FL. >> Salve salve família, bem-vindos a mais um Flow. Eu sou o Igor e hoje eu vou conversar com o Wilson Gonzaga, famoso Wilson. Obrigado por virar aí Wilson. Belo bigode, hein, cara. >> Você viu? >> [ __ ] >> isso aqui eu dei do meu bisavô, >> cara. Então, tu viu numas fotos e aí? >> Vou te contar a história. >> Hã? >> Tava em casa, né? Mas visitando meus pais, eu já namorava com eles. Tinha essa cara. Quando chegou uma tia avó, >> hã, >> minha, tia avó do meu pai, sei lá, e
a irmã do cara que eu vou falar, e ela ficava olhando muito para mim, olhava muito para mim, olhava muito para mim. Eu acho que que essa velha tá me encarando, né? Era a primeira vez que eu que eu tinha visto ela. E aí quando ela foi embora, ela tava indo embora, ela falou assim: "E preciso falar uma coisa. É impressionante como, falando pro meu pai, como o seu filho mais novo parece seu avô". Ele falou: "É mesmo?" Tal. Ela falou: "Eu vou trazer uma foto". Quando ela trouxe a foto do Igor, sou eu igualzinho
com essa barba, com esse bigode. Só que o cara tinha uma barba muito bem cuidada, não tinha um pelinho fora de lugar, tal. >> Mas eu fiquei impressionado com a semelhança. E aí eu fiquei sabendo, né? Aí fui procurar, era um advogado carioca e fui saber da vida dele. E aí fiquei sabendo umas coisas da personalidade dele que eu tive certeza, [ __ ] esse cara era eu mesmo. >> Lá em casa, meu pai e minha tia, irmã dele, eh, dizem que eu sou a reencarnação do meu avô. Meu pai me chama de Coelho Neto.
Minha tia às vezes me chama de Coelho Neto também, que era o nome do meu avô. Eh, porque dizem eles que parecem muito, parece, dizem eles que parecem muito na personalidade também. O meu irmão mais novo tem umas fotos dele criança, tem umas fotos minha criança que quando ele era menor ele confundia achando que era ele. A gente é também um tanto parecido, cara. >> Isso é interessante. Tu acredita em reencarnação, não acredito. >> Eu tenho certeza. >> É sério, né? Isso é interessante. Isso dá uma perspectiva legal sobre o que a gente tá fazendo
aqui, porque quando a gente pensa que o que a gente tá aqui veio e acabou e já era. E valeu, que bom que foi maneira essa viagem e mais acabou. Eh, em oposição a gente pensar que, pô, que a gente é um pedaço da viagem, depois a gente vai para uma outra. São duas formas diferentes de você não só encarar a vida, mas de viver mesmo, né? Especialmente quando você não, quando você não acredita que existe nada fora do corpo, eh, tem a chance de você ser fatalista, né? >> Tem a chance de você entrar
numa de putz, ah, cansei, não sei o que eu tô fazendo aqui, não tem nada, não tem razão, não tem nada. Agora, quando você sabe que existe um mundo, uma vida pós-vida, então isso te dá uma um jeito, sei lá, mais esperançoso. Eu eu tenho é para mim que eu que que eu o medo que eu tenho que as pessoas vivam essa vida como uma preparação pra próxima que eu não sei o que que vai ser, se é que vai ser manja, >> tipo, essa vida eu vou me punir, eu vou me me segurar, eu
não vou fazer nada que é e às vezes eu mesmo ou os outros consideram errado porque estão me preparando para uma próxima vida, >> para merecer alguma coisa melhor lá em cima. alguma coisa nesse sentido. >> Para mim parece um pouco eh apesar da aposta correta ser apostar que existe Deus, eh também existe a possibilidade, cara, eu não acredito nela, tá? Mas existe a possibilidade de que não haja nada. Então, viver eh, se preparando para algo que não virá, olha que desperdício. >> Que desperdício. >> Especialmente, especialmente se não tiver nada, né? Parece um [
__ ] de fício. >> Lembrei de uma história que eram dois irmãos. Um era devaço, era um hedonista. vivia pelo prazer, sexo, droga, rock and roll e segunda segunda. >> Uhum. >> O outro virou um religioso e aí acabou virando pastor e tudo. Eh, por um uma coisa assim óbvia, o irmão Devaso morreu mais cedo, né? E de repente, anos depois o pastor morreu. Aí quando chegou no céu, quando ele entrou, >> ele começou a escutar uma música que ele não esperava, né? Um aí ele foi entrando, ele foi entrando, quando ele já tava no
céu, ele viu uma festa e o o irmão dele no esbórne olhou para ele e dizer: "Não era pecado, não era pecado." O irmão, que merda, hein? Bom, tomara que seja assim mesmo, né? [ __ ] que aí o céu vai ficar um pouco mais animado, mais populado e tudo mais. Mas Wilson, eu te pergun Bom, a última informação que eu tinha é que tu tava lá no Amazonas e aí eu te perguntei agora antes de começar, tu falou: "Cara, eu moro dentro do meu sapato e tô no Ceará agora. Eh, o que te leva
para esses lugares? Que que você vai fazer no Amazonas, no Ceará? Por que que tu não tá aqui em São Paulo? Onde é teu consultório? Onde você poderia, sei lá, trabalhar mais em paz? >> É, não sei se eu trabalharia mais em paz aqui. Bom, mas enfim. Eh, eu, mas falar uma coisa assim séria. Hã, >> eu depois que eu descobri uma vida com propósito, eu vou para onde eu preciso ir e onde a minha intuição. E para falar com uma com toda a simplicidade assim, aonde Deus me manda ir assim, sem nenhum macaretício ou
nenhum, eu sou eu sou daquele que estaria na festa, no céu, né? Mas assim, quando eu encontrei um propósito e tudo, eu vou eu vou viver com propósito e aí se eu tenho que conhecer alguma coisa na floresta, eu sou bem desapegado, assim, eu eh tenho uma companheira que eu acho que tem dois tipos de companheira ou de companheiro, né? O roda presa e a graxa no eixo. >> Uhum. >> A minha mulher é graxa no eixo. Então tudo que eu invento ela bora. Vamos. E a gente vai em missão. Já moramos em cada lugar.
Agora tem uma condição. >> Hum. >> Eu vou para qualquer lugar em missão, mas eu tenho que me divertir, porque se for, se não for divertido, aí eu não vou. >> É importante que tenha ela uma festinha. >> Que tenha uma festinha. Que me divirta. Que me divirta. Que seja. Eu não, >> não é muito difícil de eu me divertir. >> Hum, entendi. Eu pensei que tu tivesse, tu foi pro Amazonas, eu entendi. Foi uma missão e tal. tu sente isso no teu propósito. Eh, e aí duas coisas. Primeiro, tu acha que todo mundo tem
propósito? Tipo, as pessoas acham que eh um propósito é o que você vai encontrar eventualmente na tua vida, mas será a gente realmente tem um propósito do mundo? E outra, tu foi lá pesquisar eh substâncias? Fui, fui conhecer eh, fiquei há muitos anos eu conhecia a medicina da floresta Iasca >> em centro urbano e queria ir lá e viver um tempo e beber a Iasca na floresta sozinho e fazer minhas pesquisas. >> Uhum. Porque eu sou meio ousado, assim, não recomendo a ninguém fazer as coisas que eu faço, né, mesmo, mas eu precisava fazer aquilo
e fiquei lá vivendo com o povo ribeirinho e conhecendo o lado sutil da floresta. essas pessoas que lá vivem, elas têm eh porque assim, a gente vive um momento hoje aqui no no centros urbanos, sei lá, na sociedade de uma forma geral, de muita atenção às aos doenças, as doenças mentais, é assim que a gente chama, tipo o cara que é TDAH, o cara que é ansioso, o cara, tudo isso tá sendo tá sendo muito notado hoje em dia, né? Eh, como você viveu lá com o pessoal? Como que é? Você você percebe alguma diferença
entre eh a saúde mental das pessoas que lá vivem e a saúde mental das pessoas que estão nos centros urbanos? Porque são vidas completamente diferentes. >> Completamente diferentes. Claro que tem algumas diferenças, mas é muito pouco. Tudo, todas as loucuras que a gente acha em centro urbano vai achar na floresta, no povo ribeirinho também. Bom, é impressionante assim, eles têm a floresta toda >> na beira do rio para habitar. Aí eles habitam tudo junto, um do lado do outro e tem os mesmos conflitos de quando junta uma pulsão de gente, né? As entretas, intrigas, fofocas,
egos, ciúmes, >> desonestidade, sacanagem. Igualzinho, igualzinho. >> Ah, por outro lado, a gente somos animais que precisam uns dos outros no fim das contas, né? >> Com certeza. São gregá animal gregário. >> Pois é. Então, então, eh, se os eles não vivem, a gente não escolheria viver separado, aparentemente, né? Por isso que a gente se junta e arruma os mesmos problemas. >> Agora o que a gente precisa, já tá na hora é de aprender viver junto, harmonicamente. >> E o que que tá faltando na tua opinião, >> cara? parar de ficar projetando as suas coisas
nos outros, ficar vendo suas próprias dificuldades nos outros. O grande problema, acho que de tudo, né, de todos os conflitos, seja pessoal, familiar, social, mundial, é a [ __ ] do ego, né? E é isso. Enquanto a gente não trabalhar isso, nós vamos ficar criando conflito em todas as instâncias culturais, geográficas, raciais, porque esse é o grande problema. E esse é o meu grande interesse por essas medicinas ou por essas substâncias que elas as acabam obrigando você a trabalhar. Obrigando, acho que não, sugerindo e veementemente a você trabalhar com teu ego, que é a única
coisa que interessa a gente vencer a si mesmo, não ao outro, não o mercado, não a concorrência, né? E eu acho que é para isso que a gente tá aqui. >> O ego, o ego é o que faz, é o que move a gente também de certa forma, não é, Wilson? >> É o ego, é o ego que faz com que a gente tenha brio, por exemplo, né? >> E, e esse brio pode ser uma ferramenta, um motor para levar a gente a alcançar o que a gente quer alcançar. >> Com certeza. Isso precisa ficar
claro isso aí, porque quando a gente fala de do ego, ele coloca essa conotação que ele é parece que ele é o bandido. >> Uhum. >> Mas ele é o começo de tudo. Aliás, deixa eu pegar então uma ideia, a ideia que eu entendo como o começo de tudo, >> por favor. Vamos imaginar que o poder criador do universo como um todo, um dia, ou como a gente costuma chamar, Deus tava lá no marasmo dele, ele e e a plenitude dele, se lá eu porque ficou de saco cheio, falou: "Porra, vamos inventar a criatura assim,
vou me divertir aqui, vou criar um game, sei lá eu, qual foi a dele lá". Às vezes, quando eu morrer eu quero ter umas conversas com ele, vou fazer umas cobranças e sugestões para ele. >> Boa para a humanidade 2.0, né? >> Uma pergunta que eu quero fazer assim, que essa aqui não veja a hora. Senhor, por que que a gente caga com essa deselegância pras plantas? Tu deu a fotossíntese? Os >> deselegância. É deselegante, nem as plantas nem saem do lugar. Na floresta tem a Sama uma que é uma gigantesca, é um ser. O
cara não tem menor ideia de escassez aqui. >> E ela ela serve um monte de gente, é um bioma próprio, ela nem sai do lugar. >> E por que que a gente tu deu essa >> é >> perrengue pra gente sobreviver? Tem que caçar, tem que comer e ainda não aproveita tudo. Ainda sobra aquela aquele resto deselegante lá. Essa é uma das perguntas, >> tá? E outra, depois eu quero saber direito mesmo as coisas do todo, porque eu sou uma pessoa muito curiosa assim, mas eu entendo já hoje que ele então o criador e se
ele coloca entre aspas porque a gente >> ominiza Deus, né? E não humaniza, >> né? A gente cria ele a imagem semelhança nossa, né? Então não vejo Deus como ser humano, como um homem fala grosso, barbudo, né? torce pro Corinthians, >> até porque ele torceria pro Flamengo. >> Ah, aí você tá falando do outro, o lado de sombra. >> Desculpa, me enganei. >> Não, >> mas eu eu também eu concordo contigo. Mas vai lá. >> Mas então, vamos dizer assim, houve dentro dessa massa de energia criativa uma força centrípeta ou perdão, centrífoga. é onde ele
foi crescendo, crescendo, crescendo e se partilhou em n partículas. >> Mas essas partículas tende a voltar ao seu núcleo como uma gota, como Mercúrio, não sei se você já brincou com o mercúrio, né, que não devia, né, que aquilo é tóxicava, >> tem tanta coisa que não devia, né, Wilson, >> nós sobrevivemos. É, >> e Mercúrio era uma coisa gostosa de brincar, mas ele tem essa mágica, aquela gotona, você põe uma gotinha, ele vum atrás. >> Então aconteceria isso. Essas partículas tenderiam para criar sua voltar a sua estabilidade voltar pro centro. Então, foi criada uma
película, é uma metáfora, uma película em cada centelha dessa para que ela mantivesse a um a unidade, a individualidade e pudesse experimentar então segundo o plano a consciência. Essa película é o ego. Então, sem esse ego, eu não sei quem sou. Quando a gente usa um psicodélico e desassocia do ego, essa película dissolve. >> Cara, o que é disso? O que é dissociar do ego? O que que você quer dizer? Porque assim, para mim, eu não consigo imaginar, >> tá? >> Eu e eu separado, sabe? Eh, como o ego, ele essencialmente é o que eu
entendo como eu, não é? Eu eu não sou psiquiatra, mas ess quando falar ego, essencialmente eu entendo. Eu estamos estamos falando do que da minha ideia sobre mim, né, que é o ego. Isso >> eh pelo menos do modo leigo de entender. Agora como como eu vou me separar de mim e então a gente analisar ou eu analisar eu mesmo olhando, sabe? É meio maluco para mim. O que que tu quer dizer com dissociação do ego? Então, quando a gente fala essa essas substâncias e eu nunca evito falar que elas não são legalizadas ainda, eu
digo que elas não são normatizadas >> porque quando fala legalização, estamos falando de lei. >> E de que lei que nós estamos falando? Quando a gente fala do ser humano, eu tô falando da lei do todo. E nós temos essa pretensão equivocada de achar que a lei humana ela abriga toda a nossa vida. Quando você expande a consciência e é que há essa dissociação do ego, você consegue romper por algum instante essa película e ter uma visão mais ampla do todo. Do todo. Então, experiências como essa pode te colocar com um tipo de conhecimento que
não é cognitivo. Aqui eu vou vou dar um exemplo assim e pessoal. Tá. >> Da primeira vez que eu bebia a Iasca, eu era um jovem psiquiatra, agnóstico, trustquista, vinha do movimento de esquerda radical e e não era ateu, porque eu imaginava que tinha algo, uma inteligência que coordenava tudo isso, que só prestar um pouco de atenção, você vê que que incrível, tem que ter uma inteligência, né? Vivendo na floresta você vê que aquilo tudo é perfeito, né? Então, alguma coisa rege isso, mas como era agnóstico, pô, se se esse cara existe, ele tá muito
ocupado, eu também tô ocupado, ele lá, eu aqui na boa. >> Então isso é o que eu me definia como era agnóstico. >> Quando eu bebia aasca, eu tive uma epifania, uma um êxtase espiritual sem ter nenhuma espiritualidade, nenhuma educação espiritual. Não, não tem espiritualidade é uma coisa, não tinha nenhuma educação religiosa e nenhuma religiosidade, né? >> Mas só o fato de eu me preocupar com a justiça social, com a distribuição de renda, isso era um gesto espiritual, só que ele não dava esse nome. >> Uhum. >> Para isso daí. >> Mas quando eu cheguei
e bebia a Iasca, eu tive uma experiência assim fantástica. Tive um divórcio entre corpo e mente, porque eu passei o que as pessoas diriam, o cara tá passando mal. Porque eu tive um nível de dissociação, apaguei quando eu vi, eu tava no banheiro assim vomitando, não tinha um buraco meu que não vazava meleca. >> E eu tava em êxtase. >> Quando eu percebi, eu falei que eu sei onde eu tô. E assim que eu já tava tendo uma série de pensamentos iluminados assim, muito lúcidos. Eu eu tava num processo de análise porque a minha primeira
formação como psicoterapeuta foi em psicanálise. >> Uhum. >> E tava encalacrado. Fazia 4 anos que eu tava num processo de análise. Aquilo começou dexavar, pá plá plá plá plá, desenroscar todos os nossos. Eu falei: "Cara, que que é isso? Que lucidez! Isso só pode ser por conta desse chá." E aí que eu me toquei, que eu tava no banheiro preocupado com que as pessoas deviam estar preocupadas comigo e tal. E aí voltei, assim que eu me recompus, pude voltar pro salão onde tava todo mundo fazendo a sessão e estavam fazendo uma sessão para na época
era a mãe da minha filha, que era minha mulher que era também médica e para mim os dois médicos lá fizeram uma sessão porque naquela época não falava sem legalização, então quanto mais médico chegassem melhor era. >> E nos atenderam. >> Aham. E nesse dia, Igor, eu logo depois que eu voltei do banheiro, que ali tinha sido uma experiência de expansão da mente, mas voltada para mim, para para os meus problemas, o mergulho, tudo que eu queria ali. Quando eu voltei, que eu comecei a ver o ritual, eu comecei a entender o que que era
aquilo. E eu tive uma experiência, isso que eu chamo de epifania, em que eu assim vi que o homem não tem espírito, o ser humano não tem espírito, ele é um espírito, porque ele tem um corpo e isso é transitório. Só que isso não é uma coisa teórica, é um aprendizado que você tem com fígado, com a pele, você entende aquilo. E isso é a chamada epifania. Quando você percebe de que a que que a existência do sagrado e que você é o sagrado, que tudo é sagrado, isso muda a vida. Explicando assim, fala: "Ai,
cara, é muito simples." Só que sentir isso é muito mais simples do que parece, >> cara. que você diria que todo mundo, todos os adultos funcionais deveriam olhar para isso ou procurar saber alguma coisa para então experimentar? Porque veja, eu escuto o que você tá falando maravilhado. Eu sou cagão, já te falei isso antes da gente começar. Um dia vai rolar, vai acontecer, vai chegar a minha vez, mas eu escuto isso. você tá falando aí, maravilhado. Fico, cara, você descrevendo, de fato, eu eu tenho certeza que eu não entendi completamente o que você tá querendo
dizer, porque eu não senti >> isso, só por isso, >> porque não se porque eh eu tô procurando transmitir >> cognitivamente uma coisa que eu absorvi >> de um por uma outra porta >> e aí difícil. Tem um ditado que diz assim: "Quem tem uma teve uma experiência psicodélica enteogênica e quer explicar para quem não teve, não tem palavra que explique. Quem quer explicar uma experiência teogênica, para quem já teve, não precisa explicar porque eles já sabem. >> Agora, quando a gente fala de enteógeno, e que é que eu não sei, o enteógeno ele é
uma, na ele é normalmente uma coisa que vem que é natural, vem da natureza, pouca manipulação humana ou nenhuma. e que é usado em ritual e geralmente tem uma uma função, ele ele é um alucinógeno. É isso que é um teógeno? Boa pergunta. Seguinte, esse termo, ele foi cunhado em 1978 por um grupo de cientistas. Entre eles tem o mais notável lá foi o Gordon Orson, que era um banqueiro micologista, que era um cara estudava não macacos, obviamente, estudava fungos. E ele com um grupo de cientistas, eles propuseram numa num trabalho científico da Nature de
que os cientistas deviam parar de chamar isso de alucinógeno, que significa gerador de alucinação, porque já nessa altura a ciência já sabia que essas visões não eram alucinações, elas tinham conteúdos simbólicos muito ricos e quçá espirituais, porque estudando isto Viam que os povos originários já faziam isso há milênios, sempre para fazer essa ponte entre o mundo material e o mundo espiritual. Eles usavam essas substâncias como pontífices, que é isso que significa pontífice, o cara que faz a ponte do mundo material pro mundo espiritual. E aí então eles propuseram esse nome enteógeno, que é exatamente por
conta disso que eu disse. Alucinógeno, gerador da alucinação, enteógeno, gênos, criador de Deus dentro, espontaneamente. Porque você vê, por exemplo, a Iasca sempre tem uma sugestão religiosa. >> Uhum. ou judaico cristã ou ou eh indiana ou budista ou universalista, coloca tudo junto, mas sempre tem. Ou chamânica, é um canto religioso chamando grande espírito. Sempre tem a psilocibina, por exemplo, que a gente tem estudado com muita ênfase hoje pra cura. Então tudo que a gente lê, estuda e pratica é não dá solução, não dá sugestão religiosa, porque é para uso terapêutico. Então, e mesmo assim isto
acontece de dentro para fora. >> Uhum. >> Mesmo que a gente não toca nesse assunto, >> não fale de religião, >> não fale de religião, de espiritualidade, estamos falando de cura. Isso acontece. >> Eu achava que a Ruasca em geral era para ser administrada. num ambiente ritualístico mesmo. >> Sim, isso que eu tô dizendo. A Iasca, >> no caso a Psílio Sibina, por isso que ela foi aprovada, eu tava lá, >> foi aprovada para uso religioso, ritualístico. >> Então, foi aprovado. A ainda para usar terapeuticamente, aí a gente tem que passar pelas roupa, pela máfia
branca, >> pela indústria farmacêutica, os testes e tudo. E aí então é outra coisa. Então por isso que assim, é claro que o uso dacautico, mas não se pode dizer que é terapia, é uma religião. E hoje a gente busca a normatização e não legalização, porque a gente precisa usar isso pra cura. Igor, hoje, hoje 38 pessoas vão se suicidar no Brasil. Cara, isso não é bola de cristal, >> isso são dados do Sim, sistema de informação sobre mortalidade do Ministério da da Saúde. 38 pessoas, um em cada seis brasileiros tá usando medicação psiquiátrica. Nós
somos campeões de ansiedade no mundo. Falando em mundo, mais de 300 milhões de pessoas com diagnóstico de depressão, com diagnóstico, fora aquelas que não são diagnosticadas, que vivem nos rincões do mundo aí, que não tem acesso >> a quase nada, como é o caso do Brasil. A nossa Amazônia lá tem muita muita doença que não sai, não é diagnosticada. Essas substâncias, o que que nós temos para resolver essa demanda? Nós temos as medicações psiquiátricas que dão efeitos colaterais para caramba e nem sempre consegue resolver os casos. E essas substâncias estão sendo estudadas com um futuro
muito promissor, com muitos e muitos trabalhos científicos de resolver esses problemas de uma maneira às vezes definitiva. Definitiva, isto é, cura. Olha que interessante. Deixa eu até falar aqui. >> Cura. >> Cura. >> Um psiquiatra precisa fazer forno para poder falar essa palavra. Ele gagueja, ele não consegue falar. Então eu falo sem gaguejar porque vejo isso acontecer. Isto é, não só trabalhar com a parte química, mas ir na resolução do problema conta do que a gente tava falando, da dissorção do ego e dessa capacidade >> de mostrar realidades da nossa cebola. >> Uhum. >> Com
tantas camadas e ele, essas substâncias ir orientando a pessoa a ir lá aonde precisa para desatar um nó. Isto é mágico. Então isso precisa ser normatizado. Não pode ficar no cesto das drogas que entrou nos anos 70 sem nenhuma comprovação científica, porque colocaram os enteógenos junto com a cocaína, com a heroína, com droga de abuso. >> E a ciência tá careca de saber que essas substâncias não são drogas de abuso. Não existe ninguém dependente de psicodélicos, não é? Porque não é uma droga e dopraminérgica que precisa de repetição. Pelo contrário, você tem uma experiência. Você
vai querer ter a outra, não é? Olhando pro relógio, olhando pra folhinha, não é? Sei lá, daqui dois, três meses, porque é muita ficha que cai, muita ficha. Então isso quando orientado paraa cura, pode resolver problemas incríveis. Por isso eu repito a si mesmo que a a a entugenia terapêutica, ela não é uma luz no fim do túnel da saúde mental, é um sol no fim do túnel. Vai mudar tudo. Vai mudar tudo. >> Onde que Onde que as pessoas são mais livres para estudar isso, Wilson? Olha assim, eh existe alguns estados americanos, existe alguns
países que já estamos liberando estudos restritos, mas liberando para médicos fazer estudo clínico, como é o caso da Suíça. Agora, isso vem não crescendo que cada vez mais existe solicitações para isso. Isso é o tipo de uma coisa que não dá para segurar muito tempo. Tanto que já existe pessoas, eu sou um, né, que coordeno uma pós-graduação para educar ter médicos, não só médicos. A, a posse que eu coordeno não é só médico, eh, eh, pessoas terapeutas também para se prepararem, estudar tudo que precisam saber para que quando isso for normatizado já >> Aham. sair
trabalhando, porque a demanda reprimida em saúde mental é muito grande. Esses números que eu dei mostra isso, >> e isso pode vir assim mudar tudo isso. >> Wilson, eh, parte, teve um pedaço que tava falando aí sobre eh o nome que a gente deu, né, alucinógeno, enteógeno e tal. E aí, eh, você mencionou eu, eu não sei se eu entendi direito, eh, falando sobre os efeitos, o que que acontece, porque vai, eu suponho e todas as vezes que todas os as vezes que eu conversei com pessoas, elas começam a ver coisas, sentir coisas. Abre de
olho aberto, tá vivendo uma coisa, de olho fechado, de repente tá em outro lugar. Eh, e você falou assim: "Cara, não é alucinação. Me parece alucinação." Qual é a diferença? Pois é, eh, o sentido, a utilização daquilo e a informação que aquilo traz, que nem por isso é importante quando a gente faz isso, uso terapêutico, essas três fases, a preparação, a indução, que é a própria experiência, e a agregação >> dessa experiência. Aí é agregar aquilo para fazer o terapeuta ajudar a fazer a pessoa achar sentido naquilo na vida. Então essa integração dessa experiência é
fundamental. Quando eu bebia asca isso e a pessoa nem sabia que eu tava fazendo integração, que era meu papel. Ele tinha experiência e depois eu ia ajudar a pessoa a elaborar aquelas visões e separar o joio do trigo, porque nem sempre tudo que a gente vê é informação fidedigna, porque há a mistura do nosso desejo. >> Então, por isso que tem diversos graus de dissociação. Quando eu já não sei mais se eu sou Wilson Gonzaga, um sanduíche de mortadela ou Igor, quer dizer, eu tô completamente dissociado já. E aí eu posso ter grandes experiências nesse
nível, só que depois fica difícil de agregar isso, de integrar, porque eu nem lembro. Então são diversos níveis que pode ter ali. E nesses níveis que a pessoa ainda lembra da experiência, o terapeuta vai auxiliar ele a integrar isso na vida psíquica dele, sem colocar os seus valores. Na pós, por exemplo, que eu eh que eu coordeno, o meu módulo é são as competências de um terapeuta psicodélico. Quer dizer, pera aí. Não é porque é terapeuta que você vai, tem algumas coisas aqui que você precisa entender que não é para, tem que saber como que
é que faz. >> Aham. E uma das primeiras coisas, bom, isso qualquer terapeuta precisa fazer isso, independente de ser psicodélico, é ser maiutico, é ser socrático, quer dizer, é parir aquilo de dentro dele e não daquilo que eu acho, dos meus valores, da minha experiência, porque fatalmente vai dar zebra se eu ficar interpretando com a minha experiência, porque eu sou eu, ele é ele e você é você. >> Sim. Então, através de perguntas, através que maêutica tem a ver com parto, né? >> Uhum. >> Porque a mãe de Sócrates era uma parteira, né? E aí
então parir aquilo de dentro da pessoa fazendo perguntas, fazendo perguntas, auxiliando, assim, nada mais é do que o terapeuta. É um uma doula. >> Uhum. Entendi. >> da da dor ali vai fazer ele parir. >> Se a gente falou, quer dizer, você falou aí bastante sobre eh desatanó. Eh, se a gente for olhar do ponto de vista físico, eh só físico, né? O cérebro e e as ações que a gente toma, as decisões, o jeito que a gente opera e tudo mais, olhando pro como funciona fisicamente no cérebro, tá falando de corrente elétrica um neurônio
pro outro, uns choquinhos, né? Eh, cara, esses nós que a gente desata quando a gente faz uma terapia, quando a gente faz uma terapia com enteógenos ou alguma coisa assim, eh, a gente tá tratando, a gente tá ingerindo, por exemplo, alguma coisa física. Estamos tomando ali um a roática que vai ter um efeito físico no meu corpo, vai mexer nos choquinhos do meu cérebro. E eu queria entender, eu queria que tu me dissesse a relação entre o físico >> e o, eu não sei, espiritual, mental, eu não sei qual a palavra certa, mas sabe, o
etéreo, >> o físico e o metafísico. >> Isso. Isso. >> Beleza. Tá bom. É importantíssimo isso, porque isso é o que diferencia essas substâncias de todas as outras. E por isso que elas trazem consciência, porque elas conseguem fazer essa transição. E como que a coisa acontece? Ela vai agir no cérebro praticamente em duas frentes, resumidamente, >> na neurogênese, >> que o nome já diz, criação de novos neurônios, tá? O que é muito legal, até 2003 a gente acreditava que isso não existia, que o cérebro ele não se reproduzia. A gente >> tinha os neurônios ali
e já era, >> e tal, ia gastando o trabalho, excesso as maconhas que a gente fuma. Acreditava que as maconhas que a gente fumava, os plantões que a gente dava. >> Pera aí, maconha não mata neurônio. >> A boa notícia é que não. Ali, ó. Assim, eh, >> ninguém tá dizendo que fumar é bom. Veja, >> não. >> Mas é que assim, hoje, né, por conta da medicina canáica, você conhece muita coisa, né? E o uma das coisas que a gente coloca é que nó não era nem da questão da maconha, né? Quer dizer, que
o neurônio se refaz, mesmo que ele seja desgastado, ele se refaz. Então ele tem essa possibilidade e algumas substâncias estimulam essa neurogêne. >> Os enteógenos fazem isso. Mas o que é mais impactante não é nem a neurogênese, porque depois de adulto ela já fica numa outra velocidade mesmo estimulada. >> Uhum. >> O que impacta é a quantidade, é o absurdo que acontece no cérebro de neuroplasticidade. Que que é isso? E por que que esse gesto Calmão? os velhos neurônios se reconectando de maneiras inusitadas, fazendo parte dos cérebros do cérebro conversar que antes nunca conversavam. Num
momento em que o ego cai. Pera aí, deixa eu explicar. [ __ ] ego é uma substância da Não é não é uma substância, é uma coisa mental. Nós estamos falando de cérebro. >> Então, como é que isso acontece? Nós temos uma estrutura do cérebro que, na verdade, não é bem uma estrutura, é uma estrutura funcional, porque ela tá em diversos pedaços do córtex, mas funcionalmente ela cria uma estrutura que a gente chama de rede neural padrão, >> tá? Tá. >> Que que é rede neural padrão? A rede neural padrão. Essa estrutura, ela é muito
importante. Ela tem duas coisas que ela rege, a auto a autoimagem e a hetteroimagem. Como é que eu me me vejo aqui dentro? E principalmente em termos de passado e futuro, agregando todo o meu passado que que criando a minha personalidade, sendo o que eu sou hoje e tudo que eu quero ser no futuro, tá? E no presente tem a ver com é que eu me relaciono com os meus pares, uma vez que eu sou um ser gregário e preciso viver em sociedade. Preciso por quê? Porque a minha essência pede isso, como a gente falou,
né? Tava até fora do ar que se separa, a gente junta, enfim. Muito bem, >> rapidinho. A rede neural padrão é um é um piloto automático que eu é tipo é minha primeira resposta a tudo geralmente, >> principalmente nessas três coisas, meu passado, meu futuro pessoal e como eu reajo com os outros. Então, em última instância é assim que o ego se manifesta. A gente poderia dizer então que a rede neural padrão de uma maneira resumida, simplória, né, com riscos de cometer algumas gafas científicas, que é a casa do ego, >> tá >> muito bem.
No momento da psicodelia, a casa do ego buga. E aí é aí que chama dissociação. Dissociação do ego. O ego ele ele sai do controle. a minha a minha rede neural padrão, quando eu quando eu tô usando esses osógenos, por exemplo, a minha rede neural padrão, ela não é mais padrão, ela ela se organiza de outra forma, >> ela buga, >> tá? Ela buga, ela não faz mais aquilo que ela faz. Concomitante uma chuva de neuroplasticidade numa abundância incrível, como eu disse, fazendo uma pirotecnia quando viu-se pela primeira vez numa ressonância magnética funcional, fala que
é isso que tá acontecendo com o cérebro, né? Ele tá conversando com partes que eles nunca nunca conversavam e tal. E na prática significa um olhar criativo, inusitado, sem censura. E numa dessa ele pode desatar um nói, [ __ ] >> completamente diferente. >> Poxa, mas isso então então o funcionamento e e a vocês t prova física que a não é não é você falando: "Ah, não, eu tive uma experiência, tem uma prova física que a parada funciona, né?" Através do hardware >> Aham. >> "uda o software." >> Aham. Entendi. >> Chupa Macarp, chupa Johnson.
Não existe laboratório que tenha que consiga fazer isso, né? De substâncias que que através do hardware muda o software. >> Uhum. Então, por exemplo, como eu disse, aquele daqueles caras que iam se matar, um dos 38, se ele tem uma experiência epifânica e e acontece isso, cai a rede neural padrão e ele se encontra consagrado e ele percebe que ele é Deus, acabou, o efeito vai passar, nunca mais ele vai querer se matar. Ele entendeu uma verdade. Não é que quando passou o efeito, ele fala: "Ah, desentendi, entendi, caralho". Então, muda o hardware, muda o
programa. Eu vou dar um exemplo que é muito clássico, que é um exemplo que me chamou muita atenção quando eu tava estudando isso, que é um caso muito sério, que é um caso de uma mulher americana que foi abusada sexualmente muitos anos seguidos por alguém que ela confiava e que ela não tinha a menor ideia que aquilo era um abuso, porque ela confiava, se sentia confortável. Eu me lembro que não era o pai. Tem anos que eu li isso. >> Vamos imaginar que fosse o padrasto, tio, sei lá. >> E que ela confiava e foram
anos e sentia aquilo que era carinho. E ele manipulava, masturbava. A menina foi crescendo, crescendo, começou a sentir prazer aquilo, claro, não tinha menor ideia do que aquilo tava acontecendo. Carinho numa numa região altamente enervada para sentir prazer, começou ter orgasmo. Até que um dia ela descobriu que que tava acontecendo, né? Quando muito provavelmente o artigo não dizia, mas é sempre assim, ó, isso é um segredinho só nós, pode contar para ninguém, é só, né, o titio e você, sei lá, eu quem e você e tal. Aí, bom, quando a mulher descobriu isso, imediatamente foi
invadida por uma culpa avaçaladora e tesão, libido zero a partir da e culpa porque ela sentia prazer por aquilo. Estranhamente, quando uma mulher é estoprada na rua por um cara mascarado, ela se sente culpada. É um mecanismo psicológico, né? quer tomar banho por dentro, se sente suja, se sente cúmplice daquela atitude. Imagina a pessoa que sentia prazer. >> Aham. >> Bom, esse era o caso. Vamos lá pra psicoterapia assistida com psicodélico, né? No caso era psilocibina. Preparou a pessoa de no começo do êxtase, no começo da do efeito, fosse visitar o fato raiz. >> Uhum.
para ver que dados iria vir ali emocionais para se trabalhar depois integrar isso, né, na na na terceira fase. Preparou, indução, integrou. Quando chegou na integração, perdão, quando chegou na indução, ela obedecendo, foi respirando, como o terapeuta indicou, e foi no fato raiz, a primeira vez que o cara abusou dela. rede neural padrão caiu, neuroplasticidade chovendo e nível de serotonina alto, isto é, um nível de amorosidade que que dá, que essas substâncias dão por conta do aumento de serotonina. Ela intuiu, Igor, intuiu, porque ela não tinha dado para saber isso, que o seu algó era
também uma vítima. Ele só tava reproduzindo aquilo que tinha tinha sido feito para ele. Aquilo era um sintoma. Então ele era uma vítima também. Ela esqueceu completamente dela amorosamente perdoou empaticamente um cara por uma coisa que ela não tinha o menor dado que aquilo era verdade. >> E bingo, >> ela foi, ela não tinha condição de saber isso. E isso é um fato. Nem toda criança abusadora vai virar um adulto abusador ou uma adulta abusadora. Mas todo adulto ou adulta, tem muita mulher abusadora também, que foi abusado, que é é abusador, pode ir procurar no
currículo dela que vai ter um abuso muito parecido com aquele. A mulher intuiu isso. Como que ela conseguiu intuir isso? Devido essa expansão de consciência. E imediatamente isso, sem pensar nela, ela se curou, porque se ela conseguiu perdoar o cara, entendeu tudo. >> Aham. E aquilo magicamente desapareceu dela e a vida sexual dela reassumiu depois dali. Então, uma coisa mágica isso, só que não é mágico, é assim que acontece. É assim, cai a rede neural padrão, tudo. E intuitivamente existe dois prêmios Nobel, um de genética e um de química. >> Hum. que admitem publicamente, eu
não lembro agora o nome deles. Ai, ah, enfim, se eu vou escutar aqui, eu vou errar, mas pô, de um Google, eles aparecem os dois que admitem publicamente que só chegaram a ganhar o prêmio Nobel porque chegaram aquelas aquele caminho de pesquisas com auxílio de LSD, porque chegou num tempo que esgotou. Aí eu quero abrir, quero expandir, né? E foram >> maneiro demais. Bom, a gente vai pisar nesse território também, mas sobre o que você tava falando, contando a história dessa mulher, eh, você falou duas algumas coisas que me que são bem interessantes. Vamos lá.
Primeira, eh, você disse que quando ela tava ali revisitando o que tinha acontecido, ela não tinha como saber, mas intuitivamente ela chega à conclusão que aquele cara também havia sido abusado e e aí ela o perdoa. O interessante disso é que não importa muito nesse caso para ela, pra pessoa dela, para ela se curar, para ela poder ter uma vida normal. Não importa muito se isso daí foi assim que rolou. O que importa é o efeito disso, não é? >> Exato. >> Tá bom. Então, então a gente tá dizendo que que às vezes às vezes
as coisas não são necessariamente reais, elas não necessariamente aconteceram ou ou elas esse cara aí pode ter sido abusado, mas pode não ter sido abusado, mas isso não importa porque no fim a cura era sobre ela e ela ficou bem. Legal. >> No caso, sim. Porque era fora um ano. >> Sim. É. Eh, outra coisa que tu falou eh tem a ver com o lance do eh, da regressão de certa forma ou de estar numa hipnose e e ir lá visitar um momento específico que algum várias vezes aconteceram há muito tempo quando um adulto era
criança, por exemplo. É, se a gente parte do princípio que não importa muito se o que aquilo se aquilo é real, se aconteceu de fato daquela forma ou não, desde que eu me cure. Eh, uma regressão, uma uma hipnose que me leva para algum ponto no passado, alguma lembrança, ela pode, na tua visão, ela em geral aconteceu como a pessoa tá lembrando ou isso também não importa? >> Não importa, >> tá? Porque eu vou te fazer uma pergunta. O que que é mais importante? A verdade ou a realidade? Cara, isso é uma pergunta difícil. Deixa
eu pensar. O que que eu acho que é mais importante? A verdade ou a Eu acho que é a realidade. >> Pois é. Não, porque a realidade é o fato real, como foi e aconteceu. A verdade é como esse fato ficou introjetado dentro de mim. >> Tá. Tá. >> Então, por quê? Porque é como passou pelo meu filtro emocional. >> Sim. É como eu vou lembrar dele? >> Como eu vou lembrar dele? Vamos pegar uma pessoa agrediu a outra. Essa é a verdade. >> Fulano agrediu ciclano. A, essa é a realidade, >> tá? A verdade
fulano, o agressor, é uma, a verdade de ciclano, o agredido, é outra completamente diferente, porque ambos tiveram emoções, motivações, absolutamente assim, é muito fácil quando você, por exemplo, vocês estão, você e Mariana, estamos 21 anos juntos. >> Uhum. Quando vocês vão lembrar de um caso que aconteceu lá no começo, >> vocês estão lá num jantar com um outro casal de amigo e a Mariana começa a contar história, você escuta, fala: "Porra, mas não foi bem assim". >> É. >> Uhum. >> Se o Igor conta, a Mariana vai dizer assim: "Caram, mas não foi isso que
nós vivemos. >> Tinha tinha até uma música lindinha daquela menina que era do do Valéria, chama, não é? que ela era do Porta do Fundos. Fundos, uma menina que canta. >> Tá, eu sei quem é. Falcão. Isso. >> Isso. Clariss Falcão. Ela tem uma música muito bonita. Que isso? E ela, ela e o namorado, né, cantando uma música, contando como eles se conheceram. E é engraçadíssimo que um conta uma versão, o outro contra outro, >> porque as duas são verdade e a realidade pode ser uma terceira que nem nenhuma nem outra. Então a real, então
de fato, eu posso mudar o meu passado, porque se eu mudo a minha verdade, como eu entendo, como eu eu mudo aquilo. Mudar passado. Pô, como assim mudar passado? Se eu tô dizendo que o que importa é a verdade e eu redimensionar, recondicionar, agora entender que emocionalmente eu entendi de um jeito e hoje eu posso entender aquilo de outro jeito, eu mudei o meu passado. Eu mudei a realidade do meu passado e muda a minha vida. Então quando você diz a realidade não é bem importante, vamos resolver isso e ressignificar, de fato, é isso que
importa. É a verdade. >> Interessantíssimo. Isso muda bastante o meu o a minha ideia ou o o que eu penso sobre sobre esse tipo de terapia, cara. Porque você que você tá falando faz muito sentido, verdade. >> Porque eu ficava assim, pô, como ah, uma regressão vidas passadas, não sei o quê. [ __ ] como assim? E eu eu entendo que assim, só é aquela experiência ali que importa no fim das contas. >> Isso aí. É isso aí. Muito interessante. >> É bem interessante. Bem interessante >> os efeitos da da dos enteógenos em geral no
cérebro quando observados eh são semelhantes, fazem mais ou menos a mesma coisa. eica é, vamos dizer assim, esses grupos, vamos dizer assim, neuroplasticidade abundante e eh e neurogênes também, até porque eles vão atuar, como você mesmo diz, nos choquinhos, nos receptores. Isso é uma sinapse. >> Uhum. Então aqui é a cabeça de um neurônio, aqui é a caudda de um neurônio >> que chamado dendrito, que é dedinho em latim, que parece mesmo, vamos dizer, ele faz isso, só que ele não faz isso, ele faz isso e fica uma fenda. Como é que eles conversam? Quimicamente
>> veio uma molécula, né? Vamos pegar a daasca, o DMT, a dimetril tririptamina, ela precisa de um receptor aqui. Esse receptor é chamado de 5HT2a. Pouco importa esse nome. >> Assim, eu costumo brincar quando eu explico isso pro paciente, falar: "Pode chamar ele de tio Ambrósio. >> Tio Ambrósio." Então assim, assim, muitas vezes assim, eles vão agir ali e vão agir, mas se esses receptores tiverem ocupados por outras substâncias que também ocupam tio Ambrósio, por exemplo, os antidepressivos, >> Uhum. vão ter outra reação, não vai ter o mesmo efeito. Então, por isso que assim não
é para todo mundo e precisa preparar a pessoa, precisa saber se ela tá tomando medicamentos que por conta se esses receptores vão oferecer uma biodisponibilidade para que isso tenha efeito. Então, muitas vezes a pessoa tem uma esperança, porque já ouviu falar, por exemplo, que aca curou um, outro, outro, a pessoa tá deprimida e aí vai beber o chega lá, passa mal, não acontece nada com ela e ela fala: "Ai, oasca não é para mim, não. É porque os tios ambróosos estavam todos ocupados com os antidepressivos que vão ali e então precisa toda uma preparação para
isso. E aí isso é uma das diferenças de fazer um uso recreativo e um uso guiado. O ambiente é muito importante também, porque essas substâncias elas, que a gente até estava conversando um pouco antes, ela a gente deixa as pessoas muito suscetível ao ambiente, à música interno e externo. Então, uma coisa que é unanimidade quando se escuta isso, fala a questão dos dos psicodélicos passa pelo setting e pelo setting. quer dizer, o ambiente externo e o ambiente interno. >> Uhum. E isso tudo influencia a medicação que ela tá tomando, se os receptores estão ocupados e
tudo. Então o uso recreativo não tem nenhum tipo de atenção para com isso. E por exemplo, eu não consigo compreender assim como é que uma pessoa consegue, por exemplo, beber um copo deasca e ir para uma reve >> naquele ambiente nada contra se você vai para curtir aquilo. Mas qualquer qualquer som, a indução que aquilo pode fazer com aca levar para um lugar que que tudo tá dentro da gente, mas ir para um porão escuro e ficar ali tendo o que a gente chama de uma bed trip. >> Aham. >> Né? Então, a música, o
ambiente, às vezes até a decoração, a preparação. E uma coisa que determina muito uma boa e uma experiência é a respiração, né, para poder, principalmente em momentos desafiadores. E medo, bem-vindo ao clube. Bem-vindo ao clube. >> É que eu tava falando aqui pro Wilson, gente, que eu sou cagão. Eu tenho maior medo de olhar, de tomar uma parada dessa, fazer um algum, ter uma experiência como essa e sei lá, eu tenho medo do que que eu vou achar. Mas, mas eu também te falei que, cara, talvez não. Eu acho que isso é uma coisa que
eu repito há tanto tempo que eu acho que agora eu já tô, eu já sei lá, acho que a as principais pelo menos questões que eu tinha comigo mesmo, eu resolvi, eu acho, sei lá, porque tem uma outra coisa, eh, eu sei que você, a tua parada é são, eh, psilocibina, é ruasca e tal, mas existem existem outros tratamentos para, por exemplo, O meu pai que tem Alzheimer, que usa uma outra substância, ele usa o CBD. Então, eh, substâncias presentes em em em um em o que a gente chama de droga, por exemplo, assim, que
é ilegal no Brasil, que é como a maconha, eh, também podem ser usado para tratar as pessoas, claro, com cuidado, né? Não é sair fumando baseado aqui e ali e tudo mais. Mas eu vou te falar, cara, que eh as minhas experiências com psicólogos e e as ferramentas que me foram disponibilizadas me ajudaram a entender bastante sobre mim, mesmo sem ir lá, sabe? Mas bom, e e essas outras substâncias, Wilson, como o CBD, por exemplo, no tratamento de algumas coisas específicas, não é para qualquer coisa também. >> Sim. Então, a a medicina canábica, como é
a gente fala cientificamente, >> ela tá na frente, ela já furou a bolha, ela já tem consistentes e insistentes trabalhos científicos colocando dos benefícios delas e tá mais do que provado. Por isso ela tá já normatizada para uso terapêutico. >> Aham. >> Então, é um status diferente dos outros. E o que a gente tem feito hoje, a gente quem aqueles que estão ocupados com a normatização, estamos no vácuo >> da medicina canábica, né, de como eles, qual foi o caminho que eles fizeram para provar para as instituições normatizadoras que já chegou a hora de normatizar
e a gente tá indo atrás. Bom, um deles é é é assim, exena estenos trabalhos científicos, quanto mais melhor. Mas vira um um problema pra gente fazer um trabalho de pesquisa, por exemplo, com Pilocibina aqui, eu sei porque fui convidado agora para para auxiliar a faculdade de medicina de São José do Rio Preto de começar um trabalho com psíoccibina. Então, a gente não pode trabalhar com qualquer cogumelo. A gente tem que ter para dificultar isso aí, eu tenho que ter rastreamento de origem. >> Aham. >> E só, mas como é que eu vou rastrear a
origem se aqui não não pode plantar? Então tem que importar, como aconteceu muito tempo com a Cannabis e até hoje. >> Mas hoje, por exemplo, a semana passada a Embrapa anunciou de que eh assim três pesquisas sobre cultura de cannabis medicinal vão começar na Embrapa para já começar a preparar a cultivar aqui. >> Sensacional. >> E sensacional assim, super sensacional. [ __ ] agora >> é >> já já >> antes tarde do que nunca. Wilson. >> Antes tarde do que mais tarde. Isso aí. Antes tarde do que nunca, porque assim que normatizou já devia normatizar
o cultivo também, né? >> Então, então tá andando. E outra coisa também, quando a gente falava de medicina canábica ou de de de canabidóis, a gente falava de CBD e THC. Aí fomos estudando, estudando, estudando. Hoje a gente sabe que tem muito mais outras coisas lá. Assim, avançou muito conhecimento científico depois que isso foi normatizado. Então agora vamos >> e isso vai acontecer também com com a psilociblina, que a gente vai conhecer outras substâncias que vão poder ter outros usos também. Hoje eu acabei de ver uma matéria, um um hoje hoje um pouquinho antes de
vir para cá que a Ioasca, acailocibina além da saúde mental, quer dizer de outras coisas de, por exemplo, de de anti como ela sendo um anti-inflamatório, que é uma coisa que tá muito na moda hoje, a meio que desinflamar a pessoa. >> Uma outra coisa que já tem trabalho sobre a libido. Então, olha que coisa, a os antidepressivos que tratam depressão e ansiedade, um dos grandes impactos que eles dão é na libido. Eles podem ser tratados com a psíocibina e que não só não dá os efeitos colaterais, como estimula a libido, recupera a libido. Isso
eu tô falando de microdoses, porque a psilocibina tem essas duas logísticas, essa cerimonial de dissociação do ego, que tem que ser guiada e todo um cuidado e tal, >> e a microdose. >> No caso da guiada, que é, né, a dissociação do ego, a gente tá falando de uma eh o que a gente poderia chamar no mundo leigo de alito vai ter uma viagem. Sim, >> no mundo leigo diria assim, o a microdose ela não me manda numa viagem. >> Pelo contrário, a gente um dos nomes, porque tem alguns nomes que são muito ruins, >>
tá? >> Microdose. O micro já dá aquela noção de coisa muito pequena, não vai fazer efeito para mim, >> né? Aí então puseram dose subperceptível. [ __ ] >> pior ainda. Eu achei pior ainda. Você não vou perceber porque que eu vou ter que tomar isso aqui. >> É, >> a que melhor atende é dose subpsicodélica, porque ela já informa que é, vamos trabalhar >> sem chapar. >> Sem chapar. >> Uhum. >> Sem chapar. Era, vamos trabalhar com o pulso, vamos dizer assim, no varejo, né? >> E o atacado seria a macrodose, né? e que
teoricamente vai de 100 mg mg as chamadas de dose subpsicodélica, mas aí em seguida vem e diz para quem? Porque depende muito de pessoa para pessoa. >> Um sistema limpinho, talvez chape, não é? >> Exatamente. Se ele tiver com medicamentos, ele vai ter que tirando esses medicamentos, né? Equilibradamente, precisa saber fazer isso. >> Uhum. para depois então ir para uma dose dissociativa. >> Uhum. >> Porque para ir desocupando os tioambrósios para cada vez mais a pilocibina agir, psicilocibina ou outroógeno que se vai usar. >> Esse você disse que eh tem assim, você tá tomando remédio,
daí você vai diminuindo um para ir para ir aumentando o outro. Eh, não estamos dizendo, no entanto, que é possível que as pessoas, quer dizer, que o que as pessoas deveriam comprar a sua psilocibina e tomar e [ __ ] não é assim, funciona. >> Não, não, porque não tá nem normizado ainda. >> Mas tem uns troço, tem um tem, eu eu não sei exatamente o nome também, não sei como é que acho que é é dente de leão, Jean. >> Qual >> o nome da da >> Juba, >> Juba de Leão. >> Juba de
Leão. >> Juba de Leão. Eh, a Juba de Leão entra na categoria não, né? Não, não. Eles eles são os chamados cogumelos funcionais. O juba de leão, o cordéceps, o o tem o calda de peru também e tem um outro também que é muito comum. Bom, enfim, são cogomelos, vendidos legalmente, mas eles não tm pilocibina, >> porque eles não têm psilocibina. Então, >> entendi. Tá bom. Tá bom. Que tipo de risco eh corre um cara que ele vai fazer isso daí sem nenhum tipo de atenção médica? O cara que assim, vamos dizer que ele viajou
para um outro país onde é possível tomar comer e comprar cogumelos e ele lá foi curtir, porque tem como você tomar isso daí para você curtir, né? >> Sim. Você tava falando antes que o o os enteógenos eles têm uma característica de ah pouca eu eu não sei, mas pouca nenhuma eh vício, sim, né? Então eh não tem o cara, ele pode ir lá curtir um cogumelo em algum lugar, em algum país que possa comprar isso daí que ele não e ele pode voltar à vida normal como se nada tivesse acontecido algum tempo depois. É
assim que funciona. >> Dá para tu morrer de tanto comer cogumelo? Não, não tem dose letal. A dose letal daca, se eu não me engano, foi calculada por volta de 30 L. O cara morre afogado pariu. Aham. É. >> Então não tem, não tem, >> não tem independência. Agora, então quer dizer que é bom para todo mundo? Claro que não. Claro que não. Existe riscos. Existe riscos para quem? Para pessoas que já têm algumas doenças prévias. Então, quando a gente normizou, assim, legalizou a IASCA, eu tava lá. >> Quando criou os princípios deontológicos, eu também
tava lá. Então, a gente deixou muito claro que os centros que distribuí aca precisavam ter atenção e não poderiam dar, por exemplo, aca nenhum outroógeno para pessoas que já tiveram surto psicótico, tá? >> Porque existe um risco de reagodizar. Isso >> é um risco. >> Risco de quê? de reagizar, de de trazer de volta o surto é um risco, não quer dizer que vai acontecer com risco da gente tá sendo injusto com aquela pessoa que poderia melhorar em diversos aspectos, mas se existe esse risco, nós não podemos correr esse risco. Então, se ela toma determinados
medicamentos que vão ocupar o tio Ambrósio, também as pessoas precisam saber os centros, quais são esses medicamentos e como proceder disso daí. E a gente deixou toda uma lista tecnicamente, cientificamente e tecnicamente para ser feito. Só que para fazer do jeito tecnicamente, a pessoa teria que interromper o uso daquele antidepressivo um mês antes da experiência, no mínimo, e isso vai fazer com que ela recaia. Então, as pessoas achambraram e dizem assim: "Não, para três dias e isso não funciona." Agora, então, por que que não dá problema? Porque é raro a tal da síndrome serotoninérgica quando
tá tomando medicamento, mas não é raro e um surto alguém que já teve um surto. Como eu sou uma pessoa conhecida nessa área, assim, quase sempre quando surta dentro de uma igreja do da manda punução. Então eu sei que isso acontece e que não é raro, que não é raro >> surtar. É o é o que a gente popularmente chama de o cara foi e não voltou mais. >> É, não é que não volta, por exemplo, se ele tem um transtorno bipolar, >> então quem são os critérios de de exclusão, >> né? esquizofrenia ou se
eu tenho um parente muito próximo na família nuclear, irmão, pai ou mãe. Então, cuidado, evita-se. A ciência pede critério de exclusão, não vamos correr risco. Com risco de novo de ser injusto. Quantos e quantos pacientes meus me pediram, eu acho que eu não dei, foram embora bravos comigo. Paciência. você precisar proteger aquele cara, inclusive, né? >> Então é isso aí. Não só o cara, mas a causa como um todo. >> Sim. >> E como um todo você compromete, compromete isso. Tá vendo? Tá vendo? >> Fica a indústria farmacêutica que fica querendo achar um pelinho num
ovo >> e vai dizer que o ovo é cabeludo, então esse ovo não serve. Então, então tem isso, mas o primeira preocupação é o próprio paciente. Paciência, não vou colocar em risco, >> né? Eu é um lema de vida. Se eu tiver que intervir na vida de alguém, não só como médico, como amigo, eh, para no mínimo deixar como tá. Se eu puder melhorar, muito bom. Para prejudicar, >> prejudicar sacanagem, né? >> Até porque a gente não precisa de ninguém para ajudar a gente se ferrar, a gente faz a gente nisso daí, né, Wilson? É.
>> Ó, antes da gente começar também, eh, eu não sei se foi antes de começar, mas você mencionou um o Brain Fog. >> Sim. Beleza. Você define para mim o que é o Brainfog, por favor? >> O nome já define, né? É um cérebro enfumaçado com uma névoa. >> Esse esse cérebro enfumaçado com uma névoa. Ele é porque assim, eu tenho eu tenho essa sensação às vezes. Eh, mas ela ocorre em geral quando eu tô cansadão, numa sexta-feira à tarde na quarta reunião, entendeu? Aí me parece normal. É, esse não é um Brainfog, né? Tô
cansaço. Cansado. >> Então o o Brain Fog ele acontece em que que eu tem que tá acontecendo na minha vida para eu tá passando por isso? >> O Brainfog, esse temo surgiu muito como uma sequela da COVID e principalmente daquela que era aquela variante Omicron >> que dava muito o tal do Brenfoger. >> Uhum. Eu tenho uma filha que é médica, que é brilhante assim, e ela pegou COVID, né, na época e ela pegou o Brenfog e a gente se divertia muito porque ela virou um pastel assim, não lembrava e tal e eu zoava, adorava
zoar ela, né? Porque ela ela ela tem orgulho da inteligência dela que eu não entendia e eu adorava zoar com ela. >> Quê? >> Eu fiquei burra também. Não, a Mariana pegou o Covid quatro vezes, sei lá, um monte de vezes. Cinco. Eu perdi as contas. >> A última vez foi há um mês. >> É. >> Olha só. E tá voltando tudo de novo. >> Meio burra. >> Então é isso. Eu e aí eu zoei e depois eu peguei também. >> Aham. >> Bom, vou te dar alguns exemplos. Tava falando para uma pessoa sobre o
estranho mundo de Benjamim Banton. >> Aquele filme com Brad, com Brad Cara, não vinha. Brad Pitt. [ __ ] bread pit. >> Tipo, se é bread é pit. É bread é pit. E >> se é tom é cruze, né? Sabe disso, né? >> Sabe disso. >> Bom, e comecei assim esquecer de coisas absurdas. Aí quando eu me preocupei que eu eu comecei a esquecer o nome, esqueci o nome de uma tia querida, que é eu tinha certeza que eu era o sobrinho preferido dela. >> Uhum. >> E depois eu descobri que não era, que meu
irmão também achava que era. Meu primo também, que ela que era, >> ou seja, ela tratava todo mundo bem, >> ela, né, que era muito boa. Isso aí. >> É isso. É. É. Mas eu quis lembrar o nome dela, não consiga lembrar o nome. É fato também que o nome dela não é um nome complicado. Eu chama tia Maria. [ __ ] >> esse é fog, cara. Entendi. Tá bom. >> Esse é fog. >> Não era igual a minha tia que é se ela de Janira, né? Tá bom. Tá bom. Era Maria. >> Tia Maria.
>> E aí eu falei, pô. E eu tava lendo, tava estudando, né, as coisas sobre a psicilio quando caiu na minha mão esse trabalho do Brenfog. Hum. >> Falei, tá aí, agora eu vou experimentar em mim a microdose. Comecei a tomar na época, Igor, eu trabalhava, tava na floresta, eu trabalhava em cinco cidades diferentes, sendo três na Amazônia, e já tava querendo voltar para São Paulo e vinha, passava 15 dias aqui em São Paulo, onde eu atendia em casa, que eu fui pra praia quando eu vim para cá e aqui em São Paulo no meu
consultório. Então eu trabalhava em cinco lugares diferentes, sendo assim cidades diferentes, três cidades diferentes na Amazônia, que eu só chegava de avião. >> Aham. >> Eu tava, não aguentava mais. Aí eu comecei tomar as microdoses, comecei a apartar a briga de comissária de bordo com paciente, com paciente, com passageiro irritado que tava todo mundo, sabe, aquela época de pandemia que tava todo mundo tenso. Aí eu me vi assim >> pleno, vendo as coisas por cima, >> por cima e ainda pacificando, porque eu sou daqueles assim que, né, >> parecido com um Venvan, uma Ritalina. Não,
muito diferente. Muito diferente. >> Aliás, quem quem assim popularizou pro mundo inteiro as microdoses foram os caras do Vale do Silício. >> Aham. >> Não foram mais os ripes, obaoba, né? Que também aquilo lá foi um movimento de consciência. Pô, você criar um lema na é guerra, no meio da guerra, faça amor, não faça guerra, aquilo era uma rebeldia pacífica, né, do caramba. Aquilo era consciência, >> consciência, né? Bom, mas enfim, isso é outra história. >> Mas o que que eu tava falando? Eu entrei no RIP, >> a gente tava falando que os cara do
Vale do Silício que começaram com as microdos >> que começaram, então não eram mais os rips. >> Aham. >> Por quê? Porque eles estavam entupidos de ven e de ritalina, não porque eles tinham déficit de atenção, porque eles queriam turbinar o seu cérebro, tipo concurseiro, para produzir mais, produzir mais. E quando descobriram a microdose, começaram a perceber que eles conseguiam aquele desempenho sem os efeitos colaterais e começaram a colocar a boca no mundo. E como são formadores de opinião, o ano passado, Igor, eu assisti uma entrevista do moleque 29 anos, cara, que criou o chat
GPT o ano passado. Se ele ainda não fez aniversário, se ele já fez, tem 30, >> no máximo, >> dizendo o que que a microdose fez com ele de psilocibina e e ele que o que que ele quer fazer? Ele quer um tempo de separar uma grana para promover pesquisa, porque ele sabe que que não. A indústria farmacêutica não vai se interessar pela, principalmente pela microdose. Eles querem achar o profármaco para criar, para tratar depressão e ansiedade, que é uma das coisas que mais dão dinheiro para eles, que >> tratar isso para sempre, não quer
curar, né? >> É, exatamente. E sem a transcendência, sem a chapação, né? É a isso, é a transcendência é que faz isso, não só, mas é o que vira a chave. É, porque o que a gente tava, pelo que parte do que da nossa conversa que eu entendi que eh essa existe uma ação no físico, no choquinho entre os neurônios, para que eh o efeito desse choquinho, que é algo físico, é desligar a maneira como a gente a casa do ego para que então a gente de forma metafísica resolva o problema. É mais ou menos
isso, né? Isso, isso. Eu vi uma vez um cara, esse exemplo não é meu, é de um livro que eu li que eu não tô lembrando, mas é de um desses festejados aí que ele faz a seguinte pergunta e aí eu também já mudei do meu jeito aqui também construir a minha verdade em cima disso, >> tá? >> Que assim, imagina, por exemplo, um escultor que faz uma escultura numa pedra e de repente a escultura terminou, mas [ __ ] não ficou legal. E e f, por exemplo, o nariz ficou pequeno demais. Como é que
eu vou agora? Não tem concerto. >> Aí ele pensa, cara, já mas fosse legal se eu pudesse jogar aqui um líquido e a pedra amolecesse e eu pudesse arrumar esse nariz e corrigir tudo? Pois bem, esse líquido é o enteógeno. Ele e a essa amolescência >> Uhum. a neuroplasticidade em que eu posso mudar algo que já tava construído, consolidado há muitos anos. Olha que crise isso. >> E isso é feito com auxílio e o e o mérito, o herói da cura é o dono da doença ou aquele que alojava a doença, que ele também não
é o dono da ele é o dono da saúde, da doença, não. Então é a própria pessoa. E isso é muito bonito, muito, eu diria assim, romântico. E tira das costas do terapeuta essa pseudo e equivocada responsabilidade, que é ele que vai curar o outro, que não é isso que acontece. E que existe a possibilidade de cura. Como eu brinquei, né, que o psiquiatra para falar cura, ele precisa ir pro forno >> porque essa palavra quase que proibida. >> Ele passa a testemunhar e ver. Eu, por conta do meu jeito de ser, eu sempre tive,
desde muito antes de conhecer eh essas substâncias, eu tive como lema quando o paciente chegava no meu consultório, eu dizia para ele o seguinte: "Olha, a minha função aqui é fazer com que você se livre de mim o mais rápido possível. Não vamos ficar cozinhando o galo aqui, não, tá? E vou te dar condições e com com essas substâncias, isso ficou como muito rápido. >> Aham. microdose rapidamente sai, vai embora, tá alta. Isso não é interessante, porque você entende, por exemplo, que o consultório de um psiquiatra, de um psicoterapeuta, de um neurologista, ele enche rápido
porque o paciente é recorrente, porque ele usa principalmente o psiquiatra e o neurologista, ele vai usar drogas que outros médicos não gostam de mexer com aquilo, porque aquilo dá muito efeito colateral. Então ele tem que buscar a sua droga no seu traficante. >> Aham. >> Que paga, que é o seu médico, que é claro que eu tô colocando isso com uma ironia, porque isso curou, salvou tanta gente, né? Mas isso fica recorrente. O cara fica, ele acredita que nunca mais pode viver sem aquela medicação. E muitas vezes a ciência até então dizia isso e até
diz isso em algumas vezes >> que tem que tomar que diabetes não tem cura, que esquizofrenia não tem cura e que tem que tomar o remédio. Então ele tem que voltar ao médico. Então, se ele tem uma carteira de paciente X, o consultório dele vive lotado e essas substâncias vêm para para romper, inclusive, é disruptivo inclusive com essa reserva de mercado, porque a ideia é o paciente, principalmente com microdosees, aprender como é que ele faz isso e ele pode fazer e ele pode inclusive assim criar, que não é criar e nem plantar, é cultivar, porque
não é nem animal e nem planta, é fungo, >> né? E cultivar a sua, o seu medicamento na sua própria casa e não depender nada de ninguém, de ninguém. >> E Wilson, qual que é qual quem foi o o ser humano mais jovem que você viu passando por esse tratamento? >> Olha, a gente tem assim, falta muito estudo >> Aham. >> Para crianças, >> tá? >> Tá. por conta, a gente tem sempre uma uma precaução, porque o cérebro ainda tá em formação e essa substância vai lá, trabalha com neuroplasticidade, com neurogênices. Será que isso pode
modificar alguma coisa, né? Então a gente toma um certo cuidado e vai usar o critério como a gente usa também com os medicamentos, que eles também podem fazer isso aí na relação custo e benefício. Então crianças >> que tão batendo a cabeça na parede literalmente com por conta de tristeza, então eu tenho que fazer alguma coisa. Então aí e o que a gente tem visto e tudo tem dirigido assim porque o tem critério de exclusão por conta de reagodizar. >> Uhum. >> Mas assim é espantoso que cada vez a gente descobre para que coisas mais
servem, mas por hora é uma coisa que a gente tem muita reserva usar essa substância. Então, a partir dos 25, >> é isso que eu tô falando, depende da necessidade. >> Depende da necessidade. Então, por exemplo, a época da Euca, >> Uhum. >> Eu fui uma, era uma das pessoas que assim defendia a ideia de que a gente não deveria dar paraa criança aquilo. Por que que vai dar pra criança aquilo? >> Será que a criança tem o as ferramentas necessárias para tirar o melhor proveito possível? Talvez não. >> Não tem. Não tem. Não tem.
E também e qual o propósito, né, para ele rezar, para ele falar com Deus, pô, criança já tem o Deus nas coisas, a relação dele já é uma oração da criança. Então eu eu eu advogava que os pais deveriam trazer as crianças, tanto que quando eu liderei um grupo tinha uma casa para as crianças. Um dos adultos ficava de plantão, você não vai beber o chá, vai cuidar agora dos nossos filhos. Isso é um rodízio, porque eles têm que vir para cá, porque começou a acontecer que assim eu comecei a chamar dos órfãos aqueiros, porque
o pai e a mãe trabalhava a semana inteira, chegava no fim de semana, iam pro sítio trabalhar, beber o chá e os filhos ficavam em casa sozinhos de novo. E começou a dar problema. Falei: "Ó, é isso aí. Então vamos trazer as crianças, trazer as crianças para ela ver o que que os pais estão fazendo e que rezar é uma coisa divertida, é cheio de brincadeira e tal, tal, mas não tem que dar o chá pras crianças. No dia das crianças fazia sessão para as crianças era uma coisa simbólica, plantava uma gota e tudo imitava.
Porém, uma das coisas que eu acredito mais legais que eu já fiz na minha vida foi com adolescentes. >> Hã, >> que eu assisti aquele filme Sociedade dos Poetas Mortos. >> Cara, aquilo pirou a minha cabeça, >> [ __ ] Eu achei aquele professor. Falei: "Cara, tudo que eu queria ser esse cara, >> cara, que professor, como é que o cara vai ensinar literatura? Que genial. Falei: "Eu quero fazer alguma coisa." Sim, quero fazer alguma coisa do jeito que esse cara fez. E aí eu peguei o o grupo que eu pertencia, que é uma das
correntes, as primeiras, que é a união do vegetal, né? Eu foi lá que eu conheci. E aí eu criei uma coisa que chamava assim, a confraria da rosa. Rosa era era um enagrama, realinhamento, ordem, sociedade e amor. >> Entendi. Tá. E a gente se reunia, fazia sessões com a Yoasca em que a gente falava sobre masturbação, falava sobre maconha, falava sobre pecado, tudo aquilo que assim as famílias massacram os adolescentes de um jeito às vezes não muito saudável. E e foi muito legal, porque assim, a gente essa confraria tinha como objetivo de criar seres conscientes
e a gente tinha exercícios e era exercício. Então, por exemplo, tal, o exercício agora ajudar a mãe a lavar lavar louça. É exercício de ver o que que você sente, porque, né, não era? E aí os pais começaram a pirar. Que que tá acontecendo? Que tá acontecendo? Não anima, não, é só exercício. Mas o que aconteceu que as crianças começaram a ficar os adolescentes foi incrível esse trabalho. A pena é que durante nesse quando esse trabalho tava assim super no auge, tava crescendo, cada vez estavam chegando mais adolescentes, eu entrei numa [ __ ] de
uma crise existencial ali e que as pessoas me chamavam de mestre e eu não conseguia olhar pro espelho. Pelo amor de Deus, não posso deixar isso acontecer. Ele falou: "Olha, eu para um dia semestre eu tenho que largar tudo isso aqui, tenho que largar tudo isso daqui, não preciso, tenho que passar um tempo sem beber essa bebida. Eu preciso agora mergulhar nessa minha crise sem auxílio de nada, que agora eu preciso passar por isso." E aí entreguei, ele falou: "Trabalho isso aí, larguei, saí, voltei, depois nunca mais voltei." >> Faz tempo, >> pá. Eu tinha
35 anos aconte >> é 35 anos. Tô com 71. Foi o quê? Foi a crise dos 40 mais cedo. >> Foi, foi a crise dos 35. Que tem a ver com seten essas crises. 7, 14, 21, 28. Eu bebi meu primeiro copo deuca. >> 28 deve ter sido quando eu comecei a prestar atenção nessas crises aí, cara. Com 28. Talvez tenha sido quando eu comecei a a surtar. E aí com os 35 começou a crise. Depois levou um tempo, porque ah de como eu como é que eu vou sair daqui? Isso aqui salvou minha vida,
>> né? Até entender que eu tinha que abrir mão >> daquilo. E assim, Nísia e eu, Nízia, minha companheira, nós somos assim meio craque em abrir mão de tudo, largar tudo e sair andando. >> Ficaram bom nisso. >> Ficam bom nisso aí. Sabe aquele tipo assim, fique vocês aqui que vou eu a merda. Tchau. >> Não precisa nem nem se preocupar. >> Deixa que eu vou, né? >> Deixa que eu vou. >> Interessante. Eh, cara, e sobre essas crises do dessas idades aí, ó, rapidamente, só para saber se é se foi assim para tu também.
Com mais ou menos uns 30 anos ali, eu comecei a entrar numa de, [ __ ] já tô com 30 anos, já vivi um terço da minha vida e, [ __ ] não tenho nada para apresentar, [ __ ] que pariu, cara. Preciso trabalhar, preciso fazer as paradas, preciso construir, preciso ser alguém, tem que ser pai, tem que ser uma porrada de coisa. E aí beleza, né? Fui a luta. Aí agora eu tô exatamente com 40. aos 40 ou próximo dos 40, eu começo a entrar numa de [ __ ] que pariu, mané. Será que
eu fui pelo caminho certo? Será que eu tô fazendo o que eu devia tá fazendo? Será que essa [ __ ] aqui é o que eu vim no mundo fazer? E são crises diferentes que vem e fazem você olhar pra vida de uma perspectiva nova. E para mim funcionam como se fosse eh, ó, vivi a vida inteira olhando por aqui, agora eu vou olhar assim, vou olhar de 3/4, daqui a pouco eu vou olhar de outro ângulo. Então, eh, são crises, mas no fim tu sai maior, não é? Pelo menos para mim. Perfeito. É isso
assim, eh, para mim isso é uma coisa que tem a ver com essa lei cósmica. Por conta do movimento de rotação, a Terra girando em volta do seu próprio eixo e o movimento de translação girando em volta do Sol. Tudo que tem vida nesse planeta obedece ciclos. >> Sim. >> Nada é linear. Começo, meio e fim. Começo, meio e fim. E o fim é fim de um ciclo que tá compactado, unido com o começo de um novo ciclo, como um bambu. >> Aham. >> Nãoé? Uma uma cana de açúcar, um gomo, um nó, outro gomo,
outro nó. Então o nó é a mudança do ciclo. Então nó de cana, por exemplo, é muito duro, não tem sumo. >> Uhum. Mas é dali que nasce o bruto. É dali que daquele nó é que é orientado à continuidade. Então ele é proveitoso e é um momento de crise que muda os valores e isso é importante pra gente mudar. A natureza fez isso, né? A gente só descobriu quem, acho que a primeira notícia que eu tenho da lei dos ciclos vem da antroposofia, vem de Helena Blavatsk, nem vem da ciência isso e de da
observação disso e que é um momento de crise, portanto é um momento de de desapego, porque a gente tá assim no momento de acertar a conta do ciclo de baixo e começar a investir na coisa do no ciclo de cima, tudo no mesmo momento. Então é um canteiro, o nó que eu chamo de nó do bambu aí >> é um canteiro adubado, aguado, prontinho para plantar novas sementes e tirar velhas tiriricas. O grande problema é que a gente tem muito medo, insegurança de desapegar, desapegar da maneira de pensar, desapegar de uma relação, desapegar de um
emprego, >> dos seus heróis, >> desapegar dos seus heróis e às vezes desapegar das suas loucuras, porque como Freud disse, a gente ama os nossos sintomas porque, de fato eles são expectativas de defesa de uma dor maior. Então a gente tá comprometido com eles, só que precisa entender, abrir mão disso. Então o momento de nó é o momento que o cara casa ou se separa, é o momento que ele tem um filho ou morre um pai, um avô, é o momento que ele quebra ou compra uma nova empresa ou é um momento que ele é
despedido, ele é promovido. Não tem positivo ou negativo. >> Positivo ou negativo, dependendo do que o cara plantou >> no ciclo de baixo. Então agora hora de ajustar, se o cara plantou abacaxi, não vai colher Big Mac na hora do nó, vai colher abacaxi. Plantou. Esse é outra lei, aliás, é um princípio hermético de causa e efeito, né? >> Tu tu eh Pois é, isso daí era a próxima coisa que eu que eu queria saber de você. Eh, do ponto de vista não religioso, mas espiritual, eh, como é que você, quais são, como é que
tu lida com isso? você procura saber de tudo, as coisas te interessam ou você e as tuas, porque assim, eu, pelo que a gente já conversou, eh, experiências com enteógenos, elas costumam te dar uma visão expandida de certa forma espiritual, né? Eh, e assim, existem várias formas que as religiões, que a humanidade, por meio das religiões, já pensaram o divino de diversas formas ao redor do mundo por muito tempo, né? Eh, você acabou de citar aí a filosofia hermética, que é uma das formas de enxergar o divino ou como as coisas funcionam, né? Qual que
é a tua, não sei, liga, não sei se a palavra é ligação, mas como é que você enxerga eh o espiritual Wilson? Ele, você já me disse aqui que você acredita em Deus, você sabe que existe outra vida, mas como é que o espiritual ele se envolve na sua vida? Eu vou te responder atualmente, porque as a minha vida buscando isso, como disse, não tinha nenhum foco de interesse nisso. Quando eu descobri aca, falei: "Bom, já que agora entendi isso, >> até então, a minha concepção do ser humano era bípede, corpo e mente." Aí passou
a ficar trípede, corpo, mente e espírito. >> Uhum. >> Né? Aí eu falei: "Ah, é, então agora quero entender". E aí fui estudando as religiões comparadas. Aí passei anos com uma fissura. Eu cheguei a aplicar, fazer um doutorado aqui na PUC de ciências da religião e fui aprovado. Só que não dei conta porque eu não sabia que eu que já era um médico com comprometimento, com com trabalho, com paciente e não dei conta. falei: "Pô, que eu queria entender todos os fundamentos de todas as religiões e ver o que havia de comum entre elas, mas
não dei conta >> e mas ia me interessando em uma das coisas que assim me que mais trouxe uma compreensão do sagrado com mais que coadunava com meu jeito foi o hermetismo, >> tá? >> Tá. E aí, mas não me comprometia com isso, fui estudando, me comprometia com leituras e tal, tá? Até que há um um tempo atrás eu tive uma outra epifania e aí foi com psilocibina. Eu assim chamei uma pessoa, eu falei assim: "Eu quero uma experiência guiada assim, porque eu comi cogumelo no pasto, tô suça, >> então já sei como é que
é. Tô querendo agora como é que é uma experiência guiada, tal, porque era isso que eu tava estudando. Aí a pessoa me auxiliou. >> Tu é tua própria cobaia. >> Ah, é ali eu queria alguém para tomar conta porque >> Sim, e eu já maltratei essa cobaia. Eu já acordei no meio da floresta quase de noite e com uma um carreiro de saúva passando no meu peito. Eu não fia nem quanto tempo eu tava ali sozinho. E a minha mulher é desesperada. Falei: "Esse maluco não volta para casa." >> Dev. Nossa, Wilson, vamos, vamos um
dia, vamos um dia sentar, tomar um vinho, fumar um charuto sem câmera e trocar uma ideia. >> Vamos, vamos. O cara acordou deitado na floresta com essa uva passando por cima do peito. [ __ ] que pariu, deve ter muita história, meu irmão, porque eu fazia essas experiências, fazia essas experiências. Então assim, eu ia aprender, mas essa eu falei assim, eu quero aprender como é que é guiada, né? E aí essa colega me ajudou a fazer isso. E aí já tinha, tava horas e horas, eu comi acho que 7 g assim, é grama para caramba
assim. E aí eu tava numa assim, falei: "Agora eu preciso ficar com a natureza". Aí desci e fui no jardim lá e tive uma experiência incrível com um gato incrível que era um gato do condomínio, que ele o apelido dele era bandido, porque ele gato de rua, ele roubava as coisas >> e dava pau >> na Frida, que era minha gatinha. Minha gatinha Frida Caro, era uma gatinha super do bem. Ele ia lá, dava pau nela, comia a ração dela. E eu desci pilocibinado. >> Hum. Quando eu vi eu, o bandido, eu tava assim pleno
de amor. Eu falou, quando eu falei, ó lá o bandido que eu tinha bronca, ele dava pau na minha gatinha. Minha não, né? A gatinha lá que eu que eu ficava lá em casa. >> Aí quando eu disse isso, imediatamente uma coisa disse para mim assim: "Opa, e o amor todo que você tá sentindo como bandido?" E aí eu falei: "Tá bom, eu vou lá." Pis esse bandido que todo mundo chutava ele, eu consegui ele ficar no meu colo, no meu colocar porque ele detestava as pessoas, ele andava porque ele roubava na casa de todo
mundo. E aí eu comecei a ter uma lições do que é o amor, que é que porque eu sou eu fui guerrilheiro, então uma coisa meio violenta, uma coisa de ah treinamento para guerril, não cheguei a ser guerrilheiro por conta da minha idade, né? E então não tem uma uma índole pacífica assim, uma índole de guerreiro. E aí comecei perceber a partir daquele momento que aquilo não era daquele jeito, que eu poderia vencer todas as guerras com amor e venci a primeira. Aqui fiquei encantado com aquilo e aí falei: "Eu gosto muito de tomar banho,
assim, é o momento do dia que eu mais gosto é o é o a hora do do banho quente. Quando teve a crise hídrica em São Paulo, eu tava lá na floresta e ficava tomando aqueles banho, gritava: "Chupa São Paulo, não vou desligar meu chuveiro porque eu não preciso". >> Então nesse momento eu falei: "Vou tomar um banho quente". E aí era um sobradinho lá e tinha lá embaixo tinha lá a suí que era da minha filha na praia lá que quando ela vinha ficava lá e que eu nunca tinha tomado banho naquele banheiro, mas
como tava lá embaixo e tudo e né, querendo subir a escada, fui quando eu deitei no chuveiro, quando eu sentei no box e eu com olho fechado, eu comecei a passar a mão, aí eu vi que tava cheio de de relevo assim. Aí eu olhei e vi que o ladrilho era toda uma geometria sagrada, o piso, mas não era colorido, era bege, assim como era cor mesmo. Falei: "Caramba, mas nunca percebi isso". Quando eu olhei pra parede, eu vi que aquilo não era eh eh de verdade ou era de verdade que você vai entender. Eu
vi que a parede também tava, o teto também tava, tudo tava com aquela geometria sagrada, inclusive minhas mãos. E aí eu falei: "Que que é isso?" E aí que é uma coisa muito comum, é uma voz aparece, cada um vê de um jeito. Uma voz disse, falou: "Mas é isso que você tá vendo? Tudo é feito de geometria sagrada, porque tudo é sagrado." Aí ele fez a pergunta dentro da minha referência: "O que é Deus para você?" Aí eu fui na minha aquilo que mais cabia na definição hermética. Eu falei: "Bom, até eu entendo hoje
é o todo". Ele falou: "Pois bem, então se é o todo, tudo é Deus. >> Tudo." Uhum. >> Tudo é Deus. E aí eu quis fazer algum contraponto e eu perguntei: "Tá, tudo é Deus?" Tá. E um estupador de criancinha? Uai, que parte do tudo que você não entendeu. Tudo é Deus. Mas então, como que eu posso ver que ele também é um sagrado? É você entender que existe padrões vibratórios específicos que criam o que vocês chamam de realidade específicas para uma compreensão para cada um que tá vivendo. Mas tudo, todo o destino da humanidade
é voltar onde saiu, voltar a fagulha pro grande sol central. Então, tudo é sagrado. Tudo é sagrado. Agora, é preciso compreender isso para você viver em paz com isso que você tá sabendo hoje. E isso de novo mudou minha vida. >> Caso vamos, tô ouvindo o que você tá falando aqui. Você acabou de dizer que é importante que eu compreenda para eu >> Não, importante que eu compreenda isso. Desculpa, jamais ia ter esse atrevimento de dizer isso assim. >> Agora a voz disse para mim. Agora você é importante que você compreenda isso que que foi
te dito. Aham. >> Não é para mim. E e é porque é uma coisa de que demora para E aí foi um exercício de perceber isso, principalmente que qualquer coisa que me aconteça, né, ou que uma que vem de fora que aquilo aconteceu, que aquela pessoa envolvida, ela precisava daquilo, não vou condenar, não vou julgar, não vou selar um diagnóstico para aquela pessoa, né? Porque era um padrão vibratório que tem uma série de porquês que eu posso não entender. Então não vou me revoltar e nem vou colocar pro lado pessoal disso daí. Então facilitou muito
isso daí, né, de que tá tudo certo e de que o outro também é Deus. Quando eu digo eu sou Deus, o todo, né? Então não tem uma coisa egóica aí. Pelo contrário, tem uma coisa até, se a gente poderia dizer mais próximo de uma humildade, que é perceber que o outro também é Deus. E isso tira o topete, tira a pose, tira o poder que você tem, a grana que você tem, o carro que você tem e percebe que, cara, tu é igual a qualquer um e que todo mundo é partícula de um mesmo
corpo. E que, por exemplo, a guerra que a gente vive, a competição que a gente vive, que a humanidade vive, é uma doença autoimune. >> É, >> né? O que que é uma doença autoimune? o corpo agredindo o próprio corpo. Guerra uma parte do corpo agredindo outra parte do corpo, por conta dessa incompreensão, né, de que a gente pode, deve e precisa viver com contrapontos e todos os pontos estão certos. tem que aprender a conviver com isso. >> Eh, o que você tá dizendo, eu costumo ir para esse lado também, porque quando eu tô pensando
em Deus ou no sagrado, eu tô pensando numa numa de um jeito não dogmático, né? Porque intencionalmente eu tento eh ler e e e ouvir e até de certa levemente assim, superficialmente estudar eh algumas filosofias, algumas religiões como hermetismo, como minha esposa gosta de candom, não, candomblé, candomblé e eh minha mãe é é evangélica, então assim meio que uma sopa, como é o Brasil, né? Mas eh essa forma de enxergar o todo e portanto Deus me parece uma forma, não sei, eh a outra opção de um de um cara parecido com você que manda em
tudo, que é um senhor de barba branca, não sei o quê, é muito hierárquico, é meio paternalista, não sei. Ela não é eh muito, sei lá, não me parece que não reflete muito a realidade, parece mais uma construção humana no fim das contas, sabe? Eh, como provavelmente é, mas quando a gente se se eu paro para pensar que somos, sei lá, é porque é difícil explicar o que que eu acredito, porque para mim Deus ele é como se fosse uma verdade, um um fio condutor, que é o que eu chamo de verdade. Essa verdade ela
existe no universo. A a tanto que é por isso que a gente vê as mesmas regras se repetindo por aí. A gente fala de gravidade, de como a gente faz uma boa ideia de como funcionam algumas leis do universo, né? e elas são leis, portanto mudam, né? São a mesma coisa. e dessa verdade e derivam as possibilidades. Então, assim, é possível que a gente esteja aqui conversando, porque, eh, todas as as construções que foram feitas por Deus, assim, Deus emanou eh equações matemáticas que permitiam que que que aplicadas à realidade da existência geram essa possibilidade.
Deus é um monte de possibilidade para mim, sabe? Deus é o mar de possibilidade, porque ele é o conjunto de regras que rege as possibilidades. Então, se algo não é possível, é porque não tá no conjunto de regras de Deus. Ou a gente não soube acessar ainda, sabe? >> Isso não soube acessar ainda. Eu acho que você tá falando exatamente o que eu entendi, >> que são diferentes padrões vibratórios com uma finalidade específica. >> Do meu jeito não educado, né? Esse sou eu, uma pessoa não educada que ficou pensando um pouquinho o que que eu
acho que é Deus e cheguei a isso é, eu acho que é a mesma coisa, mesma coisa. E é e é interessante isso porque essas conclusões que a gente chega, né, e que a ciência começa a atestar, por exemplo, os sete princípios herméticos, que a gente só pôde comprovar isso agora, eles foram enunciados há tanto tempo. >> Eh, isso por exatamente pelas os filósofos já faziam isso, eles não tinham, vamos dizer assim, a o conhecimento científico que nós temos e como é que eles chegaram à verdades, né? simplesmente pensando, porque tá tudo dentro de nós.
Então hoje a gente precisa, né, vamos dizer assim, eu acredito nisso, dos enteógenos, porque nós não temos ainda o nível de consciência. Vai chegar um dia que a gente não vai precisar disso mais, é só parar e pensar e já tem gente que faz isso, que não precisa de nenhum aditivo químico >> para para perceber a verdade, >> né? Só dentro dele, os meditadores, por exemplo, só usam >> ah, a respiração, >> só a respiração para chegar nesses estados. É, >> então eu acho que isso vai acontecer. Isso vai acontecer como, né, os filósofos nem
respiração, só ficavam pensando e que pena, se é que se eu tive lá, não lembro, mas como eu gostaria de sentar com Sócrates e ficar fazendo pergunta, >> ele pariu umas ideias de você, né? Eu falei, [ __ ] deve ser [ __ ] mesmo. É >> muito interessante viver com esses caras, viver com filósofo histórico, viver com p, não é, comicuro, falar, cara, cara, tu é preso, tu é escravo, como é que você consegue chegar a essa conclusão? Eh, eu só queria explodir e arrancar a cabeça de quem me colocou aqui e tudo, >>
só pensando. >> É, é, >> eu eu tenho essa, essa crença, isso agora eu posso dizer crença porque não tenho certeza disso, né? ou até tenho de que tá tudo dentro da gente, tudo dentro. Se a gente é parte do todo e contém o todo dentro de nós, como não é que a parte é só um pedaço, né? É como uma célula humana. Tem aqui a tudo, eu posso reproduzir tudo aqui. >> Nós somos um um um uma célula que pode ir e clonar Deus, porque nós somos uma célula de Deus, né, do todo. Então
isso, se a gente é mesmo isso, não tem outra coisa. Quando a partir do momento que eu crio, que eu que eu entendo isso, eu passo a não ter mais outra coisa tão importante quanto me clonar um Deus. Você diria então que o que a gente chama de imperfeição, na verdade é perfeição divina sendo imperfeita? Quer dizer, >> perfeito, >> alguma coisa assim. Por isso, >> vamos lá de novo que a imperfeição, >> a imperfeição humana é a perfeição de Deus na em prática, talvez. >> E isso é perfeito, >> tá? Se é que faz
sentido. >> É isso aí. >> Bom, Wilson, muito obrigado, cara, pelo teu tempo. Obrigado por vir aí trocar ideia comigo. Espero que se repita, viu? Porque eu curti para [ __ ] Eu gosto de conversar com os caras que são mais vividos que eu. Com 71 anos a probabilidade é maior. Ter vivido mais isso. >> Mas não é garantia. >> Olha, não é mesmo, mas no teu caso é. Meso >> obrigado, cara, pela moral. Obrigado por falar bastante coisa aqui que e tirar umas dúvidas mais idiotas mesmo. Obrigado. >> Eu que te agradeço. É um
prazer. Você passou rápido, né? Gostou? >> É, já a gente tá aqui, vai. Tem quase 2 horas por 1:46. >> 1 hora:46. Mas ó, essa daqui é a sua câmera. Como é que as pessoas te encontram na internet? Wilson. >> Wilson Gonzaga oficial. tá lá, já acha no Instagram, dali parte para todas as outras mídias, pro site, pro consultório, me acha lá pra pós-graduação. Boa, >> que hoje eu tô um assim empenhado mesmo em lutar pela normatização dessa substância e ensinar as pessoas o que não fazer com essa substância, principalmente porque o que fazer nós
ainda temos muito para descobrir ainda. >> Interessante. Mas quando a gente parte do que nem eu aqui na internet, eu faço uma boa ideia do que não fazer, o que o que vai o que não vai dar certo, o que vai dar certo, a gente vai testando aí e ainda estamos estudando também. Obrigado pela moral, cara. De verdade, eu realmente espero que a gente tenha uma outra oportunidade. Você falou que vem em São Paulo de vez em quando. >> É só convidar, só convidar. Eu venho sempre para São Paulo aqui é minha cidade, apesar de
optar não viver aqui. Tá bom, tá bom, cara. Foi muito legal mesmo. Valeu vocês que assistiram aí. Espero que vocês tenham curtido também e anotado, senão vocês vão ter que voltar aqui e ouvir de novo, tá? Porque a gente falou um monte de coisa, o Wilson falou um monte de coisa legal aqui que tem valor >> e eu espero que vocês tenham curtido. Então segue o Wilson, deixar aqui no comentário fixado as redes sociais dele para você encontrar com facilidade. Eh, não esquece dar o hype se você tiver no celular e compartilhar esse vídeo aqui.
Manda lá no grupo da igreja, manda do grupo lá dos teus amigos maconheiro, só para ver o que que eles vão achar, tá bom? Eh, ou sei lá, comenta para com a tua família aí, galera, que tem algum tipo de sufoco e que talvez fosse importante ouvir eh sobre sobre o que a gente conversou aqui hoje, tá bom? Mais uma vez, obrigado, Wilson, obrigado vocês e a gente se vê depois, tá bom? Beijinho.