Vulgata e Náboim.
Então, assim, na verdade, a gente tem que meio que cotejar entre as várias traduções e terminar fazendo uma opção. Existem, claro, as outras traduções, como em outras edições da Loyola, como a BBE (Bíblia de Estudo da Bíblia Ecumênica), né? Tradução ecumênica e as tradições mais antigas, né?
Então, traduzidas da Vulgata, como a Matos Soares. A Tetra, todas têm a sua validade. O que acontece, seguinte: no fundo, no fundo, é que nós, aqui no Brasil, ainda não estamos muito bem servidos de traduções bíblicas.
A gente tem que se virar um pouco, né? Comparando as várias traduções e, claro, estou estudando, né? As línguas originais, principalmente o grego ou hebraico.
Eu sei que é mais pedreira, mais difícil, né? Mas o grego do Novo Testamento não é a coisa impossível para a gente ter uma noção básica daquilo que é o grego do Novo Testamento. Então, assim, desculpa se a resposta não foi a contento, mas a solução é ter várias Bíblias, né?
E cotejar um pouco uma com a outra. O Vinícius Boer Bonafini, padre, sua benção. Muitos evangélicos alegam que a Igreja Primitiva não é a Igreja Católica Apostólica Romana.
Isso está certo? Vinícius, veja, uma coisa é certa: a Igreja dos primeiros séculos não era evangélica. Ela já não era protestante.
E, se você for pegar, por exemplo, as cartas de Santo Inácio de Antioquia, que são do final do primeiro século para o começo do segundo século, a Márcia, que teve contato com os apóstolos, você vai ver que nas cartas dele a organização da igreja é uma reação católica, ou seja, é o bispo com seus presbíteros, seus diáconos na igreja e diocese, com episcopado monárquico, etc. Ele fala claramente desse princípio de nós estarmos em sintonia com a tradição dos apóstolos e obedecermos aos bispos e ao magistério. E você olha uma descrição dessas e vê: "Aqui tem bico de pato, tem asa de pato, tem pé de pato, anda feito pato, faz quacks.
" Talvez seja um pato! Essa descrição aqui eu acho que é da Igreja Católica, né? Então, assim, quando você olha para os escritos dos padres apóstolos, que conheceram os apóstolos, você vê claramente que existe uma continuidade.
Aliás, os próprios protestantes liberais, como Harnack e Comprey, imitados, eles olham para o Novo Testamento e dizem que o Novo Testamento padece de um "free catolicismo", ou seja, o catolicismo primitivo que está lá encubado, como se o Novo Testamento já tivesse um vírus do catolicismo dentro dele. É só protestantes. Eu não sou como sou e não estou dizendo, né?
Então, assim, essa lenda criada pela historiografia protestante de que a Igreja Católica nasceu com Constantino em 313, que antes a igreja era pura e santa, e que foi desse mancomunado com o Estado e o império romano que a igreja se perverteu, isso daí não corresponde à realidade dos fatos. Você vê claramente que a igreja, antes de Constantino, já era uma igreja de episcopado. Se você pegar os livros dos santos padres, você vê claramente que as coisas estão em perfeita sintonia com aquilo que a Igreja Católica de hoje.
Então, assim, é evidente que o crescimento orgânico da igreja se vê uma continuidade, então assim, quer dizer, "Ah, não é a Igreja Primitiva! " Não. Eu não gosto muito da palavra "Igreja Primitiva", que parece uma igreja em perfeito, né?
O negócio meu primitivismo? Não é a igreja dos primeiros séculos. Dizer que ela não é católica aí fica meio difícil, porque os livros até estações santanas são tudo tão parecidos com a Igreja Católica!
Uma coisa muito certa: quando você estuda os primeiros padres, quando você estuda os padres, você termina fazendo o itinerário de Nilma. O Cardeal Newman, que era protestante, ele mesmo disse: "Os padres me fizeram católico. " E os santos padres, vai lá estudar os santos padres que protestantes, você não fica.
E se você for estudar os autores dos primeiros séculos, os santos padres da igreja protestante, você não fica. Isso é certeza mais absoluta. Então, dizer que não é a católica é paciência.
O Ricardo Rodrigues, padre, sua benção. Os evangélicos, os evangelhos apócrifos, como de Maria Madalena, foram realmente escritos por quem eles são atribuídos? Ricardo, certamente não, porque são tardios, né?
Eles são evangelhos que surgiram bastante, assim, pelo menos um século depois dos evangelhos canônicos. A igreja fez muito bem ao escolher os evangelhos. É interessante como as pesquisas exegéticas nos mostram como a igreja escolheu bem.
Realmente, você não encontra nenhum evangelho mais antigo do que os evangelhos que são canônicos. Todos os outros são mais recentes, são obras mais fantasiosas e de data posterior. Reinaldo Braga, padre, boa noite, sua benção.
Qual a importância da tradução de São Jerônimo, a Vulgata, para o latim e o filho dela que as outras traduções ocorreram ou buscaram-se textos originais? Bom, Reginaldo, veja, a primeira coisa é que a Vulgata não foi traduzida por São Jerônimo. Isso não é correto dizer historicamente.
A Vulgata é uma tradução anterior a São Jerônimo que já existia, e o Papa Damaso pediu a São Jerônimo que ele cotejasse e fizesse uma limpa, para fazer com que o texto da Vulgata estivesse mais próximo do texto grego da Septuaginta. Portanto, os textos com os quais São Jerônimo trabalhava eram esses aqui. Ó, emprego!
São Jerônimo não sabia hebraico na época que ele trabalhou com a Vulgata, porque ele não tinha ainda ido para a Terra Santa para ter aulas de hebraico. Então, na verdade, ele não traduziu a. .
. Bíblia, ele pegou um texto da Vetus Latina, que já existia, e corrigiu algumas imprecisões da tradução. E foi assim que surgiu a Vulgata.
Essa Vulgata também, ao longo dos séculos, sofreu algumas variações, de tal forma que foi depois a Vulgata Clementina que se tornou o texto oficial da Igreja durante séculos. Porém, com o Vaticano, segundo se pediu que se revisasse, porque a ciência bíblica progrediu. Revisasse esse texto da Vulgata a partir dos textos originais.
Bom, então se tem a chamada Neo-Vulgata. E hoje, aqui no Brasil, eu não conheço nenhuma tradução que realmente se calcule a partir da Neo-Vulgata, também porque a maior parte dos bíblicos, hoje em dia, já não sabem mais latim como deveriam, ou seja, os biblistas estudam grego e hebraico, e para fazer uma tradução da Vulgata, você precisaria saber latim também, né? Então, tá faltando latim.
Ah, é. Então, a maior parte das traduções que nós temos, pelo menos naquilo que elas dizem, dizem que vêm dos textos originais grego e hebraico. Não é?
Então, essa coisa que nós temos aqui no Brasil. Tá bom? Então, foi uma alegria estarmos juntos aqui para debatermos e conversarmos a respeito desse tema tão importante.
No início deste mês, é o mês de setembro, o mês da Bíblia. Tá bom? Deus abençoe você.
Até semana que vem, se Deus quiser. Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém.